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6º Regimento de Cavalaria Blindado

AÇO, AÇO, AÇO,

FERRO E AÇO,

FOGO E BALAÇO.

6º RCB, BRASIL!

O grito de guerra do 6º RCB foi criado para expressarsua ligação com o blindado, material de emprego que odiferencia. Este chamamento também exalta o espíritoguerreiro de uma Unidade que foi concebida para ser a forçade choque da Brigada de Cavalaria Mecanizada.

1º Edição

Alegrete RS

2013

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Informações da capa

A bela imagem que ilustra a capa deste livro é omagnífico trabalho de autoria da Sra Deja Rosa, vencedorado Concurso de pintura “JOSÉ DE ABREU: SEUREGIMENTO, SUA CIDADE”, realizado na semana deaniversário de 124 anos do Regimento José de Abreu noano de 2012.

A contracapa é ilustrada pelos integrantes doRegimento. A fotografia, ambientada em torno do lema daorganização militar, evidencia o maior valor do Regimento:seus homens. Este trabalho foi feito em homenagem eagradecimento a este valoroso conjunto, de agora e desempre. Esta imagem ficou registrada por meio da talentosalente do Sr Olmiro Pedroso Porto, fotógrafo do Regimento.

Agradecimentos Especiais

Agradeço a Deus por ter tornado possível estaminha obra e agradeço todo o apoio dos meus filhos enetos.

Mário Souza dos Santos

Agradeço a Deus por ter me concedido a graça derealizar este trabalho, a minha esposa Samara, filhosMithiele, Miguel Filho e Maria Clara e ao meu pai, José,pela compreensão e apoio.

Agradeço ao Tenente Coronel Trovizo pelaconfiança em mim depositada, ao pesquisador MárioSouza dos Santos pela oportunidade proporcionada e atodos os integrantes do Regimento, que de algumaforma contribuíram no cumprimento desta missão.

Miguel Henrique da Silveira Pacheco

Agradeço ao Exmº Sr Cmt do Exército e a todosos integrantes do 6º RCB por terem me dado aoportunidade de exercer a função mais gratificante queum oficial de cavalaria pode merecer. Juntos fizemosalgo...

Agradeço também a meus pais, Ivo e Vasti. Àminha Paula e ao Vitor que vem por aí e já é a luz denossa casa.

Agradecimentos ainda ao Sr Paulo André, daeditora Ciência Moderna, sem o qual ideia deste livronão se materializaria.

Ricardo de Castro Trovizo

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ÍNDICEInformações da capaPrefácioIntroduçãoUma síntese deste trabalho

Capítulo ICriação do RegimentoPrincesa IsabelPrimeiro ComandanteRevolta da ArmadaRevolução Federalista

Capítulo IIA chegada do Regimento em AlegreteHistórico da cidade de AlegreteMarquês de AlegreteGuerra do ContestadoParticipação do Regimento na Guerra do Contestado

Capítulo IIITransformação do 9º RC em 6º RCIA Revolução de 1923 - Primeiro emprego em solo gaúchoCoronel Maurício de AbreuRevolta de 1924Revolução de 1926Revolução de 1930Revolução de 1932A história de uma espadaNossos Pracinhas da FEB

Capítulo IVTransformação do 6º RCI para 6º RCSoldado Luiz DalpizolÚltima carga de CavalariaÚltima Passagem de Comando da 2ª Divisão de Cavalaria

Capítulo VCoronel Homero LaydnerO Patrono do Regimento – Marechal José deAbreuEstandarte Histórico do RegimentoInauguração do novo quartelHomenagem “do 6° RCB a seu ex-Comandante”

Capítulo VITransformação do 6º RC em 6º RCBA chegada dos Blindados no RegimentoCentro Hípico José de AbreuPiquete José de Abreu

Capítulo VIISalão de HonraHistória do sobrenome De AbreuGaleria de Ex-Comandantes

Capítulo VIIIO Regimento e seus EsquadrõesCurso de formação de Sargentos

Capítulo IXAcervo Histórico do Regimento José de AbreuSala de Exposição Ten Cel Armando de Moraes ÂncoraO estriboO clarim

Capítulo XCharges do Coronel EstigarribiaO Burrico PericoQuase perdemos o ComandanteDeu no BoletimPelotão ZequinhaProjeto CharruaTenente Nabor

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A Taça CharruaMedalha do RegimentoAo Solado de CavalariaCanção do Regimento José de AbreuTombômetroDecálogo do ComandanteEm busca dos restos mortaisAgradecimentosBibliografia

Prefácio

Durante o Curso de Altos Estudos Militares daECEME, é comum ouvir que o comando de uma UnidadeOperacional é uma das missões mais importantes que sepode dar a um oficial do Exército. Pois bem, na condição dealuno, por vezes não é possível aferir a exata dimensãodesta assertiva.

No entanto, a partir da designação para a função éque se dá conta da magnitude do cargo. Neste sentido,parafraseando um conhecido anúncio: comandar umRegimento de nossa Cavalaria se constitui em considerávele honrosa responsabilidade; comandar um RCB, Unidadedimensionada para ser a força de choque e desaferramentode nossas Brigadas de Cavalaria Mecanizada se constituiem considerável distinção; mas comandar o 6º RCB... nãotem preço!!!

Ter a condição de se gerenciar um efetivo de cerca deoitocentos homens, dotados do poder de combate conferidopelo meio blindado sobre lagarta. Se ocupar dasincumbências do Curso de Formação de Sargentos, cujomaterial humano se constitui no melhor que a aprovação emum dos vestibulares mais concorridos do Brasil podefornecer. Dispor da bela infra estrutura legada pela visão eesforço dos valorosos que por aqui passaram. Desfrutar doconvívio dos confrades camaradas do Regimento. Tudo isso,emoldurado pelo hospitaleiro Alegrete, coração daCampanha Oeste Gaúcha, sítio histórico e amálgama daalma guerreira e cavalariana deste povo acolhedor eperfeitamente identificado com o Regimento. Simbiose quealimenta esta OM e impulsiona esta querida comunidade.

Vivenciar esta absorvente conjuntura é algo cujo valornão se pode mensurar. Talvez estas palavras nem façamsentido para aqueles que não tiveram a fortuna de observaro amanhecer alegretense a partir da “Colina Masgrau”.

No entanto, ao longo destes 125 anos de história,

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muitos companheiros experimentaram a ventura depertencer à “família José de Abreu”. O fruto do trabalhodestes homens e mulheres se constitui naquilo quecarinhosamente se chama de “ O Glorioso”.

A expressão “já pertenci ao Glorioso” é bastantecomum neste chão. Justamente para honrar esta preciosaherança e em agradecimento por termos a oportunidade dedesfrutar do ápice da carreira das armas sob este céu é quepropusemos esta singela homenagem: registrar, de acordocom nossas circunstâncias, um pouco da épica trajetóriadesta organização militar.

Agora ...À CAVALO!!!... ou, na linguagem do blindado:

PREPARAR PARA EMBARCAR!!! ......EMBARCAR!!!

boa leitura.

TC Trovizo – Cmt do 6º RCB.

Introdução

No mês de janeiro de 2012, fui procurado peloComandante do 6º RCB, Ten Cel Trovizo, que me convidou afazer este trabalho, cuja finalidade seria manter viva amemória do 6º Regimento de Cavalaria Blindado, estatradicional Unidade da 2º Brigada de Cavalaria Mecanizada,‘‘Brigada Charrua”. A princípio fiquei um pouco apreensivotendo em vista a magnitude do trabalho, mas aceitei odesafio, dando início aos trabalhos no mês de fevereiro de2012, desde então se passaram 18 (dezoito) meses, nosquais realizei diversas pesquisas, no Centro de Pesquisasde Alegrete (CEPAL), no Acervo Histórico de Alegrete, noarquivo do 6º RCB, em publicações antigas da Gazeta deAlegrete, entrevistas com militares da reserva e reformadosque integraram o Regimento, entrevistas compersonalidades alegretenses, pesquisas de campo, etc.

Apesar de ser filho de militar do Exército, servi comofuzileiro naval. Deste modo, desenvolver este trabalho foiuma oportunidade ímpar para conhecer de forma maisintensa o trabalho destes profissionais, nestes meses emque convivi com os companheiros do 6º RCB, tive a gratasatisfação de viver o dia a dia de uma Unidade do Exército,em especial, uma Unidade Blindada da Cavalaria, pudeacompanhar o trabalho desenvolvido por estes homens, queconduzem as tarefas de forma responsável, sem perder aalegria e o bom humor.

Procurei desenvolver os capítulos deste livro naordem cronológica dos acontecimentos, o leitor atento, iráperceber que no princípio o Regimento era "itinerante",deslocava-se ao sabor dos acontecimentos e de acordo comas necessidades da Nação, até sua chegada em Alegrete, ohá 104 (cento e quatro) anos, só se ausentando da cidadepara o cumprimento de missões.

O 6º Regimento, assentado sobre a colina Masgrau,

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pode ser identificado ao longe, graças ao contrasteproporcionado pelo vermelho e branco característico danossa Cavalaria, no fundo verde da coxilha.

A comunidade alegretense e o Regimento Abreu,mantêm integrado trabalho, muito apreço e consideraçãorecíproca, o Regimento orgulha-se de sua cidade, que porsua vez, orgulha-se de seu Regimento.

O lema do Regimento é:

“NOSSO VALOR NÃO ESTÁ NO QUE TEMOS, MAS SIMNO QUE SOMOS".

Este lema reflete muito bem a forma competente comque o Regimento cumpre todas as missões, pois mesmocom restrições materiais, a Unidade gerencia com eficiênciaos recursos de que dispõe, contando com o valor de seusmilitares (fator humano) para superar as dificuldades,evidenciando a importância do "ser" sobre "ter".

Este lema evidencia que, independente da plataformade combate de que dispusermos, somos Cavalarianos,somos tropa blindada, somo Força-Tarefa, somos adiferença numa Brigada de Cavalaria Mecanizada.

Uma síntese deste trabalho

O Regimento foi criado em São Paulo, atravésDecreto n° 10.015 de 18 de Agosto de 1888, assinado pelaprincesa Isabel. No entanto, o Regimento só "saiu do papel"em 14 de Dezembro de 1889, recebendo a denominação de10º Regimento de Cavalaria Ligeira.

O primeiro Comandante do Regimento, foi o TenenteCoronel João da Silva Barbosa, que 08 (oito) anos depois,também viria comandar a 1ª Coluna do General ArthurOscar, na vitoriosa Campanha de Canudos.

O Regimento teve sucessivas paradas no período de1893 a 1898, na cidade de Santos por ocasião da Revolta daArmada, guarnecendo o porto desta cidade para evitar odesembarque dos marinheiros revoltosos, em virtude daRevolução Federalista de 1893, fez paradas nas cidades deCuritiba, Florianópolis, Lages e Porto Alegre.

Por aproximadamente 10 (dez) anos, de 1898 a 1908,ficou em Santa Vitória do Palmar cumprindo missões decombate ao contrabando e vigilância da fronteira.

O Regimento só chegou a Alegrete em março de1909, ano em que recebeu a denominação de 9º Regimentode Cavalaria, como não havia um aquartelamento paraabrigá-lo, acantonou junto às futuras instalações até 1911,quando foi inaugurado seu primeiro quartel, no local ondehoje está instalado o 12º Batalhão de Engenharia deCombate Blindado.

Nos anos de 1914-1915, participou da luta na Regiãodo Contestado, entre Santa Catarina e Paraná, sob àsordens do Gen Leovigildo Paiva.

Em 11 de Dezembro de 1919, o Regimento recebeu anumeração que o acompanha até hoje, 6º (sexto), tendo sidotransformado em 6º Regimento de Cavalaria Independente.Em 1923, cumpriu a missão de guarnecer os trens einstalações da Viação Férrea, por motivo da "Revolução de

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23", no Rio Grande do Sul, contra Borges de MedeirosGovernador do Estado.

No ano de 1926, participou com um Esquadrão noCombate do Seival, onde ocorreu o último ataque deCavalaria no Rio Grande do Sul, comandado peloalegretense Oswaldo Aranha, combateu os revoltosos TenNelson e Alcides Etchegoyen de Santa Maria, e Ten VicenteMário de Castro de São Gabriel.

O Regimento aderiu a Revolução que depôs oPresidente Washington Luiz em 1930, dando fim à RepúblicaVelha e início a era Vargas (1930-1945).

Por ocasião da 2ª Guerra Mundial, o Regimentoenviou 200 (duzentos) pracinhas em 1943, para fazer parteda força Expedicionária Brasileira, que lutou na Itália em1944, destacando-se os soldados alegretenses PrimRodrigues Canes, João Espinarde, ambos mortos emcombate. Tive também o prazer de entrevistar o Sr AlceuAlves Moreira, último “FEBiano” vivo em Alegrete, quegozando de perfeita saúde e lucidez, descreveu toda suatrajetória na Itália.

Em 1946, o Regimento sofreu nova mudança dedenominação, passando a chamar-se 6º Regimento deCavalaria.

No ano de 1957, foram concluídas as obras do seunovo e moderno aquartelamento (atuais instalações) nacolina Masgrau, construído para atender às necessidades doRegimento, no mesmo ano, em 13 de maio recebeu adenominação histórica de ''Regimento José de Abreu".

Em 1964, aderiu ao contra golpe, trazendo ao nossopaís a liberdade que hoje desfrutamos.

Em 1971, no mês de dezembro, recebeu sua atualdenominação, ''6º Regimento de Cavalaria Blindado",substituindo a velha companhia do amigo cavalo pelo carrode combate.

Em 1972, foi fundado o circulo Militar de Alegrete,precursor do Centro Hípico do Regimento. Em 1988, ao

comemorar o seu centenário, teve seu estandartecondecorado pelo superior Tribunal Militar, com a ordem doMérito Judiciário, em 1991 o estandarte do 6º Regimento deCavalaria Blindado, foi condecorado pelo Presidente daRepública, com a ordem do Mérito Militar.

Não poderia me furtar de incluir neste livro o Salão deHonra Cel Homero Laydner e o Acervo Histórico Ten CelArmando de Moraes Âncora, pois ambos dispõem deriquíssimo acervo.

Achei útil descrever ao leitor a missão e a importânciados Esquadrões no Regimento.

Todo quartel acumula histórias através dos anos, quecontadas de geração em geração, perpetuam-se através dostempos, algumas pela importância, outras, por possuíremuma pitada de humor, foi pensando em compartilhá-las como leitor que fizemos o Capítulo X, intitulado "Nacos dehistória", onde utilizamos algumas charges do CelEstigarribia, que serviu no Regimento e entrevistas com ex-integrantes do Regimento, alguns deles integrantes daConfraria dos Camaradas do Regimento José de Abreu.

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Capítulo I

1888-1908

A capa ideal“Copiada de um modelo de capa para uso do gaúcho desenvolvidopela Renner, a capa Ideal (assim denominada pelo fabricante, emetiqueta costurada no interior da capa, à altura do peito), era de lãimpermeabilizada.Usava-se comprida, para cobrir também a anca da montaria,quando montado.Abrigava contra frio e chuva; um excelente cobertor em noitadasfrias.O capitão da gravura está usando um binóculo Zeiss-Nedinscomodelo 1936, excelente equipamento ótico que vinha em estojo decouro com protetor de lentes na alça e lentes para sol”.

(Cel Estigarríbia)

Criação do Regimento

Ao final do século XIX, o Império agonizava, o poderReal encontrava-se envolvido em graves questões políticase sociais, buscava reformas profundas a fim de salvar acoroa, uma das medidas adotadas, ainda que tardia, foi àreorganização do Exército. Assim, a Princesa Isabel criou oRegimento por meio do Decreto Nr 10.015 – de 18 de agostode 1888.

Abaixo, transcrição de alguns artigos relacionados àcriação do Regimento:

Decreto Nº 10.015 – de 18 de Agosto 1888

Reorganiza as forças arregimentadas do Exército.

Usando da autorização conferida pelo parágrafo 11,do Art.8º, da lei n° 3.348, de 20 de outubro de 1887, aPrincesa Imperial Regente, em nome do imperador o senhorD. Pedro II, Há por bem decretar o seguinte:

Art. 1°. As forças arregimentadas do Exércitopermanente ficam organizadas em corpos das armas deengenharia, artilharia, cavalaria, infantaria e de transporte,de conformidade com os quadros que acompanham opresente Decreto.

Art. 2°. (assuntos referentes à arma de engenharia).

Art. 3° e 4º. (assuntos referentes à arma de artilharia).

Art. 5°. A arma de cavalaria constará de dezregimentos, de quatro esquadrões cada um, sendo doisd’estes de clavineiros e dois de lanceiros.

Parágrafo 1°. Todos os regimentos serão de cavalarialigeira e terão idêntica organização.

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Parágrafo 2°. Haverá em cada regimento umveterinário contratado, com a graduação de alferes. Oarmeiro, correeiro e clarim-mór terão a graduação de 1°sargento, e os ferradores a de cabo, todas estas praçastrarão a divisa no braço direito.

Parágrafo 3°. Em cada regimento haverá um sóestandarte, que será conduzido em formatura pelosecretario.

Art. 6° e 7º (assuntos referentes à arma de infantaria)

Art. 8°. Os comandos dos batalhões e regimentosserão preenchidos, metade por coronéis e metade portenentes-coronéis.

Art. 9°. O ministro da guerra expedirá as instruçõesque forem necessárias para a execução das disposições dopresente decreto. THOMAZ JOSÉ COELHO DE ALMEIDA,do conselho de sua Majestade, o Imperador, Senador doImpério, o Ministro secretario de Estado dos Negócios daGuerra, assim o tenha entendido e faça executar.

Palácio do Rio de Janeiro, em 18 de agosto de 1888,67° da Independência e do Império - PRINCESA IMPERIALREGENTE. - THOMAS JOSÉ COELHO DE ALMEIDA.

Princesa Isabel

A Princesa Isabel assinou o Decreto que deu origemao Regimento em 1888. Nascida no palácio de SãoCristóvão e batizada na Capela Imperial no dia 15 denovembro de 1846, seu nome foi uma homenagem à Rainhade Nápoles, sua avó.

Princesa Isabel

Na história do Brasil é reconhecida como redentora,ao ter assinado a Abolição da Escravatura em 13 de maio de1888. Além de princesa e regente, foi a primeira senadora doBrasil, ocupou o cargo por ser herdeira do trono a partir dos25 anos de idade. Antes de assinar a Lei Áurea, já haviasancionado leis para o primeiro recenseamento do império,

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naturalização de estrangeiros e relações comerciais com ospaíses vizinhos.

Em 28 de setembro de 1871, como regente doimpério, sancionou a Lei do Ventre Livre, lei que libertavatodos os filhos de escravos, assinada enquanto Dom PedroII viajava pela Europa. A favor da abolição, pressionara oministério que logo viria a ser dissolvido e recomposto porpolíticos abolicionistas.

Depois de onze anos de casamento, com o duqueLuís Gastão de Orleans, conhecido como conde D´Eu, teveo seu primeiro filho, Pedro de Alcântara, posteriormente teveLuiz Maria Felipe e Antônio Gusmão Francisco. Em 1889,com a Proclamação da República, toda a família realembarcou para a Europa, nessa época tinha dificuldade parase locomover, e viveu seus últimos dias vida na capitalfrancesa. O 10º Regimento de Cavalaria Ligeira, teve paradaem São Paulo, organizado no dia 25 de fevereiro de 1889.

Imagem da cidade de São Paulo em 1889, ano doestabelecimento do 10º RCL

Primeiro Comandante

Teve como Primeiro Comandante o Tenente CoronelJoão da Silva Barbosa, futuro comandante da 1º coluna doGeneral Arthur Oscar, que derrotou Antônio Conselheiro emCanudos 08 anos depois.

Tenente Coronel João da Silva Barbosa

João da Silva Barbosa sentou praça a 24 de janeirode 1850, promovido a Alferes em 30 de dezembro de 1859,a Tenente em 1º de junho de 1867, a Capitão Comissionadoem 1869, foi agraciado com a Medalha da Campanha doUruguai (1851 a 1852).

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Revolta da Armada – o primeiro emprego

O Regimento foi empregado na cidade de Santos, emmissões de manutenção da ordem interna, guarnecendoaquele porto para evitar que os marinheiros revoltososdesembarcassem.

Cidade de Santos-SP

No governo de Floriano Peixoto, após a renúncia deDeodoro da Fonseca, a renovação dos quadros políticosnacionais e regionais abriu espaço para a ascensão doscivis ao poder, sobretudo dos grandes cafeicultores ligadosao Partido Republicano Paulista (PRP). Foi neste contextoque os Almirantes Saldanha da Gama e Custódio de Mello,então Ministro da Marinha, arquitetaram um movimentocontra o governo Floriano Peixoto. Para justificar sua ação,os revoltosos denunciavam a ilegalidade do governo deFloriano, de acordo com o texto constitucional, o vice-presidente só poderia assumir o governo após dois anos decumprimento do mandato presidencial, caso contrário, novaseleições deveriam ser preparadas.

Floriano Peixoto, que assumiu após alguns meses dogoverno de Deodoro da Fonseca, alegava que essasorientações constitucionais não se aplicavam ao seugoverno, pois o mesmo foi instaurado pelo voto indireto,mesmo apresentando tal justificativa, os militaresinsatisfeitos trataram de organizar os navios em seu poder eapontar seus canhões em direção à Capital Federal, FlorianoPeixoto, confiante com o apoio político que possuía, decidiunão ceder às imposições da Armada.

Floriano PeixotoDessa maneira, em 13 de setembro de 1893, os

navios revoltosos abriram fogo contra a cidade do Rio deJaneiro. Até março do ano seguinte, os conflitos sedesenvolveram com a resposta terrestre dada pelasfortalezas e tropas que defendiam o mandato florianista.Diversos voluntários se apresentaram para defender ogoverno, tendo grande importância ao proteger a região depraia da cidade e impedindo que os revolucionáriosdesembarcassem.

Alguns dos participantes da revolta, ainda tentandoresistir às tropas governamentais, abriram novas frentes de

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batalha na região sul, esse novo foco de resistênciaapareceu graças aos participantes da Revolução Federalistaque ocorria no Rio Grande do Sul, também palco de atuaçãode nosso Regimento. O governo acabou sufocando essesdois levantes com apoio das classes médias e doscafeicultores paulistas, prestigiado por suas amplas aliançaspolíticas, Floriano Peixoto – o “Marechal de Ferro” – tornou-se um “defensor da República”.

Floriano Peixoto venceu a Revolta da Armada com amplo apoio da população.

Revolução Federalista

Os federalistas não reconheciam a legitimidade dogoverno de Floriano Peixoto.

Gumercindo Saraiva (3º da esquerda para a direita sentado)

Em 16 de abril de 1893, o Regimento que seencontrava em Santos retornou para São Paulo, onde umasemana depois, recebeu ordem de marcha para combater aRevolução Federalista. Desta maneira, o 10º RCL despediu-se de São Paulo, pois foi atuar nos anos de 1894 a 1896pelo interior do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul,permanecendo instalado sucessiva e provisoriamente emCuritiba (02 meses), Florianópolis (02 meses), Lages (11meses), Porto Alegre (11 meses) e Santa Vitória do Palmar(de 1898 até 1908).

Surgida na mesma época e no mesmo contextopolítico da Revolta da Armada, a Revolução Federalista foium movimento ocorrido entre facções políticas rivais do RioGrande do Sul. Durante o governo de Floriano Peixotohouve uma remodelação dos quadros governamentais, coma deposição de todos os políticos próximos à figura de

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Deodoro da Fonseca, essa mesma ação política foiestendida à esfera estadual, onde os governadores “pró-Deodoro” foram substituídos por representantes simpáticosao novo governo.

No Estado do Rio Grande do Sul dois partidospolíticos disputavam o poder entre si, de um lado o PartidoRepublicano Rio-Grandense (PRP) – conhecidos como“Pica-Paus” - era favorável ao republicanismo positivista eapoiava o novo governo de Júlio de Castilhos, aliado deFloriano em oposição ao Partido Federalista (PF) –conhecidos como Maragatos - era composto por integrantescontrários ao governo Júlio de Castilhos e defensores damaior autonomia dos estados por meio de um regimeparlamentarista.

A diferença de perspectiva política entre esses doisgrupos somente piorou com a imposição do governador Júliode Castilhos, inconformados com a imposição presidencial,os federalistas liderados por Gaspar Silveira Martins eGumercindo Saraiva, pegaram em armas para exigir àanulação do governo castilhista, em fevereiro de 1893, arápida reação das tropas governamentais acabou obrigandoos federalistas a recuarem para regiões do Uruguai e daArgentina.

A reação dos federalistas foi articulada com o ataqueà cidade de Bagé, realizando ataques surpresa emdiferentes pontos do estado, os revoltosos conseguiramavançar no território nacional tomando regiões em SantaCatarina e no Paraná, naquele mesmo ano, a Revolta daArmada, ocorrida no Rio de Janeiro, se uniu à causa dosfederalistas gaúchos conquistando a Vila do Desterro (atualFlorianópolis), em Santa Catarina.

Mesmo com o apoio dos militares cariocas, a tentativade golpe acabou enfraquecendo. O apoio ao governo deFloriano Peixoto contava com setores muito maissignificativos da população, desta maneira, a tentativa de

golpe acabou não se consolidando. No entanto, a violênciaempregada nos confrontos, marcada por cerca de 10.000mortes, deixou a Revolução Federalista popularmenteconhecida como a “revolução da degola”.

Em junho de 1895, os conflitos da revolução chegaram aofim com as lutas ocorridas no campo de Osório, na região deQuaraí. O federalista Saldanha da Gama lutou até a mortecom os últimos quatrocentos homens remanescentes emsuas tropas, para dar fim a outros possíveis levantes, umacordo de paz foi assinado, em agosto de 1895, concedendoanistia a todos os que participaram do conflito.

Curitiba-PR

O 10º Regimento de Cavalaria Ligeira atuou emCuritiba e Paranaguá seguindo após para a Vila do Desterro(atual Florianópolis).

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Florianópolis-SC

Lages- SC

Porto Alegre-RS

Abaixo, a cidade de Santa Vitória do Palmar, onde o10º Regimento de Cavalaria Ligeira permaneceu por 11anos, combatendo o contrabando e guarnecendo a fronteira,desde o Chuí até Jaguarão, de 1898 até 1908.

Santa Vitória do Palmar-RS nos dias atuais

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Capítulo II

1909 – 1918

Botas, esporas e pingalins'O mais famoso boteiro foi o Moreira no Rio. Uma Moreira decromo alemão era bota para se sair General com ela.Na década de 50 distribuíam umas botas de cano, para melhorse ajustarem às pernas. Essas botas e as esporas reiúnasfornecidas na AMAN por aquela época, levavam a designaçãoBaima, alusão ao tenente almoxarife, que tinha este nome.O cadete de Cavalaria traquejado usava botas de cano alto eduro, o pingalim regulamentar de couro (com castanhascromadas) e esporas rabo de papagaio, sem roseta.O oficial e a praça com curso de equitação fardavam esporasdouradas e o pingalim era em couro preto com castanhasdouradas. As esporas dos cabos e soldados eram de latão, muitolargas. Bota nova, como a do dia da espora, num dia decalor intenso, trancava na perna e era aquele sufoco descalçá-la'.

(Cel Estigarríbia)

A chegada do Regimento em Alegrete

De 1909 a 1919, pelo menos três acontecimentosimportantes envolveram o Regimento. Neste período,mudou-se para Alegrete-RS, teve sua denominação trocadade 10º Regimento de Cavalaria Ligeira para 9º Regimento deCavalaria e participou da Guerra do Contestado.

O aviso nº 285 de 11 de janeiro de 1909, dava ordempara o 10º Regimento deslocar-se para Alegrete, ondechegou em 15 de março e no mesmo ano, pelo Decreto Leinº 6.961 de 04 de abril, passou a denominar-se 9ºRegimento de Cavalaria:

Rua dos Andradas – Alegrete-RS

O 10º Regimento tomara o número 9, acampando emAlegrete, às margens do Rio Ibirapuitã. Em 23 de março de

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1911, foi inaugurado o seu moderno aquartelamento, ondepermaneceu por 48 anos, hoje, as antigas instalações doRegimento abrigam o 12º BE Cmb Bld.

