4 Jboô - - Polícia fecha 5 rádios comunitárias no ParanáNESTA iMeio ambiente Teresa ürbanfala...

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NESTA iMeio ambiente Teresa ürbanfala das conseqüências ecológicas e econômicas do tombamento da Serra do Mar, ocorrido dez anos. Página 6 i A semana na [Assembléia O projeto de emenda consütucional que permite a reeleição do \ presidente da Assembléia é o tema de José Luis Talarico. Página $ IA semana |na Câmara Vereadores do PT * querem saber quem paga a viagem do prefeito Greca e comitiva a Istambul, conta J.F.S. Página 3 \ Esporte J. de Adelaide constata, surpreso, que os dirigentes dos grandes clubes descobriram a vantagem de baixar os preços dos ingressos. Página 10 i Cinema/ |Yídeo Dosfilmes recebidos pelas locadoras esta semana, três merecem alguma atenção. É o palpite de Roberto Salomão. Página 9 {Editorial (I) Comenta a declaração do presidente FHC, admitindo que o desemprego ainda vai crescer, e as conseqüências da atual política econômica. Página 2 JEditoríal (II) Afirma que a resistência oferecida pelos trabalhadores da cidade e do campo " é a perspectiva positiva que se abre hoje para o Brasil Página 2 notãaa GÊa I I r - - Jboô JO Curitiba, I a 7 de junho/1996 ANO II 'N 4 18* R$0,50 Polícia fecha 5 rádios comunitárias no Paraná Luta comum * ft * < i4 \\\ Cerca de 5 mil servidores públicos estaduais conceníi aram-se na última quarta-feira em frente ao Palácio Iguççu. Os servidores, (jue paralisaram por um dia suas atividades, exigem reposição salarial de IMi",,. Uma comissão dos manifestantes ftn recebida pelo governador em exercício, Aníbal Khury, sem contudo obter uma resposta concreta para sua reivindicação. Página 7 *e: ir 5^ m. i\ iTwjtflvfnm () ato dt Grito da Terra Brasil. Os sem-terra chegaram a ocupar as delegacias regionais do Ministério da Fazenda e do Incra. AV» Centro Cívico, lembraram os 19 agricultores assassinados em Eldorado do Carajás. Mas, no acampamento, mostraram muito humor, com música e baile. Página 5 Vanhoni confia na força da esquerda unida O deputado Ângelo Va- nhoni, escolhido pelo PT como candidato a prefeito de Curitiba, fala sobre a campanha eleitoral em entrevista à Folha Popular. Vanhoni diz confiar nas chances do PT, numa provável coligação com mais seis partidos de esquerda. Ele afirma que a frente de esquerda será uma alternativa real de poder ao modelo implantado nos últimos anos na capital paranaense. E mostra quais os pontos programáticos a serem priorizados pelo PT durante a campanha. Página 3 Pedreira pode ser interditada A Indústria Extrativa de Cal Ltda., em Colom- bo (região metropo- litana de Curitiba) poderá ser interditada, por falta de condições de segurança. No último fim de semana, ocorreu um desmo- ronamento que acabou matando dois operários e ferindo gravemente um terceiro . .Mém dos riscos de vida para os traba- lhadores, a pedreira também é acusada de provocar danos ao meio ambiente. Página 6 Duas rádios comunitárias na Grande Curitiba (FM Liberdade e Popular FM), outras três no interior do estado e mais 11 em São Paulo foram fechadas esta semana pela Polícia Federal, a mando do Ministério das Comunicações. Com essas, são 111 as rádios dos dois estados que tiveram seus transmissores lacrados desde outubro do ano passado. Mais uma vez, o ministro Sérgio Motta estava fora do país no momento das operações da PF A dele- gacia regional do Ministério em Curitiba confirmou a política oficial de garantir espaço para as rádios oficialmente autorizadas. Em Piraquara, na região metro- politana de Curitiba, um padre diz que a população poderá até linchar os policiais no caso de uma tentativa de fechar a Rádio do Senhor. Eduardo Pavão, do Fórum Nacional pela Demo- cratização dos Meios de Comu- nicação, afirma que a medida do Ministério das Comunicações foi inspirada pelo senador baiano Antônio Carlos Magalhães. Página 4 Clima tenso na greve dos canavieiros A greve de 800 bóias- frias em São Pedro do Ivaí atingiu um ponto crítico. A Destilaria Vale do Ivai, paralisada, não atende as reivin- dicações dos grevistas e diz que a greve é ilegal (até o fechamento desta edição, ainda não havia uma decisão da Justiça do Trabalho a respeito). O padre Zenildo Meggjatto, acusado pela empresa de insuflar o movimento, recebeu ameaças de morte. Enquanto isso, os trabalhadores e suas famílias enfrentam muitas dificul- dades- dois deles chegaram a desmaiar de fome em frente à destilaria. Os sindicatos iniciaram uma campanha de arrecadação de alimentos. Página 5 AçàO LASSICO TEM INGRESSOS MAIS BARATOS. PAGINA 10 Desafio mortal, com Jean- Claude Van Damme, é a atração desta semana no Cine Plaza. Confira toda a programação de cinema e as demais atrações culturais de Curitiba. Página 9

