500 Perguntas

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500 perguntas sobre suínos

Transcript of 500 Perguntas

  • Coleo 500 Perguntas 500 Respostas

    O produtor pergunta, a Embrapa responde

  • O produtor pergunta, a Embrapa responde

    Lucimar Pereira Bonett Ccero Juliano Monticelli

    Editores Tcnicos

    2 edio revisadaServio de Produo de Informao

    Braslia1998

    Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuriaEmbrapa Sunos e Aves

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

  • Todos os direitos reservadosA reproduo no autorizada desta publicao, no todo ou em parte, constitui violao

    dos direitos autorais (Lei n 9.610).Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    Embrapa Informao Tecnolgica

    Sunos : o produtor pergunta, a Embrapa responde / Editado por Lucimar Pereira Bonett; Ccero Juliano Monticelli. 2. ed., rev. Braslia, DF : Embrapa-SPI; Concrdia: Embrapa Sunos e Aves, 1998.243 p. : il. (Coleo 500 Perguntas, 500 Respostas).

    ISBN 85-7383-040-9

    1. Suno - Alimentao. 2. Suno - Manejo. 3. Melhoramento gentico animal. 4. Suno - Reproduo. 5. Sanidade animal. 6. Suno - Carne - Tecnologia. I. Bonett, Lucimar Pereira, ed. II. Monticelli, Ccero Juliano, ed. III. Embrapa. Centro Nacional de Pesquisa de Sunos e Aves (Concrdia, SC).

    CDD 636.4

    Embrapa 1998

    Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na:

    Embrapa Informao TecnolgicaParque Estao Biolgica (PqEB), Av. W3 Norte (final)70770-901 Braslia, DFFone: (61) 3448-4236Fax:(61) [email protected]/livraria

    Embrapa Sunos e AvesVila Tamandu BR 153, Km 110Caixa Postal 21CEP 89700-000 Concrdia, SCFone: (49) 3441-0400Fax: (49) 3441-0497www.embrapa.brhttp://www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

    1 edio1 impresso (1997): 3.000 exemplares

    2 edio1 impresso (1998): 5.000 exemplares2 impresso (2004): 1.000 exemplares3 impresso (2008): 2.000 exemplares4 impresso (2012): 1.500 exemplares5 impresso (2014): 1.000 exemplares

    3 edioE-book (2014)

  • SUNOS 500 Perguntas, 500 Respostas

    (O produtor pergunta, a Embrapa responde)

    Elaborao Centro Nacional de Pesquisa de Sunos e Aves

    Coordenao Editorial Servio de Produo de Informao

    Produo Editorial e Grfica Servio de Produo de Informao

    Assistente de Edio Carlos M. Andreotti

    Copidesque e Reviso Francisco C. Martins

    Programao Visual e Capa Mayara Rosa Carneiro

    Editorao Eletrnica Jlio Csar da Silva Delfino

    Capa Jlio Csar da Silva Delfino

    Ilustraes de Texto Di Oliveira

    Foto da Capa Arquivo da Embrapa Sunos e Aves/Autor desconhecido

    Copyright Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria - Embrapa

    Servio de Produo de Informao SAIN Parque Rural - Av. W3 Norte - (final)

    CEP 70770-901 - Braslia, DF - Brasil Telefone: (61) 3448-4236

    Fax: (61) 3448-2494

    Todos os direitos reservados A reproduo no autorizada desta publicao, no todo ou em parte,

    constitui violao do copyright (Lei 5.988)

  • Colaboradores

    Ademir Francisco CirottoCarlos Cludio PerdomoCcero Juliano Monticelli

    Dirceu Joo Duarte TalaminiDoralice Pedroso de Paiva

    Fbio Cruz Manhes da SilvaGiovani Bertani

    Gustavo Jlio Mello Monteiro de LimaJonas Irineu dos Santos Filho

    Jorge Vitor LudkeLucimar Pereira Bonett

    Luiz Antnio Fornel - Emater/RSNelson Mores

    Osmar Antnio Dalla CostaOsmar Tomazelli Jr. - Epagri/CPPPPaulo Roberto Souza da Silveira

    Renato IrgangTerezinha Marisa Bertol

    Joaquim Magno dos Santos - Epagri/CetreJurij Sobestiansky

    Reviso TcnicaCludio BellaverJurij Sobestiansky

  • Trechos de Cartas

    "... com grande satisfao que recorro ajuda da Embrapa Sunos e Aves, que de grande importncia para o desenvolvimento desta nao to rica e de homens to pobres".

    "... felicito-os pelo grande e importante trabalho que esse rgo tem desenvolvido na rea da pesquisa para o auxlio e engrandecimento da nossa agropecuria".

    "... espero que Deus nos ajude a dobrar a produo agrcola, pois com fartura, a nao sair da crise e o povo trabalhar e estudar satisfeito".

    "... gostaria de parabenizar pelo excelente trabalho realizado pela Embrapa Sunos e Aves, ajudando e beneficiando vrios agricultores de todo o Brasil, com suas pesquisas e tecnologias empregadas".

  • Apresentao

    A Embrapa Sunos e Aves tem a satisfao de apresentar a publicao Sunos: 500 Perguntas, 500 Respostas - O produtor pergunta, a Embrapa responde, em cumprimento de sua misso maior que gerar e promover conhecimentos, tecnologias, servios e insumos para o desenvolvimento da suinocultura e avicultura, em benefcio da sociedade.

    A suinocultura uma atividade que exige muita dedicao do criador para alcanar bons ndices de produtividade e, em consequncia, melhores resultados econmicos. Esta publicao visa dirimir as dvidas mais comuns sobre essa atividade, contribuindo para o seu aperfeioamento.

    As perguntas contidas neste trabalho foram retiradas de 4.920 cartas enviadas Embrapa Sunos e Aves, de 1989 a 1996, por agricultores, tcnicos, donas de casa, estudantes, professores, entre outros.

    As perguntas e respostas conferem praticidade informao, fazendo desta obra uma valiosa fonte de consulta.

    Dirceu Joo Duarte TalaminiChefe-Geral da Embrapa Sunos e Aves

  • Sumrio

    Introduo ................................................................. 131 Sistema de Produo ................................................. 152 Manejo ...................................................................... 393 Nutrio e Alimentao ............................................. 714 Alimentos Alternativos ............................................... 1015 gua .......................................................................... 135 6 Secagem e Armazenagem .......................................... 1457 Sanidade .................................................................... 1498 Melhoramento Gentico Animal ................................ 1859 Instalaes/Equipamentos .......................................... 197

    10 Manejo de Dejetos .................................................... 20711 Tecnologia de Carnes ................................................. 22312 Economia .................................................................. 231

  • Introduo

    Por ser uma atividade extremamente competitiva, a suinocultura exige, dos que a ela se dedicam, um constante aperfeioamento tecnolgico, que possibilite o incremento da produtividade e da rentabilidade. A pesquisa, ao tornar disponvel as informaes por ela geradas, tem contribudo para que esses objetivos sejam alcanados.

    A publicao deste livro resultou de contnua demanda por informaes, expressa em milhares de cartas endereadas Embrapa Sunos e Aves, de 1986 a 1996, cujos principais questionamentos foram respondidos.

    Na medida do possvel, as perguntas foram mantidas com a linguagem original em que foram formuladas, preservando a informalidade textual que caracteriza o ttulo 500 perguntas, 500 respostas, o produtor pergunta, a Embrapa responde.

    As perguntas e respostas foram organizadas por rea de conhecimento, para facilitar didaticamente a leitura. Tivemos a preocupao de fornecer respostas diretas e simples, evitando termos cientficos com os quais muitos suinicultores no esto familiarizados.

    Com esta edio, no pretendemos, evidentemente, esgotar o assunto. O propsito da Embrapa contribuir para a ampliao do conhecimento sobre a produo de sunos, atendendo aos interesses bsicos do leitor.

    Esta publicao s foi possvel graas colaborao, na elaborao das respostas, dos pesquisadores da Embrapa Sunos e Aves, e ao apoio da Embrapa Produo de Informao e da Empresa de Pesquisa Agropecuria e Difuso de Tecnologia de Santa Catarina - Epagri.

    Concrdia, agosto de 1997

    Lucimar Pereira Bonett Ccero Juliano Monticelli

  • 1 Sistema de ProduoCriao ExtensivaCriao Confinada

    Sistema Intensivo de Sunos Criados ao Ar Livre - Sisal

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    1 Qual a diferena entre granja de sunos e sistema de produ-o de sunos?

    Granja de sunos a propriedade onde se pratica a produo de su nos. Sistema de produo de sunos o conjunto inter-relacionado e organi zado de processos para cumprir o objetivo bsico que a produo de sunos.

    2 Quais os componentes de um sistema de produo?

    A figura acima mostra, de forma esquemtica, os componentes que fazem parte de um sistema de produo.

    O produtor, as instalaes, os animais, o alimento e a gua, o manejo e os contaminantes compem o ecossistema do suno. Para atingir bons nveis de produo, necessrio que todos os componentes do ecossistema do suno estejam em harmonia, isto , no pode ocorrer desequilbrio entre eles. Por exemplo, numa granja com boas instalaes, bons animais, boa alimentao e bom manejo, mas com m qualidade de higiene, ocorre um desequilbrio no sistema, pois muitos microrganismos podem favorecer a ocorrncia de diferentes doenas. O ecossistema dos sunos dinmico e possui um grupo de exigncias mnimas que devem ser atendidas para que se atinjam resultados desejados.

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    3 Que caractersticas deve ter quem trata dos sunos?

    Gostardaatividadesuincola. Aceitareseguirasrecomendaestcnicassobreacriao. Serdedicadoparaatingirmetasprestabelecidas.

    4 Quais os locais mais indicados para compra de matrizes para iniciar uma criao?

    Granjas idneas, livres de problemas sanitrios e que trabalhem es-pecificamente com material gentico de alta qualidade.

    5 Que regies do Brasil possuem clima adequado criao de sunos?

    possvel a criao de sunos em todas as regies do Brasil, desde que respeitada a faixa de conforto do animal por fase, isto , adaptando-se as construes s condies de conforto trmico, evitando-se alteraes climticas desfavorveis e alterando-se outras a fim de se obter o conforto desejado.

    6 Onde possvel fazer um curso sobre criao de sunos?

    Existem vrias instituies que oferecem tais cursos: univer sidades, Ematers e institutos. O Centro Nacional de Pesquisa de Sunos e Aves (Embrapa Sunos e Aves) proporciona, todo ano, cursos, palestras e semin rios, nas diferentes reas da produo de sunos.

    7 O sistema de produo pode ocupar um nico prdio ou ser dividido em prdios por fase?

    A criao em prdio nico aconselhvel para 60 matrizes em pro-duo, no mximo. Nmero maior de matrizes inviabiliza a produo em prdio nico, por dificultar o manejo e ocupar rea muito grande.

  • 18

    8 Quem o responsvel por uma criao de sunos?

    O proprietrio. A figura, a seguir, apresenta a relao entre o proprie-trio e as atividades desenvolvidas no sistema de produo de sunos. O comportamento do proprietrio explica em grande parte, os bons e maus resultados do desempenho de um sistema de produo de sunos.

  • 19

    9 Como deve ser a organizao das fases produtivas na instalao?

    Quando o sistema for em prdio nico, deve-se obedecer seguinte sequncia:

    No perodo final da gestao, as fmeas devem ser conduzidas para a maternidade, retornando para a rea de cobrio/gestao por ocasio do desmame. Os leites seguem para a creche, crescimento e terminao, mantendo-se, assim, um fluxo racional dos animais dentro das edificaes.

