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INFORMATIVO MENSAL PARA OS EMPREGADOS DA CEMIG AGOSTO/SETEMBRO | 2012 | ANO IX | Nº 91 CONCURSO PÚBLICO EQUIPAMENTO INÉDITO NA AMÉRICA LATINA MOCHILÃO PELA EUROPA 50 anos de Três Marias

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InformatIvo mensal para os empreGaDos Da cemIG

a g o s to / s e t e m b r o | 2 01 2 | a n o i x | n º 9 1

concurso público

EquipamEnto inédito na américa latina

mochilão pEla Europa

50 anos de três marias

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03 da rEdaçãocemig melhor amiga do Esporte

05 gEntE nossatrabalho voluntário

08 mEu trabalhoreconhecimento internacional

11 turismomochilão pela Europa

04 ponto a pontoconcurso público

800 novos empregados

06 EspEcialtrês marias

Usina comemora 50 anos

09 boas idEiasEquipamento inédito

Cesta aérea isolada

12 mEmóriaacampamento

Empregados relembram convivência

e x P e D i e n t e

Filiado à:

informativo mensal para os empregados da cemig

editado pela superintendência de comunicação

empresarial (ce) – correspondência interna: sa/19/

a2 – fone: (31) 3506 2760

Editor responsável:

João Batista pereira - reg. no 6159 – mte

coordenação de edição:

terezinha crespo de rezende, João Batista pereira,

paulo tarso rezende tobias, adelle soares,

Isabela souza e roosevelt rodrigo

redação:

adelle soares, cristianna sant’anna, Isabela souza,

Juliana pizarro e renata ellera

Estagiários:

Jéssica pires e rafaella Barboza

apoio: comitê de comunicação da cemig e equipe

comunicação e Imagem da rc

Fotos:

eugênio paccelli, Gláucia rodrigues, ronaldo Guimarães

e colaboradores

ilustração:

Henry Bernardo, rafael marques

e Weisvisthértini Barbosa

diagramação:

Interface comunicação empresarial

impressão: Gráfica 101

tiragem: 10 mil exemplares

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Sinônimo de desenvolvimento para o Brasil e, principalmente para Minas Gerais, entrava em operação, há 50 anos, o primeiro grande empreendimento hidrelétrico do País: a Usina de Três Marias. Com finalidades múltiplas, como produção de energia elétrica, controle de enchentes, irrigação e melhoria nas condições de navegação do rio São Francisco, a Usina foi a primeira grande obra da Cemig.

Localizada na região Central do estado, a UHE Três Marias come-çou a ser construída em 1958 e, em 1962, entrou em operação com duas unidades geradoras com 66 MW de potência cada. Atu-almente, com mais quatro, sua potência instalada aumentou para 396 MW, energia suficiente para abastecer 1,1 milhão de pessoas.

Naquela época, sem infraestrutura adequada, foram grandes as difi-culdades para construir a usina. A comunicação era feita pelo rádio e a estrada de terra era de difícil acesso. Entretanto, os obstáculos foram vencidos e Três Marias se tornou exemplo de obra bem suce-dida. Quem nos conta todo esse percurso é Hugo Belisário, técnico projetista da Cemig na década de 50, que participou ativamente da construção. Não deixe de ler a matéria especial!

Além disso, no ponto a ponto, você irá conferir uma entrevista com o superintendente do RH, Ricardo Luiz Diniz, sobre o Concurso Pú-blico da Cemig, além de informações sobre o concurso interno. E tem mais! A Cemig adquire caminhão com lança isolada de maior alcance da América Latina; saiba como era o dia a dia no acampa-mento de Três Marias quando a cidade ainda não tinha infraestru-tura adequada; e conheça a Europa sem sair de casa! A visita será guiada pelo empregado Ezequiel Campos.

50 anos de história Editoriada redação

cemig fecha contrato com a samarco minerações

No dia 1º de agosto, a Cemig assinou contrato de fornecimento de energia elétrica para as unidades industriais da Samarco Minerações, localizadas em Minas Gerais e Espírito Santo. Com o acordo firmado, serão fornecidos no período de 2014 até 2022, montantes de energia que atingirão 409 MW médios. Para o presidente da Cemig, Djalma Morais, a assinatura desse contrato é a confirmação de uma parceria estabelecida de longa data e demonstra a relação de respeito e confiança entre as duas empresas.

melhor amiga do Esporte

Em reconhecimento ao incentivo às atividades esportivas de Minas Gerais, a Cemig conquistou o primeiro lugar do Prêmio Empresário Amigo do Esporte, na categoria “Me-lhor Amiga do Esporte Estadual”, por ter investido R$ 3,4 milhões em projetos esportivos em 2011. A premiação é de-senvolvida pelo Ministério do Esporte e tem como objetivo homenagear empresas e pessoas físicas que apoiam, na forma de patrocínio ou doação, projetos desportivos e para-desportivos por meio da Lei de Incentivo ao Esporte.

