42 - estadao.com.br · pelo som ou imagem que eles suscitam. A palavra desamada ... (Cecília...

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Temos no Brasil dois modos de colocar pronomes. O português só admite um, “o modo duro e impe- rativo”: diga-me, faça-me. Sem des- prezá-los, criamos um novo: me diga, me faça, modo bom, modo do- ce, de pedido. De acordo com essa afirmação, a) a linguagem falada no Brasil apresenta mais erros que a de Portugal. b) a maneira de construção de uma frase pode expressar afe- tividade. c) o brasileiro aprendeu do por- tuguês as formas polidas de tratamento. d) linguagem escrita e linguagem falada obedecem a regras diferentes. e) o tom com que se diz uma frase pode facilitar ou dificultar sua compreensão. Texto para os testes 33 e 34. TERESINHA O primeiro me chegou Como quem vem do florista Trouxe um bicho de pelúcia Trouxe um broche de ametista Me contou suas viagens E as vantagens que ele tinha Me mostrou o seu relógio Me chamava de rainha Me encontrou tão desarmada Que tocou meu coração Mas não me negava nada E, assustada, eu disse não O segundo me chegou Como quem chega do bar Trouxe um litro de aguardente Tão amarga de tragar Indagou o meu passado E cheirou minha comida Vasculhou minha gaveta Me chamava de perdida Me encontrou tão desarmada Que arranhou meu coração Mas não me entregava nada E, assustada, eu disse não O terceiro me chegou Como quem chega do nada Ele não me trouxe nada Também nada perguntou Mal sei como ele se chama Mas entendo o que ele quer Se deitou na minha cama E me chama de mulher Foi chegando sorrateiro E antes que eu dissesse não Se instalou feito um posseiro Dentro do meu coração (Chico Buarque) Assinale a alternativa incorreta. a) O vocábulo “posseiro”, no texto, possui sentido literal, deno- tativo. Significa aquele que tem a posse legal de (algo). No ca- so, o coração de Teresinha. b) O poeta opta por vocábulos, não só pelo significado, mas pelo som ou imagem que eles suscitam. A palavra desamada é sugerida quando “desar- mada” é pronunciada rapida- mente, no meio da canção. c) Apesar de o autor ser homem, o texto assume perspectiva femi- nina em primeira pessoa: Tere- sinha, uma entidade fictícia, que possui a função de enun- ciar o discurso. d) Na primeira e na segunda es- trofe — em que há solução desfavorável para o caso amoroso — os versos iniciais não encontram par (rima), o que sugere certo desacordo. e) No desfecho de cada estrofe, todos os versos são rimados, coincidindo com a resolução do caso, mas, na terceira estrofe, quando ocorre, de fato, um acerto amoroso, os versos são todos rimados desde o início. Desarmada, no texto, significa que o eu lírico está a) desprovido de arma. b) com a arma descarregada. c) sem garras. d) indefeso, carente. e) desmontado, desfeito. Questão 3 3 4 4 Questão 3 3 3 3 Texto para os testes 26 e 27. Senhora, partem tam tristes meus olhos por vós, meu bem, que nunca tam tristes vistes outros nenhuns por ninguém. Tam tristes, tam saüdosos, tam doentes da partida, tam cansados, tam chorosos, da morte mais desejosos cem mil vezes que da vida. Partem tam tristes os tristes, tam fora dʼesperar bem, que nunca tam tristes vistes outros nenhuns por ninguém. (João Ruiz de Castelo Branco — Cancioneiro Geral de Garcia de Resende) O tema do poema é a) a força irresistível do amor. b) a exaltação do poder do amor. c) a dor de amar sem ser corres- pondido. d) o desconsolo de separar-se da amada. e) a morte como arremate do amor. O texto não contém a) hipérbole ou exagero: “da morte mais desejosos / cem mil vezes que da vida”. b) tratamento respeitoso da ama- da: “Senhora”, “vós”. c) antítese: “da morte mais dese- josos / cem mil vezes que da vida”.. d) metáfora (comparação abre- viada): “Partem tam tristes os tristes”. e) sinédoque (parte pelo todo): “partem tam tristes / meus olhos”. Texto para os testes 28 e 29. A velhinha tinha uma pequena loja , numa rua de Florença . Exterior- mente, sua loja não era nem rica nem elegante nem artística . Isso acontece em muitas lojas, na Eu- ropa. Mas a velhinha vendia umas blusas tão lindas e originais que nenhuma mulher poderia ficar in- sensível a seus encantos . (Cecília Meireles, Seleta em Prosa e Verso. Rio de Janeiro, J. Olympio, 1973) Assinale a alternativa incorreta sobre as palavras sublinhadas. a) As palavras sublinhadas com um traço atribuem nomes àquilo que possui existência (real ou imaginária). b) As palavras sublinhadas com dois traços caracterizam os seres, atribuindo-lhes qualida- des. c) Pode-se dizer que as palavras velhinha, loja, rua e Florença são exemplos de substantivos. d) A palavra encantos é um ad- jetivo e se refere a “nenhuma mulher”. e) As palavras pequena, rica, ele- gante e artística são exemplos de adjetivos. A conjunção adversativa mas as- socia enunciados de sentidos con- trastantes. No texto ela relaciona, especificamente, a) o quarto período do texto com o primeiro. b) o quarto período do texto com o segundo. c) o quarto período do texto com o terceiro. d) o quarto período do texto com todos os períodos anteriores. e) as duas orações integrantes do quarto período do texto. Assinale a alternativa em que o sentido do adjetivo destacado não altera se for colocado depois do substantivo. a) Nosso time vai contratar um grande goleiro. b) Ela é uma pobre criança. c) Novos homens incorporaram-se ao batalhão. d) Dizem que ele não é um sim - ples funcionário. e) Durante a viagem conhecemos lindos lugares. Nas aulas de Língua Portuguesa, é muito comum, para a identificação de uma oração em voz passiva sin- tética (por exemplo, “Estuda-se Gramática”), proceder à sua trans- formação em voz passiva analítica (“Gramática é estudada”), pois as duas construções da voz passiva teriam sentido idêntico ou muito próximo. Assinale a alternativa em que esse mecanismo não funciona adequadamente, cada oração podendo significar algo diverso da outra. a) Transferiu-se a data do evento. A data do evento foi transferida. b) Estudar-se-á Química. Química será estudada. c) Aluga-se esta casa. Esta casa é alugada. d) Perdeu-se a reputação. A reputação foi perdida. e) Elegem-se péssimos políticos. Péssimos políticos são eleitos. Gilberto Freyre (1890-1987), um dos mais importantes sociólogos brasileiros, afirmou: Questão 3 3 2 2 Questão 3 3 1 1 Questão 3 3 0 0 Questão 2 2 9 9 Questão 2 2 8 8 Questão 2 2 7 7 Questão 2 2 6 6

