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Neste capítulo apresenta-se uma simulação numérica do entupimento de
um meio poroso causado por deposição de partículas sólidas presentes no fluido
de injeção sob condição de fluxo unidimensional. Para definição da geometria do
problema consideram-se os dados do corpo de prova de arenito ensaiado sob
condição de fluxo 1D e descritos em Spagnolo (2001).
Neste estudo analisam-se os efeitos da variação de concentração de
partículas em suspensão no fluido de injeção, da taxa de injeção, do fator de
dano e do coeficiente de filtragem no processo de declínio de injetividade da
rocha arenito.
����(VWXGR�3DUDPpWULFR�
������*HRPHWULD�GR�3UREOHPD�
O estudo paramétrico simula a injeção com partículas sólidas em
suspensão numa amostra cilíndrica de arenito com 2,54 cm de diâmetro e 5 cm
de comprimento com as seguintes propriedades: módulo de elasticidade
03D( 80,19261= , coeficiente de Poisson 20,0=ν , módulos de deformação
74
volumétrica do grão e das partículas depositadas iguais a 03D3300 e
03D3300 , respectivamente, viscosidade do fluido V03D ⋅−910 , o tamanho das
partículas injetadas é de Pµ5,7 e o tamanho dos grãos de rocha em cerca de
Pµ1420 . A permeabilidade deste arenito é de P'250 e sua porosidade %20 .
A figura (5.1) apresenta a malha de elementos finitos utilizada nas
simulações numéricas, formada por 263 elementos quadrilaterais de 8 nós
(elementos quadráticos). Elementos auxiliares de material fictícios (Frydman HW�DO, 2001) foram também considerados para representação das condições de
contorno no final da amostra, onde a concentração e o fluxo de partículas não
podem ser prescritos diretamente (valores desconhecidos). Incrementos de
tempo ∆t = 60s foram usados na integração das equações governantes até o
tempo total da análise fixado em 6 dias.
Figura 5.1– Malha de elementos finitos utilizada nas simulações
������,QIOXrQFLD�GD�&RQFHQWUDomR�GH�3DUWtFXODV�HP�6XVSHQVmR�
Na primeira fase da simulação numérica foi estudado o declínio de
injetividade na rocha com o aumento da concentração de partículas sólidas no
fluido de injeção. As concentrações consideradas foram 1, 3, 5, 8 e 10 ppm com
taxa de injeção de 18 ml/h. O fator de dano ��=β e coeficiente de filtragem
126,20 −= Pλ foram também utilizados para obtenção dos gráficos mostrados
na figura 5.2.
75
0.9700
0.9750
0.9800
0.9850
0.9900
0.9950
1.0000
0 100 200 300 400 500 600����� ����� �� ������������ ����� �����������������
� !"# $% &' ( $) *% +%' ,'
-.�����/0�����1 �����20�����-430�����
Figura 5.2– Declínio de injetividade YHUVXV volume injetado/volume de poros com a variação da concentração de partículas
Observa-se que no traçado das curvas de declínio de injetividade YHUVXV
volume injetado/volume de poros obtém-se retas com inclinações que se
acentuam à medida que cresce a concentração de partículas sólidas no fluido de
injeção. A justificativa de tal comportamento é simples, pois aumentando-se a
concentração de partículas no fluido de injeção haverá um entupimento maior
dos poros da rocha, trazendo, em conseqüência, redução de permeabilidade e
aumento do declínio de injetividade. Estes resultados numéricos obtidos
concordam qualitativamente bem com observações experimentais em ensaios
de campo ou laboratório. O processo de filtração interna é, nestes resultados, o
fenômeno preponderante.
������,QIOXrQFLD�GR�)DWRU�GH�'DQR� β �
Na segunda fase da simulação numérica foi estudado o declínio de
injetividade da rocha com o aumento do fator de dano. O fator de dano é um
parâmetro de filtração interna, introduzido para incorporar os efeitos da mudança
76
da tortuosidade devido ao processo de retenção das partículas suspensas no
fluido de injeção.
