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1 4.8. Movimento de terra para obras lineares Partes ou elementos principais componentes dos Aplainamentos para obras lineares Os Terraplenes (Aterros): Denomina-se Terrapleno a: “aquela estrutura de terra que serve de suporte às vias de comunicação terrestres, cuja sob rasante fica fixada no projeto geométrico por cima do terreno natural, existindo a necessidade de construi-la geralmente com distintas ninhadas de solos compactadas adequadamente”. Suas partes fundamentais se podem apreciar na Fig. 1. Figura. 1: Sessão transversal de um terrapleno e suas partes principais. Coroação: ninhada de solo, geralmente entre 0.15 - 0.50 m de espessura, construída preferivelmente com solo granular seleccionado (de boa a excelente qualidade), compactados a máxima densidade. Núcleo ou Levante: zona da E. T., neste caso do terrapleno, construída com solos seleccionados ou locais colocados ou dispostos correctamente e compactados a densidade adequada em capas de espessura uniforme definida no Aterro de Prova. Alicerce ou solo de cimentação: é o solo de suporte ou de cimentação da E.T. Podem considerar-se: firmes ou resistentes, débeis (pantanosos) incluindo o leito do fundo do mar, como o da plataforma insular. Bermas: são elementos estabilizadores dos taludes dos aterros, podendo servir de amparo contra inundações, da erosão pluvial e para aumentar a segurança ante possíveis falhas em presença de taludes de aterros altos. Quando o aplainamento da via se encontra não já em zonas plainas, a não ser em zonas onduladas ou montanhosas, podem apresentá-los lances em Corte e a Meia Ladeira, nestes casos as partes essenciais são as seguintes: a. Secção em Corte ou Escavação: Figura. 2: Sessão em Corte ou Escavação e suas partes principais.

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4.8. Movimento de terra para obras lineares

Partes ou elementos principais componentes dos Aplainamentos para obras lineares

Os Terraplenes (Aterros):

Denomina-se Terrapleno a: “aquela estrutura de terra que serve de suporte às vias de comunicação terrestres,

cuja sob rasante fica fixada no projeto geométrico por cima do terreno natural, existindo a necessidade de

construi-la geralmente com distintas ninhadas de solos compactadas adequadamente”.

Suas partes fundamentais se podem apreciar na Fig. 1.

Figura. 1: Sessão transversal de um terrapleno e suas partes principais.

Coroação: ninhada de solo, geralmente entre 0.15 - 0.50 m de espessura, construída preferivelmente com

solo granular seleccionado (de boa a excelente qualidade), compactados a máxima densidade.

Núcleo ou Levante: zona da E. T., neste caso do terrapleno, construída com solos seleccionados ou locais

colocados ou dispostos correctamente e compactados a densidade adequada em capas de espessura uniforme

definida no Aterro de Prova.

Alicerce ou solo de cimentação: é o solo de suporte ou de cimentação da E.T. Podem considerar-se: firmes

ou resistentes, débeis (pantanosos) incluindo o leito do fundo do mar, como o da plataforma insular.

Bermas: são elementos estabilizadores dos taludes dos aterros, podendo servir de amparo contra

inundações, da erosão pluvial e para aumentar a segurança ante possíveis falhas em presença de taludes de

aterros altos.

Quando o aplainamento da via se encontra não já em zonas plainas, a não ser em zonas onduladas ou

montanhosas, podem apresentá-los lances em Corte e a Meia Ladeira, nestes casos as partes essenciais são

as seguintes:

a. Secção em Corte ou Escavação:

Figura. 2: Sessão em Corte ou Escavação e suas partes principais.

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b) Seção no Semi escavação ou a “Meia Ladeira”

Figura. 3: Sessão no Semi Escavação (“a meia ladeira”) e suas partes principais.

Nas figuras anteriores (1, 2 e 3) se mostram alguns dos distintos dispositivos que conformam o sistema de

drenagem superficial (sarjetinhas, sarjeta de guarda, etc.)

Métodos de Cálculo do Volumes de Movimento de Terra.