Transcript of 42 - estadao.com.br · pelo som ou imagem que eles suscitam. A palavra desamada ... (Cecília...

Temos no Brasil dois modos decolocar pronomes. O português sóadmite um, “o modo duro e impe-rativo”: diga-me, faça-me. Sem des-prezá-los, criamos um novo: mediga, me faça, modo bom, modo do-ce, de pedido.

De acordo com essa afirmação,

a) a linguagem falada no Brasilapresenta mais erros que a dePortugal.

b) a maneira de construção deuma frase pode expressar afe-tividade.

c) o brasileiro aprendeu do por-tuguês as formas polidas detratamento.

d) linguagem escrita e linguagemfalada obedecem a regrasdiferentes.

e) o tom com que se diz uma frasepode facilitar ou dificultar suacompreensão.

Texto para os testes 33 e 34.

TERESINHA

O primeiro me chegouComo quem vem do floristaTrouxe um bicho de pelúciaTrouxe um broche de ametistaMe contou suas viagensE as vantagens que ele tinhaMe mostrou o seu relógioMe chamava de rainhaMe encontrou tão desarmadaQue tocou meu coraçãoMas não me negava nadaE, assustada, eu disse não

O segundo me chegouComo quem chega do barTrouxe um litro de aguardenteTão amarga de tragarIndagou o meu passadoE cheirou minha comidaVasculhou minha gavetaMe chamava de perdidaMe encontrou tão desarmadaQue arranhou meu coraçãoMas não me entregava nadaE, assustada, eu disse não