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  • NESTA

    iMeio ambiente Teresa ürbanfala das conseqüências ecológicas e econômicas do tombamento da Serra do Mar, ocorrido há dez anos. Página 6

    i A semana na [Assembléia O projeto de emenda consütucional que permite a reeleição do \ presidente da Assembléia é o tema de José Luis Talarico. Página $

    IA semana |na Câmara Vereadores do PT * querem saber quem paga a viagem do prefeito Greca e comitiva a Istambul, conta J.F.S. Página 3

    \ Esporte J. de Adelaide constata, surpreso, que os dirigentes dos grandes clubes descobriram a vantagem de baixar os preços dos ingressos. Página 10

    i Cinema/ |Yídeo Dos filmes recebidos pelas locadoras esta semana, três merecem alguma atenção. É o palpite de Roberto Salomão. Página 9

    {Editorial (I) Comenta a declaração do presidente FHC, admitindo que o desemprego ainda vai crescer, e as conseqüências da atual política econômica. Página 2

    JEditoríal (II) Afirma que a resistência oferecida pelos trabalhadores da cidade e do campo " é a perspectiva positiva que se abre hoje para o Brasil Página 2

    notãaa

    GÊa I I r - - Jboô JO

    Curitiba, I a 7 de junho/1996 • ANO II 'N4 18* R$0,50

    Polícia fecha 5 rádios comunitárias no Paraná

    Luta comum • ♦ *

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    Cerca de 5 mil servidores públicos estaduais conceníi aram-se na última quarta-feira em frente ao Palácio Iguççu. Os servidores, (jue paralisaram por um dia suas atividades, exigem reposição salarial de IMi",,. Uma comissão dos manifestantes ftn recebida pelo governador em exercício, Aníbal Khury, sem contudo

    obter uma resposta concreta para sua reivindicação. Página 7

    *e: ir

    5^ m.

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    iTwjtflvfnm () ato dt Grito da Terra Brasil. Os sem-terra chegaram a ocupar as delegacias regionais do Ministério da Fazenda e

    do Incra. AV» Centro Cívico, lembraram os 19 agricultores assassinados em Eldorado do Carajás. Mas, no acampamento, mostraram muito humor, com música e baile. Página 5

    Vanhoni confia na força da esquerda unida

    O deputado Ângelo Va- nhoni, escolhido pelo PT como candidato a

    prefeito de Curitiba, fala sobre a campanha eleitoral em entrevista à Folha Popular. Vanhoni diz confiar nas chances do PT, numa provável coligação com mais seis partidos

    de esquerda. Ele afirma que a frente de esquerda será uma alternativa real de poder ao modelo implantado nos últimos anos na capital paranaense. E mostra quais os pontos programáticos a serem priorizados pelo PT durante a campanha. Página 3

    Pedreira pode ser interditada

    A Indústria Extrativa de Cal Ltda., em Colom- bo (região metropo-

    litana de Curitiba) poderá ser interditada, por falta de condições de segurança. No último fim de semana, ocorreu um desmo-

    ronamento que acabou matando dois operários e ferindo gravemente um terceiro . .Mém dos riscos de vida para os traba- lhadores, a pedreira também é acusada de provocar danos ao meio ambiente. Página 6

    Duas rádios comunitárias na Grande Curitiba (FM Liberdade e Popular

    FM), outras três no interior do estado e mais 11 em São Paulo foram fechadas esta semana pela Polícia Federal, a mando do Ministério das Comunicações. Com essas, são 111 as rádios dos dois estados que tiveram seus transmissores lacrados desde outubro do ano passado. Mais uma vez, o ministro Sérgio Motta estava fora do país no momento das operações da PF A dele- gacia regional do Ministério em Curitiba confirmou a política oficial de garantir espaço para as rádios oficialmente autorizadas. Em Piraquara, na região metro- politana de Curitiba, um padre diz que a população poderá até linchar os policiais no caso de uma tentativa de fechar a Rádio do Senhor. Eduardo Pavão, do Fórum Nacional pela Demo- cratização dos Meios de Comu- nicação, afirma que a medida do Ministério das Comunicações foi inspirada pelo senador baiano Antônio Carlos Magalhães.

