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  • Emily Dickinson

    (traduo de M C Ferreira)

    que sempre ameitrago-te provasat que amassesvoltas e voltasque te amar heino se comprovaque amor vidaida - sem volta

    dvida, amado ?fiz o que pude :abracabrao-tepor vias crucis.

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    A bela de Amherst

    Ela varre com vassouras multicoresE sai espalhando fiapos, Dona arrumadeira do crepsculo,Volta atrs e espana os lagos:

    Deixaste cair novelo de prpura,E acol um fio de mbar,Agora, vejam, alastras todo o lesteCom estes trapos de esmeralda!

    Inda a brandir vassouras coloridas,Inda a esvoaar aventais,At que as piaabas viram estrelas E eu me vou, no olho mais.

    (Trad. Ala de Oliveira Gomes)

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  • Tive uma jia nos meus dedos E adormeci Quente era o dia, tdio os ventos " minha", eu disse

    Acordo e os meus honestos dedos(Foi-se a Gema) censuro Uma saudade de Ametista o que eu possuo

    Trad. Augusto de Campos

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    Noites Loucas Noites Loucas!Estivesse eu contigoNoites Loucas seriamNosso luxuoso abrigo!

    Para Corao em porto Ventos so coisas fteis Bssolas dispensveis Portulanos inteis!

    Navegando em pleno den Ah, o Mar!Quem dera esta Noite em TiAncorar!

    Trad. Paulo Henriques Britto

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    Primeiro Ato achar,Perder o segundo Ato,Terceiro, a Viagem em buscaDo Velocino Dourado

    Quarto, no h Descoberta Quinta, nem Tripulao Por fim, no h Velocino Falso tambm Jaso.

  • Traduo: Paulo Henriques Britto

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    Uma palavra morreQuando dita Dir-se-ia Pois eu digoQue ela nasceNesse dia.

    Trad. Ala de Oliveira Gomes

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    Dentre todas as Almas j criadas

    Emily Dickinson

    Dentre todas as Almas j criadas -Uma - foi minha escolha -Quando Alma e Essncia - se esvarem -E a Mentira - se for -

    Quando o que - e o que j foi - ao lado -Intrnsecos - ficarem -E o Drama efmero do corpo -Como Areia - escoar -

    Quando as Fidalgas Faces se mostrarem -E a Neblina - fundir-se -Eis - entre as lpides de Barro -O tomo que eu quis!

    (Traduo: Jos Lira)

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    Algo existe

  • Traduo de Lcia Olinto

    Algo existe num dia de vero,No lento apagar de suas chamas,Que me impele a ser solene.Algo, num meio-dia de vero,Uma fundura - um azul - uma fragrncia,Que o xtase transcende.H, tambm, numa noite de vero,Algo to brilhante e arrebatadorQue s para ver aplaudo -E escondo minha face inquisidoraReceando que um encanto assim to trmuloE sutil, de mim se escape.

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    Beleza e Verdade

    Traduo de Manuel Bandeira

    Morri pela beleza, mas apenas estavaAcomodada em meu tmulo,Algum que morrera pela verdade,Era depositado no carneiro prximo.Perguntou-me baixinho o que me matara. A beleza, respondi. A mim, a verdade, a mesma coisa,Somos irmos.E assim, como parentes que uma noite se encontram,Conversamos de jazigo a jazigoAt que o musgo alcanou os nossos lbiosE cobriu os nossos nomes.

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    Cemitrio

    Traduo de Manuel Bandeira

  • Este p foram damas, cavalheiros,Rapazes e meninas;Foi riso, foi esprito e suspiro,Vestidos, tranas finas.Este lugar foram jardins que abelhasE flores alegraram.Findo o vero, findava o seu destino...E como estes, passaram.

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    Traduo de Ana Lusa Amaral

    Espingarda Carregada - a minha Vida -Por Cantos - assim for aAt passar o Dono - Me marcar -E Me levar embora -E agora erramos em Bosques Reais -E perseguimos uma Cora agora -E cada vez que falo em Sua vez -As Montanhas respondem sem demora -E se eu sorrio, uma amigvel luz -No Vale se faz ver - como se uma face de VesvioSoltasse o seu prazerE quando Noite - j cumprido o Dia -Guardo a Cabea do Meu Dono -Melhor do que Almofada em Penas SuavesPartilhada - no sono -Do inimigo Seu - sou-o, mortal -No se torna a agitar -Esse em quem pouse o meu Olho Amarelo -Ou enftico Polegar -Embora eu possa viver mais - do que EleEle mais do que eu - deve viver -Que eu s tenho o poder de matar,Sem - o poder de morrer -

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    Traduo de Ana Lusa Amaral

    H uma palavraQue empunha uma espadaPode trespassar um homem armado -Lana as suas slabas de farpaE fica-se, calada.Mas onde tombarOs salvos diroEm dia da nao,Deixou de respirar

  • Um irmo, um soldado.Por onde corra o sol arfante -Ou o dia vagueie -A, o seu ataque sossegado -E a sua vitria!Notai o atirador mais hbil!O tiro mais certeiro!O mais sublime alvo do Tempo,A alma "sem memria"!

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    Traduo de Maria do Carmo Ferreira

    e se eu disser que j demaise arrebentar portas carnaise extrapolar compassos?

    e se eu limar at o sabugoalm da dor alm do lutoe liberar meus passos?

    ningum me pega mais - nem morta!corram masmorras com revlveresnada mais faz sentido

    como o sorriso - nem me lembrem!laos & fitas - shows mambembese o que morreu - comigo

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    Traduo de Ana Lusa Amaral

    No sou Ningum! Quem s?s tu - Ningum - tambm?H, pois, um par de ns?No fales! No vo eles - contar!Que horror - o ser - Algum!Que vulgar - como R -Passar o Junho todo - a anunciar o nomeA charco de pasmar!

