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    UNIVERSIDADE DO PORTO Faculdade de Cincias de Desporto e de Educao Fsica

    O JOGO E O JOGADOR DEPOLO AQUTICO PORTUGUS Estudo das exigncias do jogo e das caractersticas morfo-

    Juncionais do jogador

    Jos Pedro Sarmento de Rebocho Lopes1994

    Dissertao apresentada s provas de doutoramento no ramo

    de Cincias do Desporto, especialidade de Treino Desportivo,nos termos do Art9. 6, n9 2. alnea c. do Decreto-Lei n9 388/70de 18 de Agosto

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    Raquel,

    Mariana, Catarina

    e ao Joo Pedro.

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    AGRADECIMENTOS

    Ao Prof. Doutor Jos Manuel Soares, pela forma como soube

    gerir a elaborao deste trabalho, respeitando todas asdificuldades e nunca permit indo que o desn imo o

    bloqueasse.Ao Prof. Doutor Jorge Bento, pela consolidao edesenvolvimento do prestgio da FCDEF, no seio d auniversidade, da cidade, do pais e do mundo.

    Ao Prof. Doutor Antnio Marques, pelo esforo desenvolvido

    na gesto da faculdade e pelo cuidado e preocupao quesempre demonstrou por mim.

    Ao Prof. Doutor Jos Maia pela amizade e disponibilidadeque sempre revelou ao longo dos anos. Prof. Doutora Eunice Lebre e aos Pof. Doutores Joo Paulo

    Vilas Boas, Jos Alberto Duarte e Jorge Mota, pelo empenho

    e amizade que sempre dedicaram, no s ao presen tetrabalho, como a mim prprio.Aos meus colegas Paulo Santos, Manuel Antnio Janeira,

    Andr Costa, Jos Virglio e Jos Oliveira, pelo constanteapoio e muita amizade que sempre me dedicaram.Aos meus amigos Luis Borga. Assuno Pinto, LuisMagalhes e Armando Vilas Boas, sem os quais no teria

    sido capaz de completar esta tarefa.A todos os jogadores que colaboraram na realizao desteestudo.Aos funcionrios do gabinete de audio-visuais da FCDEF-UP. minha Me, ao meu Pai e aos meus Avs Isaura, Toninha,Alfredo e Paulo, por tudo o que me proporcionaram.

    Aos meus Sogros por todas as facilidades que me

    concederam ao longo da realizao deste trabalho.

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    Indice:

    I - Introduo 10

    ET - O jogo de polo aqutico em Portugal 171. A es trutura funcional do polo aqutico 18

    1.1. Caracterizao do esforo 19

    2. Indicadores de tempo e movimento 2 23. Material e mtodos 2 9

    3.1. Procedimentos estatsticos 3 24. Resultados 33

    4.1. Metros na dados e intensidade dos esforos 3 34.2. Durao dos esforos 3 5

    4.3. Velocidades de nado 3 7

    4.4. Categorizao dos esforos por nmero de metros

    nadados 384.5. Categorizao dos esforos pela sua durao 4 1

    4.6. Categorizao dos esforos pelas velocidades denado 44

    5. Discusso dos resultados 4 65.1. Metros nad ados 5 05.2. Durao dos esforos 6 0

    5.3. Velocidades de nado 6 3

    Hl - O jogador portugus de polo aqutico 6 71. Caracterizao das exigncias morfo-funcionais

    do jogador de polo aqut ico portugus 6 8

    1.1. Indicadores somticos 7 01.2. Indicadores motores 7 5

    1.2.1. A resistncia e a velocidade 7 5

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    3.3.2.3. Fora resis tente 1313.3.3. Flexibilidade 134

    3.4. Indicadores tcnicos especficos 13 7

    3.4.1 Jogadores guarda-redes 1373.4.2. Jogadores no guarda-redes 137

    4. Discusso dos resultados 1394.1. Indicadores fisiolgicos 14 04.2. Indicadores somticos 1464.3. Indicadores motores 152

    4.3.1. Resistncia e velocidade 15 3

    4.3.2. Fora 1554.3.3. Flexibilidade 1584.3 .4. Indicadores tcnicos 160

    IV - Concluses 163

    V - Sugestes para o treino de polo aqutico 1681. Desenvolvimento da resis tncia e da velocidade 1692. Desenvolvimento da fora 1713. Desenvolvimento da flexibilidade 17 34. Desenvolvimento da tcn ica 1745. Especializao do treino por posies 1756. Condicionalismos tcticos 175

    VI- Bibliografia 178

    VII - Anexos 203

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    I. Introduo

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    Introduo

    1. Introduo

    O constante desejo de promover o conhecimento sobre o

    esforo desenvolvido pelos atletas nas diversas modalidadesdesportivas e a rentabilizao do processo de treinodesportivo, tem exigido um estudo exaustivo de cadamodalidade, no sentido de possibilitar a discriminao dasrelaes existentes entre a optimizao do processo detreino e a obteno de resultados desportivos de alto nvel(Franks e Goodman, 1986).

    O facto dos jogos desportivos colectivos (JDC) no selimitarem aco de um s elemento, mas sim int erli ga o e int erd ep en dn cia de um conjunto deindivduos, mais ou menos numeroso, com facetascomplementares, dependentes e antagnicas, transforma osestudos nesta rea em tarefas de grande complexidade(Marques, 1990).

    O rendimento nos JDC no depende exclusivamente dasca ra ct er s t i ca s morfo-funcionais dos jogadores , doscons t rangimentos ( regulamentares , f s icos , tcnicos ,tcticos, etc,) impostos pela estrutura de cada modalidade,ou das metodologias de desenvolvimento, consolidao emanuteno das di ferentes apt ides e habi l idades

    necessrias, mas sim do modo contnuo e multivariadocomo estes pressupostos se conjugam na concretizao da"performance" desportiva (Bale, 1986).

    Nesta perspectiva, os JDC, que pela sua estrutura implicamdivises de tarefas por todos os membros das equipas e

    pe la s di ve rs as fases do jogo, tr an sfo rma m-s e emmodalidades onde a alternncia entre os perodos de

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    Introduo

    trabalho e de recuperao, se assume como factorfundamental da sua estruturao (Kunstlinger et ai., 1987).As modalidades acclicas so caracterizadas, como

    actividades no contnuas, em que os perodos de esforo(deslocamentos, aces tcnicas, etc.) e de recuperao seencadeiam de uma forma aleatria com momentos de totalou parcial inactividade, sem a existncia de uma qualquerrelao fixa entre o grau de intensidade dos esforosdesenvolvidos e a durao dos perodos de recuperao(Delamarche et ai., 1987). Assim, a no previsibilidade doencadeamento dos esforos, constitui-se como uma dasmaiores dificuldades na investigao em JDC (Soares,1988).Do ponto de vista energtico, a predominncia metablicado esforo nos JDC , provavelmente, aerbia, associada

    participao do metabolismo anaerbio, dada a acumulao

    dos efeitos de diferentes tipos de esforos entrecortados por fases variveis de recuperao activa e/ou passiva,completa e/ou incompleta (Rochcongar et ai. 1980;Ekblom, 1986; Delamarche et ai., 1987; Kunstlinger et ai.,1987; Viitasalo et ai., 1987).

    Podemos, portanto, compreender a importncia darelao entre a intensidade e a durao dos perodos de

    trabalho e de recuperao, na caracterizao dos esforosintermitentes (El), sendo mesmo possvel a sua diviso emEl de curta e de longa durao, de acordo com a relaoentre os perodos de trabalho e os de recuperao (Soares,1988).A metodologia do treino considerada como uma disciplinada "Cincia" do Desporto, est profundamente relacionadanos seus princpios e categorias com a Pedagogia e a

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    Introduo

    Biologia e pretende compreender e controlar o processo demaximizao dos comportamentos fsicos e psicolgicos doser humano (Marques, 1990). Neste sentido, osinvestigadores desta rea do conhecimento tm dirigidomais a sua ateno na analise, prognose e planeamento da

    prestao dos atletas das diversas modalidades desportivastanto no treino, como na competio.A racionalizao e melhoria do processo de rendimentodesportivo, passa pela construo de modelos com base em

    bancos de dados de informaes mltiplas sobre o percurso, evoluo e prestao dos atletas de alto nvel e pelo aperfeioamento das metodologias de interveno nascapacidades motoras e tcnicas.Reconhece-se na teoria e metodologia do treino desportivo,que a forma mais adequada para desenvolver os requisitosexigidos pela competio nos JDC a reproduo

    sistemtica, em treino, dos esforos executados emsituao de jogo (Matviev, 1977; Britto, 1986; Delamarcheet ai., 1987; Pinnington et ai., 1988; Dennerlein, 1989;Petric, 1991; Smith, 1991). Esta concepo baseia-se no

    pressuposto do jogo ser um todo indivisvel, ondeinteragem diversos factores, utilizados de forma integrada

    pelos jogadores, no s no que diz respeito s capacidadesfuncionais, coordenativas e psquicas como s habilidadestcnico/tcticas. Torna-se assim crucial conhecer aactividade dos atletas durante os JDC em todas as suasvertentes; (i) tempo/movimento (Franks et ai., 1986;Paterson e Goodman, 1986; Petric, 1991; Smith, 1991),(ii) fisiolgicas (Jacobs, 1986; Bergeron et al. , 1991;

    Hohmann et al. 1991), (iii) psicolgicas (Horsley, 1986;Leonard e Ucha, 1987) e (iv) biomecnicas (Clarys e

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    Introduo

    Lewillie, 1970; Clarys et ai., 1973; Whiting et ai., 1985);isto com o objectivo de de te rmi na r o mai or nme ro

    possvel de parmetros que permitam caracterizar o tipo de

    esforo desenvolvido por cada atleta em cada modalidade(Aguado e Riera, 1989; Zhelyazkov et ai., 1986; Pinnington,et ai., 1988; Petric, 1991; Smith, 1991).O polo aqutico, atravessou um longo perodo deinactividade desportiva no nosso pas (Sarmento, 1987;Smith, 1989), suscitando, por isso, carncias acrescidasquando se perspectiva tentar atenuar o atraso acumulado aolongo dos anos. Para isso, temos que conhecer dados que permitam evidenciar os aspectos fsicos, motores, tcnicose tcticos relativamente aos quais urge adequar os nveisap re se nt ad os pelo actual jogo e jogadores po rt ug ue se s.

    Neste sentido, o conhecimento do nmero de metrosnadados, do nmero de aces tcnicas e tcticas

    executadas, do tempo gasto em cada uma delas, dain tensi dade a que so executadas pelos jogadores nas su as

    posies especficas, so verificaes de grandeimportncia para a melhoria do nvel de jogo (Zhelyazkov etai., 1986; Aguado e Riera, 1989; Petric, 19 91 ; Smith,1991).