Foto do novo quartel do então 9º Regimento de Cavalariaem Alegrete, no ano de 1911

Aquartelamento do 9º RC – 1911

Sobre este aquartelamento, a Gazeta do Alegrete de23 de março de 1911, assim se referia: “Esta magnífica obra feita sob supervisão do Tenente deEngenharia Rozendo Carpes, começou em 1909, e foiconcluída em 1911, esta obra ficou assim descrita: pavilhõesflancos esquerdos e direitos iguais, com 46,50 m de frente e7 m de fundo, destinados ao 2º e 4º Esquadrão, na face daretaguarda, ficam 04 (quatro) edificações, no primeiro o 3ºEsquadrão, e o outro a arrecadação geral, escolaregimental, casa de música, copa e refeitório, nos outrospavilhões foram dispostos aos lavatórios gerais, às células ea cozinha amplíssima.

Na frente do quartel, no primeiro pavilhão, ficavam asecretaria, o estado maior, o xadrez e a guarda, o segundopavilhão foi destinado ao 1º Esquadrão, no centro do pátioficava situado o pavilhão das cavalariças, tendo 22,40 m defrente por 10,20 m de fundos, dispondo de 20 amplas baiaspara animais, todas com cimento assentado sobre umasólida camada de concreto, cada baia dispunha demanjedoura grande para pasto e balde-bebedouro, naépoca, as instalações foram projetadas segundo diretrizesde veterinários franceses, a fim de evitar a transmissão demoléstias contagiosas próprias da raça cavalar”.“Quartel sendo constituído de pavilhões independentesdispostos sobre as faces de um quadrilátero de ângulosbiselados, é do tipo moderno, amplo e cômodo próprio parareceber um jovem soldado de hoje”.

Nota: É interessante observar que sempre houve a justapreocupação em providenciar acomodações adequadaspara receber o soldado, esta preocupação se manteveconstante através dos anos. Atualmente o desafio docomando é adequar os alojamentos para receber “ojovem soldado de hoje”, que possui celular, notebook,laptop e outros eletroeletrônicos, o que torna, porexemplo, o número de tomadas dos alojamentosinsuficiente.

O custo total das obras principais, alpendres, trabalhode abastecimento de água e sistema de esgoto atingiu asoma de 261.645$ 720 (duzentos e sessenta e um contosseiscentos e quarenta e cinco réis e setecentos e vinte milréis), sendo a construção realizada dentro do orçamento,inclusive a despesa da instalação elétrica.

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Histórico da cidade de Alegrete

Na região da fronteira, ao sul do Continente, durante150 anos lutaram portugueses e espanhóis, estas lutas sótiveram fim na segunda metade do século passado.

Cidade de Alegrete-RS

A origem da cidade foi o acampamento de soldadosde um general lusitano - D. Diogo – que em 1811 chegara àsmargens do rio Inhanduí.

Alguns anos depois, em 1816, a aldeia, que tinhacomo padroeira Nossa Senhora da Conceição Aparecida, foisaqueada, arrasada e incendiada pelos "insurgentes" deArtigas, um caudilho da “Banda Oriental do Uruguai”. Aindahoje, lá se encontra o cemitério, sendo o lugar conhecidocomo “Capela Queimada”.

A figura anterior se refere à tela existente na capela hojelocalizada na área do antigo povoado de Nossa Senhora daConceição Aparecida do Inhanduí representando a primeirapovoação do Alegrete que foi destruída – este local éconhecido como” Capela Queimada”

Os sobreviventes da freguesia arrasada, em 1817,lançaram os fundamentos de nova povoação, desta vez àmargem esquerda do arroio Ibirapuitã, cerca de 37quilômetros distante do primitivo local. Deram-lhe o nome deAlegrete em homenagem a Luis Teles da Silva CaminhaMeneses, marquês de Alegrete e governador da Provínciade São Pedro do Rio Grande, que se constituíra patrono donovo povoado. Aos ajuntamentos que não possuíam umPadre se denominava “capela”.

Deste modo, em 1820, a capela de Nossa Senhora daConceição Aparecida de Alegrete recebeu o título de"Curato" com a chegada de seu primeiro Padre: ManoelFernandes de Almeida, o primeiro batismo, foi realizado a 30

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de dezembro de 1920, a pessoa batizada chamava-seLucrécia, era uma escrava.

O Curato foi elevado a “Vila” em 1831, no entanto, foiem 1842, que um importante episódio histórico demonstrouo crescimento do município: a reunião da AssembleiaConstituinte dos Farrapos, cujos membros ali redigiram oprojeto de sua "Constituição Republicana". Ainda existe olocal onde se realizou esse encontro, no qual hoje funcionaum estabelecimento bancário.

Curato – é um termo religioso, derivado de cura oupadre, que era usado para designar aldeias e povoadoscom as condições necessárias para se tornar umaparóquia. Povoação pastoreada por um cura.

Distrito criado com a denominação de Alegrete, pelalei provincial nº 23, de 30-04-1846 desmembrado domunicípio de São Borja.

Elevado à condição de cidade com a denominação deAlegrete, pela lei provincial nº 339, de 22-02-1857, ano noqual foi concluída a primeira ponte sobre o Rio Ibirapuitã. Adeterminação para sua construção fora baixada doze anosantes, em 1845, pelo então Presidente da Província de SãoPedro do Rio Grande: Luís Alves de Lima e Silva, o entãoBarão de Caxias.

Marquês de Alegrete

Luís Teles da Silva Caminha e Menezes

Luís Teles da Silva Caminha e Menezes, nasceu em27 de abril de 1775, em Lisboa - Portugal. Foi Tenente -General do Exército. Acompanhou, em 1807, a família realao Brasil, e em 1811, foi nomeado Governador da Provínciade São Paulo, sendo depois transferido para o Rio Grandedo Sul, onde deixou excelentes recordações. Em 1814,mandou fazer o recenseamento da população, elevou à vilaas povoações de Mostardas e de Cachoeiras e protegeumuito o desenvolvimento da povoação de Aparecida, quetomou então o nome de Alegrete. Triunfou por toda a parte,conseguindo derrotar completamente Artigas na batalha do

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Sítio de Catalão, que se realizou a 04 de janeiro de 1817,pondo a termo a Guerra da Cisplatina.

Em 1818, foi nomeado conselheiro de guerra eacompanhou depois D. João VI para o reino de Portugal.Seu último título foi de Marquês do Alegrete. Era o VIIIConde de Tarouca, tendo recebido a Grã-cruz da Ordem daTorre e Espada, o título de Comendador das Ordens deCristo e de Nossa Senhora da Conceição da Vila Viçosa.Também foi condecorado com a medalha de campanha daGuerra Peninsular, vindo a falecer em1828, na cidade deLisboa - Portugal.

Administrador esclarecido e enérgico, foi intitulado‘‘Fundador e Protetor’’ da cidade de Alegrete, tendoincentivado o desenvolvimento de outras diversas.

Guerra do contestado – primeiro emprego apósa chegada no Alegrete

A Guerra do Contestado foi um conflito armado queocorreu na região Sul do Brasil, entre outubro de 1912 eagosto de 1916. O conflito envolveu cerca de 20 milcamponeses que enfrentaram forças militares dos poderesfederal e estadual. Ganhou o nome de Guerra doContestado, pois os conflitos ocorrem numa área de disputaterritorial entre os estados do Parará e Santa Catarina, ricaem erva-mate e madeira.

Mapa a Região da Guerra do Contestado - 1914-1915.

Causas:A estrada de ferro entre São Paulo e Rio Grande do

Sul estava sendo construída por uma empresa norte-americana, com apoio de grandes proprietários rurais,detentores de força política na região e no governo central.Para a construção da estrada de ferro, milhares de famíliasde camponeses perderam suas terras. Este fato gerou muitodesemprego na área.

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Outro motivo da revolta foi a compra de uma grandeárea da região por de um grupo de pessoas ligadas àempresa construtora da estrada de ferro. Esta propriedadefoi adquirida para o estabelecimento de uma grandeempresa madeireira, voltada para a exportação. Com isso,muitas famílias foram expulsas de suas terras.

O clima ficou mais tenso quando a estrada de ferroficou pronta. Muitos trabalhadores que atuaram em suaconstrução tinham sido trazidos de diversas partes do Brasile ficaram desempregados com o fim da obra. Elespermaneceram na região sem qualquer apoio. Nestecontexto, surgiu a figura messiânica de José Maria, pregadorpopular com alegados poderes divinos.

Reação do governo:Os governos (federal e estadual) começaram a ficar

preocupados com a liderança de José Maria e suacapacidade de atrair os camponeses. O governo passou aacusar o beato de ser um inimigo da República, que tinhacomo objetivo desestruturar o governo e a ordem da região.Com isso, policiais e soldados do exército foram enviadospara o local, com o objetivo de desarticular o movimento.

Os soldados e policiais começaram a perseguir obeato e seus seguidores. Armados de espingardas de caça,facões e enxadas, os camponeses resistiram e enfrentaramas forças oficiais que estavam bem armadas. Nestesconflitos armados, entre 5 mil e 8 mil rebeldes morreram.

Curiosidade:O primeiro uso bélico de avião no Brasil, foi durante a

Guerra do Contestado (reconhecimento)

Participação do 9º Regimento de Cavalaria naGuerra do Contestado.

(Transcrito do livro “A Campanha do Contestado”- deDemerval Peixoto- 1920.)

... Desta feita, operamos a divisão da tropa em quatrolinhas tomando os nomes dos pontos cardeaes respectivos,e por conveniência das operações ficaram independentes o54 de caçadores e o 9º regimento de cavalaria.”...

Tropas na Região do Contestado“Compuzeram a linha do coronel Sócrates, as

seguintes unidades: 51 de caçadores com uma secção da 2ªcompanhia de metralhadoras; 16 de infantaria, ... 14 deinfantaria, 57 de caçadores, provindo de Porto Alegre edepois sob ordens do major Nestor Passos; um contingentede soldados do 8.° regimento, e ainda chegadosintervalIadamente, um contingente do 11 regimento, umesquadrão do 9.° de cavallaria, dirigido pelo capitão SouzaPacheco e, mais tarde, um outro contingente de 120soldados do 5º de infantaria. ...

... A Linha Sul, compreendendo maiores distâncias

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entre os centros de recursos, foi logo dotada de numerosacavalIaria na supposição de melhores resultados pela acçãomaneira e veloz da arma. O major Leovigildo trazia umcontingente de cavallarianos, formado com 90 praças aomando do tenente Carlos Pereira e tiradas do 4° regimentoem São Nicolau, 110 soldados do 5 ° regimento de São LuizGonzaga sob o comando do tenente Antunes, 50 homenssob a direção do capitão Pará, vindos do 6º regimento emSão Borja e ainda 50 praças com o tenente Barreto Pereirado 9° regimento que aquartelava em Alegrête. Ao todo eraum misto de 300 soldados montados, tendo á frente aenergia máscula de um verdadeiro typo de soldado.

Tropas na Região do Contestado

Official affeito ás vicissitudes da guerra, exemplo vivoe brilhante de homem de armas, llustrado e sereno, energicoe bondoso, o comandante do destacamento de cavallariafazia tambem literatura para seus comandados. Pregava,concitava e exemplicava o sacrificio sem reclamos nocumprimento do dever. Durante algum tempo, tendocomo pivo a villa de Campos Novos, seus piquetes

irradiavam constantemente, percorrendo os caminhos querumavam os centros fanatizados, emquanto seu coração,ditava trechos tendentes a calar no espírito dos ttransviados.

… O 9° regimento de cavallaria avançará deCuritybanos para Santa Cecilia, onde estacionará,explorando os caminhos em todas posições. Fica emCuritybanos um destacamento deste regimento.

Quartel General em Iracema, 10 de Janeiro de1915."...-... A tropa está em marcha para o norte, Ordem áColumna:

... O 9º regimento de cavallaria guarnecerá SantaCecilia e fará os reconhecimentos necessários.

...No Corisco foram se postar fôrças de cavalaria do9° regimento, ao mando do major Portugal e 32 vaqueanosde João Goerten; em Cima da Serra os cavallarianos dotenente-coronel Paiva; em Luiz de Souza um destacamentode infantaria; em Perdizes o grosso da coluna preparando-se para en veredar pela Tapéra, e em Cruzeiro estava o 2ºesquadrão do 9° regimento de cavallaria com o capitãoPacheco.

... Cavallaria : 9.° regimento, contingente (dos 4º, 5º e6º) do tenente-coronel Paiva, um esquadrão do 14ºregimento ,um pelotãodo 2º e outro do 14º regimentos , umpelotão de estafetas (escolta do com mando ) e outrospelotões de trem improvizados para o serviço deabastecimento . …

Nos campos do Corisco, continuou o 9.° regimento decavaIlaria; no arraial de Cima da Serra foi postado ocontingente recém chegado do capitão Philadelpho; ... noLageado um esquadrão do 9.° regimento.

Nota: Neste texto, referente à participação 9º Regimento naCampanha do Contestado, a grafia das palavras encontra-se de acordo com a original, do livro - “A Campanha doContestado”- de Demerval Peixoto- 1920.

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Capítulo III1919 – 1946

Em batalha (O C2-50)C2-50 Evolução nas Unidades de Cavalaria a Cavalo e Motorizadas, foiManual da Ordem Unida e Ordem dispersa da Tropa Hipo.Nas formaturas, nas passagens em revista, a Formação em Batalha –praticamente duas fileiras a intervalo de um corpo de cavalo, joelhocom joelho – era a formação usual.Formava-se com uniforme de parada e sela equipada, espadas elanças com bandeirolas.Nas ordem dispersa existia uma formação que um infante raramenteentenderia, a Formação em Quincôncio.Nesta formação simplesmente não deveria ocorrer alinhamento ecobertura.

(Cel Estigarribia)

No período de 1919 a 1946, o Regimento passou pormais uma mudança de denominação, sendo transformadode 9º Regimento de Cavalaria em 6º Regimento deCavalaria Independente, com a reorganização do Exércitorealizada em função das doutrinas surgidas com a 1º GuerraMundial, permanecendo na guarnição de Alegrete. Participoudas Revoluções de 1923, 1926, 1930 e 1932.

Enviou 200 (duzentos) pracinhas para integrar a FEB(Força Expedicionária Brasileira), que lutou na Itália na 2ªGuerra Mundial.

Transformação do 9º RC em 6º RCI

Abaixo, transcrição parcial do Decreto n° 13.916, de11 de Dezembro de 1919:

O Presidente da República dos Estados Unidos doBrasil, usando das autorizações concedidas pelo parágrafoúnico do Art. 43, capítulo VI, título III do decreto n. 12.790,de 02 de janeiro de 1918, e art. 59, da lei n.3.674, de 07 dejaneiro de 1919.

Resolve:

Art. 1° (Trata da divisão do território da República emRegiões Militares e Circunscrições Militares)

Art. 2° (Trata da distribuição das Regiões Militares eCircunscrições Militares)

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Art. 3° (Trata da descrição da Divisão Militar ecomposição das Brigadas).

Art. 4° ( Descreve o destacamento de Mato Grosso)

Art.5° Para execução do disposto no Art. 2°, 3° e 4°,são criados três batalhões de caçadores, doze companhiasde metralhadoras, um regimento de cavalaria, umregimento de artilharia montada e três grupos de montanha,um batalhão de engenharia, uma companhia de aerostação,oito depósitos de material de engenharia de campanha, trêsdepósitos de remonta.

Art. 6° ( Trata da divisão da Artilharia de Costa)

Art. 7° Os batalhões e os grupos incorporados sãodesignados em cada regimento pelos números romanos I, II,III, ou I, II; as companhias, os esquadrões e as baterias sãonumeradas seguidamente nos seus regimentos (1ª à 9ª, 1° à4°, 1ª à 6ª); identicamente nos batalhões de caçadores, nosde engenharia, nos corpos de trem e nos grupos isolados.

Os batalhões de caçadores tem numeração separada,de 1° à 27°; os grupos a cavalo vão de 1° à 3°; os de obusese os de montanha, de 1° à 5°; os regimentos de cavalariadivisionária, de 1° à 5°, e os independentes, de 1° à 11°.

Nota: Conforme o segundo parágrafo do texto do Art 7º,os regimentos de cavalaria independente receberam anumeração de 1º à 11º, pela nova distribuição, o 9ºRegimento de Cavalaria foi transformado em 6ºRegimento de Cavalaria Independente.

Art. 8° (Estabeleceu alterações na numeração das circunscrições de recrutamento).

Com a transformação chegaram os novos materiais:

Foto do fogão de campanha-cozinha, popularmentechamado “Maria Preta”, enquanto o Regimento se deslocavaa comida já era preparada, ao longe se avistava a fumaça.

Viatura utilizada para transporte de carne.

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Viatura utilizada para transporte de água.

Viatura utilizada para transporte de carne (vista traseira)

Armão da viatura cozinha (aberto)

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A Revolução de 1923 – primeiro emprego emsolo gaúcho

A Revolução de 1923, foi um movimento ocorrido noRio Grande do Sul, quando forças lideradas por JoaquimFrancisco de Assis Brasil, conhecidos por “Maragatos”,lutavam contra a permanência de Antônio Augusto Borgesde Medeiros como governador do estado, este, herdeiropolítico de Júlio de Castilhos, estava no poder desde 1908,representava o PR (Partido Republicano) e eram chamadospelos opositores de Pica-paus.

A fim de esclarecimento, a alcunha “Maragato” erauma denominação pejorativa, utilizada pelos Pica-paus, parareferirem-se aos integrantes do PL (Partido Libertador),surgiu em função da presença de uruguaios que apoiavamos Libertadores na Revolução, estes uruguaios eramintegrantes do Partido Colorado do Uruguai, que neste país,já era conhecido como Maragato, numa referencia à regiãohistórico-cultural do norte da Espanha, mais precisamenteProvíncia de Leão, de onde vieram os fundadores do partido,que usavam lenços vermelhos.

Quanto à expressão “Pica-pau”, esta era utilizadatambém de forma pejorativa pelos Maragatos, parareferirem-se aos Borgistas, fazia analogia ao métodoutilizado pela ave (pica-pau) para furar a madeira, queconsiste em insistentes pancadas com o bico, e a insistentecobrança de impostos por parte do governo do estado.

Durante esta Revolução, o Exército manteve a ordemsem tomar partido de nenhum lado, o 6º RCI cumpriu amissão de proteger a ferrovia e trens da área, dentre asmissões estavam:

a) Guardar atentamente o trem, resistindo hábil eenergicamente contra qualquer ato que embarace otráfego e os serviços de carga e descarga.

b) Verificar pelos manifestos da VFRGS (ViaçãoFérrea do Rio Grande do Sul) se há carros comarmas, munições, uniformes, barracas eequipamentos.

c) Impedir que os trens façam qualquer descarga foradas estações.

Em 21 de Junho de 1923, houve um combate entre asforças na cidade de Alegrete. O combate realizou-se na orlaleste da cidade junto à ponte do Rio Ibirapuitã perto doQuartel do 6º RCI.

Ponte Borges de Medeiros - Alegrete

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Coronel Maurício de Abreu

O Coronel Maurício de Abreu, era bisneto doMarechal José de Abreu, lutou em favor dos Maragatos sobo Comando de Honório Lemes da Silva, chefe militar darevolução.

Sobre o seu bisavô, Marechal José de Abreu, oescritor Simões Lopes Neto, em seu livro ContosGauchescos, referiu-se como o “Anjo da Vitória”, conformefragmento transcrito abaixo:

“Esse, o cavalo dele não dava rédea para trás,não! Esse, quando havia fome, apertava o cinto, comoos outros, e ria-se! Esse dormia como quero-quero,farejava como cervo e rastreava como índio...; esse,quando carregava, era como um ventarrão, abrindoclaros num matagal”. (Simões Lopes Neto - ContosGauchescos)

A respeito do Coronel Maurício de Abreu, escreveuJoão Batista Marçal o artigo intitulado “A Saga de umGuerreiro”, publicado na Gazeta de Quaraí em 03 de abril de2006, transcrito abaixo:

“O Coronel Maurício de Abreu, o guerrilheiro de porteespartano que tombou de lança em punho no Combate daPonte do Ibirapuitã, na gesta maragata de 23, engolfadonuma maré de coragem e sangue, é uma espécie de heróisem rosto da história de Quaraí. Bisneto do marechal Abreu,o “Anjo da Vitória”, do texto magistral de Simões Lopes Netoe um dos sinuelos da povoação destes pagos, Maurício écria deste chão e expoente maiúsculo da vocação libertáriade nossa gente. Foram precisos cinco balaços para vergar asua sanha de combate.

Nada se conhece de sua infância de guri campeiro,têmpera enrijecida nas fraldas do Jarau, do Quarai-Mirim oudo Pai-Passo, nem o ano, nem o local exato em que abriu osolhos para o mundo, naquela vastidão que tem todos os

matizes do verde. Bebeu e banhou-se, seguramente, nosolhos d’água que, naquelas paragens, afloram do ventre daterra virgem... Naqueles repechos acaudilhou fantasias,tropereou sonhos e estrelas... Afinal, como diria LuizMenezes, “Caravelas de Colombo/ também aportaram ali;/pra América fez cantigas / foi Bolívar, foi Artigas/ nas águasdo Quaraí...”.

“Sua terra madrugou ao chamamento guerreiro de1923, e ele foi um dos primeiros a atender o apelo deAdalberto Corrêa, na Estância do Mancarrão, já de pingoalçado no freio, navegando em “ganas de pelear”, ganhandoas divisas de sargento pelo espirito de liderança e ovoluntarismo. Ao aceno de ambos, num piscar de olhosestava formado o primeiro e mais desaforado Piquete deLanceiros dos muitos que pipocaram pelos caminhos dopampa visando derrubar o castelo autoritário de Borges deMedeiros. Na pobreza franciscana de armas de fogo,fabricaram-se lanças com cabos de taquara, ali mesmo,usando lâminas das tesouras de esquilar ovelhas. De todosos quadrantes do solo quaraiense que se olhasse, dascoxilhas, das canhadas e dos picadões, vinham magotes decampeiros de lenço vermelhos tremulando ao vento, aopasso ou ao trote, filhos de uma querência que ardia sob achamada da revolução.

Ainda recrutando combatentes, mas já rumbeandopara a tomada da cidade, fez o seu batismo de fogo junto àságuas do Quaraí-Mirim, em 28 de janeiro de 1923, primeirosangue derramado nesse entrechoque de bárbaros.Atacados com descargas de mosquetões por uma tropa daBrigada Militar, o Piquete de Lanceiros, comandadodiretamente por Adalberto Corrêa e Maurício de Abreu, levoude cambulhada a tropa legalista, aos berros, à ponta delança e à pata de cavalo. Destaque do confronto paraSargento Maurício de Abreu, heroico descendente do Barãodo Cerro Largo, ali mesmo promovido ao posto de tenente.

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Começava aí uma saga de peleador, que só teria finalcom o seu último suspiro, à beira da morte, na Ponte doIbirapuitã. A primeira tomada de Quaraí, escaramuça emAlegrete e as admiráveis cargas de lança, quase suicidas,no cerco de Uruguaiana. Em março, a mais extraordináriafaçanha desse punhado de valentes: entre o passo da Cruze o Cerro de Palomas, em Livramento, em debandada, até alinha divisória com a pátria de Atrigas. Maurício de Abreuganhou ali, nesse altar de homens livres que é o topo dacoxilha, as divisas de capitão.

Foi nessa etapa da campanha que Antero Marques oconheceu, num acampamento do “Passo do Guedes”,quando Adalberto Corrêa voltava do Uruguai, trazendoalgumas armas e munições. Sua coluna era composta de120 homens. Comandava-a mais de perto e diretamente –informa o autor de “Mensagem a Poucos “- um homemmoreno, de estatura média tendendo para baixa, magro masde compleição forte, calmo, olhar sereno e sutil de índio –Maurício de Abreu, com o posto de capitão “. Esses traços, esomente esses. É tudo o que se conhece do sombreado deseu perfil.

Maio já ia pelas caronas e Flores da Cunhapalmilhava os campos da Fronteira no rastro do “Leão doCaverá”, encarniçadamente. Este, esgueirando-se entreQuarai e Livramento, buscava ganhar os confrontos da Serrado Caverá. Quase desarmado, arrastava seus bravos noscoxilhões entre o arroio “Porteirinha” e o “Cerro do Guedes”.O combate se alastra, como um polvo, estendendo seustentáculos num circulo de ferro e fogo. Honório evita o cercoesse retira, combatendo, poupando vidas, numa refrega semvencidos nem vencedores.

Tropas em segurança - conta Antero Marques –“falou-se do valor e do heroísmo de Maurício de Abreu,subcomandante da força de Quaraí. Sobre o Cerro dePalomas, numa cerca-de-pedra e numa mangueira também

de pedra, entrincheirado e guarnecendo o flanco esquerdoda gente de Honório, o inimigo permanecia no seu últimonúcleo de resistência. Abreu conduziu os seus homenscontra ele, numa carga temerária; cercou-o; lancearam emataram gente até por cima dos parapeitos de pedra;depois, entraram na mangueira-de-pedra e o entrevero sedesenrolou, cruento e bárbaro...“Numa cerimônia simplescomo são todas as coisas verdadeiras, Honório Lemes – AsRevoluções de Seu Tempo”.

Deixando São Gabriel, onde foram recebidas comcarinho e fidalguia, as tropas maragatas vão acampar nafazenda “Santa Rosa”, em Rosário do Sul. Ali vai ferir-se umdos mais duros confrontos dessa guerra, com 4 horas deduração. Surpreendida, a retaguarda da coluna ficouespremida “numa picada estreita, tortuosa, cerrada de mato,pedregosa e apertada entre os cerros”, ficando Honório “semcampo de manobra na estreita passagem”, conforme JorgeTelles, em Honório Lemes – “As revoluções de seu Tempo”.

Pois foi nesse legítimo calcanhar de Aquiles, que atropa governista – de acordo com o depoimento de AnteroMarques – “carregou, heroicamente, (...) em cargastemerárias de valentes que foram todas desfeitas edizimadas. Comandava-as Nepomuceno Saraiva, e foramdestroçadas por Maurício de Abreu, que aguentou o pesoprincipal, foram 8 ou 10 investidas. Desfeito, NepomucenoSaraiva refluía sobre o grosso de sua força, acrescentavareforços e carregava, de novo. Numa das cargas foireconhecido à curta distância por Abreu, que lhe atirou cincovezes de pontaria, tendo falhado o pente inteiro de seumosquetão. “ Nos viés do picadão a luta se dava corpo acorpo, no bate- boca selvagem do ferro- branco... Na manhãseguinte, orgulhoso de seu comandado, Honório Lemescolocava-lhe os galões de coronel.

Combate do Ibirapuitã. 19 de junho de 1923. A ponte,palco de cinematográficos espetáculos de valentia. Lancesde audácia inaudita, fuzilaria, cargas de espada e lança em

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que os contendores jogavam a vida pra cima, comopedacinhos de confete. Movia-os, de um lado, aimpetuosidade de Flores da Cunha, Oswaldo Aranha eNepomuceno Saraiva; do outro, as tropas de HonórioLemes, que, no fundo, não queria, aí, esse confronto.Mangueava isto sim, as forças de Flores da Cunha, no rumodo Caverá, seu chão, para dar-lhe talvez o golpe fatal.

Num solo coalhado de sangue, orquestrado porberros animalescos, entre o fumo e a fumaça, as cargas sesucedem. Honório vai retirando suas tropas, combatendo. Oinimigo avança, palmo a palmo. Do lado dos atacados, umafigura se agiganta, munhecas garroteando a lança mortíferaali no parapeito da Ponte. É o coronel Maurício de Abreu, oíndio indomável do Cerro do Jarau, à frente de sua gente,que resiste à horda fanática dos borgistas. E que fica ali,peitando a primeira carga que consegue passar do meio datravessia, varado com cinco balaços. Antes de cair, parausar a imagem de Euclides da Cunha, como que oferecendoa moldura para a própria estátua...