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    Traduo de Ana Lusa Amaral

    Porque no pude deter-me para a Morte -Parou Ela amavelmente para mim -Na Carruagem cabamos s NsE a Imortalidade.Seguimos devagar - Ela sem pressa -E eu pusera de ladoO meu trabalho e o cio tambmPela Sua Cortesia

    Passmos pela Escola, onde, em Recreio,E no Adro - lutavam as Crianas -Passmos pelos Campos de Trigo de Espanto -Passmos o Sol posto -Melhor - passou-Nos Ele -O Orvalho caa frio e trmulo -Porque de Gaze s o meu Vestido -E a minha Estola - era de Tule s -Parmos junto a Casa semelhanteA Inchao no Solo -O Telhado da casa mal se via -A Cornija - no Solo -Desde ento - Sculos h - pormTudo parece menos que esse DiaEm que primeiro adivinhei que as CrinasApontavam para a Eternidade

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    Traduo de Ana Lusa Amaral

    Noites - Noites selvagens!Estivesse eu - contigoTais Noites - o nossoDeleite - seriam!Fteis - os Ventos -A Corao em Porto -Intil - a Bssola!Como a Carta - intil!Remando - em den!Ah! o Mar!E eu ancorar - Esta Noite -Em Ti!

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    Alguns guardam o Domingo indo IgrejaEu o guardo ficando em casaTendo um Sabi como cantorE um Pomar por Santurio.Alguns guardam o Domingo em vestes brancasMas eu s uso minhas AsasE ao invs do repicar dos sinos na IgrejaNosso pssaro canta na palmeira. Deus que est pregando, pregador admirvelE o seu sermo sempre curto.Assim, ao invs de chegar ao Cu, s no finalEu o encontro o tempo todo no quintal!

    Whether my bark went down at sea -Whether she met with gales -Whether to isles enchanted -She bent her docile sails -

    By what music mooringShe is held today -This is the errand of the eyeOut upon the Bay.

    Emily Dikinson

    Se meu barco foi ao fundo do mar,Se encontrou ventos cruis,Ou se em ilhas encantadasRecolheu suas velas dceis;

    Ou em que msticos portosHoje ele ancora -Esta a misso de meus olhos,Baa afora.

    Emily Dikinson (Traduo: Ala de Oliveira Gomes)

    Enviado por: Jos P. Di Cavalcanti Jr.

    A bela de Amherst

    Emily Dickinson

  • 219

    Ela varre com vassouras multicores E sai espalhando fiapos, Dona arrumadeira do crepsculo, Volta atrs e espana os lagos:

    Deixaste cair novelo de prpura, E acol um fio de mbar, Agora, vejam, alastras todo o leste Com estes trapos de esmeralda!

    Inda a brandir vassouras coloridas, Inda a esvoaar aventais, At que as piaabas viram estrelas E eu me vou, no olho mais.

    Traduo: Ala de Oliveira Gomes

    219

    She sweeps with many-colored Brooms And leaves the Shreds behind Oh Housewife in the Evening West Come back, and dust the Pond!

    You dropped a Purple Ravelling in You dropped an Amber thread And how you've littered all the East With duds of Emerald!

    And still, she plies her spotted Brooms, And still the Aprons fly, Till Brooms fade softly into stars And then I come away

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    245

    Tive uma jia nos meus dedos E adormeci Quente era o dia, tdio os ventos " minha", eu disse

    Acordo e os meus honestos dedos (Foi-se a Gema) censuro Uma saudade de Ametista o que eu possuo

    Traduo: Augusto de Campos

    245

    I held a Jewel in my fingers And went to sleep The day was warm, and winds were prosy I said "'Twill keep"

  • I woke and chid my honest fingers, The Gem was gone And now, an Amethyst remembrance Is all I own

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    249

    Noites Loucas Noites Loucas! Estivesse eu contigo Noites Loucas seriam Nosso luxuoso abrigo!

    Para Corao em porto Ventos so coisas fteis Bssolas dispensveis Portulanos inteis!

    Navegando em pleno den Ah, o Mar! Quem dera esta Noite em Ti Ancorar!

    Traduo: Paulo Henriques Britto

    249

    Wild Nights Wild Nights! Were I with thee Wild Nights should be Our luxury!

    Futile the Winds To a Heart in port Done with the Compass Done with the Chart!

    Rowing in Eden Ah, the Sea! Might I but moor Tonight In Thee!

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    870

    Primeiro Ato achar, Perder o segundo Ato, Terceiro, a Viagem em busca Do Velocino Dourado

    Quarto, no h Descoberta Quinta, nem Tripulao Por fim, no h Velocino Falso tambm Jaso.

    Traduo: Paulo Henriques Britto

  • 870

    Finding is the first Act The second, loss, Third, Expedition for The Golden Fleece

    Fourth, no Discovery Fifth, no Crew Finally, no Golden Fleece Jason sham too.

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    1212

    Uma palavra morre Quando dita Dir-se-ia Pois eu digo Que ela nasce Nesse dia.

    Traduo: Ala de Oliveira Gomes

    1212

    A word is dead When it is said, Some say.

    I say it just Begins to live That day.

    Tradues: "219", "245", "1212" Ala de Oliveira Gomes In Emily Dickinson - Uma Centena de Poemas T.A. Queiroz/Edusp, So Paulo, 1985 "245" Augusto de Campos In O Anticrtico Cia. das Letras, So Paulo, 1986 "249", "870" Paulo Henriques Britto