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1 MÁQUINAS PARA APLICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS São as máquinas pelas quais é realizada a aplicação de produtos químicos para o controle de insetos, plantas daninhas, doenças das plantas, etc. Estes produtos podem ser aplicados misturados a água por máquinas chamadas pulverizadores ou também em pó por polvilhadoras. Estas últimas são usadas apenas para algumas situações específicas, devido aos problemas de deriva e também de segregação da formulação. APLICAÇÃO DE DEFENSIVO é a colocação de um produto químico em uma determinada superfície alvo , para proteger a cultura contra os prejuízos que possam ser causados por um agente externo (praga ). Para a realização dessa operação, usa-se uma máquina . O defensivo agrícola deve ser recomendado por um agrônomo através do Receituário. Todas as instruções de uso e de manuseio devem ser seguidas para maior segurança do operador e do meio ambiente. A praga a ser controlada (inseto, invasora ou um fungo) deve ser bem conhecida, para se determinar o melhor tipo de produto, a dose mais adequada, a forma de aplicação correta e o período mais apropriado para o tratamento da cultura A máquina utilizada para fazer a aplicação chama-se PULVERIZADOR. Ela realiza um processo que se chama PULVERIZAÇÃO. Mas, o que é e para que serve a PULVERIZAÇÃO ? PULVERIZAÇÃO é um processo mecânico que visa quebrar um volume grande de líquido em um grande número de partículas de pequeno volume (gotas). Utiliza- se para isso, uma fonte de pressão, razão pela qual essas máquinas são chamadas de PULVERIZADORES HIDRÁULICOS. PARA QUE SERVE A PULVERIZAÇÃO ? Com o mesmo volume de líquido, porém com gotas de menor tamanho, cobre-se maior área da superfície a ser tratada, portanto, com muito maior eficiência na distribuição do produto químico aplicado. VAZÃO E QUANTIDADE DE PULVERIZAÇÃO A vazão de uma ponta de pulverização é o volume de líquido que a mesma libera em um determinado tempo. A vazão é normalmente expressa em litros por minuto (L/min) e depende de dois fatores fundamentais: - tamanho do orifício de saída da ponta - pressão de trabalho A quantidade da pulverização produzida por um pulverizador é o volume de líquido que é distribuído em uma determinada área e é expressa normalmente em litros por hectare (L/ha). A quantidade da pulverização (também chamada de “volume de aplicação” ou “taxa de aplicação”) depende, além da vazão da ponta, dos outros seguintes fatores: - velocidade de deslocamento do pulverizador (km/h) - espaçamento entre os bicos na barra (cm) TAMANHO DE GOTA E QUALIDADE DA PULVERIZAÇÃO

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1 MÁQUINAS PARA APLICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS

São as máquinas pelas quais é realizada a aplicação de produtos químicos para o controle de insetos, plantas daninhas, doenças das plantas, etc. Estes produtos podem ser aplicados misturados a água por máquinas chamadas pulverizadores ou também em pó por polvilhadoras. Estas últimas são usadas apenas para algumas situações específicas, devido aos problemas de deriva e também de segregação da formulação.

APLICAÇÃO DE DEFENSIVO é a colocação de um produto químico em uma determinada superfície alvo, para proteger a cultura contra os prejuízos que possam ser causados por um agente externo (praga). Para a realização dessa operação, usa-se uma máquina. O defensivo agrícola deve ser recomendado por um agrônomo através do Receituário. Todas as instruções de uso e de manuseio devem ser seguidas para maior segurança do operador e do meio ambiente.A praga a ser controlada (inseto, invasora ou um fungo) deve ser bem conhecida, para se determinar o melhor tipo de produto, a dose mais adequada, a forma de aplicação correta e o período mais apropriado para o tratamento da cultura

A máquina utilizada para fazer a aplicação chama-se PULVERIZADOR. Ela realiza um processo que se chama PULVERIZAÇÃO. Mas, o que é e para que serve a PULVERIZAÇÃO ?PULVERIZAÇÃO é um processo mecânico que visa quebrar um volume grande de líquido em um grande número de partículas de pequeno volume (gotas). Utiliza-se para isso, uma fonte de pressão, razão pela qual essas máquinas são chamadas de PULVERIZADORES HIDRÁULICOS.