    Em sistema de produo com mais de 60 matrizes, devem-se instalar as fases produtivas em prdios separados. A separao deve seguir uma sequncia lgica: de um lado, prdio com animais reprodutores do plantel; no centro, prdio de maternidade e creche; do outro lado, prdio com ani-mais em crescimento e terminao.

    10 Quais os critrios para classificar o produtor em pequeno, mdio e grande?

    No Sul do Brasil, a classificao feita com base no nmero de fme as criadeiras (matrizes) por produtor. A Embrapa Sunos e Aves usa a seguin te classificao:

    Pequeno - Produtor com nmero de matrizes inferior a 21.Mdio - Produtor com nmero de matrizes entre 21 e 100.Grande - Produtor com mais de 100 matrizes.Em outras regies do Brasil, a classificao por nmero de matrizes

    pode ser diferente.

    11 Por que preciso fazer o registro de produo?

    O sucesso de um sistema de produo de sunos medido pelo lucro, que determinado pela maneira como o sistema conduzido, tanto nos aspectos financeiros como de produo. Por isso, indispensvel manter registros para se estabelecer o perfil tcnico e econmico da produo.

  • 20

    A nica forma de se conhecer a lucratividade de uma criao pela anlise crtica dos registros de produo, que permitem identificar proble-mas de desenvolvimento, apontar pontos fracos no sistema de produo, acompanhar o estado de sade do rebanho, identificar os principais custos e fornecer informaes para diagnstico.

    12 O que e como medir a taxa de concepo (TC) e a taxa de pario (TP)?

    A taxa de concepo (TC) definida como a porcentagem de fmeas de um mesmo grupo que se apresentam em gestao dentro de 40 dias aps a cobrio. Mede-se pela frmula:

    TC (%) = nmero de fmeas em gestao dentro de 40 dias aps a cobrio

    x 100nmero de fmeas cobertas dentro do mesmo lote

    A TC fornece uma indicao precoce de um problema reprodutivo. Para isso, deve-se detectar fmeas retornando ao cio ou vazias. Fmea que falha na concepo no produzir leites, o que significa menos leites na granja. O custo para alimentar a fmea vazia o mesmo que o da matriz gestante.

    A taxa de pario ou parto (TP) reflete o fracasso ou sucesso da cobrio, concepo e gestao. A TP a porcentagem de fmeas que parem em relao ao nmero total de fmeas cobertas. dada pela frmula:

    TP (%) =nmero de fmeas do lote que parem

    x 100nmero total de fmeas cobertas neste grupo

    13 Como medir a mortalidade?

    Qualquer leito que nasce e no se movimenta contado como nas cido morto ou natimorto. A mortalidade medida pelo nmero de natimortos por leitegada (NNL). O nmero de leites mumificados (NLM) pode ser a includo, ou ento em registro separado. Um nmero elevado de natimortos ou mumificados pode representar erros de manejo.

  • 21

    NNL = total de leites nascidos mortos x 100nmero de leitegadas paridas

    NLM = total de leites mumificados x 100nmero de leitegadas paridas

    A taxa de mortalidade do nascimento ao desmame (MND) expressa no nmero de leites mortos no perodo entre o parto e o desmame. Nesse caso, considera-se leito nascido vivo aquele que nasceu e se afastou do posterior (traseiro) da matriz. Essa taxa fornece informaes sobre o manejo e a sanidade animal durante aquele perodo.

    MND = nmero de leites mortos x 100nmero de leites nascidos vivos

    As taxas de mortalidade na creche (MC) e na fase de crescimento/ terminao (MCT) expressam a mortalidade dos animais nessas fases e s devem ser calculadas aps o trmino de cada fase.

    MC = nmero de mortos na creche x 100nmero total de animais no lote

    MCT = nmero de mortos no crescimento/terminao x 100nmero total de animais no lote

    A taxa de mortalidade de matrizes (TMM) calculada com base no nmero de matrizes que morrem anualmente em relao ao tamanho m dio do plantel de matrizes. O nmero mdio de matrizes no rebanho baseia-se no levantamento mensal.

    TMM = nmero de matrizes que morrem por ano x 100tamanho mdio do plantel de matrizes

    As leitoas so includas na contagem do plantel de matrizes a partir do momento em que so selecionadas para a reproduo (ou adquiridas) e as fmeas contemporneas de descarte, isto , aquelas que formavam o grupo mas no foram selecionadas, so transferidas para o plantel de abate.

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    Sem dvida que, na anlise dos parmetros relativos mortalidade numa granja, tambm importante verificar a(s) causa(s) da mortalidade, pois o diagnstico das doenas que ocorrem numa criao de sunos o primeiro passo para a tomada de decises relativas ao controle. Deve-se ressaltar que muitas doenas, principalmente as multifatoriais, no apresen tam sintomas clnicos evidentes, sendo seus efeitos percebidos apenas por desvios no desempenho dos animais.

    14 Como medir o desempenho dos sunos?

    Para o clculo do peso mdio do leito ao nascer (PLN), divide-se o peso total de todos os leites ao nascer pelo nmero de leites que foram pesados.

    PLN = soma do peso dos leites nascidos vivos

    nmero total de leites vivos pesados

    O nmero mdio de leites desmamados por leitegada parida (LDL) calculado dividindo-se o nmero de leites desmamados de um grupo de matrizes ou de um perodo de tempo pelo nmero de leitegadas paridas para produzir esses leites.

    LDL = nmero de leites desmamados

    nmero de leitegadas nascidas

    A porcentagem de leites desmamados (% LD) expressa o nmero de leites nascidos vivos e que foram desmamados, e a porcentagem de lei tes mortos entre o parto e o desmame.

    %LD = nmero de leites desmamados

    x 100nmero de leites nascidos vivos

    O peso mdio ao desmame (PMD) obtido dividindo-se o peso dos leites desmamados pelo nmero de leites.

    PMD = peso total dos leites desmamados

    nmero de leites desmamados

  • 23

    O ganho de peso mdio dirio (GPMD) o ganho/dia de peso por suno durante um perodo de tempo definido.

    GPMD = peso final total = peso inicial total

    nmero de sunos no final x nmero total de dias no perodo

    Para se calcular o nmero de partos por matriz/ano (PMA) e o nmero de leites desmamados (LDMA) por matriz/ano, divide-se o nmero total de partos registrados pelo tamanho mdio do plantel de matrizes.

    PMA = nmero total de partos/ano

    tamanho mdio do plantel de matrizes

    LDMA = total de leites desmamados/ano

    tamanho mdio do plantel de matrizes

    Para o clculo do nmero de sunos terminados por matriz/ano (TMA), divide-se o nmero de sunos produzidos pelo tamanho mdio do plantel de matrizes.

    TPA = nmero de sunos terminados

    tamanho mdio do plantel de matrizes

    15 O que so dias no produtivos?

    Dias no produtivos (DNP) so, de maneira genrica, os dias em que uma fmea no est produzindo na granja. Tradicionalmente, so os dias em que as fmeas no esto em gestao ou em lactao. Do ponto de vista econmico, so dias prejudiciais ao produtor, pois nesse perodo, os animais esto ingerindo rao, ocupando espao produtivo na granja, utilizando mo de obra e produtos veterinrios sem oferecer, em troca, nenhum retorno produtivo. Por isso, o controle rigoroso dos DNPs da granja de fundamental importncia para que o produtor maximize seus lucros.

    16 Como medir os dias no produtivos?

    Conhecendo-se o nmero de partos por fmea/ano e o nmero mdio de dias de gestao e de lactao, pode-se calcular o nmero de DNP a partir da aplicao da seguinte frmula:

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    DNP = 365 - [Partos por fmea por ano x (dias em Gestao + dias em Lactao)]

    17 O que contribui para dias no produtivos?

    Os parmetros que contribuem para os DNPs de um sistema de produo so os seguintes:

    diasemanestrops-desmame(intervalodesmame/cobrio); repetiodeciops-desmame.Emgeral,ointervalodesmame/

    cio (IDC) representa em torno de quatro a sete dias nos DNPs. Fmeas que repetem estro representam pelo menos 25 DNPs (4 (IDC+21 dias para o retorno ao cio);

    diasato testedeprenheznegativo.O resultadonegativodoteste de prenhez acumula, no mnimo 46 DNPs (4+21+21 dias), isto , a fmea repetiu o cio (+ 21 dias), foi coberta, e o teste de prenhez foi realizado aps a cobertura (+ 21 dias);

    diasemqueafmeapermaneceuvaziaapsacobrio;otestede prenhez feito atravs de um aparelho detector de prenhez venda em lojas agropecurias;

    diasdedemoraparaodescartedafmea; diasdointervaloentreascobries; morteouabortodasfmeasgestantes; dias desde a entrada das leitoas no plantel at sua cobertura

    efetiva; diasemanestrodasleitoas.Como regra geral, pode-se considerar que 1 DNP equivale a aproxi-

    madamente 0,04 a 0,06 leito desmamado por fmea/ano, e 0,007 a 0,008 parto por fmea/ano. Portanto, uma diminuio de 10 DNPs resultaria em aumento de 0,6 a 0,7 leito desmamado por fmea/ano e de 0,07 a 0,08 parto por fmea/ano.

    18 O que criao extensiva de suno?

    Consiste em criar os sunos sem qualquer instalao ou benfeitorias. identificada pela permanente manuteno dos animais no campo, durante todo o processo produtivo, isto : cobertura, gestao, aleitamento, cresci mento e terminao. Os animais vivem exclusivamente na depen-dncia da natureza.

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    Alguns produtores fazem a engorda confinada com reduzidos cuida dos tcnicos.

    Esse sistema caracteriza criaes primitivas, sem utilizao de tecnologias adequadas e, por consequncia, apresenta baixos ndices de produtividade. bastante utilizado principalmente por criadores que nun-ca receberam qualquer tipo de orientao tcnica.

    A maior parte da produo dos animais destinada ao fornecimento de carne e gordura para a alimentao dos proprietrios. O excedente comercializado perto da propriedade.

    19 Os sunos criados extensivamente servem para o abate?

    Tanto a mudana do padro demogrfico do pas, com cerca de 70% da populao vivendo nas cidades, quanto a mudana de hbitos de consu mo levaram os frigorficos a abater sunos para atender essa nova demanda. O consumidor urbano prefere carne de suno com pouca gordura, o que somente possvel com animais de alto padro gentico, com carcaas melhoradas e adequadamente alimentados.

    Normalmente, os sunos criados extensivamente no tm esse perfil: apresentam grande quantidade de gordura e seu potencial de produo bem inferior ao dos animais criados em sistema intensivo.

    A criao extensiva uma atividade de subsistncia, restrita a peque na parcela de consumidores, principalmente do interior e que moram prxi mos dos locais de criao.

    20 O que o sistema confi nado de cria-o de sunos?

    a criao de sunos confina dos em instalaes, em todas as fases produti-vas, sem acesso a pasta-gens.

  • 26

    21 Como se caracteriza o sistema confinado de criao de sunos?

    O sistema confinado de produo de sunos pode ser assim classi-ficado:

    Sistema confinado de alta tecnologia e eficincia: de carterempresarial; mantm os animais confinados em instalaes espe-cializadas, que asseguram o controle ambiental adequado; possui animais de alto potencial gentico, realizando intensa reposio de reprodutores; adota esquema de profilaxia especfico no controle das principais doenas de impacto econmico e utiliza esquemas nutricionais otimizados nas diferentes fases de vida do animal. Este sistema visa mais alta produtividade possvel por meio, inclusive, da incorporao imediata das tecnologias geradas pela pesquisa, promotoras da melhoria da produtividade. Sua implantao, porm, implica em custos elevados.