Os danos à formação provocados por operações em poços podem ser
classificados como seguintes:
a) Dano à formação devido ao fluido de perfuração – a lama de perfuração
é geralmente mantida acima da pressão da formação de modo a prevenir que o
fluido do reservatório escoe para dentro do poço. Partículas com diâmetros
inferiores aos poros da formação penetram nos poros da rocha durante este
processo formando um reboco interno, enquanto que partículas com diâmetros
maiores que os poros são retidas nas paredes do poço formando o reboco
externo.
b) Dano à formação durante a produção – o dano à formação devido à
produção engloba a migração de finos, produção de areia e aparecimento de
substâncias orgânicas e inorgânicas. Danos por elementos inorgânicos não
causam apenas o entupimento dos poros da formação, mas também influenciam
a absorção da rocha.
c) Dano à formação durante a injeção de água – água do mar ou de
formação é injetada para manutenção da pressão e deslocamento do óleo e gás.
A água injetada pode conter partículas sólidas, partículas de óleo, bactérias,
escamas de peixe e íons dos mais variados tipos, cada um tendo seu próprio
potencial de redução de permeabilidade.
Neste estudo a concentração de partículas no fluido de injeção utilizada foi
de 1 ppm, a taxa de injeção 18 ml/h e coeficiente de filtragem de 20,26 m-1. Os
fatores de dano considerados, obtendo-se os resultados numéricos
representados nos gráficos da figura 5.3.
Nesta figura nota-se que a variação do declínio de injetividade com o fator
de dano β , majorando-se o declínio de injetividade com o aumento do valor do
fator de dano. A explicação deste comportamento é novamente simples, pois
com o aumento da tortuosidade dos canais de poros devido à retenção de
partículas, ocorre a diminuição da permeabilidade do meio e,
consequentemente, um acréscimo do declínio de injetividade da rocha.
77
0.9860
0.9880
0.9900
0.9920
0.9940
0.9960
0.9980
1.0000
0 100 200 300 400 500 6005�6�7 8�9:<; =�>�:�?�@�A�6�B C�6�7 8�9:A�:�D�6�E�6�F
G HIJK LM NO HP LQ HRM SMO TO H
UWVXZYUWV\[]Y^YUWV`_4Y^YUWV.a^Y^YUWV`b4Y^Y
Figura 5.3 – Declínio de injetividade YHUVXV volume injetado/volume de poros com a variação do fator de dano β
������,QIOXrQFLD�GR�&RHILFLHQWH�GH�)LOWUDJHP�
Na terceira fase do estudo paramétrico foi investigado o declínio de
injetividade na rocha com o aumento do coeficiente de filtragem.
Sabe-se que o coeficiente de filtragem λ é um parâmetro local, variável no
tempo em função do processo de deposição de partículas, este por sua vez
dependente da velocidade do fluido, da distribuição do tamanho das partículas,
da estrutura dos poros e das interações entre as partículas, fluido e superfície
dos poros.
O coeficiente de filtragem pode apresentar-se em unidades de [T-1] ou [L-1],
denotados respectivamente por cλ e dλ , dependendo da natureza da função
que descreve a taxa de deposição das partículas no meio poroso para a
modelagem de perda de injetividade. A relação entre cλ e dλ foi expressa
através da equação (2.12 b).
O estudo numérico para obtenção dos gráficos da figura 5.4 foi realizado
com taxa de injeção de 18 ml/h, fator de dano 80 e concentração de partículas
78
de 1 ppm. Os coeficientes de filtragem utilizados para simulação foram 10,13;
20,26; 30,40; 50,66 e 202,67 m-1, respectivamente, considerando-se portanto
que eλλ = .