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Empresa transparente

No dia 20 de setembro, ocorreu a cerimônia de entrega do Troféu Transparência 2012, concedido pela Anefac-Fipecafi-Serasa Experian. A Cemig foi listada, mais uma vez, entre as corporações de capital aberto com faturamento acima de R$ 5 milhões. Segundo Mario Lúcio Braga, gerente de Contabilidade (CR/CB), “o prêmio significa que estamos conseguindo atender o objetivo de disponibilizar as demonstrações de uma forma bem clara e que os usuários tenham todas as informações necessárias para a tomada de decisão.”

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Assim, estamos criando as condições para que estes novos empregados, juntamente com os demais, possam dar segui-mento ao sucesso que a Cemig vem apresentando em toda sua história.

Eg - Quais os benefícios para a Empresa?rl - A característica da Cemig é de uma Empresa na qual os empregados permanecem por muitos anos, pois fazem car-reira e aqui se aposentam. Tudo isso alinhado a um negócio no qual os projetos também são de longa duração e o produ-to perene. Alguns fatores devem ser bem gerenciados para que não tenhamos empregados capacitados e desenvolvidos sempre com os mesmos pensamentos e com a mesma cultu-ra, perdendo um pouco a percepção das coisas novas. A mes-cla de novos empregados certamente influenciará a nossa cultura e entendemos esta mudança como um fator positivo. A Empresa também se beneficiará com a aquisição de novos talentos, que se associarão às nossas competências tão bem exercidas, ampliando nossa capacidade intelectual, produti-vidade e prontidão para enfrentar os desafios empresariais.

Eg - E quanto ao processo de integração dos novos empregados? rl - Sabemos a importância do processo de integração dos novos empregados, que devem ser bem acolhidos e infor-mados. Por isso, estamos trabalhando o Primeira Energia, evento onde são passadas informações gerais sobre a Ce-mig e sobre os nossos negócios. Mas, só isso não basta. Eles também deverão ser acolhidos em seu local de traba-lho, receber, gradativamente, novas informações na medida em que consigam absorvê-las, saber exatamente em “qual posição vão jogar”, e quais os resultados são esperados do ponto de vista individual, de equipe e corporativo.

Eg - Quais são as condições que os empregados terão se compa-rados ao atual quadro de pessoal? rl - Os novos terão todas as condições para que seja de-senvolvido um trabalho de qualidade, alta produtividade e competitividade, com ferramentas de reconhecimento e valorização da meritocracia, atuando na construção de uma Empresa cada vez mais sólida. Para os atuais empregados, estas condições foram fruto de transformações já vivencia-das ao longo de anos de trabalho na Cemig. Para os novos, será a oportunidade de entrar em uma Empresa que já pas-sou por grandes transformações para sobreviver e se desta-car no setor elétrico nacional.

Eg - A RH tem previsão de um concurso interno? rl - Considerando que as demandas empresariais são per-manentes e dinâmicas, e que a gestão qualitativa e quan-titativa do quadro de pessoal deve ser uma prática tam-bém permanente, a Diretoria Executiva autorizou que, ao concluirmos o processo aberto de concurso público, no qual depositamos nossa expectativa de atrair novas com-petências para a Empresa, façamos uma nova avaliação do nosso quadro de pessoal, abrindo oportunidades para transferências internas por meio da mobilidade e para a realização de mais um certame de seleção interna, que será a quarta nos últimos seis anos. Esses processos de-vem ocorrer no final de 2013.

Eg - Qual a posição e percepção da Cemig quanto à chegada dos novos empregados? rl - A Cemig não é diferente de outras organizações nas quais as alterações do quadro de pessoal são um procedi-mento natural. O que teremos agora é uma grande renova-ção do quadro de pessoal, assim como já tivemos em outras oportunidades, em função de desligamentos de emprega-dos ocorridos nos últimos anos. O importante é que a Em-presa está se preparando para receber um novo conjunto de empregados, dentro de um planejamento quantitativo e qua-litativo de pessoal, alinhado à estratégia empresarial. Nesse contexto, as questões de dimensionamento de equipes, re-visão de competências, otimização de processos, reestru-turação organizacional e observância das questões legais e regulatórias precederam a decisão de novas contratações.

onto a ponto

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concurso públicopno ano de 2013, a cemig receberá novos profis-sionais para compor seu quadro de trabalho. para realizar a seleção, a Empresa abriu concurso com vaga para 800 pessoas, entre técnicos, nível supe-rior e operacional. nesta edição, o superintendente de recursos humanos (rh), ricardo luiz diniz go-mes, explica as mudanças das novas admissões na vida dos empregados e da Empresa, além de falar sobre mobilidade e seleção interna.