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    Clima tenso na greve dos canavieiros A greve de 800 bóias-

    frias em São Pedro do Ivaí atingiu um ponto

    crítico. A Destilaria Vale do Ivai, paralisada, não atende as reivin- dicações dos grevistas e diz que a greve é ilegal (até o fechamento desta edição, ainda não havia uma decisão da Justiça do Trabalho a respeito). O padre Zenildo Meggjatto, acusado pela empresa de insuflar o movimento, recebeu ameaças de morte. Enquanto isso, os trabalhadores e suas famílias enfrentam muitas dificul- dades- dois deles chegaram a desmaiar de fome em frente à destilaria. Os sindicatos iniciaram uma campanha de arrecadação de alimentos. Página 5

    AçàO

    LASSICO TEM INGRESSOS MAIS BARATOS. PAGINA 10

    Desafio mortal, com Jean- Claude Van Damme, é a atração desta semana no Cine Plaza. Confira toda a programação de cinema e as demais atrações culturais de Curitiba. Página 9

  • Página 2 - I a 7 de junho/96

    Opinião Rumo ao desastre

    Em uma edição anterior da Folha Popular, alertávamos em editorial que o modelo econômico

    adotado pelo atual governo federal, com as bênçãos dos grandes banqueiros internacionais, geraria inevitavelmente uma nação empobrecida a um nível que hoje não podemos imaginar muito bem. Raciocinávamos assim: há hoje no Brasil cerca de 40 milhões de pessoas completamente excluídas do mercado de consumo; o desemprego cresce a olhos vistos, atingindo nas grandes cidades índices de 15% da mão de obra, ou mais; e as perspectivas, admitidas por economistas e confirmadas por inúmeros exemplos da realidade concreta, apontavam para a

    queda ainda mais acelerada das ofertas de emprego; a não efetivação da reforma agrária marginaliza outros milhões.

    Concluíamos com o prognóstico de que, a menos que este curso fosse interrompido, chegaríamos em uma década ou pouco mais à cifra de 100 milhões de marginalizados. Essa afirmação pode significar um pesadelo, mas não há à vista fatos que a desmintam.

    Pois bem: nos últimos dias, o próprio presidente Femando Henrique Cardoso declarou publicamente que o desemprego ainda deverá aumentar. Nossa reação não pode ser simplesmente a de desdém diante da ausência de novidade. Ao contrário, ficamos pasmos diante da fria admissão do fato por parte daquele que deveria ser o

    primeiro a adotar, em termos de urgência absoluta, medidas para reverter este quadro.

    Cem milhões de marginalizados, é o que há por trás das palavras de FHC, significam um preço razoável a ser pago pelas reformas, pela modernização. E a esses 100 milhões devemos somar muitos milhões mais de trabalhadores que, embora dispondo de emprego, ganham tão pouco que não participam de nenhuma forma do mercado de consumo.

    É o presidente quem diz: a situação vai piorar. Longe de nós duvidar. O presidente confirmou os objetivos conscientes de sua política Para nós, isso significa conduzir o Brasil no caminho do desastre, embora ao som das fanfarras e dos violinos neoliberais.

    Resistência A realização do Grito da

    Terra, que mobiliza mais de 100 mil

    trabalhadores rurais em todo o país, a paralisação dos servidores públicos estaduais, ainda que por um dia, a inédita greve dos bóias-frias em São Pedro do Ivaí e a convocação da greve geral para 21 de junho são sinais, entre muitos outros, de que os tra- balhadores brasileiros não estão dispostos a assistir passivamente à pauperização do país. Antes de tudo, porque a deterioração da economia afeta sempre, antes dos demais e com maior inten- sidade, aos assalariados, às parcelas mais desprotegidas da população. Depois, porque cresce a consciência de que as agruras do cotidiano guardam íntima relação com o rumo adotado pelas autoridades fede-

    rais na condução da economia do país.

    Ganha força um amplo movi- mento de resistência a todas as medidas preconizadas e aplica- das pela política neoliberal. Espalha-se a convicção de que as reformas, seja a quebra dos monopólios estatais, ou as mu- danças na Previdência, ou mes- mo a manutenção da baixa inflação, além de não resolverem os problemas imediatos do país, ainda sinalizam para uma situação desastrosa para a grande maio- ria. O desemprego vai crescer, os sçrviços sociais vão piorar, os direitos sociais e trabalhistas vão acabar, o futuro começa a deixar de existir para quase todos- é contra tudo isso que lutam hoje os trabalhadores.

    Quando o próprio presidente da República admite que os

    tormentos que afligem a popu- lação tendem a crescer; quando patrões de humildes cortadores de cana-de-açúcar negam-se a conceder a universal folga aos domingos; quando assalariados não conseguem sequer fazer três refeições diárias- isso é uma prova de que do jeito que estão as coisas não podem ficar. Lutar por mudanças passou a ser condição de sobrevivência para os trabalhadores.

    A desconfiança com relação ao governo federal, atestada pela queda da popularidade do pre- sidente, que as pesquisas de opinião públicajá detectam, é um fator de otimismo. Porque não é confiando neste governo que se chegará à solução dos grandes problemas nacionais. Os traba- lhadores só podem contar hoje com suas próprias forças: aí, sim, justifica-se a confiança.

