6. doenças causadas por moscas ii

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PROFº M Sc. GUILHERME COLLARES

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PROFº M Sc. GUILHERME COLLARES

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DOENÇAS CAUSADAS POR MOSCAS II

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FAMÍLIA OESTRIDAE

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Oestrus ovis – Bicho-da-Cabeça

Distribuição cosmopolita, larvas são parasitas obrigatórios dos condutos nasais e dos seios frontais de ovinos e de caprinos

Características da mosca: Cabeça avantajada, amarelada, com pequenas depressões escuras na

parafrontália; aparelho bucal atrofiado Face dorsal do mesotórax castanho-avermelhado, revestido de pêlos

amarelos, com numerosos tubérculos pretos, pequenos, de tamanho aproximadamente uniforme

Atingem de1,0 - 1,2 cm de comprimento

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Características da larva:

Encontradas nas passagens nasais, são brancas, ficando amareladas ou castanhas à medida que se tornam maduras

Superfície ventral achatada, com uma fileira de pequenos espinhos

Superfície dorsal arredondada e com uma série de faixas escuras transversais

Possuem 2 ganchos orais curtos e curvados para dentro

As duas placas estigmáticas situam-se na porção posterior do último anel e possuem o formato da letra “D”

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a. Vista ventral b. Vista dorsal c. Extremidade posterior – larva de 3º estágio d. Larva de primeiro estágio e. Partes bucais – larva de 1º estágio

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Danos ao Hospedeiro

Ovinos e caprinos ficam muito excitados, irritados na presença da mosca. Sacodem a cabeça, espirram e esfregam as narinas no solo. Permanecem aglomerados, na tentativa de se proteger das moscas

O parasitismo é benigno, mas a ação mecânica dos ganchos orais e dos espinhos larvais, associados à liberação de determinadas toxinas pelas larvas leva a um processo inflamatório das membranas nasais, com corrimento de secreção mucosa a muco-purulenta e, ocasionalmente, sangramentos

Prejuízos econômicos decréscimo na produção de carne e de lã

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Sinais Clínicos

Os sintomas observados são corrimento nasal mucopurulento (rinite traumática ou sanguinolenta) animais inquietos ou indóceis, espirros freqüentes, dificuldade respiratória, cegueira, incordenação motora;

Quando a larva atinge o cérebro o animal perde o equilíbrio e muitas vezes andam em círculos, o ovino cai e não pode levantar podendo vir ao óbito.

As larvas podem permanecer no animal de duas semanas à 10 meses.

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Diagnóstico

O diagnóstico é realizado pela verificação de nódulos inflamatórios parecidos com furúnculos, com drenagem de secreção sanguinolenta e a percepção dos movimentos da extremidade da larva no orifício fistuloso.

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Tratamento e Controle

O tratamento consiste essencialmente por administrar ivermectina aos animais como medida de profilaxia e tratamento.

Para prevenção desta patologia deve-se integrar ao sistema produtivo os mecanismos de controle sanitário (vacinas; dosificações com vermífugos como ivermectina, doramectina e vermífugos organofosforados;

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Gasterophilus spp

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Características Gerais

As larvas desta família desenvolvem-se no estômago e duodeno dos eqüinos. No homem podem causar uma oftalmomiíase.

A família Oestridae é dividida em 4 sub-famílias. A Gasterophilinae, representada pelo gênero Gasterophilus

Espécies mais importantes: G. nasalis (Brasil)

G. intestinalis (México, Venezuela, Brasil)

G. haemorrhoidalis (México, Venezuela, sul da Argentina)

G. inermes (Ásia)

G. pecorum (África)

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Morfologia da Mosca

São dípteros robustos (1-2 cm), com o corpo revestidos por pêlos, cerdas fracamente desenvolvidas ou nulas, antenas pequenas, cabeça curta, revestida de pêlos amarelados bem conspícuos e aparelho bucal vestigial, não funcional, tórax densamente piloso e cerdas ausentes

Abdome alongado, oval, em algumas espécies o ovopositor é longo, fortemente curvado para debaixo do abdome

O adulto tem aparência e tamanho de uma abelha, semelhança esta acentuada pelo zumbido que produz durante o vôo

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Morfologia das Larvas Larvas grandes (16 – 20 mm)

com ganchos orais em forma de foice

Corpo segmentado coberto por espinhos: Gasterophilus nasalis – Uma fileira Gasterophilus intestinalis – Duas

fileiras

Estigmas com aberturas cheias

de trabéculas

Porção posterior truncada

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Danos ao Hospedeiro

Diretos: Fase na cavidade bucal: periodontite G. intestinalis: língua – glossite Pode ocorrer perfuração do epitélio do estômago e do intestino pelo aparelho bucal

da larva Fixação: provoca inflamação local e úlceras - prejudica a digestão Grau de lesão proporcional ao grau de infestação Alto parasitismo - pode ocorrer obstrução do piloro, abscessos gástricos, ulcerações,

ruptura da parede do estômago, peritonite Infecções secundárias Frequentemente sofrem de cólica Centenas de larvas podem ser encontradas num único animal

