70 anos bacg revista digital

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É com imenso prazer que, em comemoração aos seus 70 anos, a "Sentinela Alada do Pantanal" presenteia os leitores com a sua brilhante história.

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ExpedienteRevista da Base Aéreade Campo GrandeEdição Histórica 70 Anos

ComandanteCel Av Potiguara Vieira Campos

Comandante do Grupo de Serviços de BaseTen Cel Av Alessandro Cramer

Comandante do Esquadrão de ComandoMaj Av Newton de Abreu Fonseca Filho

Chefe da Seção de Comunicação SocialTen Camila Barbieri

Coordenação SO Paulo Henrique Cruz

Diagramação e ediçãoSO Paulo Henrique Cruz

FotografiaTen Drodz, Ten Fontes, SO Al-berto, Sgt Vanderlei, Sgt Cícero Roberto, Sgt Valêncio, SD Mar-ton, SD ueiroz, SD Valêncio, Gerson Walber, Luciano Porto, Robert Dahler e arquivo da BACG

RevisãoMaj Av Newton

DistribuiçãoNas Organizações da Força Aérea e outros órgões militares e civis

ColaboradoresAELATMBANCO ALFABR AVIATIONPOUPEXHARLEY-DAVIDSON

RealizaçãoSeção de Comunicação Social da Base Aérea de Campo Grande.

Av. Duque de Caxias, 2905Campo Grande Mato Grosso do Sul - 79101-000Tel: (67) 3368-3122 e 3368-3153e-mail: [email protected]

Escudo Português, com o Chefe em blau (azul cerúleo), representando o céu, tendo à destra o Gládio Alado, símbolo da Força Aérea Brasileira em jalne (amarelo) e à sinistra a sigla da Organização (BACG) em goles (vermelho). Campo em blau (azul cerúleo), tendo no Coração, uma manopla em prata (branco) e jalne, voltada para a destra, simbolizan-do o desdobramento do bandeirante que inaugurou a história da região; abrindo-lhe, definitivamente, as portas da civilização em sua luta contra a natureza. A manopla empunha um estandarte, também em prata, com uma das extremidades quadrangular, tendo ao centro uma Cruz Pátea (estilizada) em goles, seguro por uma elabarda em jalne.

Em Contrachefe, em sinopla (verde claro), representando as paisagens da região, seus verdes campos, a vegetação e o Pantanal Mato-grossense; aparecem três ocas em jalne, significando os primeiros habitantes e sobreposto às mesmas, atravessa um rio em prata, refletindo a grande bacia hidrográfica da área. Contorna o Escudo um filete em jalne.

DESCRIÇÃO HERÁLDICADO EMBLEMA DA BACG

HINO

BASE AÉREA NO PANTANALLetraCel. Av. Tenório e 1S AmorimMúsica1S Amorim

Do centro-oeste do Brasil Uma estrela a brilhar No resgate, no transporte, Na vigilância dos céus Levando integração Nas asas da aviação Pela vitória a lutar Levar nossa bandeira bem alto a estar Refrão Sob asas vigilantes Pelo orgulho de servir A tão nobre missão Prosseguiremos no cumprir Base Aérea, Campo Grande Unidos no ideal De fazer subir aos céus a Força Aérea Na região do Pantanal

Sob o céu de puro azul De Mato Grosso do Sul Contemplando tuas matas É nosso orgulho saber Que nossos filhos verão Como é preciso servir À nossa pátria e então Lutar pela defesa do nosso chão

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A Sentinela Alada do Pantanal, que completa 70 anos de existência, está em sintonia com a atual conjuntura de nosso País, onde poupar e preservar recursos é pri-mordial. Por isso, demos um passo importante ao abrir mão de uma versão impressa dessa revista. Além do custo, o impacto ambiental para sua impressão deixa de existir. Virtualmente, ela poderá ser ampliada, revi-sada e distribuída sem limite de tiragem. Por isso, pe-dimos a você, nosso prezado leitor, que divulgue e nos ajude a fazer com que essa revista cresça, tanto nos seus artigos e fotos, como no seu alcance.Boa leitura.

SO Paulo

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BASE AÉREA DE CAMPO GRANDEREVISTA 70 ANOS

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Histórico De 1932 aos dias de hoje,a tragetória da aviação militar na região.

Aeronaves Todos os modelos quejá pertenceram a BACG retratados pela arte.

Ex-ComandantesHomens que comandaram a BACG e fizeram parte da história da Sentinela Alada.

22 Praça do AviãoMonumento na frente da BACG vira ponto turístico em Campo Grande.

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PREFAERVilas Residenciais proporcionam moradia de qualidade aos mili-tares da BACG.

ESEsquadrão de Saúde propor-ciona o cuidado necessário a militares e seus dependentes.

BINFABatalhão de Infantaria trabalha na formação de novos soldados e na vigilância da OM.

42 Palco de manobrasBoa estrutura, empenho em apoiar, fazem da BACG uma sede ideal para manobras.

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Esquadrão Onça Lançar, suprir e resgatar, eis a tarefe do mais antigo Esquadrão da Base Aérea.

Pelicanos Esquadrão especializado em Busca e Resgate fez seu ninho no coração do Brasil.

Flecha ao ar...Aviação de Caça garante a cons-tante vigilância dos céus da re-gião de fronteira.

32 PARA-SARHomens especializados em Res-gate e Operações Especiais pron-tos para entrar em ação.

34 DTCEAOlhos vigilantes garantes a cober-tura radar e o auxílio aos pilotos em Mato Grosso do Sul.

44 IntegraçãoMilitares da Aeronáutica estão prefeitamente integrados com a população do estado.

48 Banda de MúsicaMúsicos da BACG fazem shows que encantam militares e civis em eventos concorridos.

52 MascoteOnças pintadas foram por dé-cadas o símbolo da Base Aérea de Campo Grande.

54 PinturaPor-do-sol na BACG é um dos espetáculos que a natureza reserva a quem passa por aqui.

56 RetratosImagens que marcaram os 70 anos da Sentinela Alada do Pantanal.

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Ten Brig Ar Nivaldo Luiz RossatoComandante do COMGAR

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Ao completar 70 anos de criação, a Base Aérea de Campo Grande merece ser lembrada pela sua histórica criação e destacada pela sua importância no contexto atual da Força Aérea Brasileira e do país.

É grande a minha satisfação em redigir estas palavras direcionadas a todos os integrantes, de hoje e de ontem, do efetivo da Base Aérea de Campo Grande, enalte-cendo o brilhante e profícuo trabalho evidenciado ao longo de sua existência.

Ao relembrarmos a criação desta Base, nos remetemos a momentos em que a Aviação Militar do então Ministério da Guerra, sentindo a necessidade de dar maior apoio aos aviões que passavam pela região, criou um Núcleo de Destacamento de Aviação em Campo Grande.

Com o crescimento da cidade de Campo Grande e as necessidades de amplia-ções em suas instalações, a Organização foi transferida para o terreno da antiga Fa-zenda Serradinho quando as primeiras aeronaves do Correio Aéreo Militar aventura-vam-se a conduzir o progresso para a Região Pantaneira. Desde então, a Base Aérea de Campo Grande vem oferecendo amplo e irrestrito apoio às Operações Militares Brasileiras.

Com firme propósito à missão que lhe foi conferida, esta Organização tem atu-ado no suporte aos Esquadrões Pelicano, Onça e Flecha, e ao seu mais novo hóspe-de, Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (PARA-SAR) nas atividades de Busca e Salvamento, Transporte, Caça e Combate e Resgate, respectivamente, bem como às Unidades que nela operem de forma desdobrada, fato que, aliado à sua localização estratégica, a configura como uma das mais importantes no cenário operacional da Força Aérea e do Brasil.

Na esfera social, o trabalho de acolhimento aos seus ex-integrantes, à população local e às escolas da região, transmitindo e divulgando os valores de nossa Força, estreita os laços de amizade e aguça a sensibilidade das autoridades locais e da so-ciedade sul-mato-grossense sobre a importância do papel da Aeronáutica na região.

Passadas sete décadas de inestimáveis serviços prestados à Força Aérea e à so-ciedade brasileira, a dedicação e o profissionalismo de seus militares e civis continu-am a fornecer perenidade às honrosas virtudes semeadas desde a sua origem.

Caro efetivo da Base Aérea de Campo Grande:Em nome do Comando-Geral de Operações Aéreas, parabenizo a todos os ho-

mens e mulheres de azul que, ao longo do tempo, ofertaram seu abnegado trabalho para a edificação desta Base Aérea. Estendo meus cumprimentos àqueles que hoje detêm o sagrado dever de mantê-la na trilha dos vencedores e conclamo aos que herdarão este legado a se prepararem, pois um brilhante futuro os aguarda!

Voar, Combater e Vencer!

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Maj Brig do Ar Marcelo Kanitz DamascenoComandante do IV COMAR

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Em suas sete décadas de existência, a Base Aérea de Campo Grande se consolidou como importante unidade de desdobramento e apoio aos bravos militares brasi-leiros. Nascida Núcleo de Destacamento de Aviação em Campo Grande, a BACG abrigou pioneiros do Correio Aé-reo Militar e, já em seus primórdios, foi uma Organização essencial para o cumprimento de missões que levavam alento e progresso ao interior do País. Partiam e chegavam naquela unidade os voos com destino a Corumbá, São Paulo, Três Lagoas, Cuiabá e Paraguai, unindo um povo separado por extensivas áreas.

A Unidade passou por modificações na denominação e na localização e, com a criação do Ministério da Aero-náutica em 1941, passa a ser chamada de Base Aérea de 3ª classe e, em 1944, Base Aérea de Campo Grande. Uma nova sede foi inaugurada em 1945, onde era a antiga Fa-zenda Serradinho, e que possuía a topografia e estrutura ideal para, em caráter definitivo, instalar unidades aéreas de aguerrido valor, como ocorre nos dias atuais.

O Brasil era mais presente no cenário mundial e com isso, a necessidade de defesa e proteção dos cobiçados recursos trouxe aeronaves AT-6 a Campo Grande, empre-

gadasentre 1965 e 1970, após a criação da Esquadrilha de Reconhecimento e Ataque 42 – ERA 42.

Hoje, a Base Aérea de Campo Grande integra a avia-ção de caça, de transporte e busca e salvamento ao sediar três dos Esquadrões mais bem preparados da Aeronáuti-ca: Esquadrão Flecha (3°/3° GAV), Esquadrão Onça (1°/15° GAV) e Esquadrão Pelicano (2°/10° GAV). O Esquadrão Ae-roterrestre de Salvamento – EAS ou PARA-SAR – unidade de elite da Força Aérea fica estrategicamente instalada na BACG, pronta para o combate e resgate a qualquer tempo. A unidade apoia, ainda, o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Campo Grande (DTCEA-CG) e a Prefeitura de Aeronáutica de Campo Grande (PACG).

Essa história, em que estão fincadas as marcas do árduo trabalho de bravos heróis de nossa Força como Eduardo Gomes, Salgado Filho e Casemiro Montenegro, é contada a partir de agora por homens e mulheres que, com suas máquinas que desbravam os céus, envidam es-forços para manter a soberania do Brasil e se fazerem pre-sentes na vida dos brasileiros.

Parabéns à Sentinela Alada do Pantanal!