    Sistemaconfinadotradicionaldebaixocustoedebaixatecnologia:nem sempre a suinocultura a atividade principal; em funo da situao de mercado, o plantel ou no reduzido; o rebanho mantido em instalaes mais simples e de custo relativamente baixo; a reposio das fmeas realizada, s vezes, com animais prprios, ao passo que os machos so adquiridos de granjas que se dedicam ao melhoramento gentico. As modernas tcnicas de manejo e nutrio so parcialmente aceitas e adotadas.

    22 Como se caracteriza o sistema de criao ao ar livre?

    Caracteriza-se por manter os animais em piquetes nas fases de reproduo, maternidade e creche, cercados com fios e/ou telas de ara me eletrificados (atravs de eletrificadores de corrente alternada). As fases de crescimento e terminao (25 kg a 100 kg de peso vivo) ocorrem em confinamento.

  • 27

    23 O que o sistema plain air de criao de sunos?

    o mesmo que o Sistema Intensivo de Sunos Criados ao Ar Livre - Siscal.

    24 Sem usar o confinamento, existe outra opo vantajosa para criar sunos?

    Sim. possvel criar sunos sem o confinamento. Existe o sistema in-tensivo de sunos criados ao ar livre (Siscal), que mantm os animais em piquetes nas fases de reproduo, maternidade e creche, em que s se faz o confinamento das fases de crescimento e terminao (animais de 25 kg a 100 kg de peso vivo). Este sistema tem sido considerado uma opo de reduo do custo de produo, por apresentar baixo custo de implantao, quando com parado ao sistema confinado. Pesquisas da Embrapa Sunos e Aves mostram que o custo de implantao por matriz alojada no Siscal representa 44,72% do custo de implantao do sistema confinado; mostram tambm que, em relao ao sistema confinado, o Siscal representou melhor desempenho quanto ao nmero de leites nascidos vivos e ao desmame, peso mdio dos leites ao nascer e ao desmame e taxa de mortalidade do nascimento ao desmame. Por outro lado, o custo de produo de leites (kg), neste sistema, foi 32,95% inferior ao do sistema confinado. Esses dados permitem concluir que o Siscal uma opo vantajosa.

    25 Qual o local ideal para fazer a instalao de um sistema de sunos criados ao ar livre?

    O Siscal no deve ser instalado em terrenos com declividade superior a 15%, dando-se preferncia para solos com boa capacidade de drenagem.

  • 28

    Ao instalar o Siscal, deve-se prever prticas de manejo do solo, tais como o controle das guas pluviais superficiais a fim de impedir que a enxurrada de fora entre no sistema, de modo a prevenir possveis danos provocados pela eroso.

    Antes da introduo de animais no Siscal devem-se implantar forra-geiras de alta resistncia ao pisoteio.

    26 possvel a criao de sunos em pastagens?

    Sim, desde que em piquetes cercados, tomando-se os devidos cuida dos para a preservao do solo e proporcionando alimentao adequada, em cochos, pois a pastagem no supre as exigncias nutricionais dos animais.

    27 As cabanas no Siscal destinam-se maternidade ou ao abrigo dos animais contra o sol e a chuva?

    As cabanas servem tanto de abrigo quanto de local para o parto.

    28 Qual o formato da cabana a ser usada no Siscal?

    Existem diferentes tipos de cabanas (tipo galpo, chal ou iglu), sendo a do tipo iglu a mais utilizada. A Embrapa Sunos e Aves desenvolveu, para esse fim, uma cabana tipo galpo, leve, fcil de movimentar e com boa rea interna. Para a cabana de maternidade, inclusive, acrescentou-se um sistema de proteo contra o esmagamento de leites.

    29 De que material so feitas as cabanas para o Siscal?

    A cabana tipo galpo, desenvolvi-da pela Embrapa Sunos e Aves, feita com chapas de zinco galvanizadas, ferro cantoneira, canos galvanizados e fer ro de construo.

  • 29

    30 Quais as dimenses e especificaes das cabanas de maternidade no Siscal?

    No esquema a seguir, apresentam-se as dimenses da cabana indivi dual de maternidade usada no Siscal da Embrapa Sunos e Aves.

    31 Quais as dimenses e especificaes das cabanas de gesta-o no Siscal?

    No esquema seguinte, apresentam-se as dimenses da cabana coletiva de gestao, para at seis fmeas, usada no Siscal, na Embrapa Sunos e Aves.

  • 30

    32 Quais as dimenses e especificaes das cabanas de creche no Siscal?

    As cabanas de creche tm as mesmas especificaes das cabanas de gestao e abrigam duas leitegadas, ou aproximadamente 20 leites.

    33 Qual o melhor tipo de capim para os piquetes?

    Nos piquetes, devem-se plantar gramneas resistentes ao pisoteio, de baixa exigncia em insumos, de ciclo longo (perenes), de alta agressividade, estolonferas (forrageiras com ramificaes rasteiras, que desenvolvem razes a partir de seus ns) e que se propaguem por mudas ou sementes. Sugerem-se gramneas como: Pensacola (Paspalum saurae), Missioneira (Axonopus x araujoi), Hermatria (Hermathria altissima), Estrela Africana (Cynodon nlemfuensis), Bermuda (Cynodon dactylon), Quicuio (Pennisetum clandestinum) e Coast Cross (Cynodon dactylon cv. coast cross). No inver no, principalmente nas reas com pouca cobertura vegetal, deve-se reali zar semeadura superficial de forrageiras como a aveia, o azevm e a via (ervilhaca). O consrcio de gramneas adaptadas regionalmente pode ser uma alternativa.

    34 Como recuperar a rea de piquetes sem cobertura vegetal?

    Essas reas devem ser cercadas com fios eletrificados para o replantio das forrageiras, e assim mantidas at que as forrageiras estejam completamente formadas.

    35 Os sunos criados no Siscal atingem maior ganho de peso?

    No. O ganho de peso dos animais em sistema ao ar livre igual ao de outros sistemas, desde que as condies sejam adequadas a seu desen-volvimento e que se lhes forneam raes balanceadas de acordo com suas exigncias nutricionais.

  • 31

    36 necessria a complementao alimentar dos sunos criados no Siscal?

    Sim. Nesse sistema, os animais podem in-gerir uma certa quantidade de forragem, cuja fun o, entretanto, no servir de ali-mento, pois no possui todos os nutrien-tes exigidos pelo animal, e sim preservar o solo. A alimentao, nesse siste ma, idntica que fornecida no sistema de confinamento.

    37 No Siscal, ocorrem plantas txicas aos animais?

    Sim. Algumas plantas so txicas aos sunos. As principais so:Baccharis coridifolia - Mio-mio, vassourinha, alecrim;Pteridium aquilunum - Samambaia-comum, samambaia-das-

    taperas, feio, pluma-grande, samambaia-au;Semma occidentalis - Fedegoso, cafezinho-do-mato, cafezinho-do-

    diabo;Melia azedarach - Cinamomo.

    Antes da implantao desse sistema, recomenda-se verificar a pre-sena dessas plantas txicas, na rea, a fim de evitar problemas futuros.

    38 No Siscal, o cachao fica solto o tempo todo?

    Sim. O cachao permanece durante toda sua vida produtiva em pi-quete prprio, com cabana, sombreador (se no houver sombra natural: r vores, por exemplo), comedouro e bebedouro. Normalmente, o piquete do cachao fica prximo ao das fmeas, para que estas sejam estimuladas, olfativa e visualmente, a entrarem em cio e a cobertura ocorra o mais rpi do possvel.

  • 32

    39 Qual o manejo recomendado para o cachao no Siscal?

    O cachao deve ser alimenta do com 2,5 kg a 3 kg de rao de gesta o, distribudos em duas re-feies dirias. A fim de estimular o apareci mento do cio nas fmeas, o cachao deve ser conduzido, duas vezes ao dia, com o auxlio de uma tbua de manejo, ao pi-quete das fmeas, onde permane-cer por quinze minutos a cada vez. Esse manejo deve ser acompanhado pelo produtor (ou responsvel pela criao) a fim de identificar as fmeas que esto no momento pro-pcio de cobertura. O produtor deve manter o cachao sob constante observao a fim de identificar e tratar possveis miases (bicheiras), pro-blemas nos cascos ou outros distrbios.

    40 Como feito o manejo dos sunos no Siscal?

    Nesse sistema, existem algumas caractersticas prprias de manejo, essenciais para seu bom desempenho.

    Manejo da cama

    A cama (palha seca, maravalha, serragem, etc.), deve ter uns 10 cm de espessura para assegurar um ambiente agradvel aos leites e matriz.

  • 33

    N o perodo frio, essa espessura deve ser aumentada. A cama deve ser prepara-da na cabana trs dias antes do parto, a fim de induzir a fmea a escolher a cabana como local de parto e a construir seu ninho. Deve-se repor a cama quando estiver mida ou quando se troca a cabana de lugar, e deve ser refeita quando a camada for muito fina, para se atingir os 10 cm de espessura.

    Manejo dos leitesAs prticas de uniformizao do tamanho e do peso das leitegadas,

    de identificao dos leites (mossagem), do corte ou esmagamento da cau da, do corte dos dentes e da aplicao de anti-helmntico so feitas, normal mente, no dia do parto ou no segundo dia aps o parto.

    Em geral, no Siscal, no tem sido adotada a preveno da anemia ferropriva (anemia provocada por deficincia de ferro) dos leites lactentes. Em experimento realizado na Embrapa Sunos e Aves, em que os leites tiveram acesso a terra com altos nveis de ferro oxidado, verificou-se que no h necessidade de aplicar um antianmico no terceiro dia de vida dos leites. A castrao pode ser realizada entre o 5 e o 15 dia de vida do leito.

    Manejo das fmeasDurante a gestao, as fmeas so mantidas em piquetes coletivos

    com capacidade de alojamento para seis a oito fmeas. De cinco a dez dias antes do parto, so transferidas para os piquetes de maternidade, para que se adaptem s cabanas e construam seus ninhos.

    Todo deslocamento de animais deve ser o mais tranquilo possvel, uti lizando-se tbuas de manejo, nas horas mais frescas do dia.

    RecriaAps o desmame, os leites so transferidos para um piquete de

    recria ou creche, onde recebem rao inicial at os 60 ou 70 dias (25 kg a 30 kg), quando ento passam para as fases de crescimento e terminao, em confinamento.

    41 Qual a idade de desmame e como feito no Siscal?

    Em geral, o desmame feito entre os 25 e 35 dias de idade. Para a separao dos leites, conduz-se a matriz com sua respectiva leitegada para um brete, de onde a fmea passa para o piquete de gestao e os leites para o piquete de creche.

  • 34

    42 Como proteger as rvores para que os sunos no as destruam?

    A melhor forma isol-las com fios eletrificados que passam por trs sarrafos fincados ao redor do tronco e conectados cerca eltrica por uma extenso. Nas rvores maiores, que j no crescem mais, pode-se enrolar fios de ara me farpado em volta do tronco, at uma altura de 60 cm.

    43 Se o aparelho que controla a cerca eltrica estragar, que pro-cedimento deve ser tomado para os sunos no escaparem?

    recomendvel dispor de um aparelho de reserva. Ou ento conser tar o existente ou comprar um novo.

    44 possvel a criao de sunos de origem europeia no Siscal?

    Sim. Por exemplo, o Landrace e o Large White que apresentam boa produo e produtividade. Porm, como esse sistema orientado sobretudo produo de animais para abate, importante o aproveitamento da heterose ou vigor hbrido pela utilizao de reprodutores hbridos tambm chamados mestios, oriundos de cruzamentos entre diferentes raas.