Sua vida se esvai, lentamente. O médico A. SaintPastous, que o atende nesse instante derradeiros, tem quelutar também contra os instintos sanguinários da gente quecercava Flores da Cunha, já imperando em Alegrete, e quequeriam matá-lo a qualquer preço. Vem seu ultimo suspiro.“A notícia da morte de Abreu espalhou-se por toda a cidade,- conta Saint Pastous, em ‘Páginas da Vida’- agravando atensão, já carregada, de revolta da oposição. Passaram acircular rumores de ameaças dos ‘Provisórios’, paraperturbar a cerimônia do enterro. Em desagravo,compareceu, em peso, a população da cidade, semdistinção de idade, sexo, ou classe social. O caixão com ocorpo de Abreu, foi carregado a pulso, da Igreja ao cemitério,desfilando entre duas alas em armas; de um lado, os‘Provisórios’, do outro, o Exército. E assim, a cidade, ondeaté as pedras eram contra o governo, prestava sua última

homenagem ao valoroso jovem, que morrera por um nobreideal”.

Tinha trinta e poucos anos!

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Revolta de 1924

Ocorreu em São Paulo, liderada pelo General IsidoroDias Lopes. No dia 05 de julho, aproximadamente 1000homens ficaram em locais estratégicos em São Paulo, com oobjetivo de derrubar o presidente Artur Bernardes, ao seremderrotados formaram a coluna paulista, que partiu emdireção ao interior do estado, liderada por Siqueira CamposJuarez Távora.

Ao mesmo tempo, no estado do Rio Grande do Sul, oCapitão Luiz Carlos Prestes que também não concordavacom a direção política do Brasil, liderou uma ofensiva militarde Santo Ângelo em direção ao estado do Paraná, visandoencontrar-se com a coluna paulista, o que se tornaria acoluna Prestes.

Comando da Coluna Prestes - 1925

O Regimento foi empregado para manter a lei e aordem, seguindo do seu quartel às 07:00 horas do dia 29 desetembro de 1924, em direção a estação da Viação Férreade Alegrete, de onde partiu às 09:00 horas, em cumprimentoa ordem do Comandante da 3ª Região Militar, recebida por

telegrama em 28 de setembro. O Regimento atuou nasregiões de Guarapuava, Clevelândia e Foz do Iguaçu.

Em pesquisa aos boletins da época, encontramosalgumas passagens dignas de transcrição, conforme o leitorpode conferir abaixo.

Boletim Nº 156 de 13 de dezembro de 1924 – Relato doscombates de 23 e 24 de novembro de 1924.

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A 25 de janeiro (de 1925) em que esteve com seuEsquadrão isolado em Palma, e principalmente nos dias 6 e7 de fevereiro em que sem se deixar impressionar pelasnotícias alarmantes de avanço de fortes colunas rebeldesque em sua retirada desastrosa espalharam os Oficiais ePraças do Batalhão voluntário republicano Clevelandenses,manteve a ocupação de Clevelandia, assegurando a ordeme expedindo reconhecimentos que permitiram ao comando oconhecimento exato da situação. Tal conduta demonstra oestado de perfeita disciplina e instrução do 2º Esquadrão do6º Regimento de Cavalaria independente. E é com maiorprazer que autorizo o seu comandante a tornar extensivonominalmente este louvor aos oficiais e praça que julgarmerecedores.

Marcha do Regimento - o Regimento levantouacampamento hoje as 08 horas da cidade de Guarapuava,acampando as 18:15 horas no Passo das Bananas. Dia 7 demaio de 1925.

O Regimento chegou em Santa Maria as 17:30 do dia17 de maio onde ficou estacionado. O Regimento saiu as20:00 horas de Santa Maria e chegou as 8:30 do dia 18 demaio de 1925 em Alegrete.

Louvor o Gen de Div Candido Mariano Rondonsintetizou a grande satisfação que lhe causou a açãoBrilhante do 2º Esquadrão do 6º Regimento de Cavalariaindependente em Clevelandia, pois com 7- homens manteveo comando do 6º Regimento de Cavalaria Independente,acampamento a margem esquerda do Arroio Cachoeirinha19 de janeiro de 1925.

Ordem de Marcha para Guarapuava.O Sr. General Comandante das Forças em que

operações em telefonema do QG das 16:30 horas de ontem,

que este Regimento se transportasse com urgência do seuacampamento para a Cidade de Guarapuava.

Guarapuava, 29 de janeiro de 1925.Destacamento de Palmas nesta data ficou criado um

destacamento misto com sede em Palmas e constituídodesde já do 29º BC uma companhia em Porto União, 2ºEsquadrão do 6º Regimento de Cavalaria independente.

Telegrama do Cel Severiano Ribeiro - Cel FidêncioMello completamente aniquilado. Pato Branco, farturaFidêncio fugiu com alguns capangas, restantes rebeldesconstituídos elementos prestes, Siqueira Campos e JoãoAlberto pouca resistência já oferecem nossa pressãosistemática.

Louvor transcrição 12 de abril de 1925, do Bol. dasForças em Operações nº 190 de 10 do corrente, transcreve-se o seguinte ‘‘Louvo o 1º Tem Olavo de Figueiredo Souto,Comandante do 2º Esquadrão do 6º Regimento de CavalariaIndependente pela correção com que se houve no períodode 14 de dezembro de 1924, posição na referida cidadeindependente a ocupação por uma coluna rebelde de maisde Mil homens.

Por este fato que deveras honra a corporaçãoarmada, determino que sejam louvados todos os Oficias ePraças que tomaram parte na referida ação, devendo estelouvor ser averbado individualmente nos respectivosassentamentos.

Regresso da Campanha - agradecimento e louvor –Faz hoje uma semana justa que o Regimento regressou daCampanha contra os rebeldes nos estados do Paraná eSanta Catarina, para onde seguira desde 29 setembro doano findo, em condições bem precárias marchamos paraesse serviço, sem uniformes, sem munição, e com três

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meses de atraso nos vencimentos, além de trabalhados poroutras misérias de ordem moral, que na ocasião saturavamo ambiente onde éramos condenados a viver, foi este oestado do Regimento ao marchar para o campo de luta, emdefesa do governo constituído e da própria integridade doBrasil.

Louvo não em meu nome, mas no da Pátriaagradecida pelo inquebrantável amor por ela revelado,entretanto, se a Pátria compete louvar as virtudes excelsas,louvor que transforma em perpétuo reconhecimento, a estecomando compete a obrigação de louvá-los e agradecê-loscom abundância de coração, pelos sacrifícios, trabalhos,resignação e fé que demonstraram na sacrossanta missãoque lhes foi confiada, este louvor deve ser consignadonominalmente a todas as praças que seguiram e voltaramcom o Regimento.

Revolução de 1926

A Revolução de 1926 foi um movimento ocorrido noRio Grande do Sul, liderado por tenentes de Santa Maria eSão Gabriel, ainda influenciados pela Revolta Tenentista,que começou em1922, culminando com Revolução de 1930.

Por ocasião da Revolução de 1926, o 6º RCI ficou emSão Gabriel, onde 70 homens foram mandados seguir sob ocomando de Oswaldo Aranha para perseguir os revoltosos.No combate do Seival um pelotão do 6º RCI, teve umhomem levemente ferido.

Revolução de 1926 – Santa Maria

Em virtude dos levantes de Bagé, São Gabriel eSanta Maria, o Comandante da 3º RM, mandou organizarum destacamento sob o comando do Major do Exército LuizCarlos Morais, para combater os insurretos, o destacamento

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recebeu para sua organização o contingente do serviço deremonta, constituído de 80 homens e o 4º Esquadrão do 1ºRegimento de Cavalaria da Brigada Militar, que tinhaseguido para São Gabriel em 14 de novembro de 1926,comandado pelo Capitão Eugênio Henrique Krum. Paracompletar o efetivo do destacamento foram selecionadosalguns soldados, sob o comando do Capitão do 6ºRegimento de Cavalaria Independente Custódio AdolfoRamos de Melo, ficando o restante do 6º Regimento deCavalaria Independente aquartelado, pois, o Major temia quefossem aderir aos revolucionários. O efetivo dodestacamento foi aumentado com uma tropa de 620 civissob o comando de Oswaldo Aranha, intendente Municipal deAlegrete.

As tropas Revolucionárias comandadas pelos oficiaissediciosos de Santa Maria, chefiados por Nelson e AlcidesGonçalves Etchegoyen e mais os remanescentes da revoltade São Gabriel sob o comando do Tenente Vicente Mario deCastro, tinham feito uma retirada estratégica, preparandouma cilada para a tropa de Oswaldo Aranha, em umaposição propícia para oferecer tenaz resistência, no lugardenominado Seival. A tropa de Oswaldo Aranha realiza nestecombate nas palavras do pesquisador Alegretense FlávioPoitevin. A última carga de Cavalaria no Rio Grande do Sul.

A tropa constituída de provisórios, apesar de largaexperiência guerreira, atacou afoitamente de frente usandoespadas e lanças em suas cargas de Cavalaria, eramdizimados pelos revolucionários, neste combate, o Dr.Oswaldo Aranha, vendo sua tropa arrefecer em face dosconstantes fracassos das cargas de cavalaria, no auge daluta, reúne pequeno grupo de guerreiros e atropela emdireção as trincheiras inimigas, mas é atingido por uma balano pé, caindo ferido.

Revolução de 1930

A Revolução de 1930 foi um movimento que deu fim àRepública Velha. Constituiu-se no ápice do MovimentoTenentista, surgido em 1922 no Rio de Janeiro.

A Revista O Globo de Porto Alegre publicou em 1930,a matéria abaixo, que descreve as manifestações dapopulação alegretense em apoio a Getúlio Vargas, naRevolução de 1930. O 6º Regimento de CavalariaIndependente aderiu ao movimento que deu fim a RepúblicaVelha e início a era Vargas.

Alegrete-1930

“O deputado Baptista Luzardo e alguns membros doDirectório Libertador local dirigiram-se então aos jornais e apróceres de alguns municípios vizinhos, comunicandonossas resoluções e pedindo-lhes solidariedades nosprotestos.

Desde esse momento a ideia revolucionaria abaloutodas as camadas sociais. Baptista Luzardo deixara ligaçõesimportantes para a ação nomeando, nessa ocasião, paracoordenadores das mesmas, os Coronéis Arthur do PradoSouza, Presidente do Directório Libertador, e Bazilio Bicca,

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bem como o infrascripto. Por outro lado, o Dr. OswaldoAranha, ratificava no Cel. Basilio Bicca a combinaçãoexistente e incumbia o Intendente Municipal, Sr. AntonioFreitas Valle, a quem é ligado por estreitos laços de família epor forte solidariedade pessoal e política, de agirresolutamente.

Deve-se consignar que em Alegrete os efeitos da“Frente Única” foram de harmonia e bom entendimento. Se éverdade que do anseio e da fé na revolução tinha prioridadeo Partido Libertador, que desde a sua fundação se batia pelatransformação revolucionaria das instituições, é justoassinalar que o Partido Republicano se solidarizou demaneira eficaz na ideia revolucionaria. O Intendente FreitasValle e os subintendentes Manoel Rodrigues, Cássio Canto,Delfino Antunes, Paulo Carús, Ladislau Moraes e PércioNunes trabalharam em cordialidade com elementoslibertadores. E por essa harmonia, Alegrete ofereceu umespetáculo único no Estado:

No dia 3 de outubro, às seis horas da tarde, a cidadeera cercada por cerca de dois mil homens congregadosnaquele dia em todos os districtos, com fim de atacar oquartel do 6º Regimento de Cavalaria ou provocar a suaadesão à revolução. Comandava um destacamento de trintahomens do 2º Regimento da Brigada Militar, encarregado dopoliciamento da cidade, o 1º Tenente Antonio Mesquita.

Entre as elegâncias locais da Frente Única, deve serassignalada a do subintendente do 4º districto, Snr.DelfinoAntunes, que juntamente com o Cel. Alfredo Loureira, chefelibertador do mesmo districto, organizaram em comum umcorpo de 300 homens, cujo comando foi oferecido ao ultimo,que o exerceu durante os dias de mobilização em conjunto.

PLANO DE ACÇÃOConforme havia sido combinado com o Dr. Oswaldo

Aranha, Baptista Lusardo e Cel. João Alberto, o plano deação, no primeiro dia do movimento, seria reunir o maior

numero possível de homens para cercar a cidade ás 18horas, pois em Porto Alegre rebentaria o movimento ás 17.

Antes desse dia tivemos uma phase de preparaçãobastante trabalhosa, na pesquiza de adeptos entre oselementos militares. Foram mal sucedidas as tentativas deadesão que buscamos entre a oficialidade. Desta, tínhamosapenas ao nosso lado, o Tenente Ary Salgado Freire, queaqui se revoltara em 24 e comandara, no posto de TenenteCoronel, um destacamento da coluna Prestes. Não tinhacomando de tropa, mas era pessoa da mais absolutaconfiança da Revolução, pelas suas qualidades de caráctere capacidade militar, tantas vezes brilhante a empenhar osseus esforços na realização dos ideais por que já se batera.Comunicamos-lhe então que em Alegrete havia um núcleonumeroso de revolucionários, que aceitaria com prazer o seucomando, ao que ele anuiu, lembrando porém que sebuscasse adesão de determinados colegas seus. Estes, denovo abordados, recusaram-se a participar dos nossosplanos.

Com os sargentos e praças fomos melhoressucedidos, pois numerosos dentre estes se prontificaramdecisiva e entusiasticamente a promover a revolta dentro doquartel, por serem solidários com a causa que empolgava aalma nacional.

Entre estes, estiveram desde o inicio, comprometidos,os sargentos Homero Alves de Medeiros, Telmo Teixeira,Rozendo Palma, Brisido dos Santos e outros, auxiliados poralguns cabos e cerca de 80 praças. A revolta deveria dar-seás 17 ¹/2 horas do dia 3 de outubro, apoiada por numerosogrupo de civis, já previamente combinados. Foram dias degrande trabalho e atividade os que precederam ao histórico3 de outubro, principalmente na residência do Cel. BazilioBicca, transformada em quartel-general revolucionário.

Nessa phase preparatória, principalmente no trabalhojunto ao Exército foi figura primacial o Cel. Bazilio, podendodizer-se com segurança que a adesão honrosa e total do 6º

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Regimento, sem perda de um tiro e de um homem, foi obrade seu esforço, superior critério e da firmeza com que dirigiuas negociações. Afora o apoio e as providências tomadaspelo Cel. Intendente, seus subordinados e o Comandante dodestacamento da Brigada, foram auxiliares prestimosos o Dr.Eugênio Martins Pinto e Tenente Protásio. Os prócereslibertadores, sob a direção do Cel. Arthur Souza e Dr.Alexandre Lisboa, expediram ordens aos chefes dacampanha para a ação conjunta com os subintendentes.Fizeram viagens quase diárias a Porto Alegrete eUruguaiana vários agentes de ligação.

3 DE OUTUBROAfinal raiou o almejado dia, já na véspera havíamos

recebido do Dr. Oswaldo Aranha a confirmação de que erainadiável o inicio do movimento. Foram horas de emoção ejubilo patrióticos as que se sucederam a essa tão esperadaordem. O Rio Grande, unido, ansiava para romper as peiasque o manietavam e ia ouvir finalmente o toque de alvoradaredentor. Expediram-se emissários para a reunião deelementos, os mais numerosos possíveis, para que na tardedo dia seguinte estivesse a cidade sitiada.

A atividade, porém, desenvolvida pelas autoridadesrurais e os libertadores teve repercussão na cidade cercadas 13 horas do dia 3. A notícia chegou ao quartel, trazidapelo oficial encarregado da invernada.

Diante disso, o Tenente Coronel. Isauro Regueira,Comandante do Regimento, mandou tocar oficias a reunir,pondo as forças em rigorosa prontidão. Constouimediatamente que o Comandante havia comunicado pelorádio, a Porto Alegre, o levante de Alegrete. Em vista disso,para agir do modo mais eficiente e evitar ataques desurpresa ou inútil derramamento de sangue, resolveu-selevar imediatamente ao Coronel Regueira a comunicação deque o povo e o governo do Rio Grande, desde aquelemomento, se achavam em estado de revolta contra o

despotismo federal; que esse movimento estava ramificadopor todo o país e que nesta cidade o povo se reunia earmava.

Existiu em Alegrete, além do 6º RCI, com efetivo demais de 400 homens, a sede da 2º Divisão de Cavalaria, sobo Comando do Coronel Euclydes Figueiredo. Este achava-seem Livramento, em inspeção militar. Assim, a maiorautoridade militar da praça era o Comandante do 6ºRegimento. O Coronel Bazilio, então, as 16 horas, com riscoevidente da sua liberdade, prontificou-se a ser o portador dacomunicação e do convite para o Exército fizesse causacomum com o povo. A resposta do Comandante Regueira foia de um rio-grandense humano e digno. Disse, mais omenos “que era militar e defendia nessa qualidade ogoverno legal, mas que nada teria com o que fizéssemosfora do seu quartel, desde que não o hostilizássemos’’.Poderíamos, portanto, reunirmo-nos, armarmo-nos etomarmos posições. Era meia vitória: de hora em horaseriamos mais numerosos e eficientes, pois o tempo seriapelos revolucionários e contra os que estavam isolados noquartel. Exultamos com esse estado de cousas. Nesseínterim recebíamos novo recado telegráfico do Dr. Aranha,dizendo que “esperava Alegrete ás 18 horas cumprisse oseu dever”.

E a verdade é que Alegrete já o estava cumprido comenergia desde as 16, em que dera o brado de guerra noreduto inimigo. Isso mesmo foi comunicado ao Dr. Aranha,notificando-o entusiasmos do povo, das razões daprecipitação e da confiança geral na Victória.

Com o decorrer das horas, foram chegando asnoticias da tomada do Quartel General de Região econsequente prisão do General Gil de Almeida, bem comoda adesão de outras guarnições militares. Tudo isso eracomunicado ao Comandante do 6º. A força revolucionariaeram acrescidas a todo o momento de novos contingentes.

Afinal, após trinta horas de negociações e de

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entendimentos, sob certa pressão, como exigiam osacontecimentos, feitas pessoalmente pelo Cel. Bazilio Biccaestávamos vitoriosos.

Assim dizemos por que na noite do dia 4 já oComandante Regueira se havia convencido das inutilidadesde maior resistência e combinara deixar o comando nasprimeiras horas da manhã de 5. Permitindo que o regimentopassasse para a causa nacional. Como resultado desseentendimento, obteve a concessão de retirar-se comgarantias até a fronteira, acompanhado dos oficiais que oquisessem seguir”.

Nota: Esta matéria foi transcrita da publicação original semalteração da grafia, visando proporcionar ao leitor, contato com alinguagem e escrita da época. É fácil observar o emprego depalavras que caíram em desuso com o passar dos anos, assimcomo o uso de palavra da língua espanhola, cujo uso ainda émuito comum entre os habitantes da fronteira, para facilitar acompreensão do leitor, transcrevo-as abaixo com seusrespectivos significados:

Infrascripto – abaixo-assinado (espanhol)Prócer - homem importante de um partido, de uma classe etc.Phase = fase – etapaPrimacial - Pertencente ou que concerne a primaz, em que há primazia; principal.Peias - embaraças; entravas; estorvas; impedes; prendes.Manietavam - algemavam; maniatavam.

Revolução de 1932

Como o leitor pode perceber, a nação vivia umperíodo de incertezas, marcado por descontentamentospolíticos, que culminavam em revoltas. Neste contexto, osanos de 1923, 1926, 1930 e 1932, foram marcados porrevoltas, nas quais o Exército teve ativa participação, oRegimento sempre esteve pronto para intervir quandosolicitado, para manter ou restabelecer a ordem.

Foto do portão de entrada do 6º RCI

A Revolução de 1932 foi um movimento ocorrido noestado de São Paulo, que exigia uma nova ConstituiçãoFederal, conforme havia sido prometido por ocasião daRevolução de 1930.

A Revolução de 1932 teve reflexos no Rio Grande doSul, onde contou com o apoio de Borges de Medeiros, masfoi sufocada pelo então Interventor Flores da Cunha.

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Envolvimento do 6º RCI na Revolução de 1932, com asua atuação em Uruguaiana.

(Compilação da obra “PRELÚDIO DE URUGUAIANA”. nas guerras erevoluções – De Carlos Fontes)

(...) Consta, do livro (manuscrito) da então 2ª Divisãode Cavalaria, com sede em Alegrete, o seguinte, sobre essaRevolução:

“Em 1932... julho: A 02, regressou da cidade deUruguaiana, o Cmt da 2ª DC, Gen JOSÉ MARIA FRANCO ea 11, em virtude da Revolução eclodida em São Paulo, a DCentrou em rigorosa prontidão e foi determinado pelo Cmt daRegião, fossem cessadas simultaneamente, férias, licençase dispensas a todos os oficiais e praças da Divisão. Nessamesma data, o Cel JOÃO AIMBIRÉ MENDES, quecomandava interinamente o DC, deixou o comando damesma, regressando ao Comando de sua Unidade emRosário, o 8º RCI, assumindo a Divisão o Gen JOSÉ MARIAFRANCO. A 13, a cidade (Alegrete), passou a ser policiadapela tropa federal, tendo sido a esse respeito, baixadoinstruções. A 15, por ordem do Cmt da 3ª RM, foi aberto ovoluntariado para todas as armas. A 18, foi desligado destaDC, o 8º RCI, que seguiu destino para Santa Maria, àdisposição do comando do Grupo de Guarnições daquelacidade e que se destinava à frente de operações em SãoPaulo. Agosto: A 2, foi criado um Departamento Divisionáriode Cavalaria nesta cidade (Alegrete), para recebervoluntários e reservistas que se apresentemvoluntariamente. Setembro: A 5, o Cmt do 6º RCI (Alegrete),comunicou que seguiram a 03, dois pelotões montados,para o Passo Novo (Ibicuí) e dois a pé para o Passo doCatarino. Esses pelotões foram vigiar esses passos vistohaver forças revolucionárias de MARÇAL TERRA, na zona

norte do Ibicuí (Mun de São Francisco e Santiago doBoqueirão)... A 21, foi desligado da DC o 5º RCI, por seachar com ordem de marcha. Na noite de 22 para 23 Set, o5º RCI (Uruguaiana), que se achava com ordem dedesembarque para a frente de operações em São Paulo,revoltou-se em Uruguaiana, juntamente com o 2º GA Cav.Nas primeiras horas do dia 23, por ordem do Cmt da 2ª DC,o 6º RCI embarcou rumo à Uruguaiana, pela estrada deferro, a fim de sufocar o levante. Ao atingir esse Regimento,na manhã do dia 23 a cidade de Uruguaiana, os revoltososjá estavam se dispersando e o 6º RCI entrou no quartelonde acantonou. Outubro: A 3, o 5º RCI, refeito do abalosofrido com a revolta, embarca para a frente de operações,o 6º RCI que já regressava a Alegrete, deixou um Esquadrãoem Uruguaiana, para guarnecer a cidade...”

Sobre a revolta do 5º RCI e a 1ª Bateria do 2º Grupode Artilharia a Cavalo, sob o Comando do Cap. FlorianoPeixoto Keller, foi sufocado por um esquadrão do 6º RCI(Alegrete), confirmado pelo publicado no Boletim Interno do5º RCI, de nº. 226, de 23 de setembro de 1932, com atranscrição do seguinte Radiograma:

“De Alegrete – De ordem Cmt Região o 6º RCIdeverá ficar disposição a fim de garantir-lhe ação quedeverá desenvolver na reprimenda necessária deveissegundo determina comandante Região fazer seguirtrem especial para Porto Alegre escoltasse forçaconveniente chefes rebeldia oficiais e sargentos quetenham tido participação movimento pt Com essaescolta deverá vir relatório do ocorrido fim proceder-seacordo justiça pt 6º RCI permanecerá em Uruguaiana aténova deliberação pt Deveis informar quantidademunição perdida e dizer por telegrama nomes oficiaisquer Cavalaria quer Artilharia envolvidos na sedição ptTen. Cel. Laurindo Cmt 2ª DC”.

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Fanfarra do 6º RCI em 1934

Após a chegada do 6º RCI, foi publicado nos boletinsdo 5º RCI o seguinte:

“Sublevação do Regimento: ontem às 20 horas oregimento e a 1ª/2º GAC Cav sublevaram-se, rendendooficiais no xadrez. O quartel muito sofreu bem como omaterial em grande parte extraviado. Hoje às 8 horashasteou a bandeira branca entrando em entendimento comeste comando, para a sua rendição.

A história de uma espadaContar a história do Regimento sem mencionar a

“história da espada”, seria um lapso imperdoável, poisacontecimentos inusitados como este, são fragmentosformadores da alma de uma Unidade Militar, não hádescrição que melhor retrate esta história, que a “Carta a umTenente de Cavalaria”, cujo magnífico conteúdo compartilhocom o leitor na transcrição abaixo.

O ano de 1941. Abril, o mês. O dia não me recordo.Mas era frio e chuvoso. A terra, Alegrete, no Rio Grande doSul. O Regimento, o legendário Sexto Regimento deCavalaria Independente (6° RCI), hoje Regimento José deAbreu.

Espada do 2º Ten José Magalhães da Silveira, perdida noRio Ibirapuitã em 1941.

Comandava a então 3° Região Militar, hoje ComandoMilitar do Sul, um General duro, inteligente, culto e dinâmico.Seu nome: Estevão Leitão de Carvalho.

A 2° Guerra Mundial ensanguentava já a terra quasetoda. O Brasil, atento à conjuntura, preparava suas ForçasArmadas para a eventualidade – que afinal ocorreu – de sever obrigado a participar do conflito.Duas jornadas (dois dias) de inspeção, com aviso prévio de48 horas, transformaram a rotina do 6° RCI em clima deGuerra. Do comandante ao mais modesto dos soldados,

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todos se preparavam para as tarefas impostas e paraenfrentar o velho que, se dizia, vinha para ripar…

No Campo da Aviação, em batalha, o Regimentosofreu o primeiro contato com o chefe. Passou em revista,minuciosa, a unidade completa. Até os cavalos, como quevivendo a situação, portaram-se magnificamente bem,imóveis e atentos aos seus cavaleiros, em verdadeiraposição de sentido. Nem o vento, molhado por umachuvinha fria, logrou empanar a beleza militar da cena nemdiminuir a tensão do momento – realmente solene.

Finda a revista, e consoante o programa, caberia aum Esquadrão reforçado (1 Pel de Mrt e 1 Pel de Mtr) daruma carga para que se pudesse avaliar o espírito deagressividade do Regimento. Coube ao II Esquadrão fazê-lo.Qualquer dos Esquadrões poderia executá-la. O Regimentoestava instruído.

O II, em batalha, numa das extremidades do Campode Aviação, espadas e lanças em riste, rostos contraídos,estribando fundo, a um gesto de seu Capitão, irrompeufuriosamente, como se fora mesmo enfrentar o inimigo.

Realizado, com êxito, pois que ninguém tombara, nempeças de equipamento se desprenderam, ao sinal dareunião estava novamente o Esquadrão pronto a recebernova missão, o que realmente aconteceu.

Tratava-se agora de um exercício tático em que oRegimento seria lançado, em profundidade, como vanguardada 2° Divisão de Cavalaria. Coube, ainda, ao II Esquadrão,conforme estava previsto, a missão de fazer a vanguarda doRegimento.

Cumpria atravessar a cidade e prosseguir no rumo dafronteira. Mas para chegar à cidade era indispensáveltranspor o rio Ibirapuitã.

Pela situação original a ponte sobre o Ibirapuitãestava ainda intacta. Entretanto, quando a patrulha de pontaaproximava-se da ponte, um árbitro (inimigo em tempo depaz) considerou-a destruída. Só uma decisão poderia ser

tomada pelo tenente comandante da patrulha de ponta:atravessar o rio a nado. Em verdade outra ideia não passoupela cabeça do jovem 2° tenente comandante da patrulha.