    A re co lh a dos pa r metros ligados com o jogo pode serempreendida mediante a realizao de estudos no terreno,em si tua o real de jogo, ou em laboratrio, pela aplicaode protocolos de esforo previamente definidos.Apesar de atribuirmos aos estudos em situao real de jogouma maior relevncia prtica, no podemos negligenciaralgumas dificuldades associadas sua operacionalizao,

    especialmente relacionadas com a monitorizao do atleta.Destaque-se a possvel inibio dos atletas, as dificuldades

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    Introduo

    impostas pela confrontao fsica, pelo suor, pela gua (nasmodalidades aquticas) e a determinao dos momentos derecolha das amostras. Em contrapartida, os estudos

    laboratoriais, embora previsivelmente mais afastados darealidade, possuem vantagens, nomeadamente relativas aocontrolo mais rigoroso das diferentes variveis em anlise,de que so exemplo a determinao da frequncia card aca(FC), do consumo de oxignio (VO2), do limiar anaerbio,da concentrao do lactato sanguneo, e do glicogniomuscular (Ishiko, 1967; Astrand e Rodahl, 1977; Brooks eFahey, 1985).

    Mas o que caracteriza o esforo dentro de cada modalidade a forma como este se apresenta, no tanto quanto aosaspectos de intensidade e durao, ma s funda mentalmen te

    pelo modo como estes se articulam com os perodos dere cu pe ra o (Soares, 1988). A forma como os esforos dos

    diversos nveis se encadeiam, tanto entre si, como com osdiversos t ipos de per odos de recuperao, cr iaencadeamentos perfeitamente caractersticos deste grupode modalidades, sendo em alguns casos possveldiscriminar especificidades para cada uma das diversasmodalidades. Neste sentido, os principais objectivos do presente estudo

    si tuaram-se nos mbitos descr i t ivo e comparat ivocentrados no jogo e no jogador:

    1- Determinar a es trutur a do jogo de polo aquticodesenvolvido pelas melhoras equipas nacionaisrelativamente aos seguintes indicadores:

    (i) Metros nadados por jogo.(ii) Durao dos esforos.

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    Introduo

    (iii) Velocidades de nado.2- Comparar os resultados encontrados no presente

    estudo, com os dados disponveis na literatura sobre o

    jogo de alto nvel, por forma a detectar o sentido maiscorrecto para a evoluo do jogo praticado em Portugal.

    3- Es tu do descritivo dos ind icadores morfo-funcionaisdos jogadores portugueses de polo aqutico de altorendimento, que permitam estabelecer um prottiposomato-motor no domnio interactivo da estrutura

    /funo.

    4- Estudo das facetas descritivas do domnio morfo-funcional dos jogadores de polo aqutico por posioespecfica.

    5- Evidenciar as semelhanas ou diferenas entre aestrutura bsica da actividade das duas posiesobservadas ("pivot" e lateral esquerdo).

    6- Elaborar, com base nos resultados encontrados, umconjunto de recomendaes de ordem metodolgica

    para o treino de polo aqutico em Portugal.

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    II. O jogo de polo aqutico

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    1. A estrutura funcional do polo aqutico

    A estrutura do polo aqutico reveste-se de uma grandecomplexidade, onde a interl igao, dependncia ehierarquizao das diversas dimenses que o compem(motora, tcnica, tctica e psicolgica), definem os nveis ecaractersticas do prprio jogo.

    A criao de "modelos" que permitam predizer nveis derendimento da actividade humana obriga a anlises que pr es su pem o conhecimen to, por um lado, da s tarefas

    realizadas e, por outro, das caracters ticas do jogador quefavorecem o sucesso das mesmas (Maia, 1993).O estdio e o sentido da evoluo do jogo de polo aqutico funo dos nveis de desempenho alcanados pelas equipase jogadores de melhor nvel competitivo nas dimensesatrs referidas, transformando as exigncias funcionais do

    jogo de alto nvel em "modelos de jogo" a atingir por parte

    das equipas e jogadores de nveis competitivos inferiores.Sendo a estrutura dos JDC de grande complexidade devido interrelao dos mltiplos factores que neles intervm, o polo aqutico, pelo facto de se desenvolver no meioaqutico, onde as tcnicas de deslocamento se estabelecemfora das referncias tradicionais do deslocamento terrestre,agrava sobremaneira a dependncia relativa s dimensesmotora e tcnica.

    No entanto, esta excessiva interferncia, no desvaloriza aimportncia da dimenso tctica na estrutura de

    rendimento desta modal idade. Pelo contrr io , oscondicionalismos impostos pelo meio aqutico tornam-se

    num factor de superior interdependncia entre os

    membros da mesma equipa na consecuo dos objectivos

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    fundamentais do jogo: defender a prpria baliza e introduzira bola na baliza adversria.

    Perante a complexidade e a imprevisibilidade que envolve a

    di me ns o t ct ica do jogo, torna-se mai s simples a s u aabordagem atravs da relao que esta mantm com asou tr as dua s dimenses do jogo. uma vez que a est ru tu ra do

    jogo , de facto, una e indivisvel no seu todo, apenasdicotomizada para facilitar a compreenso e manipulao darealidade que o jogo e o treino.

    Neste sentido, a tctica, entendida como representao

    final de toda a estrutura tcnico/motora da actividade doatleta em jogo, a principal condicionante do rendimentodesportivo e, como tal, o seu estudo dever constituir-secomo um dos principais objectivos da investigao nos JDC.

    1.1. Caracterizao do esforo

    A principal caracterstica do esforo tpico dos JDC decorreda constante alternncia entre perodos de trabalho (dediversas intensidades) e perodos de recuperao (total ou

    parcial) e da forma aleatria como estes se sucedem emfuno da dinmica e estru tura que o jogo vai as sumindo.O facto do tipo e intensidade do trabalho desenvolvido emca da mome nt o n o coincidir para todos os jogadores damesma equipa, devido especializao e diviso das tarefas

    pelos membros de cada uma. inviabiliza uma caracterizaonica e homognea para todos os intervenientes. Sendoassim, o esforo desenvolvido por cada um depende daforma c omo o jogo se desenrola e da forma como cada

    jogador se envolve nas mltiplas tarefas do jogo, der ivando

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    directamente dos cons t rangimentos impostos pela

    aleatoriedade de um conjunto muito alargado de

    pressupostos condicionantes da actividade especfica de

    cada jogador.O grau de complexidade e de previsibilidade das tarefas

    depende da estrutura de cada modalidade, aumentando com

    o nmero de intervenientes, diviso das tarefas e dimenso

    do recinto em que o jogo se desenvolve.

    A caracterizao do esforo em modalidades acclicas, exige

    o recurso a indicadores, que nos permitam ficar de posse

    dos dados no s ligados ao atleta, mas tambm actividade

    que ele desenvolve em situao real de jogo. Os indicadores

    fisiolgicos, so aqueles que mais tm sido estudados

    (Soares. 1988).Em termos da globalidade da carga exigida, a capacidadeaerbia considerada nos JDC como um factor essencial

    para a melhoria da qualidade de desempenho dos atletas edo prprio jogo (Ekblom. 1986; Delamarche et ai., 1987). No entanto, a alternncia entre esforos de intensidadesdi ve rs as , exige tambm o re cu rs o siste mti co aometabolismo anaerbio, dependente da degradao dosfosfatos de al ta energia e da gliclise, corre spondendo es te smomentos s fases mais intensas e decisivas dos jogos

    (McArdle et ai.. 1986; Hollander et ai., 1993).Esta diversidade do tipo de esforos a que os atletas estosu je ito s no s JD C, assu me-se com o o factor ma iscaracterstico da actividade destes atletas, exigindo umaidntica diversidade na preparao do ponto de vista dascapacidades motoras, por forma a que estas possam ser

    adequadas, no apenas s especificidades de cada

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    modalidade, mas tambm, especificidade das tarefasacometidas a cada elemento da equipa.

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    2. Indicadores de tempo e movimento

    O crescente aumento do interesse pelos JDC tem motivadouma ateno cada vez maior dos investigadores pelaes tr ut ur a do comportamento dos jogadores em situao realde jogo (Reilly e Thomas, 1976; Docherty et ai., 1988;Petric, 1991; Rudic, 1993).

    A es tr ut ur a do comportamento do jogador entendida aq ui ,como a qu an ti da de e qualidade dos de sl oc am en to srealizados. A sua avaliao evidencia inmeras dificuldades

    operacionais face multiplicidade de variveis que estoem jogo e que na maior parte das situaes agem de formaint era cti va (Fran ks e Goodman, 1986). As a n l i s e sobjectivas e sistemticas do comportamento dos jogadores,em situao real de jogo, vieram permitir o conhecimentomais detalhado e preciso do nmero e tipo dosdes locamento s e aces desenvolvidas pelos jogado res . O

    enquadramento lgico-sistemtico deste conhecimento permitiu que em cada modalidade se viabilizasse, de umaforma mais eficiente, a conduo do processo de treinodirigido excelncia da "performance" competitiva.A ab or da ge m model izao do jogo teve por base adeterminao e descrio detalhada do modo como os

    jogado re s em si tu ao real de jogo ob ti nh am os golos(Cordn, 1979). Progressivamente, as preocupaes desistematizao do conhecimento foram permitindo anlisescada vez mais profundas e detalhadas de outros aspectos,como os fisiolgicos, os somticos e os tcnicos (Hollanderet ai.. 1993: Sardella et ai.. 1993).

    Inicialmente, as metodologias de anlise de tempo e

    movimento utilizadas baseavam-se apenas na visualizao

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    efectuada por um observador, mas com a utilizao dosregistos video e posterior tra ta men to com put ori za do,tornou-se possvel no s a descrio dos trajectos (Reilly e

    Thomas , 1976; Lacour e Chatard, 1984), ma s tambm aquant i f icao do nmero de metros percor r idos(Delamarche et ai.. 1987; Reilly e Thomas. 1979; Smaros.1980; Lokerman e Schulz. 1985; Lilley. 1982; Britto.1986; Aguado e Riera. 1989; Petric. 19 91 ; Ho hma nn .1991), do tempo gasto em cada deslocamento (Roattino ePoty. 1983, Handschuh et ai.. 1983; Colli e Faina, 19 85 ;

    Smit h, 1 991 ; Dyba, 1983). e. co ns eq ue nt em en t e, adeterminao das velocidades dos deslocamentos (Ekblom.1986; Aguado e Riera. 1989; Hohmann e Frase. 1991).A validade deste tipo de dados pode. no en ta nt o, se rcondicionada por um conjunto muito vasto de factorescomo: (i) a grande variedade de tcnicas de observao eregisto; (ii) as diferenas entre os protocolos de observao;

    (iii) a heterogeneidade dos nveis de jogos e jogadoresobs ervad os ; (iv) as diferenas de tr ab al ho desenvo lvido

    pelos jogadores das diversas posies especficas; (v) pelasmodificaes de ordem tctica efectuadas durante os jogosobservados (Van Gool et ai.. 1988; Silva 1988; Johnson eFr an ks . 1991). No en tanto, este conjunto de info rmaes

    tornou possvel, ainda que de forma indirecta, mas comelevado grau de concordncia, a definio de nveis dein tens idade para as diversas aces do jogo (Lilley. 1982 ;Lokermann e Schulz. 1985; Aguado e Riera. 1989; Bangsboet ai., 1991 Hohmann e Frase. 1991; Smi th. 1991).Contudo, de realar que os diversos mtodos utilizados

    para a caracterizao das exigncias de tempo e movimento

    no s JD C enfrentam, ainda, dif ic uldad es t cn ic as

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    importantes para a definio, com preciso, de alguns dos parmetros avaliados.Alguns aut ore s par tem da recolha de imagens de jogos em

    que previamente o recinto de jogo foi marcado com umconjunto de referncias, que permitiram no s determinarem ca da momento a posio relativa do jogador observado,como calcular a dimenso dos trajectos efectuados (Reilly eT h o m a s , 1976; Sm ar os , 1980). A subjec tivida de dade te rm in a o da posio do jogador, dos trajectosrealizados e das grelhas classificativas da intensidade dos

    esforos o aspecto mais criticvel deste mtodo.Es ta l i mit a o rela t iv amen te subject ivi dade nadeterminao da intensidade dos esforos dos atletasmantm-se ainda, no mtodo em que se utiliza a amplitudeda passada de cada jogador para, com base nas imagensrecolhidas, calcular as distancias percorridas (Withers et ai..1982). Neste caso, a limitao do mtodo agravada pelofacto de no ser tida em conta a esperada variabilidade daamplitude da passada em funo dos diferentes nveis deintensidade de corrida.

