42 | Junho 2011
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[4] [8] [12]
A privatização da RTP voltou a ganhar destaque na agenda política nos
últimos tempos. Nesta edição, propomos-te que tomes conhecimento dos
vários argumentos e das várias posições para esclareceres a dúvida: afinal,
deve a RTP ser privatizada ou manter-se sob tutela pública?
[18]
A Juventude Popular da Maia realizou mais uma tertúlia na sua sede. Desta vez, falou-se dos “Desafios da nova Legislatura”, com o deputado do CDS-PP eleito pelo Porto, João Pinho de Almeida.
Há pouco mais de dois anos, fechou um ciclo de 16 anos de militância na JP. Hoje, é deputado à Assembleia da República, membro da Comissão Executiva do CDS e promete dar muito que falar no futuro.
No dia 5 de Junho, os portugueses foram chamados às urnas para escolher a nova composição do Parlamento português, dando legitimidade a PSD e CDS-PP para governar. Fica a saber tudo sobre o dia em que Portugal mudou de vida.
Se há coisa em que a esquerda é
reconhecidamente superior à direita, é
na capacidade de se reclamar guardiã da
virtude e exemplo impoluto de
moralidade. Uma das manifestações
mais tradicionais desse complexo de
superioridade é a crença de que as
preocupações existem apenas na
humildade e compaixão de uma pessoa
de esquerda, esquecendo que as
mesmas não exigem soluções emanadas
de um coração condescendente, mas
que as mesmas devem ser encontradas
por uma cabeça consciente.
O erro está, obviamente, na percepção
de que as preocupações em matéria
social devem estar sustentadas na
crença insofismável na capacidade de
um estado social que dá tudo – apesar
de ser um todo feito das partes de cada
um de nós – e não deve pedir nada em
troca – nem sequer um sentido de
racionalidade e eficácia produzidos por
uma efectiva justiça social. À esquerda,
acredita-se que qualquer visão diferente
da sua, configura, automaticamente,
um buraco negro cheio de nada.
A convicção esquerdista de que as
preocupações sociais são sua
propriedade, tem-se sedimentado
também por falta de comparência da
direita. Impotentes contra o mito atrás
descrito ou receosos das acusações
acéfalas de liberalismo com prefixo
dúbio e adjectivação que não se ficam e
tom agressivo e reprovador, muita
direita tem optado por não questionar o
“status quo” e copiar ou prosseguir as
más práticas que vêm sendo uma
realidade à sombra da asa protectora do
estado e que, à sua conta, a levam a
ficar cada vez mais depenada.
Foi por isso que, nessa matéria, o
manifesto eleitoral do CDS representou
uma lufada de ar fresco. O CDS optou
por desfazer a tradição de que a direita
não se preocupa com estas questões
dedicando uma parte substancial do seu
manifesto a esta matéria; e, finalmente,
fugiu das práticas incipientes do
costume, das certezas absolutas e dos
preconceitos inquestionáveis. As
palavras do nosso entrevistado nesta
edição, Adolfo Mesquita Nunes, servem
bem para resumir a visão do CDS sobre
as questões sociais: "o Estado só tem de
estar onde a sociedade não consegue e
não é a sociedade que só deve estar
onde o Estado não consegue".
Foi por isso que desagrado que
constatei que nem todos os
preconceitos foram atirados para trás
das costas. Na hora de o CDS se afirmar
como um partido de direita que dá
atenção à questão social, com ideias
diferentes, mais eficazes do ponto de
vista prático e económico, a opção
passou por embarcar nos mitos que a
esquerda usa, e proclamar o partido,
nesse tipo de matérias, à esquerda do
PSD. Perdeu-se uma boa oportunidade
para desfazer falsas convicções; mas o
essencial foi conseguido e, por isso, o
CDS está de parabéns.
PÁGINAS 3 E 4
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PÁGINA 26
EDITORIAL
No passado dia 18 de Junho, a
Juventude Popular reuniu os seus
conselheiros nacionais na cidade de
Leiria. Este Conselho Nacional foi
marcado comum fim muito específico
e especial, que passava pela marcação
do XVIII Congresso Nacional da
Juventude Popular, uma vez passado
o período eleitoral em que a estrutura
se envolveu empenhadamente em
todo o país e que não permitiu que a
reunião magna da Juventude Popular
ocorresse na altura mais desejável.
Desta forma, após discussão
relativamente ao regulamento do
Congresso
Congresso, o mesmo foi aprovado,
com algumas alterações relativa-
mente ao que habitualmente é
adoptado, por sugestão de um grupo
de militantes e aprovação da maioria
dos conselheiros nacionais. O mesmo
regulamento definiu que o Congresso
será realizado no fim-de-semana de
23 e 24 de Julho.
O local onde o Congresso será
realizado está ainda por definir pela
Comissão Organizadora, da qual
faz parte o Presidente da conce-
lhia da Juventude Popular da
Maia, Manuel Oliveira.
(Ao final de um mês a pensar nos
factos mais relevantes da política
maiata depois das tertúlias da JP Maia,
cheguei a esta conclusão.)
Lidador Por terras de
CONSELHO NACIONAL REÚNE EM LEIRIA
Dando sequência às tertúlias que vem
levando a cabo na sua sede concelhia,
a Juventude Popular da Maia voltou a
receber num evento de sua iniciativa o
deputado do CDS eleito pelo Porto e
antigo Presidente da Juventude
Popular, João Pinho de Almeida.
Desta vez, o tema, que não podia ser
mais pertinente. Numa noite de
temperatura amena, a discussão
sobre os “Desafios da Nova
Legislaturas” não podia ter sido,
também ela, mais agradável.
João Almeida começou por realçar o
carácter extraordinário da legislatura
que agora começa e os desafios que
ele propõe a quem vai ter uma
actividade parlamentar. Congra-
Congratulando-se pelo resultado das
ultimas eleições, e com o Governo
delas resultante, o orador destacou o
facto de as últimas legislativas terem
tulando-se pelo resultado das ultimas
eleições, e com o Governo delas
resultante, o orador destacou o facto
de as últimas legislativas terem
terminado com “o mito de que, em
Portugal, o futuro era da esquerda".
Determinado em cumprir aquele que
diz ser um dos principais papeis de
cada deputado, cumprir os
compromissos estabelecidos inter-
nacionalmente e ajudar a criar as
condições para a recuperação do país,
João Almeida entende que nesta
legislatura todos terão de ser capazes
de fazer de Portugal um exemplo à
escala europeia. "A Europa precisa de
um caso de sucesso”, disse
o deputado do CDS-PP.
Como um dos grandes desafios para
os próximos quatro anos, o entretanto
eleito Vice-Presidente do Grupo
“OS DESAFIOS DA NOVA LEGISLATURA”, COM JOÃO PINHO DE ALMEIDA
Como um dos grandes desafios para os
próximos quatro anos, o entretanto
eleito Vice-Presidente do Grupo
Parlamentar do CDS-PP referiu a
revisão constitucional, que deve ser
aproveitado para proceder às
alterações mais prementes.
Por fim, João almeida referiu ainda que
o poder de fiscalização do Parlamento
não se esgota no Governo. ”É essencial
os deputados estarem nas regiões e
nas autarquias", referiu o deputado que
tem por hábito cumprir essa função
com distinção, o que mais uma vez
ficou provado com a sua total
disponibilidade para participar em mais
um debate de interesse público da
Juventude Popular da Maia.
Ban Ki-moon foi reeleito para o cargo
de Secretário-geral das Nações
Unidas formalmente na reunião
do Conselho de Segurança de 17
de Junho e oficializado pela
“Resolução 1987” do Conselho de
Segurança tendo a eleição sido
unânime entre os membros de
Conselho e, consequentemente,
pela Assembleia Geral das Nações
Unidas. O segundo mandato só
começará dia 1 de Janeiro de 2012
e prolongar-se-á até ao final de
2016. O resultado da eleição era
antecipado pelo facto de se ter
confirmado que Ban Ki-moon seria
candidato único à corrida pelo lugar
que desempenhou nos últimos
4 anos e que foi reconhecido
pela unanimidade do apoio,
que até recebeu (não oficialmente,
da Coreia do Norte.
pela voz de Robert Gates, sempre
mostrou reticências a um ataque à
que até recebeu (não oficialmente,
da Coreia do Norte.
