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ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO NA NUTRIÇÃO EM PROPRIEDADES DE GADO DE CORTE 1 BRASILEIRO, M. S.²; CASETA, M. C. 3 ¹ Revisão bibliográfica realizada como parte da avaliação final para conclusão do curso de Pós-Graduação em Nutrição e Alimentação de Ruminantes, Faculdades Associadas de Uberaba, Uberaba (MG). ² Graduada em Zootecnia, Universidade Estadual de Goiás, São Luis de Montes Belos (GO), e-mail: [email protected] 3 Especialista em Gestão do Agronegócio, REHAGRO – Recursos Humanos no Agronegócio, Uberaba (MG), email: [email protected] RESUMO: O Planejamento na nutrição animal parte da coleta de informações referentes à alimentação do gado de corte, especificamente neste estudo, no ciclo de produção visando estratégias de ação de longo, médio e curto prazo. Alguns fatores que devem ser considerados no Planejamento são: recursos animal, hídrico, mão de obra disponível, condições climáticas e área produtiva. Essa ferramenta se baseia em três pilares que são Estratégico (também denominado longo prazo, aborda a análise de fatores externos e internos), Tático (também conhecido por médio prazo, define metas) e Operacional (reconhecido por curto prazo, envolve atividades cotidianas). Todos serão analisados no presente estudo. Assim, tem-se por objetivo a diminuição de custos da produção animal, visando, em primazia, benefícios financeiros, maior controle na alimentação animal e benefícios nutricionais a partir do aproveitamento do melhor estágio da planta ou da ensilagem. Este estudo tem por objetivo demonstrar os benefícios do Planejamento na alimentação do gado de corte a partir da análise de pesquisas relacionadas ao tema. Espera-se com o delineamento dessa pesquisa uma ampliação na literatura a fim de fundamentar estudos futuros envolvendo a ferramenta supracitada, ampliando o conhecimento em relação a valorização da técnica e os benefícios que podem ser alcançados. PALAVRAS CHAVE: Benefícios financeiros; bovinocultura de corte; nutrição animal; ferramenta de controle. ANALYSIS OF THE IMPORTANCE OF PLANNING IN NUTRITION ON PROPERTIES OF CATTLE SUMMARY: Planning in animal nutrition part of the collection of information about food of cattle, specifically in this study, the production cycle action strategies aimed at long, medium and short term. Some factors to consider in planning are: Animal resources, water, manpower available, climatic conditions and productive area. This tool is based on three pillars that are strategic (also called long-term deals with the analysis of external and internal factors), Tactical (also known as medium-term targets are defined) and Operational (known for short, involves daily activities). All will be analyzed in this study. Thus, it has as objective the reduction of costs of animal production, aiming at supremacy, financial benefits, greater control in animal feed and nutritional benefits from the use of the best stage of plant or silage. This study aims to demonstrate the benefits of planning in the supply of cattle from the analysis of related research. It is expected to outline an extension of this research literature to support future studies involving the aforementioned tool, enhancing the knowledge about the valuation technique and the benefits that can be achieved. KEYWORDS: Financial benefits; beef cattle, animal nutrition, tracking tool. INTRODUÇÃO A bovinocultura de corte brasileira vem se transformando ao longo dos anos, essa transformação é uma exigência do mercado, que antes admitia produções somente artesanais e hoje já não suporta mais esse tipo produtivo. Sendo assim os produtores viram-se obrigados a buscar por novas tecnologias, alternativas e organização da cadeia para que a produção sofra uma transformação e deixe de ser feita de subsistência, mas também obter lucro com a atividade e assim deixar o cenário de subsistência e se transformar em empresa rural. Com sua produção feita basicamente em sistemas de pastagens com predominância na utilização de gramíneas, que apresentam estacionalidade de produção, obrigando assim o produtor a investir em adubação, suplementação e planejamento que objetivam a diminuição dos impactos dessa escassez temporária de alimentos e redução nos custos. O planejamento que se apresenta como uma ferramenta eficaz para a exploração racional e é sustentado em princípios sólidos relativos a peculiaridades encontradas no sistema. Segundo Aguiar (2010) a dinâmica do rebanho, a identificação de épocas críticas para nutrição e a definição de níveis de produtividade das pastagens no ano, são fatores importantes no planejamento que possui três níveis estratégico, tático e operacional e ajudam a fazer o delineamento da produção, isso é, fornecem informações para o correto planejamento.