A. Método das Secções:

Este método simplificado, mas classificado entre os exactos, é o mais empregado a nível mundial por

assegurar adequada precisão e simplicidade nos cálculos dos volumes de movimento de terra dos aterros, no

mesmo se apresentam dois casos básicos:

a) Quando se apresentam duas secções transversais consecutivas (ambas em escavação ou ambas em

cheio ou aterro), neste caso o volume formado ou existente entre ambas as secções se calcula

facilmente mediante a expressão:

V = dAA re ).

2(

, m3 (em estado natural se estiverem em escavação ou corte e em estado

compactado se as mesmas se encontram em aterro ou cheio)

b) Quando uma secção está em escavação e a outra secção consecutiva em cheio ou aterro, quer dizer,

está-se em presença de uma secção mista, tal como se aprecia na seguinte Figura 5, procedera-se da

seguinte maneira:

Figura 5: Volume em Escavação e em Cheio ou Aterro em uma mesma secção

(Secção Mista)

Os volumes de terra são em cheio e escavação os seguintes:

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3

te

t

AA

AdVcheio

2

2/ m3 compactados

te

eesc

AA

AdV

2

2/ m3 naturais

c) Agora bem, quando ambas as secções transversais consecutivas estão a meia ladeira ou uma a meia

ladeira e a outra em escavação ou cheio o procedimento a seguir gera um novo caso:

EIXO EIXO E3 B o E1 B D E1 E2 o D

T1 T2 T1

A E2 E3 E4 A C E4 o C T2 T3 T4

Figura 6: Uma secção em corte e outra Figura 7: Duas secções transversais

a meia ladeira a meia ladeira

Neste caso (c) se realiza uma “Construção Auxiliar” consistente em riscar linhas descontínuas a partir dos

pontos de mudança de escavação a aterro (ponto o), para assim subdividir as áreas das secções transversais a

partir de ditos pontos de mudança (subindo ou baixando conforme seja o caso, como se aprecia nas figuras

antes mostradas), para assim poder transformar as áreas dessas secções em áreas dos dois casos básicos já

conhecidos e poder aplicar as expressões básicas dos mesmos (casos básicos: a e b).

Na prática da profissão se empregam para realizar estes cálculos diversos Programas de Computação, que

agilizam os mesmos e asseguram adequada exactidão: Entre os programas mas conhecidos se encontram:

1. SOFT CAR

2. AUTO CAD LANDESTOP ou ACAD LAND

3. Outros.

Exemplo: projectou-se geometricamente o aterro de uma estrada, um lance possui o seguinte perfil

longitudinal e as seguintes secções transversais (figuras 8 e 9).

Considere o solo da zona rochoso, excelente como material de cheio.

Determine:

a) Os volumes de movimento de terra a realizar.

b) Obtém-se a compensação de volumes em dito lance?

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Figura 8: Perfil longitudinal de um lance de aterro

Figura 9: Secções Transversais do lance de estrada analisado.

Solução:

a) Dados:

- Áreas secções transversais e tipo de solo

Calculando os volumes entre as distintas secções transversais:

Secções 1-1 até 2-2 .60000202

60000

2

321 compmlAA

Vcheio

V2-3 = .108000202

60004800

2

332 compmdAA

Secções 3-3 até 4-4

escV .45671024001300

1300

220

2

32

34

2

4 natmT

E

E

.155671024001300

2400

2

2

23

2

34

2

3

compmdT

E

T

Vcheio

.38500202

14502400

2

343 compmdTT

Vcheio

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5

.540671556738500 3

. compmV totalcheio

Secção 4 - 4 até secção 5-5:

.44000202

31001300 3

1 natmVE

.8.2112010

31001450

3100 3

2

2 natmVE

.8.462010

31001450

1450 3

2

1 compmVT

.8.65120 3

. natmV totalexc

Secção 5-5 até secção 6-6:

V5-6 : A5 = 6200 m2 Ambas em escavação. .83000202

21006200 3natmVexc

A6 = 2100 m2

Secção 6-7

V6-7 : A6 = 2100 m2 (escavação)

.3.60741051602100

2100 3

2

natmVexc

A7 = 5160 m2 (cheio)

.3.366741051602100

5160 3

2

compmVcheio

Resumindo e organizando os cálculos em uma tabela denominada: Tabela Resumo (Tabela 6), somando a

duas últimas colunas se obtêm os volumes totais escavação e cheio.