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gEntE noss

Ao se deparar com uma grande quantidade de lâmpadas eletrô-nicas usadas sendo jogadas fora sem reutilização, o eletricista de telecomunicações da Gerência de Soluções e Manutenção de Telecomunicações (TI/TC), Benedito Hélio de Aquino, juntou a criatividade aos seus conhecimentos de eletrônica para torná-las úteis novamente. “As lâmpadas usadas viram resíduos, e não há postos de trocas para sumir com elas. Então, surgiu a ideia de recuperar as lâmpadas por meio da troca de seus componentes eletrônicos, que garante a recuperação de grande parte das lâm-padas queimadas, tornando-as reutilizáveis”, esclarece.

Com a ajuda dos seus amigos de trabalho para separar o maior número possível de lâmpadas, Benedito utiliza suas horas de fol-ga para colocar a mão na massa. “Faço o possível para recuperar todas as lâmpadas compactas. As que não dão certo envio ao al-moxarifado para a destinação adequada conforme procedimento da Cemig”, explica o eletricista.

Ao recuperar as lâmpadas eletrônicas, Benedito evita que elas tenham um destino inadequado e que possam se quebrar aci-

lixo se transforma em luz

A recuperação é feita através da troca de seus componentes eletrônicos

a

Benedito realiza trabalho voluntário em prol do meio ambiente

- Não use aspiradores de pó para limpar.- Logo após o acidente, ventile o ambiente: abra portas e janelas.- Saia do local por, no mínimo, 15 minutos.- Para limpar, use luvas e avental para evitar contato do material com a pele. Coloque tudo em um saco plástico.- Com um papel umedecido, retire os pequenos caqui-nhos que ainda restarem, sem retirar as luvas.- Coloque o papel dentro do saco plástico e feche bem.- Coloque todo o material dentro de um segundo saco plástico. Lacre-o para evitar a contínua evaporação do mercúrio liberado.- Logo após a limpeza, lave as mãos com água corrente e sabão.

quebrou? saiba o que fazer!

Lâmpadas usadas são recuperadas e doadas

dentalmente no meio do caminho, liberando o vapor de mer-cúrio que elas contêm. Considerado uma substância tóxica nociva ao ser humano e ao meio ambiente, o mercúrio será aspirado por quem as manuseia, podendo causar sérios danos à saúde e ao meio ambiente.

Para evitar o risco de quebrar e completar o processo adequada-mente, seguindo os princípios ambientais, as lâmpadas recupe-radas são embaladas corretamente para garantir a segurança até o local da reutilização.

doaçãoAlém do cuidado com o meio ambiente, o trabalho voluntá-rio de Benedito tem um importante reflexo social: as lâm-padas recuperadas são doadas para as pessoas carentes da região, proporcionando redução no valor da conta de energia. “Essas pessoas recebem as lâmpadas recuperadas a custo zero, com a possibilidade de retornarem novamente para se-rem recicladas ou como fonte de peças de reposição”, explica Benedito.

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“Eu sou aquele operário que com a pá de terra ajudou a construir essa barragem”. Foi com essas palavras emociona-das que um empregado da Cemig expressou o sentimento de todos os trabalhadores que participaram da construção da barragem da primeira grande obra realizada pela Cemig: a usina hidrelétrica (UHE) de Três Marias!

Oficialmente denominada Bernardo Mascarenhas, a usina começou a ser construída em 1958, empregando cerca de 10 mil pessoas, e foi inaugurada no dia 25 de julho de 1962. Sua barragem, entretanto, foi inaugurada um ano antes pelo presidente Juscelino Kubitscheck, sendo considerada, na época, a maior do Brasil e uma das maiores do mundo. O empreendimento originou de um plano idealizado em 1948 e elaborado com orientação do engenheiro e primeiro presidente da Cemig, Lucas Lopes, para o desenvolvimen-to da região do Vale do São Francisco.

Sua construção foi custeada com recursos orçamentários da Comissão do Vale do São Francisco (CVSF), órgão subor-dinado à Presidência da República, encarregado de formu-lar e executar um plano de desenvolvimento de longo prazo para a região do rio São Francisco e principais afluentes em Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Goiás.

O financiamento ficou por conta do Banco Nacional de De-senvolvimento Econômico (BNDE), cabendo à Cemig a res-ponsabilidade financeira pela construção da casa de força ao pé da barragem, a compra dos equipamentos eletro-

spEcialE

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meio século mecânicos e a implantação do sistema de transmissão até Belo Horizonte.

históricoEm dezembro de 1950, o Plano Geral para o Aproveitamen-to Econômico do Vale do São Francisco, elaborado sob a orientação do engenheiro e presidente da Cemig, Lucas Lopes, definiu que a regularização do rio São Francisco era a questão-chave para o desenvolvimento regional, reco-mendando a construção de uma série de barragens para a melhoria das condições de navegação nas épocas de es-tiagem, o controle das enchentes que periodicamente as-solavam as populações ribeirinhas, a produção da hidroele-tricidade, a irrigação, o aproveitamento agrícola das áreas vazantes e o saneamento urbano.