Nos EUA, e com o Presidente Obama
a garantir que será o candidato
Democrata à Presidência sem grandes
complicações, os media começam a
centrar-se na corrida Republicana para
apurar o candidato que, em
Novembro de 2012, confrontará
Obama na luta pela Casa Branca. Mas
a “silly season” começou mais cedo
nos EUA com o espectáculo ridículo
que são as prestações dos candidatos
republicanos ao cargo. Os candidatos
mais consensuais na corrida têm sido
muito fracos e o ridículo já chegou à
campanha. Com nomes como Rick
Santorum, Herman Cain, Tim
Pawlenty ou Michele Bachmann
(espera-se que Sarah Palin formalize a
campanha que está a fazer há meses),
nomes como Mitt Romney parecem
supra-sumos da política em
comparação. O GOP está
(espera-se que Sarah Palin formalize a
campanha que está a fazer há meses),
nomes como Mitt Romney parecem
supra-sumos da política em
comparação. O GOP está
decididamente “entregue aos bichos”.
Entre gaffes de Michele Bachmann e a
sua clínica que “cura” a
homossexualidade, o ridículo
Pawlenty ou Santorum a esforçarem-
se para parecerem “plain spoken”,
Sarah Palin e o seu espectáculo
ambulante num autocarro pela costa
este americana e Newt Gingrich a
recuperar de ter liquidado a sua
candidatura um dia depois de a lançar,
a coisa parece preta. Candidatos
libertários como Ron Paul ou Gary
Johnson obviamente não tem
hipótese da nomeação, mas são bons
para manter o debate honesto. Venha
alguém para a corrida levantar o nível,
por favor.
depois de os considerar culpados,
organizou uma queima do Corão, livro
alguém para a corrida levantar o nível,
por favor.
No dia 24 de Junho, em Nova Iorque,
o casamento entre pessoas do mesmo
sexo passou a ser legal. Num estado
como Nova Iorque, que se tornou o
oitavo nos EUA, nada de especial se
não fosse o facto de terem sido quatro
republicanos a fazerem passar a lei.
Nova Iorque, que é dos mais liberais
estados americanos, tem Governador
e Casa de Representantes demo-
cratas, mas um Senado republicano
onde, durante anos, esta lei foi
bloqueada. O novo Governador
Andrew Cuomo fez desta lei uma
bandeira eleitoral e jurou passa-la, e
com estes surpreendentes quatro
republicanos Cuomo cumpriu o que
prometeu. Obviamente que grupos
conservadores por toda a América
enlouqueceram ao ver quatro
membros do seu partido assinarem
uma lei que a sua base rejeita por
conservadores por toda a América
enlouqueceram ao ver quatro membros
do seu partido assinarem uma lei que a
sua base rejeita por completo. Para
Nova Iorque, é um vitória.
Mais um escândalo sexual assola os
Democratas nos EUA. Anthony Weiner,
enérgico congressista por Nova Iorque,
foi obrigado a demitir-se ao final de
uma semana de negação, admissões e
tentativa de esconder um escândalo em
que, via Twitter, enviou fotos suas em
tronco nu e em boxers para mulheres
espalhadas pelo país. Este promissor
Democrata, que muitos tinham como
garantido ser eleito Mayor de Nova
Iorque em 2013, foi obrigado a demitir-
se no meio de ataques dos media que o
massacraram durante uma semana e
que, por fim, o obrigou a sair em
desgraça do lugar que há dez anos
ocupava em Washington.
vitória para o AKP (que pertence, como
que, por fim, o obrigou a sair em
desgraça do lugar que há dez anos
ocupava em Washington.
Recep Tayyip Erdoğan ganhou pela
terceira vez a corrida para ser
Primeiro-Ministro turco. Por quatro
deputados não conseguiu conquistar
os mandatos suficientes para poder
convocar um referendo para reformas
constitucionais sem precisar de outros
partidos. Com aqueles quatro
mandatos extra, poderia fazer as
reformas suficientes para conseguir,
finalmente, garantir o cumprimentos
dos critérios de Copenhaga e entrar na
União Europeia. Foi uma grande vitória
para o AKP (que pertence, como
observador, a família do PPE) mas por
pouco teria consequências históricas.
As eleições Legislativas do passado
dia 5 de Junho tiveram um carácter
decisivo e atingiram uma importância
há muito não vista. Após seis anos de
governação socialista, personificada
em José Socrates, numa altura em que
Portugal se aproxima de um sério
risco de cair numa situação de penúria
nunca vista e com compromissos
internacionais extremamente exi-
gente a cumprir no curto prazo, os
portugueses que exerceram o seu
direito de voto decidiram entregar a
sua confiança maioritariamente aos
partidos da direita.
O PSD foi, assim, o grande vencedor
da noite. Apesar de não ter
sua confiança maioritariamente aos
partidos da direita.
O PSD foi, assim, o grande vencedor
da noite. Apesar de não ter
conseguido chegar à maioria absoluta
que muitas vezes pediu, Pedro Passos
Coelho conseguiu recolocar os sociais-
democratas no rumo do poder, depois
de uma travessia no deserto onde
vários líderes foram “triturados” por
um clima de constante instabilidade e
crispação interna. Relativamente a
2009, o PSD subiu quase dez pontos
percentuais, obteve mais 500 mil
votos e aumentou a sua bancada
parlamentar em 27 deputados,
contando agora com um total de 108.
Perante a insuficiencia do partido
mais votado para formar uma maioria
parlamentar sólida, o seu parceiro de
coligação mais natural foi chamado a
actuar, no rumo de se firmar mais um
compromisso de governo à direita. O
CDS, manteve nestas eleições a sua
parlamentar sólida, o seu parceiro de
coligação mais natural foi chamado a
actuar, no rumo de se firmar mais um
compromisso de governo à direita. O
CDS, manteve nestas eleições a sua
confortável tendência de subida que
se verifica desde 2009 e, contrariando
o que habitualmente acontece,
conseguiu subir em número de votos e
de mandatos ao mesmo tempo que o
PSD também subiu, mesmo
enfrentando um apelo tão forte ao
voto útil. Feitas as contas, o CDS
conseguiu obter mais 60 mil votos do
que em 2009, o que se traduziu na
eleição de 24 deputados, mais três do
que nas últimas Legislativas. Se
tivermos em conta que, em 2002, da
última vez em que ambos os partidos
se coligaram, o CDS elegeu 14
deputados e obteve cerca de 9% dos
votos, o partido obteve um notável
aumento da sua expressão eleitoral e
parlamentar.
Se coligaram, o CDS elegeu 14
deputados e obteve cerca de 9% dos
votos, o partido obteve um notável
aumento da sua expressão eleitoral e
parlamentar.
À esquerda, o sentimento de derrota
foi transversal. Apesar de tudo,
fazendo uso da fidelidade do seu
eleitorado tradicional, a CDU foi a
força política que mais incólume
passou por estas eleições. Apesar de,
em termos absolutos, ter tido menos
votos do que nas Legislativas de 2009,
os comunistas aumentaram a sua
percentagem eleitora e conseguiram
mesmo eleger mais um deputado,
reforçando o seu grupo parlamentar
que agora conta com 16 eleitos.
Mas o grande derrotado da noite foi o
Bloco de Esquerda. Depois da
estraórdinária subida que obteve em
2009, altura em que dobrou o seu
número de deputados, o partido
liderado por Francisco Louçã parece
ter passado de moda e, apenas um
ano e meio depois, voltou à forma
inicial, perdendo metade dos seus
deputados, entre os quais o seu líder
parlamentar e cabeça-de-lista por
Coimbra, José Manuel Pureza. O
número de votos no Bloco passou
também para quase metade, o que
levou o partido a ficar reduzido a
quinta força política no panorama
nacional. Este resultado abre a porta a
grandes especulações relativamente
ao futuro (ou falta dele) do Bloco de
Esquerda.
Finalmente, o Partido Socialista. Com
uma derrota que, mais do que
merecida, estava anunciada, José
Sócrates assumiu a figura de grande
perdedor da noite e, sem glória, fez o
seu discurso de despedida e demitiu-
se da liderança dos socialistas. O PS
obteve o seu pior resultado em
Eleições Legislativas dos últimos 20
perdedor da noite e, sem glória, fez o
seu discurso de despedida e demitiu-
se da liderança dos socialistas. O PS
obteve o seu pior resultado em
Eleições Legislativas dos últimos 20
anos, conseguindo pouco mais de
28% dos votos. O novo ciclo que estas
eleições trouxeram para o país terá
também paralelo no PS, que terá de
mudar de rumo na sua liderança,
numa escolha que se fará entre
Francisco Assis e António José
Seguro.
Embora não tenha reflectido os
resultados a nível nacional, o distrito
do Porto apresentou as tendências
expressas neste acto eleitoral no país.
O PSD registou a maior subida (10
pontos percentuais), aumentando o
seu número de deputados eleitos por
do Porto apresentou as tendências
expressas neste acto eleitoral no país.
O PSD registou a maior subida (10
pontos percentuais), aumentando o
seu número de deputados eleitos por
este círculo. Já o CDS conseuguiu
aproximar-se dos 100 mil votos,
consolidando os quatro deputados
eleitos em 2009 e ficando muito
próximo de eleger mais um.