PARA QUE SERVE A PULVERIZAÇÃO ?

Com o mesmo volume de líquido, porém com gotas de menor tamanho, cobre-se maior área da superfície a ser tratada, portanto, com muito maior eficiência na distribuição do produto químico aplicado.

VAZÃO E QUANTIDADE DE PULVERIZAÇÃO

A vazão de uma ponta de pulverização é o volume de líquido que a mesma libera em um determinado tempo. A vazão é normalmente expressa em litros por minuto (L/min) e depende de dois fatores fundamentais: - tamanho do orifício de saída da ponta- pressão de trabalho

A quantidade da pulverização produzida por um pulverizador é o volume de líquido que é distribuído em uma determinada área e é expressa normalmente em litros por hectare (L/ha). A quantidade da pulverização (também chamada de “volume de aplicação” ou “taxa de aplicação”) depende, além da vazão da ponta, dos outros seguintes fatores: - velocidade de deslocamento do pulverizador (km/h) - espaçamento entre os bicos na barra (cm)

TAMANHO DE GOTA E QUALIDADE DA PULVERIZAÇÃO

Em função da pressão de trabalho, um determinado tipo e capacidade de ponta estará produzindo uma pulverização com características que podem ser definidas como “tamanho” e “espectro de gotas”. Essas características são apresentadas com detalhes no programa: “Ponta de Pulverização: Seleção e Uso”, também disponível nesta página da TeeJet South America.A qualidade da pulverização produzida por uma determinada ponta está relacionada com o tamanho de gota e com o potencial de deriva que pode ocasionar. Isso depende do tipo de ponta (XR TeeJet®, DG TeeJet®, TwinJet® etc.) e da pressão de trabalho.O critério de classificação da qualidade da pulverização está baseado nas recomendações do Conselho Britânico de Proteção de Plantas - BCPC (Inglaterra), cujas categorias são as seguintes (essa classificação já está normatizada pela ASAE - American Society of Agricultural Engeeners - Associaçãpo Americana de Engenheiros Agrícolas).: - MUITO FINA - FINA - MÉDIA - GROSSA - MUITO GROSSA - EXTREMAMENTE GROSSA

Quando tais informações são fornecidas aos usuários, juntamente com a vazão, fica mais fácil a seleção do tipo de ponta e da pressão de trabalho para as condições climáticas de cada região ou mesmo para as diferentes condições durante um dia de trabalho.À medida que as pulverizações mudam no sentido da categoria Muito Fina para a categoria Muito Grossa, há a redução do potencial de deriva para aquelas condições operacionais.O Catálogo TeeJet de Produtos para a Agricultura traz as tabelas de vazão dos diversos tipos de pontas e as respectivas categorias de pulverização produzidas, de acordo com o critério do B.C.P.C., como mostrado ao lado, para as pontas das séries XR TeeJet, de ângulo de 80o.

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1.1 PULVERIZADORESDe com acordo com o princípio de formação de gotas, os pulverizadores podem ser divididos em hidráulicos,

eletrohidrodinâmicos e pneumáticos

1.1.1 Hidráulicos O líquido é introduzido sob pressão em um ou mais orifícios localizados numa tubulação hidráulica, onde, ao sair do

orifícios (bicos), o líquido se subdivide em gotas. O tamanho das gotas varia de acordo com o tamanho e a forma dos orifícios e também em função da pressão hidráulica utilizada. A maioria dos pulverizadores empregados atualmente utilizam este princípio para a subdivisão das gotas, pois pode-se controlar melhor o tamanho das gotas formadas e também a aplicação, na maioria dos casos, é realizada próxima ao alvo a ser atingido, o que evita problema de deriva de produto.

Quanto a forma de acionamento, os pulverizadores hidráulicos podem ser manuais, motorizados, tratorizados, autopropelidos e aéreos.1.1.1.1 Pulverizadores de pistola

São aqueles em que a pulverização é realizada por meio de uma pistola que, possuem uma mangueira com gatilho, haste de pulverização e um bico hidráulico na extremidade. Este tipo de pulverização é realizado pelo operador, o qual nos pulverizadores manuais é responsável pelo transporte da calda (costais) e acionamento em alguns casos, e pelo controle da ponta de pulverização, que é conduzida por ele entre as culturas.