O terceiro me chegouComo quem chega do nadaEle não me trouxe nadaTambém nada perguntouMal sei como ele se chamaMas entendo o que ele querSe deitou na minha camaE me chama de mulherFoi chegando sorrateiroE antes que eu dissesse nãoSe instalou feito um posseiroDentro do meu coração

(Chico Buarque)

Assinale a alternativa incorreta.

a) O vocábulo “posseiro”, no texto,possui sentido literal, deno-tativo. Significa aquele que tema posse legal de (algo). No ca-so, o coração de Teresinha.

b) O poeta opta por vocábulos,não só pelo significado, maspelo som ou imagem que elessuscitam. A palavra desamadaé sugerida quando “desar-mada” é pronunciada rapida-mente, no meio da canção.

c) Apesar de o autor ser homem, otexto assume perspectiva femi-nina em primeira pessoa: Tere-sinha, uma entidade fictícia,que possui a função de enun-ciar o discurso.

d) Na primeira e na segunda es-trofe — em que há soluçãodesfavorável para o casoamoroso — os versos iniciaisnão encontram par (rima), o quesugere certo desacordo.

e) No desfecho de cada estrofe,todos os versos são rimados,coincidindo com a resolução docaso, mas, na terceira estrofe,quando ocorre, de fato, umacerto amoroso, os versos sãotodos rimados desde o início.

Desarmada, no texto, significa queo eu lírico está

a) desprovido de arma.b) com a arma descarregada.c) sem garras.d) indefeso, carente.e) desmontado, desfeito.

Questão 33334444

Questão 33333333

Texto para os testes 26 e 27.

Senhora, partem tam tristes meus olhos por vós, meu bem,que nunca tam tristes vistesoutros nenhuns por ninguém.

Tam tristes, tam saüdosos,tam doentes da partida,tam cansados, tam chorosos,da morte mais desejososcem mil vezes que da vida.

Partem tam tristes os tristes,tam fora dʼesperar bem,que nunca tam tristes vistesoutros nenhuns por ninguém.

(João Ruiz de Castelo Branco — Cancioneiro Geral de Garcia de

Resende)

O tema do poema é

a) a força irresistível do amor.b) a exaltação do poder do amor.c) a dor de amar sem ser corres -

pondido.d) o desconsolo de separar-se da

amada.e) a morte como arremate do

amor.

O texto não contém

a) hipérbole ou exagero: “da mortemais desejosos / cem mil vezesque da vida”.

b) tratamento respeitoso da ama -da: “Senhora”, “vós”.

c) antítese: “da morte mais dese -josos / cem mil vezes que davida”..

d) metáfora (comparação abre -viada): “Partem tam tristes ostristes”.

e) sinédoque (parte pelo todo):“partem tam tristes / meusolhos”.

Texto para os testes 28 e 29.

A velhinha tinha uma pequena loja,numa rua de Florença. Exte rior -mente, sua loja não era nem ricanem elegante nem artística. Issoacontece em muitas lojas, na Eu -ropa. Mas a velhinha vendia umasblusas tão lindas e originais quenenhuma mulher poderia ficar in -sensível a seus encantos.

(Cecília Meireles,Seleta em Prosa e Verso.

Rio de Janeiro, J. Olympio, 1973)

Assinale a alternativa incorretasobre as palavras sublinhadas.

a) As palavras sublinhadas comum traço atribuem nomes àquiloque possui existência (real ouimaginária).

b) As palavras sublinhadas comdois traços caracterizam osseres, atribuindo-lhes qualida -des.

c) Pode-se dizer que as palavrasvelhinha, loja, rua e Florençasão exemplos de substantivos.

d) A palavra encantos é um ad -jetivo e se refere a “nenhumamulher”.

e) As palavras pequena, rica, ele -gante e artística são exemplosde adjetivos.

A conjunção adversativa mas as -socia enunciados de sentidos con -trastantes. No texto ela relaciona,especificamente,

a) o quarto período do texto como primeiro.

b) o quarto período do texto como segundo.

c) o quarto período do texto como terceiro.

d) o quarto período do texto comtodos os períodos anteriores.

e) as duas orações integrantes doquarto período do texto.