O PS, que nas anteriores Legislativas
obtivera 41% dos votos, viu a sua
expressão eleitoral reduzida
drasticamente, perdendo mais de
uma centena de milhar de votos.
Ainda à esquerda, a CDU recuperou
alguns votos recolocando-se como
quarta força política no distrito, uma
vez que o Bloco de Esquerda não
evitou uma queda para quase metade
relativamente aos resultados de 2009,
tendo, inclusivamente, perdido um
deputado.
Com o regresso de PSD e CDS ao poder, a direita cumpre o sonho de Sá Carneiro: um Presidente, um
Governo e uma maioria.
Pedro Passos Coelho festejou o regresso do PSD ao Governo depois de uma vitória clara sobre o PS.
O CDS, liderado por Paulo Portas obteve uma subida em toda a
linha: mais votos e mais deputados, tantos quanto a CDU
e o BE juntos.
Depois da derrota, José Sócrates apresentou a demissão de secretário-geral do PS. Será substituido por Francisco Assis ou António José Seguro.
Jerónimo de Sousa conduziu a CDS a um resultado
tranquilo e na linha do que acontecera em 2009, fazendo
o grupo parlamentar crescer em mais um deputado.
O Bloco de Esquerda obteve uma derrota estrondosa, que conduziu o partido a ver a sua bancada parlamentar reduzida a metade. Apesar da contes-tação interna, Francisco Louçã não apresentou a demissão.
evitou uma queda para quase
metade relativamente aos
resultados de 2009, tendo,
inclusivamente, perdido um
deputado.
O concelho da Maia acompanhou
as tendêcias globais das eleições
do passado dia 5 de Junho. O
facto mais marcante terá sido
o facto de o PSD ter ficado
em primeiro lugar com cerca
de 39% dos votos. O facto torna-se
curioso uma vez que, se é verdade
que, em eleições autárquicas, os
larajas obtém tradicionalmente
grandes resultados, no que diz
respeito a eleições de carácter
nacional,o concelho “pinta-se”
normalmente de cor-de-rosa. Desta
vez, os socialistas não foram
além dos 30%, averbando uma
pesada derrota.
Relativamente aos partidos mais
pequenos, verificou-se também
uma semelhança com os
resultados eleitorais a nível
nacional: o CDS subiu para terceira
força, com uma contundente subida
em toda a linha (ler na página
seguinte o depoimento do
Presidente do CDS-PP
Maia, José Eduardo Azevedo,
sobre os resultados do partido
no concelho); a CDU registou
uma ligeira subida, mantendo-se
na casa dos 5%; o Bloco de
Esquerda viu a sua votação encolher
de cerca de 11% para apenas
6%, tendo, com isto, descido
para a posição de quarta força
dominante no concelho em
eleições Legislativas.
eleitorais: o CDS subiu para terceira
força, com uma subida em toda a
linha (ler quadro ao lado); a CDU
registou uma ligeira subida,
mantendo-se na casa dos 5%; o
Esta é a primeira vez que me
pronuncio publicamente acerca dos
resultados eleitorais das últimas
legislativas. É, no entanto, com muita
honra e prazer que o faço aqui neste
espaço de opinião e informação de
reconhecida qualidade e de carácter
único no âmbito das organizações de
juventude partidária.
No entanto, apenas comentarei os
números relativos ao concelho e ao
distrito, deixando para uma próxima
oportunidade, uma outra reflexão
sobre os resultados Nacionais.
Entendo que a melhor forma de
comentar e interpretar o resultado do
CDS no concelho da Maia é fazendo
uma análise objectiva dos números.
Os números, caros amigos, são claros!
O CDS atingiu em 2011, no concelho
da Maia, 10,62% dos votos. Mais
1,62% do que em 2009.
No concelho da Maia o CDS cresceu
em números de votos. Mais 1.314 que
em 2009.
O CDS subiu, quer em percentagem
quer em número de votos, em todas
as freguesias do concelho da Maia.
O CDS ultrapassou o BE, passando a
ser a terceira força partidária no
Concelho da Maia.
O resultado do CDS na Maia foi o
quarto melhor do distrito, sendo
apenas superado por Póvoa do
Varzim, Porto e Matosinhos. Em
percentagem, apenas os concelhos do
O resultado do CDS na Maia foi o
quarto melhor do distrito, sendo
apenas superado por Póvoa do
Varzim, Porto e Matosinhos. Em
percentagem, apenas os concelhos do
Porto e Matosinhos apresentaram
uma subida superior à da Maia.
Objectivamente, temos de reconhecer
que o CDS teve na Maia um bom
resultado. Não sendo um resultado
com motivos para euforias, foi um
resultado que, na opinião de muitos,
foi superior às expectativas. Não às
minhas, porque sempre acreditei que
o trabalho desenvolvido pela
Comissão Politica Concelhia do CDS
Maia e pela JP Maia iria produzir
resultados.
O facto de o CDS ter subido, no
concelho da Maia, em percentagem e
em número de votos, significa, na
minha muito modesta opinião, que o
trabalho desenvolvido pelas
estruturas locais permitiu que a
população Maiata conhecesse e se
revisse nos principais desígnios,
ideias, orientações e linhas
programáticas do CDS. O resultado
eleitoral no concelho da Maia é um
sinal inequívoco que a mensagem
passou.
Também o facto de o efeito do
chamado “voto útil” não se ter
sentido no concelho é também sinal
que a população estava e está
devidamente esclarecida. O que, mais
Também o facto de o efeito do
chamado “voto útil” não se ter
sentido no concelho é também sinal
que a população estava e está
devidamente esclarecida. O que, mais
uma vez, entendo ser resultado de um
contacto muito próximo com a
população exaustivamente realizado
pelas estruturas locais do CDS.
Por outro lado, o CDS é, neste
momento, a terceira força politica do
concelho. Para alguns este facto
parece insignificante, pois não deixa
de continuar a ser “apenas” a terceira
força politica. No entanto, o peso
institucional e partidário da Comissão
Politica e Concelhia ganha outro
fôlego. Só quem representa ou
representou o partido em estruturas
locais, consegue compreender e sentir
a importância de tal facto.
Por último, fico também muito
satisfeito por verificar que o CDS teve
na Maia um dos melhores resultados
do Distrito. Este facto vem, em meu
entender, provar que não é apenas o
trabalho realizado em período de
campanha eleitoral que produz
resultados. Como se pode verificar no
concelho da Maia existiram
pouquíssimas acções de campanha,
tendo inclusive a visita do Dr. Paulo
Portas passado despercebida à
população Maiata.
Contudo, a Comissão Politica
Concelhia da Maia orgulha-se de ter
cumprido escrupulosamente o que lhe
havia sido solicitado. Uma campanha
sóbria, austera, sem grande aparato
ou festejos, tudo porque a situação do
país não se coaduna com esse tipo de
comportamentos.
O que interessa, efectivamente, é o
resultado. E esse está à vista e sujeito
à apreciação e julgamento de todos.
José Eduardo Azevedo
«Fico muito satisfeito por
verificar que o CDS teve na
Maia um dos melhores
resultados do Distrito.»
Presidente do CDS-PP Maia
Há pouco mais de dois anos,
o então Presidente da Mesa
do Conselho Nacional da JP
fechava um ciclo de 16 anos
na estrutura juvenil do CDS.
Hoje, é deputado à
Assembleia da República,
membro da Comissão
Executiva do CDS e promete
dar muito que falar no futuro.
O FUTURO PASSA POR AQUI
«Fico muito satisfeito por
verificar que o CDS teve na
Maia um dos melhores
resultados do Distrito.»
Despediste-te da militância na JP no
seu último congresso. No último
congresso do CDS foste eleito para a
Comissão Executiva do partido e
agora assumes o teu lugar como
deputado. Após dois anos, em que
muita coisa mudou, que diferenças
existem entre estes dois “Adolfos”? Com excepção dos cabelos brancos,
espero que pouca coisa tenha
mudado. Sempre me assustou a
possibilidade de a idade me fazer
perder a galhardia, a capacidade de
trabalho e o sentido de humor, que
são as minhas armas para combater o
modelo socialista que tanto impede
Portugal de crescer. Lutarei para que
isso não aconteça. E espero
sinceramente que a Juventude
Popular, onde vivi algumas das
melhores experiências da minha vida,
me ajude e incentive a manter essas
armas sempre prontas! Uma das novidades da última noite
eleitoral foi a tua eleição para a
Assembleia da República. Quando é
que a perspectiva de te tornares
deputado começou a tornar-se
realidade para ti? Fosse por optimismo, que tenho para
dar e vender, ou fosse por convicção,
que também tenho de sobra, acreditei
na eleição desde que aceitei o convite.