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Danos ao Hospedeiro

Indiretos:

Mosca: • Irritados pela presença das moscas, não se alimentam

adequadamente, perdem peso. Tentam se proteger da mosca

Larvas: • Perfuração do lábio: coceira e irritação. Para se livrarem da irritação

mergulham a boca na água ou esfregam lábios e narinas contra o solo, cercas, pedras provocando sérios ferimentos ou dilacerações

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Diagnóstico e Controle

Diagnóstico:

L3 nas fezes (intermitente)

Controle:

Depende da criação e do manejo, mas se deve cortar o pêlo da ganacha no verão e passar esponja com água morna, matando a larva

Armadilhas para moscas

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Tratamento

Para um controle desse parasita, é necessário a eliminação das moscas assim como também a utilização de drogas específicas como o tricorflon; os anti-helmínticos/inseticidas diclorvos e ivermectina também são muito eficazes contra gasterófilos

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Dermatobia hominis

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Características Gerais

Durante o século XVI, antes da introdução de gado bovino e de outros animais domésticos na Região Neotropical a D. hominis parasitava mamíferos silvestres

Atualmente os bovinos são os principais hospedeiros da D. hominis

Causam uma miíase furuncular (denominação popular: berne) - constitui um problema econômico-sanitário de grandes proporções

Outros animais domésticos também são suscetíveis - cães, gatos, caprinos, ovinos, suínos, equinos, etc...

Também causa miíase no homem

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Características da Mosca

Muscóide robusto, com 12-17 mm de comprimento, semelhante aos califorídeos

Cabeça amarela, escurecida na parte superior, peças bucais rudimentares, antenas amarelas e olhos vermelho-tijolo

Tórax revestido de cerdas escuras, abdome azul-metálico

Asas são castanho-claras e os pares de patas amarelas

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Características das Larvas

A larva recém-eclodida (1,0-1,5 mm de comprimento), é muito ativa, pode penetrar de imediato ou migrar até 19 cm sobre a pele do hospedeiro para então penetrar na pele

L3 madura alcança 20 – 24 mm, sendo mais larga na porção anterior

As larvas são segmentadas e, no 1º segmento, possuem 1 par de ganchos orais rígidos: Perfuração da pele Fixação Destruição celular (liberação de líquidos celulares – alimentação)

Cada segmento possui 1 – 2 fileiras de espinhos (2/3 do corpo)

Cerca de 1/3 do corpo é estreito e liso

No último segmento, apresentam 2 placas respiratórias (estigmáticas), com 3 fendas no interior (espiráculos)

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Epidemiologia

São reconhecidas mais de 60 espécies de insetos foréticos, dentre os quais os mais importantes são: Sarcopromusca pruna; Stomoxys calcitrans; Musca domestica; Fania spp.; Anopheles spp.; Simulium spp.; Aedes spp.; Culex spp.; Cochliomyia spp.; Chrysops spp.

O ecossistema necessário são zonas arbustivas e próximas a cursos d’água.

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Danos ao Hospedeiro

Lesões:

Miíase furunculosa que se caracteriza pela formação de um nódulo

parasitário cutâneo, apresentando um orifício no qual se percebe os estigmas do parasita

As feridas podem se contaminar por bactérias

Pode ocorrer a formação de abscessos profundos e muito dolorosos

Durante o desenvolvimento da larva os animais ficam nervosos, irrequietos e se alimentam mal

Podem facilitar o desenvolvimento de larvas de varejeiras

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Prejuízos Econômicos

Queda na produção de leite e carne

Facilitação de bicheiras e infecções bacterianas secundárias

Queda nos índices zootécnicos

Depreciação do couro: após a queda da larva, o orifício de saída é fechado por tecido cicatricial comprometendo a qualidade do couro

Prejuízo anual estimado: U$ 200 milhões

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Tratamento

Organofosforados (tópicos ou sistêmicos)

Triclorfon;

Clorfenvinfós;

Coumafós;

Associação repelente e larvicida (tópicos)

Organofosforado + Piretróide

Drogas larvicidas (sistêmicas):

Closantel e Avermectinas.

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Controle

Controle do vetor, de um grande número de dípteros, muitos dos quais nem são ectoparasitas ou pragas dos rebanhos de criação

Controle efetivo - tratamento das larvas no corpo do animal