6. Carta Aos Agentes de Música Litúrgica

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CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia Música Litúrgica Brasília-DF, 25 de setembro de 2008 ML – C – Nº 0845/08 Carta aos agentes de música litúrgica do Bra A litr!ia o"#a m l!ar "e$tral em toda a a%&o e'a$!eli(adora da )!re* ."me #ara o al te$de a a%&o da )!re*a e, ao mesmo tem#o, a o$te de o$de e sa or%a1 (SC 10). Nela, o dis"í#lo reali(a o mais í$timo e$"o$tro "om se re"ebe a moti'a%&o e a or%a m imas #ara a sa miss&o $a )!re*a e $o m$do ( 67)+ 6 ma rela%&o mito #ro $da e$tre bele(a e litr!ia+ Bele(a mero esteti"ismo, mas "omo modalidade #ela al a 'erdade do amor de Des em Crist al"a$%a, as"i$a e arrebata, a(e$do-$os sair de $7s mesmos e atrai$do-$os ass 'erdadeira 'o"a%&o o amor (cf. SCa 35)+ 9$ida ao es#a%o lit:r!i"o, a m:si"a !e$í e #ress&o de bele(a, tem es#e"ial "a#a"idade de ati$!ir os "ora%;es e, $a lit e i" "ia #eda!7!i"a #ara le' -los a #e$etrar $o mist rio "elebrado+ A"om#a$3amos, "om e$tsiasmo e ale!ria, o lores"er de !r#os de "a$to e lit:r!i"a, !r#os i$strme$tais e 'o"ais, e e er"em o im#orta$te mi$ist rio bele(a e #ro $didade da litr!ia atra' s do "a$to e da m:si"a+ a a$ima%&o e$"a$tam mitos da eles e #arti"i#am das "elebra%;es lit:r!i"as em $ossas Ao soar dos #rimeiros a"ordes e ao "a$to da #rimeira $ota, se$timos mais #ro #rese$%a de Des+ Lembramos al!$s as#e"tos im#orta$tes e "o$tribem #ara a !ra$de(a do "elebrado+ 1. A importância da letra na música litúrgica - a letra tem a #rima(ia, a m:si"a est se ser'i%o+ A des"oberta da bele(a de m "a$to lit:r!i"o #assa $e"essariame$t "idadosa do "o$te:do do te to e da #oesia+ A bele(a est ti"a $&o o :$i"o " m:si"as "a$tadasem $ossas litr!ias est&o dista$"iadas do "o$te to "elebrati'o+ .<erdadeirame$te, em litr!ia, $&o #odemos di(er e ta$to 'ale m "=$ti"o "o $e"ess rio e'itar a im#ro'isa%&o !e$ ri"a e o "a$to de'e i$te!rar-se $a orma "elebra%&o1 (SCa 42). N&o #ossí'el "a$tar al er "a$to em al er mome al er tem#o+ ? "a$to .#re"isa estar i$timame$te 'i$"lado ao rito, o se*a "elebrati'o e ao tem#o lit:r!i"o1 (DGAE 76). A$tes de es"ol3er m "a$to lit:r! a#ro $dar o se$tido dos te tos bíbli"os, do tem#o lit:r!i"o, da esta "elebra rital+ 2. A participação da assembléia no canto - o Co$"ílio <ati"a$o )) e$ ati(a #arti"i#a%&o ati'a, "o$s"ie$te, #le$a, rtosa, e ter$a e i$ter$a de todos o "a$to lit:r!i"o $&o #ro#riedade #arti"lar de m "a$tor, a$imador, o de m

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Crítica do padre Zezinho aos agentes de música e animação litúrgica. Muitos cantam e tocam suas músicas em missas, mas ele alerta: nunca compôs músicas para missas.