Assinale a alternativa em que osen tido do adjetivo destacado nãoaltera se for colocado depois dosubstantivo.

a) Nosso time vai contratar umgrande goleiro.

b) Ela é uma pobre criança.c) Novos homens incorporaram-se

ao batalhão. d) Dizem que ele não é um sim -

ples funcionário.e) Durante a viagem conhecemos

lindos lugares.

Nas aulas de Língua Portuguesa, émuito comum, para a identificaçãode uma oração em voz passiva sin -tética (por exemplo, “Estuda-seGra mática”), proceder à sua trans -formação em voz passiva analítica(“Gramática é estudada”), pois asduas construções da voz passivateriam sentido idêntico ou muitopróximo. Assinale a alternativa emque esse mecanismo não funcionaadequadamente, cada oraçãopodendo significar algo diverso daoutra.

a) Transferiu-se a data do evento.A data do evento foi transferida.

b) Estudar-se-á Química.Química será estudada.

c) Aluga-se esta casa.Esta casa é alugada.

d) Perdeu-se a reputação.A reputação foi perdida.

e) Elegem-se péssimos políticos.Péssimos políticos são eleitos.

Gilberto Freyre (1890-1987), umdos mais importantes sociólogosbrasileiros, afirmou:

Questão 33332222

Questão 33331111

Questão 33330000

Questão 22229999

Questão 22228888

Questão 22227777

Questão 22226666

Texto para o teste 35.

Para não causar ainda maispolêmica, Darwin preferiu não in -cluir no livro [A origem das es pécies]a hipótese da an ces tralidade comumde homens e chimpanzés. No en -tanto, bastava imaginar as con -sequências do evolucionismo parachegar a essa conclusão. Na Grã-Bretanha, a reação da igreja an -glicana à seleção natural foiime diata e devastadora. Darwinentregou sua defesa a ThomasHuxley, conhecido como o “Bul -dogue de Darwin”. O debate maisfamoso foi travado na Universidadede Oxford, entre Huxley e o bispoSamuel Wilberforce, em 1860. Numdado momento, Wilberforce se viroupara Huxley e perguntou: “É do ladodo seu avô ou do lado da sua avóque o senhor defende descender deum macaco?”. Huxley se levantou.“Caso o senhor me perguntasse seeu preferiria ter um macaco mise -rável como avô”, disse, “ou umhomem altamente educado naciência e de grandes posses einfluência, como o senhor, e queainda assim emprega estas facul -dades com a mera intenção deintroduzir o ridículo em uma gravediscussão científica, eu não he -sitaria em afirmar minha preferênciapelo macaco.”

(Peter Moon. “Darwin estavaerrado?”, Época, 09.02.2009, p. 63.)

Da resposta de Huxley a Wilber -force pode-se inferir que

a) ridicularizar o oponente em umdebate é um recurso que com -promete a argumentação.

b) a validade de uma teoria de -pende de critérios relativos esubjetivos.

c) a verdade só pode ser alcan -çada quando todos os pontosde vista forem aceitos.

d) falso e verdadeiro são valoresque variam de uma cultura paraoutra.

e) há verdades tão profundas queo intelecto humano não é capazde alcançar.

Texto para o teste 36.

Um homem colocava flores notúmulo de um parente, quando viuum chinês depositando um prato dearroz na lápide ao lado. Ele sevoltou para o chinês e perguntou:

– Desculpe, mas o senhor achamesmo que o seu defunto virácomer o arroz?

O chinês respondeu:– Sim, e geralmente na mesma

hora em que o seu vem cheirar asflores!

A história anterior ilustra

a) o fato de que, indepen dente -men te da cultura a que perten -çam, as pessoas têm sempreatitudes irracionais diante damorte.

b) as diferenças intransponíveisen tre a cultura chinesa e associedades modernas do Oci -dente.

c) o primarismo de certas concep -ções animistas, segundo asquais é preciso alimentar asalmas mortas.

d) o fato de que tendemos a tomarcomo naturais os hábitos dacultura a que pertencemos.

e) uma lição do pensamento chi -nês: só com ironia podemossuperar a fatalidade da morte.

Texto para os testes 37 e 38.