ManuaisSão aqueles que são transportados pelo operador nos de bombeamento prévio ou acionados através de alavanca e

também transportados.

Bombeamento prévioÉ o tipo de pulverizador em que a pressão é fornecida ao líquido antes do início da aplicação, podendo ser por injeção

de ar ou de líquido. Quando o bombeamento prévio é feito com injeção de ar, o pulverizador consta de um bomba, (pistão de couro ou

borracha sintética), de um depósito, da haste (pistola) e do bico de pulverização. No bombeamento com injeção de líquido, inicialmente o depósito é cheio de ar (bomba de pedal ou compressor) até a

pressão de 30 lbf.pol-2. A partir dessa pressão, o líquido é injetado até que a pressão no interior do depósito atinja 100 lbf.pol-2. Então, regula-se a pressão de trabalho, e realiza-se a pulverização do líquido.

Existe outro tipo de pulverizador manual, no qual a pressão é fornecida por balão de oxigênio sob alta pressão, sendo que neste caso os demais componentes do pulverizador são os mesmos citados anteriormente.

Bombeamento intermitente costalÉ constituído por um reservatório de 20 litros (normalmente), uma bomba de êmbolo ou diafragma acionada

manualmente por alavanca com bombeamento intermitente, duas correias para o operador transportar a máquina nas costas, mangueira de saída, pistola de pulverização com registro e bicos e agitador mecânico.

MotorizadosO conjunto motor e bomba são montados sobre uma padiola ou então um carrinho com rodas. Os operadores

movimentam-se com as mangueiras, que possuem pistolas e bicos pulverizadores na extremidade, entre a cultura a ser pulverizada. São utilizados em pequenas áreas e de difícil acesso.

TratorizadosOs pulverizadores de pistola tratorizados são equipamentos semelhantes aos pulverizadores de barras, nos quais as

barras são substituídas por mangueiras de pistolas que são manipuladas por operadores, principalmente, para pulverizações em árvores e arbustos. Deve-se ter cuidado para evitar perdas por deriva e provocar a contaminação do operador.

1.1.1.2 Pulverizadores de barrasSão aqueles em que os nos pulverizadores tem-se um barra porta bicos, nas quais o número de bicos varia em função

da forma de acionamento do pulverizador, da capacidade do tanque, etc.

De tração humanaSão pulverizadores costais como os citados anteriormente que são adaptados para serem puxados por tração humana.

Estes pulverizadores são montados sobre rodas de bicicletas e o seu acionamento é feito por um braço adaptado a uma das rodas, que será responsável pelo bombeamento intermitente. Estes pulverizadores podem ter uma pequena barra de pulverização adaptada contendo 3 ou mais bicos de pulverização.

De tração animalApresentam o mesmo sistema de funcionamento dos pulverizadores de tração humana, tendo-se no entanto, maior

capacidade do tanque de calda e também barras com maior número de bicos.

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TratorizadosOs pulverizadores tratorizados podem ser de acoplamento ao engate de 3 pontos ou acoplados a barra de tração

(pulverizadores de arrasto) do trator. A principal diferença entre estes dois tipos de pulverizadores é a capacidade do tanque, que nos pulverizadores montados a de até 800 litros de calda e nos pulverizadores de arrasto, é de 2000 (maioria) a 3000 litros, na maioria casos

Os componentes básicos de um pulverizador tratorizado são:

TanqueComo características desejáveis o tanque deve ser resistente, possuir agitadores internos para evitar a segregação da

calda e possuir drenos para facilitar a limpeza.

BombaTem a função de bombear o líquido sob alta pressão e vazão suficiente para garantir o funcionamento adequado dos

bicos de pulverização.Dentre os tipos de bomba, a mais comum é a de pistões, que é adaptada para altas pressões, mas requer câmara de

compressão (compensação) para uniformizar o fluxo. Além desta, tem-se também bombas de diafragma, roletes, e engrenagens, que são mais recomendadas para baixas pressões de uma maneira geral.