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Todo comandante, apesar de passar grande parte do seu dia cercado de pessoas, vive alguns períodos de solitária reflexão. Terminado o expediente diário, passados os des-pachos de documentos e o planejamento dos dias e meses subsequentes, sempre existe um momento de solidão, de receio e de dúvida. Não existe nenhum problema nisso. A preocupação faz parte de job description e é preciso obter conclusões suficientes a partir de premissas insuficientes. Comandar é ter que prever o imprevisível. Põe em cheque todas as convicções que se julgava imútáveis e consome quase que a totalidade dos seus recursos físicos, psicológi-cos e espirituais.

Em que pese tudo isso, comandar é a experiência mais de-safiadora e recompensadora que se pode ter. Simplesmente vale a pena. A oportunidade de ver a missão da Organização se concretizar e, ao mesmo tempo, ajudar as pessoas na sua realização profissional é nada menos do que fantástica.

Para mim, quando preciso de iluminação para a resolu-ção de um problema ou simplesmente para buscar conforto pessoal, recorro a um preçe silenciosa a Deus e faço isso em uma caminhada por onde considero minha própria casa: a Base Aérea de Campo Grande.

Saindo do Prédio do Comando, andando à noite pelas alamedas da BACG, observando seus hangares e instalações, as aeronaves no pátio, os soldados de sentinela em seus pos-tos, pergunto-me se o Sargento Manoel Vieira de Almeida poderia imaginar que aquele pequeno Destacamento de Aviação, comandado por ele e tendo como efetivo apenas três soldados, lá nos idos de 1932, viria a se tornar uma das mais importantes Bases Aéreas do país.

Sede de três Unidades Aéreas, uma Unidade Aeroterres-tre e duas Unidades de Aeronáutica, a BACG é o local de tra-balho e o lar de 1500 pessoas.

É impossível não sentir orgulho: a BACG é linda e mesmo tendo servido aqui por quinze anos, ainda fico impressio-nado com a visão de futuro de nossos antecessores. As ruas são largas, os prédios são antigos, de uma estética esparta-na, mas são feitos com um concreto que inspira de beleza e solidez.

As outras Bases que me perdoem, mas a Sentinela Alada do Pantanal é diferente. Cercada de árvores, é comum ver um casal de araras azuis em seu voo cotidiano e tucanos pousados em um galho qualquer. Bichos não faltam mesmo: capivaras, raposas e tamanduás. Na minha casa, por exem-plo, tenho um simpático tatu como vizinho. Claro, existem os danados dos quatis que insistem nos roubar o lixo e , vez por outra, topamos com uma cobra. Paciência.

Tudo isso em pleno século XXI e no meio de uma cidade com quase 1 milhão de habitantes…

Chego à Alameda Santos Dumont e à Praça Central . Sua amplidão não dilui seu significado: tudo que existe na BACG orbita a Bandeira do Brasil e existe com o propósito único de servir nossa Pátria e seus cidadãos.

Vou seguindo pelos mesmos locais por onde passaram gerações e gerações de militares que dedicaram suas vidas

por um ideal: o ideal de uma Força Aérea Brasileira, ou seja, uma força que atua na terceira dimensão, dedicada aos Brasileiros, do presente e do futuro.

Da necessidade de ampliar as rotas do Correio Aéreo Nacional em sua missão de desenvolver o país, ainda em meio à Segunda Guerra Mundial, nossa base foi criada em 21 de agosto de 1944. Ora vejamos! Percebo que a BACG é quase tão antiga quanto a própria FAB!

Fico me indagando como deve ter sido difícil levan-tar uma base aérea literalmente de um “grande campo”, a imensidão da antiga Fazenda Serradinho nos arredores da ainda provinciana cidade de Campo Grande.

Chego próximo ao Portão Principal e ali está uma sen-tinela silenciosa.: uma mangueira tão grande e tão ampla que me impressiono como ela pode, na pressa do dia-a--dia, passar despercebida a todos. Esta árvore magnífica nos cumprimenta e se despede de nós todos os dias nestes setenta anos.

Foi testemunha de nossas maiores alegrias e de nossas mais profundas angústias.

Viu as aeronaves do Esquadrão Onça integrando toda a fronteira oeste, decolando de nossa pista.

Assistiu à chegada do Esquadrão Pelicano e esteve pre-sente em cada uma das missões de busca e salvamento que daqui partiram.

Deu as boas-vindas ao Esquadrão Flecha, que trouxe consigo a Aviação de Caça para a Sentinela Alada do Pan-tanal.

Recebeu o PARA-SAR e seus audazes paraquedistas de resgate.

O crescimento político e econômico do Estado de Ma-togrosso do Sul, o progresso de sua capital, Campo Grande, o desenvolvimento da Aviação Comercial e a relevância estratégica, tornou a BACG um dos polos de investimento para o Comando da Aeronáutica. Nada mais justo seria a criação do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo e da Prefeitura de Aeronáutica, duas importantes Unidades, imprescindíveis para o cumprimento da missão da FAB na região.

“Quod differt carbo et adamas pressus est.”: o que dife-rencia o carvão do diamante é a pressão. Para nós, nenhu-ma citação se aplica melhor do que esta.

A BACG existe para apoiar as unidades aqui sediadas ou que aqui operem temporariamente. Neste sentido, nosso efetivo é insuperável. Os Esquadrões de Intendência, Ma-terial Bélico, Saúde, Infraestrutura, Comando, Suprimento e Manutenção, juntamente com o BINFA, ACI, ASD, SCOAM e ASPAT, estão plenamente vocacionados para a busca da excelência. Para esses militares não existe meio-termo: ou fazem bem feito ou simplesmente não fazem.

É uma honra imensa trabalhar com profissionais tão dedicados. Só faz aumentar minha preocupação e minha responsabilidade.

Ouso pensar que o Cap Av Abel Veríssimo, o primeiro comandante do Destacamento da BACG, também deve ter

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caminhado preocupado por este chão que agora piso. Mas homens como ele perseveraram. E venceram. E é pela con-fiança que depositaram em nós, seus sucessores, que sem-pre consigo encontrar ânimo e motivação.

Terminando minha caminhada, agora mais inspirado, percebo que percorri sete décadas de história em um piscar de olhos. O tempo passa muito rápido e não se pode deixar de agir, de deixar sua contribuição, por menor que seja, no

ideal que a BACG representa.Este ideal, que completa setenta anos este ano, não foi

feito de prédios, aeronaves e equipamentos. Foi edificado pela força de vontade de homens e mulheres que, apesar das dificuldades, acreditavam e ainda acreditam no seu tra-balho. Deus reservou para mim, passados tantos anos de serviço, o privilégio de suceder, viver e trabalhar com pesso-as tão especiais.

Parabéns, Sentinela Alada!

Cel Av Potiguara Vieira CamposComandante da BACG

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Os primórdios da atual Base Aérea de Campo Grande (BACG) têm início em maio de 1932, quando foi perce-bida pela Aviação Militar, do então Ministério da Guerra, a necessidade de criação de um Núcleo de Destaca-mento de Aviação em Campo Grande, para proporcionar o apoio necessário às suas aeronaves que por aqui passa-vam naquela época.

Aprovada a sua criação, a nova Or-ganização recebeu a denominação de Núcleo de Destacamento de Campo Grande, como um segmento do 2° Reg-imento de Aviação, que era subordina-do à 9ª Região Militar, com um efetivo inicial constituído por um sargento e três praças.

A primeira pista do Destacamen-to, com 600 metros de extensão e 60 metros de largura, localizava-se nas proximidades do atual Cemitério de Santo Amaro, porém, em 1933, outra

pista de 1.400 metros de comprimento por 100 metros de largura foi construí-da no mesmo local, pela 2ª Cia do 6o Batalhão de Engenharia do Exército, localizado em Aquidauana, no sentido

Norte-Sul, para adequar-se aos fortes ventos predominantes.

Já em 10 de março de 1934, o De-stacamento passou a ser comandado por um Oficial, sendo designado o seu primeiro comandante o 1° Tenente Aviador Engenheiro Hortêncio Pereira de Brito, que deu início à realização da primeira linha do Correio Aéreo de Fronteira, que atendia o limite Sul do então estado de Mato Grosso, utilizan-do-se de três aeronaves do tipo Waco CSO.

O Tenente Hortêncio, já tendo sido transferido para o Rio de Janeiro, foi o primeiro aviador brasileiro a fazer uma linha internacional do Correio Aéreo Militar, partindo de Campo Grande em 21 de janeiro de 1936 em uma aeronave Waco Cabine, com destino a Assunção no Paraguai, levando como observador o 2° Tenente Aviador Tíndaro Pereira Dias, que havia assumido o comando

HISTÓRIA A Base Aérea de Campo Grande nasceu em 1932 para atender uma aviação que crescia na região

O monumento em frente a BACG, nos anos 60, já era uma das atrações turística da cidade

Sentinela Alada do Pantanal

Tenente Hortêncio Pereira

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No alto uma esquadrilha de aviões T6 com um Douglas C-47 sobrevoan-do Campo Grande na década de 50. Acima, turma de soldados fazendo o Juramento à Bandeira Nacional e o sobrevoo dos aviões da ERA-42 nos céus da região.Ao lado, a construção do Prédio do Comando, na década de 40, quando o fazenda Serradilho foi adquirida para a cosntrução da Base Aérea de Campo Grande.

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do Destacamento de Campo Grande em 29 de abril de 1935.

A denominação do Destacamento de Campo Grande foi modificada, em 1 de junho de 1939, para 3°/2° Regimento de Aviação. Em 17 de janeiro de 1940 o nome mudou para 8° Corpo de Base Aérea. Em 26 de fevereiro de 1940, o comando foi assumido pelo Capitão Aviador Abél Veríssimo de Azambuja, um dos pioneiros do Correio Aéreo Militar.

O crescimento da cidade de Cam-po Grande e as necessidades de am-pliações nas instalações da Unidade fizeram com que, em março de 1940, fosse adquirida pelo Exército a Fazen-da Serradinho, mais afastada do centro da cidade e com a topografia ideal pa-ra as futuras instalações da Unidade, desta vez em caráter definitivo e que permanecem até a atualidade.

Com a criação do Ministério da Aeronáutica, em 20 de janeiro de 1941, o 8° Corpo de Base foi desligado da 9a Região Militar, passando a ser classi-ficado como Base Aérea de 3ª Classe, de acordo com a organização inicial do novo Ministério.

O Decreto-Lei n° 3762, de 25 de outubro de 1941, estabelece que o Território Nacional f ica dividido em cinco Zonas Aéreas, a fim de facilitar a administração das atividades do Ministério da Aeronáutica em suas áreas de jurisdição. Assim, o então Es-tado de Mato Grosso constituiu a 5ª Zo-na Aérea e a cidade de Campo Grande foi designada para a sua sede, sob o comando do Brigadeiro-do-Ar Gervá-sio Duncan de Lima Rodrigues.

Posteriormente, a 5 de março de 1942, em atendimento à reorgani-zação da divisão do Território Nacio-nal em Zonas Aéreas, o Estado de São Paulo passou a constituir, junto com o de Mato Grosso, a 4ª Zona Aérea, com sua sede em São Paulo. O Comando da 5ª Zona Aérea, agora composta pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, foi transferido para Porto Alegre (RS).