Tabela 6: Tabela resumo de cálculos do volumes de movimento de terra:

Estacionado Áreas (m2) Volumes (m3) Observações.

A esc. A cheia Vol. esc. Vol. Cheio

1 0 0 - - Secção de

mudança.

2 - 6000 - 60000 m3 compactados.

3 - 4800 - 108000 m3 compactados.

4 1300 1450 4567 54067 Naturais e comp.

Respectivamente

5 6200 - 65120.8 4620.8 Naturais e comp.

Respectivamente

6 2100 - 83000 - m3 naturais.

7 - 5160 6074.3 36674.3 Naturais e comp.

Respectivamente

158762,8

m3 naturais 263362,1

m3 comp.

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b) Obtém-se a compensação de volumes em dito lance?

Para responder esta interrogante terá que transformar ambos os volumes ao mesmo estado, para poder

compará-los, neste caso levando de estado natural a compactado se terá que:

.8.14288590.01587628,158762 3

.. compmxf compN

O factor de conversão .Ncompf se determina pela Tabela de coeficientes de transformação.

Então para determinar se forem aplainamentos balançados, determina-se a diferença para comprovar se a

diferença entre os volumes de escavação e de cheio é pequena, menor do 5 %, magnitude que se propõe

como limite máximo para considerar um aplainamento balançado ou não, procedendo-se da seguinte

maneira:

= 100

Vmayor

VmenorVmayor

Neste caso, substituindo valores se tem que:

= 1001,263362

8.1428851.263362

= 45,74 %

Resposta. Não existe compensação, já que evidentemente o volume de escavação é muito menor que o

volume de cheio e é obvio a diferença de volumes ultrapassa amplamente o 5 %, como se aprecia.

Necessitam-se 120 476,3 m3 compactados de um empréstimo

A Distribuição racional das Massas de Solo para a construção de terraplenagens.

Para assegurar a construção com mínimos custos e prazos de duração, terá que distribuir racionalmente as

massas de solo, quer dizer, realizar os movimentos de terra obtendo “a máxima compensação de volumes

possível às menores distância”.

Para um cumprimento de tal propósito na maioria das zonas (zonas plainas e onduladas) emprega-se o

denominado Diagrama de Massas e nas montanhosas as próprias Perfil Longitudinal, a partir do qual se

pode definir uma estratégia racional de distribuição de terras e selecionar as maquinarias de movimento de

terra idôneas a empregarem.

Por tais razões se faz necessário confeccionar tal diagrama, assim como dos métodos que permitem definir a

estratégia de organização racional da distribuição das massas de solo.

O Diagrama de Massas ou Diagrama do Bruckner.

Uma vez calculados os volumes de movimento de terra do aterro de uma estrada, via-férrea, pista de

aterragem ou qualquer outro aplainamento similar, já seja por métodos manuais ou por computadores, é

necessário realizar o Diagrama de Massas ou Linha do Brukner.

Esta não é mais que: “a curva que mostra a soma algébrica dos volumes de terra acumulados ou ordenadas

de massa (considerando a escavação: + e o cheio: -), da estação inicial até qualquer outra estação seguinte do

traçado da via", o qual se confecciona à mesma escala utilizada no Perfil Longitudinal do aplainamento, que

se mostra no gráfico 1

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Gráfico 1: Curva do Diagrama de Massas.

Para poder traçá-las confecciona uma tabela que tem a seguinte estrutura, a qual para facilitar sua

compreensão, mostra-se seguidamente para um caso particular que servirá de exemplo para facilitar sua

compreensão, conforme se aprecia na Tabela 19:

Tabela 19: Tabela para obter as ordenadas de massas e definir assim o Diagrama de Massas ou Linha

do Bruckner Estaciones Área

Escav

(m2)

Área

Terrap

(m2)

Volume

Escavac.