O homem que insiste em julgaruma cultura em termos do que elegosta ou não gosta é o verdadeiroimoralista. Da mesma forma comoele se recusa a aceitar regras cujaadoção o levaria a uma vida maissatisfatória, porque elas conflitamcom gratificações imediatas, eletambém rejeita as condiçõesprojetadas para melhorar a vida dogrupo, porque elas conflitam comseus “direitos como indivíduo”. Elese pressupõe um modelo de na -tureza humana, deixando implícitoou insistindo em que a cultura que oproduziu seja a única cultura boa enatural. Ele deseja o mundo quedeseja e não está disposto aperguntar por que o deseja. Ele étão completamente o produto desua própria cultura que teme ainfluência de qualquer outra. Ele écomo a criança que dizia: “Ficocontente por não gostar de brócolis,porque se gostasse eu comeria ummonte, e eu detesto brócolis”.

(B. F. Skinner)

Imoralista, no texto, é

a) quem respeita os valores dasociedade em que vive e rejeitasua contaminação por valoresestranhos.

b) quem toma como absolutos osseus interesses e os padrões dasua cultura.

c) quem reclama “seus direitoscomo indivíduo”, ignorando osdireitos do grupo.

d) quem, ignorando os interessesdo grupo, só se interessa por“regras cuja adoção o levaria auma vida mais satisfatória”.

e) quem só se interessa em bus -car uma vida satisfatória numacultura que seja “boa e natural”.

No final do texto, o exemplo dacrian ça que detesta brócolis rela -ciona-se com o fato de o imoralista

a) estar disposto a mudar seushábitos, mesmo estando satis -feito com os que possui.

b) ser incapaz de gostar do queseja conveniente e recom pen -sador para sua própria vida.

c) julgar padrões de vida dife -rentes dos seus com base empreconceitos decorrentes desua própria formação.

d) detestar tudo aquilo que, mes -mo sendo ruim, o levaria a umavida melhor e mais natural.

e) contentar-se em conservar oshábitos que tinha quando eracriança.

Texto para o teste 39.

Examine atentamente o quadroabai xo.

(1) O valor em 23/2/2009 foi afetadopela valorização de 40% do dólarem relação ao real.(2) Valor em 23/3/2007.(3) O dado de 30/6/2007 não incluio Unibanco.Fontes: JP Morgan Chase, Bloomberge Economática.

(Época, n.o 563, 2/3/2009, p. 58)

Pode-se afirmar, com base nessequadro, que

a) nem todos os bancos sofreramdesvalorização.

b) a depreciação do Banco doBrasil foi maior que a doCitigroup.

c) HSBC e JP Morgan Chasesofreram o mesmo índice dedesvalorização.

d) o único banco não afetado pelacrise foi o Citigroup.

e) Itaú Unibanco apresentou amenor desvalorização.

Em crônica de 23.10.1892, Ma -chado de Assis escreveu o seguintesobre o mercado financeiro:

Irei até o Paraíso (...) onde sevendeu a primeira ação do mundo.Eva comprou-a à serpente, comágio, vendeu-a a Adão, tambémcom ágio*, até que ambos faliram.

* ágio: lucro, valor maior.

Do texto, pode-se concluir que

a) o investimento em aplicaçõesfinanceiras é caminho garantidopara a felicidade paradisíaca.

b) o fracasso de uma transaçãoeconômica está ligado aopouco valor que é cobradodela.

c) a mulher é pouco habilidosa noque diz respeito a questõesmonetárias, como se comprovapor seu negócio com a ser -pente.

d) a associação entre Paraíso emercado financeiro é irônica,visto que a transação terminouna falência dos envolvidos.

e) o mercado financeiro é a origemdos males da humanidade,desde que esta foi criada.

Qual dos seguintes adjetivos refere-se corretamente ao sistema deobtenção de energia elétrica pelaincidência de luz?

a) Fotossintético b) Fotológicoc) Fotovoltaicod) Fotogeológicoe) Fotóptico

Texto para os testes 42 e 43.