    45 Que raa mais recomendada para o Siscal?

    Ainda no foram desenvolvidas raas de sunos especficas para o Siscal. Como esse sistema visa o mximo de produtividade sem agredir o meio ambiente e com menos investimentos em construes, necessrio utilizar animais de alto padro gentico. Para tanto, deve-se usar machos que contribuam para incorporar aos animais destinados ao abate bom de sempenho produtivo, isto , alto ganho de peso dirio, baixa converso

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    alimentar e boas caractersticas de carcaa, ou seja, baixa quantidade de gordura e alto rendimento de carne. As fmeas devem possuir, alm das caractersticas do macho, a capacidade de gerar grande quantidade de leites.

    Nos sistemas existentes na do regio Sul, observa-se o uso de machos da raa Duroc ou sintticos (hbridos), cruzando com fmeas mestias F-1, isto , filhas de macho Large White com fmea Landrace.

    46 Que rea por animal recomenda-se no Siscal?

    Para matrizes em gestao e lactao e para reprodutores, utilizam-se 800 m2 por animal. Para leites na creche, utilizam-se 70 m2 por animal.

    47 Por quanto tempo os piquetes podem ser utilizados?

    O tempo de ocupao dos piquetes deve ser o que permita a manu-teno constante da cobertura vegetal do solo e sua recuperao rpida.

    48 Como deve ser feita a subdiviso dos piquetes no Siscal?

    Durante a gestao, recomenda-se formar lotes de oito matrizes, no mximo, dividir a rea que elas ocupam em seis subpiquetes, mantendo os 800 m2 por matriz, e usar os subpiquetes no sistema de rodzio. Durante a lactao, a rea utilizada por matriz (800 m2) deve ser dividida em duas de 400 m2, usadas alternadamente. Para os leites aps o desmame, sugere-se rea de 70 m2 por leito. A rea necessria para um determinado grupo deve ser dividida em dois piquetes tendo em vista a sua utilizao em siste ma rotativo.

    49 No Siscal, preciso fazer a rotao da rea utilizada pelos sunos?

    Sim. Recomenda-se a rotao da rea total utilizada pelo sistema a cada perodo de dois a trs anos, no intuito de reduzir a degradao do solo, problemas sanitrios e o aproveitamento do solo adubado para o cultivo de culturas anuais.

  • 36

    50 Como os piquetes devem ser cercados para os animais no fugirem?

    Sugere-se a colocao de fios de arame eletrificados (corrente alter-nada) nos piquetes de cobertura, pr-gestao, gestao e maternidade a 35 cm e 60 cm do solo.

    A creche deve ser cercada com tela metlica de arame galvanizado, malha 4 ou 5, e na parte interna do piquete deve ser colocado um fio de arame eletrificado, a 10 cm do solo e da tela.

    A distncia entre as estacas varia de 6 m a 9 m, sendo essencial asse gurar uma boa tenso dos fios (fios bem esticados).

    51 Como se fornece gua aos animais no Siscal?

    A gua armazenada numa caixa dgua instalada no ponto mais alto do terreno, de onde levada at os bebedouros. A canalizao deve ser enterrada a uma profundidade de mais ou menos 35 cm, a fim de evitar o aquecimento da gua nos dias mais quentes.

    Deve-se evitar que a gua escorra para o interior dos piquetes, impe dindo a formao de lamaal, o que pode ser feito com o uso de uma chapa coletora de gua sob os bebedouros e a colocao dos mesmos na parte mais baixa dos piquetes.

    Os bebedouros podem ser do tipo vasos comunicantes com boia, que devem ser limpos no mnimo duas vezes por semana e protegidos da ao do sol.

  • 37

    52 possvel impedir que os animais fucem o solo?

    Sim. O meio mais eficaz para isto a utilizao do destrompe. Proce de-se da seguinte maneira: pega-se um pedao de fio de cobre rgido (4,0 mm) de 15 cm de comprimento e faz-se, numa das extremidades, uma ponta em forma de agulha e, na outra, uma argola soldada. Esse fio introduzido no focinho do animal entre o tecido fibroso subcutneo e a cartilagem do septonasal. Em seguida, faz-se com esse fio uma argola mvel de 3 cm a 5 cm de di metro. Assim, quando o suno fua o solo, a argola fora e machuca o septo nasal (nariz), impedindo que o animal continue fuando.

  • 2 ManejoCriao

    Limpeza e DesinfecoLeites

    Crescimento e TerminaoReposioGestaoLactao

    Reproduo

  • 40

    53 O que o sistema de manejo contnuo?

    O sistema de manejo contnuo (SMC) aquele em que sunos de dife rentes idades so mantidos na mesma instalao ocorrendo, inclusive, transferncias de novos lotes para as baias sem que sejam feitas limpeza e desinfeco prvias. Nessas condies, os animais mais velhos acumu-lam e transferem uma flora microbiana para os mais novos perpetuando, assim, os agentes infecciosos nas instalaes e tornando difcil a manuten-o de um nvel de infeco abaixo do limiar crtico.

    54 Que problemas o manejo contnuo provoca na maternidade?

    O uso do SMC de produo na maternidade implica na ocorrncia ininterrupta de partos e na presena simultnea de matrizes com leites recm-nascidos e com leites mais velhos. A partir do momento em que a concentrao de agentes patognicos ultrapassar o limiar de infeco, po dero ocorrer patologias como diarreias, pneumonias ou artrites e a taxa de mortalidade e de refugos tende a aumentar progressivamente.

    55 O que o sistema all in all out?

    O sistema all in all out (todos dentro todos fora) consiste na formao de um grupo de animais da mesma idade, manejado em perodos regulares de uma instalao para outra, de modo a permitir a limpeza e o vazio sani trio da instalao desocupada, antes de sua reocupao.

    56 Quais as vantagens do mtodo todos dentro todos fora?

    Economiadetempoastarefassorealizadasdeformaorganizadae conjunta para o manejo das matrizes e leites, como por exemplo: acom-panhamento de partos, desmame e transferncia, cobrio, marcao, corte de dentes, castrao e aplicao de medicamentos e vacinas;

    liberaodosfinsdesemanareduo,aomnimoindispensvel,das atividades na granja, nesse perodo;

    facilitaonahomogeneizaodasleitegadas,porpesoetama-nho, nos dois primeiros dias de vida dos leites;

    adivisodasinstalaesemmaternidadeerecriapossibilitame-lhor limpeza e desinfeco interrompendo, assim, a presso de infeco;

    melhor possibilidade de criar ambientes com temperaturamaisadequada para cada categoria animal.

  • 41

    57 Que ndices produtivos devem-se observar na suinocultura?

    O produtor que adota o sistema de produo de ciclo completo, isto , todas a fases da criao presentes na propriedade, deve atingir os seguintes ndices de produtividade:

    Parmetro ndices

    Nmero de partos por porca/ano > 2,3Leites nascidos vivos por parto > 10,5Taxa de leites natimortos < 6,0%Taxa de mortalidade do nascimento ao desmame 9,5Nmero de leites desmamados por matriz/ano > 21,8Taxa de abortos < 1,0%Taxa de repeties de cio < 10%Taxa de partos > 90,0%Consumo de rao por matriz 1.080 kg/ano ou

    90 kg/msNmero de sunos terminados por parto > 9,0Animais entregues ao abate por matriz alojada incluindoleitoa coberta 170% por msTaxa de mortalidade na creche < 3,0%Taxa de mortalidade na terminao < 1,5%

    Nmero de animais terminados por matriz/ano > 20,8

    58 Como programar a produo a fim de ter sunos para vender todos os meses?

    Divide-se o plantel de fmeas em seis lotes, fazendo-se a cobertura de cada grupo no menor intervalo possvel dentro do ms correspondente (ver tabela). Isto permitir que as paries se concentrem em torno de al-guns dias, no ms de pario e, consequentemente, tambm o desmame de cada grupo num dia ou em dias prximos de cada ms possibilitando, assim, a venda dos produtos de cada grupo uma vez por ms ou lenta-mente ao longo do ms.

    Na tabela a seguir apresentado o esquema de organizao mensal num rebanho com 36 fmeas dividido em seis grupos. Desmame com 28 a 35 dias. (Des/Cob = Desmame/Cobertura).

  • 42

    59 Como os gases interferem na produo de sunos?

    Nos sistemas de confinamento total, os principais gases nocivos existentes so: amnia, sulfeto de hidrognio, dixido de carbono e metano. Os odores so produzidos pela amnia, sulfeto de hidrognio e por outros compostos orgnicos resultantes da decomposio da matria orgnica do esterco. Embora os maus odores por si s no possam provocar doenas, eles geram certo desconforto em pessoas. A inalao de grandes concentraes de gases nocivos emitidos pelo esterco animal pode provocar a morte de pessoas e animais.

    60 Como so classificados os animais por fase?

    Aleitamento - Fase que vai do nascimento ao desmame (21, 28 ou 35 dias);Recria ou creche - Fase que vai do desmame aos 70 dias;Crescimento e terminao - Fase que vai da creche at mais ou menos 150 dias;Reproduo - Esta fase inclui a pr-gestao, cobrio, gestao e lactao.

  • 43

    61 Qual o peso ideal do suno nas diversas fases de produo?

    Existe grande variabilidade em termos de ganho de peso dos sunos em funo do grau de tecnologia usada. A tabela a seguir apresenta os pesos de sunos (lotes mistos) em diversas idades, representando trs nveis tecnolgicos usados na produo de sunos para abate.

    Peso do suno (kg) em funo da idade e do nvel tecnolgico adotado na granja.

    Idade (dias)Nvel tecnolgico

    Ruim Regular BomNascimento

  • 44

    64 Como devem ser feitas a limpeza e a desinfeco de uma granja?

    Como as granjas de sunos diferem entre si, principalmente quanto ao ambiente proporcionado aos animais, no possvel especificar a forma de fazer a limpeza e desinfeco.

    Nessas condies, mais seguro o tcnico responsvel pela granja elaborar um programa de limpeza e desinfeco que se adeque granja. Esse programa deve incluir as atividades dirias adotadas em cada fase de criao.

    65 Como fazer a limpeza das baias?

    Retirar as fezes com p, uma vez por dia, empurrando-as para a canaleta coletora, que deve ser raspada, no mnimo, duas vezes por sema-na. Nas instalaes que tiveram cama sobre o piso, trocar a parte mida. Uma limpeza com gua, seguida de desinfeco, deve ser feita aps a sa da do lote, fazendo-se, em seguida, o vazio sanitrio.

    66 necessria a lavagem diria das instalaes?

    No. Deve-se, tambm, evitar o uso excessivo de gua a fim de dimi nuir o volume dos dejetos a serem armazenados.

    67 Que utenslios so usados para limpar as baias?

    P, vassoura, escova, regador e lava-jato.

    68 Como feita a limpeza da creche?

    Durante o perodo de ocupao, os corredores e a rea abaixo das gaiolas da creche devem ser limpos com gua sob presso duas ou trs vezes por semana. As baias com piso compacto devem ser varridas diaria-mente com auxlio de rodo metlico e de vassoura, e os resduos empurra-dos para a canaleta de dejetos ou para a vala existente embaixo do piso ripado. A finalidade remover o resduo slido composto por fezes, urina e restos de rao. Quando os leites so retirados da sala, as paredes, gaiolas

  • 45

    ou baias, piso, parte interna dos telhados e equipamentos devem ser lava-dos com gua sob presso e todo o ambiente desinfetado, podendo ser usa da a caiao como complemento desse processo. A seguir, deve permane cer fechada (em vazio sanitrio ou descanso) por um perodo de quatro a oito dias.

    69 Quais as principais etapas de um programa de limpeza e desinfeco?

    O quadro a seguir mostra as principais etapas de um programa de limpeza e desinfeco:

    Etapa AtividadeLimpeza seca => Iniciar, no mximo, trs horas aps a sada dos animais

    Retirar da instalao os equipamentos desmontveis (ex.: comedouros,lmpadas suplementares de calor).

