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30 • Público • Terça-feira 30 Junho 2009
PortoLocalPrejuízo Ippar ditou alterações ao projecto que levou sete anos a ser aprovado
O concurso para a concessão do edifício da Esplanada do Rio de Janeiro ainda foi lançado pela Porto 2001MANUEL ROBERTO
Discoteca Kasa da Praia abre em 2010e vai custar mais de 4 milhões de eurosProjecto do Grupo K para o Porto está em fase de escolha do construtor, que decorrerá atéao fi nal de Junho. Obras de reabilitação e requalifi cação do antigo CLIP começam em Agosto
a O projecto Kasa da Praia obteve, fi nalmente, luz verde por parte da Câ-mara Municipal do Porto. Sete anos após a aquisição do imóvel e depois de vários entraves legais, o Grupo K acredita agora na concretização do projecto do espaço de diversão noc-turna que idealizou para o Porto.
O edifício em ruína localizado na Esplanada do Rio de Janeiro deverá ser reabilitado de modo a acolher um restaurante/bar no rés-do-chão e, no piso intermédio, um bar dançante que abrirá ao fi nal na tarde e funcionará pela noite dentro. No projecto inclui a criação de mais um andar recuado que servirá de zona vip e lounge. “Um espaço moderno e arrojado”, resume o responsável pela reconversão, Paulo Dâmaso, do Grupo K.
O esqueleto da antiga central eléc-trica da Companhia Carris de Ferro do Porto, que também albergou o Colégio Luso-Internacional do Por-to (CLIP) durante uma década, foi desenhado pelo arquitecto Filipe Oliveira Dias. A traça original man-tém-se, com o acréscimo de um cubo transparente à entrada e o tal espaço recuado, com cobertura envidraça-da em forma de T, no novo segundo andar.
O Grupo K abriu candidaturas para a selecção da construtora que concretizará a intervenção. Paulo Dâmaso contabiliza já 12 propostas de construtores e admite que, até ao fi nal do mês, surjam mais. Está pre-visto que as obras de reconversão do edifício se prolonguem por cerca de oito meses e que impliquem um investimento da ordem dos quatro
milhões de euros. Até este momento, entre rendas e projectos elaborados para este espaço, o Grupo K calcula ter já sofrido um prejuízo aproxima-do de três milhões.
Paulo Dâmaso ressalva, contudo, que grupo nunca pensou em desistir do projecto: “Já tínhamos um inves-timento feito, não íamos perder esta oportunidade.” “Foram ponderadas todas as hipóteses, mas é um pro-jecto que queremos mesmo fazer”, acrescenta.
O contrato de concessão do espaço tem 20 anos de validade. O adminis-trador do Grupo K está a tentar ne-gociar este prazo. “Teremos de ser compensados pelos anos de rendas pagas em que estivemos parados e não obtivemos nenhum lucro”, ex-plica.
O concurso público para a explo-
ração do edifício da Esplanada do Rio de Janeiro foi lançado pela Por-to 2001. A RM Hotelaria e Similares, ligada ao Grupo K, concorreu e ga-nhou. Apresentou então um projecto à Divisão Municipal do Urbanismo da câmara que viria a ser recusado, em 2004, por ter merecido parecer des-favorável do Instituto Português do Património Arquitectónico (Ippar), chamado ao processo pelo facto de o imóvel estar localizado na área de infl uência do Castelo do Queijo.
O grupo procedeu às alterações exigidas pelo Ippar, que aprovou o projecto sem, no entanto, enviar o parecer favorável à Câmara do Por-to, que, em 2006, chegou a amea-çar arquivar o processo. O projecto de criação da Kasa da Praia acabou por ser aprovado pela autarquia em Outubro de 2008.
Ana Maria Coelho
Segundo Paulo Dâmaso, a ideia da criação da Kasa da Praia nasceu do interesse manifestado por muitos clientes do Norte que frequentavam as discotecas do Grupo K em Lisboa e no Algarve. O administrador diz que estes clientes reclamavam um espaço similar no Porto. O Grupo K, proprietário das discotecas Kremlin e Kapital, decidiu então fazer um estudo de mercado que sugeriu que a ideia era viável. Não contava esperar sete anos pela aprovação do projecto, mas agora acredita que as obras arrancam mesmo em Agosto.
Os clientes pediram