61 HISTORiAl CRISE - amigoscoimbra70.pt de 1975/1975_04... · A Cidade de GoJwbra, por~m, foi l....

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61 HISTORiAl DE UMA CRISE " OS ltS'fUD.A.N'riliS WTAH POR UMA lJNIV.iRSIDAlJ& At POSSAM VlVER OOMO am.tl\NS, I• !!OMINS, 'l'RABALiiAR Hili B.tmS:FtClO D£ TODOS " ( Abril• 1969 ) 01 BS"i'UD.ANTIS PltiF'IlUIA SEll liDJI MAlS POBRiS OU TER.8M MENOS DlPLO- MAOOS NA NJM;iAO tlli 00 QU3 SERJ:iM HOJE MENUS DIGNOS B ·rtmDt AMANuA PA'l'UlA Dl 'l'RAIOORIS "

Transcript of 61 HISTORiAl CRISE - amigoscoimbra70.pt de 1975/1975_04... · A Cidade de GoJwbra, por~m, foi l....

61 HISTORiAl DE UMA CRISE

" OS ltS'fUD.A.N'riliS WTAH POR UMA lJNIV.iRSIDAlJ& At ~U& POSSAM VlVER

OOMO am.tl\NS, I• 00~ !!OMINS, 'l'RABALiiAR Hili B.tmS:FtClO D£ TODOS "

( Abril• 1969 )

• 01 BS"i'UD.ANTIS PltiF'IlUIA SEll liDJI MAlS POBRiS OU TER.8M MENOS DlPLO­

MAOOS NA NJM;iAO tlli .~ANUA: 00 QU3 SERJ:iM HOJE MENUS DIGNOS B ·rtmDt

AMANuA U~A PA'l'UlA Dl 'l'RAIOORIS "

0 \1 It A8Bll DE 1969

Ao premover a comsmora~ao d~ 17 de Abril 6 inten~ao da Direc~io Oeral da

A.A. O, trazer • ordem do dia um <hUi pontoe maiB altos da luta estudantil duran­

te o taeeismo.

Seittreliento nio podorh.n1oil fic&r :hldU'erentel! peranto tal data que ., aem

~O:Yida , uro t~iarco no Movimento Eatudant il e na luta da ju-ventude contra o fascie­

lllO • o colenta.Hamo.

tt A UNJDADB H VUNTADIIJ COLEC'l'IV.A DA ACAfJ~IA DB C(IIMBUA .NAO SR DH:SWOllON.W

POlS ASS&N'f.Nri NA AUTI.'IIrr lCA.. SOLIOAlU.iDADI DOS ESTUD.ANI'&S tt

Coimbra, Abril de 1969

Rete o lama que oonduz iu a lute sstudantil em 69, eaf.e o lema que de-veril'l

ainda hoje nortear toda a •14a associativa dos e8tudantee de Coirobr a. Aesim pen­

aamoe que ao faz ar o hiet,orio.J. da luta de 69 •• ultrapau.a o campo meramente hi~J­

tdr ico, trasendo A ordma do dia oa parlmetroa fundamentals que a nort.earara e que

ainda boje manttw grande actuaUdade . & qua o t1tovimonto greviata do 69 extravazou

l araamente o Ambito acad4mico pondo em causa todo um uiatema. Efectivamente ae a

,_

Ju'V'antude trabalhadora e eatudant.il • not'llalaaente apontada como tendo desempenhado

um importante papal na luta contra o faaciamo e o colonialiamot nao 4 menos certo

t.ambl m que foi 69 um doe pontos mate altos deaea luta.

Ent reta nto , nesta introdu~ao. goatarfamoa de fazer reeaaltar fundamentalmente

a grande unidade e eolidariedade eatudantil, dnicae armae de um wovimento forte e

unit.rio que logrou aaaim important•• conquiataa. t -que, ainda hojet •~ a unidade

eatudantil em torno de objectivoe comune poder' aer a baae de um M.A. de maasaa, for­

t.• e unit.,rto.

Ao meamo te~o o Movimento Betudantil em 69 4 exemplo educativo no campo do

enquadramento da luta eatudantil na luta maie geral do Povo Portugute.

De resaaltar ainda o car,cter ampla11ente dellocr,tico de todo o proceeeo que de­

terminou uma 'clara coeeao e determina9ao eatudant.il que nea o aparato militar e b411-

co, de que a Academia e a Cidade fora• palco, foi capaz de deter.