A usina de Três Marias foi o primeiro empreendimento hi-dráulico do país com múltiplas finalidades, como controle da vazão do rio para permitir a navegação e evitar enchen-tes no trecho após a barragem, irrigação, turismo e lazer e geração de energia. Ela começou a funcionar com duas unidades geradoras com 66 MW de potência cada e, gra-dualmente, mais quatro entraram em operação, aumentan-do sua potência instalada para 396 MW, energia suficiente para abastecer 1,1 milhão de pessoas ou metade da popu-lação de Belo Horizonte.

Já a sua barragem era considerada a mais importante do País, proporcionando a retenção de um volume de água estimado, no mínimo, em 5 milhões de m³, permitindo, entre outras finalidades, produzir substancial quantidade de energia.

No dia 25 de julho, a UHE comemorou seu aniversário de 50 anos

bacia Hidrográfica:Rio: São FranciscoBacia: rio São FranciscoÁrea de drenagem (km²): 50.600Vazão média de longo tempo (m³/s): 681,01

Vertedouro:Tipo: Superfície controladaCapacidade máxima (m³/s): 8.700Nº de comportas: 7 (CS)

barragem:Tipo: Terra HomogêneaComprimento (m): 2.700Altura máxima (m): 75Cota do coroamento: 576,23

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meio século de boa energia

A usina possui um dos maiores reservatórios da Cemig, com 1040km² e 21 bilhões de m³ de água

Casa de força:Potência instalada (MW): 396Nº de unidades geradoras: 6Potência unitária (MW): 66Energia Assegurada (MW médio): 239Queda nominal (m): 46,1Tipo de turbina: KaplanEngolimento turbina (m³/s): 150

reservatório:Área (km²): 1.090Volume total máximo (hm³): 19.528Volume útil máximo (hm³): 15.278NA mínimo operativo: 549,2NA máximo operativo: 572,5Municípios atingidos: Abaeté, Biquinhas, Felixlândia, Morada Novas de Minas, Paineiras, Pompéu, São Gon-çalo do Abaeté e Três Marias (MG)

como tudo começou...por Hugo Belisário, 82 anos, aposentado da Cemig, participante da construção da Usina:

Três Marias foi um marco da grande evolução da Cemig. A Compa-nhia cresceu muito, pois, até aquela época, a Empresa ainda não tinha feito grandes usinas. A última que havia sido construída era a de Salto Grande, entre 1949 e 1956.

Em 1957, começaram algumas atividades em Três Marias, percor-rendo 86 km de distância até Corinto, quando necessário. Com o projeto pronto, em 1958, começamos a construir a usina. A obra da UHE Três Marias durou em torno de 4 a 5 anos e contava com uma equipe preparada de alta qualidade técnica e experiências anterio-res em pequenas usinas, principalmente a de Salto Grande, uma verdadeira escola para a maioria de nós.

Naquele tempo, tínhamos uma dificuldade imensa para pegar a es-trada de Belo Horizonte para a obra, pois a via era de terra e com difícil acesso. Levar e trazer equipamentos e materiais ou alterar projetos e situações era sempre complicado. A comunicação tam-bém não era fácil, sendo feita por rádio. Apesar de tudo, as dificul-dades foram vencidas. Com a experiência que tive em Salto Gran-de, como técnico projetista, de levantar dados e montar o relatório de obras, fui convidado para fazer o mesmo em Três Marias. Eu ia uma vez a cada semana para fechar o relatório e pude participar ativamente de todo o processo.

Quando a obra já estava em fase adiantada, tivemos um telex. Foi um sucesso! Quatro anos após a inauguração de Três Marias, em 1966, no início da construção da usina de Jaguara, localizada no município de Rifaina, nós já tínhamos alteração de projeto à distân-cia. Hoje, o conceito de energia está mudando e por isso compen-sa fazer pequenas usinas que complementam a demanda e cau-sam menor impacto ambiental. Antigamente a realidade era outra.

o início de uma cidadePara abrigar os empregados que ali trabalhavam, foi construída uma vila, fora da área da usina, que se transformou na cidade de Três Marias. Na época, a cidade era tão importante em termos de movi-mento de dinheiro e interesse, que chegou a ser o metro quadrado mais caro de Minas Gerais. Um lote no centro de Três Marias cus-tava mais caro que em Belo Horizonte.