    Numa tentativa para dotar a anlise de tempo e movimentode um maior rigor na avaliao das distncias percorridas.Van Gool e Van Tilborgh (1987) desenvolveram um mtodo

    que, atravs de imagens recolhidas por uma cmara devideo fixa colocada 57 metros acima do terreno de jogo econectada a um computador , tornou possvel atransformao das unidades de medida do filme, emmedidas reais de terreno. O facto deste mtodo ter sidodesenvolvido para o futebol, permitindo apenas a utilizaode uma cmara para cobrir a totalidade da rea do campo,

    pode facilitar a ocorrncia de erros de identificao dos

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    jogadores. Contudo, a reduo de tempo de tratamento dasimagens e o rigor de avaliao das distncias, parece-nosconferir a este mtodo um grande interesse para o tipo de

    investigao em causa.Outro dos mtodos mais referenciados pela literaturaespecfica consiste na filmagem da actividade desenvolvidaa pe n as por um jo ga do r e pos ter ior definio n u m"campograma" de toda a su a movimentao. Os trajectos soseguidamente medidos e convertidos em medidas reais,atravs de um curvimetro ou de uma placa de digitalizao

    acoplada a um computador (Ekblom, 1986; Asami et ai.,1987). Mais uma vez o principal problema deste mtodorecai na subjectividade da determinao da posio etrajectos dos jogadores e na determinao subjectiva dasintensidades dos esforos por parte do observador.

    No caso dos JDC que se disputam em recintos de reareduzida, parece acertada a escolha de um mtodo em quese utiliza uma cmara fixa num ponto alto, captandoima gens da tot ali dade da r ea do recin to de jogo , emsimultneo com a utilizao de um computador conectado auma placa digitalizadora, os sinais das imagens video e dolpis com que o observador regista os trajectos na placa somisturados e visionados num cran (Franks e Goodman,

    1986; Aguado e Riera. 1989).Com outro mtodo, cujo princpio tambm se estabeleceuem filmagens individuais, mas realizadas em simultneo porduas cmaras colocadas em pontos opostos do recinto de

    jogo (Ohashi et ai., 1987). as localizaes do joga dor soefectuada s, a part ir das coordenadas x e y do ponto deintercepo do e ixo pt ico das duas cmaras ,

    pos ter iormente conver t idas em dados digi ta is e

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    O Jogo

    introduzidos num computador. Este mtodo permite no sa determinao rigorosa dos trajectos e das velocidades,mas tambm, atravs destes a avaliao dos diferentes

    nveis de intensidade dos esforos. Este mtodo apresenta,todavia, dois problemas; (i) o primeiro relacionado com adeterminao dos nveis de intensidade dos esforos apenasatravs das velocidades de deslocamento; e (ii) o segundo

    prende-se com a eventual possibilidade de outros jogadoresobst ru rem a captao de imagens do jogador observado,uma vez que as imagens das duas cmaras so captadas no

    plano horizontal.Por fim, referimos ainda o mtodo utilizado por Bangsbo etai. (1991). baseado na determinao das velocidades mdiasde deslocamento para situaes standart, com base nasquais se calculam as distncias percorridas, a partir dasvelocidades utilizadas em situao real de jogo. Este mtodo

    apresenta tambm limitaes importantes de preciso dedeterminao da intensidade dos esforos, uma vez queestes, em situao real de jogo. sofrem condicionalismosimpostos pela bola e adversrios, que na situao prvia deavaliao no foram contemplados (Rebelo. 1993).Os diferentes mtodos revelam, claramente, a ainda nosuperao de um conjunto de dificuldades, no que respeita,

    determinao dos nveis de intensidade dos esforos edas distncias percorridas em jogo; parecendo isto, ficar adever-se, fundamentalmente, ao facto de os jogadores

    poderem desenvolver esforos de grande intensidade, semno entanto, se encontrarem a realizar deslocamentos avelocidades elevadas, j que as aces de domnio da bola ede relao com os jogadores adversrios obrigam, tambm

    por si s, realizao de esforos de grande intensidade.

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    No polo aqutico a investigao tem dirigido a sua ateno para a dimenso e intensidade dos percursos nadados, e para o nmero, tipo e durao de algumas das aces

    tcnicas, o que tem permitido a construo mais eficienteda estrutura e organizao do treino (Aguado e Riera, 1988;Avlonitou. 1991; Hohmann e Frase, 1991; Petric. 1991;Smith, 1991; Rudic. 1993).

    Os objectivos da anl ise do jogo realizada no presente

    estudo permitiram individualizar os seguintes dados:

    1- Mdia de metros nadados por jogo para o total da

    amostra e para as duas posies observadas ("pivot"e lateral esquerdo).

    2- Mdia de metros nadados por nveis de

    intensidade de esforos para o total da amostra e para as duas posies observadas.

    3- Valores mdios e percentagens do tempo gasto por

    nveis de intensidade de esforo calculados para aamostra total e para as duas posies observadas.

    4- Velocidades mdias de nado por jogo para

    amostra total e para as duas posies observadas.5- Velocidades mdias de nado para os trs nveis de

    intensidade de esforos para a amostra total e para as duas posies observadas.

    6- Distribuio percentual dos esforos por categoriasde metros nadados para a amostra total e paraas duas posies observadas.

    7- Distribuio percentual dos esforos por categoriasde tempo gasto para a amostra total e para asduas posies observadas.

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    8- Distribuio percentual dos esforos por categoriasde velocidades de nado para a amostra total e

    para as duas posies observadas.

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    O Jogo

    3. Material e mtodos

    A avaliao d a s ac es realizadas pelos jo ga do re s emsituao real de jogo foi efectuada a partir da anlise de umconju nto de 7 jogos de polo aqu ti co real izados emPortugal, entre equipas portuguesas e em que participaramapenas jogadores nacionais . Em cada equipa foramobservadas exclusivamente duas posies ("pivot" e lateralesquerdo). A amostra estudada compreendeu 28 jogadores(14 "pivots" e 14 laterais esquerdos).

    Qua tro das observaes so referentes a dois jogos entre a sseleces regionais do Porto e de Lisboa, inseridos no VIIMeeting In te rnac io na l do Porto, realizado em j un ho de1990. na Piscina Municipal de Campanh (30x20 metros).As restantes observaes (n=10) foram realizadas durante afase final do Campeonato Nacional da 1 diviso, em Junhode 1991. na Piscina Municipal dos Olivais em Lisboa (30x20

    metros) entre as quatro primeiras equipas da 1 fase doCampeonato Nacional.

    As imagens foram recolhidas por uma cmara de videoSONY CCD - V200 E 8 mm - Sistema PAL norma CCIR comuma Tele-objectiva F=ll-88 mm; combinao de zoom de8x. abertura 1.2 mm, colocada a igual distncia de ambas as

    balizas, num plano superior, por forma a enquadrar a maiorr e a poss vel de pi sc in a. O ope rad or teve co mo preocupaes a manu ten o de planos de filmagem qu e permiti ssem a pe r ma nen t e identificao dos jog ado res aavaliar e dos referenciais para a determinao das posiesrelativas dos mesmos.

    O mtodo utilizado para o tratamento das imagens teve por

    base os protocolos sugeridos por Lokerman e Schulz (1985)

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    e Franks et ai. (1986). tendo-se utilizado um gravador videoSONY VHS modelo SLV-777, com quatro cabeas DA PRO,com JOG/SHUTTLE, contador de tempo real de fita e

    sistema HQ. imagem de alta qualidade, tanto em velocidadenormal, lenta ou em imagem parada.

    A partir da anlise das imagens recolhidas e da utilizao d eum campograma (Anexo 1) onde se reproduziu a forma d a piscina escala de 1:130 cm. representou-se os traadosd os d e s l o c a m e n t o s d o s j o g a d o r e s p r e v i a m e n t eseleccionados. Estes deslocamentos foram definidos na

    ficha de observao tendo em considerao um conjun to d ereferenciais da piscina: (as linhas centrai s de cada pista, a slinhas de golo, dos dois e quatro metros e a linha de meia

    piscina). Este procedimento foi utilizado com o intuito dereduzir a ocorrncia de erros associados distncia einclinao a que a cmara se encontrava do recinto de jogoe prpr ia distoro cau sad a pela superfcie da gua . Otempo gasto em cada deslocamento foi determinado com oauxlio do cronometro integrado no vdeo.Em cada equipa observada foram estudadas duas posies, o"pivot" e o lateral es qu er do , in de pe nd en te me nt e d eocorrerem substi tui e s ou no. O jogador avaliado era oque no incio do jogo, depois da marcao de um golo ou n o

    reincio de cad a perodo , desem penhava as funes d a sreferidas posies, sendo os deslocamentos registados emfichas consecutivas.

    Durante a reproduo dos deslocamentos, estes iam sendocaracterizados relativamente sua intensidade tendo por

    base uma escala subjectiva previamente determinada, emque se definiam trs nveis:

    3 0

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    - fraco, correspondendo a todas as situaes de nodeslocamento ou deslocamento lento;

    - mdio, correspondendo a deslocamentos a

    velocidades de nado intermdias e execuo degestos tcnicos como o passe e elevao de um

    brao para condicionamento de uma linha de passeou remate;

    - elevado, correspondendo a deslocamentos avelocidades de nado superiores a 1.5 m/seg., a todasas situaes de contacto corporal e execuo gesto

    tcnico do remate.Esta classificao da intensidade dos deslocamentos foireferenciada na ficha de observao pela utilizao de coresdiferentes: fraco em amarelo, mdio em verde e forte emve rm el ho , del im it ando -se o incio e o fim de ca dadeslocamento com um X. numerando-se a sua sequncia

    entre a marcao de cada golo ou o fim ou incio de cada per odo ou jogo. Este procedimento permit iu acaracterizao posterior de cada tipo de deslocamento, paraalm da definio do tempo gasto em cada deslocamento,dado recolhido do contador de tempo real do gravador devideo utilizado.

    A aferio mai s prec isa do nvel de esforo protagonizado

    pelos atletas, foi realizada atravs da adaptao dametodologia apresentada por Aguado e Riera (1989) sobrecat ego rias de velocidades de des locamento em si tu aoreal de jogo (intermdias ent re os 0.5 e os 1.5 m/ seg . eelevadas acima dos 1.5m/seg.). Foi assim possvel adiferenciao dos metros percorridos e do tempo gasto emcada nvel de velocidade de deslocamento.

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    De poi s de det erm ina dos e rep res ent ad os todos osde sl oc am en to s referentes aos 28 jogadore s observados, asfichas foram digitalizadas para um microcomputador IBM-

    c o m p a t v e l TANDY 1000, atravs de uma placadig i ta l izadora CALCOMP, sob o comando do programaSIGMA SCAN.