    As sobras de rao dos comedouros podem ser fornecidas para animais naterminao

    Removeramaravalhaeoestercosoltoouincrustadonopiso Removerasujeiradaspartessuperioresdasparedesedoteto Limparascaixasdepedilvio

    Limpeza mida Molharsuperfciescom1litroa1,5litroporm2 de uma soluo de detergente Deixarimpregnarporumperodode,nomnimo,trshoras Molharnovamentecom0,3litrodegua/m2 e depois limpar com gua, vassoura

    ou escova at que a estrutura da superfcie esteja visvel; de preferncia usar gua a uma temperatura de 40 C

    Retiraraguaestagnadasobreopiso,noscomedourose/ounosbebedouros Deixarsecarduranteanoite Lavarosequipamentosretiradosdainstalaoedeix-lossecar

    Desinfeco Prepararasoluodedesinfetante,considerandoumaaplicaode0,4litrodasoluo por m2

    Aplicar a soluo sobre divisrias, piso, comedouros e implementos, depreferncia a uma temperatura de 40 C

    Doze horas aps a aplicao do desinfetante, montar os equipamentosdesmontados

    Emalgunscasos recomenda-se fazernovadesinfecoquatroacincohorasaps a primeira

    Fumigao Calcularareadasala,utilizar10gdepermanganatodepotssioe20mLdeformol por m3

    Fechar as janelas, colocar os balde(s) em lugar(es) estratgicos, derramar oformol sobre o permanganato de potssio

    Abandonarrapidamenteasalaefecharaporta Manterasalafechadapor24a48horas Melhor efeito obtm-se molhando paredes, pisos e equipamento antes da

    fumigaoVazio sanitrio Instalao permanece vazia por um perodo de quatro a oito diasDesinfeco Segundadesinfeco:duashorasantesdeintroduzirosanimais

    Prepararasoluodedesinfetante,considerandoumaaplicaode0,4litro/m2

    Realizaradesinfeco Noutilizarsodacusticanemdesinfetantesouconcentraesirritantespara

    animais

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    70 Que cuidados deve tomar a pessoa que trabalha na criao de sunos?

    Quem trabalha na criao de sunos deve preocupar-se princi-palmente com as doenas que atacam os animais, como a brucelose, leptospirose e a tuberculose. Por isso, importante que as matrizes e os cachaos sejam livres dessas doenas. Deve-se monitorar essas doenas solicitando a um veterinrio fazer exames sorolgicos para brucelose e leptospirose e para a tuberculinizao nos reprodutores machos e fmeas. Entretanto, mesmo que o rebanho esteja totalmente isento dessas doenas, sempre importante fazer uso de luvas de plstico para auxiliar o parto das fmeas. Para as outras prticas de manejo, como castrao e vaci-naes, recomenda-se lavar e desinfetar as mos, com soluo iodada, antes e aps sua realiza o. Nas atividades dirias de limpeza das instalaes, deve-se usar sem pre botas e macaco.

    71 Quais os principais cuidados com os leites aps o nasci-mento?

    Limpareenxugaroleitocompanolimpoeseco; Amarrarocordoumbilicalde3cma4cmabaixodabarrigado

    leito, com barbante mantido em lcool iodado; Mergulharoumbigonolcooliodadoantesdecort-lo; Cortarosdentesdoleitoevitandomachucaragengiva; Cortaroterofinaldacauda; Colocar o leito em lugar aquecido (escamoteador), com

    temperatura controlada a 30 C.

    72 Qual o procedimento para enxugar o leito?

    Os leites devem ser limpos e secos medida em que vo nascendo. Os lquidos fetais, bem como os restos de membranas que envolvem o re-cm-nascido, devem ser removidos com toalhas de papel ou panos limpos, dando preferncia toalha de papel, por ser mais higinica. Em primeiro lugar, limpa-se a cabea do recm-nascido, removendo os lquidos fetais existentes ao redor da cavidade bucal e das narinas, para evitar a obstruo das vias respiratrias. A seguir, limpa-se o restante do corpo do leito,

  • 47

    massageando o dorso e a regio pulmonar, para ativar a circulao e esti-mular a respirao. Quanto mais tempo o leito permanecer mido, maior a quantidade de calor perdido.

    Alguns leites podem nascer parcial ou totalmente envoltos pelas membranas fetais e podem morrer sufocados se no forem removidas ime diatamente. Aps sua remoo, recomenda-se fazer uma massagem enr gica no leito, para reanim-lo.

    73 Como a tcnica para o corte e desinfeco do umbigo?

    Logo aps o nascimento, recomenda-se fazer a ligadura e o corte do cordo umbilical de 3 cm a 4 cm de sua insero e, em seguida, a desinfeco. Para a ligadura, usa-se um cordo previamente desinfetado ou embebido em desinfetante. Para o corte, usa-se tesoura cirrgica desinfetada. Para a desinfeco do umbigo, usa-se um frasco de boca larga com tintura de iodo (5% a 7%) ou iodo glicerinado. Mergulha-se o umbigo na soluo pressionan do o frasco contra o abdmen do leito e fazendo um movimento de 180 graus para que o desinfetante atinja a base do umbigo. O umbigo deve permane cer em contato com o desinfetante por trs a cinco segundos. O corte e a desinfeco do umbigo s tm validade se forem realizados nos primeiros minutos aps o parto. Essa validade, alis, est condicionada adoo de esquema adequado de limpeza e desinfeco das instalaes.

    74 Qual o peso ideal de um leito ao nascer?

    Quanto maior o peso ao nascer, maior ser o ganho dirio do leito na fase de aleitamento. A mortalidade tambm reduzida em recm-nascidos de peso elevado. Por isso, o ideal seria que todos os leites tivessem, ao nascer, pelo menos 1,2 kg.

    75 Quando se deve fornecer a primeira rao ao leito?

    A maior dificuldade para a adequada nutrio do leito durante a lactao reside no desconhecimento da quantidade de leite que a matriz

  • 48

    produz. Para cobrir as exigncias nutricionais de uma leitegada com dez leites, a matriz deve produzir 6,5 litros de leite/dia ao final da primeira semana e 11 litros de leite/dia no final da terceira semana de lactao. Na prtica, porm, isto no ocorre. Por esse motivo, deve-se fornecer rao pr-inicial peletizada para os leites, a partir do stimo dia de vida. No incio, as quantidades fornecidas devem ser pequenas e substitudas quan do houver sobras, a fim de no ocorrer alterao no sabor e na composio da rao. Assim, os leites dispem de alimento na medida de suas necessi dades de modo a poderem expressar todo seu potencial de ganho de peso.

    76 Qual a idade ideal para o desmame? Como obter um des-ma me precoce e sem estresse?

    Atualmente, o perodo mais utilizado de 28 a 35 dias de idade. A idade tima de desmame depende, em grande parte, do estado sani-trio, do desenvolvimento dos animais, do manejo, da rao e da gua, da higiene da criao, dos fatores ambientais, das instalaes, dos cuidados que o criador dispensa aos animais e da mo de obra utilizada. A adoo de per odos de amamentao cada vez mais curtos visa obteno de maior nmero de leites por matriz/ano. Atendidos todos os fatores acima, garan te-se maior produtividade.

    77 Na cela parideira, a ma triz pode esmagar muitos leites?

    Sim, principalmente quando a cela mal construda. A rea dispon-vel para a matriz e os leites deve ser de 4 m2, no mnimo, e a altura da pri meira barra da cela parideira de 28 cm do piso, no mnimo.

    78 O que transferncia cruzada de leites?

    A transferncia cruzada de leites consiste na transferncia de leites segundo seu peso, isto , os leites mais leves ficam com uma fmea e os leites mais pesados com outra fmea. Dessa forma, procura-se fazer com que os leites tenham um desenvolvimento mais homogneo. realizada

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    em granjas, preferencialmente nas primeiras 24 horas aps o parto, entre fmeas que deram cria no mesmo dia. Esse mtodo realizado em granjas que induzem o parto.

    79 Como fazer a transferncia de leites de uma matriz para outra?

    A transferncia deve ser realizada, o mais tardar, nos primeiros trs dias aps o parto da matriz adotiva, uma vez que as glndulas mamrias excedentes e no utilizadas tendem a involuir (secar). impossvel prever se uma matriz vai ou no aceitar os animais transferidos. Se a matriz que adota sentir odor diferente no leito recm-chegado, ela pode simplesmen-te rejeit-lo ou mesmo mat-lo.

    Geralmente, quando a transferncia feita logo aps o parto e a pla-centa da fmea adotiva ainda estiver disponvel, recomenda-se esfreg-la nos leites a serem transferidos para que tenham o mesmo cheiro dos seus leites. Quando isso no possvel, deve-se reunir os leites da matriz ado tiva com aqueles que se pretende transferir, num cesto, durante dez a 25 minutos, e pulveriz-los com uma soluo fraca de creolina ou outro produ to para dificultar seu reconhecimento, pela matriz, atravs do cheiro. Outra possibilidade manter o grupo de leites separados da me adotiva durante duas a trs horas para que seu bere atinja um grau de enchimento tal que a matriz sinta necessidade de amament-los devido presso existente nas glndulas mamrias. Nesse caso, tambm, aconselhvel dificultar o reco nhecimento do leito estranho, atravs de produtos.

    80 Em que situao se faz o descarte dos leites?

    Quando apresentarem peso abaixo de 700 g, pois o ndice de mortali dade de leites durante o perodo de lactao, bem como seu desenvolvi mento, esto intimamente relacionados com o peso e o vigor dos leites ao nascerem.

    81 Que quantidade de leite um leito mama diariamente?

    O leito mama de dez a 22 vezes por dia, e essa frequncia diminui medida que o leito cresce, devido ao aumento da capacidade de seu est mago. Cada mamada dura de 20 a 30 segundos, durante os quais ocorre a ingesto de 20 g a 60 g de leite.

  • 50

    82 Que tipo de leite os leites podem tomar quando, logo aps o nascimento, so separados da me?

    Como substituto do leite da matriz, pode-se utilizar leite de vaca, de ovelha ou de cabra, conforme a tabela a seguir.

    Componentes e volume

    Tipo de leite

    Vaca Cabra Ovelha

    Volume 1/4 litro 1/4 litro 1/4 litro

    Nata 1 colher das de sopa - -

    cido ctrico1 0,1 g - 0,2 g 0,1 g - 0,2 g 0,1 g - 0,2 g

    Tetraciclina 50 mg 50 mg 50 mg1 O cido ctrico pode ser substitudo por suco de limo, na dosagem de uma colher das de ch at uma das de sopa.

    A nata adicionada ao leite de vaca devido a seu baixo percentual de gordura em comparao ao leite da matriz, o que no ocorre com o leite de cabra e de ovelha. O antibitico adicionado como profiltico contra infeces e para proporcionar melhor desenvolvimento aos leites.

    Outra possibilidade preparar o substituto do leite da matriz, adi-cionando ao leite de vaca 50 mL de nata, uma clara de ovo, suco de limo e 15 mg de tetraciclina por litro de leite.

    Atualmente, possvel encontrar no mercado alguns produtos prontos para substituir o leite da matriz ou para suplementar a alimentao de leites mais fracos, bem como produtos base de leite para serem reconsti tudos (adicionando gua).

    A dosagem do substituto do leite depende da idade do leito e varia de 20 mL (duas colheres das de sopa) a 50 mL, numa frequncia de 20 a 22 vezes ao dia para leites recm-nascidos. A dosagem pode ser aumen-tada com a idade dos animais. Aps uma semana, aumenta-se o intervalo de fornecimento do substituto do leite e coloca-se disposio dos leites uma rao inicial. Dependendo do desenvolvimento dos leites e do consumo de rao inicial, pode-se substituir o alimento artificial pela rao quando os leites atingirem a idade de trs semanas.

    importante que, por ocasio da amamentao, o substituto do leite da matriz esteja a uma temperatura entre 37 C e 40 C.