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Manejo de pastagem

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ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO NA NUTRIÇÃO EM PROPRIEDADES DE GADO DE CORTE1

BRASILEIRO, M. S.²; CASETA, M. C.3

¹ Revisão bibliográfica realizada como parte da avaliação final para conclusão do curso de Pós-Graduação em Nutrição e Alimentação de Ruminantes, Faculdades Associadas de Uberaba, Uberaba (MG). ²Graduada em Zootecnia, Universidade Estadual de Goiás, São Luis de Montes Belos (GO), e-mail: [email protected] 3 Especialista em Gestão do Agronegócio, REHAGRO – Recursos Humanos no Agronegócio, Uberaba (MG), email: [email protected]

RESUMO: O Planejamento na nutrição animal parte da coleta de informações referentes à alimentação do gado de corte, especificamente neste estudo, no ciclo de produção visando estratégias de ação de longo, médio e curto prazo. Alguns fatores que devem ser considerados no Planejamento são: recursos animal, hídrico, mão de obra disponível, condições climáticas e área produtiva. Essa ferramenta se baseia em três pilares que são Estratégico (também denominado longo prazo, aborda a análise de fatores externos e internos), Tático (também conhecido por médio prazo, define metas) e Operacional (reconhecido por curto prazo, envolve atividades cotidianas). Todos serão analisados no presente estudo. Assim, tem-se por objetivo a diminuição de custos da produção animal, visando, em primazia, benefícios financeiros, maior controle na alimentação animal e benefícios nutricionais a partir do aproveitamento do melhor estágio da planta ou da ensilagem. Este estudo tem por objetivo demonstrar os benefícios do Planejamento na alimentação do gado de corte a partir da análise de pesquisas relacionadas ao tema. Espera-se com o delineamento dessa pesquisa uma ampliação na literatura a fim de fundamentar estudos futuros envolvendo a ferramenta supracitada, ampliando o conhecimento em relação a valorização da técnica e os benefícios que podem ser alcançados. PALAVRAS CHAVE: Benefícios financeiros; bovinocultura de corte; nutrição animal; ferramenta de controle. ANALYSIS OF THE IMPORTANCE OF PLANNING IN NUTRITION ON PROPERTIES OF

CATTLE

SUMMARY: Planning in animal nutrition part of the collection of information about food of cattle, specifically in this study, the production cycle action strategies aimed at long, medium and short term. Some factors to consider in planning are: Animal resources, water, manpower available, climatic conditions and productive area. This tool is based on three pillars that are strategic (also called long-term deals with the analysis of external and internal factors), Tactical (also known as medium-term targets are defined) and Operational (known for short, involves daily activities). All will be analyzed in this study. Thus, it has as objective the reduction of costs of animal production, aiming at supremacy, financial benefits, greater control in animal feed and nutritional benefits from the use of the best stage of plant or silage. This study aims to demonstrate the benefits of planning in the supply of cattle from the analysis of related research. It is expected to outline an extension of this research literature to support future studies involving the aforementioned tool, enhancing the knowledge about the valuation technique and the benefits that can be achieved. KEYWORDS: Financial benefits; beef cattle, animal nutrition, tracking tool.

INTRODUÇÃO

A bovinocultura de corte brasileira vem se transformando ao longo dos anos, essa transformação é uma exigência do mercado, que antes admitia produções somente artesanais e hoje já não suporta mais esse tipo produtivo. Sendo assim os produtores viram-se obrigados a buscar por novas tecnologias, alternativas e organização da cadeia para que a produção sofra uma transformação e deixe de ser feita de subsistência, mas também obter lucro com a atividade e assim deixar o cenário de subsistência e se transformar em empresa rural.

Com sua produção feita basicamente em sistemas de pastagens com predominância na utilização de gramíneas, que apresentam estacionalidade de produção,

obrigando assim o produtor a investir em adubação, suplementação e planejamento que objetivam a diminuição dos impactos dessa escassez temporária de alimentos e redução nos custos. O planejamento que se apresenta como uma ferramenta eficaz para a exploração racional e é sustentado em princípios sólidos relativos a peculiaridades encontradas no sistema. Segundo Aguiar (2010) a dinâmica do rebanho, a identificação de épocas críticas para nutrição e a definição de níveis de produtividade das pastagens no ano, são fatores importantes no planejamento que possui três níveis estratégico, tático e operacional e ajudam a fazer o delineamento da produção, isso é, fornecem informações para o correto planejamento.