Paralelamente, eram iniciadas as obras da nova Base Aérea na Fazenda Serradinho, que foram concluídas no fi-nal de 1944. Em decorrência de ajustes na estrutura do Ministério da Aeronáu-tica, os Corpos de Bases Aéreas foram extintos pelo Decreto-Lei n° 6.365, de 23 de março de 1944, acarretando a desativação do 8° Corpo de Base de

Campo Grande, sendo que pelo Decre-to no 6.814, de 21 de agosto de 1944, era criada oficialmente a Base Aérea de Campo Grande, já de acordo com essa nova estruturação. Finalmente, em 19 de abril de 1945, com a presença do Ministro da Aeronáutica Dr. Joaquim Pedro Salgado Filho, era inaugurada a nova sede da Unidade, com a classifi-cação provisória de Destacamento de Base Aérea de Campo Grande.

Até o ano de 1965, o Destacamen-to de BACG permaneceu como uma Unidade de apoio às linhas do Correio Aéreo Nacional e a eventuais deslo-camentos e manobras de Unidades Operacionais da Força Aérea Brasile-ira em manobras ou em missões de treinamento.

Em decorrência das necessidades de segurança interna do País, foi cri-ada em Campo Grande, pela Portaria

Os militares da Força Aérea sempre estiveram presentes nos momentos importantes de Campo Grande, como nos desfiles cívico-militares na cidade.Abaixo, um C-47 Douglas em exposição durante um evento na Base Aérea nos anos 50

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As construções da atual Base Aérea de Campo Grande, na fazenda Serradinho, começaram a tomar forma nos anos 40

Prédio do Comando, na década de 70, com sua bela arquitetura. Ao fundo caças F-5 e os versáteis C-130 Hércules

150/GM3, de 22 de outubro de 1965, a Esquadrilha de Reconhecimento e Ataque 42 - ERA-42, equipada com aeronaves North American AT-6 e com a incumbência de ser empregada em missões específicas de cooperação na manutenção da segurança interna, sendo o seu primeiro Comandante o 1° Tenente Aviador Raul Galbarro Vianna.

A ERA-42 permaneceu operando em Campo Grande até 11 de maio de

1970. Em conseqüência da evolução ocorrida na estrutura de tais Unidades, passou a compor, juntamente com a ERA-51, esta sediada em Canoas (RS), o 1° Esquadrão de Reconhecimento e Ataque - 1° ERA, com sede na Base Aérea de Canoas, encerrando, assim, a sua gloriosa passagem pela BACG.

Finalmente, pelo Decreto 67.204, de 15 de setembro de 1970, a Base Aérea de Campo Grande era oficialmente

ativada, com a conseqüente desa-tivação do Destacamento da BACG, sendo subordinada ao então Núcleo da Força Aérea de Transporte Aéreo, que atualmente é a Quinta Força Aérea – V FAE. A partir de 25 de março de 1980, a BACG passou a subordinar-se ao Quarto Comando Aéreo Regional IV COMAR, sediado na cidade de São Paulo, situação esta que permanece até a atualidade.

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A história da aviação contada pela arte

WACO CPF-5 - 1934 a 1940WACO CSO - 1936 a 1940

WACO CJC - 1938 a 1941

WACO EGC-7 - 1939 a 1941

CURTISS WRIGHT CW-16 - 1939 a 1942 NOORDUYN UC-64A - 1944 a 1954 NORTH AMERICAN AT-6 - 1948 a 1970

BEECHCRAFT UC-43 - 1943 a 1954 VULTUEE BT-15 - 1946 a 1957

FAIRCHILD W-24 - 1942 a 1944 CORSAIR F-65B - 1944 a 1946

A BACG conta com um acervo de 22 quadros que retratam a aviação militar na região, desde a década de 30 aos dias atuais

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A história da aviação contada pela arteOs aviões são as estrelas de qualquer organização da

Força Aérea. Nestas duas páginas estão algumas das máquinas que já pertenceram a Base Aérea de Cam-

po Grande. Do primeiro Waco CSO, que chegou ao então Destacamamento de Aviação de Campo Grande, em 1934, ao Seneca II U-7, que deixou a BACG em 1994, passando pelos saudosos North American T-6, pertencente a ERA-42, o North American B-25, muito utilizado durante a II Guerra Mundial, o Douglas C-47, que ajudou a desbravar os rincões do Brasil, retratados com incrível precisão de detalhes pelo Suboficial Anaias. Essas obras de arte fazem parte do acer-vo histórico da Organização e decoram diversas salas no Prédio do Comando. Em ocasiões especiais, elas formam um painel para visitação, sempre atraindo muitos olhares e encantando aqueles que gostam da aviação.

NEIVA U-42 - 1970 até a atualidade

NEIVA T-25 - 1974 até a atualidade

BEECHCRAFT U-45T - 1976

EMBRAER 110 C-95 - 1976 a 1981

EMBRAER 810 SENECA - 1981 a 1994BEECHCRAFT AT-7 - 1950 a 1968 NEIVA P-56C - 1963 a 1964

BEECHCRAFT C-45 - 1970 a 1976 DOUGLAS C-47 - 1962 a 1969

NORTH AMERICAN B-25J - 1958 a 1964NORTH MERICAN T-6D - 1966 a 1970

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Galeria dos Ex-Comandantes da Sentinela Alada do Pantanal

Sgt BMA Manuel Vieira de ALMEIDA

Mar 1933 a Mar 1934

1° Ten Av HORTÊNCIO Pereira de Brito

Mar 1934 a Mai 1935

2° Ten Av TINDARO Perei-ra Dias

Mai 1935 a Jul 1938

2° Ten Av SILAS Cerqueira Leite

Jul 1938 a Fev 1940

Maj Av Abél Veríssimo de AZAMBUJA

Set 1940 a Set 1944

Cap Av Ormuzd Rodri-gues da CUNHA LIMA Set 1944 a Out 1945

Maj Av Y JUCA PIRAMA de Almeida

Dez 1945 a Ago 1946

Maj Av OVIDIO Gomes Pinto

Nov 1946 a Jun 1948

Maj Av José ANNESJun 1948 a Jan 1951

Maj Av Alberto MURAD Jan 1951 a Mar 1953

Maj Av FIRMINO Ayres de Araujo

Mar 1953 a Maio 1955

Maj Av AGENOR de Figueiredo

Mai 1955 a Dez 1957

Ten Cel Av Ary Sayão CALDEIRA Bastos Filho

Jan 1958 a Jan 1961

Maj Av Aloisio LONTRA Neto

Mar 1961 a Jan 1963

Ten Cel Av ODAIR Fernan-des Aguiar

Jan 1963 a Abr 1964

Ten Cel Av NIEL Vaz Corrêa

Jun 1964 a Mar 1967

Ten Cel Av Darcy Ferreira de MELO

Mar 1967 a Abr 1969

Ten Cel Av Luiz de Gonza-ga LOPES

Abr 1969 a Out 1970

Cel Av Agostinho Cesar Perlingeiro PERISSE

Jan 1971 a Dez 1972

Cel Av José Helio MACE-DO Carvalho

Dez 1972 a Set 1974

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Galeria dos Ex-Comandantes da Sentinela Alada do Pantanal

Cel Av Octavio Luiz TUDE de Souza

Out 1974 a Fev 1977

Cel Av Fernando Silveira FRIAS

Fev 1977 a Fev 1979

Cel Av Carlos KASEMO-DEL Filho

Jan 1979 a Jan 1981

Cel Av Pedro CELESTINO Angelo de Oliveira

Jan 1981 a Jan 1983

Cel Av EDSON Carvalho Alves

Jan 1983 a Jan 1985

Cel Av Joel TANGJan 1985 a Dez 1986.

Cel Av Manoel Victor SCHUBNELL Rezende de

Lima - Dez 1986 a Jan 1989

Cel Av Carlos Alberto MARQUES

Jan 1989 a Jan 1991

Cel Av Alberto PIRES da Silva Junior

Jan 1991 a JAN 1993

Cel Av Eurico de ANDRA-DE NEVES Neto

Jan 1993 a Jan 1995

Cel Av Sergio Araujo GARABINI

Jan 1995 a Jan 1997

Cel Av Robson Ferreira IGREJA

Jan 1997 a Jan 1999

Cel Av Aparecido CAMA-ZANO Alamino

Jan 1999 a Jan 2001

Cel Av Jorge Eduardo RETORE

Jan 2001 a Fev 2003

Cel Av Ademilton TENO-RIO de AlbuquerqueJan 2003 a Jan 2005

Cel Av BRENO Santos Jan 2005 a Jan 2007

Cel Av Maximo BALLATO-RE Holland

Jan 2007 a Jan 2009

Cel Av Reynaldo Pereira ALFARONE Junior

Jan 2009 a Jan 2011

Cel Av John Kennedy Greiffo da Justa MENES-

CAL - Jan 2011 a Jan 2013

Cel Av Flávio Eduardo MENDONÇA Tarraf

Jan 2013 a Dez 2013

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A importância de preservar e res-gatar a história de cada Organização Militar sempre foi uma preocupação da Força Aérea Brasileira. Desde 18 de ou-tubro de 1999, a Base Aérea de Campo Grande expõe diversos objetos antigos da aviação brasileira, como bússolas, selos e utensílios de guerra, materiais que fizeram parte da construção dos prédios, além de livros com registros dos fatos mais marcantes, fotos dos ex-comandantes, entre outros, em sua Sala Histórica. Inaugurada há aproxi-madamente 15 anos, período em que o Coronel Aparecido Camazano Alamino era o comandante da Base e até os tem-pos atuais, mais de 20.000 pessoas já puderam visitá-la, entre estas, crianças de diversas Escolas Municipais, Estadu-ais e Particulares da Capital e do Inte-

rior do Estado, como também, grupos de idosos da cidade e algumas perso-nalidades.

Nos primeiros anos de existência da Sala Histórica havia uma escala de “Historiador de Dia”, cargo ocupado por militares da reserva, antigos servido-res da BACG, como: Coronel Eromides, os Tenentes-Coronéis Leite, Santana e Costa Pereira, Major Ulisses, os Capi-tães Ruiz e Joba e o Tenente Arany que se dispunham, de maneira voluntária e com muita simpatia, a recontar a história e reviver a bonita trajetória da aviação, nesta região. Essa turma contribuía para prestar informações e ajudar jovens em pesquisas escolares, promovendo in-tegração do pessoal da reserva com os diversos públicos, proporcionando um saudável convívio entre gerações. Hoje

a Sala Histórica conta com o Suboficial Carlos Alberto de Carvalho, especial-mente designado para prestar serviço como coordenador da mesma, além de guia dos visitantes à Base.

Dentre os artigos mais interessantes que fazem parte do acervo desta Sala, está um tijolo utilizado na construção do prédio do comando da BACG na década de 40, fabricado na própria ola-ria que aqui funcionava. Outro objeto marcante é uma caixa que contém os fragmentos da aeronave C-115 Bufalo que em 18 de setembro de 1974 caiu, levando a óbito os comandantes da 9° Região Militar e da 4° Divisão de Cava-laria do Exército, além de 6 militares da Força Aérea, incluindo o comandante da BACG daquele ano, José Célio Mace-do de Carvalho.