    A reforma agrária em números

    Rogério Mauro*

    O Brasil vive hoje um grande problema de concentração de ter-

    ra. Apenas 1% dos proprie- tários rurais detém 46% das terras, enquanto 53% dos proprietários detêm apenas 3%. No caso da produção, estes números se invertem: as propriedades com menos de 50 hectares produzem 50% da produção agrícola na- cional, enquanto as proprie- dades com mais de mil hectares produzem apenas 16%.

    Durante os anos de 60 a 80, 30 milhões de trabalhadores rurais abandonaram o campo (2,8 pessoas por minuto). Este número é maior que a população da grande maioria dos países. Ou seja, em ape- nas 20 anos tivemos que construir a infraestrutura urbana de um país. Assim, não há economia que sobreviva, contemplando salários, em- pregos e cidadania.

    Para a realização da refor-

    ma agrária, os recursos finan- ceiros necessários são míni- mos: para o assentamento de uma família são necessários R$ 30,859,60, sendo que R$ 23.662,83 são reembolsá- veis, ficando um custo de apenas R$ 7.196,77 para o governo ( c o m - preendendo os valores do le- vantamento de recursos natu- rais aos ser- viços topográ- ficos, às obras, ao crédito em geral, à assis- tência técnica, à capacitação e à administração). O gasto total refere-se aos custos com assentamento, crédito para alimentação e fomento, infraestrutura social, inves- timentos e financiamentos.

    Em comparação, para a geração de um único em- prego no comércio é neces- sário investir R$ 40 mil. Na indústria, R$ 84 mil.

    A renda de uma família

    assentada, segundo dados da FAO/MARA (1992), é na média nacional de 3,70 salá- rios mínimos, sendo que no Sul do país aumenta para 5,62.

    _ . , . Os resultados Propriedades com sociais também

    menos de 50 ha são muit0 produzem 50% da grandes A taxa produção agrícola de mortalidade

    nacional. As infantil nacional

    propriedades com é de 87 Por mil

    mais de 1000 ha nascidos; Já nos

    produzem assentamentos, * ^«y esta taxa cai para

    We™sJM: 50 por mil. Nas regiões Sul e

    Sudeste, a taxa é nula. A sociedade brasileira

    exige a reforma agrária como uma forma de melhoria da vida sócio-econômica para todos. Sergundo pesquisa publicada pelo jornal "O Estado de São Paulo", 86% da população apoia a reforma agrária.

    •Rogério Mauro é coordenador do Movimento

    dos Trabalhadores Sem-Terra no Paraná

    O remendão casuístico Maurício Requiào*

    Eu, como muitos outros deputados, estava pronto para votar uma profunda

    reforma da Previdência. Muitas

    injusta estrutura da Previdência e os megaprivilégios do Ju- diciário, dos militares, das estatais e, porque não dizer, também dos parlamentares.

    O governo FHC trocou uma idéias estavam postas no Con- possível e séria reforma por um gresso Nacional e havia con- remendão casuístico. Pior. Trans-

    formou a aprovação em uma questão de honra para o governo. Acre- dito que, no fundo, o governo tem cons- ciência de seu erro, mas falta-lhe grandeza para reconhecer o equívoco.Vencer os

    fiança de que a: reforma, com o i Transformou governo entrando \ a aprovação da no jogo, seria para i reforma da valer. Qual o quê! | Previdência em

    O que veio ao j uma questão de Congresso foi um \honra 0 texto perverso. Ao i

    A A A : governo. invés do desejado 1° modelo único de j adversários passou a Previdência, tive- ser mais importante do mos a manutenção do atual que a própria reforma. "Vencer sistema que distingue uma Previ- ou vencer", diria um Femando dência para os militares, outra ao outro, seu discípulo. Com este para os servidores e, ainda, outra propósito, criou um novo para os trabalhadores da ini- Ministério para atender às ciativa privada. Toda a chamada demandas dos parlamentares e reforma resumiu-se a um elenco desencadeou ou intensificou a de medidas de combate a alguns campanha de desmoralização do poucos direitos e/ou conquistas Congresso. Quanto mais frágil o (e também a alguns privilégios) Congresso, mais suscetível aos de parcelas de trabalhadores, pequenos favores que o novo como os bóias-frias, os au- Ministério tem a "respon- tônomos e os funcionários pú- sabilidade" de prestar, blicos. Permaneceu intocada a Esta é a lógica do neofisio-

    logismo, do fisiologismo com Ministério, do macrofisiologismo: com o Parlamento desmora- lizado, o parlamentar oferece sua alma, seu coração e seu voto em troca de sua sobrevivência política. Se resistir, o jejum e a morte eleitoral.