O século XIX produziu trêsgrandes pensadores que revolu -cionaram o pensamento humano:Sigmund Freud, o pai da psica -nálise, Karl Marx, o teórico do co -munismo, e Charles Darwin, autorda teoria da evolução das espécies.Neste início do século XXI, só umdeles sobrevive a pleno vigor. Omarxismo perdeu sua aura a partirde 1989, com a queda do muro deBerlim e a subsequente falência dosEstados comunistas. A teoria psica -

nalítica de Freud, baseada nainterpretação do inconsciente, jásofreu inúmeras revisões e, nasduas últimas décadas, foi ofuscadapelo sucesso dos remédios anti -depressivos (como, aliás, o próprioFreud previra). Darwin teve outrasorte. Suas teses foram tão am -plamente confirmadas no séculopassado que pareciam inques -tionáveis. Não mais. Enquanto secomemoram os 200 anos de seunascimento (dia 12), a árvore davida – um conceito central na teoriada evolução – está para cair. Issonão significa que Darwin vá seguiro caminho de Freud e Marx. Paracomeçar, a revolução que ele pro -vocou tem outra dimensão, com -parável apenas ao abalo provocadopelo astrônomo polonês NicolauCopérnico, em 1543 [com a des -coberta de que a Terra gira ao redordo Sol].

(Peter Moon. “Darwin estavaerrado?” Época, 09.02.2009, p. 57.)

Quando Peter Moon comparaDarwin a Copérnico, ele permite aoleitor inferir que

a) os dois pensadores foram per -seguidos e condenados à mortepela Igreja Católica.

b) o pensamento de ambos foireformulado pela Teoria daRelatividade de Einstein.

c) os dois erraram por não conhe -cerem as leis da Física Quânticade Max Planck.

d) as pesquisas de ambos reti -raram do homem a condição decentro do Universo.

e) a teoria de ambos foi rechaçadaporque foram geradas em umasociedade católica.

Seguindo a linha de raciocínio deMoon, Darwin está para o evolu -cionismo assim como

a) Marx está para a queda domuro de Berlim.

b) Marx está para a falência dospaíses capitalistas.

c) Freud está para os antide -pressivos.

d) Freud está para a psicanálise.e) Marx e Freud estão para o

século XXI.

Texto para o teste 44.

Leia atentamente a definição daWikipédia para “árvore da vida”:

Uma árvore filogenética ou cla -do grama, por vezes também desig -nada por Árvore da Vida, é umaexibição em forma de uma árvoredas relações evolutivas entre váriasespécies ou outras entidades que

Questão 44443333

Questão 44442222

Questão 44441111

Questão 44440000

Questão 33339999

Questão 33338888

Questão 33337777

Questão 33336666

Questão 33335555

podem ter um antepassado emcomum. Em uma árvore filogenéticanodo [nó] com descendentes repre -senta o mais recente antepassadocomum, e os comprimentos dosramos podem representar estima -tivas do tempo evolutivo.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/arvore_filogenetica)

As alternativas a seguir são outrostrechos retirados do artigo de PeterMoon já apresentado. Qual delesser ve de argumento para com provarque o conceito darwiniano de Árvoreda Vida “está para cair”?

a) “Por 150 anos, biólogos e pa -leontólogos preenchem suacopa [da Árvore da Vida],identificando os seres vivos eextintos de cada ramo”.

b) “Darwin levou em conta asemelhança entre homens echimpanzés para propor em Adescendência do homem(1871) que a origem do Homosapiens devia estar na África”.

c) “Mas como explicar a existênciade trechos de DNA de cobra nogenoma do gado? Bois são ma -míferos e cobras répteis. Ma -míferos e répteis, descen dentesde um mesmo ancestral anfíbio,trilharam caminhos separadoshá 250 milhões de anos”.

d) “A comparação dos genomasdo homem com os do chim -panzé mostrou que 98,5% dosgenes são idênticos, como seriaesperado em duas espéciesque se separaram, na árvore davida, há tão pouco tempo”.

e) “Darwin percebeu que as de -zenas de milhões de espéciesque habitam ou habitaram oplaneta descenderiam de umantigo Ancestral UniversalComum, que ficaria na base daárvore”.

Texto para os testes de 45 a 50.