Mas nem por isso me imaginei
realidade para ti? Fosse por optimismo, que tenho para
dar e vender, ou fosse por convicção,
que também tenho de sobra, acreditei
na eleição desde que aceitei o convite.
Mas nem por isso me imaginei
deputado a partir daí, razão pela qual
tentei participar na campanha
eleitoral como se a minha eleição dela
dependesse. A propósito da posição elegível que
ocupavas nas listas, houve quem
considerasse que esse era um sinal
de alguma descaracterização
ideológica do CDS uma vez que te
afastas da posição do CDS quanto a
algumas matérias como o aborto ou
o casamento entre pessoas do
mesmo sexo. O que pensas disso? A caracterização ideológica do CDS
não é fixada centralmente. Ela
corresponde à mescla de todos
aqueles que militam (e, já agora,
daqueles que votam) no CDS e será o
resultado dessa mesma mescla. Não
me parece, quanto aos temas que
referes, que o CDS, no seu conjunto
de experiências e militâncias, esteja
na disposição de mudar de posição.
Nem eu estou sequer empenhado,
como sempre disse, em fazer o
partido mudar de posição nesses
temas. Por isso não antevejo qualquer
descaracterização ideológica do CDS
na disposição de mudar de posição. Nem
eu estou sequer empenhado, como
sempre disse, em fazer o partido mudar
de posição nesses temas. Por isso não
antevejo qualquer descaracterização
ideológica do CDS a este respeito, se é
que esse termo está correcto. Ressalvado esse aspecto, e respeitando
integralmente a legitimidade daqueles
que se manifestaram contra a minha
presença nas listas, gostaria de dizer que
o CDS só será um grande partido (e está
destinado a sê-lo, por ser a verdadeira
alternativa não socialista em Portugal) se
deixar de exigir aos militantes (e
consequentemente aos eleitores, que
são militantes em potência) que
concordem absolutamente com tudo
aquilo que o CDS diz e é. O CDS deve,
isso sim, apostar na reunião de todos
aqueles que não acreditam no socialismo
como modelo de desenvolvimento. É
com esses que pode fazer-se a ruptura
necessária para assegurar o desen-
volvimento de Portugal. E acredita que
eu estarei na linha da frente, como
sempre estive, no combate ao
socialismo. E por isso o CDS é o partido
em que quero estar, e pelo qual e no
qual, luto há mais de 16 anos.
Que análise global fazes dos
resultados das últimas Legislativas?
O CDS chegou a estas eleições
embalado por um ciclo de sucesso
iniciado nas Legislativas de 2009 e
por sondagens e declarações que
elevaram as expectativas eleitorais
em torno do partido. Face às
expectativas criadas, parece-te que
o resultado do CDS ficou aquém do
esperado? O resultado das últimas eleições
legislativas correspondeu, mais coisa
menos coisa, à minha previsão:
crescimento sustentado, urbano e
jovem do partido, num contexto de
intenso e convincente apelo ao voto
útil e de generalizado desejo de
impedir José Sócrates de ser reeleito.
Nesse contexto, foi um extraordinário
resultado, que nos oferece vários
“ O CDS só será um grande
partido se deixar de exigir aos
militantes que concordem
absolutamente com tudo aquilo
que o CDS diz e é, reunindo,
isso sim, todos aqueles que não
acreditam no socialismo como
modelo de desenvolvimento.
jovem do partido, num contexto de
intenso e convincente apelo ao voto
útil e de generalizado desejo de
impedir José Sócrates de ser reeleito.
Nesse contexto, foi um extraordinário
resultado, que nos oferece vários
motivos de esperança: o CDS é o
único partido a crescer desde 2005,
com fidelização do seu eleitorado e
com extraordinário crescimento nos
mais jovens. Agora que já conheces os cantos à
casa, que papel esperas vir a ter no
Parlamento durante a Legislatura
que agora começa? Esta é uma Legislatura muito especial.
A minha prioridade está, por isso, e
neste momento, em oferecer todo o
empenho e trabalho tendente ao
cumprimento dos compromissos
internacionais assumidos pelo Estado
Português sem com isso descurar,
antes pelo contrário, a necessidade de
oferecer esse mesmo empenho e
trabalho à consagração de um novo
modelo de desenvolvimento e
crescimento que substitua o modelo
socialista que nos tem governado.
Temos socialismo a mais e
crescimento a menos: é hora de
termos mais crescimento e menos
socialismo. Como analisas o trabalho feito nos
últimos anos pelo grupo
parlamentar que agora vais
integrar? O crescimento eleitoral do CDS nestas
eleições, no contexto que descrevi
anteriormente, teria sido impossível
sem o trabalho empenhado do nosso
Grupo Parlamentar. O insistente e
convincente apelo ao voto útil teria
tido mais eco se o eleitorado não
estivesse tão ciente, como está, de
que o CDS fez a melhor e mais
construtiva oposição ao socialismo
que nos governa, mais coisa menos
coisa, há 15 anos. Desse grupo parlamentar faz parte o
afirmação da única alternativa ver-
dadeiramente não socialista em
Portugal. Tendo em conta essa coligação
governamental, não temes que o
papel do grupo parlamentar do CDS
perca importância e se torne tão
discreto que passe a ser indiferente? É evidente que a imagem do CDS será
contaminada pelo sucesso ou insucesso
do Governo, mas para a esmagadora
maioria da população a imagem CDS
que é primeiramente formada depende
do desempenho parlamentar do CDS.
São os deputados que diariamente, e de
forma mais directa e partidária,
transmitem a imagem do partido.
Penso que no CDS estamos todos
cientes disto pelo que não há nada a
temer. Que comentário te merece o novo
Governo, em particular os ministros
emanados do interior do CDS? A arte de governar é tão complexa e
interfere com realidades tão próprias
que sou daqueles que considera que um
governante só se prova a si próprio no
momento de governar. Mas isso não
significa que, olhando para Paulo
Portas, Assunção Cristas e Pedro Mota
Soares, não sinta um enorme orgulho
no contributo do CDS para este
governo. À partida, está lá tudo:
compromisso, trabalho, inteligência,
seriedade e, sobretudo, uma visão não
socialista do futuro. Não podia querer
melhor. Proponho-te que dês aos nossos
leitores uma resposta resumida a uma
pergunta que conheces bem: se o
socialismo é tão bom, porque é que
esta geração está à rasca? Essa pergunta parte do pressuposto,
correcto (ou não tivesse sido feita por
mim…), de que o modelo de
desenvolvimento que temos seguido é
um modelo socialista. Partindo desse
pressuposto, torna-se fácil explicar por
que razão esta geração está à rasca.
Governo, em particular os ministros
emanados do interior do CDS? A arte de governar é tão complexa e
interfere com realidades tão próprias que
sou daqueles que considera que um
governante só se prova a si próprio no
momento de governar. Mas isso não
significa que, olhando para Paulo Portas,
Assunção Cristas e Pedro Mota Soares,
não sinta um enorme orgulho no
contributo do CDS para este governo. À
partida, está lá tudo: compromisso,
trabalho, inteligência, seriedade e,
sobretudo, uma visão não socialista do
futuro. Não podia querer melhor. Proponho-te que dês aos nossos
leitores uma resposta resumida a uma
pergunta que conheces bem: se o
socialismo é tão bom, porque é que
esta geração está à rasca? Essa pergunta parte do pressuposto,
correcto (ou não tivesse sido feita por
mim…), de que o modelo de
desenvolvimento que temos seguido é
um modelo socialista. Partindo desse
pressuposto, torna-se fácil explicar por
que razão esta geração está à rasca. Mas
o nosso verdadeiro desafio começa
antes. É que a esmagadora maioria dessa
geração não parte desse pressuposto e
continua a negar que o actual modelo é
um modelo socialista, talvez porque
acredite que o socialismo não pode
falhar. Só depois de evidenciarmos, de
facto, que foi o socialismo que nos trouxe
aqui é que poderemos ter essa geração a
responder a essa pergunta. Que soluções pode um jovem esperar
do CDS e, em particular, do deputado
Adolfo Mesquita Nunes, para resolver
os problemas que o socialismo criou à
sua geração? Respondo por mim. Não me
comprometo a encontrar soluções para
os problemas de cada um dos jovens.