Regulador de pressãoControla o fluxo da bomba aos bicos, onde conforme a pressão de trabalho escolhida, este regulador envia maior ou

menor quantidade para o retorno do tanque. Nos modelos de reguladores de pressão simples ocorrem problemas com a variação da pressão em função da abertura ou fechamento de seções, e consequentemente variação da vazão de produto. Para evitar este problema, foram desenvolvidos sistemas com ajustes individuais para as diversas seções da barra, nos quais tem-se um regulador de pressão com retorno para cada seção, o que anula a influência da abertura ou fechamento de uma seção sobre as demais. Em outros sistemas, a vazão é proporcional a rotação do motor, o que evita problemas de variação da volume aplicado por área com a variação da rotação do trator.

Em pulverizadores modernos, o controle de pressão pode ser realizado por sistemas computadorizados, e a mistura do produto ocorre apenas no bico de pulverização.

ManômetroIndica a pressão de trabalho. É importante para ajustar a pressão de trabalho do bico dentro da faixa adequada.

RegistrosPermitem abrir e fechar as seções da barra independentemente. Na maioria dos casos, os pulverizadores possuem

registros para 2 ou 4 seções. A opção de 4 registros é interessante devido evitar a perda excessiva de produto com sobreposição.

FiltrosO pulverizador normalmente é composto por um filtro na entrada do tanque (tela) que tem a função de reter as

impurezas mais grossas, um filtro na saída do tanque, filtro de linha (localizado na mangueira de cada segmento de barra), e filtros nos bicos.

BicosEstes serão tratados separadamente mais adiante.

BarrasO tamanho da barra é diretamente proporcional a capacidade de trabalho. Porém, barras muito grandes geralmente

apresentam problemas estruturais (resistência mecânica) e de estabilidade (oscilações). Para evitar oscilações que provocam erros na distribuição da calda, muitos pulverizadores são equipados com sistemas estabilizadores, que podem ser amortecedores, molas, sistemas hidráulicos, e até eletrônicos.

As barras de pulverização também podem ser equipadas com sistemas antigotejo, pelo qual tem-se um diafragma que impede a saída de água das mangueiras do pulverizador quando o registro é fechado. Este sistema evita perda de produto.

Para diminuir a ação dos ventos e condições climáticas adversas, os pulverizadores também podem ser equipados com sistemas que promovem um fluxo de ar no sentido da pulverização (cortina de ar), o que acelera o carregamento das gotas para baixo, em direção ao solo.

Pulverizadores autopropelidosOs pulverizadores autopropelidos são semelhantes aos tratorizados, tendo-se como principal diferença a construção do

pulverizador sobre um chassi que apresenta motor e sistema de transmissão, sem ser necessário outra fonte de potência. São especialmente desenvolvidos para essa finalidade, por isso possuem vão livre alto que permite pulverizações em culturas mais altas do que os tratorizados, e também permitem a velocidade de trabalho maior, o que aumenta o rendimento.

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Pulverizadores aéreosOs aviões projetados especificamente para pulverização possuem tanque com capacidade de 680 litros de 550 kg nos

modelos mais antigos e 750 kg em modelos mais recentes. A bomba hidráulica normalmente utilizada é do tipo centrifuga, com acionamento através de hélice (bomba eólica), por motor hidráulico (pressão de óleo) ou motor elétrico.

Os bicos hidráulicos mais utilizados são do tipo cônico vazio e em jato plano (leque). O tamanho de gotas é controlado pelo ângulo de incidência do jato em relação ao vento, onde a incidência a 45º contra o vento forma gotas de tamanho menor, e a mudança do ângulo até a posição totalmente a favor do vento (para trás) forma as gotas de maior tamanho.

1.1.1.3 Bicos hidráulicosOs bicos hidráulicos dividem-se em bicos de jato plano, bicos de jato cônico vazio e bicos de jato cônico cheio.

Bicos de jato planoOs bicos de jato plano, mais conhecidos por bicos leque, são recomendados nas aplicações sobre superfícies planas,

próprios para a aplicação de herbicidas, onde o alvo pode ser a superfície do solo (PPI) ou as folhas das plantas (pós emergentes), etc.

Os bicos leque estão disponíveis no mercado em dois ângulos de abertura do leque, que são 80º e 110º. Se considerarmos um distância entre bicos de 0,5 m, a altura da barra visando obter uma boa cobertura é de 35 cm para os bicos de ângulo 110º e de 50 cm para os de 80º.