SALA HISTÓRICA Fotos, ilustrações e objetos contam a trajetória da Sentinale Alada do Pantanal na região

A memória da Base Aérea

Todos os anos milhares de visitantes passam pela Sala Histórica da BACG, onde são recebidas pelo “Historiador de Dia”

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A memória da Base Aérea

Dos 74 anos do Suboficial Carlos Al-berto Silva, 56 foram dedicados a Força Aérea Brasileira. Atualmente trabalhando como encarregado da Sala Histórica da BACG, tem uma longa trajetória nas filei-ras da Aeronáutica. Sua vida militar co-meçou em 1958, quando alistou-se como soldado no Quartel General da Terceira Força Aérea (hoje Terceiro COMAR). Em 1961 foi promovido a Cabo Escrevente, atuando também como corneteiro. A vo-cação para a música o levou a conseguir a aprovação no concurso para sargentos.

Em 1981, após passar pela Banda de Música de Natal (RN) e pela Banda da Es-cola de Especialistas de Arenaútica, che-gou a Campo Grande em março de 1981, onde permanece até hoje. Em 1994, com mais de 35 anos de serviço, foi para a reserva remunerada. Sua ligação com A FAB não terminou. Mesmo na reserva, ainda participava das solenidades como desfile de 7 de Setembro, aniversário da BACG, entre outras.

No ano de 2003, voltou a integrar o Base Aérea no quadro de "Prestação de Serviço e Tarefa por Tempo Certo", PST-TC. Além de cuidar da Sala Histórica, re-cebendo os milhares de visitantes que

anualmente comparecem a Organização Militar, ainda participa das Cerimônias Militares como locutor. "Tenho ainda dois anos para continuar aqui na Base Aérea.

Sinto que cumpri com o meu dever e o amor pela Aeronáutica e pelo Brasil ain-da continuarão sempre comigo", afirma o SO Carlos Alberto.

Uma vida dedicada ao Pai da AviaçãoO amor a aviação e a admiração ao

homem que tornou possível o sonho de voar em um aparelho mais pesado que o ar, Alberto Santos-Dumont, move a vida do simpático e abnegado Oltair Pires de Araújo, que se apresenta como sózia do "Pai da Aviação". Em diversos eventos da Base Aérea, ele veste seu chapéu panamá amassado, o terno de gola alta, em comple-to alinho, e desfila como se fosse o próprio Santos-Dumont. Mesmo que as semelhan-ças não sejam tão grandes, a vontade com que ele faz isso encanta a todos. Boa parte de seus xx anos de vida foi dedicada a reu-nir objetos, livros, fotos e desenhos que re-metem ao ilustre brasileiro. O material já foi exposto em escolas e até num museu que "seu Oltair" tenta colocar em funcionamen-to. "Não tenho como descrever o respeito e a admiração que tenho por Santos-Du-mont. Enquanto tiver vida, lutarei para pre-servar e divulgar os feitos desse grande ho-mem que tanto orgulha a nós brasileiros", afirma Oltair.

SO Carlos Alberto dedica seu tempo hoje a locução de alguns eventos da Base

Oltair Pires, vestido a caráter, participa de solenidade na Base Aérea

Nas fileiras da FAB há 56 anos

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A cidade de Campo Grande conta com dezenas de monumentos, alguns carregados de muita história e outros mais contempo-râneos. Podemos destacar a Mora-da dos Baís , na Avenida Afonso Pena, que guar-da diversos docu-mentos e objetos dos pr imórdios da C ap it a l , e a Praça das Araras, que cont a com t r ê s e s c u l t u r a s gigantes das aves que dão nome ao lugar e que são m u i t o c o m u n s n o P a n t a n a l e a t é n a c i d a d e . Outro que chama a atenção fica na entrada da Base

Aérea de Campo Grande. A “Praça do Avião” ou “Monumento do Aviador”, como é comumente chamado, simbo-

liza a aviação militar na região.Com 25 metros de diâmetro, tem

em destaque um avião T- 6 Nor th A m e r i c a n , o mesmo utiliza-d o p e l a Fo rç a Aérea Brasilei -ra durante a I I Grande Guerra M u n d i a l , n o s céus da Itália.

P o n t o d e referência pa -ra quem passa p e l a A v e n i -d a D u q u e d e C a x i a s , a i n d a é o cartão pos-t a l d a B A C G . N o N a t a l , o T- 6 f i c a t o d o enfeitado com luzes e encanta a q u e m p a s s a pelo local.

O Monumento ao Aviador, ou simplesmente Praça do Avião, com um T-6 em destaque, é bastante visitado por quem vem a cidade

Em dezembro a Base Aérea entra no clima do Natal e a Praça fica enfeitada com luzes

Praça do Avião é atração turística

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O Monumento do Avião C-115 Buffa-lo, que foi inaugurado na Base Aérea de Campo Grande no dia 13 de setembro de 2013, tem forte ligação com a histó-ria da Organização Militar. A aeronave, que se tornou monumento, pertenceu ao 1º/15º Grupo de Aviação nas déca-das de 70 e 80 e voou mais de 20.000 horas, percorreu cerca de 9 milhões de quilômetros, transportou mais de 10 mil toneladas de carga , além de 70.000 pas-sageiros entre civis e militares. O Buffalo foi totalmente restaurado, procurando manter o máximo de sua originalidade.

O pedido de se ter imortalizado na BACG um exemplar desse épico vetor, que voou nas asas da FAB até o ano de 2007, iniciou-se com um oficício assi-nado pelo então Comandante da Base no ano de 2010, Cel Av Reinaldo Pereira Alfarone. Sua chegada a Campo Grande foi realizada por meio de uma missão terrestre, partindo do Parque de Mate-rial Aeronáutico de São Paulo, PAMA-SP, no dia 17 de outubro de 2012. Para o translado da aeronave até a BACG foram necessárias duas carretas e um carro de apoio, sendo realizados dois pernoites no caminho de mais 1000 quilômetros que separam São Paulo da cidade mo-rena.

Um pássaro chamado Tatanka A primeira visita oficial ao monu-

mento aconteceu no dia 19 de se-tembro de 2013, quando 30 alunos da Escola Municipal Juscelino Ferreira Guimarães, de Paraíso das Águas, no interior de Mato Grosso do Sul, estive-ram em Campo Grande. “Foi muito im-portante para nossos alunos conhece-rem parte da história deste avião e da própria Força Aérea”, disse o professor Joelton Ferreira de Abreu, que acom-panhou a visita. O Suboficial BMA Leni-valdo Dias da Costa, hoje integrante do 1º/15º Grupo de Aviação, contou para os alunos sua experiência no Buffalo. “Voamos para locais afastados, levan-do todo o tipo de carga para ajudar as pessoas que moravam em lugares pra-ticamente isolados de nosso Brasil. Esse avião era chamado de ´tatanka´ pelos índios, o que quer dizer búfalo. As asas dessa fantástica máquina ajudaram no desenvolvimento de nosso País, princi-palmente a região Norte”, disse emocio-nado o Suboficial Dias.

O Buffalo viajou mais de mil quilômetros para chegar à BACG, onde foi montado novamente. Abaixo, o SO Dias conta histórias do tempo em que o “Tatanka” voava na Amazônia

Praça do Avião é atração turística

Buffalo ganha destaque na BACG

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Uma das maiores razões de existir de uma Base Aérea são as unidades que ela abriga. Apoiar os esquadrões de voo com uma estrutura administrativa bem organizada, instalações adequadas - sempre em constante crescimento - e dar suporte ao militar e sua família, com um hospital moderno e bem equipado, uma vila residencial com casas amplas, ruas bem cuidadas e uma completa estrutura de lazer, tem sido uma das metas da Base Aérea de Campo Grande desde sua criação.

Atualmente, a BACG sedia três importantes Esquadrões Aéreos: o 1º/15º GAV, Esquadrão Onça, responsável pelas missões de transporte e apoio ao Exército Brasileiro nos seus mais distantes destacamentos da fronteira Oeste do País; 2º/10º GAV, o Esquadrão Pelicano, especializado nas missões de busca e resgate, atuando em todo o Brasil na nobre tarefa de salvar vidas; e o 3º/3º GAV, Esquadrão Flecha, o mais recente integrante da BACG e que tem a atribuição de vigiar nosso espaço aéreo com suas modernas aeronaves A-29 e pilotos bem treinados. Além desses, o PARA-SAR também está sediado, desde 2010, na Sentinela Alada do Pantanal, com seus homens treinados em Operações Especiais e Resgate.

Nas próximas páginas, está um pouco da vida e das missões dessas importantes Unidades da Força Aérea que fizeram seu ninho na Base Aérea de Campo Grande.

Os Esquadrões da BACGOPERACIONALIDADE Onças, Pelicanos, Flechas e Pastores fizeram seus ninhos em Campo Grande

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OPERACIONALIDADE Onças, Pelicanos, Flechas e Pastores fizeram seus ninhos em Campo Grande

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Das três Unidades Aéreas sediadas atualmente na BACG, o 1°/15° Grupo de Aviação, conhecido como Esqua-drão Onça, é a mais antiga, tendo sido criada pelo Decreto 22802 de 24 mar-ço de 1947 e ativada pela Portaria. nº 64 GM 7 de 17 de setembro de 1970. A criação do Esquadrão nasceu da ne-cessidade de aumentar a integração e o suporte da região Centro-Oeste. Inicialmente o Esquadrão foi equipa-do com aviões C-115 Buffalo, impor-tantes aeronaves que ficaram em uso até 1980, quando foram substituídas pelos C-95 Bandeirantes.

Nos dez primeiros anos de ativação, as aeronaves C-115 voaram mais de 20.000 horas, percorrendo cerca de 9 milhões de quilômetros, transportan-do mais de 10 mil toneladas de carga, além de 70.000 passageiros entre civis e militares. A partir de 1981, com a de-sativação dos Buffalos da Unidade e a implementação do C-95, ou “Pequeno Notável”, como era conhecido, o 1º/15º GAV voou 28.795 horas percorrendo cerca de 10.608.680 Km, transportan-do 1.883.305 Kg de carga, 63.469 pas-sageiros civis e militares e lançou mais de 481 mil paraquedistas.

Em 2008 os audazes Bandeirantes foram substituídos pelos modernos C-105 Amazonas, cargueiro tático mi-litar de origem espanhola com tecno-logia de ponta, aviônica moderna e recursos de autodefesa de última ge-ração, que opera até os dias de hoje na Unidade. Em novembro de 2009 o 1º/15º GAV recebeu o C-98 Caravan. Com uma aviônica moderna e confi-ável a aeronave realiza o transporte leve, com missões de ligação e apoio.

O 1º/15º Grupo de Aviação é subor-dinado operacionalmente à V Força Aérea, sediada no Campo dos Afonsos, na cidade do Rio de Janeiro – RJ. Des-de a sua criação em 1970, o Esquadrão Onça sempre esteve sediado na Base Aérea de Campo Grande, a qual é su-bordinado administrativamente.

Momentos OnçaO Onça realiza missões das mais va-

riadas, desde o apoio às tropas da fron-teira, com o C-98, garantindo o apoio nas regiões de fronteira entre o Brasil, Bolívia e Paraguai, até o lançamento de

paraquedistas e cargas com o C-105 e apoio em ações cívico-sociais. Periodi-camente o Esquadrão é deslocado para atender, na Região Oeste e Norte, aos destacamentos de fronteira do Exército e da Marinha.