Comprometo-me, isso sim, e de forma
muito firme e empenhada, a tentar
eliminar todas as barreiras estaduais que
impedem os jovens de encontrarem
essas soluções e fazerem o seu caminho.
construtiva oposição ao socialismo
que nos governa, mais coisa menos
coisa, há 15 anos. Desse grupo parlamentar faz parte o
Presidente da Juventude Popular,
Michael Seufert. Parece-te que tem
estado à altura dos desafios
inerentes à função e que tem sido
um bom transmissor dos problemas
dos jovens? O crescimento eleitoral do CDS nos
mais jovens é uma boa resposta a essa
questão, parece-me, embora
desconfie um pouco dessa
compartimentação entre problemas
dos jovens e problemas dos menos
jovens, uma vez que o modelo
socialista de desenvolvimento cria
problemas a todos. A superação desse
modelo será a melhor forma de ajudar
o país, e também os jovens, e não
conheço, nesse sentido, deputado
mais empenhado que o Micha. Nove anos depois, o CDS volta ao
Governo. Que papel será o partido
chamado a assumir no mesmo, uma
vez que, em comparação com o que
aconteceu em 2002, a relação de
forças com o PSD lhe é, agora, mais
favorável? O aumento do peso do CDS na
relação de forças com o PSD é muito
importante, num primeiro momento,
para definir e influenciar o Programa
de Governo e, nesse sentido, marcar a
capacidade de o CDS poder cumprir
com aquilo a que se comprometeu.
Mas um Governo de coligação que
dependa permanentemente da
relação de forças para gerir o dia-a-dia
da governação rapidamente se
esgotará e prestará um mau serviço
ao país. Por isso, qualquer que seja a
relação de forças, o papel do CDS será
sempre, do meu ponto de vista, o da
afirmação da única alternativa
verdadeiramente não socialista em
Portugal. Tendo em conta essa coligação
14 cm
“ Sinto um enorme orgulho no contributo do CDS para o governo. Está lá tudo: compro-
misso, trabalho, inteligência, seriedade e, sobretudo, uma visão não socialista do futuro.
Um país: Israel
Uma cidade: Tel Aviv
Uma viagem: Está por fazer, mas um dia será feita: Antártida
Um livro: Sangue Sábio, de Flannery O'Connor. E se puder dizer outro, O Nó do Problema, de Graham Greene
Um filme: Sunset Boulevard, de Billy Wilder
Uma música: Send in the Clowns, de Stephen Sondheim
Um político: Margaret Thatcher
Uma bebida: Limonada
Uma qualidade: Estar bem a par dos meus defeitos
Um defeito: Não dar grande uso à qualidade acima descrita
“ Perfil Adolfo Mesquita Nunes, 33 anos. Lisboeta de gema mas beirão por
adopção. Advogado, mestre em direito público. Pouco dado aos números,
é pela economia política que gosta de navegar. Diz-se bem-humorado.
Gostava de saber falar hebraico mas tem preguiça de perder os fins-de-
semana a aprendê-lo. Foi militante da Juventude Popular desde os 16 anos
mas só apresentou ficha de filiação no CDS no dia em que Manuel
Monteiro, em conferência de imprensa, apresentou a sua demissão.
Que soluções pode um jovem esperar
do CDS e de ti para resolver os
problemas que o socialismo criou à sua
geração? Respondo por mim. Não me com-
prometo a encontrar soluções para os
problemas de cada um dos jovens.
Comprometo-me, isso sim, e de forma
muito firme e empenhada, a tentar
eliminar todas as barreiras estaduais que
impedem os jovens de encontrarem
essas soluções e fazerem o seu caminho.
Se quiserem dar de si, contem
incondicionalmente comigo para isso. Se
quiserem alguém que vos ofereça
soluções mágicas, é melhor procurarem
outro deputado. Que mensagem deixas para os leitores
d’O Jovem? A importância e qualidade da nossa
actividade partidária e política é
proporcional à bagagem académica,
profissional e pessoal que soubermos ter.
Sem essa bagagem a política quase que
se transforma numa actividade lúdica ou
viciosa, que pouco ou nada traz de útil.
Se querem, de facto, dar o vosso
contributo para mudar o país, não
descurem nunca, nem secundarizem,
essa bagagem.
soluções mágicas, é melhor procurarem
outro deputado. Que mensagem deixas para os leitores
d’O Jovem? A importância e qualidade da nossa
actividade partidária e política é
proporcional à bagagem académica,
profissional e pessoal que temos. Sem
essa bagagem a política quase se
transforma numa actividade lúdica ou
viciosa, que pouco ou nada traz de útil.
contributo para mudar o país, não descu-
rem nunca, nem secundarizem, essa
bagagem.
mim…), de que o modelo de
desenvolvimento que temos seguido é
um modelo socialista. Partindo desse
pressuposto, torna-se fácil explicar por
que razão esta geração está à rasca. Mas
o nosso verdadeiro desafio começa
antes. É que a esmagadora maioria dessa
geração não parte desse pressuposto e
continua a negar que o actual modelo é
um modelo socialista, talvez porque
acredite que o socialismo não pode
falhar. Só depois de evidenciarmos, de
facto, que foi o socialismo que nos trouxe
aqui é que poderemos ter essa geração a
responder a essa pergunta. Que soluções pode um jovem esperar
do CDS e, em particular, do deputado
Adolfo Mesquita Nunes, para resolver
os problemas que o socialismo criou à
sua geração? Respondo por mim. Não me
comprometo a encontrar soluções para
os problemas de cada um dos jovens.
Comprometo-me, isso sim, e de forma
muito firme e empenhada, a tentar
eliminar todas as barreiras estaduais que
impedem os jovens de encontrarem
essas soluções e fazerem o seu caminho.
Se quiserem dar de si, contem
incondicionalmente comigo para isso. Se
quiserem alguém que vos ofereça
soluções mágicas, é melhor procurarem
outro deputado. Que mensagem deixas para os leitores
d’O Jovem? A importância e qualidade da nossa
actividade partidária e política é
proporcional à bagagem académica,
profissional e pessoal que soubermos ter.
Sem essa bagagem a política quase que
se transforma numa actividade lúdica ou
viciosa, que pouco ou nada traz de útil.
O tema da privatização da RTP voltou à agenda mediática
aquando da preparação do novo governo. Segundo informações
avançadas por vários orgãos de comunicação social, uma das
divergências entre os partidos da nova maioria situava-se no facto
de o PSD querer privatizar o canal público, enquanto que o CDS
parecia mais disposto a não o fazer. Mesmo dentro de ambos os
partidos, a questão parece não ser consensual, existindo várias
sensibilidades dentro de cada um deles.
Com o intuito de ajudar os nossos leitores a perceber alguns dos
prós e contras de ambas as opções, convidamos Rafael Borges e
Luís Rocha, respectivamente contra e a favor da privatização, para
exporem os seus argumentos.
O que fazer
à RTP?
Afinal, deve a RTP ser
privatizada ou manter-se sob
tutela pública?
Julgo que nos habituámos, desde
cedo e desde sempre, a ter uma
dimensão privada de riqueza e uma
dimensão pública. Em público,
repetimos o que ouvimos dizer sobre
não ter o suficiente. Em privado, não
abdicamos de mariscadas ao
Domingo e de oferecer carros aos
filhos. Nos países do Norte da Europa,
eles tipicamente não têm empregada,
não costumam comer fora, nem têm o
hábito de oferecer carros aos filhos.
Nós estamos tão habituados a isso
que não nos passa pela cabeça que a
Julgo que nos habituámos, desde
cedo e desde sempre, a ter uma
dimensão privada de riqueza e uma
dimensão pública. Em público,
repetimos o que ouvimos dizer sobre
não ter o suficiente. Em privado, não
abdicamos de mariscadas ao
Domingo e de oferecer carros aos
filhos. Nos países do Norte da Europa,
eles tipicamente não têm empregada,
não costumam comer fora, nem têm o
hábito de oferecer carros aos filhos.
Nós estamos tão habituados a isso
que não nos passa pela cabeça que a
Interesse nacional
«A privatização da RTP não é uma
questão ideológica. É um problema de
efectivo interesse nacional.»
Sou tão de Direita quanto é possível
sê-lo: patriota no mundo exterior a
nós, conservador na sociedade e
liberal na economia. E por essa
ordem. Não me digo democrata-
cristão porque acho o conceito
demasiado ambíguo. É que,
normalmente, não me deixo
convencer por ideologias que vão da
esquerda (como na América Latina) à
direita (como na Alemanha) do
espectro político. Portanto, pelo
menos para mim, a questão da RTP
não é uma questão ideológica. Não é
um problema de falta de liberalismo
económico. O problema é outro: de
efectivo interesse nacional.
Sou contra a privatização da RTP, e
sou-o frontalmente. Sem rodeios,
sem vergonhas e sem medo de
incoerências, porque não as há. E isso
por uma razão que escapa, mais do
Sou contra a privatização da RTP, e
sou-o frontalmente. Sem rodeios,
sem vergonhas e sem medo de
incoerências, porque não as há. E isso
por uma razão que escapa, mais do
que seria aconselhável, aos policy-
makers portugueses: primazia do
interesse nacional sobre todos os
outros e, acima de tudo, sentido de
Estado. É que, desenganem-se os
leitores, as necessidades estratégicas
de Portugal e a sua relevância para o
nosso futuro colectivo são bem mais
importantes do que as coerências
políticas e doutrinárias que, cuja
importância, goste-se ou não, se
relativiza com as circunstâncias.