  • 51

    83 A partir de que idade deve-se fornecer gua aos leites?

    Os leites devem ter gua limpa e de boa qualidade disposio a partir do primeiro dia de vida.

    84 A aplicao de glicose em leites indicada? Quando e como aplicar?

    Sim. Como fonte de energia, com a finalidade de fortificar leites fracos, recomenda-se aplicar de 3 mL a 5 mL de soluo de glicose a 5% por via intraperitoneal ou subcutnea, no primeiro dia de vida, dose que poder ser repetida quando se fizer a aplicao de ferro.

    Em granjas onde o sistema de fornecimento de gua permitir, pode-se adicionar glicose gua dada aos leites.

    85 Qual a lotao na creche?

    Deve-se utilizar a lotao mxima de trs leites/m2 nas baias suspensas e de 2,5 leites/m2 nas baias no cho.

    86 Quais as condies para o crescimento?

    Lotesuniformesemidadeepeso,evitandosuperlotao. Nmero adequado de bebedouros (1:10) e comedouros (uma

    boca: quatro animais). Fornecimentovontadederaoegua,ambasdeboaqualidade. Adooderotinadelimpeza. Manutenodeprogramadevacinao.

    87 Quais as condies para a engorda?

    Converso alimentarmxima de 3 kg de rao para 1 kg deganho de peso.

    Lotesuniformesemidadeepeso,disponibilizando1m2 por animal. Instalaeslimpasedesinfetadas. Fornecimentovontadederaoegua,ambasdeboaqualidade. Adooderotinadelimpeza. Ambienteadequado.

  • 52

    88 Deve-se reduzir o ganho de peso dos sunos na terminao?

    A alimentao vontade proporciona um ganho de peso dirio (do nascimento ao abate) superior a 50 g/dia a 60 g/dia ao ganho proporcionado pela alimentao restrita. Esse ganho pode desaparecer se a converso alimen tar for reduzida em cerca de 0,15 unidade, mantendo as demais condies constantes. Se a restrio alimentar no conseguir melhora superior a 0,15 unidade na converso alimentar, possvel que haja perdas com o uso desse sistema de alimentao se o suno para abate for vendido por quilograma de peso vivo.

    H de se considerar, porm, que os animais com restrio alimentar, apesar de retardarem o momento de abate, melhoram a carcaa, deposi tando menos gordura. Assim, a diminuio do ganho na terminao precisa levar em conta os preos do alimento, do suno vivo e do prmio em preo por melhor carcaa.

    89 Qual o peso ideal de abate das fmeas e machos castrados quando usada apenas uma rao de terminao?

    Sob o aspecto de rendimento de carne da carcaa, quando os animais na terminao recebem a mesma rao, as leitoas devem ser abatidas com at 110 kg e os castrados com at 100 kg. Dependendo do ambiente e da gentica, as leitoas com 90 kg de peso podem possuir ao redor de 54% a 55% de carne magra na carcaa. At 100 kg, essa porcen-tagem reduzida lentamente em 1%. Castrados com 80 kg possuem entre 53% e 54% de carne magra na carcaa e a partir da essa porcentagem decresce linearmente. Cada semana a mais na terminao custa ao redor de 1% de carne magra na carcaa. Separando os machos das fmeas e adotando peso de abate diferenciado, o produtor consegue aumentar em mdia em 1% a proporo de carne magra na carcaa. Automaticamente a converso alimentar me lhora e os custos diminuem.

    90 vantajoso criar fmeas e machos castrados em lotes sepa-rados, usando a mesma rao?

    Machos castrados ingerem mais alimentos e mais rapidamente do que leitoas e depositam mais gordura com menor idade, resultando em carca as com menos carne.

  • 53

    Somente a separao, sem estratgia de peso de abate diferenciado e com a mesma quantidade de rao, proporciona carcaas mais magras porque as fmeas no sofrero a competio dos castrados pela rao. A instalao em lotes separados possibilita a venda de todos os lotes mais cedo.

    91 vantajoso instalar, em baias separadas, castrados e fmeas para fazer um manejo de alimentao por sexo?

    A separao de castrados e fmeas e a adoo de arraoamento dife renciado, aliadas ao peso menor de abate para castrados, garantem ao pro dutor o aumento de 1% a 2% na proporo de carne magra na carcaa, na mdia do plantel.

    Nessa sistemtica, as leitoas so alimentadas vontade e os castra-dos com ingesto ao redor de 5% menor no comeo da terminao e ao redor de 10% menor na fase final da terminao.

    92 Como deve ser a limpeza e a desinfeco das baias no cres-cimento e terminao?

    A limpeza das baias com p e vassoura para a retirada dos dejetos e detritos dever ser feita diariamente.

    As baias devem ser sempre limpas e lavadas no mesmo dia da deso cupao. Aps a secagem, devem ser desinfetadas e permanecerem vazias por cinco dias, no mnimo, antes da entrada dos novos lotes.

    O tipo e o modo de utilizao dos desinfetantes so definidos pelo veterinrio.

    93 Qual o manejo dos animais de reposio?

    Se os animais de reposio vm de outra granja, devem passar por um perodo de quarentena.

  • 54

    As leitoas de reposio devem ser alojadas no prdio de gestao com idade mdia de aproximadamente 155 dias, em baias coletivas prxi-mas aos machos e at duas semanas antes da cobrio devero receber rao de crescimento vontade, sendo alimentadas duas vezes ao dia.

    Os machos de reposio devem ser alojados no prdio de gestao com idade mdia de aproximadamente 165 dias em baias individuais, onde permanecero at o fim de sua vida til. Os machos s devero ser utiliza dos em montas aps feita uma avaliao do smen que comprove sua qua lidade. Devem receber 2 kg de rao de gestao por dia, sendo um de manh e outro tarde.

    94 Qual o perodo de gestao de uma matriz?

    Varia de rebanho para rebanho e de raa para raa, mas a durao mdia pode ser considerada de 114 dias (trs meses, trs semanas e trs dias).

    95 Qual o manejo de alimentao de uma matriz em gestao?

    gua vontade e cerca de 2,0 kg de rao base de milho, farelo de soja e ncleo vitamnico-mineral por dia at os 90 dias de gestao. Dos 90 dias at o parto, deve-se fornecer de 2,5 kg a 3,0 kg da mesma rao por dia, com aumento gradativo at atingir os 3 Kg.

    96 Diminuindo a quantidade de gua na gestao, aumenta o peso dos leites ao nascer?

    No. Na gestao, deve-se aumentar o consumo de gua da fmea para aumentar a frequncia de mices, o que diminui a probabilidade de infeces urinrias.

    97 Quais os principais cuidados com a matriz em gestao?

    As fmeas em gestao de-vem ser mantidas em ambiente calmo, tranquilo e con fortvel e devem receber gua e rao de boa qualidade.

  • 55

    Alm das quantidades de rao recomendadas, o criador pode forne cer algum tipo de pasto ou forragem para as fmeas.

    Observar diariamente, com o auxlio do macho, se as fmeas retornaram ao cio. A temperatura deve ser controlada a fim de proporcionar uma faixa adequada, nessa fase, que vai de 16 C a 20 C.

    Diariamente, h necessidade de limpar as instalaes de gestao com p e vassoura e, uma vez por semana, limpar com gua.

    As vacinas a serem aplicadas dependem do programa de vacinao da granja.

    O controle de endo e ectoparasitos deve ser realizado periodicamen-te e, em casos de granjas com problemas, antes de as fmeas serem transferidas para a maternidade.

    Sete a dez dias antes da data prevista para o parto, as fmeas devem ser transferidas para a maternidade, depois de terem sido lavadas.

    98 Como maximizar o consumo de rao da matriz em gestao?

    A alimentao na gestao no deve ser maximizada e sim controla-da e de acordo com o estado corporal das matrizes.

    A alimentao durante a gestao tem funo estratgica. Alm de influenciar o desenrolar do parto, o tamanho e o peso da leitegada, afeta tambm a produtividade no perodo de lactao. Matrizes nutridas com pouca energia ou deficincia de nutrientes essenciais durante a gestao, produ zem leitegadas com peso desuniforme e com maior proporo de leites fracos. As desvantagens do fornecimento excessivo de energia nessa fase so morte embrionria, dificuldade no parto e reduo de apetite e da ingesto de rao. Isso vai se refletir na perda de peso na lactao, na incapacidade fisiolgica para altas produes de leite e no retardamento do cio ps-desmame.

    Matrizes superalimentadas durante a gestao perdem mais peso durante a lactao subsequente quando comparadas com matrizes alimen tadas de forma restrita, com o objetivo de apenas ganhar peso moderado durante a gestao.

  • 56

    Como regra geral, o estado corporal das matrizes, aps a cobrio, deve ser o parmetro para decidir qual a quantidade de rao a ser fornecida. As matrizes em bom estado devem receber 2,0 kg/dia, matrizes finas de vem receber 2,5 kg/dia, matrizes magras 2,7 kg/dia e matrizes gordas de vem receber somente 1,8 kg/dia.

    99 Como o manejo da alimentao no perodo antes e durante o cio da matriz?

    No perodo anterior cobrio, o nvel nutricional deve ser elevado em especial para as fmeas desmamadas e que apresentaram alta perda de peso durante a lactao. Nesse caso, necessrio que a rao seja a mes ma da lactao, fornecida vontade at um consumo mximo de 5 kg/dia.

    Durante o cio, a matriz deve receber 2 kg/dia de rao de gestao.

    100 Como usado o hormnio no parto?

    O tratamento hormonal no parto pode ser usado para: induziresincronizaroparto; corrigirainsuficinciadecontraesuterinasduranteoparto.A induo e a sincronizao do parto so utilizadas com o objetivo

    de facilitar o trabalho nas grandes criaes suincolas, concentrando a ocor rncia das paries no horrio normal de trabalho. Essa prtica permite melhorar a assistncia ao parto, reduzindo a perda de leites nas primeiras horas de vida. Alm disso, permite equalizar o tamanho das leitegadas, fa cilitar a desinfeco e o vazio sanitrio da maternidade, sincronizando os desmames.

    O intervalo mdio entre a injeo do hormnio (prostaglandina) e o incio da pario varia de 24 a 28 horas, mas somente 50% a 60% das matri zes parem durante as oito a dez horas dirias de trabalho, e cerca de 20% das matrizes podem iniciar o parto antes de serem transcorridas 22 horas aps a injeo. Portanto, se o objetivo da induo de parto permitir aos funcionrios a superviso dos nascimentos para melhorar a sobrevivncia, muitas matrizes vo escapar a essa superviso.

  • 57

    Para realizar esse tratamento, deve-se levar em conta a durao mdia da gestao no rebanho (por exemplo, 115 dias); conhecido esse perodo, dois dias antes da data prevista para o parto (dia 113) faz-se o tratamento, que consiste na aplicao de 1 mL de cloprostenol, (frmaco anlogo prostaglandina), intramuscular (IM), no incio da manh (7h30) do 113 dia de gestao. Tem sido recomendada, igualmente, a aplicao do hormnio ocitocina, (10 Ul), IM, entre 20 e 24 horas aps a injeo de prostaglandina a fim de aumentar a proporo de matrizes parindo no inter valo de 20 a 28 horas aps a injeo de prostaglandina.