A época era de enchente. O rio Ibirapuitã estavacampo a fora, bufando como dizem os gaúchos. Media cercade 200 metros de água, vale dizer, de nado.

O Tenente não titubeou. O tempo, a urgência, erafator preponderante. Equipado, como estava, o rio Ibirapuitãfora da caixa, a chuva, o frio, nada o impediu da únicadecisão a tomar. Patrulha, por um, à minha retaguarda! Foisua voz de comando. E encaminhou-se para o rio. À frente,dando o exemplo, atirou seu cavalo a água fria e correntosado Ibirapuitã. A patrulha, disciplinada e instruída, seguiu ochefe, o jovem Tenente. Todos os homens, sem pestanejar,jogaram seus cavalos no rio. A correnteza, fortíssima, porém,frustrou o desejo do conjunto. A quase totalidade doscavaleiros foi levada água abaixo, talvez dois ou trêsquilômetros, onde por fim alcançaram terra, mas na mesmamargem, isto é, naquela em que entraram no rio.

Dois homens, porém, atingiram a barranca oposta:O Tenente, comandante da patrulha, e um cabo, o

cabo Jotilho.Era a certeza do cumprimento da missão. Em

verdade, aquela foi cumprida. Prosseguindo, o Tenente e ocabo seu companheiro puderam informar a respeito do quese passava nas hostes inimigas, no outro lado do rio.

De posse das informações recebidas, aprestava-se oEsquadrão para transpor o rio. Entretanto, o GeneralComandante da Região, antevendo, talvez, o grave risco aque se submeteria a tropa (cerca de 250 homens), dadas áscondições do rio, suspendeu a travessia, considerando aponte reparada, pela Engenharia, que acorrera em tempoútil.

Finda a operação, ao cair da tarde, verifica o Tenentecomandante da patrulha, que perdera nas águas ágeis doIbirapuitã, a sua espada. Sua espada de comando, símbolo

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da honra militar e da sua condição de oficial.Concluída a inspeção, na qual, aliás, se fora bem o

Regimento, uma única perda a considerar: a espada doTenente comandante da patrulha. O Regimento, à frente seucomandante, em formatura solene, entrega ao Tenente umaoutra espada, como homenagem devida e justa a quemsoubera, ainda jovem, e mesmo na paz, honrar a primeiraespada que recebera.

Os tempos passaram. O Tenente transferido, jáintegrava outra Unidade de Cavalaria por esse Brasil afora.

No verão seguinte, o rio com suas águas baixas,oferecia praias agradáveis para o banho. Um outro Tenente,Renê Guedes da Luz, da reserva, convocado devido aoestado de guerra, banhava-se nas águas do Ibirapuitã.Sente que seu pé tocara algo estranho. Abaixa-se e, parasurpresa sua, encontra uma espada, rabo de galo, deCavalaria.

Era a espada do Tenente comandante da patrulha.Participa a seu comandante de Esquadrão. Este

propõe-lhe uma troca, que foi aceita. Ficou assim ocomandante do II Esquadrão com a espada que fora doTenente. O comandante do Esquadrão, então, pensou: seum dia o Tenente comandante da patrulha tiver um filhooficial, outra não será a espada que deverá portar.

Correm os anos. Os então comandantes doEsquadrão e o Tenente comandante da patrulha, já coronéis,vêm a servir na mesma organização militar. Aí, no convíviodiário, o comandante do II Esquadrão ficou a saber que ocomandante da patrulha tinha um filho cursando a AcademiaMilitar das Agulhas Negras.

O tempo passou. Em dezembro de 1969, ocomandante do II Esquadrão viu realizado o seu desejo devinte e oito anos atrás:

- o filho do comandante da patrulha, aspirante aoficial, recebera, a 20 de dezembro de 1969, a Espada queseu pai perdera nas águas ligeiras do Ibirapuitã, em 1941.

Assim, Tenente Rui Monarca da Silveira – a quemdirijo esta carta, foste tu o Aspirante que passou a portar aespada do Tenente comandante da patrulha – teu pai – ohoje General-de-Brigada José Magalhães da Silveira,comandante do 1° Grupamento de Fronteira, no Rio Grandedo Sul.

Como vês – meu jovem Tenente - os cavalarianos dehoje são herdeiros fiéis dos cavalarianos de ontem. Doscavalarianos de Osório que, no dizer insuspeito de Garibaldi:constituíam a melhor Cavalaria do mundo.

Aqui termino esta carta, pensando no exemploeficiente que a história dessa espada constitui – ligando,pelo seu punho – duas gerações, igualmente irmanadas nocumprimento do DEVER.Um pai, um filho, o mesmo uniforme,a mesma fibra, a mesma espada, o mesmo ideal.Um exemplo:Cumprir a missão a qualquer preço.

Brasília, DF, março de 1973.Gen Carlos Alberto da Fontoura

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Nossos Pracinhas da FEBO Regimento se fez presente na 2ª Guerra Mundial,

através de 200 (duzentos) pracinhas enviados para integrara FEB (Força Expedicionária Brasileira), que lutou na Itália,são dignas de destaque a atuação dos Soldado PrimRodrigues Canes, morto em combate em ato de bravura,Soldado João Espinarde, vítima de uma bomba alemãdurante um deslocamento, e o Sr Alceu Alves Macedo,último FEBiano vivo de Alegrete.

Soldado Prim Rodrigues Canes

Sd Prim Rodrigues Canes

Incorporado no Regimento em abril de 1940, sendolicenciado no mesmo ano, como reservista de 1ª classe.Apresentou-se em julho de 1943, como reservista-voluntáriono então 6º RC, para integrar a Força ExpedicionáriaBrasileira (FEB). Seu ato de bravura ocorreu no dia 16 deabril de 1945, quando tombou na região de MONTESE,sendo praça no 6 º RCI.

Cópia da Folha de Alterações do Sd Prim

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DIPLOMA DA CRUZ DE COMBATE

Criado por Decreto - lei n.6.795, de 17 de agosto de 1944.

O Presidente da República dos Estados Unidos doBrasil, resolveu, de acordo com o Decreto de 26 de outubrode 1945, conceder a Cruz de Combate de Primeira Classeao soldado da arma de infantaria, PLIM RODRIGUESCANNES- No dia 16 de abril de 1945, na região deMONTÉSE, o inimigo desencadeou violentos bombardeiosjamais sofridos por outras unidades da F.E.B., ameaçando avida de todos aqueles que ousassem a sair de seus abrigos,quando houve necessidade urgente de tiros de armasautomáticas. O soldado PLIM compreendendo anecessidade de utilizar os referidos tiros, saiu de seu abrigoe concitou alguns companheiros a acompanharem-no,alegando que era necessário o sacrifício de alguns homenspara a salvação de numerosos companheiros se dirigiuimediatamente para o local onde se encontrava a peça,fazendo-a funcionar incontinente. Pouco tempo depois umagranada o atingiu e a morte o colheu em posto de bravura. Oacentuado espírito de sacrifício, a extraordinária bravura, odestemor, a calma, a abnegação e o sentimento do deverrevelado pelo soldado PLIM, o destacam entre os melhorescombatentes da F.E.B. e seu nome figurará sempre entre osbravos que tombaram na defesa da Pátria.

Nota: Quanto à discordância na grafia do nome do soldadoPrim, encontrada na Folha de Alterações e Diploma da Cruzde Combate, se faz necessário esclarecer que a grafiacorreta é “PRIM RODRIGUES CANES”, conforme consta noLivro de Alterações, o erro ocorreu na lavratura do Diploma.

Diploma da Cruz de Combate concedido ao Sd Prim.

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Soldado João Espinarde

Nascido em 20 de julho de 1919, estado do Riogrande do Sul, município de Alegrete, solteiro, jornaleiro,filho de Paulo Espinarde, foi morto por fogos de artilhariaalemã que atingiram um comboio dos aliados durantedeslocamento na Itália, o Soldado João Espinarde é maisum de nossos valorosos pracinhas que pereceram na Itália,honrando o juramento com a pátria, evidenciandojuntamente com os demais o valor do Soldado do Regimentoe do Exército Brasileiro.

Soldado João Espinarde

2º Sargento Alceu Alves Macedo

Nas pesquisas realizadas, tive o prazer de visitar o 2ºSargento Alceu Alves Macedo, último FEBiano vivo emAlegrete, hoje com 91 (noventa e um) anos de idade,gozando de invejável lucidez e saúde.

2º Sargento Alceu Alves Macedo

O Sgt Alceu apresentou-se voluntário no 6º RCI em15 de abril de 1940, foi incorporado no dia 02 de maio de1940, tomou o número 213 (duzentos e treze), filho deAcácio Alves de Macedo, nascido a 26 de fevereiro de 1922,em Alegrete, prestou compromisso à bandeira em 05 de

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outubro de 1940, e foi licenciado do serviço militar em 20 defevereiro de 1941.

Em 1943, tendo em vista a Guerra Mundial, oSargento Alceu, apresentou-se como voluntário, sendoencaminhado pelo Regimento para fazer parte do 6ºRegimento de Infantaria, em Caçapava-SP, de onde partiucom o 1º Escalão da Força Expedicionária Brasileira para aItália.

O Sargento Alceu, como os demais participantes daFEB, foi agraciado com a medalha da Cruz de Combate.

Capítulo IV

1946 – 1970

O R Cont

A cavalo ocorriam situações bem diferentes para o militar doque a pé. Mas o R CONT previa tudo, adaptando ascontinências, honras e sinais de respeito às características datropa hipomóvel.

Mesmo para aquela situação do militar a comando de algumamatungo queixudo. O correto, quando ultrapassasse umsuperior, seria gritar mais alto que o galopar e a barulhentaqueda de materiais: Permissão para ultrapassar, a comando!

(Cel Estigarribia)

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No período de 1946 a 1970, o Regimento sofreu novaalteração na denominação, mudou de 6º Regimento deCavalaria Independente para 6º Regimento de Cavalaria.Participou da Revolução de 1964. Participou da última Cargade Cavalaria, que foi um exercício, realizado pela extinta 2ªDC (Divisão de Cavalaria).

Transformação do 6º Regimento de CavalariaIndependente para 6º Regimento de Cavalaria

Terminada a 2ª Guerra Mundial, o Exército fez novareformulação em suas Unidades e o 6º Regimento deCavalaria Independente passou a denominar-se 6ºRegimento de Cavalaria.

Abaixo, transcrição parcial do Boletim Regimental nº149, de 24 de junho de 1946, que publicou a mudança dedenominação e reorganização.

XIX-REORGANIZAÇÃO DO REGIMENTO1) De acordo com os Ofícios circulares Nºs 1114-a

(Reservado) de 14 do corrente da 3ª R.M. E circular nº 52/A(reservada) de 19 também do corrente, da 2ª DC e Rd. nº1283 a, de 22 do corrente, da 2ª DC, passa o Regimentonesta data denominar-se 6º R.C. com a organização globalque se segue: Esq.Comdo.Serv. (atual Esq. Extranumerário),I Esq. Fuz. (que permanece), Esq.Fuz.Quadros(atual sub-unidade quadros), Esq.Mtr.(atual Esq.Mtr), Pel. Canhão .AntiCarro e Sec.Mob.anexa, todos com os efetivos constantedos documentos citados.

2) Em consequência é nesta data extinto oatual II Esq. De Fuz.. Esta sub-unidade deverá tomar asprovidencias que se seguem: a) Encerrará toda a suaescrituração (administrativa e de instrução)com a data desua extinção para posterior recolhimento de mesma aoarquivo do Regimento.

Soldado Luiz Dalpizol

O Soldado Luiz Dalpizol, foi protagonista de uma cenaespetacular ocorrida no Regimento durante uma instrução,quis o destino que esta cena fosse registrada para sempre,através da lente do 2º Sargento Jorge Saraiva Marcanth, queteve a felicidade de registrar este instantâneo.

Soldado Dalpizol

Incorporado em 30 de agosto de 1952, no estadoefetivo do Regimento, no Esquadrão de Petrechos Pesados,tomou o número 851, filho de Vicente Dalpizol e de HelenaBrezola Dalpizol, nascido em 22 de junho de 1933, naturaldo Rio Grande do Sul, município de Getúlio Vargas, foilicenciado do serviço a 25 de fevereiro de 1953.

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Esta foto foi publicada nos principais jornais do país enas revistas Globo e Cruzeiro, que projetaram o nome doRegimento no exterior, obtendo o primeiro lugar numconcurso de fotos inéditas realizado na Alemanha.

Discurso do Tenente Coronel Ramires

Transcrição do discurso do Tenente Coronel Ramires,então comandante, em homenagem do 6º Regimento deCavalaria Blindado ao Sr Luiz Dalpizol, ex integrante daOM, protagonista da “Foto do Ginete” , registro de1952, etambém prestar uma justa homenagem ao saudosoSargento Jorge Saraiva Marcanth, representado na ocasiãopor sua filha, Sra. Fátima Marcanth.

“Esta foto foi oferecida ao Cel. Homero Laydener, em1958, pelo autor, Sargento Jorge Saraiva Marcanth, que tevea felicidade de capturar esse momento; “raro nesse gênero”conforme bem observado pelo próprio autor, em dedicatóriaconstante na foto.

O Regimento José de Abreu, muito se orgulha de terservido de palco desse momento ímpar, onde observamos asensibilidade do fotógrafo e a coragem de nosso soldadoginete, em perfeita harmonia com sua montaria, coragemesta, que muito bem representa um dos valores cultuadospelo soldado do Regimento José de Abreu e do ExércitoBrasileiro.

Hoje, rugem os motores e o ensurdecedor barulhodas lagartas de nossos Blindados, não mais ouvimos ogalope de carga ou o tinir de lanças e espadas durante oentrevero, se evoluir é olhar para o futuro sem apegar-se apreconceitos superados, também o é presenciar os valorespositivos do passado, superamos a transição, mas aindamantemos um elo com a antiga cavalaria.

Elo porque não divide nem secciona, antes une em transição harmoniosa, duas realidades que diferem apenas no detalhe.Nota: Estas palavras do Sr.Tenente Coronel Carlos Augusto Ramirez Teixeira, foram registradas no Livro Ouro do 6º Regimento de Cavalaria Blindado no dia 18 de agosto de 2011.

Sr Luiz Dalpizol

A foto acima mostra o Sr Luiz Dalpizol agradecendo ahomenagem recebida, na solenidade de comemoração dos123 (cento e vinte e três) anos do Regimento, no dia 18 Ago2011.

Abaixo, palavras do Soldado Dalpizol, registradas no livro ouro:“Agradeço ao quartel pela acolhida que deu ao soldado 851”.

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Última Carga de Cavalaria – 1967

Em 09 de novembro de 1967, os campos de Saicãassistiram à última carga de cavalaria realizada no RS, comintegrantes da 2ª DC, ao Comando do General Tasso Villarde Aquilo, na “8ª Brigada de Cavalaria, Brigada Gen José deAbreu” recebendo o diploma e medalhão alusivo.

A 2ª DC se preparando para a última Carga de Cavalaria.Como tradição de Arma de Cavalaria hipomóvel, os

grandes comandos, ao término dos exercícios procuravamrealizar, coroando o êxito das instruções, uma cargasimulada. E assim, a 2ª Divisão de Cavalaria (hoje 2ª Bda CMec), com suas Unidades subordinadas, realizou(considerada a última carga dessa Divisão),nos campos deSaicã, em 09 de novembro de 1967, a “ Última Carga”, sob oComando de General Tasso Villar de Aquino,convencionando-se chamar “8ª Brigada de CavalariaMarechal José de Abreu”, quando então, ao término dosexercícios foram entregues a cada participante um medalhãocom a esfinge daquele Marechal.

Conta-se que essa carga aconteceu na várzea da“Invernada Itororó”, no sentido de sul para o norte.

A magnífica obra do Cel Professor General LauroMarques, “Era uma vez na cavalaria”, nos brinda com o texto

do jornalista V. Fróes no qual descreveu esse exercício, como seguinte:

“MAIS UMA CARGA CAMARADAS! Essa fraseinesquecível do Brigadeiro Andrade Neves foi rememorada,mais intensamente, na manhã nublada do dia 09 denovembro de 1967, quando o General Tasso Villar deAquino, Comandante da 8º Brigada de Cavalaria, demanobras, iniciava o galope de seu corcel para executar,numa homenagem à memória do célebre Barão de CerroLargo, a provável última grande carga de cavalaria em nossocontinente.

A 2ª DC se dirigindo para a última Carga de CavalariaNão poderia haver espetáculo mais empolgante e

grandioso do que esse para coroar, após duas semanas deexercícios, a maior manobra já realizada pelo III Exército,nos últimos 27 anos. Nada faltava ao cenário. Até os quero-queros, permaneciam alheios aos movimentos de pessoal eviaturas que se deslocavam na região. Ao fundo dodescampado, como que se projetando na tela do horizonte,eucaliptos balançavam seus galhos ao vento,acompanhando os acordes dos clarins que reboavamanunciando aos cavaleiros e suas montadas, as ordens deataque. Por entre uma tênua nuvem de pó percebia-se afigura do General, cuja espada desembainhada refletia emsua lâmina, o dourado de alguns raios de sol que

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conseguiam infiltrar-se por entre as nuvens, na tentativa deobter um lugar privilegiado para assistir àquele último ato.Ao passo!... Ao trote!.... A galope!... CARGA! E dois milcavaleiros, formando um perfeito binômio com seus animais,disparavam pelo campo afora vibrando suas espadas ao are, tenazmente, para manterem erguidos os símbolos deseus Regimentos, que flamejavam violentamente naquelegalope desenfreado. Nessa hora, civis e militares, soldadose oficiais, povo e autoridades, foram envolvidos, como sefora um só conjunto, por intensa emoção. Com as gargantassecas e os olhos marejados de lágrimas viam, noacontecimento, a grandeza de nossos antepassadosquando, em combate similar, defendiam o solo de nossaamada Pátria. Inicia-se o reagrupamento da Cavalaria(MARQUES,2003).

O autor deste estava lá, firme com sua montada,como componente de sua subunidade e com o pensamentonaquela estrofe musical: “ entre o fumo das batalhas, surgescomo um vendaval” (“Arma de Heróis”, letra e música deJosé Tavares da Silva).

De acordo com MARQUES (2003), “.... a ‘penúltima’carga de Cavalaria (exercício de carga), realizada no RioGrande do Sul, aconteceu em maio de 1972, em São Borja.Nela, o Comandante do III Exército (hoje Comando Militar doSul), Gen Oscar Luiz da Silva e dois oficiais do seu Estado-Maior, convidados para dela participarem com seus cavalos,rodaram logo ao seu início, ferindo-se sem maior gravidade.Para os oficiais de Cavalaria, não existirá, nunca, uma últimaCarga – a última é Manobras de 1967: “ultima carga” –Comando do Gen Tasso Villar de Aquino.

Última Passagem de Comando da 2ª Divisão deCavalaria

Em 23 de maio de 1969, às 10 horas da manhã, naEstância da Harmonia, em Alegrete, teve lugar a últimapassagem de comando da 2ª DC como Grande Unidade. Foia passagem de comando do General de Brigada Tasso Villarde Aquino ao General de Brigada Walter Pires de Carvalho eAlbuquerque.

General de Exército Emílio Garrastazu Médici, entãoComandante do 3º Exército, atual Comando Militar do Sul

Nesta cerimônia histórica, presidida pelo General deExército Emílio Garrastazu Médici, comandante do IIIExército, atual Comando Militar do Sul, compareceram asseguintes unidades integrantes da 2ª DC: o 5º Regimento deCavalaria de Quaraí. O 7º Regimento de Cavalaria e o 8ºGrupo de Canhão 75 Auto-Rebocado de Sant'ana do

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Livramento. O 8º Regimento de Cavalaria e o 22º Grupo deArtilharia de Campanha, de Uruguaiana. O 2º Regimento deCavalaria Motorizado de Rosário do Sul. O 6º Regimento deCavalaria, o 3º Grupo de Canhão 75 Auto-Rebocado, o 12ºBatalhão de Engenharia e a 12ª Companhia deComunicações de Alegrete.

General Tasso Vilar de Aquino e Walter Pires Albuquerquepassando a tropa em Revista

Após a passagem de comando, debaixo de intensachuva, houve desfile em homenagem ao General de ExércitoEmílio Garrastazu Médici, Comandante do III Exército.

Este Evento foi registrado no livro da 2º Brigada deCavalaria Mecanizada, dos historiadores Coronel deEngenharia QEMA Rei Cláudio Moreira Bento e Coronel de

Infantaria QEMA Luiz Ernani Caminha Giorgis, baseados nosrelatos feitos na época pelo historiador José Eber Bentim daSilva, sócio correspondente da Academia de História MilitarTerrestre do Brasil, publicado na Revista do Exército volume131 nº 3 Jul/Set de 1994, sob o título “ A saudosa 2º Divisãode Cavalaria.

6º Regimento de Cavalaria desfilando em continência aonovo Comandante da 2ª Divisão de Cavalaria

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Capítulo V

1957

O pica-fumoA chegada de um Aspirante (PICA-FUMO) revigorava a

Unidade. Afinal, sangue novo, vinha com as últimas doExército, tanto em matéria de uniformes, como em matéria deconhecimentos.Além da curiosidade com que o aguardavam, pairava no ar

uma certa dúvida a respeito de sua competência.Principalmente entre alguns oficiais e praças há muito temposervindo em torno de sua interiorana guarnição de origem.

A cerimônia de apresentação do Aspirante estava prevista noRISG: realizava-se no Gabinete de Comando, onde seguardavam a Bandeira Nacional e o Estandarte da Unidade.À austeridade intimidadora do ambiente e dos presentes,

somava-se o olhar severo dos ex-comandantes, em galeria defotos ou quadros na parede.O Aspirante, com uniforme de passeio, e os oficiais da

Unidade com uniforme da atividade, uns chegando daequitação, o médico às vezes atrasado porque atendia umbaixado, o Cap. Braudelino, QAO, muito bem uniformizado,desejoso de testar o PICA-FUMO com perguntas relativas aoEA (Elemento Associado), seu chão.Houve um S Cmt, há décadas no interior e, por isso, com

valores restritos em questões profissionais, que sugeriu aoCmt a pergunta definitiva: “Pergunte a ele, Coronel, por favor,se ao menos sabe montar a cavalo”.

(Cel Estigarribia)

Talvez o leitor esteja se perguntando neste momento,por que o ano de 1957 ocupa um capítulo inteiro do livro. Noentanto, após breve leitura, irá perceber a importância desteano para o Regimento, foi o ano em que ocorreu a mudançapara as atuais instalações na colina Masgrau, recebeu adenominação histórica de “Regimento José de Abreu” e foiagraciado com seu Estandarte Histórico.

Estas conquistas são fruto do árduo e profícuotrabalho desenvolvido pelo então Comandante doRegimento, Tenente Coronel Homero Laydner, cujo legado,tem sido orgulho dos integrantes da família José de Abreu ehá de perpetuar-se na história do Regimento.

Coronel Homero LaydnerEntrega do Estandarte Histórico Regimento José de Abreu.

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O Patrono do Regimento – Marechal José deAbreu – Barão do Cerro Largo

O genealogista Manoel José da Costa FelgueirasGayo, registrou que o sobrenome ABREU é uma corrupçãode EVREUS e, este, a corrupção de D’EVREUX, e identificaGonçalo Martins de Evreus, como natural da Normandia eque descende por varonia dos Condes D’Evreux. Umaárvore genealógica da família Guzman D’Evreux, desde oséculo XIII aos atuais titulares – Vannes em 27 de fevereirode 1806, distendendo seus galhos de gerações, desde o anode 1230, cuja origem era a Espanha, mas cujosdescendentes se ramificaram pela França, Áustria e PaísesBaixos.

O sobrenome português é de origem toponímica,sendo um dos sobrenomes derivados do lugar onde vivia outinha terras o portador original do nome de um lugarchamado Abreu, localizado na Província do Minho, aonoroeste de Portugal, o qual foi adotado pela primeira vezpor Gomes de Abreu, durante o Reinado do Rei AfonsoHenriques de Portugal (1185 – 1211).

No Brazão dos Abreus de Portugal, a bordura deprata foi carregada com oito folhas de álamo azul. Álamo éuma espécie de pinheiro, que desenvolve em seu troncouma resina da qual se produz o “breu”, daí a referência dadaà região produtora de breu, por este motivo o “de” indicalugar.

A respeito do Patrono do Regimento, proferiu oCoronel Homero Laydner brilhante discurso, por ocasião dorecebimento da denominação de “Regimento José de Abreu”e Estandarte Histórico, discurso este, que descreve de formaclara e precisa a trajetória deste ilustre militar, conformeobservamos na transcrição abaixo.

“Há tempos atrás propus ao Exmo. Sr Ministro daGuerra que numa justa homenagem ao valoroso MarechalJosé de Abreu, “Barão do Cerro Largo”, fosse dada ao 6ºRegimento de Cavalaria, de meu comando, a denominaçãodaquele excepcional cavalariano que passaria, assim, a sero patrono desta Unidade. Justificava-se a homenagem pordiversos motivos. De um lado pelo culto que devemos aosnossos antepassados que tudo fizeram, que deram a própriavida para manter a integridade do solo da pátria, como foi ocaso de José de Abreu, o Chefe de cavalaria que, talvez,mais se esforçou e mais conseguiu, como Cmt do territóriode Entre-Rios, para fixar definitivamente nossas fronteirascom as nações do Prata. De fato, na maioria das operaçõesde guerra que se realizavam naquela época, particularmentenesta zona da fronteira Oeste, estava sempre a figura varonilde José de Abreu, acutilando o inimigo continuamente,expulsando-o do nosso território, com os centauros dagloriosa cavalaria. José Artigas, e, principalmente seuslugares-tenentes Sotel, La Torre e Andresito Artigas, nassuas investidas, sempre encontraram pela frente osaguerridos cavalarianos de José de Abreu, que não lhesdavam descanso, e eram o seu terror, jogando-os a ponta delança para o outro lado da fronteira, não permitindo nuncaque se firmassem no nosso território. Os combates deJapeju, São Borja, Arapeí e Taquarembó são ações ondeJosé de Abreu, teve oportunidade de empregar todo o seuvalor e onde ficou plasmada a sua bravura como Chefe daCavalaria. No dia seguinte ao combate de Arapeí de cujoataque foi encarregado José de Abreu que infringiuesmagadora derrota às tropas de Artigas, o inimigo atacacom novos reforços sob o comando de La Torre, com 3.400homens. A batalha feriu-se terrível e durante horas. Asituação era indecisa. Conta-nos o historiador JoaquimManoel Macedo que o Marquês de Alegrete e o GeneralCurado estavam apreensivos e já começavam a temer oresultado da ação, quando surge no meio da peleja o raio da

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guerra, José de Abreu, que dirigindo impetuosas cargas decavalaria, põe em desordem e em derrota as hostes inimigase conquista a vitória.

Marechal José de AbreuPassados alguns anos, José de Abreu já sexagenário,

é chamado para se incorporar às tropas do Marquês deBarbacena. Cansado, esgotado, não se nega e entranovamente na refrega. Aos aplausos que recebe de amigose admiradores por vê-lo voltar ao campo da luta, respondiacomo profetizando “Venho dar a guerra o que dela tenhorecebido”. A 20 de fevereiro de 1827, portanto a 130 anos,refere-se a Batalha do Passo do Rosário.

Alfredo Pretextato Maciel da Silva, a seu respeito, nosconta em “Os Generais do Exército Brasileiro”: “O Barão doCerro Largo” comandando uma pequena coluna de 560homens, foi designado para guardar o flanco esquerdo doExército, quando se viu atacado por uma enorme coluna deCavalaria; os seus comandados tomados de pânico,recuavam destroçados, procurando apoio da Divisão do

General Crisóstomo Calado, quando foram acometidos poroutras forças que os atacavam pelo flanco. José de Abreu,não conseguindo conter os seus soldados, em grande parte“paisanos voluntários”, foi com eles levado de roldão sobre aDivisão Calado, que não podendo distingui-los dosnumerosos inimigos, cuja carga impetuosa ameaçava asorte de sua divisão, mandando formar quadrado, deu sinalde fogo; e o Barão do Cerro Largo, intemerato Riograndense, nunca vencido pelos inimigos, caiu morto,traspassado pelas balas brasileiras!...”

