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Resumo ESTUDO EXPERIMENTAL DE PISOTEIO: RELAÇÃO ENTRE INTENSIDADE DE PISOTEIO E RESPOSTA DA VEGETAÇÃO EM UM FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA, SÃO PAULO, SP, BRASIL Autores: Maria Francisca Roncero-Siles (1), Marisa Dantas Bitencourt (1), Maria Margarida da Rocha Fiuza de Melo (2) Filiação: 1. Universidade de São Paulo, Instituto de Biociências, Depto. de Ecologia, São Paulo, SP, Brasil, 2. Instituto de Botânica, Seção de Curadoria do Herbário, São Paulo, SP, Brasil Palavras Chave: ecologia da recreação, experimento de pisoteio, vegetação Resumo: Foi realizado um experimento na Reserva Biológica do Parque Estadual Fontes do Ipiranga (São Paulo, SP, Brasil), visando fornecer dados sobre a resposta da vegetação aos impactos provocados pelo pisoteio e sobre a recuperação após o uso. O desenho experimental foi uma adaptação do protocolo padrão desenvolvido por Cole e Bayfield (1993), com o intuito de conferir se pode ser aplicado em florestas tropicais. Foram instaladas quatro parcelas e aplicado tratamento com pisoteio de 0, 25, 75, 200 e 500 passadas. As medidas foram realizadas antes do pisoteio, 10 dias e seis meses após. Foram consideradas as seguintes variáveis: diversidade de tipos morfofuncionais, e percentagens de cobertura vegetal total do estrato herbáceo, de cada um dos tipos e de solo exposto. Os resultados das análises descritivas mostraram que: para 500 passadas, houve perda na diversidade de tipos morfofuncionais e recuperação parcial, a perda de cobertura vegetal total aumenta com a intensidade do pisoteio, havendo recuperação parcial ou total para 25 e 75, mas não para 200 e 500 passadas. Devido à grande heterogeneidade entre parcelas, as análises só foram possíveis para dois dos tipos: as fanerófitas menores de 50 cm, com perda para 75, quase total para 500, e recuperação para 25, 75 e 500 passadas, as herbáceas não graminosas apresentaram perdas acima de 50% na maior parte das parcelas e para todas as intensidades de pisoteio, não havendo recuperação em nenhum caso. Quanto ao solo exposto, observou-se uma maior percentagem a partir de 200 passadas, sem alteração entre o inicio e após seis meses. A Análise da Variância para Experimentos com Mediadas Repetidas, mostrou evidências do efeito do pisoteio sobre a perda relativa para cobertura vegetal total e para as fanerófitas menores de 50 cm, bem como da não recuperação. Assim, a classificação em tipos morfofuncionais proposta pode ser útil para quantificar a resposta da vegetação frente ao pisoteio, além da cobertura vegetal total.

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Resumo

ESTUDO EXPERIMENTAL DE PISOTEIO: RELAÇÃO ENTRE INTENSIDADE DE PISOTEIO E RESPOSTA DA VEGETAÇÃO EM UM FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA, SÃO PAULO, SP, BRASIL

Autores: Maria Francisca Roncero-Siles (1), Marisa Dantas Bitencourt (1), Maria Margarida da Rocha Fiuza de Melo (2)

Filiação: 1. Universidade de São Paulo, Instituto de Biociências, Depto. de Ecologia, São Paulo, SP, Brasil, 2. Instituto de Botânica, Seção de Curadoria do Herbário, São Paulo, SP, Brasil

Palavras Chave: ecologia da recreação, experimento de pisoteio, vegetação

Resumo: Foi realizado um experimento na Reserva Biológica do Parque Estadual Fontes do Ipiranga (São Paulo, SP, Brasil), visando fornecer dados sobre a resposta da vegetação aos impactos provocados pelo pisoteio e sobre a recuperação após o uso. O desenho experimental foi uma adaptação do protocolo padrão desenvolvido por Cole e Bayfield (1993), com o intuito de conferir se pode ser aplicado em florestas tropicais. Foram instaladas quatro parcelas e aplicado tratamento com pisoteio de 0, 25, 75, 200 e 500 passadas. As medidas foram realizadas antes do pisoteio, 10 dias e seis meses após. Foram consideradas as seguintes variáveis: diversidade de tipos morfofuncionais, e percentagens de cobertura vegetal total do estrato herbáceo, de cada um dos tipos e de solo exposto. Os resultados das análises descritivas mostraram que: para 500 passadas, houve perda na diversidade de tipos morfofuncionais e recuperação parcial, a perda de cobertura vegetal total aumenta com a intensidade do pisoteio, havendo recuperação parcial ou total para 25 e 75, mas não para 200 e 500 passadas. Devido à grande heterogeneidade entre parcelas, as análises só foram possíveis para dois dos tipos: as fanerófitas menores de 50 cm, com perda para 75, quase total para 500, e recuperação para 25, 75 e 500 passadas, as herbáceas não graminosas apresentaram perdas acima de 50% na maior parte das parcelas e para todas as intensidades de pisoteio, não havendo recuperação em nenhum caso. Quanto ao solo exposto, observou-se uma maior percentagem a partir de 200 passadas, sem alteração entre o inicio e após seis meses. A Análise da Variância para Experimentos com Mediadas Repetidas, mostrou evidências do efeito do pisoteio sobre a perda relativa para cobertura vegetal total e para as fanerófitas menores de 50 cm, bem como da não recuperação. Assim, a classificação em tipos morfofuncionais proposta pode ser útil para quantificar a resposta da vegetação frente ao pisoteio, além da cobertura vegetal total.