Se confio no Estado para liderar uma
empresa de comunicação social? De
maneira nenhuma. Não confio no
Estado para liderar empresas de
transportes, quanto mais empresas de
comunicação social. No entanto, não
é só isso que importa. Note-se isto:
Portugal é muito, muito mais, do que
os mercados, e o facto é que da RTP,
e, muito em especial, da RTP África,
comunicação social. No entanto, não
é só isso que importa. Note-se isto:
Portugal é muito, muito mais, do que
os mercados, e o facto é que da RTP,
e, muito em especial, da RTP África,
depende boa parte da nossa
diplomacia com o ex-Ultramar. Onde,
muitas vezes, não chega um MNE
demasiado ocupado e preocupado
com a Europa, chega sempre a RTP. É
ela que não deixa o espaço euro-afro-
atlântico português diluir-se e perder
o seu sentido de comunhão e de
História comum. E fá-lo todos os dias
do ano, independentemente do
tempo e das crises europeias que
distraem a diplomacia portuguesa.
Há, de facto, que compreender que,
presentemente – e desde a sua
fundação – a CPLP é uma organização
fantasma, incapaz de gerar entre os
seus estados-membros e, mais
importante que isso, entre as
populações dos seus estados-
membros qualquer tipo de
sentimento de proximidade. Assim
sendo, o mais próximo de um
importante que isso, entre as
populações dos seus estados-
membros qualquer tipo de sentimento
de proximidade. Assim sendo, o mais
próximo de um guardião do legado de
500 anos de projecto nacional
ultramarino - isso no tempo em que
tínhamos um desígnio nacional -, é,
precisamente, a RTP. E isso, essa
preocupação constante com a defesa
da História, traz vantagens: para além
da possibilidade de avançarmos,
futuramente, para a criação de uma
organização de cariz político e
económico com esses países,
proximidade cultural significa
proximidade política, e proximidade
política significa proximidade
económica. Também aí, no que toca à
captação de investimentos
estrangeiros cá e de investimentos
portugueses lá, uma RTP pública, nas
mãos do Estado e com uma
programação que assegure a
manutenção de um espaço cultural
português, pode ser-nos muito útil.
Mas há mais: com o mercado
publicitário em queda acentuada
desde meados de 2000, mais um canal
generalista poderá ter efeitos
perniciosos sobre ele. De facto, e nem
é necessário lembrar que estamos
num período de recessão económica,
mais canais generalistas levarão,
seguramente, a uma queda dos preços
de publicidade que não afectará
apenas as televisões, mas também as
rádios nacionais e locais que, se agora
enfrentam enormes dificuldades,
passarão, em muitos casos, a
enfrentar, e bem de perto, o fantasma
da falência. É esse o corolário natural
da irresponsabilidade: um grave
acréscimo de dificuldades para
privados para, em troca, se
conseguirem poupanças pouco
significativas para o Estado.
Em último lugar (e por essa ordem de
importância), aparece o problema da
privados para, em troca, se
conseguirem poupanças pouco
significativas para o Estado.
Em último lugar (e por essa ordem
de importância), aparece o problema
da inexistência de alternativa ao
estilo brejeiro e, vão perdoar-me a
expressão, absolutamente medíocre
das duas estações privadas. Não há
opção para um público que, não
sendo, certamente, maioritário em
Portugal, não merece ver-se
escorraçado ao ponto de ser deixado
sem nada para ver. É que, espantem-
se os mais elitistas, há quem
veja na RTP, e neste caso a
atenção vai para a RTP 2, a
única possibilidade de ver
televisão no domingo à noite sem
ter de levar com programas sobre as
aventuras africanas do Esquadrão
dos Inúteis ou sobre a gloriosa luta
de um grupo de indivíduos para
perderem metade do seu peso.
Por todas estas razões e mais
algumas, sou, por mais que me
custe, obrigado pela Razão e pela
consciência, a controlar o meu
impulso liberal no que toca à RTP. É
que, apesar de tudo, prefiro que o
Estado perca 13 milhões de euros
anualmente mas assegure uma
alternativa à programação
estupidificante da SIC e da TVI, evite
uma crise grave nos media que, sem
mercado que chegue para 2 estações
generalistas, dificilmente aguentará
sem problemas sérios uma terceira,
e que, acima de tudo, não se esqueça
da CPLP. Compreenda-se bem este
ponto: não é só a proximidade
política e cultural geradora de
investimentos que está em causa. É
também o nosso legado histórico, a
nossa obra-prima civilizacional, que
consubstanciado no mundo
português enquanto união cultural e,
principalmente, linguística, poderá
afirmar-se como o fermento de um
televisão no domingo à noite sem ter
de levar com programas sobre as
aventuras africanas do Esquadrão
dos Inúteis ou sobre a gloriosa luta
de um grupo de indivíduos para
perderem metade do seu peso.
Por todas estas razões e mais
algumas, sou, por mais que me
custe, obrigado pela Razão e pela
consciência, a controlar o meu
impulso liberal no que toca à RTP. É
que, apesar de tudo, prefiro que o
Estado perca 13 milhões de euros
anualmente mas assegure uma
alternativa à programação
estupidificante da SIC e da TVI, evite
uma crise grave nos media que, sem
mercado que chegue para 2
estações generalistas, dificilmente
aguentará sem problemas sérios
uma terceira, e que, acima de tudo,
não se esqueça da CPLP.
Compreenda-se bem este ponto:
não é só a proximidade política e
cultural geradora de investimentos
que está em causa. É também o
nosso legado histórico, a nossa
obra-prima civilizacional, que
consubstanciado nomundo
português enquanto união cultural
e, principalmente, linguística,
poderá afirmar-se como o fermento
de um novo projecto nacional extra-
europeu, virado para onde Portugal
se virou sempre que foi grande: o
mar, como fim e como meio. Para
isso, a coesão linguística, que
depende, em boa parte da RTP, será
determinante. E para isto, será
necessário olhar mais para aquilo
que é, verdadeiramente, interesse
nacional do que para aquilo que não
passa de um objectivo imediato sem
visão de futuro.
Uma questão de princípio
«Ou se define um rumo claro com vista a
uma efectiva mudança de paradigma e não
se sai dele, ou manteremos a "mesmice"
de sempre, sejam os decisores “socretinos”
ou não.»
Chamem-lhe fundamentalismo,
princípios, ideologia, o que
quiserem. Mas ou se define um rumo
claro com vista a uma efectiva
mudança de paradigma e não se sai
dele, ou manteremos a “mesmice”
de sempre, sejam os decisores
“socretinos” ou não. No caso da RTP,
o “fundamentalismo” é de princípio
e também financeiro.
Questão de princípio: o Estado não
deve ter qualquer posição na
comunicação social, ponto! Isto quer
dizer que deverá sair quanto antes
da RTP, da RDP e da Lusa. E sair
significa isso mesmo, desfazer-se de
tudo até à última acção e não vender
apenas um canal. Conceitos como
“serviço público”, “arquivos”, “canais
internacionais ou regionais”, não
passam de eufemismos para
tudo até à última acção e não vender
apenas um canal. Conceitos como
“serviço público”, “arquivos”, “canais
internacionais ou regionais”, não
passam de eufemismos para
justificar uma drenagem brutal de
recursos que dura há décadas e que
vai extorquindo o contribuinte de
todo o país em favor de uma clique
de pouco mais de 2.000 pessoas, por
sinal muito bem remunerada a todos
os níveis.
Questão financeira: a RTP vive há
longos anos do erário público (sendo
totalmente indiferente se o dinheiro
que recebe é via indemnizações
compensatórias ou via taxas de
audiovisual) e é imoral que seja, de
longe, a empresa pública que mais
dinheiro sugue aos contribuintes,
mais que os conhecidos e também
eternos sorvedouros da CP, da
Carris, do STCP ou dos Metros, mas
que prestam um efectivo serviço
social. Ou seja, se a RTP
mais que os conhecidos e também
eternos sorvedouros da CP, da
Carris, do STCP ou dos Metros, mas
que prestam um efectivo serviço
social. Ou seja, se a RTP
desaparecer, ninguém lhe sentirá
grandemente a falta; o mesmo não
se diga porém das empresas de
transporte público, cuja falta
coarctaria a mobilidade a milhares
de pessoas.