    Não sei se feliz ou infelizmente, o governo, incompetente em tantas áreas, também vacila rio seu toma-lá-dá-cá. Muitos depu- tados se irritam porque, mesmo votando, não vêem atendidos seus pleitos. Daí a oposição, aliada à fisiologia insatisfeita, conseguir eventualmente algumas vitórias nesta reforma (a meu ver nas questões erradas). Mas não nos iludamos. Talvez ainda esta semana a Câmara dos Depu- tados conclua as votações dos destaques e das emendas ao remendão. O projeto irá, então, ao Senado, onde há poucas chances de que venha a ser substituído. Uma esperança ainda resta: o neofisiologismo tem um antídoto, o processo eleitoral. Tudo ainda pode mudar.

    *Maurício Requiào é deputado federal

    (PMDB-PR)

    Psicotécnicos

    E preciso que o Conselho Regional de Psicologia da 8a

    Região e os psicólogos deixem claro qual a intenção desses psicotécnicos aplicados em concursos públicos. Acontece que não há candidato que conheça o conteúdo desses

    CARTAS DO LEITOR

    testes e muito menos como é feita a avaliação. Porque ter em mãos de uma única pessoa todo o cabedal de conhecimento é, no mínimo, antidemocrático. Até porque a história nos mostra como a psicologia foi às vezes usada para fins obscuros. E preciso que o candidato conheça a metodologia, para que possa

    fiscalizar. Um teste que não aceita o contraditório nos deixa apavorados. Na dúvida, é melhor que esses testes sejam eliminados. João Batista Portela- Curitiba

    Cartas para a Folha Popular podem ser enviadas para

    Rua Dr. Muricyj 542 - 9o andar CEP 80010-120 - Curitiba - PR

    FOLHA POPULAR é um jornal de propriedade do Centro de Formação Irmã Araújo, Al. Dr. Murici, 542, 9o andar, sala 906, Centro, Curitiba,

    CEP.80010-120 - Fonefax (041) 322-8487 Fone: 322-0894

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    Diretora de Redação: Léa Okseanbcrg Diretor Administrativo: Verly Olivete

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    As matérias assinadas não refletem, necessariamente, a opinião deste jornal

    » *

  • I a 7 de junho/96 - Página 3

    r A • itica

    Vanhoni acredita na vitória Depois do encontro

    que aprovou sua candidatura, o

    deputado diz que a frente de esquerda pode concorrer de

    igual para igual com seus adversários

    Ângelo Vanhoni passou a última segunda-feira per- correndo estúdios de

    televisão e de rádio e dando entrevistas ajomais. Na Assem- bléia, foi cumprimentado por deputados e jornalistas. A noite, viajou para São Paulo, onde participou de uma reunião nacional do PT que discutiria as eleições. Mas antes, ainda mal refeito dos dois dias do encontro do PT que o sagrou candidato a prefeito, o deputado estadual falou à Folha Popular de suas perspectivas quanto à eleição de 3 de outubro em Curitiba.

    Folha Popular- Deputado, o encontro do PT foi bom?

    Vanhoni- Foi ótimo. Aliás, não só o encontro, mas todo o pro- cesso de escolha da candidatura, que levou cerca de dois tneses e meio. Nesse período, o PT de Curitiba debateu suas divergências internas, discutiu a conjuntura política, analisou os principais problemas da cidade e elaborou em grande parte seu plano de governo. O resultado foi o que se viu: 822 conpanháros votaram na prévia de 28 de abril e 514 companheiros estiveram no en- contro de 25 e 26 de maio- uma participação inédita em nosso partido. O PT sai unido e fortalecido desse processo.

    FP- O PT está unido de ver- dade?

    Vanhoni- A escolha de meu nome como candidato não signi- fica, evidentemente, o fim das nossas divergências internas. Mas eu sai do encontro inteiramente convencido de que se consolidou uma unidade muito grande da milhância e dos dirigentes petistas. Nossos adversários na eleição já se divertiram o suficiente com nossas divergências; seria melhor para eles que passassem agora a se preocupar com a força da militância do PT e dos partidos de esquerda.

    FP- Já está acertada a frente de esquerda? Quem será seu vice?

    Vanhoni- A direção municipal do PT está conversando com o PCdoB, PCB, PPS, PV, PSB e PSTU, com o objetivo de unir numa mesma frente todos os partidos de esquerda. Não há nenhum grande obstáculo à efe- tivação da frente. O mais impor-

    ES se mana na Câ IYI 3 rs i

    O presidente da Câmara, vereador íris Simões, comemorou seu aniversário, dia 25, com os funcionários da Casa, na segunda, 27. Lista passada por seus assessores permitiu que o presente fosse um prendedor de gravata, em ouro.

    ••••

    Pequenos agricultores, em massa, fizeram uma visita á Câmara. Pedem projeto em apoio á "agricultura familiar". Jorge Samek, do PT, falou da tribuna, colocando a Casa á disposição.

    ••••

    Moção de apoio à greve dos servidores públicos federais e do Cefet-PR, que estão paralisados pela reposição salarial de 46% e em defesa dos serviços públicos, foi assinada por diversos vereadores e inserida em ata da sessão plenária de segunda-feira.