0.9955
0.9960
0.9965
0.9970
0.9975
0.9980
0.9985
0.9990
0.9995
1.0000
0 100 200 300 400 500 600fhgji k�lnmpo q4rsm�tsu�v�g�w x�gyi k�l\mnv�mpz�gy{sg�|
} ~��� �� �� ~��� ~�� ��� �� ~
��������� ������0����� ������<����� ������<����� ������0������� �4�
Figura 5.4– Declínio de injetividade YHUVXV volume injetado/volume de poros com a variação do coeficiente de filtragem λ
Observa-se na figura 5.4 que as curvas são lineares e apresentam
inclinações mais acentuadas à medida que o coeficiente de filtragem aumenta.
Um acréscimo do coeficiente de filtragem indica que a deposição de partículas
no meio poroso é mais intensa, com ocorrência de maior entupimento dos poros
da formação, redução de permeabilidade e declínio da injetividade, como
resultado.
������,QIOXrQFLD�GD�7D[D�GH�,QMHomR�
Na quarta fase do estudo numérico foi pesquisado o declínio de
injetividade na rocha com o aumento da taxa de injeção. A taxa de injeção de
79
água é um parâmetro de projeto relevante por influir diretamente no tempo de
vida útil do poço injetor.
A concentração de partículas no fluido injetado foi considerada de 1 ppm, o
fator de dano e o coeficiente de filtragem utilizados na simulação foram 80 e
20,26 m-1, respectivamente, e os valores das taxas de injeção assumidos foram
15, 18, 38, 50 e 118 ml/h.
0.9965
0.9970
0.9975
0.9980
0.9985
0.9990
0.9995
1.0000
0 100 200 300 400 500 600����� ���0 �¡ ¢Z£� �¤�¥�¦���§ ¨���� ���0 ¦� <©���ª���«
¬ ®¯° ±² ³´ µ ±¶ ·² ¸²´ ¹´
º4»�\� §�¼º4½�\� §�¼¾�½�\� §�¼»�¿�\� §�¼º�º4½�\� §�¼
Figura 5.5 – Declínio de injetividade YHUVXV volume injetado/volume de poros com a variação da taxa de injeção
Observa-se da figura 5.5 relação linear entre o declínio de injetividade e o
volume injetado/volume de poros com a variação da taxa de injeção. Quanto
maior a taxa de injeção considerada, menor a deposição de partículas no interior
da amostra de rocha, menor a redução de permeabilidade durante o fluxo e, em
conseqüência, também menor o declínio de injetividade observado.
����2EWHQomR�GRV�3DUkPHWURV�λ �H� β �$WUDYpV�GH�$QiOLVH�,QYHUVD�
O modelo de filtração interna depende essencialmente de 2 parâmetros: o
coeficiente de filtragem λ e o fator de dano β .
80
A determinação experimental em laboratório do coeficiente de filtragem é
feita com base na medição da concentração de partículas no fluido de saída da
amostra (Wennberg, 1998), enquanto que o fator de dano β é estimado com
auxílio das leituras de poropressão ao longo do comprimento da amostra.
Segundo Pavel HW� DO (2001) uma determinação independente destes 2
parâmetros não é correta, recomendando que valores de λ e β sejam
determinados simultaneamente com base nas leituras de poropressão efetuadas
no início (face de injeção), meio e final da amostra ensaiada.
A seguir é considerado um exemplo para o cálculo dos parâmetros λ e β
a partir do método proposto por Pavel HW�DO (2001).
������([HPSOR�GH�'HWHUPLQDomR�GRV�3DUkPHWURV�λ �H� β �
Considera-se uma amostra cilíndrica de arenito de 2,54 cm de diâmetro e 5
cm de comprimento, com permeabilidade de 250 mD e porosidade de 20 %. A
taxa de injeção utilizada foi de 18 ml/h, com concentração de partículas de
1ppm, fator de dano ��=β e coeficiente de filtragem ÀP����� −=λ .
Foram numericamente determinadas as poropressões nas seções
transversais situadas no início, meio e final da amostra, conforme indicado na
figura 5.6.