Toda usina da Cemig também tinha uma vila de operadores, onde os trabalhadores, engenheiros e técnicos responsáveis pela opera-ção ficavam. Havia hospital, área de refeitório, casa de visita, entre outras coisas. Esses empregados tinham sob controle a usina e todo o trabalho de prefeito para cuidar bem da moradia de todos. “Hoje, com a tecnologia da informação, não há mais a necessida-de de ter muita gente operando uma usina ou uma subestação”, lembra Belisário.

Confira o depoimento dos nossos colegas Ronei Gomes, Itamar Flores, Renato Junio e Maria Lucimar na CemigNet

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No dia 12 de agosto, durante abertura do 88º Encontro Anual da Sociedade Internacional de Arboricultura (ISA), na cidade de Portland, em Oregon, nos Estados Unidos, o engenheiro de Meio Ambiente da Gerência de Gestão do Meio Ambien-te da Distribuição (MD/MA), Pedro Mendes, foi o 1º brasi-leiro agraciado com o prêmio da organização, por alcançar iniciativas que contribuem para o desenvolvimento da arbo-ricultura no mundo.

Dentre as nove categorias da premiação, o engenheiro rece-beu o Prêmio de Realizações (Award of Achievement), con-cedido aos membros da ISA em reconhecimento ao esforço de promover o avanço da organização. “O prêmio mostra que estamos no rumo correto, no sentido de aprimorar as técnicas de arborização, resultando em melhores condições de trabalho para os profissionais futuros”, declara Pedro.

profissional qualificadoEngenheiro agrônomo especializado em Arboricultura em Sistemas Elétricos, Pedro Mendes foi indicado ao prêmio graças às diversas ações que realizou no Brasil, como a im-plantação do Campeonato Brasileiro de Escalada em Árvo-res e a tradução do Guia de Estudos para o exame de Certi-ficação de Arboristas, financiada pela Cemig.

Pedro é arborista certificado pela ISA desde 2007 e coor-dena o processo de manejo de vegetação da Cemig. Toda essa experiência foi fundamental para o início do Programa Especial de Manejo Integrado de Árvores e Redes (Pre-

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Eu trabalho

miar), criado pela Cemig em 2009 e do qual Pedro participa até hoje.

reconhecimento internacionalmKarla Simão

gEnergia alternativa que supre as necessidades da sociedade, respeita o meio ambiente e gera economia. Desde dezembro de 2010, a Cemig investe na energia gerada a partir do lixo, que conta com o benefício de 100% de desconto nas tarifas de transporte e ganhos de crédito de carbono.

De acordo com Bráulio Machado Dolabella, da Gerência de Operação de Compra e Venda de Energia no Atacado (CV/AT), o biogás é gerado em um aterro sanitário completamente ve-dado com uma camada de argila, o que facilita a perfuração e a captação do gás, posteriormente tratado e usado como combustível para mover os motores da termelétrica para a ge-ração de energia. “Essa energia é enviada diretamente para uma subestação da Cemig, segue para a rede da Empresa e fica disponível para ser comercializada.”

benefíciosAlém dessa energia contar com o benefício de 100% de des-conto nas tarifas de transporte, ela é revendida a consumidores finais, que, em função disso, exercem sua opção de migrar do mercado cativo para o mercado livre economizando na conta de energia. Atualmente, o contrato entre Energás e Cemig GT

prevê uma entrega firme de 1,1 MW médios, pelo período de março/12 a dezembro/15.

Segundo Bráulio, ao tratar melhor os resíduos sólidos urbanos, a geração de energia a partir do biogás permite à geradora obter créditos de carbono, pois reduz a emissão de gases de efei-to estufa na atmosfera. “Com essa iniciativa, a Cemig contribui também para o desenvolvimento sustentável quando, através da compra, viabiliza fontes renováveis de energia.”

A Cemig está alinhada com a tendência de se investir em fontes alternativas de energia que, além de proporcionarem redução de custos para seus clientes, também atendem aos interesses da sociedade em relação à preservação do meio ambiente.

gerenciamentoA Cemig possui uma gerência responsável pela compra e venda de energia no atacado e também uma gerência específica para a venda de energia incentivada para os consumidores. Além de manter contato estreito com os clientes já cadastrados, a Em-presa faz, sistematicamente, uma prospecção de mercado para identificar os possíveis novos clientes para essa nova energia.

Estão a energia do lixo

Pedro Mendes recebe prêmio da ISA, em Portland, Oregon/EUA

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Desde o mês de agosto, a cesta aérea isolada de maior alcance da América Latina já está disponível para utilização pela Cemig GT. Adquirida da empresa americana Versalift/Condor, pelo va-lor de R$ 1,2 milhão, a cesta aérea eletricamente isolada, está instalada em um caminhão de tração 8X4, capaz de atingir uma altura de até 32 metros. O equipamento tem como objetivo agi-lizar atividades de manutenção em subestações (SE) e linhas de transmissão (LT), além de garantir maior segurança aos eletricis-tas e instalações.