    ••••

    Aldemir Manfron, PTB, que poucos projetos de lei apresenta, deu o ar de sua graça propndo que o Clube de Pesca Veneto seja declarado de utilidade pública. É promissor!

    ••••

    O vereador Natálio Stica, do PT, está intrigado com a viagem do prefeito para Istambul e Washington. Enviou pedido de informações para sabá- qual o número de integrantes da comitiva, quais os gastos em passagem e estadia e qual a procedência da dotação orçamentária para a viagem. Stica ainda quer saber se é verdadeira a informação de que um ônibus biarticulado está sendo enviado a Istambul, para e?q)osição. Será possível?

    ••••

    Mas não é só o Stica. Tadeu Veneri, também da bancada do PT, quer saber- e para isso enviou pedido de informação- quem pagou a apresentação da Camerata Antiqua de Curitiba no Rio de Janeiro. "Se foi a Prefeitura", pergunta, "quanto custou?" Preocupado, quer saber se a mesma Camerata se apresentará em Washington e quem pagará São perguntas justas, muito justas, justíssimas...

    J.F.S.

    tante é o desejo comum de trabalhar unidos; o resto são detalhes que podem ser facilmente resolvidos. Todos os partidos, inclusive o PT, entendem a importância deste fato e estão dispostos a entrar em acordo.

    FP- O que o PT vai mostrar na campanha?

    Vanhoni- Basicamente, que não se resolvem os problemas do povo com a receita neo-liberal de Fernando Henrique nem com a variante Lemer-Greca, caracte- rizada pela utilização intensa da propaganda. Curitiba é hoje uma cidade que caminha a passos largos para incorporar todos os problemas comuns às grandes cidades: aqueles que não tínha- mos, passamos ater. Curitiba tem problemas sérios de saúde, de habitação e de saneamento. O marketing que tenta mostrar Curitiba como cidade do primeiro mundo não é capaz de esconder que grande parte de nossa popu- lação vive em situação precária.

    O desemprego já atinge 15% da população economicamente ativa; não há planejamento do cres- cimento, integrando os municípios da região metropolitana; no centro, as condições do tráfego de veículos estão cada vez piores... seria preciso muito tempo e espaço para enumerar todos os nossos problemas.

    FP- Certo, os problemas nós conhecemos, mas e as soluções?

    Vanhoni- Não há solução para os problemas da cidade que não passe pela mobilização da população. A atual administração exclui a participação popular ç impõe autoritariamente seus planos para a cidade. Os partidos de esquerda também têm planos que, uma vez implementados, modificarão radicalmente as condições de vida da população- para melhor, muito melhor. Mas o ponto principal, e a partir do qual nós pretendemos centrar nossa gestão, será a promoção da participação popular, da demo-

    "semana na "Ãssèrni^léia

    REELEIçãO (1^ Projeto de emenda do deputado Antônio Belinatti à

    Constituição Estadual prevê a possibilidade de reeleição dos presidentes da Assembléia Legislativa, Tribunal de Justiça e Tribunal de Contas, além dos reitores das universidades estaduais e diretores das faculdades estaduais isoladas. Diz-se que mais de 30 deputados já assinaram o projeto, que vem aí com força total.

    REELEIçãO (2) Há interpretações de que a emenda seria inconstitucional, uma

    vez que a Constituição Federal impede a reeleição nesses casos. De qualquer forma, no que diz respeito à Assembléia, a emenda, se aprovada, significará apenas a formalização do poder quase total de Aníbal Khury que, quando não é presidente, é primeiro- secretário, mas manda do mesmo jeito.

    REELEIçãO (3) Comenta-se que a razão para o assunto vir à baila seria a

    possibilidade de Algaci Túlio assumir a presidência em 97, como compensação por desistir (mais uma vez) da candidatura a prefeito. Algaci, nesse caso, teria o apoio do governo estadual e poderia questionar a posição de Aníbal como chefe incontestável da Casa.

    GALERIAS CHEIAS

    Servidores estaduais e trabalhadores rurais (sem-terra e pequenos proprietários) lotaram as galerias da Assembléia na quarta-feira, 29. Usaram da tribuna para expor suas reivin - dicações e foram contemplados com o apoio declarado de deputados de todas as vertentes políticas. Solidariedade verbal, porém, não enche barriga.

    yosé Luís Talarico

    cracia, da plena cidadania. Aber- tos esses canais, a população enfrentará, com o amplo incentivo da prefeitura, as raízes dos pro- blemas que vive em seu dia a dia, como falta de moradia, péssimas condições de saúde e de sanea- mento, a insuficiência do sistema de transporte coletivo, e assim por diante. A população será chamada a participar da elaboração do orçamento da cidade e será ela a inverter as prioridades hoje colocadas. E assim, porá o dedo nas feridas- porque não se trata simplesmente da elaboração técnica do orça-

    mento, mas sim do exercício da democracia direta.