O grande Barão do Rio Branco, admiradorincondicional de José de Abreu assim refere à sua morte nocampo de batalha. “Assim terminou sua carreira gloriosa,esse distinto veterano. A vida, que inteira consagrara àpátria, devia ser também sacrificada a ela, e, de feito, suaespada só deixou de combater quando a mão que a brandiacaiu desfalecida. “Com tantos serviços, com tantas glórias,com tantas virtudes, tanta abnegação e civismo, o ilustreBarão do Cerro Largo, teve nos últimos dias de sua vida,como prêmio e recompensa, a ingratidão e o esquecimentodo Governo de seu país!....

“Bem o disse Mme. de Servigne: “Há serviços tãograndes e tão importantes, que só a ingratidão os podepagar”. “Mas, acima das misérias e das fragilidades doscontemporâneos, acima de seus ódios e de seus erros,eleva-se um dia o juízo da posteridade, sempre severo,inflexível e imparcial, e a posteridade, pode-se já dizê-lo, háde destinar a tão exímio cidadão e a tão ilustre vítima, umlugar distinto entre os mais gloriosos e prestantes filhos daTerra de Santa Cruz.

Feito este ligeiro esboço das qualidades de José deAbreu, surge-nos outro motivo para homenageá-lo: É queJosé de Abreu foi o fundador de Alegrete, cujo centenáriocitadino comemoramos no corrente ano.

Aqui se radicou, recebeu sesmaria de campo,constituiu família e deixou inúmeros descendentes. O 6º

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Regimento de Cavalaria, aqui sediado há quase meioséculo, é uma Unidade radicada e já tradicional em Alegretee, por suas fileiras tem passado inúmeros filhos seus,inclusive diversos descendentes do Barão do Cerro Largo.

Secundando a proposta do Regimento ao Exmo. Sr.Ministro da Guerra para que fosse dada a denominação de“José de Abreu” ao 6º Regimento de Cavalaria, a ComissãoExecutiva Pro Comemorações do Centenário de Alegrete,apelou diretamente a S. Excia. Para que fosse concretizadaaquela proposta e mais, para que ainda o fosse no correnteano, dado que se comemora o centenário da elevação acategoria de cidade da povoação de que ele fora fundador.

S. Excia, bem compreendeu a justeza e significaçãode tal de desejo e atendendo a solicitação submeteu aoExmo. Sr. Presidente da República o decreto que foiassinado e julgo oportuno ler neste momento:

Decreto nº 41.487, de 11 maio de 1957 - Dá adenominação de “Regimento José de Abreu” ao atual 6ºRegimento de Cavalaria. O Presidente da República,considerando: - Que o nome de José de Abreu estágloriosamente ligado a história da fixação de nossasfronteiras do Sul, particularmente na região de Alegrete; -que contribuir para maior exaltação do nome de quem comtanta bravura e espírito de sacrifício defendeu o solo pátrio éfazer obra de patriotismo, de gratidão nacional e de estímuloas mais nobres virtudes militares; decreta:

Art. 1º - O Atual 6º Regimento de Cavalaria passa adenominar-se “Regimento José de Abreu”.

Art. 2º - Revogam-se as disposições em contrário.Rio de janeiro, 11 de maio de 1957. 136º da

independência de 69º da Republica. Juscelino Kubitschek-Henrique Lott.

Está assim reparada a injustiça, a ingratidão e oesquecimento mantido em torno de José de Abreu, conformejá previa há muitos anos o Barão do Rio Branco na suabiografia do nosso homenageado e sobre a qual já me referi.

Estandarte Histórico do Regimento

Simultaneamente foi assinado o Decreto que criou oEstandarte-Distintivo para o “Regimento José de Abreu”:Decreto nº 41.488, de 11 de Maio 1957 – Cria o Estandarte-Distintivo para o 6º Regimento de cavalaria “Regimento Joséde Abreu”. O Presidente da República, usando da atribuiçãoque lhe confere o artigo 87, item I, da constituição Federal,decreta:

Art. 1º - Fica criado o Estandarte-Distintivo para o 6ºRegimento de Cavalaria - “Regimento José de Abreu” deacordo com o modelo que este acompanha, obedecendo asseguintes características:

Em campo branco, pala azul com ¼ da largura doestandarte, cores da cavalaria. Brocante, um escudo devermelho, tendo postas em santor cinco asas de ouro, dobrasão dos Abreus.

Sobre o escudo, em arco, dístico Regimento José deAbreu em caracteres de ouro.

Estandarte Histórico do RegimentoNos quatro cantos do estandarte, lembrando ações de

que participou, na campanha do Paraguai, o 1º Corpo de

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Caçadores a Cavalo, ao qual se vincula o 6º Regimento deCavalaria, legendas em ouro na seguinte ordem: - Ao alto,junto a tralha, a palavra Laguna; ao alto, no lado oposto, apalavra Apa; em baixo junto a tralha, a palavra Nhandipá; e,em baixo, no lado oposto, Baiendé.

- Laço militar nas cores nacionais, com a inscrição emouro “6º Regimento de Cavalaria”. Franja de ouro em toda avolta.

- Dimensões: 0m.80cm X 1m.10.Art. 2º - O presente decreto entra em vigor na data de

sua publicação, revogadas publicações em contrário. Rio dejaneiro, 11 de maio de 1957; 136º da Independência e 69º daRepública, Juscelino Kubitschek - Henrique Lott.

Conseguidos nossos objetivos, concretizada areparação do esquecimento em que jazia o nome do gloriosoJosé de Abreu, com a insigne honra concedida ao meuRegimento, da mesma nobre arma de Cavalaria do seuPatrono, quis a brilhante e benemérita Comissão ExecutivaPró-Comemorações do Centenário de Alegrete, em boa horasobre a feliz presidência da figura invulgar, dinâmica,eficiente e ditada de elevadas virtudes patrióticas e altoespírito de civismo do meu particular amigo Dr. Ciro S.Leães, quis, repito, completar o seu empreendimentoofertando ao Regimento em nome da cidade de Alegrete,neste ato publico cívico-militar, o seu Estandarte-Distintivorecentemente creado.

A solenidade que estamos realizando é dessas queficam gravadas na historia da cidade e do Regimento,constituindo um elo de ouro na união e no congraçamentode civis e militares, tão necessário para a paz é a harmonia,para a “Ordem e Progresso” que almejamos para a nossaquerida pátria.

Agradeço sensibilizado em meu nome e no nome dosoficiais e praças do Regimento José de Abreu ao Dr. CiroLeães, a digna Comissão Executiva Pro Comemoração doCentenário de Alegrete e, finalmente ao povo de Alegrete

que a referida comissão representa, essa valiosa oferta,esse riquíssimo trabalho, essa jóia de confecção que é obelíssimo Estandarte-Distintivo do Regimento José deAbreu.

A vossa oferta muito nos comove e sensibiliza.Recebo-a, manifestando-vos o orgulho de que está possuídoo Regimento.

E, para corresponder a tão valioso mimo e a tão nobregesto, julgamos que o mais que podemos fazer seráprometermos, como prometemos, neste momento solene, anos esforçarmos ao máximo, a tudo empreender, a tudofazer, a dar tudo de nós, para honrar este Estandarte-Distintivo que será, para nós, a presença das elevadasvirtudes, do heroísmo, do valor incontestado e do amor àPátria de José de Abreu, concitando-nos sempre, a seguirseus exemplos de civismo e a procurar, se necessário, imitarsuas essenciais virtudes militares.

E agora companheiros do Regimento José de Abreurecebido este Estandarte-Distintivo neste momento tãohonroso para o Regimento, guardemo-lo com carinho e oamor patriótico de que é digno. Cumpramos o nosso devercom o compromisso que acabamos de assumir. Honremos amemória do nosso glorioso patrono o ínclito Marechal Joséde Abreu, Barão do Cerro Largo.

- Salve, pois, Estandarte-Distintivo do Regimento.- Salve cidade centenária de Alegrete.- Salve a legendária Cavalaria de José de Abreu.Salve a memória de José de Abreu, Barão do Cerro

Largo e nosso heroico patrono”.

Inauguração do novo quartel

Vejamos a grandiosidade das novas instalações apartir da extensa transcrição da publicação da Gazeta deAlegrete por ocasião do início das atividades do 6ºRegimento de Cavalaria na colina Masgrau:

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Coronel Homero Laydner fazendo o uso da palavra nainauguração do 6º RC

“No ano de 1957, o 6º Regimento de Cavalaria mudoude caserna, saiu do aquartelamento que ocupou desde1911, até 1957; portanto 46 (quarenta e seis) anos e veiopara a Colina Masgrau.

O Regimento cujas glórias dariam para preencher umvolumoso livro, possui um belo passado, firmado nas árduascampanhas em que se empenhou, sempre em defesa daordem e da legalidade, constituindo-se em verdadeiroorgulho do Exército do Brasil e da cidade que lhe serve desede. Até fins do ano passado, a unidade ocupava o quartelonde se acha instalado o 12º Batalhão de Engenharia.

Atualmente, graças aos esforços de seu Comandanteo Cel. Homero Laydner, homem dinâmico, honesto épossuidor de uma larga visão administrativa, o RegimentoJosé de Abreu possui um quartel muito bem localizado einstalado.

Vista aérea do Regimento

Tem como patrono o herói que lhe empresta o nome,o Marechal José de Abreu, Barão do Cerro Largo, fundadorda cidade de Alegrete. Não é, no entanto, somente estarazão que levou o Cel. Homero Laydner a propor ao Exmo.Sr. Gen. Ministro da Guerra, o nome de tão ilustre cidadão,para patrono da Unidade, e ele mesmo - Cel. Homero, faloumuito bem sobre estas razões, quando da recepção doEstandarte-Distintivo do Regimento, no dia 5 de setembrodo corrente ano”.

Localização do Regimento José de Abreu

Não poderiam ter sido mais felizes os que sepropuseram a missão da escolha do terreno onde seriainstalado o quartel do Regimento.

Em local agradável, pois ocupa a lomba de uma

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coxilha, descortina-se-lhe um magnífico panorama ondeestá incluída parte da cidade de Alegrete – Fundada por seupatrono – e o Rio Ibirapuitã, tão intimamente ligado à históriamilitar do Brasil, nos episódios desenrolados no Rio Grandedo Sul.

Considerando-se a parte técnica, temos a ressaltar oseu afastamento do centro urbano, com as suasconsequências benéficas para a população e, o fato depossuir a Unidade, uma grande área territorial, capaz deatender as suas necessidades quanto a locais parainstrução, potreiros, praças de esportes, pistas para saltos,etc.

Apesar de situado em parte alta, não tem oRegimento problema de falta de água, por ter sido incluídono vasto plano administrativo do atual comando, a aberturade um poço artesiano – já concluído – com a profundidadede 98 metros e capacidade horária de 7500 litros.

Os potreiros, onde a água é imprescindível para acavalhada, são servidos por uma sanga, onde foramconstruídos pequenos açudes, que preenchem bem a suafinalidade. Olhando-se, de um plano superior, para o quarteldo Regimento José de Abreu, temos a exata impressão dozelo com que é tratado – os pavilhões bem pintados, cercasbrancas riscando o terreno que lhe pertence, pátios limpos ehomens por toda a parte, exercendo as mais variadasatividades, para engrandecimento do todo.

Construção do Regimento

A solida construção dos diversos pavilhões quecompõem o Regimento, obedeceu aos mais modernospreceitos técnicos e higiênicos, no que concerne ao material

empregado, disposição dos prédios, circulação do ar, jogode luz natural, espaço, etc.

Foto do Regimento ainda em construção

Situado em terreno compacto, não tiveram osconstrutores que enfrentar o problema da capilaridaded’água, mas não deixaram assim mesmo de se preocuparcom alicerces impermeáveis para enfrentar possíveiseventualidades.

Um dos problemas eminentes da Unidade, apesar dasua grande necessidade, demandará anos para serresolvido, é o problema da arborização, problema este, quejá foi atacado pelo atual comando, tendo sido plantadasmais de 800 mudas de árvores, o que virá, por certo,completar o conforto daqueles que ali militam, tornando oambiente mais agradável, alegre e sadio.

O quartel é do tipo quadrangular modificado,obedecendo às contingências de local e recursos, para aadaptação do mesmo aos princípios de higiene, conforto esegurança.

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É constituído de um pavilhão central, dois laterais edois outros situados à retaguarda dos primeiros.

No central, estão instalados, além do comando, todasas seções administrativas e outras dependências, assimdistribuídas: no andar superior – O gabinete do comando, asala de honra, o gabinete do fiscal administrativo, asecretaria, a casa das ordens, o arquivo, o gabinete dotesoureiro, os apartamentos para hóspedes, quartos ecassinos para os oficiais; no andar térreo: – estão as salasde instrução para oficiais, a Formação Sanitária, o corpo daguarda, o xadrez, o cassino dos sargentos, a sala de esperapara visitas e a sala de transmissões do Regimento.

Neste pavilhão é digno de se notar a sala de honra doRegimento, em estilo renascentista, que, sem se constituirem luxo excessivo é de uma organização, sobriedade e bomgosto, impecáveis.

Nos pavilhões laterais estão localizados osesquadrões, com seus alojamentos para praças, gabinetedos respectivos comandantes, sala de armas, reserva dematerial, etc. Estes pavilhões são fruto de planejamentos,inteligentes, onde se tomaram em primeiro plano o seuobjetivo precípuo de bem servir as suas finalidadespropostas dentro dos princípios mais avançados da técnicamoderna para construção de quartéis.

Por ser, sob nosso ponto de vista, uma das partesmais importantes de uma Unidade Militar, abordaremos depreferência os alojamentos, local onde os homens refazem,pelo sono, as energias perdidas depois de um dia estafante.Os alojamentos são de construção singela, como todo oconjunto, mas muito bem orientados, recebendo sol durantetodo o dia, muito bem ventilados (pelo sistema de ventilaçãonatural cruzada), evitando-se, assim a poluição de ar noambiente.

De fácil limpeza, dotados de um mobiliário simples,mas prático, com boa iluminação artificial, instalaçõessanitárias modernas e um bebedouro automático para água

gelada. Vê-se ao entrar-se nele preocupação que dominouos responsáveis pelo seu planejamento, no sentido do bemestar dos que mais tarde viriam a utilizá-los.

O Regimento José de Abreu possui em seu quartel,instalações que são verdadeiras obras-primas de bom gostoe perfeição técnica e que valem ser ressaltadas, comohomenagem aos que idealizaram e tiveram coragem deenfrentar tremendos problemas de ordem financeira paraadquiri-las.

Abordaremos cada uma delas separadamente:

Cozinha e Rancho das Praças

São as dependências melhores equipadas doRegimento, visto preencherem cabalmente as suasfinalidades, quais sejam, não só a preparação das refeições,como também a sua consequente distribuição, tudo obtidopelos métodos mais adequados.

Nele se vê, o cuidado que o Comando da Unidadedispensa aos seus subordinados, principalmente as praçasque se destina o rancho, é mais uma obra que perpetuaráindelevelmente o nome do Cel Homero no histórico doRegimento, dado o seu valor, não só material, comoprincipalmente moral, pela impressão agradável de confortoe confiança que produz nos que dele faze uso.

A cozinha tem capacidade para fornecer alimentaçãopara 800 homens e está equipada com cinco modernaspanelas de pressão, uma cafeteira e um grande fogão, tudoda marca “Geral”, esmaltados em branco, o que lhes da umaspecto agradável, além de higiênico. As panelas recebemvapor de uma grande caldeira, de idêntica fabricação, possuiainda na cozinha, uma maquina de descascar batatas, umade moer carnes, uma de lavar pratos, todas elas elétricas eum reservatório para água quente, com capacidade para1000 litros.

O rancho onde é servida a alimentação as praças, é

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equipada com mesas modernas de pés de cano de açoinoxidável, bancos móveis de acento de madeira, e pésidênticos aos das mesas, tudo de fácil limpeza com águaquente e sabão.

Todo o pavilhão destinado ao rancho e cozinha, temsuas paredes cobertas de azulejos até a sua metade, pisode ladrilhos e teto de cimento armado. Para completar oconjunto e demonstrando o sentimento cristão do nossopovo, não foi esquecida a colocação de um quadro da“última Ceia de Cristo” no salão de refeições e, comodemonstra esta simples e despretensiosa narrativa, umaobra que pelo vulto e perfeição técnica, merece serobservada por quantos tem a incumbência de construirquartéis, no gênero, é uma verdadeira obra de arte, um tipopadrão.

Cassino dos Oficiais

O cassino dos oficiais do Regimento, situado nopavilhão central, é dividido em duas partes: Uma destinadaa jogos e leitura, e outra as refeições.

A primeira, mobilhada e moderna, com dois conjuntosde sala de visita, de pés de cano de aço vergado e cromado,acento e encosto estofados, de colorido diverso, possui umamoderna eletrola automática para dez discos, jogos de salãocomo dama, gamão, xadrez, etc..., uma pequena mesaestante, vasos com folhagens e outros objetos, tudo sedestina ao deleite daqueles que a procuram em suas horasde folga. (Atualmente, os jogos de salão deram lugar a umamesa de “truco” onde o Cmt da OM costuma ensinar seusoficiais).

Na parte destinada as refeições, temos a notarsomente as mesas e cadeiras, todas elas com pés deconstituição idêntica as da sala de diversões e as mesascom cores diferentes e com tampo de fórmico.

Cassino dos Sargentos

É outra dependência do Regimento que merece serressaltada, por ter sido organizada inteiramente comeconomias administrativas. É constituído de três salas,sendo uma de jogos, leitura e música, muito bem mobilhada,possuindo uma moderna eletrola “Filips”(sic) automática.

A sala de refeições oferece um ambiente agradável,equipada com, mesas modernas e higiênicas e, a cozinhapossuindo um ótimo fogão a gás, prima pela limpeza eestética. Nunca é demais ressaltar o apreço que ossargentos têm por seu comandante, bastando, para provaresta assertiva o fato de a principal sala do cassino ter o seunome e ostentar um retrato seu colorido e muito bemtrabalhado.

Formação Veterinária

A formação veterinária do Regimento, sob a direçãodo Cap Veterinário José Yedo Freitas Drumont, é umadependência de alto valor material e técnico, onde a funçãofoi considerada em primeiro lugar. Possuindo uma farmáciamodelar, com respectivo depósito de medicamentos, umaoficina de ferraria, baias confortáveis para a enfermariaveterinária, troncos para contenções, galpões para curativose ferragem, está a formação apta para cumprir muito bem asua missão.

A construção obedece à planta do Serviço de obrasdo Exército e o material nela empregado é de muito boaqualidade, muito recomendando os que foram responsáveispelo seu erguimento.

Granja Regimental

Também sob os cuidados técnicos do Cap. Yedo, foiuma das dependências que mereceu carinhosa acolhida nomagnífico plano administrativo do atual Comando, que lhe

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compreendeu a importância em benefício, não só daeconomia da unidade, como da dos militares que nelaservem, pelo fornecimento de ovos, verdura, manteiga,frangos, etc..., por preço muito mais acessível.

Dentre as melhorias introduzidas na granja, temos aressaltar a casa construída para o seu encarregado,confortável, com quarto de banho completo, cozinhamoderna (estas duas peças com paredes revestidas deazulejos brancos até a sua metade), sala de visitas comlareira, toda assoalhada de tacos em mosaico e forro decimento armado, com esta casa, a atual administração doRegimento gastou nada menos que quinhentos milcruzeiros.

Mas não ficou aí o plano de melhoramento da Granja:- foi aberto um poço semi-surgente, no qual foi instalado umpossante cata-vento para recalcar a água; instalado umgerador elétrico; feitas instalações de água corrente e luzelétrica em todas as dependências da granja; construído ummoderno aviário; com capacidade para mais de mil aves;plantado um grande pomar, construída uma estrada deacesso a Granja; foram melhoradas as pocilgas dadoincremento a horta e intensificado o plantio de forrageiras;construído um estábulo para vacas leiteiras; que prima pelasua técnica, e atacadas outras obras de vulto, porém deimprescindível valor.

Armazém Reembolsável

Fazendo parte do serviço social do Regimento, sob adireção do Capitão Jim Meireles, funciona esta dependênciacom o objetivo de fornecer gêneros alimentícios de primeiraqualidade e a preços mais baixos. O armazém é muito bemsortido, em quantidade e qualidade, estando em condiçõesde atender não só aos nossos militares da Unidade, comotambém os da Guarnição, que dele fazem uso. Paracompletar sua eficiência, possui uma seção de fazendas,

uma de calçados, uma de perfumarias e uma pequenafarmácia. No corrente ano será inaugurada no armazém,uma sorveteria de fabricação italiana, que fornecerá sorvetee demais refrigerantes, para amainar os efeitos doescaldante calor sulino.

Padaria Regimental

É outra dependência que faz parte do serviço socialdo Regimento, também sob a direção do capitão Jim.

É de construção e montagem aprimoradas em todo oseu conjunto, ocupando uma sala perfeitamente enquadradanos requisitos higiênicos.

Dotado de um forno automático, de quatro bocasmarca “Super Vulcão”, que funciona à eletricidade, óleo oulenha. Possuem ainda máquinas para fazer massa, cortá-lasem tamanho certo, para a confecção do pão, etc... .

Manipuladas por elementos capazes, atende apadaria, não só ao rancho do Regimento, como aos militaresque nele servem, e ainda, aos ranchos de outras Unidadesda Guarnição.

Açougue Regimental

O açougue, que em breve terá seu matadouro próprio- que já se acha em adiantada fase de construção –preenche bem a sua finalidade, fornecendo carne maisbarata, de procedência conhecida e manipuladahigienicamente.

Possui ainda, ao lado do menor preço do produto quefornece, a grande vantagem de ser o gado inspecionadopelo serviço veterinário do Regimento, antes de ser abatido,evitando-se assim, a propagação de doenças dos animaisaos homens, como no caso da Brucelose, Quisto Hidático,Tuberculose etc..., É outra dependência que faz parte doServiço Social do Regimento e fornece carne, não só ao

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rancho da unidade, como aos militares que nela servem;Está sob a direção da Fiscalização Administrativa doRegimento.

Formação Sanitária

Funcionando provisoriamente no pavilhão central doRegimento, terá a formação sanitária, brevemente suaspróprias instalações. Sob a direção do Dr. Antônio Tunes deMoura, tem a formação sanitária, prestado relevantesserviços à Unidade, não só na manutenção do estado hígidodos homens, pela prevenção e debelação de moléstias,como pela sua atuação dentro do serviço social, atendendoa qualquer hora, os militares e seus dependentes, quenecessitam de assistência médica, tanto no quartel, comoem suas residências. A Formação possui três salas, sendouma para a sua administração, uma de curativos e a terceiradestinada ao Gabinete Odontológico. De mobiliário simplesna sua maioria, mas condizente com os demais doRegimento, pela sua apresentação. Possui, como nãopoderia deixar de ser em sua maior parte material e móveisespecializados.

Gabinete Odontológico

O gabinete odontológico é uma dependência daformação sanitária e, como está, funciona provisoriamenteno pavilhão central do Regimento. Sob a direção do Dr.Lysippo Nathaniel Ribeiro, atende, não só os militares, comoàs suas famílias, prestando assim relevantes serviços dentrodo campo social. Possuindo um equipo “Labras” “Cadeira“Suprema” de dois pistons, esterilizador, “Delco” automático,porta-resíduos tipo torpedo, armário para medicamentos tipo“Atlante” e a quantidade de instrumentos necessários ao seufuncionamento, esta o G.O. em condições de muito bematender às suas finalidades.

Mangueiras

Quando o Regimento foi transferido para o atualquartel, lutou o comando com sérios problemas,principalmente com os de alojamento, pelo pequeno númerode pavilhões construídos. Também a cavalhada não fugiu aesta falta de acomodações por não estarem construídas asbaias e os potreiros e faltarem as mangueiras, que dada asua imperiosa necessidade, foram logo iniciadas, hoje,graças ao esforço da administração da Unidade, possui estaquatro mangueiras, que dado a qualidade do material comque foram construídas “moirões de pau ferro, listões deangico e bebedouro de cimento” vale ser ressaltada a suaimportância como obra confortável e de longa duração,construídas inteiramente com economias da Unidade, cujopreço orçou em cerca de Cr$ 200.000,00 (duzentos milcruzeiros).

Obras em ConstruçãoA atual administração do Regimento está se

esforçando grandemente no sentido da formação do seupatrimônio material e, neste sentido, esta ultimando muitasobras que, pelo seu valor merecem ser citadas, dentre elastemos:

Estádio Olímpico

A imperiosa necessidade da Educação Física, nomeio militar, com a resultante do atestamento físico e moralde nossos homens, impõem uma especial atenção ecuidado, quando se trata de tão importante ramo deinstrução profissional dos quadros e da tropa.

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Não descurando deste ramo tão importante dainstrução, o Comando já delimitou dentro da área doRegimento, o local onde em futuro bem próximo, levantar-se-á o estádio de treinamento da Unidade, já em fase deadiantada construção, ocupando uma área ampla de 250por 280 metros, terá o Regimento José de Abreu, umestádio completo, constituído de pista padrão de corrida,retangulares e com cabeça em semicírculo com odesenvolvimento de 400 metros; pista olímpica com todasas suas medidas de acordo com as regras oficias deatletismo. Na parte central da pista serão construídos, umcampo de futebol, caixões de areia para salto em distância,altura, salto triplo, salto com vara, locais para arremesso depeso, disco, dardo e martelo.

Terá ainda o estádio, aparelhos e instalaçõesdiversas, como pórticos para ginástica, barras paralelas,etc... .

Será destinada uma área para canchas de basquete,vôlei, tênis, local para lançamento de granadas em precisãoe em alcance.

Um terreno de 100 x 250 m, de superfície plana egramada, será destinado à apresentação de turmas para aeducação física diária, ginástica de aparelhos, de solo,baionetas, esgrima, etc.

Circundando toda esta vasta área, tão diversamentedistribuída, será construída uma pista para aplicaçõesmilitares. Esta obra, cujo valor não precisamos comentarpela sua inestimável importância, esta sob a orientaçãotécnica do Capitão Jorge André Porto da Rocha.

Herma do Marechal José de Abreu

Numa bela homenagem ao soldado que passou a sua

vida, na maior parte de espada em punho, em defesa denossa terra, quis o atual Comando corrigir uma injustiça quelhe fizeram seus conterrâneos, esquecendo aquele quesoube ser soldado e administrador eficaz, quando a guerranão o tinha em suas garras.

Assim, além de escolher o seu nome para patrono daUnidade, fez erguer, em frente o pavilhão central doRegimento uma bonita herma, onde é claro, está o seubusto, e ficará um pouco de terra de onde tombou sem vida,mais de espada na mão em defesa no Brasil.

Jardinagem e Arruamento do Quartel

Paralelamente à beleza que iria imprimir ao quartel, ajardinagem e os arruamentos do mesmo, constitui umanecessidade, irá completar os trabalhos já executados,todos eles de um espírito funcional à toda prova,efetivamente colocado em um ponto alto e descampado,sofre o regimento, o impacto dos fortes ventos do sul, com oconsequente levantar de imensas nuvens de poeira quealém de exigir constante e rigorosa limpeza, é maléfica àsaúde dos homens pela propagação de moléstiascontagiosas.

Pista de Cross-Country

Esta pista que tem por finalidade, além de esportiva,o treinamento dos homens e animais, em terreno variado ecom obstáculos diferentes, em números de 13, é de grandeimportância num Regimento de Cavalaria.

Picadeiro e Carriere

São duas obras importantíssimas em um Regimento

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de Cavalaria, para o treinamento contínuo de homens eanimais, além de ser local para competições esportivas.Obras que estão merecendo toda atenção e carinho, serãotambém, construções modelares no gênero.