(m3 nat.)

Volume

Terrapl.

(m3 comp.)

Vol.

Escav.

por

factor

Volumen

Balanceado

Suma

Algebraica + Escavação

– Cheio

Ordenada

de massas

ou linha de

Bruckner

0 + 0,00 - - - - - - - -

2 + 0,00 16 0 160 0 144 0 144 144

4 + 0,00 30 0 460 0 414 0 414 558

6 + 0,00 32 0 620 0 558 0 558 1116

8 + 0,00 20 0 520 0 468 0 468 1584

10 + 0,00 12 10 320 100 288 100 188 1772

12 + 0,00 0 14 120 240 108 108 - 132 1640

14 + 0,00 0 20 0 340 0 0 - 340 1300

16 + 0,00 0 28 0 480 0 0 - 480 820

18 + 0,00 0 32 0 600 0 0 - 600 220

20 + 0,00 0 24 0 560 0 0 - 560 - 340

22 + 0,00 0 18 0 420 0 0 - 420 - 760

24 + 0,00 10 14 100 320 90 90 - 230 - 990

26 + 0,00 46 0 560 140 504 140 364 - 626

28 + 0,00 58 0 1040 0 936 0 936 310

O procedimento para confeccionar a tabela anterior, que permita traçar ou desenhar a curva do diagrama de

massas, é o seguinte:

1. Encher dados de colunas 1-5, a partir do cálculo de volumes realizado previamente.

2. Multiplicar coluna 4 pelo coeficiente para transformar volumes em estado natural a compactado, desta

forma os volumes das colunas 5 e 6 estarão no mesmo estado (ambas em m3 compactados) e se podem

comparar.

3. A coluna 7 é a compensação parcial que se produz entre duas estações sucessivas e é igual à magnitude

do volume de solo escavado que se pode utilizar na construção da terraplenagem: neste caso

Se o excvolcheiovolexcvol ...

Se o rellvolcheiovolexcvol ...

Quer dizer, sempre será o menor dos dois números que se comparam.

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4. A coluna 8 significa o volume nítido (que sobra ou falta) para obter a compensação total entre duas

estações sucessivas (recordar o signo: + escavação e – cheio).

5. A coluna 9: a ordenada de massas, representa o volume de material necessário para obter a compensação

total da estação 0+0.00 até essa estação seguinte do traçado. Calcula-se adicionando algebricamente

(considerando seu signo) os volumes ou quantidades da coluna anterior (coluna 8) e é a que se emprega

para confeccionar a curva do diagrama ou linha do Bruckner

6. Traçar a curva de volumes acumulados em uma gráfica Estacionados vs. Volumes, unindo com rectas os

pontos. A escala horizontal é a mesma do perfil longitudinal e a escala vertical ou a de volumes,

selecciona-se acorde com a magnitude dos volumes acumulados.

Para o caso do exemplo anterior a curva do diagrama ou linha do Bruckner é a seguinte, a que se

corresponde com o seguinte Perfil Longitudinal do lance analisado o qual se mostra debaixo da curva, no

seguinte gráfico 2:

Gráfico 2: Diagrama de Massas ou Linha do Bruckner e Perfil Longitudinal do lance analisado.

Propriedades da Curva do Volumes Acumulados ou Curva do Diagrama de Massas.

- A ordenada em cada ponto da curva representa a soma algébrica dos volumes acumulados do início (Est.

0+0.00) até a Estação (ou estaca) onde se encontre dito ponto no perfil.

- A curva de volumes movendo-se de esquerda a direita sobe quando se está em escavação (+) e descende

quando está em cheio ou terraplenagem (-)

- Quando existe um máximo na curva de volumes se produz uma mudança de escavação a cheio no Perfil

Longitudinal e vice-versa, quando existe um mínimo na curva do diagrama existe uma mudança de cheio

a escavação.

