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    Joo PessoaBrasil |ANO 2 VOL.2 N.1 |JAN./JUN. 2015 |p. 116 a 137 116RevistaLatino-americana de Jornalismo |ISSN 2359-375X

    Programa de Ps-graduao em Jornalismo - UFPB

    A participao do ouvinte no Jornal da CBN: umaanlise sobre a utilizao do aplicativo WhatsApp naconstruo do noticirioThe listener participation in the Jornal da CBN: an analysis about

    the use of WhatsApp in the news construction

    Luiz Custdio da SILVA1Jeferson Lus Pires ROCHA2

    1 Jornalista, doutor em Cincias da Comunicao pela Universidade de So Paulo. Professor doPrograma de Ps-Graduao em Jornalismo da Universidade Federal da Paraba.Contato: [email protected] Jornalista, mestre pelo Programa de Ps-graduao em Jornalismo da Universidade Federal daParaba. Contato: [email protected]

    ResumoO surgimento das tecnologias digitais, o fluxo e a velocidade das informaesdespertam nos jornalistas de rdio a necessidade de se compreender e aderirs tecnologias que facilitem seu trabalho, incluindo mobilidade e velocidadena captao das informaes. Nesse sentido, algumas emissoras perceberam

    na ferramenta WhatsApp Messenger (aplicativo para celular disponvel queutiliza dados mveis para troca de mensagens de texto, imagens, vdeos eudio) uma oportunidade para se comunicar melhor com seus pblicos. Nocaso especfico, a rdio CBN So Paulo utiliza o aplicativo em seus programasrepassando informaes de servio transmitida pelos ouvintes. Pretende-se,portanto, compreender, a partir da anlise de contedo, como se d aparticipao dos ouvintes da emissora atravs do aplicativo e como estecontribui para construo do noticirio.Palavras-chaveRadiojornalismo; Participao; Whatsapp; Jornal da CBN.

    AbstractThe emergence of digital technologies, the flow and speed of informationarouses the need to understand and adhere to the technologies that facilitatethe work in radio journalists, including mobility and speed to get information.In this sense, some broadcasters realized the tool WhatsApp Messenger(mobile app available that uses mobile data to exchange text messages,images, videos and audio) an opportunity to better communicate with theiraudiences. In the specific case, the CBN So Paulo radio station use theapplication on their programs transferring information service transmitted bylisteners. This search want to understand, from the content analysis, how isthe listeners participation of the station through the application and how thiscontributes to building the news.KeywordsRadio journalism; Participation; Whatsapp; Jornal da CBN.

    RECEBIDO EM 26 DE DEZEMBRO DE 2014ACEITO EM 30 DE MAR O DE 2015

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    s notcias consumidas na atualidade, sejam atravs dos jornais, meioseletrnicos ou digitais, so produzidas a partir do trabalho deprofissionais como jornalistas, que coletam informaes e as

    organizam em determinados espaos (em papeis, tempo ou caracteres).Essa coleta est inserida em um processo composto por rotinas quepropiciam ao profissional e empresa, condies de trabalho para que ojornalista no se perca em meio a um montante de informaes, e aempresa mantenha eficincia na realizao desses processos.

    Para entender essas rotinas e como as informaes chegam sredaes e se transformam em notcias, pesquisadores em comunicaodesenvolvem desde a dcada de 1950, estudos sobre a produo dainformao, tambm conhecido e intitulado como newsmaking. Nessesestudos, surgem os conceitos de seleo noticiosa, noticiabilidade e valores-notcia. Entende-se noticiabilidade como reflexo da ao das organizaese do trabalho dos jornalistas. Wolf (2012) acredita que, nesse processo, oseventos que no correspondem a tais requisitos so deixados de lado pelosjornalistas por no se enquadrarem ao andamento rotineiro das fases deproduo jornalsticas.

    Os estudos justificam a seleo noticiosa a partir desses critriospela necessidade que os jornalistas tm em manter o equilbrio nodesenvolvimento das atividades: sem uma certa rotina de que se possavaler para fazer frente aos acontecimentos imprevistos, as organizaesjornalsticas, como empreendimentos racionais, faliriam (TUCHMAN, 1973

    apud WOLF, 2012, p. 196). Assim, a seleo faz parte do trabalho dosjornalistas em meio a um conjunto de informaes que implicam oreconhecimento de que um acontecimento um evento, e no umasucesso casual de fatos.

    J os valores-notcia so considerados como diversas relaes e ascombinaes para recomendar a seleo de um fato (WOLF, 2012). Elesesto difundidos durante todo o processo de produo jornalstica,independente da periodicidade da mdia. , portanto, um parmetro de

    relevncia utilizado pelos jornalistas na avaliao dos fatos e sua possvel

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    incluso no noticirio. Desse processo de seleo, Wolf (2012) prope umadiviso ampla de valores-notcia por estarem relacionados a quatro reasligadas transformao do evento em notcia, aos processos para produo

    e realizao, percepo dos jornalistas sobre o pblico receptor e a ltimasobre a relao dos jornalistas com seus pares: a. os caracteressubstantivos das notcias; o seu contedo; b. a disponibilidade do materiale os critrios relativos ao produto informativo; c. o pblico; d. aconcorrncia (WOLF, 2012, p. 207).

    Compreendendo toda essa dinmica, percebe-se que esses valoresnotcia so alterados com a passagem do tempo e pela especializao dosprofissionais e meios de comunicao, fatores que alteram as dinmicas deproduo e seleo das notcias, alm da adaptao s transformaessociais e tecnolgicas. Essa relao pode ser percebida com mais clarezapartir do sculo XIX, quando os aparatos tecnolgicos comearam arevolucionar a prtica do jornalismo que tambm adaptou a forma deconstruo e veiculao das notcias para aproveitar melhor as tecnologiase atender a um pblico cada vez mais exigente.