Chardin, “Le Philosophe Lisant”

Observe a ampulheta ao lado docotovelo direito do leitor. Mais umavez, vemos um motivo con ven -

cional, mas tão carregado de sen -tido que um comentário exaus tivopoderia quase compreender umahistória da percepção ocidental dainvenção e da morte. Tal comoChardin1 a dispõe, a ampulheta afir -ma a relação entre o tempo e olivro. A areia se escoa rapidamentepelo orifício estreito da ampulheta,mas, ao mesmo tempo, o texto per -manece. A vida do leitor é medidaem horas; a do livro, em milênios.Este é o escândalo triunfante pri -meiro proclamado por Píndaro:2“Quando a cidade que celebro tiverperecido, quando os homens quecanto tiverem sumido no esque ci -mento, minhas palavras perma ne -cerão”. É o conceito cuja ex pres sãocanônica se deve a Horácio3 –exegi monumentum (“completei ummonumento”) – e que culmina nasuposição hiperbólica de Mallarmé4

de que o universo é le Livre, o livrofinal, o texto que transcende otempo. O mármore desmorona, obronze se estraga, mas as palavrasescritas – aparentemente o maisfrágil dos meios – sobrevivem. Elassobrevivem a seus criadores –Flaubert5 clamou contra o paradoxode estar morrendo como um cão,enquanto aquela “puta”, EmmaBovary, sua criatura, brotada deletras sem vida riscadas numa folhade papel, continuava viva. Até aqui,apenas livros lograram a morte erealizaram o que Paul Éluard6

definiu como a compulsão centraldo artista: le dur désir de durer (“oduro desejo de durar”). No quadrode Chardin, a ampulheta – umaforma dupla, com sua sugestãoicônica do oito, figura do infinito –faz, exata e ironicamente, a modu -lação entre a vita brevis do leitor e aars longa do seu livro. À medidaque lê, sua própria existência de -clina. Sua leitura é um elo na cadeiade continuidade que garante a so -brevivência do texto lido.

[...]Com sua pena, o leitor re pre -

sentado no quadro de Chardin irátranscrever trechos do livro queestá lendo. Os excertos podem va -riar da mais breve citação a umatranscrição volumosa. A multipli -cação e a disseminação do materialescrito depois de Gutenberg de fatoaumenta a extensão e a variedadeda transcrição pessoal. Um escribaou um cavalheiro dos séculos XVI eXVII tem seu caderno, seu livro deditados, seu florilégio7 pessoal oubreviário8 de máximas9 onde copiafrases “de enfeite” ou ditos senten -ciosos, expressões exem plares deelocução e figuras de linguagem demestres clássicos e contem po -râneos. Os ensaios de Montaigne10

são um tecido vivo de ecos e cita -ções. Até um momento bem avan -çado do século XIX – fatore cor dado por numerosos e varia -díssimos homens e mulheres daépoca – é habitual entre os jovens,

assim como entre os leitores maisempenhados, transcrever longosdiscursos políticos, sermões, pá -ginas de verso e prosa, artigos deenciclopédia e capítulos de narra -tivas históricas. Essa prática decopiar tinha diversos propósitos: oaperfeiçoamento do próprio estilo, adecoração deliberada de exemplosprontos de argumentação ou per -suasão, a exercitação da memóriaprecisa (uma questão central). Mas,acima de tudo, a transcriçãocomporta um completo envol vimen -to com o texto, uma reciprocidadedinâmica entre escritor e livro.

(George Steiner, “The UncommonReader” (“O Leitor Incomum”), No

Passion Spent, Yale UniversityPress, 1996, pp. 7-8, tradução de

F. Achcar, com adaptações.)

1Chardin (1699-1779; pronúnciaxardén): pintor francês, admirávelpor suas naturezas mortas e cenasda vida cotidiana.2Píndaro: poeta grego que viveuentre os séculos VI e V a.C.3Horácio: poeta romano do séculoI a.C.4Stéphane Mallarmé (1842-1898;pronúncia: stefán malarrmê): poetafrancês.5Gustave Flaubert (1821-1880; pro -núncia güstáv flobérr): roman cistafrancês, autor de Madame Bovary.6Paul Éluard (1895-1952; pronúnciapôl elüárr): poeta francês.7Florilégio: coleção de trechosseletos, antologia.8Breviário: livro de leituras ou ora -ções cotidianas.9Máxima: conceito, aforismo, pen -samento.10Michel de Montaigne (1533-1592;pronúncia monténh): grande es -critor francês, autor de Ensaios.