    Com relao insuficincia de contraes uterinas, deve-se conside rar que, na espcie suna, o parto geralmente ocorre sem maiores compli caes. Em parto demorado, em que no se diagnosticou nenhum obstculo expulso dos leites bem como em fmeas que apresentem baixa intensi dade de contraes uterinas, com intervalo muito longo de nascimento en tre leites (40 a 60 minutos), recomenda-se a aplicao de ocitocina, IM, na dose de 10 Ul. Em dias quentes ou quando a matriz estiver muito cansada, deve-se dar um banho no animal de dez a quinze minutos antes de aplicar a ocitocina. Minutos aps a aplicao, colocam-se os leites nascidos para mamar. A ocitocina no deve ser aplicada antes do toque vaginal e do nas cimento do primeiro leito, pois pode estar ocorrendo, por exemplo, estreitamento da via fetal ssea ou mole (observado com mais frequncia em fmeas de primeira cria), contra o qual o medicamento no tem efeito, podendo ser prejudicial.

    101 O que fazer para que uma matriz no produza leites fracos?

    Seguir rigorosamente as orientaes de manejo da fmea desde a cobertura at o final da gestao.

    102 Quais os principais cuidados na hora do parto?

    O parto deve ser acompanhado do in-cio ao fim.

    Com relao aos leites, realizar as prti cas rotineiras: cortar dentes, cortar e de-sinfetar o cordo umbilical, coloc-los no es-camoteador e auxili-los a fazer a primeira mamada o mais cedo possvel.

  • 58

    Com relao matriz, deve-se mant-la em ambiente tranquilo, sem rudos.

    Havendo necessidade de interveno no parto, seguir os seguintes passos:

    limpareapararasunhas; lavarasmoseobraocomgua

    e sabo; higienizar o posterior e principal

    mente a vulva da matriz; lubrificar a mo e o brao com

    leo vegetal ou banha; introduziramoededosemfor-

    ma de concha tomando cuidado para evitar leses;

    tracionaro leitomoderadamen-te, pela cabea ou membros pos-teriores (no usar ganchos).

    O parto estar concludo quando a fmea liberar as placentas em igual nmero ao dos leites nascidos.

    103 Como deve ser feita a limpeza e a desinfeco da cela parideira?

    Retirar as fezes e a parte mida da cama dos leites. A lavagem da cela com gua e sua posterior desinfeco so recomendadas, principal-mente em casos de diarreia dos leites. A soluo desinfetante deve ser de baixa toxicidade e no irritante, e aplicada com pulverizador. Depois que o ambiente estiver seco, coloca-se a cama nova antes de soltar os leites que devem estar em caixa com fonte de calor ou no escamoteador, para no serem molhados.

    104 Como fazer a cama na ma-ternidade?

    Nas criaes modernas, evita-se, em geral, o uso de cama para a matriz, colocando-se apenas uma cama de maravalha ou similar no escamoteador (caixa) para os leites.

  • 59

    105 Quais as condies para a amamentao?

    Matrizes com oito leites ou mais devem receber rao vontade, no mnimo 5,5 kg de rao por dia. Matrizes com menos de oito leites devem receber diariamente 2,5 kg de rao mais 400 g por leito em aleitamento. A gua deve ser limpa, fresca e vontade.

    Deve-se dispor de escamoteador com cama seca e fonte de calor com temperatura controlada entre 28 C e 30 C. Matrizes com sintomas de mastite (inflamao das tetas) ou corrimento vaginal purulento devem ser tratadas segundo a orientao veterinria. Matrizes com fezes duras ou ressecadas devem receber uma colher (de sopa) de sal amargo na rao durante trs dias. recomendvel aumentar o teor de fibra da rao, forne cendo-se alfafa ou pasto verde em suplementao rao diria.

    106 Existe algum meio de retirar o colostro (primeiro leite) da matriz?

    Pela aplicao de oxitocina. Minutos aps a aplicao, o colostro comea a sair e deve ser recolhido numa vasilha limpa.

    107 O que influencia o retorno ao cio?

    O retorno ao cio, aps o desmame, influenciado pelo estado nutricional e ordem de parto da fmea, pela durao da lactao, poca do ano e manejo adotado por ocasio e nos dias aps o desmame.

    108 Por que o colostro da matriz importante para o leito e por que deve ser ingerido logo aps o nascimento?

    O colostro possui alto teor de protena (acima de 18%) cuja composi-o contm 50% de globulinas, em especial gamaglobulinas, que atuam protegendo passivamente o leito recm-nascido contra diversos patge-nos presentes na maternidade e que agem sobre os sistemas respiratrio e diges tivo.

    A frao das gamaglobulinas, que tem como origem principal o plas-ma sanguneo da me, composta por trs grupos de imunoglobulinas (Ig),

  • 60

    das quais duas a IgM e a IgQ s conseguem atravessar a parede intestinal nas primeiras horas de vida do leito, proporcionando-lhe, assim, proteo contra infeces por patgenos especficos presentes na maternidade, num processo chamado de imunizao passiva.

    Para que esse processo seja desenvolvido de forma satisfatria, necessrio que a ingesto ocorra durante as primeiras dez horas, no mximo, aps o nascimento. H dois motivos que tornam o fator tempo importante:

    Aconcentraodegamaglobulinanocolostrodiminui rapida-mente em funo da maior produo de leite;

    Acapacidadedeasimunoglobulinasatravessaremointestinora pidamente reduzida devido menor permeabilidade da parede intestinal. Doze horas aps o nascimento, apenas 10% das gamaglobulinas ingeridas so absorvidas integralmente.

    109 Qual a composio do leite da matriz?

    Existem dois tipos de leite da matriz do ponto de vista da composio nutricional: o colostro que o leito ingere nos primeiros dias de vida e o leite normal que a matriz produz at o desmame.

    A tabela abaixo apresenta a rpida alterao na concentrao proteica do colostro.

    Alterao na composio do colostro em funo do tempo (em%)

    Tempo Protena Gordura Lactose

    Nascimento 18,9 7,2 2,5

    3 horas 17,9 7,3 2,7

    6 horas 15,2 7,8 2,9

    12 horas 9,2 7,2 3,4

    24 horas 7,3 8,7 3,9

    A tabela seguinte compara a composio do colostro e do leite nor mal quanto a nutrientes, digestibilidade e valor de energia.

    O leite da matriz tem a seguinte concentrao mdia em minerais: clcio: 0,2%; fsforo: 0,15%; magnsio: 0,015%; sdio: 0,035%; ferro: 0,8 ppm; cobre: 1 ppm e zinco: 15 ppm.

  • 61

    Composio do leite normal e do colostro de matriz

    Componentes Leite ColostroMatria seca (%) 20,4 22,3Protena bruta (%) 5,8 11,2Protena digestvel (%) 5,6 11,0Energia metabolizvel (kcal/kg) 1.200 1220Gordura bruta (%) 42,6 26,1Extrativos no nitrogenados (%) 24,7 20,7

    110 Para a substituio de matrizes, melhor comprar ou selecion-las no plantel?

    Fica a critrio do produtor, desde que as fmeas apresentem as se-guintes caractersticas:

    Pesarnomnimo90kgaos150diasdeidade; Nascernumaleitegadanumerosa; Possuirpelomenosseteparesouquatorzetetasfuncionais,bem

    distribudas e de bom tamanho; Noterirmoscomdefeitosdenascena; Tervulvadetamanhoproporcionalidade; Apresentarboasustentao(bomaprumo); Noapresentardesviosnacoluna; Terbomcomprimentoeprofundidade.

    111 O que significa o cio?

    Cio ou estro a manifestao externa de uma srie de eventos no trato genital da fmea, regulados por hormnios, que tornam a fmea apta para a procriao durante determinados perodos de sua vida. Durante esse perodo, a fmea apresenta o reflexo de tolerncia ao cachao, permitindo sua monta. No perodo intermedirio do cio, a fmea tambm apresenta reflexo de tolerncia ao homem, ficando imobilizada quando realiza-se o teste da presso lombar (ver pergunta 116).

    112 Qual a durao do cio?

    A durao do cio pode variar de 48 a 108 horas e est relacionada ao intervalo desmame/cio. Fmeas com intervalo desmame/cio de trs a

  • 62

    quatro dias apresentam maior durao do cio (em mdia 71 horas), diferen temente daquelas com maior intervalo desmame/cio, em que a durao mdia do cio de 56 a 63 horas.

    113 Qual o intervalo normal entre os cios?

    Se no houver acasalamento (cobertura), o cio repete-se de forma cclica a cada 21 dias na maioria das fmeas, podendo variar de 17 a 25 dias.

    114 Qual a idade de aparecimento do primeiro cio na leitoa?

    Na fmea suna, o primeiro cio j foi observado a partir de 127 dias at 250 dias de idade. No entanto, a idade mdia do aparecimento do cio fica em torno dos 200 dias. A ocorrncia de cios precoces e tardios devida a fatores ambientais.

    115 possvel antecipar o aparecimento do cio? Como?

    Sim. As recomendaes para antecipao so: Contatodiriode fmeas ima-

    turas (entre 150 e 160 dias), por 15 a 20 minutos, com um ca-chao de nove a 12 meses de idade;

    Aplicao de hormnio gona-dotrfico por recomendao veterinria.

    116 Como identificar o cio?

    A fmea apresenta alteraes no comportamento e modificaes no organismo, em perodos diferenciados:

  • 63

    Pr-estroAlteraes no comportamento, de dois a quatro dias, em mdia,

    antes do incio do cio: Vulva inchada e avermelhada, mais visvel nas leitoas e em

    animais das raas brancas. Secreovulvarcomconsistnciademucoaquoso. Nervosismo,reduodoapetite. Saltasobreascompanheiras,masnoaceitaosaltodasoutras. Procuraomacho,masnopermiteacobertura.Estro ou cio imobilidade, membros posteriores afastados, cabea baixa,

    movimento de elevao das orelhas; aceitaodosaltoedacpula; tolernciapressodocriadorsobreolomboeosflancos.Ps-estroVolta normalizao: a fmea recupera o apetite e as atividades

    nor mais, mas no tolera a monta do macho ou a presso lombar.

    117 Quando realizar a primeira cobertura?

    Para determinar o momento da realizao da primeira cobertura deve-se conhecer o material gentico com que se est trabalhando. A leitoa no deve ser coberta no primeiro cio nem antes dos 110 kg, devendo ter uma espessura de toucinho de no mnimo 16 mm a 18 mm.

    118 Por quanto tempo uma matriz vivel?

    Enquanto parir uma boa leitegada (11 leites) e desmam-la sem perdas acima de ndices considerados normais, a fmea pode ser mantida no plantel.

    Em geral, as fmeas so utilizadas at seis paries, em mdia.

    119 Aps o parto, qual a poca correta para novo cruzamento?

    Em torno de cinco a sete dias aps o desmame, as matrizes esto no cio novamente e devem ser cobertas.

  • 64

    120 Quantas vezes por ano uma matriz pode parir?

    Uma fmea pode parir 2,5 leitegadas por ano. Uma meta a ser busca da pelos criadores deve ser de 2,3 leitegadas por ano para cada fmea mantida no rebanho.

    121 Qual a mdia de leites por cria?

    Mdia de dez desmamados por parto ou um total de 21 desmamados por matriz/ano para cada fmea mantida no rebanho. O ideal procurar obter 22 desmamados e 21 terminados por matriz/ano.

    122 Como usado o hormnio no cio?

    O uso de gonadotrofinas, hormnios que agem sobre os ovrios, em leitoas com 160 dias de idade, estimula o aparecimento do cio entre quatro e cinco dias depois da injeo. O uso desses hormnios feito, exclusiva mente, sob prescrio veterinria.

    123 Quantas coberturas devem ser feitas por cio?

    Deve-se fazer duas cobries, com intervalo de 12 a 24 horas. Em granjas de terminados, a segunda cobertura pode ser feita por outro cachao, se houver mais de um na granja.