Mas vamos então aos números, para
testar as nossas contas. Em 2010, a
RTP, tendo embora apresentado um
resultado positivo de 15 milhões de
euros (vd. Relatório e Contas de
2010), custou aos contribuintes a
bonita soma de 334,4 milhões, assim
repartidos:
121 milhões de indemnizações
compensatórias;
109,6 milhões da famigerada
contribuição para o audiovisual,
incluída nos recibos da EDP;
120,3 milhões de dotação de
compensatórias;
109,6 milhões da famigerada
contribuição para o audiovisual,
incluída nos recibos da EDP;
120,3 milhões de dotação de
capital;
15,1 milhões de resultado positivo
e 1,4 milhões de impostos
pagos, que deduzem
marginalmente às centenas de
milhões supra referidas.
Foi um ano bom ou mau? Na óptica
do contribuinte, foi pior que a média
dos últimos 10 anos em que todos
nós pagámos anualmente qualquer
coisa como 324,6 milhões. É
totalmente irrelevante que a
empresa liberte “cash flow
operacional”, pois esse jamais será
superior aos subsídios e taxas de
audiovisual, que constituem 75% dos
seus proveitos operacionais. Mas
pior do que isso, a RTP é e tem sido
uma empresa que, em termos
económicos, destrói valor, com um
contributo para o PIB (valor
acrescentado) sistematicamente
negativo, à média anual de 100,8
milhões nos últimos 10 anos (87,7
milhões em 2010). Julgo ser
impossível encontrar em Portugal
pior exemplo de parasitismo e rent-
seeking.
O passivo da RTP é de facto
horrendo (932,8 milhões, quase o
triplo do seu “importante activo”) e
isso torna desaconselhável a sua
liquidação, pois o Estado teria de
cobrir quase 600 milhões de euros,
que é a quanto ascende o valor
negativo dos seus capitais próprios.
Mas não obsta à sua privatização,
com todos os ónus e encargos,
através de concurso público
internacional e com base de licitação
de… 1 Euro. Este valor ou superior,
Mas não obsta à sua privatização,
com todos os ónus e encargos,
através de concurso público
internacional e com base de licitação
de… 1 Euro. Este valor ou superior,
constitui um excelente negócio para
o Estado. E se Balsemão e Pais do
Amaral manifestam tamanha
preocupação é porque sabem que há
interessados…
Numa perspectiva política, é óbvio
que existe um racional por parte do
governo em não privatizar a RTP.
Não só abdicaria de um importante
instrumento de propaganda, como
teria definitivamente contra si a SIC
e a TVI em contínua campanha de
desgaste. Daí que, não sendo
embora muito ligado a simbolismos,
considero que a privatização total da
RTP deveria constituir a primeira –
que não a única – medida simbólica
do governo. Porque transmitiria 3
mensagens fundamentais: uma clara
mudança de
paradigma, focalizando-se na
redução da despesa e começando
por um valor que se visse e sentisse,
não por esta ridicularia; o fim de
uma actividade tipicamente
parasitária do sector não
transaccionável; mostraria coragem
– muitos diriam que suicidária, mas
que define os estadistas – de
afrontar claramente os lobbies e
corporações dominantes.
Optar pela mesmice empobrecedora
do aumento de impostos e manter a
delapidação e parasitagem da RTP, é
algo de escabroso, uma total falta de
respeito a quem produz alguma
coisa neste país.
que não a única – medida simbólica
do governo. Porque transmitiria
três mensagens fundamentais:
uma clara mudança de paradigma,
focalizando-se na redução da
despesa e começando por um valor
que se visse e sentisse, não por esta
ridicularia; o fim de uma actividade
tipicamente parasitária do sector
não transaccionável; mostraria
coragem – muitos diriam que
suicidária, mas que define os
estadistas – de afrontar claramente
os lobbies e corporações dominantes.
Optar pela “mesmice” empobrece-
dora do aumento de impostos
e manter a delapidação e
parasitagem da RTP, é algo de
escabroso, uma total falta de
respeito a quem produz alguma
coisa neste país.
dominantes.
Optar pela “mesmisse”
empobrecedora do aumento de
impostos e manter a delapidação e
parasitagem da RTP, é algo de
escabroso, uma total falta de respeito
a quem produz alguma coisa neste
país.
No Programa de Governo PSD/CDS
é proposta a reestruturação do
Grupo RTP, com vista à privatização
de um dos canais de sinal aberto,
mantendo o Estado a sua função de
serviço público através do outro
canal e da RTP Internacional e da
RTP África. Assim, o Programa de
Governo refere expressamente que:
«O Estado deve repensar o seu
posicionamento no sector da
Comunicação Social, enquanto
operador, tanto ao nível do Grupo RTP
como da Lusa. Para tal deverá
igualmente proceder-se a uma
definição de serviço público que
inclua, entre outras realidades, a
administração e gestão do acervo de
memória.
O Grupo RTP deverá ser reestruturado
de maneira a obter-se a uma forte
contenção de custos operacionais já
em 2012 criando, assim, condições
tanto para a redução significativa do
esforço financeiro dos contribuintes
quanto para o processo de
privatização. Este incluirá a
privatização de um dos canais
públicos a ser concretizada opor-
tunamente e em modelo a definir face
às condições de mercado. O outro
canal, assim como o acervo de
memória, a RTP Internacional e a RTP
África serão essencialmente
orientados para assegurar o serviço
público.»
O que diz o Governo?
Reestruturação da RTP
é para avançar.
É SÓ MAIS UM COMEÇO? Não. Há algo de diferente e apelativo neste novo
Governo. Independentemente das emoções e
renovadas esperanças que todos os inícios trazem, a
característica sem antecedentes de um Presidente, um
Governo e uma maioria de direita (ok, uns mais do que
outros…) faz com que surja um sentimento de
estabilidade ao nível político que Portugal há muito
tempo reclama. É óbvio que o desejo desesperante de
ver Sócrates pelas costas era enorme mas isso só não
justifica a vitória do PSD e o crescimento do CDS.
Verdade seja dita, Pedro Passos Coelho deu também
um novo sentido de união ao partido e, com mais ou
menos destreza, manteve uma rectidão de ideias e
coerências que escasseiam por estas bandas. Já Paulo
Portas reafirmou o seu estatuto de “melhor político”
português com uma campanha, ainda que por vezes
demasiado populista, certeira a específicos grupos de
eleitores. Mas a curiosidade reside mesmo no novo
Governo.
Dos presumíveis futuros ministros, só a indicação de
Paulo Portas para a pasta dos Negócios Estrangeiros
contrariou a enorme surpresa dos restantes nomes.
Dos desconhecidos Álvaro Santos Pereira e Vítor
Gaspar aos improváveis Paulo Macedo e Nuno Crato,
este novo executivo passa uma imagem de capacidade
técnica e comprometimento com uma gestão rigorosa.
Em relação ao novo Ministro da Economia todos
esperamos que consiga mais do que um bom blogue e
livros pertinentes, e do Ministro de Estado e das
Finanças a sua experiência e vasto conhecimento da
família da União Europeia para colocar as contas
públicas ao nível de um verdadeiro país desenvolvido e
comprometido com as gerações futuras. Não escondo
a satisfação pessoal pelas indicações para a Saúde e a
Educação/Ensino Superior: se Paulo Macedo é um
verdadeiro gestor e o homem certo para acabar de vez
com o desperdício do sector, Nuno Crato é por si só
uma inteligência natural com um sentido objectivo
públicas ao nível de um verdadeiro país desenvolvido e
comprometido com as gerações futuras. Não escondo
a satisfação pessoal pelas indicações para a Saúde e a
Educação/Ensino Superior: se Paulo Macedo é um
verdadeiro gestor e o homem certo para acabar de vez
com o desperdício do sector, Nuno Crato é por si só
uma inteligência natural com um sentido objectivo
muito claro sobre a prioridade da promoção do mérito,
da disciplina e da autoridade.
A curiosidade centra-se também nos restantes dois
nomes do CDS: Assunção Cristas, na mega pasta da
Agricultura, terá muito mais a provar do que
simplesmente gerir apoios comunitários pois carrega
consigo uma bandeira do partido e terá à sua espera
uma avaliação dura dos mais atentos, já Pedro Mota
Soares vai caminhar em solo que domina e a sua forma
de estar humilde, justa e descomplexada é o melhor
que podia acontecer no Ministério da Segurança
Social. Embora Mota Soares vá ficar
inquestionavelmente mais exposto que Assunção
Cristas, será interessante seguir o percurso destes
“jovens” que personificam muito a nova geração de
políticos portugueses.
Dos Ministros PSD não escondo algumas reticências
salvo no nome de Paula Teixeira da Cruz na Justiça e o
de Miguel Relvas nos Assuntos Parlamentares. Aguiar
Branco e Miguel Macedo, respectivamente Ministro da
Defesa e Ministro da Administração Interna, sabem a
insosso: se o primeiro não se percebe muito bem
porque foi lá parar a não ser pelo comprometimento
prévio de Passos Coelho em envolver os seus antigos
opositores, do segundo espera-se que não seja mais
um caso de bom parlamentar desperdiçado para uma
área em que havia mais nomes que agradariam as
forças de segurança e, certamente, têm um trabalho
político de campo já de vários anos.