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Barioni et al. (2003) salienta que a gestão ineficiente dos recursos e a falta de planejamento quando em sistemas de produção a pasto pode resultar em baixa produtividade, lucratividade, degradação de pastagens e ainda a morte de animais por falta de alimentação. Segundo Barbosa (2004) a exigência nutricional do animal ao longo do ano é outro ponto importante no planejamento e está ligado à demanda e ao planejamento forrageiro. A exigência varia de acordo com sexo, idade, raça, estádio fisiológico e ganho de peso projetado, sendo assim quando se analisa a exigência nutricional e a quantidade e qualidade da forragem ao longo do ano pode-se definir a demanda desse alimento e se há necessidade de suplementação proteica, energética, mineral e vitamínica para o atendimento dos objetivos em ganho de peso e/ou reprodução.

Após a análise desses fatores, que foram a motivação na confecção dessa revisão, que visa discutir a importância do planejamento na produção de gado de corte para redução de custos, minimizando perdas e aumentando lucros.

DESENVOLVIMENTO

O planejamento técnico aliado ao financeiro é uma ferramenta imprescindível para verificar a viabilidade operacional e econômica das estratégias assumidas dentro do sistema e fornecer com maior precisão as informações necessárias para a tomada de decisão. É necessário mensurar e avaliar economicamente o impacto do uso das tecnologias disponíveis para o aumento dos índices zootécnicos e produtivos nas diversas fases do ciclo de produção de bovinos, de acordo com cada sistema em particular, para que possa ser indicada a técnica adequada e economicamente viável (BARBOSA; SOUZA, 2007).

Aspectos da Bovinocultura no Brasil De acordo com o Ministério da Agricultura (2012) O Brasil lidera o ranking de maior exportador de carne bovina do mundo desde 2008 e as estatísticas mostram crescimento também para os próximos anos. A exportação de carne bovina crescerá a 2,15% ao ano. Fato esse que demonstra a necessidade de tecnificação e organização da cadeia produtiva desse setor produtivo. Segundo Paulino (2011) a eficiência produtiva e econômica passaram a ser sinônimos de sobrevivência na atual conjectura do mercado de carne. Contudo o Brasil ainda apresenta índices produtivos e econômicos pouco representativos de uma pecuária desenvolvida. Afirma ainda que a atividade de pecuária de corte precisa e vem passando por uma nova fase de transformações profundas, baseadas em uso de tecnologias de produção que possibilitem não só incrementos em produtividade, mas principalmente, em maior rentabilidade do pecuarista.

Considerada como uma das cadeias produtivas mais extensas e complexas, a bovinocultura de corte envolve múltiplos atores, desde a indústria de equipamentos e insumos até o consumidor final. Nessa

cadeia, tem especial importância o elo central representado pelas fazendas de gado (CEZAR et al, 2005).

Devido à grande extensão territorial disponível e às características agropecuárias, o sistema de produção predominante é o de criação extensiva. Neste tipo de criação, o gado é engordado preferencialmente por pastagens e algum complemento alimentar caso seja necessário. O alto preço da inovação tecnológica, o alto custo dos insumos, são alguns dos fatores que nitidamente desestimulam práticas de criação mais intensivas, segundo a CNA (2008).

Assim, torna-se evidente que o estabelecimento, ou a adequação, de um determinado sistema de produção não depende unicamente do desejo do produtor, mas está, intimamente, relacionado com as condições socioeconômicas e culturais da região e da sua possibilidade e capacidade de promover investimentos. Ao considerar a diversidade de regiões e condições existente no Brasil e ainda a necessidade de lucratividade dessa atividade, pode-se concluir que no Brasil, dificilmente, existirá um sistema de produção de gado de corte único. Com isso a análise de cada situação deve ser pormenorizada para que tenha diminuída a possibilidade de perdas e ajude no desenvolvimento de novas tecnologias que se adequem a cada caso especifico. Mesmo projetando-se que haverá especialização de sistemas para diferentes fases da pecuária ainda pode-se afirmar que a grande maioria dos sistemas possui as três fases conforme ilustrado na FIG. 1. (EUCLIDES FILHO, 2008).