    124 Quais as principais funes do cachao numa criao?

    Estmulosfmeasaentraremcio; Reconhecimentodasfmeasemcio; Desencadeamentodoreflexodetolerncia; Realizaodacobertura; Fornecimento,comfrequnciaregular,dequantidadesuficiente

    de esperma que possa assegurar bom ndice de concepo.

  • 65

    125 Qual a relao ideal entre o nmero de machos e fmeas para se manter uma boa reproduo?

    Em mdia, recomenda-se a relao de um macho para cada 20 fme as. Deve-se, porm, respeitar a relao de um macho para cada trs fme as desmamadas a serem cobertas na semana.

    126 O que deve ser observado no incio da vida reprodutiva do cachao?

    Fazerumexameandrolgico(avaliaracapacidadereprodutivado cachao);

    Naprimeiracobertura,conduzirbaiadocachaoumafmea,no de primeiro cio, com tamanho semelhante ao do macho;

    Evitaroexcessodemontasfrustradasdevidoinquietaodasfmeas, bem como problemas que possam influenciar negati-vamente o animal na reproduo.

    127 Qual o peso adequado para as fmeas em reproduo nas diversas fases de produo?

    As matrizes sunas apresentam faixas de peso ideal de acordo com o nmero de partos e dependendo da fase de produo em que se encontram. As matrizes hbridas modernas tm maior eficincia nutricional, por isso o manejo da nutrio deve ser rigoroso para atingir e manter os pesos corpo rais indicados para cada fase produtiva.

    Peso ideal da matriz (kg) em funo do nmero de partos

    Leitoas De um a dois partos + de dois partosPeso na cobrio 130 a 140 170 a 180 200 a 210Peso aps o parto 180 a 190 210 a 220 220 a 240Peso ao desmame 200 a 210 200 a 210 210 a 220

    128 Qual a idade ideal para o macho iniciar as coberturas?

    Um macho em boas condies de sade pode iniciar as coberturas a partir do stimo ms de idade.

  • 66

    129 Quais as caractersticas de um bom reprodutor?

    O bom reprodutor deve apresentar as seguintes caractersticas: Serfilhodepaisquetenhamapresentadobomdesempenho; Ter,nomnimo,seteparesdetetas; Aprumoscomboasustentaoesemdesvios; Ausnciadedesviosdecoluna; Ausnciadesinaisaparentesdeestresse; Livrededoenascontroladasnorebanho; Bompernilelarguradelombo; Bomcomprimentoeprofundidade; Boafertilidade.

    130 Qual o tempo mdio de cobertura?

    Varia de acordo com o cachao. O ideal que a monta tenha dura-o mnima de cinco minutos.

    131 Como deve ser o local de cobertura?

    Deve ser limpo e ter espao suficiente para a movimentao e correto posicionamento do macho e da fmea. O piso no deve ser escor-regadio a fim de evitar acidentes durante a monta, que deve ser realizada na baia do cachao. importante que o macho esteja familiarizado com o local.

    132 Quantas coberturas um macho pode fazer por semana?

    Cachaos jovens, a partir dos sete meses, podem realizar duas cober turas semanais. Animais adultos, a partir dos 12 meses de idade, podem realizar at seis coberturas semanais, com intervalos regulares.

    133 Qual a hora mais adequada para realizar a monta?

    Deve ser realizada nas horas mais frescas do dia, pela manh ou no final da tarde.

  • 67

    134 O que inseminao artificial?

    Inseminao artificial (IA) uma biotcnica de reproduo, cujo objetivo principal manter e mesmo melhorar a eficincia reprodutiva e pro dutiva em relao monta natural.

    135 Quais as vantagens da inseminao artificial?

    As vantagens do uso da inseminao artificial so: aproveitamentointensivodosreprodutoresmelhorados; menor nmerode reprodutores por plantel emenor custo de

    aquisio e manuteno dos cachaos; aproveitamentoracionaldereprodutores,evitandoseuusoem

    ex cesso e facilitando o manejo das fmeas em grupos; reconhecimentodemachossubfrteisouinfrteis; controlemaisprecisodascaractersticasaseremmelhoradasno

    rebanho.

    136 Como feita a inseminao artificial?

    A IA de realizao simples e prtica, mas exige treinamento ade-quado. Para a realizao da IA so utilizados catteres ou pipetas que po dem ser descartveis ou reutiliz-veis. No Brasil, so mais utilizadas as pipetas reutilizveis de borracha, do tipo Melrose, que simulam o pnis do cachao, e que tm grande durabili-dade. As pipetas de IA vm esterilizadas do laboratrio, junto com o s-men, acondicionadas em sacos de plstico ou envolvidas em papel de embrulho.

    Para a IA so recomendadas as seguintes atividades: Fazeralimpezaasecodavulvacompapelhiginico,preferen-

    cialmente estril; Cortarapontadoadaptadordofrascodesmen(bisnaga); Retirarapipetadoplsticooupapel;

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    Umedecerapontadapipetacomalgumasgotasdesmen. Abriroslbiosvulvarescomodedoindicadorepolegardamo

    esquerda e com a direita introduzir a pipeta de IA na vulva na direo dorso-cranial (levemente dirigida para cima e para a frente), com leves movimentos de rotao para a esquerda, at ser fixada pela crvix.

    Adaptarofrascopipetaeintroduzirosmen,fazendolevepressosobre o frasco durante um perodo mnimo de quatro minutos.

    137 Por que a inseminao artificial pouco usada?

    O maior entrave expanso dessa tcnica a impossibilidade de preservar o smen por longos perodos sem prejuzo da capacidade de fer tilizao. Criaes distantes das centrais produtoras de smen, nmero in suficiente de centrais produtoras de smen, exigncia de pessoal treinado (criador) e de inseminadores aptos para realizar o diagnstico do cio tambm contribuem para esse quadro.

    138 O que mais vivel, a utilizao de smen fresco ou resfriado?

    A utilizao de smen fresco (sem ter passado por qualquer processo de conservao), em geral feita sem diluio e imediatamente aps ter sido colhido. possvel manter o smen a 37 C ou temperatura ambiente por duas ou trs horas, no mximo, antes de sua aplicao. A inseminao com um ejaculado de smen fresco permite inseminar trs fmeas, no mxi mo, sendo um recurso utilizado em situaes em que o nmero de machos insuficiente para a quantidade de fmeas em cio, em dado momento. No entanto, esse mtodo no o mais recomendado.

    A tcnica mais vivel do ponto de vista biolgico e econmico a inseminao com smen resfriado, que vem crescendo em importncia no pas. O smen armazenado temperatura de +15 C a +18 C. Na preparao do esperma refrigerado, necessrio utilizar a taxa de diluio apropri ada, um diluente adequado e empregar velocidade lenta de resfriamento, a fim de no alterar a fertilidade.

    Os diluentes de smen contm tampes e nutrientes para as clulas espermticas. Os tampes controlam as mudanas eventuais no pH e os nutrientes so utilizados pelos espermatozoides. A adio de antibiticos no diluidor, para controlar uma eventual proliferao bacteriana, tambm

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    prtica nos centros de inseminao artificial suna. A tecnologia de resfriamento de smen permite fracionar um ejaculado suno em dez ou 15 doses, cada uma com 3 bilhes de espermatozoides. Os resultados das taxas de pario e de leites nascidos vivos so similares aos da monta natural.

    139 Pode-se usar o smen congelado?

    A tcnica de congelamento de smen de cachao mais complexa que a refrigerao de-vendo a dose conter maior nmero de espermatozoides. Os resultados de fertilidade alcanados at o momento resultam em taxas de parto de 20 a 30% inferiores e tamanho da leitegada de dois a trs lei tes a menos, quando comparados aos resultados do smen resfriado. Esses resultados ainda no justifi cam sua utilizao na rotina da inseminao das granjas. O congelamento de smen realizado com animais de alto valor comercial em que o mais importante a transferncia do material gentico e no os nveis timos de fertilizao e de fecundidade.

    140 O que melhor determina o incio da vida reprodutiva de um cachao jovem: o peso corporal ou a idade?

    a idade. Apesar de alguns machos apresentarem boas condies de reproduo aos seis meses de idade, o ideal utiliz-los a partir dos sete.

    141 Quando feita a castrao em macho adulto?

    A castrao deve ser feita entre 30 e 40 dias antes do abate, para evitar a presena do odor sexual e o sabor caracterstico na carne. A castrao somente possvel com anestesia e requer habilidade e cuidados cirrgicos.

    142 possvel fazer castrao em fmeas?

    Sim, possvel castrar fmeas. Entretanto, como essa interveno no tem valor prtico, no recomendada.

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    143 Quais os parmetros para descarte de animais do plantel?

    Leitoas de reposio que no apresentarem cio at os sete meses de idade; fmeas que no apresentarem cio at 30 dias aps o desmame; f meas que retornarem ao cio duas vezes consecutivas; fmeas com dois partos consecutivos com menos de sete leites nascidos vivos; fmeas que apresentarem problemas graves de aprumo antes da cobrio.

  • 3 Nutrio e AlimentaoLeites

    Crescimento e TerminaoGestaoLactao

    ReproduoRao

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    144 Qual o tipo mais adequado de rao para os leites at o final da fase de creche?

    A rao a ser fornecida varia de acor-do com a idade de desmame dos leites. A seguir, apresenta-se uma opo, entre as vrias existentes, baseada em milho e farelo de soja, com os ingredientes especiais a se-rem adicionados e respectivas dosagens lis-tados por idade de desmame:

    Desmame aos 17 dias de idade:

    Dieta 1 - Para leites com peso vivo entre 2,5 kg e 5,5 kg: 18% a 25% de lactose, 7% a 10% de plasma suno spray-dried, 6% de gordura, 1% a 2% de farinha de sangue spray-dried ou 3% a 6% de farinha de peixe, sendo esta dieta peletizada.

    Dieta 2 - Para leites com peso vivo entre 5,5 Kg e 7,5 kg: 15 % a 25% de lactose, 2% a 3% de plasma suno spray-dried, 2% a 3% de farinha de sangue spray-dried ou de farinha de peixe e 3% a 5% de gordura, na forma peletizada ou farelada.

    Dieta 3 - Para leites com peso vivo entre 7,5 kg e 12,5 kg: 10% de soro de leite em p, 2% a 3% de farinha de sangue spray-dried ou farinha de peixe e 0% a 3% de gordura, na forma farelada.

    Dieta 4 - Para leites com peso vivo entre 12,5 kg e 25 kg: no se adiciona nenhum ingrediente especial rao baseada em milho e farelo de soja.

    Alguns dos ingredientes mencionados nas dietas acima ainda so dif ceis de serem obtidos no mercado brasileiro, como os produtos de sangue spray-dried. Nesse caso, podem ser substitudos por outros, como o leite em p desnatado.

    Desmame com 18 a 24 dias de idade (mdia de 21 dias):

    Dieta 1 - Para ser fornecida durante a fase de aleitamento, at 35 dias de idade em mdia: 20% a 25% de soro de leite em p, 5% a 10% de leite em p desnatado ou outra fonte de protena de origem animal (plasma suno

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    spray-dried ou farinha de peixe de boa qualidade) e 2% a 3% de leo bruto de soja (dispensvel no caso de se incluir 15% a 20% de soja integral extrusada).

    Dieta 2 - Para ser fornecida a leites com idade mdia entre 35 e 49 dias: 10% de soro de leite em p e 1% a 3% de leo bruto de soja.

    Dieta 3 - Para ser fornecida a leites com idade mdia entre 49 e 63 dias de idade: sem incluso de produtos lcteos ou outros ingredientes especiais.

    Desmame com 25 a 30 dias de idade (mdia de 28 dias): Dieta 1 - Para ser fornecida durante a fase de aleitament