Até ao final do ano, Portugal vai ter de implementar
um vasto conjunto de medidas acordadas com as
“
opositores, do segundo espera-se que não seja mais
um caso de bom parlamentar desperdiçado para uma
área em que havia mais nomes que agradariam as
forças de segurança e, certamente, têm um trabalho
político de campo já de vários anos.
Até ao final do ano, Portugal vai ter de implementar
um vasto conjunto de medidas acordadas com as
instâncias profissionais. Até ao final do ano, Portugal
vai conhecer reformas que há muitos anos deveriam
ter sido implementadas para provocar as necessárias
desigualdades (sublinho, desigualdades) entre quem
quer trabalhar e quem prefere dormir todo o dia, entre
quem quer estudar e quem destrói a escola, entre
quem precisa de uma ajuda vital para vencer e quem
gasta sem um pingo de vergonha os impostos de todos
nós. Uma sociedade justa é aquela em que não me
nega o direito à felicidade pelas minhas conquistas e o
meu esforço. É agora ou nunca.
ENTENDER O COMÉRCIO INTERNACIONAL
Um dos principais responsáveis para o
desenvolvimento global e interdependência do mundo
moderno foi conseguido graças ao crescimento e
evolução das trocas comerciais internacionais, onde
aos poucos foi deixando cair o sistema que assentava
num mundo de completa autarcia, onde os países
deveriam ser capazes de se auto-sustentar utilizando
apenas os seus próprios recursos.
Na origem do estudo desta actividade de trocas
comerciais e interpretação dos seus mecanismos
internacionais esteve David Ricardo, que ao analisar as
relações comerciais, desenvolveu a teoria das
vantagens comparativas. Assim, David Ricardo
demonstrou através de uma pequena matriz que o
comércio entre dois países sairia bastante reforçado ao
nível das quantidades produzidas e consumidas, caso
nas relações económicas entre dois países, cada um
deles se especializasse naquilo que comparativamente
teria maior vantagem na sua produção.
Para melhor explicar o seu ponto de vista, o autor
demonstrou um exemplo no seu livro “The Principles of
Political Economy and Taxation” que o comércio
internacional entre Portugal e Inglaterra sairia
largamente beneficiado quando Portugal se
especializasse na produção de vinho e Inglaterra se
especializasse na produção de tecidos. Embora
comparativamente a Inglaterra, Portugal tivesse uma
vantagem absoluta na produção de ambos os bens ao
especializar-se no bem que necessitaria de aplicar
menos recursos – neste caso o vinho – a Inglaterra
poderia especializar-se na produção de tecidos. No
decurso desta situação a globalidade dos agentes
beneficiariam uma vez que os produtores
aumentariam as quantidades capazes de ser
produzidas, trabalhando em economias de escala, e
por seu lado os consumidores viam os preços dos
produtos descer e consequentemente ficariam com
maior capacidade para os adquirir aumentando
consideravelmente o seu nível de vida.
Assim, todos os países ganhariam quando existe uma
liberdade de comércio. No entanto uma das criticas
especializar-se no bem que necessitaria de aplicar
menos recursos – neste caso o vinho – a Inglaterra
poderia especializar-se na produção de tecidos. No
decurso desta situação a globalidade dos agentes
beneficiariam uma vez que os produtores
aumentariam as quantidades capazes de ser
produzidas, trabalhando em economias de escala, e
por seu lado os consumidores viam os preços dos
produtos descer e consequentemente ficariam com
maior capacidade para os adquirir aumentando
consideravelmente o seu nível de vida.
Assim, todos os países ganhariam quando existe uma
liberdade de comércio. No entanto uma das criticas
que lhe é apresentada, é que apenas para alguns
agentes económicos, poderia haver lugar a uma
redução do seu rendimento onde beneficiariam mais
com restrições ao comércio em detrimento da
melhoria das condições de vida do consumidor, o que
dá origem a grupos de pressão tentando-se defender
do “inimigo internacional” e aludindo ao
“proteccionismo” que é uma politica que tenta
proteger as indústrias nacionais das importações
colocando entraves como taxas alfandegárias e quotas
de importação.
Embora seja uma teoria que também seja criticada por
ser limitada por não tentar identificar as diferenças
existentes entre as diferenças de produtividade entre
países nem compreender as suas razões, serviu e
continua a servir de base para o desenvolvimento teses
de autores actuais que estudam o comércio
internacional.
Assim, a teoria das vantagens comparativas apesar das
suas limitações hoje é uma das verdades mais
profundas de toda a economia onde um país que não
as respeite paga um preço elevado em termos de
níveis de vida e de crescimento económico.
continua a servir de base para o desenvolvimento teses
de autores actuais que estudam o comércio
internacional.
Assim, a teoria das vantagens comparativas apesar das
suas limitações hoje é uma das verdades mais
profundas de toda a economia onde um país que não
as respeite paga um preço elevado em termos de
níveis de vida e de crescimento económico.
“
ENTENDER O COMÉRCIO INTENACIONAL
Desemprego jovem, jovens desempregados. “O
desemprego subiu” (…) “formam-se filas nos centros
de emprego” (…); mais disto, mais daquilo e nada é
explicado e a única coisa que ficamos a saber é que
os desempregados são cada vez mais e pronto,
ficamos por aí. O que é certo é que subiu mesmo e
que a maior parte dos desempregados são os jovens
e muitos licenciados; sim, os jovens, aqueles que
todos dizem “ah e tal são o futuro do país” são os
que hoje não têm emprego e que provavelmente no
próximo mês também não vão ter, são aqueles que
entregam currículo atrás de currículo, vão a
entrevista atrás de entrevista e saem de lá com
menos dinheiro no bolso culpa das fotocópias e dos
transportes e com mais uma pena arrancada da asa
que os seus queridos pais lhes derem para um dia
voarem alto.
É esta a realidade em que vivemos e depois há quem
se aproveite disso como uma certa marca de um
produto que não interessa que faz um anúncio “ai,
vamos combater a crise, toca a arranjar um
emprego de verão” quando depois de uma pessoa
realmente se informar vai parar a nada mais nada
menos que a um de muitos sites de procura de
emprego. É caso para dizer “meus senhores, até á
parte em que temos de procurar já todos tínhamos
chegado”! Também se criam redes sociais para
ajudar a procura de emprego mas uma coisa é certa
emprego há mas acontece quase sempre o mesmo,
ou os requisitos são no mínimo estranhos, ou não se
chega a uma 2ª entrevista ou então o cargo para o
qual nos candidatamos no dia da entrevista é outro
completamente diferente e tentam-nos convencer
emprego. É caso para dizer “meus senhores, até á
parte em que temos de procurar já todos tínhamos
chegado”! Também se criam redes sociais para
ajudar a procura de emprego mas uma coisa é certa
emprego há mas acontece quase sempre o mesmo,
ou os requisitos são no mínimo estranhos, ou não se
chega a uma 2ª entrevista ou então o cargo para o
qual nos candidatamos no dia da entrevista é outro
completamente diferente e tentam-nos convencer
que é melhor com todo o tipo de conversa quando
não foi para aquilo que ali nos apresentamos. E
quanto a isto dos requisitos, não o digo sem
fundamento porque um dia estava também eu á
pesquisa de emprego e vi um anúncio já não me
lembro para que cargo em que pediam uma pessoa
com o 12ºano e que dominasse a língua inglesa,
francesa e … RUSSA! Das duas uma, ou procuravam
uma pessoa russa ou então alguém com
possibilidades que tenha aprendido russo num
centro de línguas, sinceramente cheguei ao fim e
fiquei sem perceber o que pretendiam realmente.
Depois não nos espantemos quando ouvimos
muitos jovens dizer “mais valia emigrar”!
No outro dia li que a Troika estima que só em 2016 o
desemprego deverá baixar a fasquia dos 10%. Será?
Eu tenho as minhas dúvidas assim como muitos a
quem perguntei. Acho que já ninguém acredita
numa grande mudança e se esta existir será para
estagnar.
Para finalizar fica um conselho retirado de um
famoso poster produzido na Segunda Guerra
Mundial: “Mantenham a calma e sigam em frente!”.
OS JOVENS E O DESEMPREGO
desemprego deverá baixar a fasquia dos 10%. Será?
Eu tenho as minhas dúvidas assim como muitos a
quem perguntei. Acho que já ninguém acredita
numa grande mudança e se esta existir será para
estagnar.
Para finalizar fica um conselho retirado de um
famoso poster produzido na Segunda Guerra
Mundial: “Mantenham a calma e sigam em frente!”.
“