    Esta metodologia permitiu determinar o nmero total deme t r os n ad ado s pelos 28 jogadores , em funo dos nveisde deslocamento e posio especfica, o tempo gasto emcada deslocamento e as velocidades mdias por jogo. por

    jogador e por posio e ainda por nvel de deslocamento e por deslocamento.

    3 .1 . Procedimentos estatsticos

    A caracterizao das diversas distribuies de valores foirealizada atravs da mdia aritmtica e do desvio padro. A

    diferena entre as duas posies ("pivot" e lateral esquerdo)foi obtida a partir do t-teste. O nvel de significncia foi

    mantido em 5 %.

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    4. Resultados

    4.1. Metros nadados e intensidade dos esforos

    O Quadro 2.1 refere-se descrio dos metros nadados pelos jogadores "pivots" e laterais esquerdos.

    Quadro 2.1.: Metros nad ados por jogo em 28 observaes.

    Posio Metros nadados por jogo

    "pivot" (n=14) 1283.6 99.29

    lateral esq. (n=14) 1351.6 128.44Total 1317.6 117.83

    Valores mdios desvio padro.

    Apesar de nas 28 observaes a mdia dos metros nadados pelo lateral esquerdo ser relativamente superior (68.00metros) do "pivot", esta diferena no evidencia qualquersignificado estatstico (t(26 )= -1.57. p= 0.1291).

    A partir da categorizao subjectiva dos nveis deintensidade dos esforos foi possvel determinar o total demetros nadados por cada posio bem como a percentagemde cada nvel de esforo (Quadro 2.2).

    No Quadro 2.2 pode-se observar que 46.9% do total demetros nadados foram executados a uma intensidade mdia,

    enquanto 29.6% foram nadados a um nvel elevado deintensidade e 23.6% a um nvel de intensidade fraca. Oslaterais esquerdos nadaram mais metros em esforo fracoque os "pivots", sendo esta diferena estatisticamentesignificativa (t(26) = -4.03, p=0.0004).

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    O Jogo

    Quadro 2.2.: Metros nadados, nveis de intensidade e frequncia (%) deesforos para os "pivots" e laterais esquerdos.

    Classificao Posio Metros nadados %

    "pivot" 270.4 r53.27* 21.6

    Fraco Lat. esq. 343.9 42.61* 25.7

    Total 307.1 60.37 23.6

    "pivot" 642.9 134.71 50.0

    Mdio Lat. esq. 597.3 172.12 43.9

    Total 620.1 135.43 46.9

    "pivot" 370.2 95.53 28.8Elevado Lat. esq. 410.6 106.98 0.4

    Total 390.4 101.62 29.6Valores mdios desvios padro.* p = 0.0004

    Apesar das restantes diferenas no evidenciaramsignificado estatstico, os laterais esquerdos nadam mais

    metros em esforos de nvel elevado do que os "pivots",equivalendo essa diferena a 30.4% do total de metrosnadados pelos laterais esquerdos.

    Os "pivots" nadam mais metros que os laterais esquerdosem esforos de mdia intensidade (642.9 134.71 metros),a que equivale 50,0% do total de metros nadados pelos

    "pivots" (Figura 2.1.).

    34

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    Figura 2.1. - Distribuio dos metros nadados para os "pivots" e lateraisesquerdos por nvel de esforo (para pormenores consultar Quadro 2.2.)

    - r- ' i '^-rPivot Lateral Total

    I I Fraco

    Mdio

    Elevado

    Pivot Lateral Total Pivot Lateral Total

    4.2. Durao dos esforos

    No Quadro 2.3 e na Figura 2.2. so apresentados os valores percentuais do tempo gasto nos trs nveis de esforo pelototal da amostra, sendo de realar o facto de cerca demetade (54.6%) do tempo total de jogo ser gasto em acesconsideradas de fraca intensidade, enquanto um quarto(25.2%) so consideradas de mdia intensidade e apenas20.0% das aces so consideradas de nvel elevado.

    Os valores percentuais mdios do tempo gasto nosdiferentes tipos de esforo, obtidos para os "pivots" e paraos laterais esquerdos foram significativamente dife rent es

    para os esforos de fraca intensidade. (t(26)= - 5 . 7 9 , p=0.0001), e para os de elevada intensidade (t(26)=4.38. p=0.0002) . A diferena no s esforos de mdia int en sida defoi muito pequena no atingindo o limiar de significadoestatstico.

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    O Jogo

    Quadro 2.3.: Tempo total gasto, em percentagem, por nvel de esforo, por posio e para o totaJ da amostra.

    Classificao Posio % do tempo gasto

    Fraco

    "pivot"

    Lat. esq.

    Total

    50.44.19*

    58.9r3.58*

    54.65.78

    Mdio

    "pivot"

    Lat. esq.

    Total

    25.713.95

    24.615.22

    25.214.58

    Elevado"pivot"Lat. esq.

    Total

    23.713.90**16.314.97**

    20.0=5.78Valores mdios 1 desvios padro*p =0,0001 ,**p=0,0002

    Figura 2.2.: Distribuio percentual dos metros nadados para os "pivots" elaterais esquerdos por nvel de esforo (para pormenores consultar Quadro

    2.3.).

    I I Fraco

    W Mdio

    Elevado

    T-* ' I ' "-"T

    Pivot Lateral Total Pivot Lateral Total Pivot Lateral Total

    36

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    O Jogo

    4.3. Velocidades de nado

    O Quadro 2.4. refere os valores da velocidade mdia por jogo para o total da amostra, e as velocidades mdias por jogoobtidos para os "pivots" e para os laterais esquerdos. Adiferena de velocidade mdia de nado entre posies nofoi estatisticamente significativa (t(26)=-2.02, p=0.0533).

    Quadro 2.4.: Velocidade de nado por jogo por posio e para o total daamost ra .

    Posio Velocidade (m/seg.)

    "pivot" n=14 0.6 1 0.03

    Lat. esq. n=14 0.6 5 0.06

    Total 0.6 3 0.05Valores mdios desvios padro

    Nos valores de velocidade por nvel de esforo (Quadro 2.5) de salientar o facto de a velocidade dos esforos de mdiaintensidade (0.9 0.11 m/seg.) ser superior aos de nvelintenso (0.8 0.19 m/seg.) . expressa na diferenaestatisticamente significativa (t(26)=-5.53. p=0.0001) entre"pivots" e laterais esquerdos.

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    O Jogo

    Quadro 2.5.: Velocidades de nado por nivel de esforo, por posio e para ototal da amostra.

    Classificao Posio Velocidade (m/seg.)

    "pivot" 0.20.03

    Fraco Lat. esq. 0.30.03

    Total 0.20.03

    "pivot" 0.90.10

    Mdio Lat. esq. 0.90.11

    Total 0.90.11

    "pivot" 0.70.11 *

    Elevado Lat. esq. 0.90.15*Total 0.80.19

    Valores mdios desvios padro*p=0.0001

    4 .4 . Categorizao dos esforos por nmero de metrosnadados

    O Quadro 2.6 apresenta, para cada nvel de esforo, adistribuio por posio dos valores percentuais mdios decada categoria de deslocamentos, de acordo com o nmerode metros nadados. Existe uma clara tendncia em todos osnveis para as grandes percentagens se centrarem nosdeslocamentos mais curtos. Por exemplo, os esforos de

    fraca intensidade representam 83.7% e so do tipo 0-5 m(Figura 2.3.). nos esforos de mdia intensidade que adistribuio pelas diversas subcategorias mais homognea(Figura 2.4.).

    38

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    OJogo

    Quadro2.6.:Distribuiopercentualdosesforosporcategoriasdemetros

    nadadosparaototaldaamostra.

    Cias. Posio 0-5m 5.01-lOm 10.1-5m 15.01-20m >20.01m

    "pivot" 82.710.68 13.06.50 2.83.56 1.12.16 0.2 0.77Fraco L.esq. 82.248.00 13.4+4.23 3.3=3.58 0.81.14 0.20.42

    To t a l 82.49.33 13.25.42 3.03.54 0.961.71 0.20.61

    "pivot" 37.910.97 14.83.99 28.35.91' 13.07.02 6.6+3.51

    Mdio L.esq. 46.63.51 18.15.49 18.86.60* 11.66.64 4.9+6.64

    To t a l 42.212.77 16.55.02 23.67.81 12.36.65 5.83.97

    "pivot" 68.87.71"* 9.2+4.86 6.23.92 10.23.30 5.4+3.09"

    Elev. L.esq. 59.47.52 12.33.80 9.14.25 9.84.61 9.05.65"

    To t a l 64.18.87 10.84.57 7.64.29 10.0+3.94 7.2+4.84Valores mdios desvios padro*p=0.0005 " p=0.0428 ***p=0.0031

    Figura 2 . 3 . : Distribuiopercentual dos esforos de fraca in tens idade porcategorias demetros nadados (parapormenores consu l ta r Quadro 2.6.).

    80

    70

    60

    50

    40

    30

    20

    10

    O

    I

    4 $>

    I

    Pivot4 dp =j

    Lateral

    I 0/5mC3 5.01/10mE3 10.01/15mE3 15.01/20m >20.01m

    Total

    39

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    OJogo

    Figura 2.4.:Distribuiopercentual dos esforos demdia intensidadeporcategorias demetrosnadados (parapormenores consultarQuadro 2.6.).

    50,

    45

    40J35

    30

    2520

    1510

    5O

    i

    a 1I

    0/5m

    rZl 5.01/10m2310.01/15mE23 15.01/20m >20.01m

    91

    HPivot Lateral TotalNos esforos intensos (Figura 2.5.) reaparece uma acentuadatendncia pelos deslocamentos mais curtos 0-5 m. (64.3%)e 5.01/10 m. (11.0%).

    Figura 2.5.: Distribuiopercentual dos esforos de elevada intensidadepor categorias de metros nadados (para pormenores consultar Quadro2.6.).

    70

    60

    50

    40

    30

    20

    10

    0

    X I 0/5m77\ 5.01/10mE2 10.01/15mE23 15.01/2Om

    >20.01m

    v\ liPivot Lateral Total

    40

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    O Jogo

    A se pa ra o en tr e o "pivot" e o lat era l es qu er dorelativamente distribuio dos deslocamentos pelos nveis

    de esforo e pel as subcat egor ias de me tro s na da dos ,rev el am a exist ncia de diferenas es ta ti st ic am en tesignificativas (t(26)=-3.99, p=0.0005) na subcategoria dos10.01-15 m. do nvel mdio de esforo ("pivot", 27.3% e ola te ra l esquerdo 18.2%), na subcategoria dos 0-5 metros donvel intenso (t(26)=-3.26. p=0.0031; "pivot": 68.8%; lateralesquerdo 59.8%) e na subcategoria dos >20.01 metros

    tambm do nvel intenso (t(26)=2.13, p=0.0428; "pivot"5.1%, lateral esquerdo 8.6%).

    4.5. Categorizao dos esforos pela sua durao

    A distribuio dos esforos por subcategorias de tempo(Quadro 2.7) demonstra uma clara tendncia para os

    esforos de curta durao nos trs nveis de intensidadepr-determinados.

    41

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    O Jogo

    Quadro 2.7.: Distribuio percentual dos esforos por categorias de tempogasto por posio e para o total da amostra.