- Qualquer linha horizontal que corte a curva do diagrama em dois pontos, faz que os volumes de

escavação sejam iguais aos de cheio, a estas linhas lhe denominam: “linhas de compensação” e servem

para definir zonas de compensação de volumes de terra no perfil longitudinal.

- Confeccionaram-se programas profissionais de computação que permitem fazer o cálculo dos volumes

de movimento de terras, a tabela do diagrama e inclusive representação gráfica do diagrama de massas

de forma automatizada.

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Utilidade do Diagrama de Massas.

Sua utilidade está dada já que uma vez confeccionado permite:

- Definir no perfil as possíveis zonas de compensação longitudinal de volumes de terra, ao traçar

tentativa mente linhas de compensação em função dos valores mínimos e máximos das filas de

distância de transporte das equipes de movimento de terra que estão disponíveis para realizar as

compensações longitudinais.

- Permite efectuar a análise económica da transportação de terra, quer dizer, se convém seguir

compensando longitudinalmente os volumes, ou é melhor escavar o material depositando-o a

cavalheiro ou esgoto e trazer material desde empréstimos laterais.

- Permite determinar as distâncias médias de compensação longitudinal de terra entre diferentes zonas

em corte e terraplenagem, permitindo a selecção da maquinaria de transporte idónea para executar

tais compensações.

- Conhecer em cada ponto da curva os volumes de terra acumulados da estação inicial até a que se

encontra em dito ponto ou o volume a compensar em cada lance.

Fazendo uso das propriedades da curva de volumes acumulados e em particular da terceira antes enumerada,

procede-se a explicar a seguir dois métodos para determinar as ¨ Distâncias Médias de Compensação de

Terra”, atendendo às características topográficas das zonas de convocação.

Métodos Gráficos para determinar Distâncias Médias de Compensação

Para sua aplicação deve possuir-se previamente os seguintes dados:

1. Resultados do cálculo de volumes de movimento de terra e o Diagrama de Massas do lance a

considerar (manual ou mediante programas de computação).

2. Conhecer a maquinaria de movimento de terra disponível, definindo as filas das distâncias de

transporte económicas de cada máquina.

3. Ter desenhado em um mesmo plana o Perfil Longitudinal do lance e o Diagrama de Massas.

A. Procedimento em zonas plainas e onduladas.

Apoiando-se em uma propriedade da curva de volumes acumulados ou diagrama de massas tal como se

aprecia na Figura 45:

1. Traçar tentativa mente linhas de compensação que permitam subdividir o lance em zonas de

compensação, que asseguram o máximo emprego da maquinaria disponível.

2. Determinar a posição dos centros de massas das zonas em escavação e cheio para a compensação

longitudinal de volumes de terra.

3. Determinar as distâncias médias de compensação longitudinal (medindo horizontalmente, a escala) a

distância entre o centro de massa de escavação e o centro de massa de cheio no perfil.

Figura 45: Método gráfico para determinar as distâncias médias de compensação a partir do

Diagrama de Massas

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Uma vez determinada a distância, procede-se a seleccionar a maquinaria para o transporte de terras acorde

com a magnitude da distância médias de compensação (dmc) determinada graficamente, tendo em conta as

filas económicas de utilização destas, facilitando-se assim a confecção dos conjuntos de máquinas para

executar os trabalhos no lance de terraplenagem analisado.

B. Em zonas montanhosas.

O procedimento varia ao produzir-se sucessivos cortes e cheios em lances relativamente curtos, o qual

origina grandes imprecisões ao determinar as distâncias meias mediante o método anterior apoiado no

Diagrama de Massas (grande diferencia entre as distâncias médias de compensação medidas horizontal e

inclinada).