E!a a l&Un• pontoa que ouailloa deatacar n•ata pequena introdu~ao e que s8o por

demaia aiani t icativoa para cairem no eaquecimento. Pareceu-noa portanto baatante opor­

tuna a publica9ac deate hiatorial da criae de 69 que a ae&Uir apresentamoe •

... ----

... 17 de Abril • nao fo1 concedida a palavra &08 eat.udantee DO acto inaugura l do

Bdlltcio da* Matea,tioaa. Oa eat.udantea tinhaa cowunicado aoa Miniat,rioa da Educa~ao

• daa Obraa Pdblicaa,. bea como ao lieU.or a aua vontade de uearem ·a palavra durante kl

• aeeaao. 0 Reitor reouaou, pelo que, aa dlt1ma inatincia, ae dirigiram reapeitosamen~e

ao ent.io Preddente da Repdblica durante o acto inaugural no sont.ido de thea eer con•

~ida a palavra.

- 22 de Abril • o!to eatudantea aao .uapenaoc (aeia da Direo~ao Geral da A.A.O.;

uaa Preeidont:e do c. Fit~cnl da aesaa A.A. c., e um eleaaento da Comissao Nacional dos Ee­

tudantes Portuguosea).

"' Poutflriormonte, oent.o e oinquenta e um proteasor ea exprimem a sua aolillarieda­

de •os referidos estudant.es e o intereaae de aerem recebidoa pelo entao Presidcnt.e da

Repdbltoa em diliglncia que poaaibHi.tava ao Governo a I!Jolu~ao imediat.a da criee. As

palavrae dos ~st.udant.eo~ la d1lig8nc1aa propostas peloa professorea respo.ndeu-se com

o daaprezo do sil@noio, com a indiferen~a dos surdos-mudos que so ouvam 1:t s6 querem ou-

vir o ~~u prdprio pensamento. Durante treze diae eatudante& e professores sentum a an­

gdatta d qu0m olama no deserto. Com efeito, s6 no dta JO de Ahril o entao Mlnistro da

... . Educa~fWao "uoh.ou. conveniente e oportuno" moairar-se Aqueles que dele dependiam e expor-

-lhes o HW peneeunento. A <;~ai.lusao foi de lmbito N.acional porquanto nao s6 8, sua ima-

ge~ ze revelou b6ru p .... uoo eiutptltioo., como tamb~m as suas palavraa apenae ee revelaram

uma intenQio manife&ta de• na recusa do dilllt>go • junta.r ao sUftncio a ameaca diocipli-

nar e polioie. l"' ...

Os estudantc.ui!• porllm, conaci.entee do direito que lhee aseiatla, continuaram nao

a6 o seu t.rabalho do eatudo , nn&liee, crft·iea da criae da Univorside.de que tant.o o e s-

• t4 a .fectando, como Bouberam na pr4tica juntar la aolu~oee te~ricae que propunham a ex-

periAncia de um Luto Acad,mico que, Ionge de provocar a indiaciplina e a desordem, su­

geriu a poeeibilidade de uma Universidade efectlvamento dieciplinada palo r e spett.o au··

ttnticG.f de valor•• nao autoritdrioa mas humanos.

o-'•

As autoridade~ Acad~mioas e governamentai mt pord~, nao o compreenderam e ape-

car ga d.a pol!ci!i d& ehoque, contra a ilGgal prililao do prcsidento da A.A,C., contra

a Uegalida.de do euapenmoeo ~plicadas e nu.weroiiioe S!iltudantesfi exprimiu colectiv&mante

a aua von t ada de na. prat..!.o~ mos trar no Ooverno o l Ns9ao que jd. era al t.ur11 de pOr co-

bro a inh'!M11!Jigl!hu::i.l\. Amsim su:r.giu c Luto Acad~mico m aula,;. Por~m o Govorno :l.gual­

mente desprezou &~taQ demonetr eQoes oolect.iva!l da oolidfu· iedadtJ e de consc13ncia geral

f oi te~t.e111.1nhs cw CElr,ctar meiorit~r.io e colectiv~ dos vottHJ da sua Academia e soube

A 2 de ~Junho, ofti eH~tudanta~ de Coi=hra a a prdpria Cida.de tiveram a amarga sur-

.. preM de a aoht ir a 6t) ltt«a,t otu~ ocupat;ao policial da Bl U.\ Universidade. Cox·does da G.N.tt .

a p& e t1 oaval~ 1 c t~~rdneg dg. P ~tS.,.r ., dee:stacal'lt&nt.ae de Pol{cia <le t.!hoque tomaram con~a

1ttdiv1duo~ qu•, n~ d~mJnc ia e egQ! smo mesqu.irmo logo se denunctarara no eeu reduzldfs.-

•imo ndruero e na sua i'a Ha de cama:rads.gGm e l':Jolidariedad e eotudant.il. 0 que se pr~t..e,._