Considerações Finais

Desejamos deixar bem claro que neste trabalho, nãonos animou o espírito subalterno de elevar, imerecidamentea quem quer que seja. Tudo que dissemos poderá ser vistopor quantos o queiram, bastando para isto, fazer uma visitaao Regimento José de Abreu.

Somos de opinião que numa época em que todosgritam a inexistência de homens com discernimentoadministrativo, devemos apontar os capazes, para quesejam aproveitados em postos chaves e importantes, nobeneficio do bem estar público.

O 6º Regimento de Cavalaria é fruto de um trabalhoinsano, honesto e muito bem orientado, mostrandocabalmente a capacidade administrativa do atual Comando,o que justifica perfeitamente todas as nossas palavras,sinceramente elogiosas.

Não poderíamos ter constrangimento algum em citaras virtudes do Coronel Homero Laydner, do Tenente-CoronelLuiz Carlos de Medeiros Pontes, que dentre muitas outrasfunções exerceu a de instrutor da Escola Militar das AgulhasNegras, e a de instrutor chefe Escola de Equitação doExército, funções para as quais não só são escolhidos osmelhores dentre os mais capazes, isto para não citar a demuitos de igual valor, que os põe em destaque dentro doquadro militar brasileiro, com elementos aptos adesempenhar qualquer função, para qual venha a serdesignado”.

Nota 1: Aqueles que conhecem o Regimento José de Abreu,já perceberam que ao longo dos anos ocorreram diversasmudanças nas instalações. O Armazém Reembolsável, oAçougue Regimental, a Padaria Regimental, foram extintos,a Granja, não mais vende produtos aos militares, mas aindaajuda na economia fornecendo alguns produtos ao Serviçode Aprovisionamento do Regimento. O Picadeiro ainda é umobjetivo a ser consolidado. O Cassino dos Oficiais, sofreuvárias alterações, já não existe eletrola automática, dama,gamão, xadrez, hoje, se observa uma mesa onde o atualComandante (campeão do Regimento) ensina truco aosseus oficiais...

Nota 2: Motivado por comentários que circulam através dostempos, de que este quartel teria sido inicialmenteconstruído para abrigar outra OM, mas que o entãoComandante do 6º Regimento de Cavalaria, TenenteCoronel Homero Laydner, num “golpe de mão”,simplesmente trouxe o Regimento para as novasinstalações, foram realizadas buscas por documentação eregistros da época, que pudessem ter servido de estímulo atal suspeita, no entanto, nada foi encontrado que justifiquetal afirmação. Há, sim, evidências que mostram a ativaparticipação do Comandante do Regimento na supervisãodas obras, decidindo como seria a distribuição dos pavilhõese baias, finalmente, observando-se a descrição deelementos como: picadeiro, Carriere, pista de cross-Country,Formação Veterinária, é fácil concluir que toda a obra foidirecionada para abrigar uma Cavalaria.

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Homenagem “do 6° RCB a seu ex-Comandante”

Coronel Homero Laydner

Comandante do Regimento José de Abreu - 6° RC, noperíodo de 1°/04/1953 a 13/11/1957, nascido em Alegrete-RS no dia 08 e agosto de 1908, foi declarado AspiranteOficial da Arma de Cavalaria em 19 de janeiro 1929, naEscola Militar de Realengo-RJ.

O Sr. Cel. HOMERO LAYDNER durante sua carreiramilitar serviu por diversas vezes no 6° RC (nos postos de 1ºTen, Cap, Maj e por último como Cmt do Rgt).

Durante o período que comandou o 6° RC, foi o Cmtque conseguiu transferir o regimento do antigo para o novoaquartelamento, orientou desde o início a construção danova sede do Regimento, inaugurado no atual local,conseguiu a denominação histórica de Regimento José deAbreu ao 6° RC, criou o Brasão de Armas e o EstandarteHistórico em homenagem ao seu glorioso patrono Marechal

José de Abreu - “Barão do Cerro Largo”.De suas alterações extraímos o seguinte resumo:O Sr Cel HOMERO LAYDNER Of de Cav do Exército

Brasileiro, valor pessoal e zelo profissional, com mais de 30anos de serviço, a maior parte vividos na faixa da fronteiraRio-grandense, ora como Of de tropa, ora no EM da 2º DC, oCel HOMERO LAYDNER pela vontade firme no cumprimentodos deveres militares, correção de atitudes dos quais designificativo valor, estão a credenciá-lo como excelentemilitar

Serviços de relevância que recomendam o candidato:a sua atuação na 2º DC como “troupier” e como Of doestado maior, afirmado por mais de 20 anos de assinaladosserviços, resultou em benefícios reais para o prestigio eeficiências de nosso exército, na faixa de nossa fronteiracom a Argentina. O seu perfeito procedimento na vidapública e privada, somados a circunstância de possuir maisde 60 elogios, muitos dos quais de significativo valor, estão acredenciá-lo como excelente militar, exemplar cidadão emodelar chefe de família.

Tropier – Palavra da língua francesa significa soldado deCavalaria.

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Capítulo VI

1971 – 2012

Trato com as montariasA lida diária com o cavalo tornava-o conhecedor docavalariano. Entre ambos nascia e frutificava uma amizademuito grande.Alguns conseguiam tornar suas montarias muito mansas,tamanha a intimidade com eles.Por isso, um Tenente da Cavalaria podia até se dar ao luxo delevar suas montarias à aguada completamente soltos;seguiam-no ou atendiam à voz ou ao assovio comsurpreendente presteza

(Cel Estigarribia)

Transformação do 6º RC em 6º RCB

A denominação que acompanha o Regimento atéhoje, “6º Regimento de Cavalaria Blindado”, chegou atravésda Portaria Ministerial Nr 042 - 22 Set 71, o 6º Regimento deCavalaria (6º RC), foi transformado em 6º Regimento deCavalaria Blindado (6º RCB).

Último desfile a cavalo do 6º RC - 1971

Talvez a mais significativa mudança ocorrida noRegimento através dos tempos, por força da evolução daarte da guerra, a companhia do velho amigo, o cavalo, foisubstituída pelo poder de fogo e proteção blindada doscarros de combate, depois de mais de 80 (oitenta) anos oRegimento deixava de ser hipomóvel, iniciando umaharmoniosa transição para o blindado, sem romper os laçoscom as tradições da antiga Cavalaria.

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A foto abaixo mostra o momento do embarque dacavalhada do Regimento, transferida para outras Unidades.

Embarque da cavalhada do Regimento

Assim, o Regimento deixou de ser Hipomóvel paratornar-se Blindado em 1971, ampliando a capacidade decombate da 2ª Brigada de Cavalaria Mecanizada e,consequentemente, suas possibilidades operacionais.Primeiro desfile motorizado do 6º RCB – 1971.

Antigas baias, demolidas para dar lugar às garagens dosblindados, destaque para o cavalo Nemo (2º da direita paraa esquerda), este cavalo dá nome a uma pista de salto doCentro Hípico José de Abreu.

Integrantes da Equipe de Manutenção na época datransformação do 6º RC/RCB -. O então Ten Adriano e TenEduardo ministravam instrução de direção e Manutenção

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dos Shermans e Scultcar. “Tempos de muito trabalho eextremamente gratificante”. Conforme relato do CoronelEduardo.

Carro de Combate M4 “SHERMANN”

Histórico… Fabricado no verão de 1940, o Carro de combate

M4 “Shermann” entrou em ação pela primeira vez em 1942,na Batalha de El Alamein (Norte da África).

Foi utilizado amplamente pelos Estados Unidos ealiados durante e após a Segunda Grande Guerra, quandoforam produzidos cerca de 50.000 unidades. Também foiempregado na Guerra da Coréia no Oriente Médio.

… Em 29 de maio de 1973, no Comando do Cel José

CAMPEDELLI, chegaram no 6º RCB - “Regimento José deAbreu”, 18 (dezoito) carros de combate M4 Shermann,procedentes do 1º RCC (Rio de Janeiro-RJ), sendodistribuídos 09 (nove) Blindados para o 1º Esquadrão CC e09 (nove) Blindados para o 2º Esquadrão CC. Estes foramos primeiros Carros de Combate a compor esta UnidadeBlindada.

CARACTERÍSTICASArmamento: 1 (um) Can 75mm, 1 (uma) Mtr. 30mm coaxial,1 (uma) Mtr. 30mm de proa no Chassie 1 (uma) Mtr .50 Aae.

Ano de fabricação – 1940

Desempenho: Vel. Máxima 40 Km/h

Origem: Estados Unidos

Raio e Ação: 190 Km

Capacidade Reservatório Comb: 662 litros de gasolinaazul

Blindagem: Aço de 80mm

Motor: R975-C4 com 9 cilíndros a quatro tempos

Peso: 32 toneladas (equipado)

Guarnição: Cinco homens

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Carro Blindado de Pessoal – CBTP M-2 A1 HALF-TRACK

Histórico… O veículo meia lagarta Half-track caracteriza-se por

possuir rodas com pneus na sua parte dianteira e lagartasna parte traseira. A partir de 1941, começou a produção emsérie do Half-Track pelos norte americanos, devido às váriasvitórias Alemãs na frente ocidental (2ªGuerra Mundial),usando tanques acompanhados dos modelos de meialagarta, desde transporte à rebocadores de grandes peçasde artilharia.

… Neste momento o Brasil firma o maior contatomilitar de sua história com os Estados Unidos para aaquisição de material militar, o que previa a compra de 430carros meia lagarta M2 Half-Track, cujos exemplarescomeçariam a chegar no Brasil a partir de 1943. Com acriação da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que lutouao lado dos aliados na campanha da Itália em 1944/45, o 1ºEsquadrão de Reconhecimento operou com cinco destesveículos, usando no transporte de carga, pessoal e portamorteiro de 81mm. A primeira fração constituída de

Cavalaria a utilizar o M2 Half-Track foi o 1º Esquadrão deReconhecimento, que atuou na Campanha da Itália entre1944 e 1945, incorporado a FEB.

… Em 1973, no comando do Cel José Campedeili, o6º RCB - “Regimento José de Abreu” recebeu o 1º carroblindado de transporte pessoal M-2 A1 Half-Track, onde foidesignado para o 4º Esquadrão de Fuzileiros Blindados,procedente do Parque Regional de Motomecanização deSão Paulo (PqRMM /2).

CARACTERÍSTICAS

Armamento: Mtr 30mm e Mtr .50mm

Ano de Fabricação: 1943

Motor: White 160 AX, 6 cilindros, 147 HP

Blindagem: todo em aço com capota de lona removível

Combustível: Gasolina

Origem: Estados Unidos

Centro Hípico José de Abreu

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Está constituído da Invernada Masgrau, que fica noCampo de Instrução do 6º Regimento de Cavalaria Blindado,o encarregado deste complexo é o Capitão de CavalariaElvis Cris Antunes Coelho, Comandante do 3º Esquadrão deFuzileiros Blindados, tendo como adjunto o 1º Sargento deCavalaria Gelson Rodrigues de Souza e veterinário, o 1ºTenente Veterinário Rodrigo Flores Irion. O efetivo é 40(quarenta) militares.

O Coronel de Cavalaria José Campedelli assumiu ocomando em maio de 1972, já com a determinaçãoMinisterial para transformação do 6º Regimento de Cavalaria(hipo) em 6º Regimento de Cavalaria Blindado (aço). Logoque assumiu o comando o Coronel achou que as atividadeshípicas teriam que ser retiradas do aquartelamento, estadecisão do comandante inclusive causou estranheza, porqueos oficiais já estavam muito acostumados com a atividadehípica dentro da caserna.

O Coronel José Campadelli, criou o Círculo Militar deAlegrete, cuja sede ficou na antiga Granja do Regimento.

Cel José Campedelli

Foi criado o Estatuto do Círculo Militar que aceitavacivis para participar junto com os militares, foi criada umaestrutura básica, na qual o primeiro departamento criado foio de Equitação, para cuja chefia foi nomeado o entãoAspirante de Cavalaria Pedroso, com decorrer do tempo,foram tomadas medidas para estruturação do Centro Hípico,dentre elas podemos citar a construção do Pórtico deEntrada. Construída pelos integrantes do 2º Pelotão do 3ºEsquadrão de Fuzileiros Blindados.

Foram feitas algumas modificações na estrutura ondefuncionava a Administração da Granja para se adequar àSeção Veterinária.

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Entrada do Centro Hípico

Foto atual do galpão das baias

Ao mesmo tempo, começaram a ser projetadas asede do futuro Círculo Militar que funcionava no galpão dos

fundos, no antigo depósito de forragem, logo a seguir foiconstruído o primeiro pavilhão de baias, em madeira deeucalipto doadas pelo Sr Manoel de Freitas Andes(Panchito), que fica onde está o pavilhão de alvenaria atual.

Este galpão recebeu a denominação de “DamaNegra” em homenagem a uma égua que pertenceu aoTenente Melo, doada ao Centro Hípico pelos seus familiares,por ocasião do seu falecimento. Por tradição, esta égua erausada por todos os Aspirantes recém chegados a OM, pararealizar os primeiros saltos.

O Coronel Campedelli, como se preocupava muitocom a subsistência do Círculo na parte de equitação,destinou toda a estrutura da pocilga que contava com 48(quarenta e oito) matrizes da raça duroc e três cachaços(porco macho reprodutor), o rendimento do produto dapocilga, possibilitou a aquisição de 06 (seis) animais de saltoadquiridos em Quaraí e 12 (doze) animais para polo, queforam aumentar o efetivo de animais de esportesremanescentes e que seriam do Círculo, outra aquisiçãopossibilitada com a produção da pocilga foram 08 (oito)selas de polo, 08 (oito) capacetes para polo e 24 (vinte equatro) tacos de polo, adquiridos na Argentina, este materialconstituiu o primeiro acervo do material hípico do CírculoMilitar, que por determinação do Coronel Campadelli, juntou-se ao equipamento hípico de um pelotão de cavalaria,completamente equipado para desfiles, o equipamentoconsistia de selas reiúnas, com equipamento de campanha eque ficaram acondicionados na primeira reserva do edifícioda veterinária).

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Piquete José de Abreu

O piquete José de Abreu foi fundado em 1984, peloCel Cav VLADIMIR GILBERTO DANIA NERVA, entãoComandante do Regimento, tendo realizado o seu primeirodesfile filiado ao CTG Vaqueanos da Fronteira, em 20 desetembro de 1985. Seu primeiro posteiro foi seu fundador.

Coronel Nerva

O Piquete José de Abreu foi fundado nestaOrganização Militar (6° RCB), para cultuar e manter astradições gaúchas no Regimento, tendo como meta estreitaros laços de amizade e camaradagem entre militares etradicionalistas da cidade, bem como servir de elo deaproximação junto aos CTG de Alegrete.

O Patrão de honra: Será o Comandante da Unidadeem exercício.

A Patronagem é composta dos seguintes cargos:Posteiro, 1º Capataz, 2º Capataz: Agregado das Pilchas,Encarregado do Patrimônio.

Galpão Crioulo José de Abreu

O piquete em sua apresentação, também caracterizaa estreita ligação entre o gaúcho, seu pingo e sua tradiçãoequestre: trazendo representações de modalidadesesportivas de hipismo que são praticadas em sua sede.

Desfile do dia 20 de setembro

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Capítulo VIISalão de Honra

A marmita - preta

A marmita preta usada para acondicionar a ração quenteindividual. Tudo ia misturado, o feijão, o arroz, a salada, acarne, a sobremesa, e na sua tampa servia-se o “chámaligno.”

Comumente essa etapa continha um ovo cozido, mariola equeijinho provolone. Dizia-se que cada garfadacorrespondia a uma hora de azia.

Depois de socada a etapa ia sacolejando dentro damarmita que era presa na carga da frente, no final de umaetapa de marcha, seu consumo era um desafio.

(Cel Estigarribia)

Salão de HonraNo Salão de Honra do Regimento, encontramos

quadros como o de Duque de Caxias, patrono do ExércitoBrasileiro.

Duque de CaxiasTambém encontramos o quadro do Marechal Osório,

patrono da Cavalaria.

Osório – O Legendário

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Quadro com o Brasão da família Abreu, entre outrosacervos.

Brasão da família Abreu

História do sobrenome De AbreuO genealogista Manoel José da Costa Felgueiras

Gayo, registrou que o sobrenome ABREU é uma corrupçãode EVREUS e, este, a corrupção de D’EVREUX, e identificaGonçalo Martins de Evreus, como natural da Normandia eque descende por varonia dos Condes D’Evreux. Umaárvore genealógica da família Guzman D’Evreux, desde oséculo XIII aos atuais titulares – Vannes em 27 de fevereirode 1806, distendendo seus galhos de gerações, desde o anode 1230, cuja origem era a Espanha, mas cujosdescendentes se ramificaram pela França, Áustria e PaísesBaixos.

O sobrenome português é de origem toponímica,sendo um dos sobrenomes derivados do lugar onde vivia outinha terras o portador original do nome de um lugarchamado Abreu, localizado na Província do Minho, aonoroeste de Portugal, o qual foi adotado pela primeira vezpor Gomes de Abreu, durante o Reinado do Rei AfonsoHenriques de Portugal (1185 – 1211).

No Brazão dos Abreus de Portugal, a bordura deprata foi carregada com oito folhas de álamo azul. Álamo éuma espécie de pinheiro, que desenvolve em seu troncouma resina da qual se produz o “breu”, daí a referência dadaà região produtora de breu, por este motivo o “de” indicalugar. (o trecho acima é um fragmento do trabalhodenominado DESCENDENCIA DO MARECHAL JOSÉ DEABREU, que teve seu início em 01/11/1998, no primeiroencontro dos descendentes de José de Abreu, sob acoordenação da tetraneta Neuza Maria Ferraz de AbreuBrazil, realizado na cidade de Porto Alegre – RS, com apresença de cento e cinquenta descendentes.)

Aqueles do século XIV, membros da honorável casados Abreu, viveram no tempo em que uma das maioresfaçanhas das armas da história de Portugal, teve lugar, asaber, a Batalha de Aljubarrota travada em 14 de agosto de1385, próxima da assim denominada cidade, localizada nocentro de Portugal. O rei Castelhano Juan I, reclamava aCoroa de Portugal, através de seu casamento com a RainhaBeatriz, a filha do último Rei de Portugal.

A grande maioria dos Portugueses, incluindo muitosdos patrióticos membros da Família Abreu, não estavamdispostos a aceitar um Rei Castelhano, razão pela qualescolheram como seu líder a João de Avís, que se iriamjuntar a luta que estava para vir por Nuno Alvares Pereira, o“condestável’’ Juan I invadiu Portugal confiante no valor deseu Exército, que contava com vinte e dois mil cavaleiros esoldados, e esperava o apoio de nobres Portugueses que otinham como legítimo herdeiro. Ao contrário, João que tinha

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sido proclamado Rei de Portugal há apenas quatro meses,estava apto para reunir tão somente uns meros sete milhomens, não obstante o prestígio do Chefe Pereira, ganhoatravés de suas vitórias em incursões do ano precedente,inspirou entre a milícia de seus comandados e soldados, osquais podem ser incluídos heroicos membros da famíliaAbreu, a garantia da necessidade de uma condição davitória, uma vez que a direção dos Castelhanos tornou-seclara, Pereira propôs um plano que acarretaria nobloqueamento das linhas inimigas em avanço, e entãoprocederia a ofensiva, tendo manejado seus inimigos emterrenos que anularia a vantagem numérica dos invasores.

A despeito da desconfiança de alguns ComandantesPortugueses em adotar uma estratégia agressiva contra umoponente numericamente superior, o ritmo dosacontecimentos tiveram poucas alternativas para escolha deações e os ainda indecisos, foram forçados a seguir oaudacioso desígnio do condestável, que saiu de Abrantescom o Exército levantado e seguiu para Comar. OsPortugueses procederam para prevenir o avanço doscastelhanos em Lisboa, e Pereira colocou suas forças numacolina defensiva ao norte e a oito quilômetros ao Sul deLeiria. Ali, com encostas ásperas para ambos os lados, aposição defensiva tinha a vantagem da inclinação sobre ocampo do atacante, os cavalheiros castelhanos, acreditandoem sua própria superioridade, ignorantes do terreno,resolveram atacar. O triunfo Português em Aljubarrota, umafonte de honra para todos, incluindo os atuais portadores donome da Família Abreu, não só preservou a suaindependência nacional, mas também marcou a supremaciapolítica das classes burguesas de Portugal, que tinhampreparado e feito a Revolução de 1383, e escolhera a Joãode Avís como Rei.

O sobre nome Português Abreu é de origemtoponímica, sendo um dos sobrenomes derivados do nomedo lugar onde vivia ou tinha terras o portador original do

nome, neste caso, o sobrenome é derivado do nome de umlugar chamado Abreu, durante o reinado do Rei AfonsoHenriques de Portugal (1185-1211). O prefixo “De” indica aorigem toponímica do sobrenome. Os primeiros registrosmostram que a Família Abreu desempenhou um importantepapel na história de Portugal, tendo ocupado altas posiçõesem chancelarias e nas ordens Militares.

Um ramo da Família tinha o título de senhores deregalados, resultante do casamento entre Diego Gomes deAbreu e Dona Leonor Vigas do Rego. Seus descendenteseram Senhores de Amial, Paço, de Anquião, Carreira, Abreue Limas e Abreus - Cavoras.

As referências mais antigas sobre o nome datam doséculo XI, com o registro de uma doação por parte de DonaUrraca, filha do Rei. A igreja de Cuy, em 13 de janeiro de1071. Entre outras propriedades mencionadas no citadodocumento, aparece a propriedade de Vasco Nunes deAbreu. Um descendente desta família, Gonçalo Rodriguesde Abreu, era camareiro a serviço do Rei Afonso Henriquesde Portugal. Os ramos da família espalharam-se porPortugal através do casamento entre membros da famíliaAbreu com membros de outras famílias proeminentes. FelixJosé de Abreu y Bertolano, nascido em Carracas em 13 dejulho de 1721, era membro da ordem dos Cavaleiros deSantiago.

Seu irmão, José Antônio, tinha o título de Marquês deRegalia.

Uma das figuras muito admiradas e reverenciadaspelos Portugueses, sem dúvida incluindo passados e atuaismembros da ilustre família Abreu é a Santa Elizabeth dePortugal (1271 – 1336).

Também conhecida como a “Pacificadora” e “ ARainha Santa, Filha de Pedro III de Aragão, ela foi chamadapor sua tia, Santa Elizabeth da Hungria e foi casada com oRei Denis de Portugal em 1282, um evento conhecido poralguns dos membros da família Abreu. Elizabeth venceu a

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corrupção e prazeres da corte real, devotando sua riqueza eenergia para atividades caritativas. Quando seu filho Afonsoempreendeu uma rebelião contra seu pai, Elizabethbravamente interpôs-se entre os Exércitos oponentesefetuando a contento uma reconciliação. Verdadeira paracom seu Cognome “ A Pacificadora”, Elizabeth morreu emmeio a rota para um campo de batalha, onde esperavaconseguir a paz entre seu filho, o Rei Afonso IV, e o ReiCastelhano Afonso XI. De fato, os portadores do sobrenomeAbreu podem gloriar-se na rica e colorida História de suaterra Portugal.

Brasão de Armas: Em pala; verde, cinco asas deáguia de ouro, a segunda de ouro deito aspas de goles,postas de três, duas e três, uma bordura de prata, carregadacom oito folhas de álamo azul. Um coronel ducal de ouroPortugal.

Galeria de Ex-Comandantes

Ten Cel João da Silva Barbosa25-02-1889 a 03-03-1890

Ten Cel Isauro Reguera11-01-1930 a 04-10-1930

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Ten Cel Alcides L Santana26-10-1931 a 20-12-1932

Ten Cel Ernani Augusto Corrêa22-02-1933 a 07-03-1935

Ten Cel Dilermando de Assis16-08-1937 a 13-16-1940

Ten Cel Heitor da Fontoura Rangel07-07-1941 a 26-09-1942

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Ten Cel Armando Moraes Âncora30-10-1942 a 15-02-1944

Ten Cel Sebastião Dalisio Mena Barreto05-02-1944 a 28-04-1944

Ten Cel Mário Neves Galvão04-04-1945 a 12-05-1945

Ten Cel Oromar Osório22-05-1945 a 16-07-1946

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Ten Cel Salm de Miranda16-07-1946 a 14-02-1948

Ten Cel Bento Pena Fernandes Júnior14-05-1948 a 12-07-1949

Cel Homero Laydner01-04-1953 a 13-01-1957

Ten Cel Waldo Chagas Nogueira25-03-1959 a 26-09-1961

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Ten Cel Jaime C. Bicca de Freitas27-09-1961 a 15-01-1963

Ten Cel João C. Rodrigues Beltrão17-02-1963 a 25-04-1966

Cel Enio Gouvêa dos Santos11-02-1967 a 27-02-1969

Cel Vinícius Lemos Kruel28-02-1968 a 16-03-1971

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Cel Evilacio Pereira17-07-1971 a 04-05-1972

Cel José Campedelli15-06-1972 a 18-07-1974

Cel Octávio Acosta Alvares01-08-1974 a 11-06-1975

Cel Eugênio Gualdi Filho11-07-1975 a 19-07-1977

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Ten Cel João Carlos F Jatahy19-07-1977 a 22-08-1979

Ten Cel Antônio Carlos N. de Lemos22-08-1979 a 10-02-1982

Cel Wladimir Gilberto Dania Nerva10-02-1982 a 18-01-1985

Cel Roberto Luiz Coelho18-01-1985 a 23-01-1987

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Cel João Pedro Campos23-01-1987 a 27-01-1989

Cel Nilo Fontoura Nunes27-01-1989 a 29-01-1991

Cel Elber Pinto da Silva29-01-1991 a 29-10-1991

Cel Tércio Travassos de Azambuja04-11-1991 a 26-01-1994

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Cel Sérgio Costa de Castro26-01-1994 – 26-01-1996

Cel jorge Washington Conceição Bermudez26-01-1996 a 30-01-1998

Cel Valdo Guterres Mello30-01-1998 a 27-01-2000

Cel Thadeu de Oliveira Bello27-01-2000 a 01-02-2002

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Ten Cel Fernando Sampaio Costa01-02-2002 a 22-01-2004

Ten Cel Marcelo Martins22-01-2004 a 19-01-2006

Ten Cel Genessi Sá Júnior19-01-2006 a 17-01-2008

Ten Cel Uilson Nascimento17-01-2008 a 21-01-2010

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Ten Cel Carlos Augusto Ramires Teixeira21-01-2010 a 21-01-2012

Atual Comandante do 6º RCBTendo iniciado o Comando em 11 de janeiro de 2012.

Ten Cel Ricardo de Castro Trovizo

Nota: Como pode ser observado na Galeria de Ex-Comandantes do Regimento, faltam às fotografias dosComandantes no período compreendido entre 03 de marçode 1890, e 11 de janeiro de 1930, período que marca o fimdo Comando do Tenente Coronel João da Silva Barbosa e oinício do Comando do Tenente Coronel Isauro Reguera, asfotos que estão faltando na galeria não foram encontradas,abaixo, a relação nominal destes Comandantes e o períodoem que estiveram no comando do Regimento.