    FP- E os adversários? Vanhoni- Representam dife-

    rentes variedades da mesma matriz, que é o domínio das elites sobre os destinos de Curitiba. Hoje, como nunca, temos plenas condições de questionar para valer esse modelo. Os adversários não nos assustam- nem nos debates, nem quanto à consis- tência das propostas, muito menos quanto ao seu poder de convencer o eleitorado curitibano. Desta vez, vamos disputar, de fato, o poder.

    IPE

    Secretário acumula cargo Stephanes assume

    superintendência no lugar de Waldimir Belinattj, que

    teve problemas de saúde

    O secretário de Admi- nistração do Paraná, Reinhold Stephanes Jú-

    nior, é também agora o supe- rintendente do IPE-Instituto de Previdência do Estado. Ele assumiu no lugar de Waldimir Bchnatti, que sofreu um enfarte na semana passada e pediu pára ser afastado,

    Elizabete Matheus da Silva, diretorado Sindisaúds (Sindicato dos Servidores da Saúde e da Previdência do Estado), acha complicado ver alguém da inicia» tiva privada- Stephanes foi diretor da Amil (empresa de saúde privada) e está afastado do cargo- assumir um setor de saúde destinado ao servidor público. "A tendência é aplicar

    a privatização com o uso da tercerização dos serviços", teme Elizabete.

    O IPE atravessa uma grande crise. Era plebicisto realizado em abril, 79,95% dos usuários consi- deraram o atendimento péssimo.

    Na avaliação de Stephanes, a saúde precisa ser reformulada. Dizendo-se contrário à priva- tização no setor, recomenda que o sistema de saúde deve ser sempre misto. "Quem pode paga e i aqueles settivretuEsos devem ter acesso a uma saúde ef»» ciente".

    ELEIçõES

    Stephanes não quer se definir sobre sua possível candidatura nas próximas eleições. "Preciso falar com o governador Jaime Lemer", despistou. O secretário, se quiser sair candidato, terá que se desincompatibilizar dos dois cargos.

    Pauta Pirm

    Qhíspinhas

    CâMARA ADIA PREVIDêNCIA

    Ao contrário do que pretendia o presidente da Câmara, deputado Luiz Eduardo Magalhães (PFL-B A), o primeiro turno de votação da reforma da Previdência só deverá ser concluído após o feriado de Corpus Christi. Na última quinta-feira, só apareceram 422 deputados no Plenário, número insuficiente para o governo derrubar o destaque que garantiu o direito à aposentadoria especial aos professores universitários da rede particular. Esse direito já havia sido concedido aos professores universitários e de primeiro e segundo graus da rede pública. O governo precisava de 308 votos mas só conseguiu 297, 11 a menos do que o necessário. Com o feriado da próxima quinta-feira, a retomada da votação dos destaques deve acontecer apenas a partir de 11 de junho.

    ATENUADA PENA DE FRAUDADOR

    O advogado Ilson Escóssia da Veiga, condenado em 1992 a 14 anos de prisão por um rombo de R$ 189 milhões nos cofres da Previdência Social, vai poder cumprir o restante da pena em regime semi-aberto. O direito ao beneficio, previsto na Lei de Execuções Penais aos condenados que já cumpriram um sexto da sentença, foi reconhecido, por unanimidade, pela l" Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), em habeas-corpus impetrado pelos defensores de Escóssia. Em menos de um mês, foi a segunda vitória obtida pela quadrilha de fraudadores que conseguiu lesar o INSS em cerca de R$ 525 milhões. Há três semanas, o advogado Wilson Ferreira, sobrinho de Escóssia, também foi beneficiado com o regime semi- aberto de prisão.

    MORTE DE JK INVESTIGADA A promotora de Justiça Débora Sarmento, de Resende, município

    do Vale do Paraíba (RJ), determinou quinta-feira a reabertura das investigações sobre a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, em 22 de agosto de 1976. No acidente de carro também morreu o motorista de JK, Geraldo Ribeiro. Há denúncias de que Juscelino foi vítima de um atentado político. (Agência Estado)

  • Página 4 - I a 7 de junho/96

    K

    FORA DO AR

    Polícia Federal fecha mais duas rádios comunitárias

    A ação coincide outra vez com a

    ausência do ministro das Comunicações

    do país

    Coincidência ou não, já é a segunda vez neste semestre que acontece

    uma série de fechamentos de rádios comunitárias ao mesmo tempo em que o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, está fora do país. Durante a visita do ministro à França, na semana que passou, juntamente com a comitiva do presidente Fernando Henrique, onze rádios comu- nitárias foram fechadas em São Paulo e mais cinco no Paraná. Duas delas na Grande Curitiba: a FM Liberdade (107,3 Mhz) e a Popular FM (107,5 Mhz).

    Em março deste ano, o minis- tro também estava fora do país quando o secretário executivo do MiniCom,. Renato Guerreiro, determinou a apreensão de todos os transmissores sem autorização oficial. No Paraná, pelo menos dez rádios comu- nitárias foram impedidas de funcionar de outubro de 95 até março. Em São Paulo, outras 85 emissoras foram interrompidas na época.