Em relação a vazão do bico, esta é codificada internacionalmente, onde os bicos na seqüência de cores verde, amarelo, azul, vermelho, marrom e cinza, correspondem as vazões de 0,15; 0,2; 0,3; 0,4; 0,5; galões americanos (3,8 litros) por minuto a pressão de 40 lb.pol-2, respectivamente.

A pressão de trabalho recomendada situa-se no intervalo de 15 a 60 lb.pol -2 (aproximadamente 1 a 4 bar), podendo variar de acordo com o fabricante. Quanto menor for a pressão utilizada, maior será o tamanho das gotas formadas. Entretanto, esta pressão não deve ser inferior a pressão mínima necessária para a correta abertura do leque.

ExemplosBico XR11002, onde 110 indica o ângulo de abertura (110º) e 02 a vazão em galões por minuto (0,2 galões);Bico 80-EF-03, onde 80 é o ângulo de abertura (80º) e 03 a vazão de 0,3 gal.min-1.

Os bicos de jato plano podem ser:

Jato simples Podem ter diferentes projetos e características que influenciam no tamanho de gota e forma de distribuição das gotas;

Jato simples com injeção de ar Nos quais o bico possui orifícios laterais ao fluxo de água que provocam a entrada de ar, envolvendo as gotas, que ficam

de tamanho maior (menor probabilidade de deriva) e quando batem na superfície do alvo elas se fragmenta e gotas menores;

Jato duploQue apresentam dois jatos, um na frente do outro para melhorar a cobertura do alvo;

DefletorNesse tipo de bico, o líquido sai por um orifício, formando um jato maciço, que ao se chocar contra uma superfície

inclinada irá formar o leque. Estes bicos produzem gotas de tamanho maior e também e chegam a um ângulo de até 127º.

FiltrosDe acordo com a vazão do bico, tem-se um filtro do bico específico recomendado, para evitar a obstrução do orifício do

mesmo. Essa recomendação é filtros de malha 50 (50 malhas.pol -2) para bicos leque com vazão de até 0,2 galão.min-1 e filtros com malha 80, no mínimo, para bicos com vazão de 0,15 e 0,1 galão.min-1.

Bicos de jato cônico vazioA passagem do líquido sob alta pressão por um disco difusor com um a dois canais periféricos e por um orifício circular

(bico) é responsável pela formação de um filme de gotas finas em forma de cone, que apresenta o centro vazio. De acordo com VELLOSO et al (1984), este bico é recomendado para aplicação de inseticidas, fungicidas, acaricidas e adubo foliares, devido a produção de gotas menores (100 a 200 m), que é ideal para penetrar na folhagem da cultura.

Outra característica que merece destaque, é que este tipo de bico forma uma espécie de turbilhonamento, o qual facilita atingir melhor as partes internas da cultura. Em contrapartida, deve-se ter mais atenção com os fatores climáticos, devido a formação de gotas menor que podem evaporar com facilidade e também ser transportadas pelo vento.

Na maioria dos casos, os bicos de jato cônico vazio seguem a numeração 1, 1,5, 2, 3, 4, 5, 6, que são caracterizados pela cor azul, marrom, preto, laranja, vermelho, verde e amarelo, respectivamente. O numero 1 significa que o diâmetro do orifício é 2/64 de polegada (0,079 mm).

Alguns modelos de bicos cônicos também permitem a troca do difusor, que possuir numeração 13, 23, 25 e 45, onde a menor numeração forma gotas pequenas e a maior, gotas maiores.

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FiltrosNeste tipo de bicos, a malha das peneiras deve ser 50 para bicos com numeração igual ou maior que 2, e para os bicos

com numeração menor que esta, a malha do filtro deve ser 80 ou superior.

Bicos cônicos de jato cheioSão semelhantes aos de cone vazio, entretanto, a presença de um difusor normal com um orifício no centro forma um

jato em cone com distribuição de produto em todo o centro.