Figura 5.6 – Seções utilizadas para cálculo dos valores de poropressão em �W� ≤≤ dias
81
1.9730E-03
1.9740E-03
1.9750E-03
1.9760E-03
1.9770E-03
1.9780E-03
1.9790E-03
1.9800E-03
0 1 2 3 4 5 6 7Á�Â�ÃÄ�ÅÆ Ç�È É�Ê�Ë
Ì ÍÎÍÏÎÐÑÑÒ ÍÓÍÔÓÕ ÖÔ Í× ØØÙÍÑÚ ÎØÛÜÌ ØÝ
Figura 5.7 – Variação da poropressão no início da amostra com o tempo
9.7480E-04
9.7500E-04
9.7520E-04
9.7540E-04
9.7560E-04
9.7580E-04
9.7600E-04
9.7620E-04
9.7640E-04
9.7660E-04
9.7680E-04
0 1 2 3 4 5 6 7Á�Â�ÃÄ�ÅÆ Ç�È É�Ê�Ë
Ì ÍÎÍÏÎÐÑÑÒ ÍÓÍÙÐÔ Í× ØØÙÍÑÚ ÎØÛÜÌ ØÝ
Figura 5.8 – Variação da poropressão no meio da amostra com o tempo
82
0.0000E+00
5.0000E-09
1.0000E-08
1.5000E-08
2.0000E-08
2.5000E-08
3.0000E-08
3.5000E-08
4.0000E-08
0 1 2 3 4 5 6 7Þ�ß�àá�âã ä�å æ�ç�è
é êëêìëíîîï êðêñ ò ðóôõ óóöêî÷ ëóøùé óú
Figura 5.9 – Variação da poropressão no final da amostra com o tempo
Obtidos as poropressões, calculam-se os valores da porosidade média da
amostra e dos trechos inicial e final (figura 5.6), através da seguinte equação:
S/T.
∆∆µ= (5.1)
onde T é a taxa de injeção empregada, µ viscosidade do fluido, S∆ a
queda de pressão medida entre as seções consideradas e /∆ a distância entre
as mesmas.
Desta forma é possível obter-se o gráfico da variação da permeabilidade
média com o tempo na figura 5.10. Considerando–se todo o comprimento da
amostra. Neste caso a permeabilidade média inicial de 250mD diminuir para
249,3353mD ao final de 6 dias de fluxo.
83
2.4930E+02
2.4940E+02
2.4950E+02
2.4960E+02
2.4970E+02
2.4980E+02
2.4990E+02
2.5000E+02
2.5010E+02
0 1 2 3 4 5 6 7û�ü�ýÿþ�������� ���
���� ��� ����� �
���������� �� ������ ��
Figura 5.10 – Variação com o tempo da permeabilidade média, ao longo do comprimento da amostra
Através do gráfico de permeabilidade média YHUVXV tempo determina-se
então a relação declínio de injetividade ( )�α �YHUVXV volume injetado/volume de
poros, considerando-se as seguintes expressões (Pang e Sharma, 1994):
!..=α (5.2)
onde ". é a permeabilidade média inicial da amostra e . a
permeabilidade média ao longo do seu comprimento em cada trecho
considerado,
e
/$WT7
φ= (5.3)
onde 7 é o volume injetado/volume de poros, T a taxa de injeção, W o
tempo de injeção, φ a porosidade da amostra, $ a seção transversal da
amostra e / o seu comprimento.
84
Com base nas relações 5.2 e 5.3 é possível traçar-se o gráfico de declínio
de injetividade YHUVXV volume injetado/volume de poros, conforme figura (5.11).
Esta curva, quando padronizada em termos de -�..
#$
==α
representa a
chamada curva de impedância (figura 5.12).