    Um aspecto inicial dessa transformao pode ser percebido com o

    surgimento do telgrafo que, de acordo com Traquina (2005), foi uma dasgrandes revolues do jornalismo com a aplicao do conceito deatualidade, principalmente na primeira guerra mundial. Criou-se a partirdaquele instrumento, o conceito de presente instantneo, colocando ojornalismo mais prximo da atualidade; contribuiu tambm, para a criaodas agncias de notcias e possibilitou a escrita de material jornalstico emuma linguagem homogeneizada em perodos telegrficos.

    Aquela poca tambm registrou o crescimento da venda dos

    jornais, percebido a partir das mudanas sociais com a revoluo industriale do crescimento do nmero de alfabetizados. Percebe-se, portanto, que ojornalismo no se desenvolveu apenas tecnicamente, mas tambm,acompanhou as mudanas da sociedade, como destaca Traquina (2005, p.65):

    A seu tempo, a extrema orientao poltica da imprensa modificou-se, embora apenas parcialmente, como resultado do crescimento

    econmico. A mudana chegou por causa do aumento daalfabetizao e da formao de um pblico leitor novo que j no

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    estava to interessado na poltica, e por causa do aumento dapublicidade paga, que diminui a dependncia financeira da imprensados partidos polticos.

    Esse perodo tambm conhecido como o surgimento do novojornalismo justamente por registrar mudanas considerveis na tcnicajornalstica, incluindo a produo em larga escala e a industrializaodoprocesso de produo jornalstico (TRAQUINA, 2005).

    Essa poca tambm fez surgir a figura do reprter que passou acobrir os acontecimentos, em especial os conflitos, como foi o caso daGuerra Civil Americana. Esses eventos se tornaram mais acessveis aos

    jornalistas que passaram a buscar novas fontes de informaes, relatar osfatos com exclusividade dos locais onde aconteciam, alm exporem ocontedo com diversas fontes e ngulos.

    Isso tudo fez com que a notcia passasse a ser tratada como umproduto (como assim o at os dias atuais): os americanos soreconhecidos como os criadores dessas tcnicas de redao jornalsticacomo se conhece aqui na Amrica Latina e que foi implantada justamentenesse perodo; o produto notcia apresentado por eles, trazia caractersticasnas quais os fatos importantes estavam nas primeiras linhas do queconhecemos como lead, e os com menor importncia de desenvolviam notexto formando uma pirmide invertida.

    Alm dessa formatao, destacam-se tambm daquela poca, asmelhorias na reproduo de imagem, sobretudo com a fotogravura (1851)e a heliogravura em (1905) e, no incio do sculo XX, a popularizao dasmquinas fotogrficas e das lentes que contriburam para o registro de

    imagens, passando no s a ilustrar o contedo escrito como tambm,servindo para complementar com informaes adicionaisno verbais.Tambm na primeira metade do sculo XX, surgiram os meios de

    comunicao eletrnicos como o rdio e a televiso que incorporaram ojornalismo em suas prticas. Ao longo das dcadas, as notcias precisaramse adaptar a esses meios que buscavam se tornar mais geis que os jornaise passaram a emitir notcias em tempo real para milhares de pessoas comauxlio de outros aparatos tecnolgicos, como por exemplo, o telefone, que

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    possibilitou a comunicao entre redao e reprter, alm da transmissode informaes sonoras com maior agilidade.

    J as ltimas dcadas do sculo XX revelaram uma importante

    transformao na forma de produo e consumo de informaesjornalsticas. Os computadores se transformaram em ferramentasessenciais para a construo de notcias em todas as mdias, ao mesmotempo que a internet, que alm de facilitar a comunicao e distribuio deinformaes digitais, tambm pode ser considerada um grande arquivoonde se encontram informaes de todo o mundo, verdicas ou no.

    Essas ferramentas evoluram ainda mais no incio do sculo XXI como barateamento da produo dos aparatos tecnolgicos, popularizao dainternet e dos aparelhos portteis que permitem, tanto ao profissionalquanto ao consumidor, produzir e transmitir contedos multimdia comrpidos toques nas telas de seus aparelhos.

    Nessa perspectiva, os jornalistas e as empresas jornalsticas seveem em um espao onde as notcias no so mais estticas e o espao infinito, diferentemente dos jornais impressos. Assim, surgiram novashipteses sobre as tcnicas do jornalismo no sculo XXI, como a defendida

    por Canavilhas (2007, p. 38) que apresenta aPirmide deitada em umatentativa de relacionar a tcnica dowebjornalismo de terceira geraocomo conceito de pirmide invertida. Nesse contexto, o leitor fica livre para fazerescolhas de leituras atravs de hiperlinks conectados em um mesmo site ouem sites diferentes.

    Percebe-se, ainda, que a sociedade do sculo XXI vive uma novaordem do consumo das notcias e est cada vez mais crtica, percebendoque as informaes publicadas no so verdades absolutas (ALSINA, 2009).

    Isso nos mostra que tanto a sociedade quanto os profissionais precisamcompreender a importncia do jornalismo e que as notcias precisam evoluircom base no interesse social.

    Nessa perspectiva, percebendo as alteraes tecnolgicas e sociaisna evoluo do jornalismo, considera-se a necessidade de se compreendercomo a sociedade utiliza tais tecnologias para expor seus anseios e comoos aparatos tecnolgicos contribuem para a construo das mensagensnoticiosas, tendo o rdio como objeto especfico de avaliao.

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    A notcia radiofnica na era dos dispositivos mveisAps todas as discusses j apresentadas, estamos cientes de que

    a produo das notcias passa por processos de rotinas que incluem a

    seleo dos fatos que merecem ser publicados. Sampaio (2008), destacaque o rdio, assim como as demais mdias, utiliza tal seleo para construirseu noticirio. Entretanto, diferentemente dos jornais grficos que temequipes distribudas em tarefas especficas, o radiojornalismo exige, porexemplo, que os profissionais lidem com matrias de todas as procednciasou natureza, o que contribui para que o jornalista tenha maior apuro,redundando na melhoria gradativa pela prtica do importantssimo critrio

    seletivo (SAMPAIO, 2008, p. 41).Considera-se que a seleo das notcias, portanto, algo inerenteaos jornalistas, incluindo os que atuam na produo de contedo para ordio, mesmo apresentando rotinas estruturais e de pessoal diferentes dasdemais mdias, mas mantendo rotinas intelectuais de seleo semelhantes,afinal, o tempo do rdio no comportaria a cobertura de todos os fatos queacontecem no mundo.