    Cias. Posio 0-5s

    6-10s

    11-15s

    16-20s

    >21s

    "pivot" 40.912.21 22.316.35 13.212.29 7.611.7 15.719.66

    Fraco L.esq. 39.77.63 22.713.00 13.213.07 8.612.66 15.517.23

    T o t a l 40.3+10.01 22.514.88 13.212.66 8.112.21 15.61.8.37

    "pivot" 36.8112.45 32.717.17 22.217.84 6.316.06 1.8+2.04

    Mdio L.esq. 46.8114.70 28.0+7.95 18.318.49 4.9+5.12 1.712.53

    T o t a l 41.8114.31 30.417.82 20.318.25 5.615.55 1.712.26

    "pivot" 42.1+9.60* 30.117.31 18.215.34 5.314.75 4.1 13.04"Elev. L.esq. 55.1+8.44* 25.67.91 15.116.22 2.811.96 1.211.46**

    T o t a l 48.6 11.07 27.97.82 16.6r5.91 4.0 3.78 2.6+2.76Valores mdios desvios padro

    * p =0.0008 ** p=0.0037

    Relativamente comparao entre os nveis de intensidadenota-se, para alm da tendncia j referida, outras ligeirasdiferenas na distribuio dos valores. Assim, para o nveldos esforos fracos (Figura 2.6.), claro no que se refere aosesforos de durao superior a 21 segundos, valores

    percentuais muito mais elevados (15.68.37%) tanto para asduas posies observadas, como para o total da amostra,relativamente aos valores encontrados para esta mesma

    categoria nos restantes dois nveis. Nos esforos de mdia intensidade (Figura 2.7.) asubcategoria dos esforos com durao entre os 11 e 15segundos que apresenta tambm uma clara superioridade nacomparao com os restantes nveis 20.38.25%. Por fim,no nvel elevado tambm clara, relativamente s duas

    posies, a superioridade dos valores apresentados por

    42

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    OJogo

    ambas , para a subcategoria dos 0 a(48.611.07%).

    5 segundos

    Figura 2.6.: Distribuiopercentual dos esforos de fraca intensidade por

    categorias de tempogasto (parapormenores consultarQuadro 2.7.). 0/5segE2 6/10segE2 11/15seg

    16/20seg+21seg

    Pivot Lateral Total

    Figura 2.7.:Distribuiopercentual dos esforos demdia intensidadeporcategoriasde tempogasto (parapormenoresconsultarQuadro2.7.).

    50,45403530

    252015105O

    I

    Ii ' " i " " iPivot II 0/5segEZJ 6/10segE23 11/15segE23 16/20seg

    I +21seu

    ILateral rTotal43

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    OJogo

    As diferenas estatisticamente significativas entre "pivots" elaterais esquerdos para a distribuio percentual dosesforos de intensidade elevada (Figura 2.8.), situam-se ao

    nvel das subcategorias dos 0-5 segundos ("pivot": 42.1%;lateral esquerdo: 53.3%: t(26)=3.81. p=0.0008) e >20segundos ("pivot": 4.1%;lateral esquerdo 1.2%; t(26)=-3.19,p=0.0037). Verificam-se tambm diferenas em outrosnveis e em diversas subcategorias, contudo no atingemsignificado estatstico.

    Figura 2.8.: Distribuio percentual dos esforos de elevada intensidadepor categoriasde tempogasto (parapormenores consultarQuadro 2.7.).

    60,

    50

    40

    30

    20

    10

    O IIPivot

    I

    s^ xity I*

    0/5segCZ2 6/10seg^ 11/15seg"*** 16/20seg

    +21seg

    i.I**Lateral Total

    4.6. Categorizao dos esforos pelasvelocidades de nado

    Nesta categoria (Quadro 2.8). salientamos a importncia dasvelocidades de nado abaixo dos 0.5m/seg. (59.4% 4.55)para o total da amostra, o que reala o

    carcter predominantemente aerbio do esforo tpico dopolo aqutico, embora no se deva subvalorizar o papel

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    O Jogo

    importante das aces estticas na caracterizao global doesforo que expressa um carcter fundamentalmenteintenso.

    Quadro 2.8.: Distribuio percentual mdia do total de metros nadados porcategorias de velocidades por posio e para o total da amostra.

    Posio 1.5m/s

    "pivot" (n=14) 58.9 4.24 15.8* 4.31 20.8 6.13 3.52.94 **

    Lat. esq. (n=14) 59.9 4.94 19.2 3.95* 19.15.76 1.6 3.95**

    Total 59.4 4.55 17.5 4.41 19.9 5.90 2.6 2.43

    Evidenciamos o facto de, apesar do valor percentualencontrado para as velocidades acima dos 1.5m/seg. (2.6%2.43) ser baixo relativamente aos restantes, no deixa, noentanto, de desempenhar um papel fundamental no jogo.As diferenas percentuais dos totais de metros nadados

    pelas categorias de velocidade de 0.51-1.0m/seg. (15.8%4.31 e 19.2% 3.95; t( 2 6)--2.17, p=0.0395) e de>1.5m/seg. (3.5% 2.94 e 1.6% 1.30; t ( 26) = 2 . 1 9 ,

    p=0.0376) entre jogadores "pivots" e laterais esquerdos,foram estatisticamente significativas. Destacamos adiferena percentual na categoria das velocidadessuper io res , em qu e o jogador "pivot" evidencia uma

    percentagem que o dobro da dos laterais.

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    O Jogo

    5. Discusso dos resultados

    A determinao precisa dos nveis de esforo dos atletas

    praticantes dos JDC tem sido uma tarefa muito difcil, paraa qual ainda no foi encontrada uma soluo inequvoca quetorne possvel, por um lado, utilizar processos de medidasuficientemente rigorosos em estudos de simulao ou emsi tua es reais e, por outro, a correcta avaliao de toda aes pec if ic id ade e mul t ip l ic idade dos comp le xosencadeamentos dos esforos tpicos destas modalidades.

    No polo aqutico este problema tem sido sentido de forma particularmente vincada, o que tem levado os autores arecorrerem a critrios objectivos e subjectivos, nemse mp r e o mais concordantes nem sufi cien teme nterobus tos , pa ra a determinao dos diversos nveis deintensidade dos esforos realizados por cada jogadordu ra nt e o jogo.

    A investigao nesta modalidade tem centrado a sua atenoessencialmente no estudo descritivo dos deslocamentos dos

    jogadores (Aguado e Riera, 1987; Pinnington et, ai., 1988;Hohnanm e Frase , 1991; Petric, 1991). A dispar idade demetodol ogias e resulta dos apre sent ados por divers osautores, parece limitar a extenso e qualidade de um

    conhecimento estabilizado, expresso na reduzida validadede generalizao, o que parece traduzir de forma mais oumenos inequvoca a ausncia de um modelo suficientementerobusto para a anlise do jogo. Contudo, o quadro formal do

    jogo , a experincia acumulada pelas descriesim pr es s i on is ta s dos t re inadores e a i nforma o

    proporcionada pelos estudos disponveis permitem, aindaque de uma forma emprica e lgico-indutiva, vi slumbrar

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    O Jogo

    pa ra o jogo de polo aqut ico o quadro da sua funcional idade

    e das suas exigncias:

    - um jogo que se desenrola no meio aqutico, n u m area limitada (30x20 metros), com a durao de 28minutos de tempo til, divididos em quatro perodosde sete minutos separados por intervalos de doisminutos.

    - A estrutura regulamentar do jogo muito exigente,

    sendo as violaes quer tcnicas como disciplinares punidas com situaes de superioridade tctica

    difceis de anular.

    - A elevada intensidade do esforo requerida pelo jogo

    de alguma forma atenuada pelas possibilidades de

    substi tuio dos jogadores durante o jogo (cada equipa pode ap re sen ta r 13 jogadores, sendo 7 efectivos

    e 6 suplentes).

    - A actividade dos jogadores caracterizada por uma profunda alternncia entre momentos de esforointenso e momentos de maior ou menor passividade,

    cuja estrutura totalmente aleatria.

    - A realizao das aces num meio. mais densoque o ar provoca dificuldades acrescidas, no s dema nu te n o dos jogadores no meio aqu tico como dedeslocamento dos mesmos.

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    O Jogo

    - A necessidade de privilegiar, face s condicionantes

    colocadas pelo meio, as posies horizontais, provoca a

    necessidade de evidenciar um conjunto de adaptaes

    ao nvel da relao do jogador com o meio.Principalmente em termos do equilbrio, da viso e

    da qualidade dos apoios que tornam possvel o vencer

    da inrcia provocada pela densidade do meio aqutico.

    - O jogo estabelece-se a partir do confronto entre dois

    conjuntos de conexes especficos de cada equipa.

    - A luta pela posse da bola e pelo melhor posicionamentodos jogadores abrange toda rea de jogo, criando

    situaes sistemticas de contacto corporal com o

    adversrio, quer nas fases dinmicas quer nas

    estticas.

    Pe ra nt e a singular idad e deste quad ro, o joga dor de polo

    aqutico de bom nvel necessita de dar respostas adequadas

    a um conjunto muito alargado e diversificado de exigncias.

    Neste sentido o domnio das tcnicas de nado clssico,

    assume uma grande importncia, permitindo que os

    de sl oc am en to s sejam o mais eficazes possveis, ta nt o nos

    equilbrios como nos desiquilbrios que se devero produzirna relao com os adversrios, na constante alternncia de

    partida para a zona de ataque e de recuperao para a zona

    de defesa.Contudo, as tcnicas clssicas de nado no so s por sisuficientes. As tarefas de arranque, simulao, mudanas de

    di re c o e se nt id o de nado, pa ra alm de u m Qu ad roespecfico de tcnicas de deslocamento e de saltos, exigem

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    do jogador uma grande capacidade de relacionamento como meio aqutico, principalmente na qualidade, nmero ediversidade dos apoios realizados na gua e na reduo das

    foras de arrasto hidrodinmico opostas ao deslocamento.A manipulao da bola, a presena fsica constante doadversrio, a ausncia de apoios fixos e a densidade do meiore qu er em assim do joga dor a expre sso de diferentescapacidades motoras em nveis previsivelmente muitoelevados, principalmente no que se refere fora, resistncia e coordenao.

    A estrutura do rendimento no polo aqutico exige ainda umaref er nc ia di menso colectiva do jogo. rea la ndo aco mp on en te estrat gica a que os jogadores tero de sesubmeter de forma colectiva para alcanarem os objectivos aque se propem a cada momento e situao de jogo.S um profundo conhecimento de todos os

    co ns tr an gi me nt os col ocad os pelo jogo permitir, emconjunto com um domnio o mais perfeito possvel dastarefas realizadas pelos jogadores em situao real de jogo,condicionar o treino para a sua mxima rentabilizao.As principais dificuldades que se colocam s diferentesmetodologias de observao, no devero constituir-secomo limitadoras do alcance dos resultados, desde que

    aspectos como a utilizao de indicadores de validadecomprovada, a fiabilidade das observaes e registos e avalidade das generalizaes tenham sido salvaguardadas.Outro aspecto fundamental tem a ver com a qualidade daamostra, para que ela no seja s por si. factor limitador de

    possveis comparaes e constataes.