O método proposto se apoia no Perfil Longitudinal do lance a construir, subdividindo este em: “frentes de

trabalho”, quer dizer, em capas que se caracterizem por:

Possuir determinadas dimensões ( molmespesor 150arg,2 )

Volumes acumulados ( 3100005000 mentre )

Posição (coordenadas do centro de massas, paralelismo entre diferentes capa)

Figura 46: Distribuição de massas de solo directamente do perfil longitudinal

Procedimento para determinar as Distâncias Médias de Compensação directamente do perfil

longitudinal:

1. Subdividir as zonas em corte em frentes de trabalho com dimensões indicadas, o mais paralelas

possíveis a sob rasante da via e em zonas de cheio na parte superior (coroação) com espessura <0.30 m

e com longitude <150 m, para assegurar a correcta compactação e o resto (núcleo ou levante), tal como

se especifica nas dimensões dadas mlongem 150..2 max . A subdivisão das capas ou frentes de

trabalho não têm que coincidir com o estacionado do perfil longitudinal.

2. Determinar os centros de massas (aproximadamente igual aos centros de área) e as distâncias médias de

compensação, medidas com a inclinação real que possuam, acorde com a escala do plano empregado

(ver gráfico anterior).

3. Seleccionar a maquinaria idónea para a compensação longitudinal a realizar entre as disponíveis na

brigada, acorde à fila económica de transporte da máquina analisada e a magnitude da distância medeia

calculada.

Técnicas de Construção de Aterros em dependência das condições topográficas e hidrogeológicas:

As técnicas ou procedimentos construtivos mecanizados que se devem empregar na construção de aterros

devem ser as idóneas tanto do ponto de vista técnico como económico, para sua aplicação dependem em

grande medida das condições topográficas e hidrogeológicas imperantes na zona de construção ou de

convocação e do parque de máquinas disponível, podendo definir-se 4 situações ou casos seguintes:

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1. Zonas plainas com favoráveis condicionem topográficas e hidrogeológicas.

2. Zonas lamacentas ou pantanosas com solos de cimentação débeis.

3. Zonas onduladas e montanhosas com hidrogeología favorável.

4. Zonas montanhosas com condições hidrogeológicas complexas.

Em dependência das características predominantes em cada caso dos pontos de vista topográfico e

hidrogeológico, o grau de complexidade construtiva vária e por conseguinte também o procedimento

construtivo a utilizar. Em realidade com o passar do traçado de uma obra vial se vão apresentando diferentes

casos, os que o Engenheiro Civil deve saber enfrentar para assegurar o êxito da execução da obra escolhendo

a técnica construtiva idónea a empregar.

Seguidamente se enumerarão as características principais de cada caso e as técnicas construtivas generais

que se recomendam utilizar, como um código de boas práticas:

1 Técnica de construção nas zonas plainas com favoráveis condicione topográficas e geológicas

É o caso de menor complexidade construtiva que pode apresentar-se o ao construtor vial, ao imperar as

condições seguintes:

a. Topografia plaina, por isso no traçado preponderam lances rectos e com aterros de baixa altura.

b. Solo de cimentação firme, não predomínio de fenómenos geológicos desfavoráveis.

c. Boa drenagem natural da zona.

Estes lances se caracterizam por:

1. As repetitivas na realização dos trabalhos.

2. Facilidade de acesso aos lances de via em construção.

3. Não existe significativa dependência do avanço da construção dos aplainamentos com respeito ao

avanço das obras de fábrica menores e maiores.

4. Pouca complexidade construtiva.

5. Predomínio da utilização de empréstimos laterais (“bancos de materiais”) para a construção.

A Técnica construtiva general e mais usual a empregar nas zonas plainas pode ser a seguinte:

1. Implantações topográficas Preliminar pelo eixo da via cada 50 m (delimitando largo da franja de

convocação).

2. Desmonte ou corte de árvores e seu transporte fora da franja de convocação.

3. Capine da vegetação na franja de convocação.

4. Descascado ou eliminação da capa vegetal e do solo de transição que seja necessário na franja de

convocação.

5. Implantações topográficas definitivas do aplainamento (cada 20 m)

6. Construção dos diferentes dispositivos que conformam o sistema de drenagem:

- Sarjetas laterais.

- Sarjetas interceptoras ou de guarda.

- Canais.