FIGURA 1. Estrutura do sistema completo de produção de bovinos de corte no Brasil. Fonte: FALEIRO; FARIAS NETO, 2008. Cezar et al. (2005) caracteriza essas fases: cria é a fase em que o rebanho é composto de fêmeas em reprodução, podendo estar incluída a recria de fêmeas para reposição, para crescimento do rebanho e para venda. Todos os machos são vendidos imediatamente após a desmama, em geral com 7 a 9 meses de idade. Além dos machos desmamados, são comercializados bezerras desmamadas, novilhas, vacas e touros. Esses autores agrupam a fase de recria e engorda, e afirmam que essas tem inicio com o bezerro desmamado e termina com o boi gordo. Entretanto, pode começar com garrotes, o que, associado a uma boa alimentação, reduz o período de recria/engorda, pode ocorrer também com bezerros desmamados de alta qualidade. Embora essa atividade tenha predominância de machos, verifica-se também a utilização de fêmeas. Planejamento

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Segundo Barcellos et al. (2004) Há algumas décadas novas tecnologias de produção foram consolidadas e difundidas aos sistemas produtivos. Processos tecnológicos como a suplementação estratégica, o semi-confinamento, o uso das misturas múltiplas, os cruzamentos, novas variedades forrageiras, entre outros, possibilitaram o encurtamento do ciclo produtivo de bovinos de corte. Com isso, alguns métodos de gestão tecnológica foram integrados com os aspectos relacionando custos e margens econômicas. Tudo isso possibilitou o crescimento da atividade no Brasil.

O planejamento estratégico é um importante instrumento de gestão para as organizações na atualidade. Constitui uma das mais importantes funções administrativas e é através dele que o gestor e sua equipe estabelecem os parâmetros que vão direcionar a organização da empresa, a condução da liderança, assim como o controle das atividades. O objetivo do planejamento é fornecer aos gestores e suas equipes uma ferramenta que os municie de informações para a tomada de decisão, ajudando-os a atuar de forma pró-ativa, antecipando-se às mudanças que ocorrem no mercado em que atuam. Em resumo, pode-se dizer que planejamento é o processo de análise de uma organização sob vários ângulos, definindo seus rumos por meio de um direcionamento que possa ser monitorado nas suas ações concretas, utilizando-se, para tanto, de um instrumento denominado “plano estratégico” que se desdobra em três níveis como ilustrado na FIG. 2 (ANDION; FAVA, 2002).

FIGURA 2. Níveis de planejamento Fonte: VALENTIM, 2008.

Andion e Fava (2002) ainda salientam que saber utilizar os instrumentos do planejamento de forma coerente, adaptando-os à realidade da empresa e às suas necessidades, pode ser uma excelente arma competitiva. Entretanto para utilizá-la de maneira eficaz, é importante que os gestores conheçam bem cada um dos elementos do planejamento e suas funções, assim como as mudanças que estão ocorrendo no contexto competitivo, as quais estão influenciando na própria prática do planejamento e lançando alguns desafios para a sua gestão nas empresas.

Fases do planejamento

De acordo com Aguiar (2010) o planejamento é divido em três níveis: estratégico que é de longo prazo, tático de médio prazo e o operacional de curto prazo, e ainda que em todos os níveis deve-se considerar as estimativas de demanda, de produção e de estoque de forragem.

Nível Estratégico

O planejamento estratégico é um instrumento elaborado para que o empresário possa visualizar sua atuação futura, sendo assim, normalmente, é projetado para longo prazo, com uma abordagem global, definindo o que produzir e o quanto produzir nos anos seguintes. Após estabelecer os objetivos, analisando a empresa e o ambiente externo, utilizando as informações de pesquisas e de experimentação, além da experiência das pessoas envolvidas nos processos decisórios deverão ser definidas as estratégias para alcançar as metas propostas no projeto (BARBOSA; SOUZA, 2007). Andion e Fava (2002) afirmam que o modelo de gestão estratégica deve atuar visando levar a empresa a um processo de adequação à realidade de mercado, descobrir oportunidades e projetar um futuro. Sendo assim, os processos e os investimentos serão realizados de maneira mais organizada, racional e profissional, contribuindo para redução do grau de incerteza e para o alcance de melhores resultados.

No planejamento estratégico, devem-se estabelecer metas de produtividade, estimar fluxos financeiros, os índices financeiros e econômicos e proceder às avaliações de impacto ambiental e social. Esse nível tem como principais componentes o inventário de recursos e o projeto do sistema de produção, incluindo a escolha das atividades a serem desenvolvidas, podendo ser visualizado na tab. 1 (BARIONI et al, 2003). Nível tático

Planejamento tático traduz os planos estratégicos em ações rotineiras, focado na eficiência, melhor alocação dos recursos disponíveis e eficácia dos resultados, ajustando-se quando necessário (BARIONI et al, 2003).