Segundo o técnico de sistemas eletromecânicos da Gerência de Planejamento e Engenharia de Manutenção da Transmissão, Cleber Vieira (PN/MT), a nova aquisição irá facilitar as atividades de manutenção ao possibilitar o serviço em linha viva do siste-ma elétrico. “Com o acionamento da cesta aérea isolada, que pode atingir uma altura de 32 metros, teremos mais facilidade em fazer a manutenção em SE e LT com até 500 kV em linha energizada”, explica Cleber.

Nas subestações, a cesta aérea isolada será utilizada nos ser-viços de reaperto de conexões, mitigação de pontos quentes, substituição de equipamentos, tais como pára-raios, transforma-dor de corrente, transformador de potencial, transformador de potencial capacitivo, e demais serviços de linha viva.

Nas linhas de transmissão, o equipamento também será impor-tante para diversos serviços em linha viva, como a troca de isola-

Equipamento inédito

dores, inspeções em cabos condutores, reaperto e instalação de espaçadores e amortecedores. “A instalação de esferas de sinali-zação aérea em algumas LTs, por exemplo, poderá ser executada com a nova ferramenta, dispensando o uso de helicópteros”, apon-ta o técnico.

agilidade e segurançaA PN/MT, responsável pela prospecção, especificação e partici-pação no desenvolvimento da cesta aérea isolada, desenvolverá instruções de manutenção para realização dos serviços em li-nha viva em LT e SE. Em breve, as equipes de Manutenção de Linhas de Transmissão estarão aptas para a plena utilização do caminhão com a lança isolada.

Segundo Cleber, o interesse em adquirir esse tipo de equipa-mento existe na Cemig há mais de 10 anos, com a necessidade de se ganhar mais eficiência e segurança para os profissionais dos serviços de manutenção em LT e SE.

“A principal vantagem do novo veículo é possibilitar ao empre-gado a capacidade de realizar a manutenção sem que haja inter-rupção do circuito elétrico, o que traz mais segurança para as equipes de manutenção, instalações e terceiros”, afirma. Devido à altura expressiva da lança isolada, o serviço torna-se mais ágil e reduz a necessidade de se utilizar muitos equipamentos de acesso, como andaimes e escadas isoladas, além de reduzir o número de empregados envolvidos na atividade.

boas idEia s

Cesta aérea isolada agiliza os serviços de manutenção e garante segurança

Arquivo Cemig

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Er sustEntÁVEl comunidade em foco

Com o intuito de garantir uma comunicação de excelência e apre-sentar as decisões empresariais da Cemig para comunidades, a Em-presa tem importantes e qualificados programas direcionados para esse público, além de uma Política de Comunicação que explicita as diretrizes e orientam a sua estratégia nesta área com a comunidade.

O documento apresenta os objetivos e princípios que conduzem as ações com as comunidades, com a garantia de integridade, ética, riqueza e responsabilidade social nos trabalhos realizados, além de assegurar que as iniciativas implementadas sejam compreendidas pelos públicos com as quais a Empresa se relaciona: autoridades governamentais e do setor elétrico, investidores, clientes e consumi-dores, comunidade científica, fornecedores e prestadores de servi-ço, público interno, sociedade, comunidades e imprensa. Com isso,

s

Princípio 1A estratégia e as ações de comunicação da Cemig com as comunidades são pautadas pelas políticas, valores e princí-pios da Empresa.

Princípio 2A Cemig fundamenta suas decisões de comunicação de ações de relacionamento com a comunidade em proces-sos estruturados de diagnóstico local ou setorial/temático e busca conhecer em profundidade a realidade com a qual se propõe a trabalhar.

Princípio 3A Cemig comunica e divulga que o cuidado e a preservação do meio ambiente são formas utilizadas pela Empresa de relacionamento com as comunidades.

Princípio 4A Cemig considera assuntos relacionados ao acesso e ao consumo de energia como um vetor relevante de comunicação de suas ações de relacionamento com a comunidade.

Princípio 5A Cemig utiliza-se de estratégias de comunicação de ações de relacionamento com a comunidade para reiterar seu

compromisso com o desenvolvimento local, com a susten-tabilidade e com o exercício da cidadania empresarial, acre-ditando que esse é um dos caminhos para contribuir com o desenvolvimento e a qualidade de vida em comunidades onde atua.

Princípio 6A Cemig valoriza a construção de parcerias intersetoriais e interorganizacionais para potencializar os resultados e a abrangência das iniciativas que implementa e ressalta essa questão na comunicação e divulgação de ações de relacio-namento com a comunidade.

Princípio 7Por ser uma Empresa de economia mista que possui como acionistas investidores do setor privado e do setor públi-co, esse último representado pelo Governo do Estado de Minas Gerais, a Cemig considera e valoriza aspectos que estejam alinhados com políticas públicas na comunicação e divulgação de suas iniciativas de relacionamento com a comunidade.