    Os principais mtodos de anlise de tempo e movimentotm tido por base a observao do jogo atravs de registos

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    video, descriminado atravs de tecnologias diversas no s

    os percursos dos atletas, como o nmero, o dpo. a durao,

    a eficcia e as velocidades de deslocamento.

    5.1. Metros nadados

    Na literatura especfica do polo aqutico a importnciaatribuida ao conhecimento do total de metros nadados pelos

    jogadores bem evidente nos trabalhos existentes (Porcher.1984; Hohman n e Fra se, 1991), reconhecendo-se a este

    indicador a mxima importncia para a compreenso doesforo que o jogador desenvolve ao longo de todo o jogo(Aguado e Riera, 1989; Petric, 1991).

    A totalidade dos metros nadados consubstancia a dimensoglobal da carga imposta ao jogador . No en ta nto, face intermitncia dos esforos dos diversos nveis, esteconhecimento no . por si s, condio suficiente para um

    conhecimento preciso da totalidade do quadro deexigncias do esforo requerido pelo jogo. Torna-seimperioso para o investigador e para o treinador, conhecera forma como os diversos tipos de deslocamentos parcelaresse caracterizam quanto distncia, durao, velocidade enveis de intensidade.

    Com base nestas caractersticas quantitativas e qualitativasdos deslo came ntos , o jogo poder ser interp reta do nosaspectos mais especficos da sua estrutura, permitindo umajustamento mais adequado do treino s capacidades maissolicitadas aos jogadores.

    O valor das mdias de metros nadados para o total daamostra (1317,6 117.83 metros) e para as duas posies

    especficas observadas no presente estudo ("pivot": 1283,6

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    99,29 metros e lateral esquerdo: 1351,6 128,44metros), parecem deixar entender, dada a sua dimenso, ocarcter predominantemente aerbio do esforo no polo

    aqutico.Os diversos estudos de tempo e movimento era poloaqutico (Quadro 2.9.), apresentam alguma discrepnciarelativamente mdia total de metros nadados pelos

    jogadores. Este facto deve-se, em nosso entender,fundamentalmente diferena de durao entre alguns dos

    jogos analisados e tambm, em alguns casos, diferena de

    nvel (internacional e nacional) de alguns dos jogos, uma vezque as competies de nvel mais elevado parecem implicarmaiores deslocamentos.

    Quadro 2.9.: Estudos relativos avaliao dos metros nadados em poloaqutico.

    Autor(es) Amostra Nvel Tempodejogo

    Metrosnadados

    Porcher (1984) n=3 Nacional 4x7 1766.6

    Aguado e Riera (1989) n=4 Mundial 4x7+8x3 3696.2

    Hohmann e Frase

    (1991) n=24 Mundial 4x7 1776.2 114.36

    Petric (1991) n=7 Mundial 4x7 1055

    (1988) n=8 Nacional 4x7 1091

    (1991) n=4 Nacional 4x10 1508

    Presente estudo

    (1994) n=28 Nacional 4x7 1317.6 117.83

    Da comparao dos resultados do presente estudo com osreferenciados no Quadro 2.9. conclui-se que os jogadores

    portugueses observados nadam, em mdia, menos metros

    por jogo que os jogadores observados pelos restan te s

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    estudos. Um carcter de excepo referido relativamenteaos resultados de Petric (1991). Em relao aos : gosobservados por este autor em 1985 e 1988, no possvel

    qualquer tipo de comentrio, uma vez que o aut^r noap re se nt a eleme ntos metodolgicos referentes i eco lhados dados.

    Os restantes estudos de Porcher (1984), Aguado e Riera(1988) e Hohmann e Frase (1991), apresentam valores quecorroboram, por uma lado, o carcter predominantementeaerbio do jogo, dada a dimenso total da carga (acima dos1700 metros) e, por ou tro, evidenciam um a diferenaimportante, cerca de 400 metros nadados a maisrelativamente aos joga dore s por tug ues es do pr es en teestudo.

    Apesar de no po ss ui rm os informaes sufi cien tes , pensamos que esta diferena to notria (25% do total de

    metros nadados), se deve a um maior nmero detransposies defesa/ataque, uma vez que o nmero de

    posses de bola por perodo oscila habitualmente, a nvelinternacional entre 7 e 10 (Dennerlein, 1989) enquanto anvel nacional este indicador apresenta valores de 41 por

    jogo, o que corresponde a um pouco mais de 10 posses de bola por perodo em termos mdios (Sarmento e

    Magalhes, 1991). Contudo, pensamos tambm que estadiferena de metros nadados se fica a dever ainda a umexagerado estat icismo dos jogadores port ugu es es n a ssituaes de ataque organizado.

    Sarmento (1991), num estudo de caracterizao das acesofensivas, da seleco nacional snior de Portugal, chamou ateno para a reduzida consistncia da estrutura atacantedas equipas nacionais, evidenciando a sua especial apetncia

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    pelas situaes de ataque rpido em detrimento de ataquesorganizados de forma mais elaborada, o que em termos deesforo global atribui ao jogo portugus um menor nm er o

    de esforos de intensidade elevada e tambm um menornmero de metros nadados.

    A diviso das tarefas, quer ofensivas quer defensivas pelossete jogadores de cada equipa, permite a especializaodestes pelas diversas aces tcnico/tcticas subjacentes ao

    jogo. O nico estudo que se refere a uma anlise dos metrosnadados por posio especfica o de Aguado e Riera

    (1989). Contudo, as caractersticas especficas do jogoobservado neste estudo, criam algumas dificuldades na suacomparao. Facto que se deve enorme disparidade formaldeste jogo (oito prolongamentos) relativamente ao jogosnormais.

    No entanto, ainda que de forma muito cautelosa, passamos a

    realar alguns dados importantes deste estudo. O maisrelevante est ligado ao facto de serem os dois "pivots"ob se rv ad os os joga dores que, em ter mos to ta is ,

    pe rc or re ra m mais metr os du ra nt e o jogo (3900 m).en qu an to que os dois jogadores no "pivots" nadaram ap en as3473 m, ou seja. em termos mdios, menos 427 m.Pensamos que esta diferena se dever a um trabalho

    defensivo mais intenso desenvolvido pelos jogadores"pivot s" no jogo de alto nvel. Os jogado re s cent rai s

    procuram nas fases de ataque provocarem o maior desgaste possvel nos "pivots" adversrios, para que no ataque estessejam menos agressivos e possantes.

    Pelo contrrio , no nosso es tudo foi para a posio de lateralesquerdo que se encontraram os valores mdios de metrosnadados mais elevados 1351 128,44 m, enquanto para os

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    "pivots" foi apenas obtido o valor mdio de 1283 99.29 m.A diferena de 68 metros entre as duas posies parececorroborar a afirmao relativa excessiva dependncia do

    ataque em relao s aces do "pivot" no polo aqutico portugus, uma vez que estas requerem situaes de menordeslocamento dos jogadores, principalmente dos laterais.Estes resultados evidenciam ainda uma ligeira superioridadede metr os nad ad os pelos jogadores later ais es qu er do srelativamente aos jogadores "pivots". A explicao para estaconstatao pode ser encontrada no facto deste ltimo

    jogador, nas situaes de ataque organizado, ocupar umazona restrita junto linha dos dois metros da equipaadversria, realizando esforos de carcter essencialmentevertical e esttico, de costas voltadas para a baliza. Emcontraparti da , o jogador lateral esquerdo desenvolve a suaactividade em reas mais afastadas da baliza, e no torestritas, na procura da obteno de linhas de passe,trajectrias de penetrao e ngulos de remate.Tambm na aco defensiva a movimentao dos jogadoresdas posies observadas diferente, uma vez que o jogador"pivot" norma lme nte e mparelha com o jogador cen tr al daequ ipa adve rsr ia, hab itu al men te o men os activo dos

    jogadores em termos atacantes no polo aqutico portugus.

    O mesmo no acontece com o jogador lateral esquer do , quenormalmente emparelha com o lateral direito da equipaadversria. Este desenvolvendo aces importantes deorganizao no ataque da sua equipa, reclamando umaelevada movimentao defensiva por parte do lateralesquerdo.

    A possibilidade de discriminao, por nveis de intensidadede esforos previamente definidos dos metros nadados

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    pelos jogadores, permite um conhecimento muito mais preciso do encadeamento dos diversos tipos de esforosque o jogador desenvolve durante o jogo.

    A partir deste indicador foi possvel evidenciar umaten dn cia ac en tu ad a dos jogadores por tug ues es par anadarem percentagens superiores de metros em esforosde mdia intensidade (46.9%). Para os esforos de nvelelevado foi encontrada uma percentagem de 29.6% e paraos esforos de fraca intensidade apenas 23.6%.Relat ivamente dis tr ibuio destes indicadores de

    percentagem de metros nadados por nveis de intensidadede esforo pelas duas posies observadas, de salientar ofacto de o jogador "pivot" ser o que na da ma is met ros emesforos de nvel mdio. Este tipo de esforo devecor res pon der s fases de trans posi o de fe sa /a ta qu e,enq ua nt o que os later ais esque rdos so os que n ad am

    percentagens superiores a nvel elevado, a que se devercertamente a uma superior especializao nas aces de penetrao aos dois metros.

    Esta ltima constatao, de que os "pivots" nadam menosmetros que os laterais em esforos elevados, aliada ao factode, em termos de durao, serem estes os que apresentamvalores superiores para os esforos de nvel elevado, vem

    reforar as sugestes dos resultados de Pinto (1991). Estetrabalho refere-se repartio dos esforos pelas posieshorizontal e vertical para "pivots" e laterais esquerdos

    portugueses, atr ibu indo na actividade do jogador "pivot" u maimportncia muito grande ao trabalho na posio verticalcomparativamente ao trabalho horizontal e tambm em

    relao ao jogador lateral esquerdo.

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    O Jogo

    Por seu lado. o lateral esquerdo nada mais metros em

    esforos intensos. Em termos percentuais, o tempo gastoneste tipo de esforos substancialmente inferior ao tempo

    gasto em esforos de intensidade elevada, o que indica que, para esta posio, a maior parte dos esforos intensos deve

    equivaler, na realidade, aos percursos referenciados como

    deslocamentos curtos e intensos.

    A estes dois aspectos correspondem as diferenas mais

    importantes no trabalho das duas posies estudadas, o que

    certamente justificar, em termos de treino, uma estrutura

    da carga tambm diferente.Relativamente distribuio dos metros nadados por nveis

    de intensidade de nado, Petric (1991). apresenta valores

    percentuais em trs estudos diferentes (1985, 1988 e1991). afirmando que a distribuio da intensidade de nado

    em polo aqutico de 40% para o nvel mais fraco, e 30%

    para cada um dos nveis mdio e elevado. Estes valoresforam obtidos a partir da anlise das velocidades dedeslocamento, apesar do autor nunca referir a forma da sua

    avaliao. Considera ainda que estes valores podem sofrer

    variaes de acordo com o escalo etrio dos jogadores.

    No quadro 2.10. apresentamos os resultados de Petric

    (1991) comparativamente aos do presente estudo. So

    claras algumas diferenas que devem ser relativizadas aovalor da amostra de cada estudo e estrutura regulamentar

    do jogo nos diversos momentos em que decorreu o estudo

    jugoslavo.Parece evidente uma superioridade dos valores do presentees tudo no que se refere percentagem de metros nadados

    em esforos de nvel mdio, enquanto relativamente aos denvel elevado parece existir uma semelhana bastante maior.