Entre as inúmeras missões em que o Esquadrão Onça teve fundamental par-ticipação, podemos destacar algumas de relevante importância para o País, como na construção da Transamazô-nica, transportando óleo diesel, peças, comida e pessoal, além de apoio ao tra-balho de cartografia do Rio Paraná e so-corro às vítimas de diversas enchentes,

em Santa Catarina, por exemplo.Das missões mais recentes, vale lem-

brar o apoio dado às vítimas da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), em janeiro de 2013, ocasião em que foi montada a maior UTI aérea do país, no interior dos Amazonas do Esquadrão Onça, com sete macas a bordo, realizando o trans-porte rápido dos feridos até Canoas, para que eles pudessem ter o atendi-mento médico compatível com a gravi-dade da situação. Ao todo foram trans-portadas 25 vítimas em estado grave. Já na missão da ÁGATA 8, Operação do governo de patrulhamento intenso das

Lançar, suprir, resgatar... Onça !

Em uma das muitas missões do Esauqdrão Onça, o C-105 Amazonas é carregado com donativos para atender a desabrigados pelas cheias na região de Santa Catarina

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fronteiras nacionais, foram transporta-dos a bordo também de um C-105, 32 militares da 18º Brigada de Infantaria do Exército para Corumbá. O objetivo era o patrulhamento noturno contra ações de tráfico ilícito na região, de tal forma que a chegada até o local de desem-barque foi realizado de madrugada, em navegação a baixa altura e com a aero-nave sem qualquer iluminação ligada, operando com óculos de visão noturna (NVG) para aumentar a furtividade e o elemento surpresa da missão. Ainda, pode-se citar o apoio à visita do Papa Francisco na última Jornada Mundial da

Juventude, no Rio de Janeiro, em julho de 2013 e o transporte de militares que colaboraram na segurança da Copa das Confederações.

Sendo a única Unidade Aérea de transporte da região Oeste do País, o Esquadrão Onça também desempenha importante papel social. Dentre as inú-meras missões executadas, destacou-se o auxílio na construção de três cidades na região Norte de Mato Grosso, na década de 70: Vera, Sinop e Aripuanã, transportando desde casas pré-fabrica-das até gado nos aviões C-115 Buffalo. As condições de voo na época colocavam à

prova a habilidade das tripulações. Na cidade de Aripuanã, por exemplo, os pi-lotos identificavam o local devido à né-voa de uma cachoeira alta, existente nas proximidades.

Em sua missão, o Esquadrão Onça apóia os deslocamentos de pessoal e material aos pontos mais remotos, mui-tas vezes isolados e sem estrutura, da região Centro-Oeste, sendo um vetor fundamental no suporte às Unidades de fronteira da Marinha e do Exército Brasileiros, unindo suas forças, inte-grando e desenvolvendo a região e o Brasil.

Lançar, suprir, resgatar... Onça !

Em uma das muitas missões do Esauqdrão Onça, o C-105 Amazonas é carregado com donativos para atender a desabrigados pelas cheias na região de Santa Catarina C-98 Caravan é uma das aeronaves usadas pelo Onça

C-105 lançando paraquedistas em Campo Grande

Vítimas do incêndio da Boate Kiss em UTI dentro do C-105

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Um dos mais emblemáticos esqua-drões da Força Aérea é sem dúvida o 2º/10º GAV. Com a nobre missão de sal-var vidas, o Esquadrão Pelicano, como é conhecida a Unidade, escolheu a Base Aérea de Campo Grande para fazer seu ninho.

Histórias emocionantes para ilus-trar a trajetória do Esquadrão Pelicano não faltam e cada um de seus integran-tes têm inúmeras missões que ficarão marcadas para toda a vida como, por exemplo, o resgate do Boeing-737, mais conhecido como “Gol 1907”, que caiu ao sul do Pará, numa região de mata fecha-da e de difícil acesso. Naquela ocasião nenhum dos 154 passageiros saiu com vida e o resgate dos corpos se arrastou por quase um mês. Muito trabalho e

muitas emoções.E as atividades não param no Esqua-

drão. Uma das mais recentes missões de resgate contou com o auxílio da tecno-logia para que pudesse ser cumprida.

 O acidente e resgate

  No dia 25 de janeiro de 2014 o Es-quadrão resgatou um homem vítima de picada de cobra na Fazenda Uval, a 390 km de Campo Grande. Foi utilizado o recurso dos óculos de visão noturna, ou Night Vision Googles (NVG). Esses óculos especiais amplificam emissões de luz tornando possível “enxergar” du-rante a noite e realizar um voo seguro. O cumprimento missão só foi possível

graças à essa tecnologia, pois a vítima de 42 anos corria risco de morte se não fosse tratada a tempo. O helicóptero H-1H, carinhosamente chamado de “Sa-pão”, comandado pelo Tenente Garcia decolou às 21h e pousou na fazenda às 23h15min.

Devido à urgência do caso, o pacien-te foi tratado em pleno voo pelo Capitão Médico Mauro Pascale, durante o trasla-do até o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Cuiabá, onde a aeronave pousou às 00h35min e a víti-ma pode ser atendida.

O orgulho e satisfação de servir nes-se Esquadrão reflete no excelente pre-paro e cumprimento do dever das tripu-lações.

Por uma vida a ordem é lutarHelicóptero U-1H do Esquadrão Pelicano sobrevoa o local da queda do Boeing 1907 da Gol, que vitimou 154 pessoas

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O Esquadrão Pelicano foi criado em 6 de dezembro de 1957 na Base aérea de Cumbica, em São Paulo (SP). Em 1972 foi transferido para a Base Aérea de Flo-rianópolis (SC) e em 20 de outubro de 1980, mudou-se para a Base Aérea de Campo Grande, sua atual sede.

Responsável por buscas e salvamen-tos em todo o Brasil e até em alguns pa-íses vizinhos, chegam às mais distantes localidades brasileiras num espaço de tempo reduzido, devido a essa localiza-ção estratégica em Mato Grosso do Sul, região central do País. É este esquadrão que responde ao Alerta SAR (Search and Rescue) Brasil e é considerado um dos mais importantes da Força Aérea Brasi-leira. Ao longo de sua existência, parti-cipou de mais de 3 mil operações reais, voando mais de 155 mil horas e resga-tando mais de 6 mil pessoas.

O esquadrão age como forma de su-porte a todas as operações da FAB, bem como resgatando aeronaves civis, mili-tares, navios e embarcações. Contando atualmente com duas aeronaves SC-105 Amazonas SAR e dez helicópteros H-1H equipados para atender a qualquer situ-ação de emergência na terra ou no mar, mecânicos, observadores, pilotos entre outros profissionais, estão prontos para decolar a qualquer momento.

Os Pelicanos mantém 24 horas por dia, durante todo o ano, uma equipe de prontidão: um avião SC-105 Amazonas SAR, especialmente equipado para mis-sões de busca, e um helicóptero H-1H para resgates, prontos para decolar, qualquer que seja a hora ou destino. As missões de busca geralmente são reali-zadas pelos tripulantes dos Amazonas. Mais rápida que o helicóptero, a aerona-ve alcança os mais distantes pontos do País em poucas horas. Porém, muitas ve-zes a base do helicóptero de resgate en-contra-se distante do local do acidente e como o pouso do avião exige pista, o pa-pel do pára-quedista nessas circunstân-cias torna-se fundamental, representan-do a diferença entre a vida e a morte de uma vítima de acidente aeronáutico ou o socorro imediato a náufragos em pe-rigo - os homens de resgate podem ser lançados a partir de uma aeronave de busca, agilizando assim, o atendimento aos sobreviventes.

O Pelicano também participa de ações humanitárias. São feitas mis-sões de socorro, remoções de emer-

gência de pacientes em estado grave para centros de maiores recursos mé-dicos, atendimentos médicos, apoios em caso de catástrofes naturais, entre várias campanhas sociais (incluindo a campanha anual de multivacinação em toda região do Pantanal e Ama-zônia), buscando sempre o apoio à população civil. A vantagem está na

versatilidade dos profissionais que, após intenso treinamento, estão aptos para chegar a lugares de difícil aces-so. A contribuição social da equipe é essencial e as missões são solicitadas pelo Governo Federal. E quando nos perguntam porque fazemos isso, dize-mos que fazemos isso....

“Para que outros possam viver”.

Para que outros possam viver

Médico carrega menino picado por cobra no Pantanal para ser levado ao hospital

Recém-nascido é resgatado de acidente aéreo com a ajuda do helicóptero

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Flecha ao ar.... à caça Brasil!Desde os anos 70 já era comentada,

nos diversos escalões operacionais da Força Aérea, a necessidade do estabe-lecimento de uma unidade aérea que pudesse efetuar a vigilância e o policia-mento do espaço aéreo, continuamen-te, nas fronteiras centro-ocidentais do Brasil. Pela localização geográfica e pela infra-estrutura existente, a Base Aérea de Campo Grande seria o local mais adequa-do para centralizar as operações desse novo esquadrão.

No ano de 1995, a 2ª ELO - Esquadri-lha de Ligação e Observação -, até então sediada na Base Aérea Naval de São Pe-dro da Aldeia, é transferida para a Base Aérea de Santa Cruz, e passa a operar em maior contato com as unidades aéreas do COMGAR, principalmente com aque-las operadoras de AT-27.

Pioneira e experiente na utilização operacional dos AT-27, desde 1986, a 2ª ELO intensifica seus voos de treinamen-to em missões da extinta Aviação de Ataque e, juntamente com o 1º/5º GAV e os outros “terceiros”, define uma dou-trina de formação e de operação muito próxima da utilizada pelas unidades da Aviação de Caça.

Com o início do funcionamento dos radares de detecção do SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia) e com a rea-lização de operações de defesa aérea nas fronteiras ocidentais do Brasil, verificou--se que o tráfego ilícito na região da trípli-ce fronteira, Brasil, Paraguai e Argentina, era maior que o esperado. Em virtude disto, era necessário estabelecer um pla-no de recebimento das aeronaves ALX - os A-29 - projeto em desenvolvimento pela Embraer, que trouxe novos con-ceitos e a opção de uma aeronave mais versátil para o cumprimento das missões atribuídas às unidades de caça operado-ras de AT-27.

Estudos de alto-comando definiram, no decorrer de 2001 e de 2002, mudan-ças que visavam harmonizar o quadro complexo que se formara. Assim, a 2ª ELO passou a subordinar-se à III Força Aérea, a partir de fevereiro de 2002. Além disso, foi aprovado, em 18 de julho de 2002, o plano para operação das aeronaves A-29, que determinou, dentre outras ordens e sem definição de datas, a desativação da 2ª ELO e a ativação do 3º/3º Grupo de Aviação, na Base Aérea de Campo Gran-

de, recebendo como principal atribuição a formação de Líderes de Esquadrilha de Aviação de Caça. Iniciou-se um período de transição de dois anos, quando os pi-lotos de aviação de ataque e os pilotos de aviação de caça conviveram preparando a unidade aérea para a sua transferência para Campo Grande, o que deveria ocor-rer no inicio de 2004.

Ao término da transição, em 2003, a 2ª ELO estava pronta: passou a operar exatamente como uma unidade de caça; voou quase 6.500 horas sob a doutrina estabelecida pela aviação de caça; suas 12 aeronaves foram cuidadosamente ins-pecionadas e preparadas para a mudan-ça; os 16 pilotos designados para seguir para Campo Grande realizaram as mais diversas missões de treinamento, sendo que cinco deles foram formados líderes de esquadrilha da aviação de caça e ou-tros quatro cumpriram a primeira fase do programa de elevação operacional; todo o acervo material, logístico e de escritório foi inventariado. A cerimônia de desativa-ção da 2ª ELO foi realizada no dia 30 de janeiro de 2004.