Princípio 8A comunicação da Cemig atua em sinergia com as áreas técnicas na estruturação da comunicação e divulgação das iniciativas de relacionamento com a comunidade.

8 princípios que regem a política de comunicação com a comunidade

Energia Inteligente: importância do uso correto da energia elétrica

a Cemig demonstra sua preocupação com o desenvolvimento das comunidades, assim como com a preservação do meio ambiente.

De acordo com o gerente de gestão de meio ambiente da dis-tribuição (MD/MA), Breno Sergio Lessa Moreira, a comunicação das ações de relacionamento da Companhia com as comunida-des visa à construção de credibilidade e percepção do compro-metimento da Empresa com as demandas da população. “Nossa ação é baseada nos princípios da Política de Comunicação com a comunidade, por meio dos procedimentos internos que preser-vam os interesses da Empresa e da sociedade. Seguimos ainda a Declaração de Princípios Éticos e Código de Conduta profissional da Cemig”, declara.

Ações do programa Peixe Vivo

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turismmochilão pelo velho continente

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Tudo começou com a necessidade de mudança. A primeira foi ven-der um imóvel da família. A segunda foi convencer um amigo, pre-parar o roteiro, pegar uma mochila e viajar, durante 28 dias, por oito cidades da Europa: Barcelona, Paris, Amsterdam, Berlim, Praga, Viena, Budapeste e Munique.

Foi assim que o engenheiro de tecnologia e normalização da Gerên-cia de Desenvolvimento de Sistemas de Engenharia da Distribuição (TD/SD), Ezequiel Campos Pereira, aproveitou suas últimas férias, com a companhia do amigo Lucas Silva, que pertencia à mesma gerência e hoje trabalha na Axxiom.

Ezequiel Campos morava há 31 anos no mesmo local e se viu no meio de uma grande mudança em sua vida. “Logo senti que preci-sava fazer alguma coisa diferente, realmente tirar umas férias me-lhores e mais longas”. Em conversa com o amigo Lucas, surgiu a ideia de realizarem, juntos, um mochilão pela Europa. “A Europa encanta a todos com a sua riqueza cultural. As cidades evoluíram, acompanhando os avanços da população, mas mantive-ram a sua essência histórica. As praças, parques e áreas verdes im-pressionam pela vastidão, beleza e cuidado. E para o deslocamento urbano, as pessoas contam com extensas malhas de trem, metrô e bonde. Em relação aos pontos turísticos, é muita coisa para ser vista. Entre palácios, parques, praças, museus e igrejas, destacaria a Basílica da Sagrada Família, projetada pelo arquiteto Gaudi, em Barcelona, obviamente o Louvre, em Paris, e também o Museu de Ciências de Munique, na Alemanha”.

preparativos Com pouco tempo para planejar a viagem, os dois contaram com dicas e sugestões de amigos que já conheciam o continente e com o auxílio de diversos sites que falam sobre viagens e mochilões. O primeiro passo foi fechar o roteiro. Então, eles decidiram seguir um percurso circular, como mostra o mapa. “Algumas pessoas op-tam por ir a Roma, outras não vão a Budapeste, por exemplo. Isso depende do gosto de cada um. Nós decidimos não ir a Londres às vésperas das olimpíadas”, conta Ezequiel.

o que vi e senti em cada uma das cidades: barcelona (espanha): impressiona pela beleza arquitetônica. Os detalhes são marcantes até nos postes de iluminação. Há uma di-

versidade de pessoas e opções de lazer. Para mim, é a capital do mundo. Uma das cidades mais bacanas que visitei.

Paris (França): a cidade mais romântica de todas. Palácios, par-ques, praças, igrejas, tudo com muito charme. Grandiosidade arqui-tetônica: boa parte da riqueza do mundo está lá, como por exemplo o Musel do Louvre.

amsterdam (Holanda): é diferente de tudo que já vi: canais, bi-cicletas, lojas de café, distrito da luz vermelha. Achei uma cidade mais fria, artificial, a mais cara das visitadas.

berlim (alemanha): organização e beleza. As coisas alemãs são diferentes, há capricho em tudo: decoração, sinalização e aquece-dores por todas as partes.

Praga (república Checa): cidade muito antiga, parece que regre-dimos mil anos no tempo. A população é obcecada por relógios. Há relógios em tudo quanto é parte da cidade.

Viena (Áustria): organização e beleza. Muitos parques, jardins e praças.

budapeste (Hungria): pudemos ver mais do “Leste Europeu”, como os resquícios da dominação soviética.

munique (alemanha): organização, beleza e capricho tal, como em Berlim. Há um parque no centro da cidade, cujo rio é limpo e as pessoas nadam. Museus fantásticos, como por exemplo, o Deutsch Museum e a Pinakotheke Modern.