1.1.1.4 Fatores a serem considerados na escolha de bicosOs bicos do pulverizador juntamente com as peneiras, são os componentes mais importantes para a realização de uma

pulverização adequada.Para a escolha do bico e da pressão de trabalho adequada, alguns fatores devem ser considerados, como:

Vazão de caldaQuanto maior for a necessidade de vazão de calda, maior terá que ser a vazão do bico, pois se for utilizado um bico com

baixa vazão, uma das formas de se aumentar a vazão por ha é aumentar a pressão de trabalho, tendo-se conseqüências como a redução do tamanho das gotas produzidas e a durabilidade do bico. Outra forma de se aumentar a vazão por ha é a diminuição da velocidade de deslocamento, o que provocará um redução da rendimento de trabalho, que também não é interessante.

O rendimento operacional do pulverizador também é diretamente proporcional a vazão de calda em l.ha -1, onde, a redução da vazão aumenta o rendimento, pois será necessário um menor número de reabastecimentos. Com o aumento do rendimento, se pode realizar as pulverizações nas horas mais adequadas, que são até 9 horas da manhã e após as 17 horas, na maioria dos casos.

Em termos de volume de calda aplicada litros por hectare, tem-se: alto volume para vazões superiores a 600, volume médio de 200 a 600, baixo volume de 50 a 200, muito baixo volume de 5 a 50, e ultra baixo volume menor do 5 l.ha-1.

Condições climáticasAs condições climáticas adequadas para a pulverização são: temperatura (T) inferior a 30ºC, umidade relativa do ar (UR)

superior a 55% e velocidade do vento (VV) entre 3 e 10 km.h-1. Ao se utilizar uma gota de muito pequena, em condições de clima inadequado (T>30º C, UR<55%) as gotas se evaporam

antes de chegar no alvo. Só para ter uma idéia, na Tabela 7.1 pode-se verificar que a o tempo de vida e a distância de queda das gotas é significativamente reduzida com o aumento da temperatura e a redução da UR.

Quanto a velocidade do vento, nas velocidades inferiores a 3 km.h-1 as gotas menores flutuam e formam névoa seca que se pode deslocar por vários km com o vento. Já no outro extremo (velocidade acima de 10 km.h -1) carregam as gotas (deriva), sendo esta distância maior, quanto menores forem as gotas. Na Tabela 7.2, se pode verificar a influência do velocidade vento sobre a distância de deriva em diferentes tamanhos que podem ser utilizados para pulverização.

Tabela 1.1 - Tempo de vida da gota em função do tamanho, da temperatura e da umidade relativaCondições climáticas T = 20º C e UR = 80% T = 30º C e UR = 50%Diâmetro das gotas (m) 50 100 200 50 100 200Tempo de extinção 14 s 57 s 227 s 4 s 16 s 65 sDistância de queda 0,127 m 6,7 m 81,7 m 0,032 m 1,8 m 21,0 m

Fonte: MATUO (1998)

Tabela 1.2 - Efeito do diâmetro da gota, aplicada a 3 metros de altura e velocidade do vento de 5 km.h -1, sobre o deslocamento lateral (deriva) e tempo para atingir o solo

Diâmetro das gotas (m)5 33 100 200 500

Deslocamento lateral (m) 5400 120 15 5,6 2,1Tempo p/ atingir o solo (s) 3600 90 11 4 2

Fonte: VELLOSO et al. (1984)Embora a altura de queda da gota não é de 3 m numa pulverização com um pulverizador de barras, na Tabela 7.2 se

pode verificar que a utilização de gotas menores que 100 não é recomendado, exceto para pulverizadores equipados com sistemas antideriva (assistência de ar, etc.).

Alvo a ser atingido

Tamanho de gotaDe acordo com o alvo a ser atingido, tem-se um tamanho de gota recomendado. De acordo com MATUO (1998), para

insetos em vôo o tamanho de gota deve estar entre 10 a 50 m, insetos sobre folhas de 30 a 50 m, folhagem de 40 a 100 m, e para solo de 250 a 500 m. Este último tamanho de gota também é recomendado para evitar a deriva, pois de nada adianta ter uma gota de tamanho ótimo para o alvo, mas esta não chega até ele.

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Densidade de gotasDe acordo com o tipo de produto a ser pulverizado, tem-se uma densidade de gotas recomendada por centímetro

quadrado (Tabela 7.3).