O núcleo do 3º/3º GAV foi ativado em

dezembro de 2003. No dia 31 de janeiro, aviões e pilotos da Esquadrilha decola-ram da Base Aérea de Santa Cruz, e a mu-dança foi embarcada para o novo desti-no: Campo Grande.

Desta forma, honrando um extenso histórico de emprego operacional da unidade antecessora, é ativado, em 11 de fevereiro de 2004, o Terceiro Esquadrão do Terceiro Grupo de Aviação - Esqua-drão Flecha - que já nasceu pronto para corresponder aos anseios da nação bra-sileira.

A missão do 3º/3º GAV é, hoje, a ma-nutenção do preparo de seus integrantes para o emprego nas Ações de Ataque, Apoio Aéreo Aproximado, Reconhecimen-to Armado, Defesa Aérea, Controle Aéreo Avançado e na Instrução Aérea para a for-mação de Líderes de Esquadrilha de Caça. Além disso a unidade mantém à disposi-ção do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA) 24 horas por dia, todos os dias do ano, equipagens e aero-naves prontas para serem empregadas na defesa do espaço aéreo nacional e para o controle de tráfegos ilícitos.

Importante ressaltar que a unidade,

Piloto do Esquadrão Flecha na vigilância contstante de nosso espaço aéreo

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Flecha ao ar.... à caça Brasil!apesar de nova, teve destacadas partici-pações nos Torneios da Aviação de Caça de 2004 e 2005, e foi aclamada como a unidade aérea mais eficiente da III FAE em 2004. No ano da implantação partici-pou da operação CRUZEX, a partir de Re-cife e, a partir de então, participou dessa operação nos anos de 2006, 2008, 2010 e 2013, tendo sido a única unidade do 3º GAV a estar em todas elas.

Em 2005 a unidade foi já testada re-alizando a Operação Rodopista nas pro-ximidades de Campo Grande. Ressalta-se que, nesse período, o Esquadrão Flecha sequer possuía instalações próprias, ten-do utilizado, provisoriamente, prédios da BACG para suas seções e aeronaves, e a inauguração do hangar só ocorreu em janeiro de 2008.

O ano de 2006 marcou a unidade por receber as primeiras aeronaves A-29 no dia 15 de maio, tendo sido inaugurado o simulador, levando o esquadrão a uma nova fase. No dia 27 de março de 2007, o 3º/3º GAV realizou o primeiro voo inte-grando os sistemas data link, NVG e FLIR na aeronave A-29, sendo pioneiro nestes tipos de voo.

A unidade particiou de todas as ope-rações de grande vulto do Ministério da Defesa nos últimos anos, destacando-se as Operações Ágata, Jogos Panamerica-nos, Visitas dos presidentes George Bush e Barack Obama, Copa das Confedera-ções, Jornada Mundial da Juventude e Copa do Mundo FIFA 2014, garantindo a segurança dos céus por meios de mis-sões de defesa aérea. Tem sido o grande protagonista nas missões de porteira fe-chada, cumprindo suas atribuições junta-mente com os órgãos federais de comba-te ao narcotráfico, inclusive com o uso do equipamento FLIR.

Em 2012 o esquadrão foi responsável por liderar o primeiro pacote para em-prego com NVG no brasil.

Com grande integração com outras forças, foi constantemente partícipe das missões com o Exército Brasileiro e com a Marinha do Brasil no treinamento das forças terrestres e da artilharia antiaérea.

No ano de 2014, que comemora o septuagésimo aniversário desta Base Aérea, o Esquadrão Flecha completa 10 anos de existência e sente-se honrado por ter feito toda a sua história na Senti-nela Alada do Patanal.

AT-27 na Operação Rodopista, em 2005, nas proximidades de Campo Grande

A-29, com grande capacidade de emprego, chegou ao Flecha em 2006

Vigilância constante na reião de fronteira garante a soberania nacional

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Nossa lida...Vossa vida...

A história do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento, Es-quadrão de Elite da Força Aérea, está estritamente ligada à his-tória do paraquedismo no Brasil. Seu embrião surgiu em 1943, na antiga Escola de Aeronáutica do Campo dos Afonsos, com Achile Garcia Charles Astor, então instrutor de ginástica acro-bática para os Cadetes do Ar e introdutor do paraquedismo civil no Brasil.

Em 1959, forma-se a primeira turma de paraquedistas mi-litares da Aeronáutica com objetivo de oficializar a execução das missões de instrução dos cadetes da Escola de Aeronáuti-ca, Busca e Resgate e as chamadas “Missões Especiais”, o que hoje conhecemos por Operações Especiais.

Essa experiência levou a criação, em 02 de setembro de 1963, da 1ª Esquadrilha Aeroterrestre de Salvamento, com sede na antiga Escola de Aeronáutica e formada por militares que serviam nas Bases Aéreas dos Afonsos e de Cumbica.

Em 20 de novembro de 1973, a Esquadrilha é extinta, sen-do ativado o Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento - EAS, com a finalidade de instruir e adestrar as Equipes de Resgate dos Esquadrões de Helicópteros, ministrar instrução de salto semi-automático aos cadetes da Academia da Força Aérea e cumprir missões de Operações Especiais.

O Operacional PARA-SAR é o militar com o preparo técnico--profissional e que, após concluir os cursos de especialização,

está habilitado a desempenhar missões de  Contraterrorismo, Guiamento Aéreo Avançado, Ação Direta, Reconhecimento Especial, Operações Especiais e Busca e Resgate.

Desde a primeira missão Especial realizada pelo PARA--SAR, em 15 de setembro de 1961, o resgate do corpo do Inglês Richard Mason, do primeiro salto para salvamento realizado no mar pelo Cap Med Santos, em 18 de março de 1964, do resgate das vítimas do C-47 2068 em 27 de junho de 1967, às Operações Especiais atuais como os lançamento de 16 paraquedistas, na madrugado de 16 de agosto de 1996 para captura de garimpeiros e lenhadores ilegais, na Serra do Cachimbo e ainda do lançamento de 20 paraquedistas na manhã do dia 30 de setembro de 2006 para atender às 154 vítimas do Voo Gol 1907, o PARA-SAR tem por tradição ser a Unidade de Operações Especiais e de pronta resposta da For-ça Aérea Brasileira.

Em 20 de setembro de 2010 inicia-se processo de mudança de sede do PARA-SAR, da Base Aérea dos Afonsos para a Base Aérea de Campo Grande, com a reestruturação de instalação e efetivo adequados ao melhor cumprimento de sua missão.

Hoje, perfeitamente inserido na Sentinela Alada do Panta-nal, seus militares fazem, além de diversos tipos de missões es-peciais, o treinamento e formação de paraquedistas militares da FAB, de Comandos, mergulhadores, entre outros.

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Militar do PARA-SAR em treinamento de resgate utilizando uma maca, é içado até um helicóptero junto com o sobrevivente

Curso de Paraquedista Militar é ministrado pelo EAS. O duro treinamento ajuda a formar o combatente aeroterrestre

Entre as atribuições do PARA-SAR estão as missões de Operações Especiais, onde todo o treinamento é colocado a prova

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Um dos elos importantes do con-trole e vigilância dos céus de nossa região é o Destacamento de Con-trole do Espaço Aéreo de Jaraguari, com seus potente radar. Criado pelo Decreto Lei nº 237/GM3, de 13 de ju-nho de 1986, a Organização Militar é subordinada ao Segundo Centro In-tegrado de Defesa Aérea e Controle

do Tráfego Aéreo e está localizado na cidade de Jaraguari, a 42 km da ca-pital do Mato Grosso do Sul, Campo Grande.   

Com o lema “Os olhos da defesa aérea no Pantanal”, representa um elo importante do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro. Seus ra-dares, equipamentos de telecomuni-

cação e de meteorologia são respon-sáveis pela cobertura do estado do Mato Grosso do Sul, proporcionando segurança às aeronaves que sobrevo-am os céus do Centro-Oeste e região fronteiriça (Paraguai e Bolívia).

Criado há 28 anos, o DTCEA-JGI possui um efetivo aproximado de quarenta militares.

DTCEA-JGI na defesa aéreaO radar de Jaraguari tem grande abrangência e integra o sistema de vigilância do sensível espaço aéreo da região

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Uma decolagem de um voo comer-cial, um acionamento de um caça para interceptação de alguma aeronave ilíci-ta nos céus de Mato Grosso do Sul, um pouso de um helicóptero que acabou de regressar de uma missão de Busca e Salvamento, uma passagem para lança-mento de paraquedistas, informações aos aeronavegantes sobre as condições meteorológicas. Esse é mais um dia de trabalho do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Campo Grande (DT-CEA – CG).

A história do Destacamento come-çou em 1970. Com a passagem do Des-tacamento de Base, para Base Aérea, em setembro de 1970, a região do extremo Centro-Oeste brasileiro necessitava de um Órgão de Comunicação, Tráfego Aé-reo e Meteorologia, que atendesse às necessidades geradas pelo aumento das atividades aéreas. O investimento era muito necessário, pois o Serviço de Co-municações e Tráfego Aéreo vinculado à Base Aérea de Campo Grande, já não comportava a evolução dos equipamen-tos e aeronaves que passaram a operar na região, sobretudo após 1977 com o desenvolvimento acelerado da região, causado pela divisão do antigo estado do Mato Grosso.

Assim, partindo de um simples Núcleo de Proteção ao Voo (pequena estrutura a qual era dada a tarefa de controlar os tráfegos civil e militar no território de Mato Grosso e parte de Rondônia) eram ensaiados os primei-ros passos para a consolidação de um efetivo serviço de proteção ao voo den-tro da Região Centro-Oeste. Em 1979 aconteceu a passagem do Núcleo de Proteção ao Voo para Destacamento de Proteção ao Voo de Campo Grande (DP-V-CG), que passou então a ser dotado de equipamentos mais modernos, auxi-liando nas tarefas de apoio às aerona-ves, no tráfego aéreo e na coordenação dos Serviços de Busca e Salvamento pelo SALVAERO, transferido posterior-mente para o CINDACTA 2.

Em 2003 o DPV passou a ser denomi-nado de DTCEA (Destacamento de Con-trole do Espaço Aéreo) Campo Grande. Atualmente, esse destacamento é o su-porte do aeroporto, referência de uma das regiões mais belas e ricas do conti-nente: o Pantanal, que atrai o interesse de turistas e pesquisadores, vindos de todas as partes do mundo. Esse valor

está demonstrado claramente nos inves-timentos realizados pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), por intermédio do Serviço Regional de

Proteção ao Voo de São Paulo, posicio-nando o DTCEA - CG entre os mais bem equipados Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo do País.

Olhos vigilantes dos céus

A moderna Torre de Controle garante a operacionalidade do DTCEA-CG

Bem treinados, os militares do Destacamento realizam o controle com eficiência

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O apoio ao homem é fundamental para que ele possa cumprir bem sua mis-são. Todo militar engajado nos serviços da Organização ou absorvido no cumpri-mento de uma missão, muitas vezes difícil e sem data certa de retorno, precisa ter a certeza de que sua família estará incon-dicionalmente bem amparada. Dentro desta ótica, constitui um dos grandes fatores de motivação e tranqüilidade o bem-estar proporcionado por meio de moradias adequadas. Neste sentido, a Prefeitura Aeronáutica de Campo Grande conta hoje com bem estruturadas Vilas Residenciais, com diversas instalações de lazer e até uma escola municipal. As casas e apartamentos estão situados em meio

a um verdadeiro bosque, formado de vegetação nativa, por onde cruzam ruas tranqüilas, caracterizadas pela presença de crianças e bicicletas que têm sempre a preferencial, por vezes compartilhada pela travessia, surpreendente, de quatis, capivaras, tamanduás, araras e tucanos em voo e outros pequenos animais silves-tres característicos da região pantaneira.