«Ua, s.im , era a proveiter ums aventual manifeetaya o e durante eln reprimir t.oda uma

t.e ev HL\ram t oda o qudqi.ler confrontllt;a o d1.•·ecta cow a poHcta, t.odo e qualquer acto

que pudc se dar "-lz o ~ repre t1u~ao p oU.o J.al . A desordem que se deaejnva substitu t-se a

distribu i (fBo de r., (~t·~s !\. popu1ac;$'io como forma coucreta de destruir a p r cpa.ganda que

ltecorrsu on t iio o (,loverno ao G6d igo i'ena l descobrindo crimee; at.~ enti\o 1gnorados

- crime de ajunt amonto d a ma i s de tt·t ~J pe!!lsoa&t crilt1e de rtrovocat;so ao dualo, crime

de tell1temunho pdblico, etc. • etc., etc. • Uecorreu igualmente a uma campanha de alia­

menta des tle rru nc ituJtes. sugerlndo-se a toda uma juventud& o vil espectaculo da dell:u;ao .

Na penitencillria e no8 o.alabou~os da ,judicil!ria perm,met)eram, inco;uunto!Iv~Jls ta:ls

como a1u1aaa im~ s ou ladro~s, dezeMs de est.udar&telll cujo dr!ico crime foi o de honrnr a

sua qua llda.de de e et ud!u tt'Bl>, e. sus uolidad.edade, o eeu sor social.

,.--~

:;..:-r MONOPdLIO DA l.NF'OlWA\;AO

Oa orgaos d{ll info:nnavao •• joru&i<~, rlidio e toleviaao - inclu.i.am apenas notns go-

vernamsntais., notes d.n& eutorldadea acadt1miotus, comtmicsdoe~ da Pol!cia Judici~r ia . Nun-

ca 011- astudante lil de Coirobra pudsram f ezer ouvir a sua vozo

Qt.tanto la rotareociau da imt>rrmsa eotrangeira reproduzlmos extractos de "Le Monde"

" Centena~ d~ polfcias e ~~ardas republicanod armados cercaram, se~un-

da - felr~, a Univeraidade de Uoi mbra para protegerem os ee tudantes

qua desejem realizar os seus examee apeear de decisao tomada pe l oe

ostudrmte~J de oe boicotar. 'fodnvia, sbment.e 58 dos 8ooo se apreean-

taram naa salam de ~xa~ne na wtU1ha do segunda - feira. ••

( L~ MONUE J/6/69 )

tt 0 asp~cto do comtume; mui tas barbaa revoluciotufrias t manifestos com

cr i.«JOii'Hl naa par0d€Hf~ nom grupoe tumultuosoOJ de acth'ietas. Durante

ae duns aemantU.'I de ocupa~ao dam FaculdadatJ nao cauaaram Q m:Cnimo es-

trago e uru .Jo:rnal lngl3s eacreveu que em Coimbra teve 1ugs.r a mais

c f v ica mani hst tu;ao da Europa .... "

C~ldnias o l legalldados

-0 Governo fascista cocubateu oe eetudantes pela forc;a e nao os amedrontuu. Hecu-

sou- l hes o diltlogn e elets contiooaraw falando serenamente. Encerraram e ameac;aram pu-

nir alguns doe seuo e os estudantel3 continuaralll! gritando a aua liherdaue. 'l'entaratn di-

vidi-loa e el9S continuaram t!nidos. Parante a razao 0 e. juat.ic;m. sd existe U!Ufl a nna -

a cahinb .• Pelo Pahv fora espalhou-ae que os eetutia.ntes das!l or a vam do nzo las, v io lavam

domicfliQs, espuncs.vam grdvida.s, provocavarn demo,.; e c.Hst,drbioe.

A Cidade de GoJwbra , por~m, foi l. estemunho de mag;nffico exemplo de di gn 1duda e

ci.v ieruo quo oe l!lleu.e omtudante~a souberam dar. A Ne~ao, por&m, foi t.endenc losarnnnte Uu-

d.lda pela not.a dn Vol f c ia Judi ci&ria , hhbilmente es1Hllhada a os quatro ventos .

-.

A unldadl'!l d s emtud ntetJ na sua aba te~o-u;ao ao:a exames foi igu:11llumta poata •

ddyida paltln no tA.e :lnforro~U.vas govarnament aia . Contudo veja-ae:

LETU.AH 2,910 lnocrH.oe 201 fu ro a

M~.r.HClNA 2.:r10 ~ J8 " DiiUU10 3.2JO " lOJ " Cl&"Jt.:lli.S 1. "49'4 " 119 " FAHMAC.U 4J " J tt

Ae au toridadea, p!""ot)u:rando derro ta:r um movim~nto ttm st meamo Jc\ i nvenc1vs1.

reoorraram a t odus as ilagaUdade'!l . Con t mlo , mY PAlSAtUi.t Ull: Rl'!PHESsAO OS Es·ruUAN't'ES

GH I'l'AilAM PAZ E U l'EltECF.MAM F'l..OHES A CIDAUIL