    Nessa perspectiva, diversos pesquisadores buscaram sistematizar,

    com o objetivo de explicar aos estudantes de comunicao, quais oscritrios necessrios para que um fato se torne notcia no rdio. Parada(2000) apresenta um resumo da pesquisa de Boyd (1988) que reuniu oselementos das notcias de rdio em seis grandes grupos: proximidade,relevncia, imediatismo, interesse, drama e entretenimento.

    Este ltimo tpico pode at causar estranheza j que estamostratando de jornalismo e muitos acreditam que o entretenimento contraponto a ele. Entretanto, segundo Boyd (1988 apudPARADA, 2000),esse entretenimento jornalstico um conjunto de informaes teis aoouvinte que no precisa ter um tom de seriedade como as notcias factuais.Nesse sentido, o autor ainda subdivide o critrio entretenimento em onzegrupos e assuntos que o ouvinte est procura: hora certa; emergncias;denncias; atos do governo; conflitos e debates; sade; reclamaes deouvintes; d para resolver - solues simples para problemas cotidianos;previso do tempo; esporte; trnsito e estradas (BOYD, 1988 apudPARADA,

    2000).

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    A participao do ouvinte no Jornal da CBN: uma anlise sobre a utilizao do aplicativoWhatsApp na construo do noticirio

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    O autor ainda registra que os fatos devem ser abordados sob a ticado interesse pblico e do ouvinte e que, se o fato no se enquadrar noscritrios acima citados, o produtor/redator deve verificar se a informao se

    encaixa em um dos tpicos seguintes: importante; trgico; raro; o ltimoou mais recente; o mais caro; acabou de acontecer; vai acontecer; oprimeiro ou o maior (PARADA, 2000).

    Um outro olhar sobre essa temtica est na pesquisa de Ferraretto(2003) que, com um vis nacional, afirma que o rdio brasileiro no diferedas demais mdias, em sua essncia, mas a seleo dos fatos noticiveisobedece a dois tipos de parmetros: validao do grupo dominante nasociedade e o teor informativo. O autor define que as informaes soanalisadas com base nas normas da empresa, depois passam por critriosjornalsticos normalmente expressos em manuais de redao dasemissoras, e, quando finalmente definido o que ser noticiado, os fatosainda sofrem influncia dos editores.

    A pesquisa ainda aponta que a unidade bsica do poder noticiosode um acontecimento a sua anormalidade, o seu inusitado(FERRARETTO, 2003, p. 194). Ele ainda nos apresenta que os principais

    critrios de seleo no rdio so: atualidade, proximidade, proeminncia eUniversalidade. Para o autor, os chefes de reportagens, editores, reprterese redatores ainda analisam o material informativo com base nos parmetroseditorais da empresa e com relao ideia que eles tm do pblico receptor.

    A partir de uma anlise comparativa desses critrios apresentados,percebe-se que os dois pesquisadores concordam que um dos fatores quelevam seleo dos fatos o seu imediatismo e a proximidade geogrfica.Comasseto (2007) destaca ainda que as notcias no rdio costumam ser

    apresentadas em trs grandes grupos: a) notcias tradicionais; b) notciasde servio; c) notcias de entretenimento (COMASSETO, 2007, p. 166).

    As notcias tradicionais compreendem temas de atualidade de todasas editorias com o objetivo de manter as pessoas informadas sobreacontecimentos importantes e contribuindo para enriquecer oconhecimento de mundo dos ouvintes. J as notcias de servio tm afuno de fornecer informaes e dicas sobre as condies do tempo,trnsito alm de oferecer orientaes sobre sade, economia domstica,direitos do cidado, ofertas de emprego, dentre outros.

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    Por ltimo, as notcias de entretenimento englobam as dicas deculinria, notcias do mundo artstico e relatos sobre problemticaspessoalizadas e dramas emocionais (COMASSETTO, 2007). Dentre as

    notcias tradicionais, o autor ainda destaca o fato dos produtores de rdiodarem nfase s matrias de cunho policial que se distribuem em toda aprogramao informativa/jornalstica, deixando de lado outros temasimportantes. Essas observaes de Comassetto nos fazem refletir sobre aconstruo da notcia no rdio do sculo XXI. Temos um meio decomunicao gil que se transforma. Os critrios que se enquadram nojornalismo de entretenimento surgem como novo elemento noradiojornalismo.

    Entretanto, necessrio destacar que, alm dos temas, estamosvivendo em uma era em que a informao transmitida de forma gilatravs das mdias sociais acessveis em dispositivos mveis comtransmisso e recepo de dados como smartfones e tablets. Ressalta-sedessa percepo, que o radiojornalismo, no contexto digital do sculo XXI,se transformar para alm da sua atual forma de apresentao. Com ainfluncia da internet, a informao radiofnica estar conectada com um

    hipertexto maior, desconstruindo a ideia de produo e apresentao dasnotcias que se tem na atualidade, como destaca Semprini (1994 apudMEDITSCH, 2010, p. 234-235):

    No se trata de fornecer o dado, mas de indicar onde encontra-lo ecomo obt-lo. explorando esta atividade de intermedirio que ordio pe a conhecer uma vastssima rede a todos os nveis deadministrao pblica, a nvel associativo e do voluntariado. [...] AFrana aparece agora como um imenso how to, um sistema de

    complexidade tal que necessita a presena de um intermediriopara poder interroga-lo. France Info propriamente isto, um smartagente miditico da vanguarda que orientou o seu fluxo peladisposio da audincia de orientar-se na nova sociedade dacomunicao generalizada.