Países: 7 Cidades: 8Quilômetros rodados: 3.916 kmPassagem Brasil/Europa:R$ 1.950,00Hospedagem: R$ 2.200,00Deslocamentos internos: R$ 1.300,00Gasto diário médio: R$ 160/dia (60 euros/dia)

o

Ao todo, foram 28 dias viajando de trem e avião pelos sete países

alguns números

Page 12: 50 anos de três marias - cemig.com.br · Sinônimo de desenvolvimento para o Brasil e, principalmente para Minas Gerais, entrava em operação, há 50 anos, o primeiro grande empreendimento

av. Barbacena, 1.200 – 19º andar - ala B231 3506 2052 - fax 3506 2039 / 3506 2023caixa postal 992 | cep 30123-970Belo Horizonte – mG

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Emória Família “cemiguiana”

Para acompanhar os primeiros passos e ver de perto o pro-gresso da recém-criada Três Marias, foi necessário criar uma pequena ‘vila’ para abrigar os empregados. Surgiu, assim, o Acampamento da Cemig. Semelhante a estrutura de uma pequena cidade, o acampamento possuía 100 casas para os empregados e suas famílias, uma para visitas da Diretoria da Empresa e duas para os empregados solteiros, todas feitas de madeira e, posteriormente, alvenaria.

A três quilômetros da cidade de Três Marias, que apesar de já existir há cerca de 25 anos, ainda não oferecia infraestrutura e comodidade suficientes. O acampamento disponibilizava aos empregados e seus familiares diversos serviços como açou-gue, mercearia, clube, restaurante, escola de ensino funda-mental, lanchonete e, durante um período, até um aeroporto.

José César de Souza Cunha, da Gerência de Educação Cor-porativa e Gestão do Conhecimento (RH/EC), chegou ao acampamento em 1986 e define como era o local: “Com ve-getação típica, a represa com seu lago azul, as instalações da Empresa bem conservadas, a limpeza das ruas, os jardins impecáveis das casas e, principalmente, a receptividade das pessoas”, declara.

o dia a dia no acampamentoA supervisão do acampamento era feita pelo administrador da usina. Márcio Gomes de Campos, Analista de Planejamen-to de Suprimentos, da Gerência de Contratação de Serviços e Soluções Integradas (MS/CS), ocupou esse cargo por 11 anos e era considerado prefeito do acampamento: “Se faltas-se água, a rua estivesse esburacada ou se a água do clube estivesse contaminada, eu que tinha de olhar, assim como também era responsável pela conservação e limpeza da usina e do acampamento” descreve Márcio Gomes.

Como não havia telefone público no acampamento, os empre-gados precisavam ir ao centro de Três Marias, a quatro quilô-metros de distância, esperar na fila do único telefone público que havia na cidade. “Quando batiam papo demais, alertáva-mos que a fila estava grande,” afirma.

Quanto ao transporte, era necessário ficar atento. “Além da dificuldade para falar com o mundo exterior, o transporte entre o acampamento e a cidade era escasso. Retornando da cidade, quem perdesse o ônibus das 22h40, voltava a pé. Lembrando que nesse percurso não havia iluminação pública. Mais tarde, a nossa equipe de manutenção elétri-ca fez a instalação das luminárias. Fora isso, as passagens de ônibus intermunicipal eram compradas num boteco e a rodoviária era a porta do estabelecimento. Para dizer a verdade, chegava a ser romântico”, relembra com carinho José César.

Os empregados contam que ver televisão era igualmente difícil, pois o serviço de retransmissão não era nada bom. “Notícias de Minas Gerais só por meio do rádio”, conta Márcio Gomes. Para se distrair, os empregados e seus familiares costumavam pescar, jogar baralho e futebol, passear na barragem, assistir filmes no clube e shows de grupos musicais, além de frequentar as festas realizadas pela Cemig. “O remédio era conversar e chamar os amigos para churrasquinhos no sábado e curtir as festas juninas, aniversários e bailes promovidos, ora no clube da cidade, ora no clube do acampamento. Todo mundo era conheci-do.”, diz José César. “Éramos uma verdadeira família ‘ce-miguiana’. Uso esse termo para falar do convívio social dos empregados, independente do lugar. Como em Três Marias era acampamento, a convivência era mais fácil”, de-fine Márcio Gomes.

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Pescar era uma das principais atividades de lazer no acampamento

As crianças dividiam o tempo entre diversão e estudo

José César na casa onde morava com a família

ErrataNa matéria “Integração, ação e solução”, do Energia da Gente do mês de julho, página 12, foram citadas as gerências que se empenharam em solucionar a falta de energia elétrica a 8 mil clientes de Paraguaçu, no Sul de Minas. Entretanto, duas gerências que também fizeram parte da atuação eficaz não foram citadas. São elas: a MD/LS e a OD/PO.