- Obras de fábrica menores.

- Outros.

7. Construção de aterros desde empréstimos laterais e dos aterros de aproche (acesso) ou lance próximo as

obras de fábrica, assegurando a adequada compactação dos solos.

8. Perfilado do aterro até o nível de subrasante.

9. Cobrimento dos taludes do aterro com capa vegetal.

Deve se dar prioridade ao avanço na construção de aterros para empregá-los no transporte de solos, cortando

assim as distâncias a percorrer e reforçando-a compactação dos mesmos, fugindo das obras de fábrica com

desvios provisórios.

Técnica de construção geral de terraplenagens em zonas montanhosas com hidrogeología favorável

Uma possível técnica a empregar é a que seguidamente se propõe:

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1. Implantações topográficas preliminar do lance a construir.

2. Desmonte e transporte árvores fora da bandagem da via.

3. Capine de vegetação

4. Implantações topográficas definitivas do lance de aterro em construção.

5. Descascado da capa vegetal e de transição, assim como seu transporte e depósito “a cavalheiro”.

6. Construção dos dispositivos do sistema de drenagem (pontes, passagem da agua, sarjetas, sarjetas de

guarda, canais de desagua, etc.)

7. Execução dos “terraplenagens de aproche” nas obras de fábrica terminadas.

8. Compensações longitudinais e transversais para a construção dos aplainamentos.

9. Escavação do material restante e/ou indesejável, geralmente mediante britagem e seu depósito “a

cavalheiro” e/ou em esgotos.

10. Construção das terraplenagens dos empréstimos laterais.

11. Perfilado dos taludes em corte e das obras de drenagem (sarjetas, canais, etc)

12. Reabertura de dispositivos de drenagem superficial, em caso que se requeira.

13. Perfilado (rasanteo) do aterro garantindo o necessário “bombeamento” lateral.

14. Construção de elementos de amparo de taludes (se se requererem, o qual é muito usual)

15. Recobrimento dos taludes em terra com capa vegetal, sempre que for possível.

Para a construção de terraplenagens a “Meia Ladeira”, muito frequentes nestas zonas, quando o pendente

transversal do terreno é major do 25 %, na superfície inclinada do terreno tem que construir-se degraus para

assegurar a estabilidade da parte em cheio, os mesmos devem ter um largo entre 1 m e 3 m (preferivelmente

entre os 2,50 e 3,00 metros) suficiente para que os equipamentos de movimento de terra trabalhem sem

dificuldade e com um pendente transversal entre o 1 e o 2% no sentido do declive. O corte das paredes dos

degraus tem que ser vertical, tal como se mostra na Figura 33, seguinte. O material usado no cheio dos

degraus pode ser local ou trazido de empréstimo e será compactado a máxima densidade, cumprindo as

mesmas exigências do resto do aterro.

Em lances em corte em presença de rochas duras e muito duras as máquinas escavadores não podem

trabalhar, portanto terá que empregar as técnicas de britagem.

Figura 33: Secção a meia ladeira da terraplenagem duma via de comunicação terrestre.

Os Empréstimos, Pedreiras ou Bancos de Materiais:

Os solos empregados na construção de aterros preferivelmente devem obter-se da própria franja da via nos

lances em corte, realizando compensações longitudinais e transversais, o qual seria ideal dos pontos de vista

técnico e económico. Como não sempre é possível terá que empregar os empréstimos laterais (também

denominados Pedreiras ou Bancos de Materiais), tal como o que podem apreciar na seguinte Foto 6:

Deve assegurar um correcto emprego e exploração racional dos empréstimos, já que os mesmos influem

decisivamente nos custos, os prazos de duração e a qualidade dos aplainamentos a realizar e porque

impactam significativamente o meio ambiente natural.

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Nos empréstimos, geralmente localizados a ambos os lados ou laterais dos aterros, devem considerá-los

seguintes quatro aspectos fundamentais:

1. Sua localização idónea.

2. O estudo, investigação e avaliação das características dos solos e/ou rochas disponíveis.

3. Efectuar sua racional exploração.

4. A restauração e minimização do Impacto Ambiental ocasionado.

Foto 6: Carrega de estou acostumado a granular bom como cheio em um Empréstimo, Pedreira ou Banco de

Materiais.