Os 379 imóveis são administrados pela Prefeitura de Aeronáutica, que conta com uma equipe afinada e empenhada no atendimento do morador, fim maior de sua existência. Para seu melhor con-forto, contam as famílias com áreas em que os associados podem desfrutar, em seus vários círculos hierárquicos, de in-

fra-estrutura apropriada para a prática de esporte e lazer. Oficiais, Suboficiais, Sargentos, Cabos e Soldados podem, desta forma, nos fins de semana e horas vagas, recompor as preciosas energias para a semana seguinte. É o Clube dos Oficiais, com seu amplo salão de festas, que abriga os principais eventos sociais da OM, além de possuir completa área onde os militares e seus familiares podem passar horas agradáveis nos momentos de descanso. Já no Clube dos SO/Sgt e dos Cabos, a animação não falta: bailes, festas, e confraternizações diversas pro-porcionam, por meio do convívio social, imprescindível fortalecimento dos laços de amizade.

O porto seguro dos militares A Vila Residencial da Base Aérea compa com amplos apartamentos, casas confortáveis e integradas a grande área verde

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Localizada em uma área ligada a Base Aérea de Campo Grande, a Vila Re-sidencial da BACG pode ser considerada um verdadeiro refúgio ecológico urba-no. Sinônimo de tranqüilidade, seguran-ça e conforto, a Vila se transformou em um lugar apreciado e desejado por seus moradores. Aqueles que se instalam por lá dificilmente querem sair de suas resi-dências.

As casas são bem arejadas e espaço-sas e, o que é melhor, os moradores têm contato direto com a natureza e dividem as ruas e quintais com vários animais sil-vestres.

Dentre eles estão o tatu, o quati e a capivara, que aparecem sempre em bando, procurando alimento, principal-mente nos meses mais secos do ano. A manga, uma das espécies mais abun-dantes na Vila, é a preferida dos quatis.

A Vila Base Aérea é tida como exem-plo de limpeza, organização e respeito ao meio ambiente. Entre as ações re-alizadas, uma merece destaque: a ins-talação de 40 conjuntos de coleta de lixo reciclável ao longo das ruas da Vila. Além de ajudar a diminuir a quantida-de de detritos, que de outra forma te-riam como destino os lixões da cidade, a coleta seletiva proporciona um ganho social gigantesco. Esses materiais, sepa-rados adequadamente, são doados para uma cooperativa onde trabalham ex-ca-tadores de lixo. Isso proporciona mais dignidade para dezenas de famílias que sobrevivem da venda do material cole-tado.

Santuário ecológico

As araras são presença constante na Base Aérea e encantam com seus voos

Periquitos escolhem as árvores da reserva da Base para fezerem seus ninhos

Entre os moradores mais comuns da Vila Residencial estão os curiosos quatis e os coloridos tucanos

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Não é de hoje que a Organização se preocupa com a saúde de seus integran-tes. Desde 1941, tão logo foi inaugurada a Base Aérea, destinou-se uma sala ao atendimento das emergências médicas, já que a Organização acabara de desvin-cular-se da 9ª Região Militar e de seu su-porte médico. Dessa forma, acanhado, mas com muita motivação, tinha início o serviço de saúde da BACG. Dois anos depois, bem maior funcionaria em um novo prédio, hoje ocupado pelo Esqua-drão de Pessoal.

Em 1979, seguindo o crescimento ditado pela Base, criou-se o Esquadrão de Saúde atual, que conta com prédios adequados, situados próximos do Por-tão Principal, e bom número de médi-cos.

Foi um começo de muitos desafios, devido às adversidades encontradas na época. Hoje, mais de 30 anos depois de sua criação, o Esquadrão de Saúde vive nova realidade.

Bem equipado, contando com pa-vilhão de clínicas médicas, salas de ci-

rurgia, internação, laboratório, farmácia, lavanderia, possui toda a infra-estrutura e as condições para se transformar em Esquadrão de Saúde Reforçado, seu próximo desafio. Suportando aproxima-damente 12 mil usuários e realizando as juntas de saúde para todos os aero-navegantes da região, o Esquadrão de Saúde cumpre ainda atendimentos às missões presidenciais na BACG, o apoio a emergências do aeródromo e tudo mais que esteja relacionado à saúde da guarnição.

ES: cuidando da saúde militar

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Para aumentar a efi-ciência no atendimento de emergência, os militares do Esquadrão de Saúde realizam treinamentos para atu-arem em grandes aci-dentes, principalmente aqueles que envolvam aeronaves no aeropor-to de Campo Grande

O cuidado com a saúde dos militares

pode ser observado no atendimento de qual-

idade que recebem. Mesmo com a falta de

alguns profissionais, a equipe usa todos

os seus recurso para melhor atender seus

pacientes

A Odontoclínica da Base Aérea está bem equipada e conta com uma equipe empen-hada em atender os pacientes com muita dedicação e eficiência. Praticamente todo o tipo de tratamento pode ser realizado pe-los profissionais que at-uam nessa importante área da saúde

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O Serviço Militar Obrigatório está to-mando outro rumo em nosso País. O que antes era um compromisso, dos quais muitos jovens tentavam escapar, tornou--se uma grande opção para quem come-ça sua vida. Muitos dos que se alistam têm nas Forças Armadas seu primeiro emprego. O problema é que o crescimen-to da população supera em muito a capa-cidade que os quartéis têm em absorver esses jovens. São mais de 50 mil alistados anualmente só em nossa região, que compreende os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Menos de 10% des-se contingente consegue ser absorvido pela Marinha, Exército e Aeronáutica.

Os poucos privilegiados que conse-guem vestir uma farda contam, além da formação militar, que forma os comba-tentes, responsáveis por nossa soberania, uma formação profissional em diversas áreas.

O Batalhão de Infantaria de Aero-náutica da Base Aérea de Campo Gran-de está perfeitamente inserido neste contexto. Os recém chegados em nos-sa Instituição passam por uma bateria de instruções que vão desde aprender os valores cívicos de amor a Pátria, pas-sando pelos acampamentos, onde são ministradas aulas de orientação com mapas e bússolas, sobrevivência, cons-trução de abrigos na selva, tiro prático, travassia de cursos de água, entre mui-tas outras.

Depois que passa por essa parte básica, os novos soldados são distri-buídos nos Esquadrões da Base, rece-bendo outras instruções que podem ser na área de informática, mecânica de viaturas ou aeronaves, atendimen-to hospitalar, serviços administrativos, atendimento ao público, eletricidade, só para citar algumas.

Dura rotina

Fazer parte desse time que veste a farda azul não é tarefa das mais fáceis. A vida militar tem suas particularida-des e necessita de grande dedicação e vontade. Os novos militares aprendem o significado de compromisso, respeito e hierarquia, qualidades que parecem ra-ras fora dos muros dos quartéis.

Ao contrário do que pensam mui-tos que não passaram pela vida militar, o que pode em um primeiro momento, parecer excesso de rigor, torna-se, na re-alidade, uma forma simples, fácil e agra-dável de convivência profissional. Tratar com respeito seus superiores, com afei-ções os pares e com bondade os subor-dinados, é uma receita de sucesso, bus-cada por muitas empresas no mundo civil e lavada por esses jovens por toda sua vida.

BINFA: formando combatentesA formação do Soldado exige preparo e dedicação por parte dos jovens que cumprem o Serviço Militar Obrigatório

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O compromisso à Bandeira Na-cional é um dos momentos em que o Soldado rende homenagem ao símbolo maior da Nação e aprende a res-peitá-lo. Hierarquia, disciplina e coragem são alguns dos atribu-tos exigidos dos militares.

Abaixo, militares do Batalhão de Infantaria da BACG em Missão de Paz da ONU no Haiti. Ao todo, cinco integrantes da Sentinela Alada do Pantanal já estiveram nesse país, ajudando a manter a ordem e dando exemplos de solidariedade.

No Exercício de Campanha, as duras instruções ajudam a forjar o combatente em diversas situações onde o preparo físico, a capacidade de trabalhar em equipe e liderança são coloca-das a prova.

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Torneio da Aviação de Caça TRANSPORTEX: a Aviação de Transporte ao MS Barracas montadas nas manobras da BACG

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Palco de manobras militaresOs vários Esquadrões de Voo da FAB,

sempre que necessário, se deslocam para efetuar manobras, operações e ou-tros exercícios em locais mais apropria-dos, de acordo com as características da instrução planejada.

Na escolha das localidades para o desdobramento dessas Unidades, Cam-po Grande leva vantagem por conta de suas características.

Inicialmente, a equidistância geográ-fica, por estar no centro do País, o relevo plano e a meteorologia extremamente favorável durante quase todo o ano são fatores atraentes para aqueles que dese-jam aliar o máximo de surtidas diárias a

um bom suporte terrestre. Os recursos de comunicação e auxí-

lios de aproximação do aeródromo, por outro lado, garantem a segurança neces-sária contra os imprevistos meteorológi-cos que possam ocorrer. A grande exten-são de sua pista de pouso, a ampliação do pátio de estacionamento e da área de hangaragem, a disponibilidade de um alerta SAR constante, o baixo volume de tráfego aéreo constituem, enfim, fa-tores que simplificam os planejamentos e multiplicam as soluções, sempre com economia de meios.

Finalmente, o apoio proporcionado por um rancho modernizado, hospeda-

gem confortável, bem como as facili-dades ofertadas por uma cidade muito hospitaleira, completam um cenário de superlativos atributos, para quem deseja uma operação bem-sucedida e com bai-xos custos.

Estas são características que fazem da Base Aérea de Campo Grande um dos pontos mais procurados pelos Esqua-drões da Força Aérea.

Por tal condição, nos últimos anos, a BACG foi anfitriã de diversas reuniões das Aviações de Caça, de Asas Rotativas, de Transporte, bem como de manobras de grande porte, tais como a CRUZEX , ÁGATA, entre outras.

Barracas montadas nas manobras da BACG Reunião da Aviação de Asas Rotativas Embarque de militares do Exército para o Haiti

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Integrada perfeitamente com a ci-dade de Campo Grande, a Base Aérea tem uma relação bastante harmônica com a comunidade que a cerca. Em seus 70 anos de existência, estima-se que mais de dois milhões de pessoas visitaram a Organização Militar, quer seja nas muitas atividades realizadas, como nos Portões Abertos, que nas últimas décadas atrai anualmente um público estimado em 50 mil pessoas, o “Arraiá da Base Aérea”, uma das mais disputadas festas juninas da cidade e também nas milhares de visitas de es-colas e instituições que passam pelo lugar. Tudo isso reflete o respeito e a amizade com que são tratados os mili-tares da Aeronáutica na região.