    Nesse contexto percebe-se que o jornalismo tambm sofreradaptaes, em especial nos processos de produo e nos critrios denoticiabilidade, em virtude da maior conexo entre receptor e emissor. Alm

    disso, a concepo de hipertextualidade no rdio desconstri a ideia do

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    A participao do ouvinte no Jornal da CBN: uma anlise sobre a utilizao do aplicativoWhatsApp na construo do noticirio

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    seletor de notcias, pois na internet, o usurio organiza suas prpriasinformaes de acordo com os interesses prprios. Surge ento, o receptor-emissor, aquele que emite informaes que ajudam a pautar e construir o

    noticirio atravs de participao pelas mdias sociais ou por aplicativos. interessante registrar uma breve diferena entre interao e

    participao. Consideramos o conceito apresentado por Klckner (apudKOCHHANN, 2012) que registra a participao como sinnimo de tomarparte de, enquanto a interao implica, entre outros fatores, na conquista

    de um lugar, em inteno de interagir mutuamente, em senso deoportunidade, em concentrao ao contedo debatido (KLCKNER, 2011apud KOCHHANN 2012, p. 52).

    Nesse processo de participao na era da conexo pela internetmvel em celulares e tablets, um dos destaques dos tempos atuais do usodessa rede na participao do ouvinte para construo do contedojornalstico nas emissoras de rdio, o aplicativo WhatsApp Messenger, quepermite troca de mensagens por celulares e tablets atravs de conexo dedados por internet. Esse aplicativo vem sendo usado nos ltimos meses poremissoras de rdio das maiores capitais do Brasil como uma forma de

    participao e obteno de informaes para construo do noticirio:As grandes emissoras esto usando o aplicativo muito alm do enviode mensagens. Alguns veculos de comunicao tm usado outrorecurso do aplicativo, que dinmico, como a informao passadapor udio, onde o ouvinte tem 15 segundos para passar a suainformao ou o seu recado. Em emissoras jornalsticas, o uso doaplicativo em udio tem se tornando comum. O prprio ouvintepassa (grava) informaes do trnsito, por exemplo, quase que emtempo real (CHENI, 2014, p. 1)

    Percebe-se, portanto, que o jornalismo de rdio vem se adaptandos novas tecnologias para chegar cada vez mais perto de seu pblicoouvinte. Entretanto, necessrio lembrar que a rotina jornalstica no podeser abandonada ou substituda pelas novas tecnologias, mas sim, adaptada,afinal o jornalista tem responsabilidade sobre o que publica e, por isso, deveapurar ou confirmar os dados recebidos por qualquer plataforma.

    Um dos exemplos prticos do uso do WhatsApp na construo donoticirio percebido na Rdio CBN de So Paulo que proporciona a

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    participao dos ouvintes atravs do nmero (11) 999 131 943 emprogramas como o Jornal da CBN e o CBN So Paulo. Nessa perspectiva ebuscando compreender melhor as influncias das atualizaes tecnolgicas

    e das necessidades dos ouvintes na construo do noticirio na perspectivaprtica, apresentamos, a seguir, uma anlise sobre a utilizao do aplicativoWhatsApp no Jornal da CBN exibido durante o perodo de 06 a 10 deoutubro de 2014.

    O WhatsApp no Jornal da CBNA rdio CBN So Paulo opera nas frequncias de 780 AM e 90,5 FM

    a partir da capital paulista para outras trs emissoras prprias da CentralBrasileira de Notcias (CBN) instaladas nas cidades de Belo Horizonte/MG,Braslia/DF e Rio de Janeiro/RJ, alm de outras 32 rdios afiliadas, formandoassim, a rede CBN. A rdio de So Paulo responsvel por boa parte daprogramao da rede, incluindo o programa Jornal da CBN, objeto desteestudo, transmitido diariamente no horrio das 6h s 9h30.

    Esta pesquisa realizou anlise de contedo do programa veiculadopela emissora no perodo de 6 a 10 de outubro de 2014, e, a partir dessa

    anlise, podemos resumir a organizao e caracterizao do programa. Oradiojornal apresentado pelo jornalista Milton Jung com o apoio do locutorThiago Barbosa. Eles iniciam a primeira hora do informativo com escaladacom cerca de dez minutos de durao, transmitindo os destaques dosprincipais temas que sero abordados no programa, apresentando tambm,sonoras dos temas mais impactantes do noticirio, como por exemplo, asrepercusses dos temas polticos.

    Em seguida, concedido espao para as notcias locais das

    emissoras afiliadas, enquanto a emissora cabea de rede3 transmite asinformaes da cidade de So Paulo com reportagens e informaes ao vivodo trnsito e outros acontecimentos observados por Luiza Silvestrini a bordodo helicptero da CBN. Adiciona-se tambm um resumo da situao deoutros servios pblicos e trnsito com Adamo Bazani e Joyce Ribeiro (queatuam dentro da redao da CBN) alm da participao da reprter de ruaKtia Tofoleto com informaes e entrevistas em determinados pontos das

    3Local onde gerada a programao para emissoras afiliadas (TAVARES, 2011).

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    A participao do ouvinte no Jornal da CBN: uma anlise sobre a utilizao do aplicativoWhatsApp na construo do noticirio

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    cidades em torno da capital paulista. Ressalta-se que algumas dessasinformaes so veiculadas com frequncia tambm para as demaisemissoras da rede.

    O Jornal da CBN tambm apresenta quadros com anlises de temasdo cotidiano que contam com a participao de jornalistas e especialistas jconhecidos do pblico ouvinte, seja pelo tempo de atuao no noticirio oupela participao em outras mdias. No perodo de pesquisa, registram-seos seguintes quadros: CBN na Frmula 1; Academia CBN com Mrio SrgioPortela; Mundo digital com Ethevaldo Ciqueira; Momento do Esporte comJuca Kfouri; Caderninho da Bel com Bel Pesce; Linha aberta com CarlosAlberto Sardenberg; Bem estar e movimento com Mrcio Atalla; CBNDinheiro com Mauro Halfeld; Time das 8; O comentrio de Arnaldo Jabor;Dia-a-dia da economia com Mriam Leito; Capital Humano com GilbertoDimenstein; Momento do Esporte; Hora de Expediente Dan Stubach, LuizGustavo Medina e Jos Godoy; A poltica como ela com Kennedy Alencar;Mais So Paulo com Gilberto Dimenstein; Liberdade de expresso comCarlos Heitor Cony, Artur Xexo e Viviane Mos; Rdio Sucupira; e MinutoMeio e Mensagem.