De 19 maio a 9 novembro de 1890 - CoronelFrancisco Xavier de Godoy;

De 19 maio a 2 novembro de 1891 - Tenente CoronelJoão Batista de Almeida;

- De 18 junho a 24 outubro de 1892 - Major Alfredo deMiranda P. da Cunha;

- De 20 março de 1893 a 11 julho de 1894 - TenenteCel. Carlos Augusto Pinto Pacca;

- De 11 julho de 1894 a 11 julho de 1906 - CoronelJoão Justino da Rocha;

- De 7 de dezembro de 1906 a 4 de março de 1909 -Tenente Coronel José Maria Ferreira;

- De 22 de março de 1909 a 1º de março de 1911 -Coronel Fredolin José da Costa;

- De 21 de dezembro de 1911 a 22 de Junho de 1913– Tenente Coronel Ernesto Francisco Dornelles;

- De 21 de março de 1914 a 24 de junho de 1915 –

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Major Antero Aprigio Gualberto de Mattos;

- De 29 de junho de 1915 a 11 de fevereiro de 1916 –Tenente Coronel Epiphanto Alves Pequeno;

- De 1º de janeiro de 1917 a 2 junho de 1917 - MajorÁlvaro de Souza Portugal ;

- De 3 de junho de 1917 a 18 de janeiro de 1918 -Tenente Coronel José Maria Moreira Guimarães;

- De 4 de setembro de 1918 a 12 de agosto de 1920 -Major Joaquim Fernandes Brandão;

- De 12 de agosto de 1920 a 20 de fevereiro de 1922 -Tenente Coronel Luís Carlos Franco Ferreira;

- De 21 de fevereiro a 22 de março de 1922 - TenenteCoronel Alfredo Floso Cantalice;

- De 1º de abril a 28 de junho de 1922 - Major AntônioAzambuja;

- De 5 de julho de 1922 a 29 de maio de 1923 - Major.Setembrino Alves de Oliveira;

- De 30 de maio de 1923 a junho de 1925 – TenenteCoronel Raymundo da Silva;

- De 24 de junho de 1925 a 12 de fevereiro de 1927 –Tenente Coronel Setembrino Alves de Oliveira;

- De 18 de março a 4 de outubro de 1927 - Maj.Manuel Candido de Pinho;

- De 26 de dezembro de 1927 a 23 de maio de 1928 –

Tenente Coronel João Torres Cruz;

- De 19 de setembro de 1928 a 29 de fevereiro de1929 – Capitão Gabriel Paiva da Cruz;

- De 31 de maio a 16 de setembro de 1929 - MajorJosé silvestre de Mello; e

- De 5 de outubro de 1929 a 7 de maio de 1931 –Tenente Coronel Ary Salgado Freire.

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Capítulo VIIIO Regimento e seus Esquadrões

Revista da cavalhadaA Revista da Cavalhada era mensal. Examinava-se tudo:limpeza, ferragem, ripagem, tosagem, penso etc...Havia sempre mais cavalos que condutores e, por isso, nahora de cantar o número do cavalo para a comissãoexaminadora havia muita confusão.O uniforme do soldado, no caso, era composto de um gorrocircular sem pala, tamanho único (uma das mais feias eimpróprias peças de uniformes jamais concebidas), camisetabranca, calção azul (em cujo cadarço amarravam a chave docadeado ou o próprio), conga preta.No cavalo, um cachimbo lhe retira qualquer ardor para umcoice. Os oficiais ainda se fardam com uniformes no estilofrancês (uma missão militar francesa, na década de 30, deixoumarcas em muitos aspectos do exército): golas, punhos epolainas em brim v.o. Escuro, na cor dos culotes, equipamentotipo mills e capacete de fibra endurecida, apelidado Jim dasSelvas.

(Cel Estigarribia)

O Regimento e seus EsquadrõesO 6º Regimento de Cavalaria Blindado como

elemento de choque amplia a capacidade de combate da 2ªBrigada de Cavalaria Mecanizada e, consequentemente,suas possibilidades operacionais no comprimento demissões de natureza ofensiva. Proporciona, ainda,condições para o combate aproximado e para a manutençãodo terreno conquistado.

O Regimento de Cavalaria Blindado é o elemento demanobra mais eficaz para conduzir operações ofensivas edefensivas continuadas, cerrando sobre o inimigo a fim dedestruí-lo, neutralizá-lo ou capturá-lo, utilizando o fogo, amanobra, o combate aproximado e a ação de choque. Naofensiva é especialmente apto para realizar incursões,atacar, aproveitar o êxito e perseguir o inimigo, participandode manobras de flanco. Nas operações defensivas mantémo terreno, executa movimentos retrógrados, particularmentea ação retardadora, e realiza contra- ataques. (C 2-30 –Brigada de Cavalaria Mecanizada - 2ª Edição - 2000 )

O Regimento é composto por 05 (cinco) Esquadrões,sendo 01 (um) Esquadrão de Comando e Apoio, 02 (dois)Carros de Combate e 02 (dois) de Fuzileiros Blindado.

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Esquadrão de Comando e Apoio

Tem por missão apoiar o Comando do Regimento com osmeios necessários à conduta das operações de Combate, éconstituído de uma Base Administrativa, Seção deComando, Pelotão de Comando, Pelotão de Manutenção,Pelotão de Saúde, Pelotão de Comunicações, Pelotão deExploradores, Pelotão de Morteiro e Pelotão de Suprimento.

Esquadrão de Comando e Apoio

1º Esquadrão de Carros de Combate

Juntamente com o 2º Esquadrão de Carros deCombate, o 1º Esquadrão é o elemento de manobra ofensivodo Regimento, tem por missão cerrar sobre o inimigo edestruí-lo pelo fogo, manobra e ação de choque, éconstituído 01 (uma) Seção de comando e 03 (três) Pelotõesde Carro de Combate.

1º Esquadrão de Carros de Combate

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2º Esquadrão de Carros de Combate

Assim como o 1º Esquadrão de Carros de Combate, o2º Esquadrão é o elemento de manobra ofensivo doRegimento, tem por missão cerrar sobre o inimigo e destruí-lo pelo fogo, manobra e ação de choque, é constituído 01(uma) Seção de comando e 03 (três) Pelotões de Carro deCombate.

2º Esquadrão de Carros de Combate

3º Esquadrão de Fuzileiros Blindado

A missão do 3º Esquadrão de Fuzileiros blindados,juntamente com o 4º Esquadrão é participar de operaçõesofensivas e defensivas, embarcado em suas ViaturasBlindadas de Transporte de Pessoal ou a pé. O empregomais comum do fuzileiro blindado é em conjunto com o carrode combate, formando o binômio fuzileiro – cc (fuzileiro +carro de combate).

3º Esquadrão de Fuzileiro Blindado

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4º Esquadrão de Fuzileiros Blindados

A missão do 4º Esquadrão de Fuzileiros blindados,juntamente com o 3º Esquadrão é participar de operaçõesofensivas e defensivas, embarcado em suas ViaturasBlindadas de Transporte de Pessoal ou a pé. O empregomais comum do fuzileiro blindado é em conjunto com o carrode combate, formando o binômio fuzileiro – cc (fuzileiro +carro de combate). O 4º Esquadrão possui ainda o pelotãode operações especiais (PELOPES), fração de prontoemprego, apta a executar qualquer tipo de missão.

4º Esquadrão de Fuzileiro Blindado

Curso de formação de Sargentos

O Curso de Formação de Sargentos já teve umabreve passagem pelo Regimento, no período de 18 de maioa 31 de outubro de 1970, na época funcionou anexo àsinstalações do 1º Esquadrão de Fuzileiros, recebeu 30(trinta) alunos, depois foi transferido para o 2º Regimento deReconhecimento Mecanizado em Porto Alegre, atualmente12º Regimento de Cavalaria Mecanizado- Jaguarão, emPorto Alegre, foi instalado no local onde hoje está o 8ºEsquadrão de Cavalaria Mecanizado, no Bairro da Serraria.

Através da Portaria Nr 44-A, de 03 de outubro de2005, que instituiu a sistemática de descentralização doperíodo básico, o Regimento foi designado juntamente comoutras 11 (onze) Organizações Militares de corpo de tropa,para a partir do ano de 2006, conduzirem esta etapa daformação do futuro Sargento.

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No dia 24 de Julho de 2006, o CFS do 6º RCB deu início àssuas atividades.

Curso de formação de Sargentos

A 7ª Companhia de Alunos do Período Básico (CFS /6º RCB), ocupa as antigas instalações do 1º Esquadrão deCarros de Combate, as quais foram remodeladas parareceber 130 (cento e trinta) alunos.

Capítulo IX

Acervo Histórico do Regimento José de Abreu

Os condutoresNa esquadra de exploradores o Guarda-Cavalos levava asmontadas dos exploradores para a Zona de Reunião dosCavalos de Mão. Numa ação retardadora (ou em movimentosretrógrados) o Guarda-Cavalos pagava seus pecados, porquea troca de posições era frequente e com rapidez.Mas pagar pecados mesmo era com o Re-condutor deCargueiro. Levava umas quantas bolsas de munição, além dasque iam com o cargueiro. Este, invariavelmente marchava emandadura mais lenta, reagindo à tração. Pior que tudo isso, sóquando o cavalo dói condutor fosse também caborteiro.O arreiamento compunha-se de cabeçada-buçal com freio,cabresto, peitoral, carga da frente completa (saco dedistribuição com uma muda de uniforme, balde de lona,capacete de aço, marmita preta, sacolas); bornal de milho com2Kg, dentro do alforge; corda de forragem; espada preta comestojo de couro; porta-ferradura; carga de trás (capote, ½ panode barraca, 4 estacas de queixo, um macho e uma fêmea,paus de barraca).

(Cel Estigarribia)

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Acervo Histórico do Regimento José de Abreu

O Regimento possui um rico Acervo Histórico,composto do Acervo de Blindados do 6º RCB, EspaçoCultural Barbearia do Regimento e Sala de ExposiçãoTenente Coronel Armando de Moraes Âncora, neleencontramos os mais variados artefatos utilizados peloExército ao longo dos anos, como carros de combate,capacetes da Segunda Guerra, uniformes, móveis antigos,etc. Passear pelo Acervo é como uma agradável viagem aopassado, que permite às mentes de sensibilidade maisapuradas, ouvir a história que cada objeto conta nasuavidade do silêncio.

Mostrar o Acervo Histórico em sua totalidade tornariaeste capítulo demasiado longo, por esta razão, procuramostrazer para estas páginas apenas alguns objetos, os quaisjulgamos mais importantes.

Acervo de Blindados

Carro Blindado de Transporte de Pessoal – M-2 A1 Half-Track

Carro de Combate “M41 A3”

Carro de Combate M4 “Shermann”

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Carro de Combate “X-1 Pioneiro”

Carro de Combate “M-3 A1 Scout Car”

Carro de Combate “M3 X1- A2"

Espaço Cultural Barbearia do Regimento

A barbearia do possui um belo acervo fotográfico queornamenta suas paredes, são fotos deixadas de recordação

por militares que já serviram no Regimento.

Sala de Exposição Tenente Coronel Armando de

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Moraes Âncora

Sala de Exposição tenente Coronel Armando de MoraesÂncora

O estribo

O estribo foi inventado no século V a.C., constitui-seem verdadeira revolução tecnológica na Arte da Guerra deentão. Foi, por exemplo, um dos fatores responsáveis pelonotável sucesso militar de “Gêngis Khan” o maior General deseu tempo que dominou da Ásia Central até a EuropaOriental e utilizou o cavalo como principal plataforma decombate. Hoje, esse adereço proporciona apoio, conforto esegurança ao ginete.

Estribo ofertado aos amigos do Regimento

O verbo estribar denota amparo, confiança, firmeza,base, assentar. Neste contexto, um estribo como este éofertado ao amigo do 6º RCB. Este exemplar representa “aoutra metade do par” uma forma de dizer ao presenteadoque sempre terá algo de seu nesta OM e assim está sempreconvidado a retornar para que “NOSSOS ESTRIBOS SECHOQUEM EM CAVALGADAS FUTURAS”.

O clarim

O velho clarim é o instrumento inseparável daCavalaria, é o cantor perpétuo das horas alegres e tambémdas horas tristes. Ele canta as alegrias da “ALVORADA”como soluça as tristezas do “SILÊNCIO”.

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Clarim

Companheiro constante de nossas lidas, o clarimtanto nos conduz para o “debandar”, como para a“continência”; ao seu som levantamos e deitamos; na horada carga ele nos faz estremecer, arrepiar, tremer, vibrar,enfurecer e avançar resolutos para esmagar o inimigo noentrevero mortal. É a voz do chefe, é a voz do Comandante,é a voz do líder a nos comandar e guiar.

Instrumentos polidos brilhando ao sol, bandeirolasabanando ao vento; cavalhada baforando, lançasesmagadas pela empunhadura, ouvidos atentos ao toqueque conduz à batalha, que liberta cavalo e cavaleiro daagonia da espera que os aprisiona..., não ousem pensarque a beleza de tudo isso se perdeu num tempo longínquo,pois os cavalarianos de hoje são os guardiões dessepassado de glória.

Clarim e Cavalaria eram elementos inseparáveis daguerra antiga, onde honra e coragem eram mais importantesque a vitória, quando cavalarianos enfrentavam a mortemontados em cavalos caprichosamente encilhados,vestindo elegantes uniformes, com luvas imaculadamentebrancas e almas sobejamente livres.

Capítulo XNacos de História

Oração ao Cavalariano‘‘Se ao teu corcel não cedes o lugar para de ti depois, então, cuidar embora te domine o sofrimento;Se não te agradas, ao menos um momento, com as tradições heráldicas fremir das cargas que deixaram de existir;Se não te orgulhas de empunhar a lança, que Osório fezcredora de esperança na conquista suprema de vitória;Se não te queres embriagar na glória de, antes de todos, ir para o inimigo, infiltrar-te isolando no perigo, reconhecer para informar, cobrir retardar, envolver, perseguir;Se, por estares no motor montado, julgas haver-se o velho ardor quebrado se rei não és do campo na amplidão, se te faltas a coragem de um leão e o penetrante olhar da águia não tens, quando a caminho para luta vens, digo-te então:Erraste a vocação!Para trás! Chora em vão teu desengano!Não serás nunca um Cavalariano!’’

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Charges do Coronel Estigarribia

Além das Charges que ilustram os capítulos destelivro, para apreciação do leitor, destacamos mais algumasneste capítulo, estas charges aparatam a parede do corredordo 2º piso do pavilhão administrativo do Regimento.

A instrução equestreA equitação dos soldados era basicamente o volteio e

o exterior. Os sargentos também saltavam e jogavam pólo,completando os times dos Oficiais. Os Oficiais faziam tudo, oexterior, o pólo e o salto, o adestramento.

Para o salto, o supra-sumo do requinte era possuiruma sela DANLOUX, cabeçada de encomenda e aquelebridão grosso, de cargueiro. Para o pólo (e o adestramento),os mais craques e requintados queriam uma sela BIDAL,embora a grande maioria usasse mesmo o arreamentoREIÚNO; no Rio Grande do Sul, era costume jogar pólo debombachas, com um bom pelego sobre a sela. Prevista nosmanuais e constante do programa de instrução, a equitaçãodos praças e dos oficiais era diária, mas o pólo se praticavaduas vezes na semana e nos sábados e domingos.

Na Carriére do Regimento discutia-se sobre cavalos egeneralidades. O grande esforço físico, a destreza e acoragem desenvolvidas pela equitação, aproximavam-semuito os oficiais e praças e ajudavam a fortalecer o espíritode corpo. Periodicamente, chegavam novas remontas e acavalhada meio “chucra” tinha que amansar nas mãos dasoldadesca. Ao comando de “À VONTADE, A CAVALO”começava a festa.

Aspirante chegava sem saber jogar pólo. Tem até ahistória daquele que literalmente ficou (no ar) quando ocapitão, de 4 no time, preparando para o “back”, gritou:“Aspirante, fica!”

Forragem e baiasOs cuidados com a cavalhada só diminuíam no

intervalo entre o licenciamento e a incorporação, quandoficava solta na invernada.

Para assisti-lo no serviço de escala existiam osCAVALARIÇAS, que fardavam-se com camisetas, calções,tamancos ou botas de borracha, economizando ofardamento de instrução. Na verdade, cada militar cuidavade sua própria montada, reforçando-lhe a forragem, dando-lhe água, tosando-o e pensando-o, levando-o à ferradoria ouà Visita Veterinária.

Nas Unidades sem água encanada nas baias,começava-se a encher as tinas de madrugada. CertoCapitão suspendia a água de seu cavalo sempre que estelhe dava um tombo na equitação.

A forragem consistia de rações intercaladas de milho,alfafa e verde (capim). Se o milho fosse molhado muitoantes de ingerido ou existisse mofo na alfafa, era cólicacerta.

A alfafa prensada vinha em fardas retangulares de45Kg, atadas com o milagroso e multiuso ARAME DE

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ALFAFA, cujo emprego engenhoso daria um bom livro.

Dizia-se ARGOLADO ao cavalo forrageando emcondições normais, em seu quartel e VENCENDO FORA,nas demais situações. Como a distribuição da alfafa não eramuito precisa, às vezes acabava antes que o último cavalodas baias recebesse sua ração. Àquele olhar desesperado,da consciência do insucesso, dava-se o nome de OLHARDE FORRAGEM, aplicável a outras condições de frustraçãoinevitável.

Mas quanto mais forrageados, mais estrumáveis eaumento considerável de moscas, coisa que comandantenenhum queria em seu quartel. Houve até o caso do Coronelque mandou seu Major Fiscal descarregar o cavalo de umTenente porque, de tanto estrumar, acabou prejudicando aestrumeira.

Marchas e estacionamentosNa Cavalaria Hipo, além das marchas a pé,

marchava-se a cavalo. Existiam mesmo situaçõesextraordinárias de manobras, competições e reuniões para

desfiles, quando marchava-se centenas de quilômetros.Os homens e animais marchavam completamente

equipados e nada faltava às frações elementares: seu carro-cozinha, sua pipa d'água, carroças coloniais com a complexatralha do Subtenente. Naquelas carroças iam toldos, placasindicativas, marmitas térmicas, lampiões, canastras,ferramentas de parque, fogões NA, tambores de águafervente, sacos LISTERS, galinhas pondo ovos, bolachasduríssimas e, às vezes, uma garrafinha de aguardente paracurar gripes no inverno.

O pior é que a arrumação de todo esse material,assim como a encilhagem da cavalhada, sempre se fazia demadrugada. Aliás, parece que todas as tarefas complicadasnum Regimento de Cavalaria precisavam acontecer ainda noescuro, ao alvorecer. Nasceu daí a expressão MADRUGADAE CONFUSÃO, aplicável a todas situações de tumulto.

No rancho dos estacionamentos, comia-se demais porcausa do desgaste com as tarefas da campanha. Era aoportunidade para algum soldado mais esperto desapertar oestômago, servindo de portador das canecas de café detoda a sua esquadra. A situação de maior risco, digna

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dos mais heroicos, era a da forragem à cavalhada presa àcorda-tronco (grupo menores podiam ficar reunidos pelo anelde bivaque, pouco usado). Temeridade sempre lembrada.

O RISGTudo quanto não se estabelecera em outros manuais

e regulamentos, constava do RISG: cerimônias eformalidades, atribuições de cada posto, graduação efunção, os serviços gerais, as dependências, formaturas, aparada diária, as revistas médicas e veterinárias e da

cavalhada, as salas de recreação, biblioteca, etc.Nos dias de grande pompa, como no Dia da Pátria, no

Dia do Soldado ou numa Inspeção, o Regimento formavacom uniforme de parada, normalmente numa grande áreacomo o Campo de Pólo, se contíguo ao aquartelamento. Detalabarte de couro Curitiba, espada Solingen, botas Moreira,túnica e culote Passarello, capacete de fibra tipo francês, osoficiais montavam seus cavalos de cola atada com ligasbrancas, caneleiras de couro branco encerado, malotes ecarga de frente apertados, manta de parada azulão com

franja vermelha eu número da Unidade em dourado. Nagarupa dos animais fazia-se uma figura com vaselina,normalmente um xadrez ou o brasão da Arma.

Tudo conforme o RISG, o RCont e o C2-5.O Cassino dos Oficiais era local preferido para um

joguinho de gamão antes do almoço, depois da equitação.Ou, ao som de algum bolero baixinho, servia para ossolteiros tirarem uma breve “tora”, que ninguém é de ferro.

O RISG também normatizava a parada diária,comandada pelo Capitão S1 e pelo Oficial de Dia nosferiados. Momento solene, de extremado rigorismo naapresentação individual, terminava pelo não menos solene esimbólico comando de “EM CONTINÊNCIA AO TERRENO,APRESENTAR-ARMAS !”

O Serviço em CampanhaIa-se muito ao campo para a instrução do Serviço em

Campanha, o que implicava no transporte de uma tralhaenorme. Para o Morteiro 81mm Brandt utilizava-se umacarrocinha. Arrumava-se o tubo, placa-base, bi-pé,ferramenta de parque, balizas e bandeirolas, granadas,espoletas. Depois de descarregado o material, quem oconduzia era a sua guarnição num esforço imenso e alíviodo cargueiro.

Aprendia-se que a ossatura de uma posição era dadapelo fogo cruzado das Metralhadoras, daí o zelo enorme porelas. Os homens da guarnição de FM ou MTR ajudavam acavalhada a transportar bolsas, reparos, canos de troca. Afunção mais castigada era a do cavaleiro remuniciador-condutor de cargueiro, porque tracionava o cargueiro, levavao reparo nas costas e cruzava umas quatro bolsas demunição pelo corpo.

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No cargueiro do FM ou MTR Madsen iam 10 bolsas,cada uma com 5 carregadores a 16 tiros 7mm.

Existiam missões isoladas cumpridas nos PAG ou àfrente das posições e das colunas, pelos Vedetas eExploradores. Muito só, um vedeta (que deveria estar a pé)poderia ser surpreendido em sua sonolência ou outrasdistrações, ao invés de atento aos seus deveres básicos esintetizados na “Cruz do Vedeta”.

O Burrico Perico

Contou-nos o Sargento Guedes, que em certaocasião o seu esquadrão foi para o Capivari, a fim derealizar instrução, no acampamento em que estavamapareceu um burrico, que logo foi batizado com o nome“Perico”. O comandante do esquadrão adotou o Perico comomascote, ordenando que cuidassem bem dele, ao queparece, o próprio Perico entendeu a ordem, pois passou aficar exigente em sua alimentação.

Cabo Hadarino e Perico após o salvamento

Estavam no acampamento nesse dia e presenciaramos acontecimentos, o Subtenente Jesus (Jota) encarregadodo rancho, o Cabo Juvenal, Cabo Vargas e o alimentadoroficial do burro Cabo Rodrigues (Bafo), o comandante doesquadrão havia levado seus cavalos para as oficinas deinstrução e junto foi o sargenteante, que tinha a fama de

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dedo duro. Era uma época de muito frio, o curso de cabos

estava junto com o esquadrão, numa manhã, por volta das 9horas, o esquadrão já estava em exercício, tinha caído umageada muito grande, o Perico apareceu no acampamento eo Bafo, alimentador oficial do burro, ofereceu ao mesmo umrepolho que não estava muito bom, o Perico não aceitou, oJuvenal ofereceu um tomate, que também não foi aceito, foioferecida uma mandioca com casca, que também não foiaceita, o Sub Jota ofereceu uma banana, mas o Pericobalançou a cabeça recusando. O Sub mandou descascaruma batata doce cozida e ofereceu ao burro, esta, eleprontamente aceitou.

O Cabo Guedes (famoso Lixiguana), ofereceu umamariola e o Perico só olhou, pois estava na embalagem depapel, foi tirada da embalagem e ele prontamente o burroaceitou, o Vargas descascou um tomate e o Perico comeutambém. O Cabo Guedes exclamou, este burro está ficandomuito exigente! Vamos dar sumiço neste burro.

Levaram o Perico para a beira da barranca do rio, quetinha uns 2 (dois) metros de altura até a água. O Perico foiajeitado de costas para o rio pelo Cabo Guedes e peloBugio, assistidos pelo Sub, que aconselhava o Perico aterminar com aquelas exigências bobas.

O bondoso Cabo Juvenal, deu mariolas para o Pericocomo sua última refeição. Neste momento o sargento dedoduro correu atrás do capitão para informar que iriam matar oPerico. Tempos depois vem o capitão a galope e chegandoao acampamento foi perguntando ao Sub:

- Onde está o Cabo Guedes? E o Perico? Fuiinformado que jogaram o burro n'água e que o mesmoafundou e começou a zurrar, que estava se afogando. O SubJesus, como era do seu costume, levantou a aba do seugorro e respondeu:

- Isto é uma inverdade, o burro está bem, foi osargenteante quem denunciou que o Cabo Guedes iria

matar o burro afogado? Na verdade o que aconteceu foi queo Perico chegou tristonho no acampamento, então eucomentei com o cabo Guedes: Este burrico está comproblemas sentimentais, o cabo Juvenal ofereceu mariolasao burro para tentar alegrá-lo, mas ele comeu apenas uma,sinal evidente do desgosto que o atormentava, o caboVargas tentou aconselhar o burro, mas nada disso adiantou,pois o mesmo deu um baita zurro e se jogou de pontacabeça no rio. O Capitão impressionado perguntou:

- Sub Jesus, tudo isto é verdade? Pois me disseramuma coisa e você esta contando outra. O Sub respondeu:

- Tudo isto é verdade, inclusive estou redigindo umamenção elogiosa ao gaúcho Lixiguana (cabo Guedes), quesem titubear, jogou-se dentro do rio para salvar o jumento. Ocabo Guedes, heroicamente e com o destemor que Deus lhedeu, reavivou o burro fazendo uma respiração boca a boca.O Capitão nada falou fez meia volta e nunca mais tocou noassunto, lá pelas tantas, chegou o sargenteante dedo duro,vinha chutando pedrinhas, cabisbaixo, olhou para eles e fezum juramento:

- Um dia vocês me pagam.

Quase perdemos o Comandante do Esquadrão

Nos anos de 1959, estava servindo no 6º RC, em

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Alegrete, no tempo da Cavalaria hipomóvel. Em pleno mêsde agosto, um esquadrão foi designado para representar aunidade no desfile de 7 de setembro em Uruguaiana. Foramcinco dias e quatro noites de viagem, para não judiar muitoda cavalhada, que tinha de estar bonita para a paradamilitar. O capitão comandante do esquadrão era um queridoamigo, hoje falecido, e seus tenentes eram o Fabres, oPiaguaçu e eu. Aliás, uma equipe de polo que marcou épocano Sexto e depois no Oitavo de Cavalaria.

Com o frio de arrepiar e a chuva que não dava trégua,o consumo de cachaça e de conhaque Dreyer (na moda,então ) era incontrolável, principalmente entre os oficiais egraduados. A estrada não era asfaltada e, ao prepararmos atravessia do arroio Inhandui, água pelas costelas, o capitão,já “chumbado’’ de tanto conhaque, determinou-me:

- Ten Carús, tome a vanguarda e comande atravessia, que eu cuido da retaguarda.

Realizamos sem problemas a transposição de maisde 160 cavaleiros e suas montarias, e algumas carroças deapoio. E seguimos em direção à estância Santa Masilha,nosso primeiro pernoite. Lá, em meio à montagem doacampamento alguém me alertou de que o capitão haviaficado para trás. Imediatamente, convidei o tenente

Piaguaçu e, ao galope, retornamos pela velha carreteira.Nossa preocupação aumentava na medida em que

não se via nem sinal do comandante do esquadrão.Finalmente, às margens do Inhandui, encontramos suamontaria, rédeas arrastando pelo chão, aguardando seucavaleiro. Dentro da água, só a cabeça de fora, capa idealenleada nos águas-pés, o capitão gritava para nós:

- Me tirem daqui, gurizada. Estou encarangando defrio. E me passem um trago para esquentar este pobrecorpo.

E não se falou mais no assunto.“Causos”, crônicas e outras... - Antônio Augusto BrasilCarús.

Deu no BoletimAbaixo, transcrição de algumas publicações de

Boletins antigos do Regimento.

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Seja preso por 30 (trinta) dias o Soldado Q.A.S, porter sido encontrado em seu poder ontem na marcha, 01 (um)cavalo tordilho, alheio, trazido das imediações do antigoacampamento em Caracu (perto de Guarapuava, estado doParaná), o referido cavalo vinha quase que completamenteenvolvido em um pano de barraca para não chamar aatenção sobre o animal furtado. O cavalo foi imediatamentesolto na estrada afim de ser recuperado pelo dono. (BoletimNr 21 – 21 Jan 1925).