Para obter a localização idónea do Empréstimo deve contemplar-se ou se ter presente o seguinte:

1. Escolher o lugar que garanta tanto os volumes suficientes e necessários dos solos requeridos para a

construção dos cheios no lance em construção do aplainamento, assim como a qualidade dos materiais

(solos e/ou rochas) em relação ao exigido no projecto.

2. A facilidade de acesso aos mesmos.

3. A menor distância de transporte ou transporte possível do empréstimo ao lance em construção.

4. A viabilidade e facilidade de extracção do material ou materiais a empregar.

5. No caso de ser um de nova criação, evitar a ocorrência conflitos legais para a aquisição da área de

terreno que ocupará o mesmo.

6. Afectar na menor medida possível o meio ambiente da zona.

Na etapa de Estudo e Investigações prévias à exploração do empréstimo, uma vez localizado, devem

cumpri-las seguintes recomendações:

Facilitar às empresas de investigações aplicadas a localização dos empréstimos com o maior tempo de

antecipação possível para poder realizar os estudos geológicos, assim como os ensaios aos solos para a

avaliação de suas propriedades físico - mecânicas, como mínimo seu Granulometría e Limites de

Plasticidade, para assim poder realizar sua classificação pela ASHTO ou HRB, com suficiente

antecipação à execução do lance de aterro ou esplanada a construir.

Definir a potência ou espessura dos estratos e calcular os volumes de cada tipo de solo e/ou rocha

disponível, para cada estrato diferente na área do empréstimo.

Determinar a profundidade do manto freático e suas variações em época de seca e de chuvas.

Para obter a racional exploração de um empréstimo deve assegurá-lo seguinte:

1. Escolher as maquinarias idóneas a empregar em função das disponíveis na brigada ou empresa

construtora, a dureza do solo e a distância de transporte ao lance em construção.

2. Garantir uma boa drenagem do mesmo e trabalhar o das zonas desce para as altas, mas sempre

escavando a favor dos pendentes.

3. Possuir a área suficiente e necessária para realizar os trabalhos de escavação, de carga e as manobras

das máquinas de transporte, nem tão grande que se afeite sem justificação o meio ambiente tomando ou

usando mais área que a requerida, nem tão pequena para que se dificulte a obtenção de satisfatórios

rendimentos nos trabalhos de escavação, carga e manobras das equipes empregados.

4. Dispor de caminhos de acesso e saída com boas condições de transitabilidade e visibilidade nas curvas.

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5. Localiza-o empréstimos no centro de pressões de trabalho do lance em construção para assim minimizar

as distâncias e por conseguinte os custos de transportação dos materiais.

Por último, no quarto aspecto, trata-se (desde seus inícios) de impactar na menor medida possível o meio

ambiente natural da zona onde se localizou, adoptando as seguintes medidas:

1. Não afectar a paisagem circundante, ao menos o que se pode apreciar a simples vista, quando se

empregar ou explore a via de comunicação ou esplanada.

2. Não afectar a drenagem natural da zona.

3. Prever a reutilização do solo vegetal obtido ao realizar o descascado da área que ocupa o

empréstimo, tanto para restaurar as zonas escavadas como para recobrir os taludes dos aterros e as

aplainadas ou terraços que se construam.

4. Quando se concluir a exploração do empréstimo:

Regar ou estender as pilhas de material escavado não empregadas, ou material de refugo,

tratando de recobriras com solo vegetal, para tratar de restaurar as afectações provocadas,

aproximando o mais possível os mesmos à situação original.

Tratar de lhe dar uso para bebedouro de água do gado da zona circundante, criando um pequeno

lago ou lago, ou para irrigados de semeados dos camponeses da zona.

Executar qualquer outra medida que permita minimizar as afectações médias ambientais

ocasionadas durante sua exploração.