De acordo com o texto, no mundode valores representado no quadrode Chardin, a ampulheta sugereque o livro

a) tem relação com o espaço, as -sim como a ampulheta repre -senta o tempo.

b) é lento, diante da rapidez daampulheta.

c) dura, rompendo a limitaçãotemporal a que tudo estásujeito.

d) é fugaz, diante da perenidadeda ampulheta.

e) se degrada, apesar de aspalavras sobreviverem.

A citação de Flaubert exprime

a) a inconformidade do autor emrelação à preferência do públicopor Madame Bovary, a mais

imortal e mais imoral de suascriações.

b) a desconformidade do artistaem relação às limitações daarte.

c) a indignação do escritor dianteda imoralidade de uma per -sonagem de sua obra.

d) a revolta do artista diante desua mortalidade, confrontadacom a perenidade da arte.

e) seu arrependimento, na hora damorte, diante da obscenidadedo mais famoso de seus livros,Madame Bovary.

Segundo o texto, depois deGutenberg,

a) tornou-se supérflua e desne -cessária a cópia manuscrita delivros.

b) os leitores passaram a fazertranscrições mais pessoais doslivros que liam.

c) os leitores passaram a trans -crever mais e com finalidadesmais diversificadas.

d) a leitura passou a ocupar boaparte das funções antesatribuídas à escrita.

e) houve declínio da originalidadepessoal e passou-se a copiarmais aquilo que se lia.

A prática da transcrição, conformeo texto, tinha várias finalidades,exceto

a) polemizar com o autor da obra.b) treinar a memória.c) melhorar a própria redação.d) interagir com o livro lido.e) dispor de citações exemplares.

“Os ensaios de Montaigne são umtecido vivo de ecos e citações.”Sobre essa frase, assinale a alter -nativa falsa.

a) Citação significa “texto men -cionado ou transcrito comoautoridade ou exemplo”.

b) O adjetivo vivo tem sentidometafórico e pode ser subs -tituído por ativo, vívido.

c) Ensaio significa “texto em prosaem que se examina um tema deforma menos ampla do quenum tratado”.

d) Eco está empregado em sen -tido próprio: “repetição de somdevido a fenômeno físico dereflexão de uma onda acústica”.

e) Tecido significa “produto doentrelaçamento de fios”; notexto, porém, o sentido émetafórico.

O tema do quadro de Chardin, co -mentado no texto de George Stei -ner, encontra-se presente tambémnos seguintes versos de Camões:

a) Mas mostre a sua imperial potênciaa Morte em apartar dum corpo a

[alma,duas num corpo o Amor ajunte e una;porque assi leve triunfante a palma,Amor da Morte, apesar da Ausência,do Tempo, da Razão e da Fortuna.

b) Cara minha inimiga, em cuja mãopôs meus contentamentos a

[ventura,faltou te a ti na terra sepultura, porque me falte a mim consolação.(...)E se meus rudos versos podem

[tanto que possam promete-te longa

[história daquele amor tão puro e verdadeiro, celebrada serás sempre em meu

[canto; porque enquanto no mundo houver

[memória,será minha escritura teu letreiro.

c) Chorai, Ninfas, os fados poderosos daquela soberana fermosura! Onde foram parar na sepulturaaqueles reais olhos graciosos? Ó bens do mundo, falsos e

[enganosos! Que mágoas para ouvir! Que tal

[figura jaza sem resplandor na terra dura,com tal rosto e cabelos tão

[fermosos!

d) – Que levas, cruel Morte? – Um[claro dia.

– A que horas o tomaste?[– Amanhecendo.

– Entendes o que levas? – Não [o entendo.

– Pois quem to faz levar? – Quem[o entendia.

– Seu corpo quem o goza? – A[terra fria.

e) – Quem jaz no grão sepulcro,[que descreve

tão ilustres sinais no forte escudo? – Ninguém; que nisso, enfim, se

[toma tudo,mas foi quem tudo pôde e tudo

[teve. – Foi Rei? – Fez tudo quanto a

[Rei se deve;pôs na guerra e na paz devido

[estudo;mas quão pesado foi ao Mouro

[rudo tanto lhe seja agora a terra leve.

Vocabulário:palma: vitórialetreiro: epitáfio, inscrição tumular

Questão 55550000

Questão 44449999

Questão 44448888

Questão 44447777

Questão 44446666

Questão 44445555

Questão 44444444