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    O Jogo

    No caso dos valores para os esforos de nvel fraco deu-seuma si tuao inversa, uma vez que foram os jogadores do

    pre sen te estud o que apresentaram valores noto riame nte

    mais baixos (cerca de 15 % inferiores).

    Quadro 2.10.: Comparao dos resultados relativos s percentagens demetros nadados por intensidade de esforo, com dados disponveis naliteratura.

    Autor Amostra KvdAmostra

    Fraco Mdio Elevado

    Petric (1991)

    1985 n=7 34.0% 30.9% 34.0%

    1988 n=8 40.5% 28.2% 31.2%

    1991 n=4 39.7% 30.8% 29.4%

    Presente estudo n=28 23.6% 46.9% 29.6%

    A anlise comparativa da distribuio percentual dos metros

    nadados para os trs nveis de esforo entre os jogadores portugueses e os dos estudos apresentados pelo autor jugoslavo, parece permitir reconhecer de forma evidente,um maior estatic ismo do jogo desenvolvido pelos jogadoresdo presente estudo, correspondendo os esforos de mdiaintensidade preferencialmente s fases de transiodefesa/ataque (grandes deslocamentos a velocidades

    mdias) e no tanto aos esforos de nvel elevado das fasesde ataque ou defesa organizadas.

    No Quadro 2.11. comparamos, uma vez mais, os resultadosde Petric (1991) e os do presente estudo, agorarelativamente distribuio percentual do total de metrosnadados por categorias de esforos segundo a dimenso dos

    percursos nadados, o que nos permite realar, de forma

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    O Jogo

    clara, o carcter intermitente e alternado dos nveis de

    esforo no polo aqutico.

    As distribuies dos valores evidenciam a importncia dos

    des locamentos mais cur tos na es t rutura do jogo.demonstrando com clareza o carcter acclico das

    movimenta e s dos jogadores, principalmente se tivermos

    em ateno que tambm no presente estudo. 48,5% dos

    esforos possuiram uma durao entre 0 e 5 segundos e6 4 , 3 % dos mesmos esforos foram considerados como

    esforos elevados.

    Quadro 2.11.: Percentagem de metros nadados por categorias dedeslocamentos segundo a sua dimenso.

    Autor Amostra 20m

    Petric (1991)

    1985 n=7 27.8% 26.0% 11.6% 16.5% 17.9%

    1988 n=8 32.4% 25.3% 15.0% 20.1% 5.9%

    1991 n=4 31.9% 37.1% 10.4% 14.6% 5.7%Presente estudo n=28 64.3% 11.0% 7.7% 10.0% 6.7%

    No estudo jugoslavo a distribuio dos valores em cadacategoria homognea, apresentando percentagens bemdistintas entre categorias, embora se note algumasuperioridade para os esforos relativos s distncias maiscu r t a s (entre 53,8% e 69.0% pa ra esforos que variamentre 0 e os 10 m).

    No presente estudo claro o desiquilbrio na distribuiodos valores entre as cinco categorias, uma vez que para asduas categorias de esforos mais curtos (0 a 10 m) seencontraram 75% dos metros nadados, enquanto para as

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    r es t a nt e s cat egoria s a dis tri bui o de valores maishomognea, embora para valores muito inferiores.A comparao destes valores entre as duas posies

    estudadas, sugere que o lateral esquerdo nada distnciassuperiores em esforos de nvel elevado e fraco, e o "pivot"cobre distncias superiores em cerca de 7% em esforosmdios. Isto conjugado com os valores encontrados para adistribuio do tempo total de jogo pelos nveis de esforo,que atribuem ao "pivot" 23, 7% 3,90%, do tempo total de

    jogo para esforos intensos, enquanto para o laterales qu er do ape nas 16,3% 4,9%, evidencia claramente que o"pivot", para alm do trabalho intenso em termos dedeslocamento, executa um conjunto de aces tcnicasconsideradas pelo protocolo utilizado como esforosintensos em situao esttica.

    A distribuio percentual das aces de ambas as posies

    por nveis de esforos e categorias de metros nadados,revela que para os esforos fracos existe uma semelhanamuito grande entre as duas posies.

    Para os esforos mdios a categoria dos 10.1 a 15 metros,expressa valores diferentes para "pivots" (27,3%) e lateraisesquerdos (18,2%). Esta diferena reflecte a necessidadecon stan te de o "pivot" part ir para o contra-ataque logo quea sua equipa ganha a posse da bola, uma vez que a estacategoria corresponde a distncia equivalente ao percursoentre o local onde habitualmente o "pivot" desenvolve assuas aces de defesa e a rea dos quatro metros, onde sevai colocar para depois orientar todo o ataque. O lateralesquerdo revela de forma inequvoca, uma tendncia para os

    deslocament os mais curtos : 48 ,1% para a categoria de 0 a 5met ros .

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    No que se refere aos esforos intensos notrio, par a ambas

    as posies, a preferncia pela categoria dos deslocamentos

    ent re os 0 e os 5 metros , embora se note um ce rt o

    ascendente para a posio de "pivot" com 68,8%relativamente aos 59,8% do lateral, evidenciando assim u m a

    tendncia muito importante e comum a todas as posies

    do polo aqutico.

    5.2. Durao dos esforos

    A indicao percentual do tempo gasto por nveis de esforo permite, de uma forma muito indirecta, obter umaestimativa das principais exigncias metablicas das tarefascom que o jogador confrontado no decurso do jogo de

    polo aqutico.

    Os resultados encontrados no presente estudo evidenciamclaramente a supremacia dos esforos de fraca intensidade

    (54.6 5.78%) sobre os restantes nveis de esforo (mdio eelevado), realando a predominncia aerbia da cargafuncional do polo aqutico.

    Utilizando uma metodologia similar do presente estudo.Smith (1991) encontrou resultados idnticos para jogadoresde nvel in te rnac ional (57% para os esforos de fraca

    intensidade). Esta concordncia sugere-nos a possibilidadede uma eventual homogeneidade das caractersticas do jogode polo aqutico.

    Avlonitou (1991) e Hohmann e Frase (1991). procuraramavaliar a intensidade do esforo em polo aqutico utilizandou m a metodologia diferente. Tendo por bas e re la es

    previamente estabelecidas entre velocidade de nado e

    co nc en tr a o sang un ea de lactato , classificaram a

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    in te ns id ad e dos deslocamentos em jogo es ti ma nd o a percentagem de lactacidmia mxima, com base nos valoresdas velocidades de nado determinadas atravs de registos

    de video. Ambos os estudos apresentam resultados muitose me lh an te s, denotando que, em cerca de 86 % da d ur a oto ta l do jo go , o jogador es t sujeito a esf oros deintensidade inferiores ao que alguns autores designam comolimiar anaerbio (4 mmol/1). enquanto cerca de 10% dotempo total se desenrola acima dos 6 mmol/1 e cerca de 4%entre os 4 e os 6 mmol/1. Considerando estes resultados,

    bem assim como a distribuio percentual do total demetros nadados para os esforos de nvel elevado, parece-nos clara a dicotomia preferencial entre os metabolismosaerbio e anaerbio para as principais aces dos jogadores,com pre do mi n nc ia para o meta boli smo aerb io. Osresultados de Pinnington et ai., (1986) parecem-nos

    tambm serem concordantes, apesar dos nossos resultadosno permitirem uma transferncia directa para estadi sc us s o. Utilizando as relaes previamente est abe lec idasnum teste de nado "estacionrio" entre a FC e o V02. osau to res verificaram em jogo, atravs de tel emetri a da FC,q ue 56 .7% do tempo total de jogo se desenrola aba ixo de9 5 % dos valores de FC max. e 43.3% do tempo acima desse

    nvel.Pensamos, no entanto, que a metodologia utilizada nestesestudos no toma em linha de conta a importncia dasaces desenvolvidas em situao esttica correspondentess aces de luta lxl, cuja importncia em termos degastos energticos muito elevada (Cutino e Bledsoe,1976). e no contabilizada, face caracterizao exclusivados diversos tipos de deslocamento.

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    O estudo australiano (Pinnington et ai.. 1986). ao recorrer monitorizao da FC reflecte de um modo mais preciso as

    singularidades do jogo. A intermitncia do esforo, j

    devidamente realada por outros indicadores anteriormentereferidos, fica reforada face importncia que os esforos

    anaerbios alcticos parecem possuir. Este facto salienta a

    ne ce ss id ad e dos jogadores dis por em de uma gran decapacidade aerbia de base que lhes permita, de uma forma

    rpida e eficiente, recuperarem dos esforos de grandeintensidade realizados, atravs da melhoria, quer do

    metabolismo oxidative quer dos sistemas enzimticosresponsveis pelos mecanismos de produo/remoo delactato.Os resultados do nosso estudo por posio especficaexpressam diferenas com significado estatstico nas percentagens dos esforos de intensidades fracas eelevadas, tornando evidente que a actividade do jogador"pivot" de uma forma global mais intensa que a do laterales qu er do . O jogador "pivot" ga st a percentagens inferioresdo tempo total de jogo em esforos de intensidade fraca e percentagens superiores em esforos de nvel elevado,mantendo valores idnticos aos do lateral esquerdo para osesforos de nvel mdio.

    Os valores encontrados para a distribuio dos esforos porcategorias de tempo, traduzem diferenas com significadoestatstico para a categoria dos esforos mais curtos (21 seg.) favorvel aos jogadores "pivots".Is to revela que o jogador "pivot" deve possui r valoressu pe ri or es de resistncia, en qu an t o o jogador lateral

    esquerdo dever, provavelmente, ter nveis superiores de

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    velocidade. Esta especificidade das aces est tambm

    descrita no estudo de Pinnington et ai. (1986), em que se

    verificou, para os jogadores "pivots" e cent ra is , os valores

    mais elevados de FC du ra nt e o jogo.Esta provvel mais elevada necessidade de realizao de

    trabalho mais intenso por parte dos jogadores "pivots",

    parece-nos ser factor determinante para uma correcta

    organizao e estruturao do treino.

    5.3. Velocidades de nado

    Embora no seja um indicador exclusivo da qualidade doesforo, a velocidade de deslocamento . por si s, umelemento importante no estudo da caracterizao doesforo de qualquer modalidade desportiva colectiva. Noentanto, a considerao exclusiva deste indicador poder,de alguma, forma encobrir as distribuies das fases mais e

    menos activas da actividade dos jogadores. No polo aqutico, o facto de o jogo se desenvolver n um meioem que todos os tipos de deslocamento so muito exigentesem termos de dispndio energtico, a forma como asvelocidades so preferencialmente utilizadas ganha umadi me ns o especia l na es t r ut ur a do jogo . sen do

    extremamente condicionadora do nvel de jogodesenvolvido.

    A velocidade mdia encontrada para a amo st ra do presenteestudo foi de 0.68m/seg., o que est de acordo com osvalores encontrados pela literatura (Quadro 2.12.).

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    Quadro 2.12.: Velocidades mdias de deslocamento por jogo

    Autor(es) Amostra VelocidadeHohmann e Frase

    (1991) n=12 0.64 0.023m/s

    Presente estudo n=28 0.68 0.054m/s

    Facto interessante que emerge dos resultados obtidos para adistribuio das velocidades mdias pelos nveis de esforo,

    o dos valores da velocidade mdia para os esforos deintensidade intermdia serem superiores aos encontrados

    para os esforos de nvel elevado, o que tem a ver com a jreferida importncia percentual do trabalho vertical nosesforo de intensidade mais elevada.