Transcript of 6. Carta Aos Agentes de Música Litúrgica

Timbre da CNBB para carta em papel A4 (Mdio)

CONFERNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL

Comisso Episcopal Pastoral para a Liturgia

Msica Litrgica

Braslia-DF, 25 de setembro de 2008

ML C N 0845/08

Carta aos agentes de msica litrgica do Brasil

A liturgia ocupa um lugar central em toda a ao evangelizadora da Igreja. Ela o cume para o qual tende a ao da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte de onde emana toda a sua fora (SC 10). Nela, o discpulo realiza o mais ntimo encontro com seu Senhor e dela recebe a motivao e a fora mximas para a sua misso na Igreja e no mundo (cf. DGAE n 67). H uma relao muito profunda entre beleza e liturgia. Beleza no como mero esteticismo, mas como modalidade pela qual a verdade do amor de Deus em Cristo nos alcana, fascina e arrebata, fazendo-nos sair de ns mesmos e atraindo-nos assim para a nossa verdadeira vocao: o amor (cf. SCa 35). Unida ao espao litrgico, a msica genuna expresso de beleza, tem especial capacidade de atingir os coraes e, na liturgia, grande eficcia pedaggica para lev-los a penetrar no mistrio celebrado.

Acompanhamos, com entusiasmo e alegria, o florescer de grupos de canto e msica litrgica, grupos instrumentais e vocais, que exercem o importante ministrio de zelar pela beleza e profundidade da liturgia atravs do canto e da msica. Sua animao e criatividade encantam muitos daqueles que participam das celebraes litrgicas em nossas comunidades. Ao soar dos primeiros acordes e ao canto da primeira nota, sentimos mais profundamente a presena de Deus.

Lembramos alguns aspectos importantes que contribuem para a grandeza do mistrio celebrado.

1. A importncia da letra na msica litrgica - a letra tem a primazia, a msica est a seu servio. A descoberta da beleza de um canto litrgico passa necessariamente pela anlise cuidadosa do contedo do texto e da poesia. A beleza esttica no o nico critrio. Muitas msicas cantadas em nossas liturgias esto distanciadas do contexto celebrativo. Verdadeiramente, em liturgia, no podemos dizer que tanto vale um cntico como outro; necessrio evitar a improvisao genrica e o canto deve integrar-se na forma prpria da celebrao (SCa 42). No possvel cantar qualquer canto em qualquer momento ou em qualquer tempo. O canto precisa estar intimamente vinculado ao rito, ou seja, ao momento celebrativo e ao tempo litrgico (DGAE 76). Antes de escolher um canto litrgico preciso aprofundar o sentido dos textos bblicos, do tempo litrgico, da festa celebrada e do momento ritual.

2. A participao da assemblia no canto - o Conclio Vaticano II enfatiza a participao ativa, consciente, plena, frutuosa, externa e interna de todos os fiis (cf. SC 14). O canto litrgico no propriedade particular de um cantor, animador, ou de um seleto grupo de cantores. A liturgia permite alguns momentos para solos (tanto vocais quanto instrumentais), porm a assemblia deve ter prioridade na execuo dos cantos litrgicos. O animador ou o cantor tem a importante misso, como elemento intrnseco ao servio que presta comunidade, de favorecer o canto da assemblia, ora sustentando, ora fazendo pequenos gestos de regncia, contribuindo para a participao ativa de toda a comunidade celebrante.

3. Cuidado com o volume dos instrumentos e microfones - em muitas comunidades, o excessivo volume dos instrumentos, como tambm a grande quantidade de microfones para os cantores, s vezes, no contribuem para um mergulho no mistrio celebrado, antes, provocam a agitao interior e a disperso, alm de inibir a participao da assemblia no canto. Pede-se cuidado com o volume do som, a fim de que as celebraes sejam mais orantes, pois tudo deve contribuir para a beleza do momento ritual.

4. Cultivar uma espiritualidade litrgica - os cantores e instrumentistas exercem um verdadeiro ministrio litrgico (SC 29). A celebrao no um momento para fazer um show, para apresentao de qualidades e aptides. Os cantores e instrumentistas devem, antes de tudo, mergulhar no mistrio, ouvir e acolher com a devida ateno a Palavra de Deus e participar intensamente de todos os momentos da celebrao. Msica litrgica e espiritualidade litrgica devem andar juntas, so duas asas de um mesmo vo, duas nascentes de uma mesma fonte.

Invocamos as luzes do Esprito Santo sobre todos os agentes de msica litrgica de nosso pas. Reconhecemos o valoro do ministrio exercido a servio de celebraes reveladoras da beleza suprema do Deus criador e da atualizao do Mistrio Pascal de Jesus Cristo.

D. Joviano de Lima Jnior, SSS

Arcebispo de Ribeiro Preto e

Presidente da Comisso Episcopal Pastoral para a Liturgia

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