E não é só nas festas que há essa integração. A BACG realizou centenas de ações que ajudam também a pop-ulação em situação de risco. Nos últi-mos anos, por exemplo, os militares têm se engajado no combate ao mos-quito transmissor da dengue, doença que assusta no estado. Isso é feito por meio de um trabalho de limpeza e con-scientização da população nos bairros vizinhos. As Ações Cívico-Sociais, as chamadas ACISO, são outra forma de interação com a comunidade. Nela, médicos, dentistas, enfermeiros e as-sistente sociais trabalham para levar um pouco mais de conforto e saúde para os menos assistidos, contribuindo ainda mais para elevar a imagem dos militares.

Integração total com Mato Grosso do Sul

O “Dia de Portões Abertos da Base Aérea de Campo Grande” reúne milhares de pessoas. O de 2006 bateu recorde de público, com cerca de 25 mil visitantes

“Arraiá da Base Aérea”, uma das mais animadas festas juninas da Capital Campanha Cívico Social atende a população mais carente

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Integração total com Mato Grosso do Sul

O “Dia de Portões Abertos da Base Aérea de Campo Grande” reúne milhares de pessoas. O de 2006 bateu recorde de público, com cerca de 25 mil visitantes

Campanha Cívico Social atende a população mais carente Alunos da Apae conhecendo a Base Aérea mais de perto

Olhos e bocas abertos com o espetáculo nos céus

Olhos curiosos de alunos em visita ao ESM

Esquadrilha da Fumaça, presença constante

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No início dos anos 80, foi criada na Base Aérea de Campo Grande a Associa-ção das Senhoras da Aeronáutica - ASA, que nascia com o objetivo de ajudar al-guns militares que se encontravam em situação vulnerável e ainda a famílias carentes de bairros próximos. Traba-lhando em conjunto com a seção de Assistência Social da BACG, foi bastante ativa em seus primeiros anos de funcio-namento.

No ano de 2000, com apoio do então Comandante, Coronel Aviador Apareci-do Camazano Alamino, e com a direção de sua esposa, Senhora Alba Lúcia, a ASA ganhou novo rumo, com mais for-ça. Com a ajuda das esposas dos milita-res do efetivo da BACG, diversas ações foram feitas, como bingos, Bazares da Pechincha e Chás Beneficentes, com o objetivo de reunir doações para nova-mente atuar como agente assistencial. As esposas faziam reuniões onde con-feccionavam enxovais para bebês, kits para gestantes, cestas básicas para do-ação, entre outras atividades.

Hoje, com uma sede própria, dentro da própria BACG, as integrantes da ASA atuam como “anjos” das famílias mais necessitadas e que precisam ser assisti-das de alguma forma.

Alimentos aos mais necessitados Desde de 2001 a Base Aérea começou a receber doações de alimentos

não perecíveis como ingresso simbólico dos Portões Abertos, evento que anualmente atrai uma multidão. Em 13 anos, já foram arrecadados mais de 100 toneladas de alimentos, totalmente revertidos para instituições assis-tenciais de Campo Grande. A coordenação desta ação, tanto na separação dos alimentos recebidos, como no cadastramento e doações as diversas ins-tituições, hoje cerca de 30, é feita pelas integrantes da ASA com o apoio dos militares da BACG. O intuito da ação é beneficiar quem menos apoio recebe e os que mais necessitam.

ASA, exemplo de solidariedadeUma das ações das “Senhoras da Aeronáutica” é a distribuição dos alimentos arrecadados nos eventos da BACG

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A música esteve ligada às ações mili-tares desde os mais remotos tempos. Um dos primeiros registros históricos encon-tra-se na Bíblia: Josué triunfou com seus homens na batalha contra os Cananeus, derrubando as Muralhas de Jericó com mais de sete metros de altura, apenas com o som de trompas construídas com chifres de carneiro, o Shofar. Contudo, a terminologia “Banda de Música” (que denominava um grupo de instrumentis-tas) só foi apresentada, pela primeira vez, em 1678, na Inglaterra. Até então só havia notícia de músicos nas tropas. A partir de então as bandas de músicas militares não pararam de se multiplicar.

Logo que o Destacamento de Base Aérea passou para a condição de Base Aérea de Campo Grande, em 17 de se-tembro de 1970, a OM adquiriu o direito administrativo de possuir uma Banda de Música, através da Portaria nº 019/GM-3, de 11 de outubro de 1971. Em 1972, o 2º Sargento SMU Jahir Bertoldo, transferido da Base Aérea de Canoas, foi o primeiro

componente da recém criada Banda de Música. Sob sua regência a tropa entoa-va, à capela, o Hino Nacional Brasileiro. Pouco depois, oriundo da Base Aérea de Santa Cruz, apresentou-se o Suboficial SMU João Bezerra da Silva, que foi o pri-meiro mestre de música. No ano de 1974 outros dezesseis militares de diversas uni-dades chegaram para compor o efetivo da Banda.

Muitos foram os obstáculos que aqueles abnegados músicos enfrenta-ram. Confecção de arranjos, cópias de partituras, treinamentos, ensaios, servi-ços diversos. Alguns meses depois, no dia 19 de abril de 1974, a Banda de Música da BACG, sob a regência do Mestre de Música SO Bezerra, realizou sua primeira apresentação oficial.

Décadas depois, assumiu a chefia da Banda de Música o Segundo Tenen-te Músico José Tadeu Cabral. Este foi o primeiro oficial músico da BACG. Em se-guida foi a vez do Primeiro Tenente Mú-sico Joel Marques da Silva. Seguido pelo

Segundo Tenente Músico Carlos Alberto Rocha Sobrinho. E, atualmente, o mestre da banda é o Segundo Tenente Músico Isaque Rodrigues Ferraz.

Hoje com um efetivo de 33 músicos, a Banda de Música da BACG participa ativa-mente de atividades militares, bem como na vida sócio-cultural da Cidade Morena. Essa interação com a sociedade pode ser observada em: festejos cívico-militares, lançamento de pedras fundamentais, inaugurações de prédios públicos, for-maturas em universidades, em cerimô-nias dos poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.

Um dos eventos mais significativos são os Concertos Musicais, realizado em datas significativas, como a Semana da Asa e aniversário da Base Aérea. Esses eventos são realizados em locais que comportam um grande público e trazem arranjos especiais e contam com a partici-pação de renomados músicos da cidade, proporcionando um espetáculo onde a música encanta os presentes.

O Concerto da Semana da Asa de 2013 lotou o Palácio Popular da Cultura numa noite muito espacial para civis e militares

A música faz história na BACG

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Banda à frente da tropa da BACG, no Desfile Cívico-Militar de 7 de Setembro, no Centro de Campo Grande

Cantora solta a voz embalada pelos músicos da FAB Apresentação atraia bom público no Shopping Campo Grande

Qualidade musical dos integrantes da Bande de Música da BACG impressiona

Page 50: 70 anos bacg revista digital

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Os militares têm no esporte um gran-de aliado para manter a forma física, tão importante para sua atividade profis-sional. Semanalmente, por pelo menos duas vezes, é realizado, para todo o efe-tivo da Base Aérea de Campo Grande, a prática de educação física, contribuindo para que seus integrantes acabem des-tacando-se em diversas modalidades. Isso pode ser facilmente comprovado pelo número de troféus e medalhas con-quistados pela Base Aérea. Entre eles se destacam as premiações em Futebol, Futebol de Salão, Voleibol, Natação, Cor-rida de 6 km e Corrida de Orientação, ganhas em diversos campeonatos esta-duais e municipais.

Isso só é possível graças ao apoio ir-restrito dado pelo comando da Sentine-la Alada do Pantanal. Horários especiais para os treinos, viaturas para transportar os atletas e a aquisição de material es-portivo ajudam elevar o ânimo dos par-

ticipantes e desperta a vontade de estar nas competições.

Outros aspectos importantes do es-porte, como o desenvolvimento do es-pírito de solidariedade, de cooperação mútua e de respeito pela coletividade, bem como o fortalecimento da convi-vência em grupo, também merecem destaque.

E não são só os atletas que se bene-ficiam do incentivo ao esporte na Sen-tinela Alada do Pantanal. Aqueles que gostam de um jogo com os amigos nos fins de semana, por exemplo, usufruem de ótimos campos de futebol, quadras poliesportivas e até quadra de tênis. Es-sas atividades podem ser praticadas nas Clubes da Vila Residencial.

Nessas ocasiões, é comum encontrar os militares que já estão na reserva se confraternizando com os amigos da ati-va, fortalecendo ainda mais seus laços afetivos com a organização.

Esporte tem importante espaço Nos vários campos de futebol da Base Aérea, momentos de descontração e de animadas disputas nos campeonatos internos

O volei da BACG coleciona troféus

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No fim dos anos 60, a Base Aérea de Campo Grande ganhou um morador ilustre, a onça pintada macho, batizada de Joaquim, e que foi adotada como mascote da Organização. Uma jaula especial foi construída para abrigar o felino, que logo virou uma atração não só para os militares, mas para a cidade. Pouco depois ganhou uma companhei-ra, batizada de Denise.

Esse magnífico animal, bastante co-mum na região do Pantanal, nem sem-pre é fácil de se avistar na natureza. Mui-tos foram os turistas que vieram a região para avistá-los soltos, mas, acabavam só vendo mesmo a onça na Base Aérea.

Com o passar dos anos, vários filho-tes nasceram e as onças foram sendo re-

novadas. Nos eventos, como os Portões Abertos, e nas visitas de escolas, a jaula das onças sempre foram um dos lugares mais procurados.

O crescimento da Base, com novas Unidades e o crescente número de voos, foi tornando o lugar não tão adequado para abrigar os felinos.

No ano de 2011, a última onça da BACG embarcou em um C-105 Amazo-nas, do Esquadrão Onça, com destino ao zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva, o CIGS, em Manaus, onde um espaço mais amplo e tranqui-lo e com presença de outros felinos de sua espécie, a aguardavam. Acompa-nhada por uma equipe de veterinários, foi sedada e fez uma viagem bastante

Mascote da Base Aérea

tranquila, em uma jaula especialmente adaptada.

No lugar da jaula foi construída uma praça que tem um relógio solar bem ao centro e serve de local de descanso para quem visita a Sentinela Alada do Panta-nal.

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Pôr do sol bonito e encantador,Você, leitor, já deve ter visto muitos por aí,Mas não tão lindos quanto o meu por aqui.

 O meu pôr do sol é formoso e majestosoPossui riquezas naturais que o enaltece,

Com raios fúlgidos e brilhantes do centro-oeste. 

Meu pôr do sol vem de um cenário magníficoDe uma terra única e sem igual

Aclamado honrosamente de pantanal. 

O meu pôr do sol mexe com a menteDe quem remotamente se lembrou

Do que era ontem e do que hoje se tornou. 

Meu pôr do sol é um pedacinho do paraísoPois minha terra de concreto e de aço

Não desprezou a natureza deste regato. 

O meu pôr do sol hipnotiza os olhos,Sejam os do gaúcho ou do conterrano,

Sejam os carioca ou do paulistano. 

Meu pôr do sol inspira muitos artistas,Na busca pela imagem perfeita

Registrada por um fotógrafo “perfeito” 

O meu pôr do sol encanta o homem do campo,Encanta o estradeiro e o desbravador,

 encanta o soldado e o leitor. 

Meu pôr do sol é esse que nos emociona,Que nos alegra e aquece o coração,

Pela riqueza dos confins desse rincão. 

O meu pôr do sol é simplesmente o mais bonito,Pois o mais bonito é aquele que há de tocar

Quem souber o pôr do sol admirar. 

FÁBIO F. MELO

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