    Alm desses quadros, ainda puderam ser registradas entrevistascom profissionais ou personalidades que contriburam para o detalhamentode informaes que no se adaptaram ao formato das reportagens, porexemplo. Elas no so apresentadas em horrios fixos e, durante o perodode anlise, registrou-se entrevistas com: Walter Feldman (coordenador dacampanha de Marina SilvaPSB, presidncia da repblica) no dia 06/10;Claudio Couto (cientista poltico) e Flvio Dino (poltico do PCdoB eleitogovernador do Maranho) no dia 07/10; Wellington Dias (eleito governador

    do Piau pelo PT) no dia 08/10; e Dr. Rosana Richtmann (Instituto deInfectologia Emilio Ribas), 10/10.

    Destaca-se ainda, da exibio do programa, o Reprter CBN,boletim informativo veiculado para todas as emissoras da rede e lido pelolocutor Thiago Barbosa, a cada meia hora, com os principais acontecimentosdo Brasil e do mundo em blocos de dois a dois minutos e meio de durao(TAVARES, 2011).

    Em meio a todos esses quadros, o ouvinte convidado pelo ncoraa participar do programa atravs de ferramentas como o e-mail do ncora

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    ([email protected]), Twitter do programa (twitter.com/jornaldacbn) e dapgina do Facebook da emissora (facebook.com/radiocbn), alm doWhatsApp da CBN So Paulo. Para participar atravs desta ltima

    plataforma, a emissora orienta que o ouvinte deve fazer download doaplicativo e adicionar o nmero sua agenda de contatos. Em seguida, deveenviar nome completo, cidade e bairro em mensagem atravs do aplicativopara o nmero da emissora (CBN, 2014).

    Para compreender como esse aplicativo compe o noticirio, foirealizada uma anlise do contedo veiculado no perodo de 06 a 10 deoutubro de 2014. Nesse recorte temporal, observou-se que a produo doJornal da CBN convida constantemente os ouvintes a participar atravs doWhatsApp. Alm disso, o programa tambm utiliza sinais sonoros pararessaltar o momento em que as informaes recebidas pelo aplicativo soutilizadas e veiculadas no programa.

    No perodo analisado foram constatadas 31 inseres de contedosenviados pelos ouvintes atravs do aplicativo, sendo divididas em 11 no dia06/10, 6 em cada um dos dias 07, 08 e 09/10, e apenas 02 participaesno dia 10/10. A seguir, veremos uma descrio detalhada do que aconteceu

    em cada uma dessas participaes.

    06 de outubro de 2014

    A primeira participao aconteceu s 6h24, quando um ouvinte noidentificado fez reclamaes e enviou fotos sobre descarte de lixo epublicidade poltico-eleitoral em formato de santinhonas ruas da cidade deGuaratinguet. O locutor ainda destacou que outros ouvintes reclamaramda sujeira com material eleitoral na cidade de So Paulo. Logo depois, foi

    registrada a reclamao de ouvintes a respeito de problemas na linha 3 dometr. O locutor registrou a mensagem do ouvinte Ricardo Leandro queestava na plataforma Arthur Auvin da linha vermelha do metr, e destacouque o ouvinte aconselhava aos demais usurios que se deslocavam da zonaleste para o centro da cidade a procurarem outro transporte. SegundoThiago Barbosa, locutor no horrio, quela hora eram cinco mensagens deouvintes no WhatsApp da CBN reclamando da linha 3 vermelha.

    mailto:[email protected]:[email protected]
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    A participao do ouvinte no Jornal da CBN: uma anlise sobre a utilizao do aplicativoWhatsApp na construo do noticirio

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    J s 6h42 o sinal sonoro do WhatsApp foi veiculado para registrar ainformao do ouvinte Andr Keirob, de Mau, que relatou um acidentegrave na Pereira Barreto em So Bernardo do Campo, sentido Santo Andr.

    A seguir, o locutor chamou o reprter Adamo Bazani que ratificou ainformao destacando que o acidente ocorreu porque um motorista perdeuo controle do carro na avenida Pereira Barreto no sentido Santo Andr eacabou batendo contra um poste. Duas pessoas ficaram feridas naqueleacidente e o veculo ocupava a calada. O reprter aproveitou aoportunidade para informar que um outro acidente tambm foi registradona marginal do Rio Tiet prximo ponte Cruzeiro do Sul no sentido daCastelo Branco e deixava o trnsito lento na regio.

    s 6h54 o locutor destacou novamente que os ouvintes continuavamreclamando da linha 3 do metr paulista. Logo aps, o reprter AdamoBazani justificou que a Linha 3-vermelha do metr apresentou problemas eque o passageiro ainda sentia os reflexos. Um trem apresentou defeito naestao vila Matilde e a composio foi esvaziada, ficou parada por 4minutos e seguiu para barra funda. Por causa disso, havia lentido noservio. Quase uma hora depois, s 7h44, o reprter Adamo Bazani foi

    chamado novamente para conferir informao enviada por um ouvinte deque havia um acidente no tnel 9 de julho. O jornalista ratificou ainformao e relatou que dois carros bateram e que a faixa da direitacontinuava bloqueada.

    Uma outra participao no dia 06/10 envolveu a opinio dos ouvintessobre o contedo do jornal. s 7h47 foi registrada a reclamao dosouvintes sobre a afirmao da jornalista Luiza Silvestrini que estava a bordodo Helicptero CBN e que havia informado que usaria culos de raio laser

    para ver os tneis e ficar informada sobre acidentes como o do tnel 9 dejulho. Os ouvintes registraram que era melhor a profissional utilizar culosde raio-x, pois o de raio laser poderia danificar os tneis. Nesse momentoa reprter pediu desculpas aos ouvintes e aproveitou para registrar outrasinformaes do trnsito.