Valentim, 2008 salienta que o planejamento tático é desenvolvido em níveis organizacionais inferiores, ou seja, é realizado no nível gerencial ou departamental, tendo como principal finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a consecução de objetivos previamente fixados, segundo uma estratégia predeterminada, bem como as políticas orientadoras para o processo decisório organizacional. O planejamento tático tem por objetivo otimizar determinada área e não a organização como um todo, isto é, trabalha com decomposições dos objetivos, estratégias e políticas estabelecidos no planejamento estratégico, como está representado na TAB. 1.

De acordo com Chiavenato (1994) o nível tático representa uma tentativa da organização de integrar o

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processo decisório e alinhá-lo à estratégia adotada, para orientar o nível operacional em suas atividades e tarefas, a fim de atingir os objetivos organizacionais anteriormente propostos.

Nível operacional

É um planejamento focado no curto prazo e na rotina assegurando que todos executem as tarefas e operações de acordo com os procedimentos estabelecidos pela organização. Preocupa-se com os métodos operacionais e alocação de recursos (VALENTIM, 2008).

Também denominado de curto prazo com abrangência temporal de dias ou semanas e envolve atividades cotidianas, como exemplificado na TAB.1. No caso do planejamento forrageiro, as ações de nível operacional incluem a alocação de pastagem para as várias categorias animais, visando manter condições adequadas para a pastagem e para o desempenho animal. São tomadas decisões relacionadas à sequência de utilização dos piquetes, tempo de ocupação e de descanso, intensidade de pastejo e remanejamento de animais entre lotes (BARIONI et al., 2003).

Nesse nível são tomadas decisões dos tipos: qual o próximo piquete a ser pastejado; qual piquete será conservado; número de módulos e de piquetes por módulo; período de descanso e de ocupação por piquete; ciclo de pastejo; resíduo pós-pastejo, pressão de pastejo e oferta de forragem; quanto suplementar para manter a cobertura da pastagem (AGUIAR, 2010).

TABELA 1-Descrição dos níveis de planejamento, conteúdo, prazo e características em cada nível.

Nível Planejamento Conteúdo Prazo Características

Institucional Estratégico Genérico e Sintético

Longo Macroorientado: aborda a empresa como uma totalidade.

Intermediário Tático Menos genérico e mais detalhado

Médio Aborda cada unidade de trabalho ou cada unidade de custo separadamente

Operacional Operacional Detalhado e analítico

Curto Microorientado: aborda cada tarefa ou operação isoladamente.

Fonte: VALENTIM, 2008.

Valentim (2008) em sua Tab.1 sintetiza estrategicamente todos os níveis e peculiaridades dos níveis de planejamento. Ressaltando o conteúdo de cada nível, onde cita que o estratégico deve ser genérico e sintético, o tático menos genérico e mais detalhado e o operacional é detalhado e analítico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com os avanços na atividade pecuária e as exigências do mercado cada vez mais específicas observamos que a propriedade rural deve ter sua administração feita de maneira mais acertada. Fator esse que possibilita a redução de custos de produção. A adoção de planejamento se mostrou como uma ferramenta eficiente no auxilio a esse objetivo, bem como uma visão mais sistêmica da produção.

Após essa revisão observou-se que esse é um assunto que ainda necessita de mais estudos e pesquisas para demonstrar seus benefícios e assim motivar a sua adesão por parte dos produtores. Espera-se que essa revisão possa servir de estímulo para esses trabalhos, que deverão contribuir ricamente para a literatura.

REFERÊNCIAS

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FALEIRO, F. G.; FARIAS NETO, A. L. Savanas: desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade,agronegócio e recursos naturais. In: EUCLIDES FILHO, K.A Pecuária de Corte no Cerrado Brasileiro. Brasília: Embrapa Cerrados, 2008. p. 613 -644. PAULINO,P.V.R. Exigências nutricionais e formulação de dietas para zebuínos de corte. Uberaba: [s.n.], 2011. (Apostila curso de pós-graduação “latu sensu”) VALENTIM, M. Planejamento Tático. São Paulo: UESP, 2008.