    No Quadro 2.13 a comparao dos resultados da distribuio

    percentual de metros nadados por categorias develocidades, expressa valores completamente dspares paraos tr s es tu do s apresentados . As razes pa ra este factoestaro, provavelmente, na diversidade do nvel competitivodos jogos observados.

    No ent an to , parece claro que o jogo portugus se evidencia por u m a menor percen tage m de me tr os na da do s a

    velocidades mais elevadas, o que parece reforar aconvico de um exagerado estaticismo nas fases de jogoorganizado. Isto reala o facto de, no presente estudo, seencontrarem percentagens mais e levadas para asve l oc i dad es i n t e rm d i as , a que c o r r e spon dem ,habitualmente, os grandes deslocamentos.

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    Quadro 2.13.: Percentagem de metros nadados por categorias de

    velocidade.

    Autor Amostra 0.51.5m/s

    Aguado e Riera(1987) n=4 14% 64% 22%

    Hohmann e Frase

    (1991) n=24 67 .4% 17.6% 14.8%

    Presente estudo n=28 59.4 % 37 .5 % 2.6%

    Este dado dever ser tido em considerao pelos

    treinadores portugueses, no sentido de se promover umainterveno eficaz para aumentar, do ponto de vista tctico,a movimentao individual e colectiva da equipa, mesmosem a posse da bola. Simultaneamente parece serimportante desenvolver as capacidades motoras, para amelhoria da velocidade e da resistncia, com o objectivo de permitir a realizao de um maior nmero dedeslocamentos a velocidades mais elevadas du rante o jogo.Relativamente s duas posies especficas, "pivots" elaterais esquerdos, foram encontradas diferenas comsignificado estatstico para as velocidades mdias emesforos de elevada intensidade, favorvel ao lateralesquerdo. nes ta s ituao que o jogador "pivot" desenvolve

    maior quantidade de trabalho na posio vertical esttica.Embora o lateral esquerdo apresente velocidades md iassuperiores para os esforos de elevada intensidade, so os

    jogadores "pivots" que, de uma forma algo inesperada,apresentam percentagens superiores de metros nadados

    pa ra este nvel de esforo. No en co nt ra mo s justificaoimediata para esta situao, para alm de no nos parecer

    ques tionvel o facto de grande par te de s te s esforos, no

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    jogador "pivot", corresponderem a situaes estticas de

    lxl em posio vertical.

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    1. Caracterizao das exigncias morfo-funcionais do jogador de polo aqutico portugus

    A avaliao morfo-funcional do atleta reveste uma faceta de

    grande importncia no s no domnio do estabelecimentode perfis, como no estudo das relaes entre o perfilmultifuncional e o padro das exigncias especficas de cadamodalidade desportiva, mas ainda na faceta nica da

    prognose do rendimento (Maia, 1989).

    O elevado nmero de trabalhos nesta rea realizados em

    diferentes modalidades desportivas (Shaw e Deutsch, 1982;Viitasalo et ai., 1987; Fleck et ai.. 1985), abrange umagrande var iedade de ind icadores ( f i s io lg icos ,ant ropomtr icos , motores , tcnicos , e tc . ) e umamultiplicidade de mtodos e protocolos de avaliao.

    No domnio da metodologia, parece inequvoco para amaioria dos investigadores , que o sent ido de evoluo nos

    JDC tem apontado para um conjunto de preocupaesemergentes tais como: (1) o incremento da velocidade ediversidade de ritmos para a execuo das aces; (2) aimportncia do domnio e circulao da bola a alturas maiselevadas; (3) o desenvolvimento e simplificao das acesde ataque (lxl, contra-ataque. finalizao a curta, mdia elonga distncia); (4) o aumento da eficcia defensiva: (5) oaperfeioamento de esquemas tcticos para fases fixas de

    jogo e (6) a valorizao das tarefas do coordenador de jogo.Evidencia-se, deste modo, o claro aumento da intensidadeda actividade e a importncia do papel desempenhado pelascapacidades fsicas e tcnicas na obteno do altorendimento desportivo (Teodorescu, 1984; Bale, 1986;

    Hakkinen , 1991; Rhodes et ai.. 1986; Petric. 1991).

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    O conhecimento preciso do atleta e da forma comoresponde ao quadro multifacetado de exigncias (muitasvezes padronizado, outras aleatrio) de cada modalidade,

    no s no domnio da adaptao crnica como na daadaptao aguda, veicula uma importncia determinante na

    procura da melhoria da "performance" desportiva (Lacour eChatard, 1984).

    O treino enquanto estrutura e processo fundamental de pr ep ar a o para o de sem pe nh o desportivo, tem deconstruir a sua dimenso interna, no s a partir da

    realidade que o conjunto multivariado e singular daactividade em si mesma, mas tambm da expresso dascapacidades que o atleta evidencia em termos fisiolgicos,somticos, motores e tcnicos. A partir da construoslida deste conhecimento interactivo, tornar-se- possvel,e n t o , adequar os mtodos de treino aos perfis

    apresentados pelos atletas em funo das exigncias prprias de cada modalidade.

    O apr ove i ta men to s is tem t ico de jog ado res comcaractersticas dimensionais idnticas para o desempenhodas mesmas funes, revela claramente a importncia dosindicadores somticos no sucesso das inmeras tarefas queos atletas tm de realizar na estrutura simples dos JDC

    (Carter, 1984; Bale, 1986; Claessens et ai.. 1986; Maia.1989). Com a inteno de desenvolver um conjunto deinformaes re levantes no domnio dos perf ismul ti dim en sio na is dos jogado res de polo aqu tico , osobjectivos deste captulo so os seguintes:

    1- Descrever os indicadores somticos, motores e

    tcnicos dos jogadores portugueses de polo aquticode alto rendimento.

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    2- Comparar os resultados obtidos para os indicadores

    morfo-funcionais dos jogadores portugueses e os

    descritos na bibliografia relativos a outros praticantes

    da mesma modalidade.

    1.1. Indicadores somticos

    A investigao neste domnio tem centrado a sua ateno noesclarecimento de um paradoxo aparente: se, por um lado, osucesso desportivo parece reclamar dos atletas um tipo

    somtico especfico, por outro, os resultados apresentados por alguns adetas com somattipos dissemelhantes, revelama forma como os restan tes factores do perfil morfo-funcional

    podem condicionar o rendimento desportivo (Maia, 1989).A iden t i f i ca o das ap t id es , ca pa c i da de s ecomportamentos fundamentais do atleta assume-se comoura processo descriminador das aptides de base de cada

    modalidade (Schmidt, 1982).O polo aqutico, em funo das exigncias de carcterqualitativo e quantitativo das suas tarefas, requer dos seusatletas perfis somticos prprios, condicionados por: (1) o

    jogo se desenvolver no meio aqutico, obrigando deimediato adopo preferencial da posio horizontal

    (Majoni e Russo, s/d): (2) quase se poder considerar comoum desporto de combate, pela forma como o contacto entreos jo ga do re s tem impor tn ci a no xito da s ta re fa sindividuais (Gallov. 1977); e (3) por ser um jogo em qu e o

    principal objectivo a introduo de uma bola na balizaadversria.

    As implicaes destes e de outros pressupostos, obrigam a

    que, nas competies de nvel mais elevado, se assista a

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    uma seleco exigente de atletas. No caso do polo aqutico,valores inferiores de estatura a 188 cm e a 190 cm.respectivamente, para os "jogadores de campo" e para os

    guarda-redes. so desaconselhveis do ponto de vista doalto rendimento (Dragan. 1991). Assim, os dados obtidosatravs dos estudos antropomtricos. sugerem anecessidade de se definirem estratgias adequadas deseleco de jogadores (Bompa, 1987; Schroter e Voss,1991), que tenham por base o estabelecimento de perfissomticos por modalidades, e dentro destas, por posies

    especficas, estratgias que devero partir da definio dos pressupostos necessrios, para que. de forma continuada eevolutiva, as diversas fases da formao de um atleta sejamgradual e inequivocamente ultrapassadas (Vujovic et ai.,1986).O treino dever, deste modo, em cada fase do plano de

    carreira de um atleta, ser capaz de intervir no sentido deatravs de programas especficos obviar a desvios relativosaos perfis previamente definidos. Os pressupostosantropomtricos possuem uma dimenso referencialimportante, pela possibilidade de comparao eaproximao relativa aos valores da composio corporalapresentados pelos atletas de alto nvel, embora o estado

    actual do conhecimento nesta rea ainda no permita umacompreenso total sobre algumas das situaes menosbvias do rendimento desportivo (Sinning, 1984).A altura e o peso dos atletas so duas variveis fortementeassociadas ao sucesso desportivo nos JDC (Maia, 1989), oque permite que Kruchta (1983) afirme, de formainequvoca, que nenhum pas poder atingir ttulos de nvel

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    mundial nos JDC. com a participao exclusiva de atletas de baixa estatura.A dependncia do xito desportivo j no to clara

    relativamente ao peso dos atletas, uma vez que o seu grau deimportncia diverge, no s de modalidade paramodalidade, como tambm no interior de cada modalidade,

    pa rt ic ul ar me nt e em funo da s pos i es especficasdesempenhadas por cada atleta (Carter, 1984; Sinning,1984; Hawes e Sovak, 1991).

    O facto de os JDC reclamarem uma clara especializao dos

    atletas por posies especficas, obriga sua distribuio pelas tarefas mais adaptadas s suas caractersticas. Estaimp os i o veicula a ne ce ss id ad e do es tu do daca ract er izao morfolgica dos jo gado re s pelas diver sas posies especficas existentes dentro de cada modalidade.E st as exign cias de espe cial iza o expr imem talimportncia no quadro integrativo da estrutura-funo, quea investigao neste domnio centrou a sua ateno em duasorientaes essenciais: os estudos univariados e osmultivariados nas mais diversas modalidades desportivas. No primeiro caso pretende-se, simultaneamente, descrevere diferenciar os traos somticos de uma determinada

    populao (Hebbelinck et ai.. 1975; Vujovic et ai., 1986

    Maia. 1989), enquan to que, no segundo caso, pretende-sealcanar o estabelecimento de relaes entre as dimensesde tipo somtic o e o rend imen to despo rtivo (Sedlock,1988; Bale, 1991; Maia e Sarmento, 1991).Os estudos realizados em atletas participantes nos diversosJogos Olmpicos tm evidenciado uma estreita relaoentre os diversos tipos somticos e a qualidade dos

    resultados desportivos alcanados (Hebbelinck et ai., 1975;

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    Clarys et ai.. 1973; Hawes e Sovak. 1991). Este domnio dainvestigao tem sido essencialmente descritivo, na maioriados casos ligado s modalidades individuais (Maia. 1989).

    Ao invs da situao anterior, a abordagem da identificaodo tipo morfolgico dos atletas praticantes dos JDC temsido um pouco negligenciada. No en ta nt o, e ap es ar doreduzido nmero de estudos publicados em atletas

    praticantes de JDC, emerge, com alguma consistncia, aconvico de que os atletas de alto nvel evidenciamsomattipos especficos de cada modalidade (deGaray et ai.,

    1974; Perez, 1981; Car ter, 1982; Toriol