    J s 7h55 a reprter Luiza Silvestrini trouxe outras informaes dotrnsito e foi registrada a participao dos ouvintes que estavam na avenidaPereira Barreto em Santo Andr e tinham dificuldade com o trnsito intenso,ratificada pela profissional que estava no helicptero. Um minuto depois, o

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    locutor registrou que um ouvinte relatava dois acidentes entre a Ponte doJaguar e o Cebolo na Marginal Pinheiros, informao ratificada pelajornalista Luiza Silvestrini que viu um dos acidentes que estava causando

    interdio na Marginal Pinheiros no sentido Interlagos. Trs minutos depois,o locutor continuou com a opinio dos ouvintes que enviavam texto efotografias sobre a sujeira na cidade ocasionada pelo descarte de materiaisde campanha eleitoral.

    Ainda sobre o acidente em Santo Andr e lentido na MarginalPinheiros relatada pelos ouvintes, a reprter Luiza Silvestrini informou aovivo, s 8h17, as alternativas para quem seguia no sentido Interlagos. Maisde uma hora depois, s 9h20, foi registrada a ltima participao peloWhatsApp, quando o locutor relatou que os ouvintes continuavamreclamando da sujeira de material de campanha eleitoral nas ruas, e queum deles preferia que se trocassem os nomes das impresses de santinhospara capetinhas.Nas ruas, a reprter Catia Toffoletto, confirmou o que osouvintes estavam reclamando e entrevistou cidados que estavam limpandoos materiais descartados em frente s casas deles.

    07 de outubro de 2014A primeira participao aconteceu s 6h52 quando um ouvinte no

    identificado perguntou o que estava acontecendo na Marginal Pinheiros nosentido Castelo Branco. O reprter Adamo Bazani, da redao da CBN,respondeu o ouvinte registrando que a pista local na marginal Pinheiros nosentido Castelo Branco estava com a faixa da esquerda interditada porcausa da queda de um motociclista.

    s 7h15 a ouvinte Ana Carolina estava na Estao Tucuruvi do

    Metr e mandou uma mensagem pelo WhatsApp informando que o acesso estao estava restrito devido a uma falha em equipamento de via. Oreprter Adamo Bazani confirmou a informao e destacou que o problemaocasionou o embarque por apenas uma plataforma e, por isso, a lotao naestao era maior. Cerca de 30 minutos depois, as 6h44, o locutor ThiagoBarbosa destacou que o ouvinte Samuel Queiroz reclamava do problemanaquela mesma estao atravs do e-mail e que a ouvinte Ana Carolina,

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    A participao do ouvinte no Jornal da CBN: uma anlise sobre a utilizao do aplicativoWhatsApp na construo do noticirio

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    que j tinha entrado em contato anteriormente, ressaltou que o problemafoi somente na estao e que dentro dos trens a situao era tranquila.

    A participao seguinte aconteceu s 8h46, quando a ouvinte

    Natalia Ferrari relatou que havia cinco vacas pastando em frente prefeitura de Mau, interior paulista. Depois do relato, a reprter LuizaSilvestrini foi chamada a falar ao vivo e confirmou que viu vacas pastandono centro da cidade e que, naquele momento, elas estavam em frente aoTeatro Municipal. Ainda sobre o assunto, s 8h49 o reprter Adamo Bazanie o ncora do jornal, Milton Jung, fizeram um breve comentrio sobre asvacas que continuavam no centro da cidade. Oito minutos depois, o locutordo jornal trouxe o comentrio do ouvinte Geyzus que declarou peloWhatsApp que costumava ver cavalos em Mau, e que aquela era a primeiravez que ele via vacas no centro da cidade. O locutor aproveitou e brincoucom a reprter area Luiza Silvestrini, perguntando se havia vacas nocorredor norte-sul, onde ela sobrevoava naquele instante.

    s 9h24, o sinal sonoro do WhatsApp tocou mais uma vez para altima participao do dia atravs do aplicativo. O locutor anunciou quehavia chegado uma foto mostrando um motociclista cado na rodovia

    Presidente Dutra no quilmetro 228 e que uma faixa estava interditada.Naquele momento, ele convidou a reprter Isabel Campos para trazer maisinformaes e ela confirmou que o quilmetro 227 estava com duas faixasinterditadas e que j havia sete quilmetros de congestionamento nosentido So Paulo, destacando como alternativas a avenida Ayrton Sennaou expressa da Dutra.

    08 de outubro de 2014

    s 6h19 o sinal do WhatsApp tocou pela primeira vez naquelaquarta-feira e o locutor Thiago Barbosa destacou que os ouvintesinternautas estavam enviando fotografias da lua e do sol de So Paulo eque um ouvinte compartilhou pelo aplicativo uma imagem da lua e do solna regio do Capo Redondo, destacando que ainda no dava para ver oeclipse da lua que acontecia naquela manh. Trinta e cinco minutos depois,s 6h54, o reprter Adamo Bazani informou que a velocidade estavareduzida na avenida Presidente Dutra por excesso de veculos e que aRodovia dos Imigrantes ainda estava com faixas interditadas por causa de

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    um acidente. Naquele momento, o locutor Thiago Barbosa destacou quealguns ouvintes utilizavam o WhatsApp da CBN para informar que jestavam parados na Rodovia dos Imigrantes a partir do quilmetro 22 e

    que havia pelo menos cinco quilmetros de congestionamento para quemestava indo naquela rodovia no sentido de So Paulo.

    s 7h43 o Sinal WhatsApp tocou novamente e o locutor do jornaldestacou que as pessoas continuavam falando de transito. Marcelo Lima,um dos ouvintes, relatou pelo aplicativo que gastou dezoito minutos paraandar 600 metros na Geovani Grunch para chegar at a Ponte Joo Dias.Dois minutos depois, outro ouvinte participou informando que havia umsinal quebrado na avenida Francisco Morato com a Praa dos Trs Poderes.