Tabela 1.3 – Densidade de gotas recomendada para os diferentes tipos de pulverizaçãoTipo de pulverização Densidade de gotas.cm-2

Inseticidas 20 - 30Herbicidas em pré-emergência 20 - 30Herbicidas de contato (pós-emergência) 30 - 40Fungicidas sistêmicos 30 - 40Fungicidas de contato 50 - 70

1.1.2 EletrohidrodinâmicosConsistem em submeter o líquido a uma tensão de 22 a 26 mil volts, no momento em que sai do bico do interior de um

reservatório. A energia aplicada ao fluxo de líquido o induz a subdividir-se em pequenas gotas que são carregadas eletricamente, sendo então atraídas pelas folhas das plantas. Alguns pulverizadores autopropelidos modernos são equipados com esta princípio de formação de gotas, e acredita-se que obtém-se melhor cobertura foliar tanto na parte de cima da folha como na parte inferior, devido a atração das gotas pelas plantas.

1.1.3 Pneumáticos (Atomizadores)A subdivisão do líquido ocorre pelo impacto desse, sob baixa pressão, com uma corrente de ar de alta velocidade,

geralmente produzida por um ventilador centrífugo. Uma boa fragmentação é obtida quando a velocidade do ar é superior a 70 m.s-1. Na maioria dos casos, os atomizadores utilizam este princípio de funcionamento, e pelo fato de produzirem gotas muito pequenas que são lançadas sobre as plantas a longas distâncias, sofrem muita influência da ação dos ventos. Devido a isso, são utilizados em algumas situação específicas como aplicação de produtos na fruticultura, inseticidas e fungicidas em algumas culturas anuais, etc.1.1.3.1 Atomizadores costais motorizados

Possuem motor de 2 tempos que aciona uma turbina, reservatório de combustível, reservatório de calda, tubulações e registros. A atomização do produto é feita pelo impacto do líquido com a corrente de ar ou podem ser equipados com uma turbina, a qual através da atomização centrífuga, que faz a subdivisão inicial do liquido e coloca as gotas produzidas em contato com o fluxo de ar.

1.1.3.2 Atomizadores tratorizadosPodem ser de acoplamento pelo sistema de 3 pontos do trator (montados) ou na barra de tração (arrasto). E alguns

pulverizadores, uma bomba centrífuga conduz o líquido sob baixa pressão até o interior de cilindro de tela, escova circular ou um rotor ranhurado, que produz as gotas de tamanho pequeno que serão lançadas para o fluxo de ar (combinação de atomização gasosa com centrífuga). Este tipo de mecanismo é comum em atomizadores montados, também chamados de “jatão”.

Em outros atomizadores, tem-se um bomba hidráulica que envia o líquido sob alta pressão ate bicos hidráulicos que formarão gotas que serão lançadas até a copa das árvores através de um grande fluxo de ar, substituindo o ar existente por aquele misturado ao produto, atingindo até o interior das árvores.

1.1.3.3 Atomizadores aéreosNos aviões agrícolas com sistema de atomização, o produto é enviado sob baixa pressão a atomizadores rotativos

chamados de Micronair. Estes sistemas são acionados por hélices que compõem o Micronair e a vazão é regulada pelo fluxo de líquido que chega até este, enquanto, o tamanho das gotas a serem produzidas é controlado pela variação da rotação do cilindro, que é feita variando-se o ângulo de choque da hélice com a direção do vento.

1.2 POLVILHADORASUsadas para aplicar pó. São pouco usadas devido o pó veículo (argila, talco e gesso) e o princípio ativo possuirem

densidades diferentes, e na hora da pulverização pode ocorrer separação de ambos, comprometendo a eficiência da aplicação. Seu principio de funcionamento é através de um fluxo de ar produzido por um ventilador que distribui o pó do produto previamente dosado. Podem ser manuais, tratorizadas ou aéreas

1.3 APLICADORAS DE MICROGRÂNULOSSão máquinas usadas para aplicar grânulos, nos quais não se tem o problema de separação como nos produtos em pó.

Estas máquinas podem ser manuais, tratorizadas ou até aéreas. A dosagem de produto na maioria dos casos é realizada por cilindros ranhurados.1.4 REGULAGEM DE PULVERIZADORES1.4.1 Pulverizadores de lançasCostais

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Motorizados Tratorizados1.4.2 Pulverizadores de barrasTração animalTratorizados e autopropelidosAéreos1.4.3 AtomizadoresCostais motorizadosTratorizadosAéreos