Fica preso por 21 dias o Soldado do 3º EsquadrãoN.A. por ter se embriagado no dia 20 do corrente e nesteestado rolado pela escada da igreja abaixo, sendo apósconduzido ao Hospital afim de ali repousar, sendo que emcaminho para ali tentou ainda agredir um Sargento,tornando-se necessário o emprego da força física paradesarmá-lo e subjugá-lo, conforme foi comunicado aoComandante do Destacamento. (Boletim Nr 103 – 21 Out1924).

Cuidados com a Higiene - Tendo o médico doRegimento notado na Revista Sanitária que, o uso dosbanhos não é feito com a assiduidade que era de desejar,recomenda-se às Sub-Unidades que não poupem esforçosno sentido de estimular esta boa prática que, além de umdever social, é de um grande alcance higiênico.(Boletim Nr113 – 31 Out 1924)

Fica preso por 30 (trinta) dias o soldado J.M.F, por terachando-se de Patrulha, se embriagado, abandonado oserviço, deixando na rua o cavalo de sua montada com osarreios. (Boletim Nr 30 - 30 Jan 1925).

Fica preso por 6 dias o Soldado do 3ºEsquadrão E.A.A. – Por haver tentado dançar em um baileque não era convidado e por ser reincidente em sair daAmbulância Mixta sem permissão quando enfermo neste

estabelecimento. (Boletim Nr 150 – 7 Dez 1924).

Foram presos por 08 (oito) dias os Soldados P.M.R,J.D.C e P.M, por se acharem tomando banho completamentenus as 16:30 horas no Rio dos Patos, próximo de umagrande ponte ali existente, pela qual constantementetransitam cavalheiros e famílias em viagem. (Boletim Nr 129– 09 Maio 1925).

Foram presos por 08 (oito) dias os soldados J.A.S.N,L.O, J.M, J.P e A.P.M, por terem gritado pedindo boia antesda mesma estar pronta. (Boletim Nr 135 – 16 Maio 1925).

Marcha do Regimento – O Regimento levantouacampamento as 20:00 horas de Santa Maria, chegando às08:30 horas na cidade de Alegrete, acantonando no prédionº 2, situado à Rua general Vitorino, esquina general neto.(Boletim Nr 138 – 18 Maio 1925).

O Comandante do 1º Esquadrão em parte de hoje,comunicou que o Soldado V.L.L. ao regressar de um serviçoque fizera em Ponte Alta, deixara o seu cavalo cansado acerca de meia légua desta cidade. Conceda-se a esta praçaum prazo razoável para apresentar o citado animal. (BoletimNr 63 – 04 Mar 1925).

Pelotão Zequinha

Em 1968, no comando do Coronel Vinícius LemosKruel, foi criado o Pelotão Zequinha, que tinha por finalidade

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o ensino primário (hoje ensino fundamental), na épocacompreendia o ensino do 1º ao 5º ano, além do ensinoprofissionalizante, funcionava em regime de semi-internato.os alunos reprovados eram desligados do Pelotão.

Pelotão Zequinha 1969Pela parte da manhã, eram ministradas aulas por

professores da rede municipal, que eram trazidos ao quartel,na parte da tarde, após o almoço, eram ministrados oscursos profissionalizantes existentes no Regimento, como oscursos de padeiro, correeiro, carpinteiro, cozinheiro, estescursos eram desenvolvidos até as 16:00h, depois destasatividades os alunos praticavam Educação Física até as17:00h.

Os alunos seguiam um Quadro de AtividadesSemanal (QTS) de segunda à sexta-feira, nos sábados haviaexpediente pela parte da manhã e os alunos faziam faxina.

Projeto Charrua

Objetivos Gerais – realizar uma preparação pré-profissionalizante e educativa de menores de desassistidos,com idade de 12 a 14 anos, que ainda não tinham sido alvo

de medidas sócio educativas, e estejam matriculados narede pública.

Integrantes do Projeto Charrua

Oferecer assistência médico – odontológico eeducação geral.

Este projeto com o nome de Charrua começou em1988 no 10º BLOG e em 2001 veio para o 6º RCB aonde seencontra ate hoje.

Prefeitura Municipal de AlegreteLei nº4. 507, de 07 de maio de 2010.Autoriza o poder executivo a firmar convenio de

cooperação e responsabilidade para execução do projetoCharrua.

Coordenador e instrutor 2º Sargento Milo RogérioMaciel Ceni - Auxiliares CB Cristian e SD Benício.

Tenente Nabor

Tive a oportunidade de entrevistar o 1º Tenente NaborRibeiro Emiliano, ex-integrante do Regimento, incorporadoàs fileiras do 6º Regimento de Cavalaria Independente – 6º

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RCI, em 1º de fevereiro de 1941, no então 2º Esquadrão deFuzileiros, foi promovido a Cabo em 26 de agosto de 1942,3º Sargento em 02 de abril de 1945, cursou o CRAS (CursoRegional de Aperfeiçoamento de Sargentos) no 7ºRegimento e Cavalaria – 7º RC, em Santana do Livramento,foi promovido a 2º Sargento em 02 de abril de 1956, e a 1ºSargento em 14 de fevereiro de 1966.

Tenente Nabor

Em 05 de agosto de 1966, foi promovido a 2º Tenenteda Reserva de 1ª Classe e a 16 de agosto de 1966,promovido a 1º Tenente da Reserva de 1ª Classe.

Contou-nos o Tenente Nabor, que no ano de 1942, emvirtude da guerra, o 6º RCI guarnecia durante a noite ahidráulica, as pontes ferroviárias e a usina hidrelétrica, até odia 08 de maio de 1945, quando receberam a notícia que aguerra havia acabado.

Em 1954, a nação viveu um período turbulento emvirtude do suicídio do Presidente Getúlio Vargas, esse

período foi marcado por rigorosas prontidões no Regimento,estas, duravam até 30 (trinta) dias ou mais, os militares sóeram liberados para irem em casa por poucas horas.

No ano de 1961, por ocasião da Campanha daLegalidade, o 6º RC permaneceu coeso com seucomandante, em 1964, o Regimento aderiu à revolução ealguns “Brizolistas” foram presos no quartel.

A respeito do Tenente Nabor, o Capitão FernandoBezerra de Castro, Comandante do Esquadrão de Comandoem 1964, escreveu o seguinte elogio: “O 2º Sargento Nabor,sempre se apresentou como militar disciplinado einteressado pelos problemas do Esquadrão, tantoadministrativos como os referentes à instrução. Por ocasiãoda Revolução de 31 de março de 1964, permaneceu coesoem torno de seu chefe e ideais da Revolução, cooperandoeficazmente na completa união do Esquadrão.

A Taça Charrua

Em 22 de novembro de 1960, no Comando doGeneral Ênio da Cunha Garcia, foi instituída pela 2º Divisão

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de Cavalaria um concurso hípico, com uma taça oferecidapelo comércio de Uruguaiana, e que recebeu a denominaçãode “Taça Charrua”, de acordo com as regras estabelecidas,a Unidade que conquistasse a Taça Charrua, três vezesconsecutivas, ficaria com a posse definitiva da referida taça.

Taça Charrua ao centroA primeira edição da Taça Charrua foi realizada nos

dias 26 e 27 de novembro de 1960, em Uruguaiana, o 6ºRegimento de Cavalaria, totalizou 181 pontos e conquistou aprimeira edição da competição.

A segunda edição da Taça Charrua, realizou-se emSantana do Livramento, em 4 e 5 de março de 1961.

A terceira edição foi realizada em Quaraí, nos dias 27e 28 de maio de 1961, e o 6º Regimento de Cavalariasagrou-se campeão pela segunda vez não consecutiva.

A quarta edição da Taça Charrua foi realizada emAlegrete nos dias 19 e 20 de agosto de 1961, foiconquistada novamente pelo Regimento, que sagrou-secampeão pela 3ª vez alternada e 2ª vez consecutiva.

O Regimento conquistaria a posse definitiva da TaçaCharrua em sua 5ª edição, realizada em Uruguaiana nosdias 11 e 12 de outubro de 1961, quando o 6º Regimento de

Cavalaria venceu pela quarta vez alternada e terceira vezconsecutiva a competição.

Da esquerda para direita, Capitão Lauro, Capitão Addor eTenente Assis Brasil.

Das 5 (cinco) edições realizadas da Taça Charrua, oRegimento sagrou-se campeão em 4 (quatro), mostrando oelevado grau de dedicação de seus integrantes, omemorável feito destes militares, tem servido de inspiração àsucessivas gerações do Regimento.

Medalha Regimento Marechal José de Abreu

A Medalha Regimento Marechal José de Abreu estásendo instituída neste ano de 2013. Tem por finalidade

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reconhecer relevantes serviços prestados a esta tradicionalUnidade do Exército brasileiro por pessoas físicas ejurídicas.

Medalha Regimento Marechal José de Abreu - banhada em ourovelho

HERÁLDICAMedalha confeccionada em latão banhado de ouro

velho, em formato de Cruz Agulhada, medindo 40,0mm dedistância entre braços e haste de extremidades aextremidades da cruz, com 1,08mm de espessura. A cruzAgulhada representa uma das cruzes das Companhias dosTemplários financiadoras das travessias marítimas dePortugal, origem de João de Abreu, pai do Marechal José deAbreu que se casou no Brasil com Dona Ana Maria, nascidaem Rio Grande de São Pedro, hoje Rio Grande do Sul.

No anverso; Em relevo encontram-se: a Cruz

Agulhada sobreposta em raios de esplendor em formacircular com 35,0mm de diâmetro, representando as glóriase as conquistas do 6º Regimento de Cavalaria Blindado,desde a sua criação em 1888. Sobreposto à cruz, um duplocírculo contendo dois listeis, um na parte superior de destrapara sinistra em meia circunferência em dígitos maiúsculos,titulando a medalha: “Medalha Regimento MarechalJosé de Abreu” e outro na parte inferior, igualmente emmeia circunferência de sinistra para destra titulando emdígitos maiúsculos o nome do detentor da medalha “6ºRegimento de Cavalaria Blindado”. Em campo de abismo obusto em perfil do Marechal José de Abreu, Patrono do 6ºRegimento de Cavalaria Blindado.

No verso; Em relevo: a cruz Agulhada sobreposta araios pontiagudos circunferenciados, de simbologias jádescritas no anverso apresenta um círculo carregado deescudo português guarnecido de cinco estrelas querepresentam as localidades sedes do Histórico 6º RCB e emcampo de abismo cinco asas de águia postas em sautor,presentes no Brasão das Armas da Família Abreu; sotopostoa data de 18.8.1888, data de criação do 6º Regimento deCavalaria Blindado. A Medalha é suspensa em argola e contra-argola presas emchapa de latão de 38,0 mm de comprimento por 2,0mm delargura e por 1,08mm de espessura, banhada de ouro velhoe transpassada por Fita de Algodão Chamalotada.

Fita medindo 36,0mm de largura x 45,0mm decomprimento, de cor branca, contendo uma faixa vermelhavertical de 2,5mm aplicada na metade destra da fita,simbolizando as cores heráldicas da Arma de Cavalaria e nametade sinistra da fita duas faixas unidas em vermelho eazul, nessa ordem de destra para sinistra, sendo que alargura de cada faixa é de 2,5mm, representando nesseconjunto as cores heráldicas do Exército Brasileiro.

Barreta - Peça independente, confeccionada emchapa retangular de latão banhado em ouro velho, medindo

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36,0mm X 12,0mm X 0,8mm de espessura, acolchoada defita chamalotada (a mesma da medalha), sendo no anversoguarnecida por moldura de latão banhado em ouro, medindo36,0 mm de comprimento, por 12,0mm largura X 1,08mmespessura, dotada de pinos laterais e grampos de fixação ecarregada de Busto de Perfil do Mal José de Abreu.

Passador - Peça assessório da Medalha:confeccionada em latão banhado em ouro velho, em formade Moldura medindo de 36,0 mm de comprimento X 12,0mmlargura X 1,08mm espessura, banhada em ouro, carregadade Busto de Perfil do Mal José de Abreu com gramposflexíveis para fixação do passador na metade da altura dafita da medalha.

“Ao Solado de Cavalaria “Exaltação:

Escrita pelo TC Cav MIGUEL ANGELO TEIXEIRAPEDROSO, a pedido do então comandante do 6º RCB, o

Ten Cel Cav TÉRCIO TRAVASSOS DE AZAMBUJA, paraser lido em 18 Ago de 1991, nas solenidades de aniversárioda Unidade.

Reunidos nesta garupa leste da colina Masgrau, sob oolhar protetor dos titãs patronos curvemo-nos, hoje, porsobre o mouro chão para reverenciarmos em calado respeitoo trabalho hercúleo do herói anônimo, o soldado decavalaria, que através dos séculos perpetuou costumes noafã profícuo de fazer a história, mantendo vivo, através debrumas e temporais passados, o religioso culto das tradiçõescavalarianas.

As névoas do tempo misturam-se a poeiraA poeira da história escrita a cavalo.

No começo, era a arma que tinha engenhos.Engenhos pesados que provocassem abalo.

Surgiu Ghengis –khan com hostes de homens ferrenhosMontados em velozes corcéis,

Inovando a tática com a “virada da bandeira”.Os guerrilheiros mongóis, muitas vezes cruéis.Mudaram a guerra e construíram um império.Chegou a Idade Média, chamada de negra

E mergulhou o mundo em ignorância e pobrezaMas deixou um legado fundido em metal.

Alicerçada na fé, armaduras de aço e grande nobreza,Institui-se uma nova ordem de dignidade e moral

Com seus cavaleiros andantes, reis e duques da era feudal.Moderniza-se a guerra e com ela os guerreiros.

Ficam leves, audazes, ligeiros.Decidem batalhas na ponta da lança, no fio da espada,

Galopando altaneiros em cargas mortaisProvocando surpresas e medo ao inimigo em retirada,

Matando e morrendo, mesclando seu sangue ao dos seusanimais.

Viram-se as páginas da gloriosa epopeia

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Entrando em cena poderosos figurantesQue roncam ferozes seus motores arrogantes

Num rugir de canhões e matraquear de metralhasAumentando o horror no calor das batalhas

Os tanques de aço e pássaros de ferroCospem fogo e fumaça e respiram num berroEstá completo o elenco de gloriosa tradição

Cultuada na paz com fervorosa devoçãoO cavalo, em cujo dorso amigo.

Marchou para morrer, alheio ao perigo.O soldado cavaleiro, levando em riste a lança luzidia.

E na cinta a têmpera de aço da dura espada friaCalçando longas botas negras

E trazendo em seu rebordo fúlgida esporaPara estímulo da montada nas refregas

Sem ferir jamais o companheiro que adora.Encerram a linha de combate

O helicóptero e o carro blindadoOnde os peitos dos bravos afrontam a morte em mil embates

Levando altivos a bandeira amada, que ao vento voa,Sentados em tronos metálicos com a negra coroaNuma algaravia de gritos e clarinadas de vitória

Esquecidos da vida, ávidos de glória.

Incorporemo-nos ao cenário criado nas estrofesacima, para melhor analisarmos o significado simbólico daherança deixada ao longo da evolução da arma de cavalaria.

Ouçamos a voz rouca do canhão distante, seguidacélere do clarim que, vibrante, comanda carga às guerreirashordas, misturando no barulho horrível da batalha o gritobárbaro de selvagens peitos, no ousado estímulo aos seuscorcéis mutantes que, iniciando vivos num tropel nervoso demil cascos que sacodem o chão, vão levantando poeira eaquecendo o ar no resfolegar ritmado de enérgicas narinas,se transformam aos poucos em monstros encouraçados querugem furiosos sobre poderosas lagartas rolantes entre

estrondo de potentes motores, enquanto espocam rajadaspor sobre a blindada torre.

Compreenderemos então que, como num sonorocaleidoscópio mágico, o repique entusiasmado dos clarinsem toques de vitória, determinou que abandonado o campode batalha, fique para trás, “canhões e balas, lanças partidase pavilhões rasgados” e no retorno heroico à rotina diária seentoem cânticos que relatem com fidelidade a bravura, ahonradez e dignidade do cavalariano que, soberanamenteentronado na sela do nobre amigo ou na torre de umblindado, faz da espora um autêntico escapulário de prata, eda boina preta sua coroa, que juntas simbolizam amajestosidade do soldado de cavalaria.

Evoquemos, pois, o valor moral de nossosantepassados para confirmarmos dia a dia, nosso peito àpátria bradando aos céus, perante a sua imagem, abandeira, defender-lhe “a honra, a integridade e asinstituições com sacrifício da própria vida, se preciso for”,mas pautemos nossa conduta para um dia sob o calor dos “arsenais queimados “possamos substituir, como fermentoda terra em que vivemos, o sangue jorrado nessa voluntáriaimolação, pelo suor vertido na doação do trabalho em vida.

Ouviremos, então, seguramente, o místico retinir dosnossos estribos por estarmos cavalgando, todos,gloriosamente juntos, e poderemos olhar-nos seguirem que ,com orgulho, somos soldados, reinos de cavalaria, brasileira,mas, sobre tudo, homens de bem.

Canção do Regimento José de AbreuLetra e música de Floriano Peixoto Saldanha Ramos

Regimento José de AbreuÉs forte invicto e gentil

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Sentinela avançada da PátriaÉs orgulho do nosso Brasil

Se eu tiver de partir para a guerraLevarei a metralha e o canhão

Derramarei meu sangue na lutaEm defesa da nossa Nação

ESTRIBILHO

Salve a cavalaria de OsórioCujo lema é lutar e vencerDe vitória em vitória saíste

Tu cumpriste teu grande dever

Regimento José de AbreuTens teu nome gravado na história

Ao lado da lei tu lutasteTeu passado é coberto de glória

Nosso lema é lutar e vencerCumpriremos o nosso dever

Nós juramos perante à BandeiraDefender o Brasil ou morrer

ESTRIBILHOSalve a cavalaria de OsórioCujo lema é lutar e vencerDe vitória em vitória saíste

Tu cumpriste teu grande dever

TombômetroIrmãos Cavalarianos, Criamos este precioso Livro

Registro de Quedas (Tombômetro) para que nos estejamossempre buscando aprimorar nossa montada, com issoestreitando cada vez mais os laços das tradições de nossa

arma. E no intuito de motivar a nós cavaleiros, cada quedacorresponderá a 01 (uma) caixa de cerveja, para quepossamos compartilhar desse momento tão incólume, deforma fraterna.

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“O hipismo constitui para a cavalaria sua melhorescola de perigo e intrepidez, é a fonte criadora do espíritodo cavalariano e da mística indispensável a formaçãoespiritual de nossa arma”

“Que nossos estribos se choquem em cavalgadasfuturas”

Decálogo do comandante do 6º RCB- “Faça do 6º RCB o melhor lugar para a sua realizaçãopessoal e seu crescimento profissional;- Você decide a que tipo de Regimento quer pertencer;- O seu trabalho é se preparar para a guerra;- Não se conforme com o erro: Está errado? Conserte. - Nãoestá bom? Faça de novo.- Caiu? Levante. Faça melhor. A excelência não é mistérioou inspiração. É transpiração, é hábito.- Mereça o orgulho que seus familiares têm de você;Treine. Por mais simples que pareça a atividade, ela deveser treinada com profissionalismo. A improvisação de açõesprevisíveis e sinônimo de amadorismo.- No José de Abreu não há espaço para amadores;Tenha iniciativa. Mas não se esqueça que o profissionalmilitar só está autorizado a agir pautado por trêsparâmetros: a legalidade, a moralidade e a justiça.- O integrante do 6º RCB é acima de tudo um respeitador dalei, cabendo-lhe dar o exemplo e proceder com urbanidadesempre, porém com firmeza na incerteza e com serenidadeno caos.”

Ricardo de Castro TrovizoCmt do 6º RCB

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Em busca dos restos mortaisNo dia 17 de março de 2012, foi organizada uma

expedição histórica para uma pesquisa de campo aocemitério da propriedade rural, que pertenceu à família doMarechal José de Abreu. Em Alegrete, situada no 5ª distrito,na Região do Inhanduí, e na localidade de Jacaraí, a 25 kmda cidade, pela estrada RS/566 Alegrete – Itaqui.

Da esquerda para a direita, Coronel Angonese, o autor,Historiador Carlos Fontes, Pesquisador Flávio Poitevin e o

Tenente Coronel Trovizo.

As terras pertenceram primeiramente à sesmaria deJoaquim Felix da Fonseca, Governador das Missões,posteriormente passaram a José de Abreu e seu filhoClaudio José de Abreu. Na estatística feita pelo PadrePirontoni em 1852, mais ou menos, ele Claudio, declaroucomo ‘‘campos que Herdei do meu pai ’’. Hoje o proprietárioé o Dr. José Luiz Prates, residente em Uruguaiana. O

mesmo falou que tem procurado manter o cemitério cercado,mas, o mesmo sofre depredações dos caçadores detesouros.

Com o apoio do Comando do 6ª Regimento deCavalaria Blindado - ‘‘Regimento José de Abreu’’, o Ten CelCav Ricardo de Castro Trovizo, concedeu total apoiologístico, tendo feito uma limpeza da área a cargo doesquadrão de comando e apoio, comando pelo Cap CavLeandro Zubiaurre Ameida, tendo como Auxiliar o sub TemPaulo Ricardo Prates Dornelles.

A comissão formada para a investigação contou coma seguinte constituição: presidente Cel Cav Alexadre GindriAngonese (Comandante 4º RCC – Regimento Passo doRosário) vice-presidente Ten Cel Cav Ricardo de CastroTrovizo (Comandante do 6º RCB ‘‘Regimento José de Abreu’’ secretário Carlos Fontes, Militar reformado do ExércitoBrasileiro e delegado Regional da academia de historiaMilitar terrestre do Brasil ‘‘ Delegacia Gen Setembrino deCarvalho’’ Uruguaiana. Foi encontrada uma lapide grandede mármore que indicava o tumulo do Tem Cel Claudio Joséde Abreu, como esta Expedição é apenas histórica, paraTermos maiores resultados terá que ser feita também umaExpedição é apenas histórica para termos maioresresultados terá que ser feita também uma expediçãocientifica. O autor do livro fez parte da comissão junto com oSr. Flávio Poitevin.

Dando continuidade a missão de tentar localizar os restosMortais do insigne Patrono do Regimento, foi deslocada umaequipe sob o Comando do Capitão Bernardo LacerdaRamos, tendo como auxiliar o Sub Ten João Marcelo dosSantos, que realizou a limpeza no cemitério da família doMarechal Jose de Abreu. Tendo como comissão de estudos,

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a equipe liderada pelo Cel Alexandre Gindri AngoneseComandante do 4º Regimento de Carros de Combate‘‘Regimento Passo do Rosário’’ - Rosário do Sul e o Ten CelRicardo de Castro Trovizo Comandante do 6º Regimento deCavalaria Blindado ‘‘Regimento José de Abreu’’ Alegrete edo historiador Carlos Fontes, Delegado da Academia deHistória Militar Terrestre do Brasil, foi realizada a pesquisa nodia 20 de novembro de 2012, na Fazenda Continente depropriedade do Sr, Antonio José Cassol, localizada no PaiPasso 4º Sub Distrito de Alegrete, no local denominadoRincão dos Abreus a 30 km da cidade na estrada Rincão do28.

Agradecimentos

Em especial ao Comandante do 6º Regimento deCavalaria Blindado, Ten Cel Ricardo de Castro Trovizo. Porter me dado à honra de escrever a história deste gloriosoRegimento.

Ao Cap Novakoski – Sub Comandante e seusauxiliares 3º Sgt Miorando e Cb Éri.

Ao Cap Carlos Guimarães Moraes, fiscal por toda aajuda possível e muitas vezes impossível e extensivo.

A todo o S.4 em especial ao 2º SGT Avelar.Ao Cap Lacerda quando no Comando do 4º

Esquadrão.Ao Cap. Zubiaurre Comandante do Esquadrão de

Comando e Apoio por ter tornado possível muito trabalho dedigitação, especialmente ao Sd Brenner pela ajuda comodigitador.

Ao Cap. Coelho por toda a ajuda para o Histórico doCentro Hípico e do tombômetro.

Ao Cap. Neimayer pela ajuda quando no comando do1º Esquadrão.

Ao 1º Ten. Renato Bittencourt Goulart Comandante doPelotão de suprimento, onde destaco os Sargentos Dinate,Diego Silva, Jorge Augusto e Sargento Thiago Aquino, Cb.Cunha, SD EP Fortes, Padilha, Thales e extensivo a todosdo Rancho.

No Arquivo 3º Sgt Carpes e Sd Marçal, pela ajuda nostrabalhos de pesquisa.

Na saúde 2º Sgt Ezequiel e 3º Sgt Thielli, Sd Eric eCb. Mello.

No pavilhão de Comando ao 3º Sgt Claudio LaraToscani e Cb Resende, por toda a atenção apoio e ajuda eem especial ao Sgt da reserva Schimtt.

Na Relações Públicas, ao 2º Sgt Robson PedrozoMenezes, Cb Neemias Sd EP Bastos e Leão. Em especial

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ao 3º Sgt Carlos Romário Romeiro por todo o apoio, poisindependente da hora ou dia esteve sempre presente,tornando possível cumprir todas as Missões.

Ao Cb da reserva não remunerada Enoque de Vargas,por sua imensa competência, especialmente na restauraçãode fotos antigas.

Na Seção de Informática - ao Ten Becker, 3º SgtSander e um especial muito obrigado ao Cb Osório, por todaajuda, possível e impossível.

Aos motoristas, Cb Luiz Mário, Cb Bruno Paz, Cb DosAnjos, Cb Adailton, Cb M. Oliveira, por toda a ajuda e emespecial ao Sd EP L Gonçalves.

Ao Cel Eng R1, Alex e as funcionárias do POUPEX,meus agradecimento.

Ao Sr Otaram, barbeiro do Regimento e seuscolaboradores, meu obrigado.

No PC do Comandante, aos Cb Vitor e Nelson portoda a ajuda, meu especial agradecimento ao 3º Sgt Endrigoquando de auxiliar do Comandante, por sua inesquecívelajuda.

Ao 1º Ten Rui, meu muito obrigado, extensivo a todosos integrantes do S1.

Ao Professor Danilo Assumpção Santos, pela imensaajuda dispensada.

Ao Historiador Carlos Fontes pela orientação, ajuda eapoio, meu muito obrigado.Ao Cel Eng R1Luiz Ernani Caminha Giorges, pela grandeajuda.

Ao Cel Reformado Cláudio Moreira Bento, por todaatenção e orientação.

Ao 1º Sgt Cav Miguel Henrique da Silveira Pacheco,Coautor deste livro, pela imensa ajuda, pela diagramação,pelo toque especial que deu a esta obra, meureconhecimento, meu muito obrigado. Agradeço a Deus porter colocado este grande amigo em meu caminho, que tantome ajudou e hoje considero meu irmão mais moço.

BIBLIOGRAFIA

- Arquivo do 6º RCB;- Acervo Histórico do 6º RCB- 8º R C MEC – Regimento Conde de Porto Alegre – CarlosFontes;- Guerra do Contestado – Demerval Peixoto;- CEPAL (Centro de Estudos e Pesquisa de Alegrete) –Professor Danilo Assumpção da Silva;- Acervo Histórico de Alegrete – Flávio Poitevin;- CIBSB (Campo de Instrução Barão do São Borja) – CarlosFontes;- 4º RCC (4º Regimento de Carros de Combate) - CarlosFontes;- Publicação da Gazeta de Alegrete de 1911;- Publicação da Gazeta de Alegrete de 1957;- Publicação da Revista O Globo de 1930;- Publicação da Gazeta de Quaraí de 2006;- 1º RPMON / BM – Regimento Coronel Pillar – HermitoLopes Sobrinho;- AN V FEB- Charges do Acervo Histórico do 6º RCB – Coronel PedroPaulo Cantalice Estigarribia;- Fotos e entrevista cedidas pelo Sargento ReformadoHadarino Guedes;- Entrevista Coronel Miguel Ângelo Pedroso;- Entrevista com o FEBiano Alceu Macedo Alves;- Biografia Coronel Homero Laydner – José Eber Betim; e- Guerra da Triplice Aliança contra o Paraguai – IV Vol.General Augusto Tasso Fragoso.