    A participao seguinte aconteceu s 7h56 quando os ouvintesemitiram opinies sobre o retorno da proibio do uso das sacolas plsticasna cidade de So Paulo, mas essas opinies no foram citadas com nomesdos ouvintes. Vinte e quatro minutos depois, s 8h22, aconteceu a ltimaveiculao de participaes do ouvinte pelo WhatsApp no Jornal da CBN.Naquele momento, o locutor destacou informaes do ouvinte Almir, queescreveu que na avenida Ordem e Progresso, Casa Verde, estavam

    acontecendo obras do corredor de nibus h pelo menos sete meses eaproveitou para questionar se prioridade das obras da prefeitura eram osnibus ou as ciclovias.

    09 de outubro de 2014

    A participao dos ouvintes atravs do WhatsApp da CBN So Paulonaquela quinta-feira comeou s 6h14 quando o sinal sonoro foi executadoe, na sequncia, o locutor ressaltou que havia gente reclamando da Linha3/vermelha do metr, que teve um problema por volta das cinco horas damanh e precisou ser esvaziada. A ouvinte Solange contou que embarcous 4h50 e chegou no Anhangaba at as 5h50. O locutor ainda destacouque outros ouvintes relataram que, naquele momento, a situao j estavanormalizando.

    J s 7h13, alguns ouvintes reclamaram do trnsito na avenida 23de maio, sentido centro. J o ouvinte Thiago, taxista na capital paulista,

    relatou um acidente na altura da avenida Stela, que estava causando

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    congestionamento. Naquele momento, o locutor chamou a reprter areaLuiza Silvestrini que ratificou que havia um acidente na avenida 23 de maioe que tambm havia trnsito lento no Corredor Norte-Sul at a ponte

    Cruzeiro do Sul. A reprter registrou ainda, que o acesso da marginal Tietestava difcil naquele momento.

    Trinta e trs minutos depois, o locutor Thiago Barbosa registrou quevrias reclamaes sobre a gua continuavam chegando pelo WhatsApp daCBN. Ele destacou a opinio de Felipe Mendes que relatou a situao deItaquera, Guaianazes e Parte da grande So Paulo no lado Leste, onde oabastecimento de gua estava sendo feito das 20h s 5h. Felipe desabafou,questionando se a medida seria para ensinar a economizar. O locutorreplicou tambm, a mensagem de Renato Brand que estava no Ipiranga eafirmou que naquela regio tambm faltava gua toda madrugada e pediupara que a produo do Jornal da CBN questionasse a presidenta da Sabesppara explicar a diferena entre racionamento e corte de presso.

    s 8h19, o efeito sonoro do WhatsApp soou novamente e o locutorThiago Barbosa destacou que vrios ouvintes escreveram reclamando delentido na Linha 4 do metr. Ronaldo, de So Miguel Paulista, disse que a

    linha estava completamente parada; Moura escreveu: 15 minutos paradono metr, na linha amarela. Em seguida, o reprter Adamo Bazaniesclareceu que havia um problema tcnico na circulao dos metrs e quea redao ainda no sabia qual tipo de problema, mas que havia umaocorrncia tcnica que reduzia a velocidade das composies e aumentavaa lotao nos trens e nas plataformas naquela manh.

    O problema seguiu e os ouvintes continuaram a se comunicar coma CBN atravs do WhatsApp: s 8h57 o locutor registrou mensagens de

    Ronaldo Brown, Maurcio Vincentin, Douglas Pires e Adriane que enviaramimagens da plataforma sentido Butant lotada na linha amarela do metr.O locutor ainda destacou que o reprter Adamo Bazani j havia informadoa existncia de um problema de lentido no metr, no justificado nemesclarecido at o final daquele programa.

    Na ltima participao registrada pelo WhatsApp, o locutor ThiagoBarbosa leu a mensagem de Rodrigo, do Jardim da Sade, que afirmouhaver um vazamento de gua em frente ao Supermercado Joanin, darodovia Anchieta, e que estava insatisfeito com aquele desperdcio em meio

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    ao racionamento de gua que a cidade de So Paulo vivia. O ouvinteressaltou que j havia informado o problema Sabesp e que a empresa jestava indo ao local do vazamento para saber o que estava acontecendo.

    10 de outubro de 2014

    Na sexta-feira, ltimo dia de anlise, o nmero de participaesatravs do WhatsApp foi reduzido com apenas duas ocorrncias. A primeiraaconteceu s 6h43, quando o locutor Thiago Barbosa registrou a opinio deAdemar, da Vila Penteado, que relatou a existncia de um vazamento degua na Rua Miguel Conejo, prximo Marginal Tiet, caracterizando comoum chafariz de cerca de quatro metros de altura.

    Durante o programa, o ncora Milton Jung e o locutor ThiagoBarbosa chamam para que o ouvinte participasse pelo WhatsApp da CBN s7h22 e 7h49. J s 8h22 registrou-se a ltima mensagem veiculada noprograma, quando o ouvinte Denis Max afirmou que o trnsito estava pradodesde o comeo da avenida Eduardo Paulo Freire e na Ferno Dias. Naquelemomento o locutor contatou a reprter Luiza Silvestrini que estava nohelicptero e que registrou a ocorrncia de um acidente na ponte

    Aricanduvas que estava travando a Rodovia Presidente Dutra, avenidasEducador Paulo Freire e Ferno Dias, por causa de um carro e uma motoque colidiram e estavam ocupando uma faixa da rodovia no sentido zonalestecentro.

    Para compreender melhor esses dados, codificamosmetodologicamente as inseres em cinco categorias relacionadas aosassuntos veiculados, quais sejam: trnsito, metr, cidade/cotidiano,

    infraestrutura e sugesto. Em um resumo das participaes descritas acima,percebe-se que houve 16 inseres relativas ao trnsito na capital paulistae regio metropolitana, 07 exposies sobre problemas no sistema demetr, 05 discusses a respeito de temas cotidianos ligados cidade, 02inseres relativas a problemas de infraestrutura percebidos pelos ouvintese 01 ocorrncia classificada como sugesto, quando os ouvintes comentamsobre a prpria produo do programa.