0.9970
0.9975
0.9980
0.9985
0.9990
0.9995
1.0000
1.0005
0 100 200 300 400 500 600%'&)( *,+.-0/ 1324-65 798:&9; <=&( *,+.->8,-0?=&@ &=A
B CDEF GH IJ CH GK CLH MHJ NJ CNIE IGOIJ I
DIPQRHPCGL IJ NNPISL RN
Figura 5.11 – Declínio de injetividade ao longo do comprimento da amostra YHUVXV volume injetado/volume de poros
J = 5.20784E-06T + 1.00000E+00
0.9995
1.0000
1.0005
1.0010
1.0015
1.0020
1.0025
1.0030
0 100 200 300 400 500 600TVUXW Y�Z\[�] ^9_`[a`b�cdU�e f�UXW YdZ\[gcd[ih�UXjkU�l\m4ndo
p qrstu vwx yz{|
Figura 5.12 – Variação da impedância - com o volume injetado/volume de poros (T)
85
Do gráfico de impedância YHUVXV� volume injetado/volume de poros
determina-se o coeficiente angular da reta ( )}��[�������P −= que,
introduzido na equação 2.53 reproduzida abaixo, permite estudar o
comportamento do fator de dano β com a variação do coeficiente de filtragem
λ (figura 5.13). Ressalta-se neste fato que o valor de P não é uma constante,
variando conforme as condições de cada ensaio.
( )
−
=− ~��
H�&
Pλ
λβ (5.4)
�
0
50
100
150
200
0 100 200 300 400 500 600�������� ��� �d�)���\������� � �������d��������`����i� �`�
� �� ��� � �¡�¢£ ¤¥
Figura 5.13 – Variação do fator de dano com o coeficiente de filtragem
Observa-se na figura (5.13) que a função ( )λββ = decresce
monotonicamente, iniciando em ∞→β , quando �→λ , e terminando em
&P=β , quando ∞→λ .
O mesmo procedimento é utilizado para o estudo da variação da
impedância nos trechos inicial e final da amostra de rocha.
86
Os gráficos, e respectivas equações, podem ser observados na figura 5.14
de onde imediatamente se retira que ¦§ ��[�������P −=ψ , para o trecho inicial
e ¨© ��[�������P −=ψ , para o trecho final da amostra.
J = 5.20784E-06T + 1.00000E+00
J = 3.21502E-06T + 1.00000E+00
J = 7.15352E-06T + 1.00000E+00
0.9995
1.0000
1.0005
1.0010
1.0015
1.0020
1.0025
1.0030
1.0035
1.0040
0 100 200 300 400 500 600ª�«)¬ ®.¯±° ²3³4¯9´ µ,¶:«9· ¸,«�¬ :®>¯>¶,¯±¹=«)º4«=»½¼ ¾¿
À ÁÂÃÄÅ ÆÇÈ ÉÊËÌ
ÍÏÎÑÐÏÒ�ÒdÒ3Ó'ÎÑÔ�Õ Ö ÒÍ6Ö ×�ØÑÙ�Î�Ú Û Ü3ÒÑÝÍ6Ö ×�ØÑÙ�ÎÞÛ ÜÏÛ ØÑÛ ÒÑÝ
Figura 5.14 – Variação da impedância com o volume injetado/volume de poros
A variação do fator de dano com o coeficiente de filtragem para toda a
amostra é determinada com base na equação 5.4, enquanto que para trechos
inicial e final utiliza-se a equação 2.54, reproduzida abaixo. Os gráficos da
variação do fator de dano estão ilustrados nas figuras 5.15 e 5.16
( )
−
=− ßáà
H�&
Pψλλβ
(5.5)
87
ââ9ã
0
50
100
150
200
0 100 200 300 400 500 600äÞåæ=çkè é)è æ)ê=ë4æ±ì)æ0çkè í ëkî4ï:ðæñóò±ô õ�ö ÷ ø
ù úû üýþ ÿþ ú�ü�� �� Toda a amostra
Trecho inicial
Figura 5.15 – Variação do fator de dano com o coeficiente de filtragem considerando toda a amostra e apenas o seu trecho inicial
�� �
0
40
80
120
160
200
0 100 200 300 400 500 600��� ��� ��� ������������ � ���������� �"!$#&% ')(
* +, -./ 0/ +1-23 45
Toda a amostra
Trecho final
Figura 5.16 – Variação do fator de dano com o coeficiente de filtragem considerando toda a amostra e apenas o seu trecho final
88
Conforme pode-se facilmente observar na figura 5.15, não é possível
determinar-se um valor único do coeficiente de filtragem e do fator de dano com
base nos resultados calculados de poropressão para toda a amostra e apenas o
seu trecho inicial ( )FP���[� << .