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    Esses dados demonstram que o rdio ainda cumpre o seu papel deprestador de servios e que o WhatsApp, enquanto tecnologia, contribuipara o fortalecimento desse aspecto, facilitando o contato do ouvinte com

    a emissora. Com tal ferramenta de baixo custo e alta agilidade, o ouvintetem condies de chamar ateno para problemas que interferem na vidadele e que merecem ser veiculados por tambm interferir na vida de umnmero maior de pessoas que ouvinte da rdio.

    Entretanto, percebe-se uma caracterstica importante na forma deapresentao do contedo que, na maioria dos casos, seguemacompanhados de ratificao por parte de jornalistas que esto na redao,na rua ou a bordo do helicptero. Para compreendermos essa situaonumericamente, de 31 ocorrncias, 17 ou 54,84%, foram acompanhadasde informaes adicionais ou confirmaes por parte de profissionais dojornalismo. Se levarmos em considerao apenas as informaes de trnsitoe metr, que somam 23 ocorrncias, temos 15 delas ratificadas pela equipeda CBN, ou seja, cerca de 65%.

    Outro destaque das informaes veiculadas, so os critriosutilizados para que as informaes fossem veiculadas em meio a um grande

    nmero de mensagens recebidas pela produo do informativo. Levando-se em considerao os critrios apresentados por Parada (2000) eFerraretto (2003) para seleo de informaes jornalsticas no rdio,podemos elencar os seguintes, adotados pela equipe do Jornal da CBN naconstruo do noticirio a partir das mensagens do WhatsApp: atualidade,proximidade, proeminncia e universalidade.

    A atualidade o critrio mais perceptvel na seleo das mensagensveiculadas, utilizado para selecionar assuntos mais recentes possveis em

    relao ao momento de sua transmisso ao pblico, de acordo comFerraretto (2003). Assim, das 31 ocorrncias, pode-se considerar que 28foram selecionadas utilizando esse critrio, ou seja, 90,3% dasparticipaes. J o critrio proximidade utilizado para selecionar asocorrncias mais prximas possveis do pblico foi utilizado pela produodo Jornal da CBN para veiculao das participaes dos ouvintes em 30, dototal de 31 ocorrncias, estando assim, presente em 96,78% dos casos.

    Outro critrio presente na seleo a universalidade, que selecionaos assuntos que interessam ao maior nmero de pessoas possvel em

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    relao ao quadro de valores, conhecimentos e necessidades do pblico.Ele est presente em 22 das 31 participaes, ou seja, em 70,97% dasveiculaes referentes ao aplicativo WhatsApp. J com relao

    proeminncia, que envolve pessoas importantes ou conhecidas do pblico,pode-se relacionar apenas uma ocorrncia, quando os ouvintes brincamcom uma informao equivocada da reprter area, figura conhecida dopblico.

    A partir dessa anlise, percebe-se que a participao do ouvinteatravs do WhatsApp no Jornal da CBN vai alm de um simples contatoentre receptor e emissor. Trata-se do uso de uma tecnologia de participaogerida por profissionais da comunicao que precisam manter o ritmo deproduo e veiculao de informaes, construdas pela emissora ao longode anos, e que tm por objetivo garantir a audincia e credibilidade doscontedos veiculados.

    Consideraes finaisO estudo chama a ateno para o fato da rdio CBN So Paulo dar

    nfase ao WhatsApp em relao a outras mdias de comunicao,

    utilizando-o para estreitar os laos de comunicao entre emissor ereceptor. Entretanto, o uso da tecnologia tanto pela emissora quanto peloouvinte, vai alm do trfego de contedo.

    Mesmo com a facilidade de contato, percebe-se que as informaesprecisam ser ratificadas pelos jornalistas visando a manuteno dacredibilidade da audincia da empresa. Essa credibilidade , portanto, umdos fatores que influem na seleo de um fato que se tornar notcia, poisa legitimidade do jornalismo est associada credibilidade dos jornalistase esta credibilidade, por sua vez, est vinculada s preocupaes legtimasdo pblico em relao qualidade da informao que recebe (BERNIER,2004 apud SCHMITZ, 2011, p.58). Ento, quando no h como saber seuma informao enviada pelo ouvinte verdadeira, cabe ao jornalistaconfirmar e ratificar em busca da qualidade de seus contedos. Destaca-se,da a legitimao do olhar do jornalista sobre os acontecimentos.

    Alm disso, ressalta-se o fato do rdio ainda se manter na ordem

    dos meios de comunicao de servios. Pela anlise de contedo

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    A participao do ouvinte no Jornal da CBN: uma anlise sobre a utilizao do aplicativoWhatsApp na construo do noticirio

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    impossvel relatar o nmero exato de mensagens enviadas pelos ouvintes,pois no se registrou aquelas que no foram veiculadas. Entretanto, deacordo com o nmero de inseres lidas no ar e sua relao com os demais

    contedos, percebe-se uma preferncia por parte dos receptores e daemissora em abordar temas ligados aos servios pblicos que envolvam oscidados da capital paulista e regio metropolitana.

    Essa uma das importncias dessa tecnologia na construo doJornal da CBN, que tambm utiliza de outras mdias, como j citado.Entretanto, o que faz dela uma forma de comunicao que merea destaquecom uso de sinal sonoro especfico e at citao do nome do aplicativo emdetrimento de outros meios de comunicao como o telefone, por exemplo?Essa resposta s ser possvel em outro estudo mais profundo com foco nosprodutores da informao. No entanto, hipteses podem ser admitidascomo o fato de o aplicativo ser de baixo custo e a transmisso de dados deimagens digitais, udio e vdeo serem mais geis atravs dele com relaoa outras mdias ou aplicativos como Facebook Messenger, por exemplo.

    Por fim, ressalta-se a importncia da utilizao do WhatsApp naconstruo do noticirio por possibilitar o estreitamento de laos entre o

    ouvinte e a emissora na perspectiva de construo de um noticirio cadavez mais prximo do pblico, alm da necessidade das emissoras atentaremmais para essas formas de comunicao, mas com a preocupao emutiliz-la com zelo pela qualidade e responsabilidade.

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