Entretanto, as curvas da figura 5.16, preparadas com os resultados
relativos a toda a amostra e apenas ao seu trecho final, permitem corretamente
determinar os valores de ��=β e 6
P����� −=λ , anteriormente utilizados com
dados de entrada do programa computacional desenvolvido.
O fato de, nesta análise inversa, os valores de λ e β serem recuperados
é um indicador que as implementações numéricas pelo método dos elementos
finitos foram adequadamente executados e que o método proposto por Pavel HW DO (2001) para determinação simultânea do coeficiente de filtragem e do fator de
dano é teoricamente fundamentado.
����&RPSDUDomR�GH�0RGHORV�GH�3HUPHDELOLGDGH�
Neste exemplo foi feito um estudo comparativo dos efeitos de modelos de
permeabilidade no declínio de injetividade, considerando diferentes valores de
concentração de partículas presentes na água de injeção, utilizando 2 diferentes
modelos de permeabilidade: o modelo de Pang (1996), implementado em versão
anterior do programa computacional, e o modelo de Pang e Sharma (1994),
implementado na versão do programa computacional desenvolvido nesta
dissertação e com o qual os exemplos dos itens 5.2 e 5.3 foram estudados.
O modelo de Pang (1996), descrito anteriormente no item 2.4.2.3, é
baseado na adaptação da equação de Blake-Kozeny, introduzindo-se no modelo
de permeabilidade os efeitos da redução da porosidade livre e dos aumentos da
superfície específica e da tortuosidade.
O modelo de Pang e Sharma (1994), descrito anteriormente no item 2.3.3,
admite que a redução da permeabilidade possa ser matematicamente descrita
pela equação abaixo
78 ��
..
φβ+= (5.6)
89
onde 9. é a permeabilidade inicial, β o fator de dano e :φ a porosidade
das partículas depositadas.
Em ambos os modelos um fator de dano β é considerado, mas enquanto
que na formulação de Pang e Sharma (1994) este parâmetro representa
genericamente os danos causados ao meio poroso, no modelo de Pang (1996) o
fator de dano está diretamente associado aos efeitos das mudanças de
tortuosidade nos canais de fluxo.
A comparação da variação do declínio de injetividade com o aumento da
concentração das partículas presentes no fluido de injeção, incorporando os dois
modelos de permeabilidade, está ilustrada na figura 5.17. Nela observa-se que
os resultados numéricos para declínio de injetividade são bastante mais
acentuados quando a formulação de Pang (1996) é utilizada, enquanto que os
valores previstos pelo modelo de Pang e Sharma (1994) tendem a ser bastante
mais conservadores à medida que a taxa de concentração de partículas
aumenta. O declínio de injetividade previsto com concentração de 10 ppm no
modelo de Pang e Sharma (1994), por exemplo, é ainda inferior àquele previsto
pelo modelo de Pang (1996) com apenas metade do valor de concentração de
partículas (5 ppm).
Estes resultados portanto confirmam o fato de que a escolha do modelo de
redução de permeabilidade é fator fundamental na simulação de processos
associados com a deposição de partículas em meios porosos.
0.9300
0.9400
0.9500
0.9600
0.9700
0.9800
0.9900
1.0000
1.0100
0 100 200 300 400 500 600;�<>= ?A@CBED FHG BJI KMLN<MO PQ<R= ?Q@CBCLABESA<RT <AU
V WXYZ [\ ]^ W\ [_ W`\ a\^ b^ W
1 ppm1 ppm3 ppm5 ppm3 ppm
5 ppm
8 ppm10 ppm
8 ppm
10 ppm
Pang (1996)Pang e Sharma, 1994
Figura 5.17 – Declínio de injetividade utilizando diferentes formulações de permeabilidade