    A delegada regional do MiniCom em Curitiba, Tereza Fialkoski Dequeche, garante que não houve ordem alguma vinda

    de Brasília no sentido de lacrar mais transmissores. "As autua- ções são o resultado do nosso trabalho de rotina, ninguém precisa ordenar que aconteçam". O serviço de rastreamento da delegacia do MiniCom constatou que as trasmissões de duas rádios comerciais de Curitiba estavam sendo prejudicadas pelas comu- nitárias. Segundo informa a delegada, outras rádios em Ribeirão Claro, Maringá e Foz do Iguaçu também tiveram seus transmissores lacrados.

    Dequeche não quis fazer co- mentários sobre a democra- tização dos meios de comu- nicação no país, mas admitiu que o ministro Sérgio Motta é "sen- sível" aos grupos que defendem o atual sistema de concessões nas telecomunicações. Para a dele- gada, o Ministério deve "zelar pelo bom uso do espaço já limitado do ar pelas rádios oficialmente autorizadas".

    Quanto às comunitárias, ela afirma que "não há possibilidade de uma rádio se instalar e trans- mitir, mesmo porque isto é um crime previsto no artigo 70 do Código Brasileiro de Teleco- municações" e alerta para a pena que o responsável deverá cum- prir em caso de condenação: até dois anos de detenção, com o acréscimo de um terço da pena em caso de a rádio causar danos a terceiros.

    RABO DE FOGUETE A questão pode pegar fogo na

    Região Metropolitana de Curitiba se a Polícia Federal resolver lacrar o transmissor da emissora católica Rádio do Senhor, em Piraquara, sem um mandado judicial. O pároco Roque Wendt defende com unhas e dentes a manutenção da rádio e avisa que a população pode até linchar a polícia no caso de uma tentativa.

    Wendt explica que há um tratado com o Vaticano que garante o funcionamento da rádio católica. "Aigreja funciona como "S uma embaixada do Vaticano", diz «g o padre. Para ele, vai ser difícil a 3 delegacia do MiniCon lacrar a Rádio do Senhor, que tem cerca „ 40 mil ouvintes e é vista com bons olhos pelo Poder Judiciário. Outra coisa que pode favorecer a Rádio do Senhor é o fato de a Constituição do Estado do Para- ná reconhecer a religião católica como oficial.

    Eduardo Pavão, que faz parte do Fórum Nacional pela Demo- cratização dos Meios de Comu- nicação, afirma que não é coin- cidência o ministro Sérgio Motta estar fora do País cada vez que acontecem ações como essa de fechar as rádios. "É quando o Sérgio Motta sai que o segundo escalão do Ministério, ainda . comprometido com o senador Antônio Carlos Magalhães, começa a agir".

    lAjiiipaniciiioL/ii Popular l\L íjuejói incuiguniiki cm Üfi 03 %

    Pavão acusa o Ministério de só atender ao monopólio das telecomunicações e diz que cerca de outras 600 rádios comu- nitárias que atuam no estado de São Paulo estão na mira do MiniCom. No próximo dia 11, a Ondas Livres-Associação Cultu- ral de Comunicação Democrática pretende realizar um ato contra o fechamento das rádios comu- nitárias, juntamente com repre- sentantes paranaenses do Fórum Nacional pela Democratização das Comunicações.

    PROTESTOS

    Às 16 horas do último dia 29,

    a Liberdade FM teve o seu transmissor lacrado em Colom- bo, na Região Metropolitana. A rádio havia entrado em operação só três dias antes e já tinha recebido mais de 200 telefo- nemas. No dia da apreensão do equipamento, foram 80 ligações. Osmar Vieira, ex-diretor da rádio, disse que o telefone não pára de tocar para reclamações. "São ouvintes da comunidade inconformados com o fim da rádio", diz Vieira.

    João Belo, da Associação Ondas Livres, está otimista. Ele mostrou vários documentos de processos anteriores em que a

    justiça concedeu autorização para o funcionamento de rádios em São Paulo. "Em alguns casos a autorização da justiça foi dada mesmo antes da rádio começar a funcionar."

    Belo afirma que o Brasil já assinou um pacto internacional com diversos países, que dá liberdade para as rádios comu- nitárias funcionarem normalmente e ainda tem força de lei. "O Brasil é o único país da América do Sul que não tem uma legislação própria para as rádios comu- nitárias", lamenta Belo.

    Fób/o Riesemberg

    TV PROFESSOR

    Diretores criticam a prefeitura Divuigaçao

    Projeto com televisào nas escolas municipais

    funciona aquém do esperado

    Dois diretores de escolas municipais denuncia- ram que o projeto TV

    professor, que deveria estar em caráter experimental em todas as escolas municipais de Curitiba simultaneamente, a partir do dia 20 de maio, está funcionando em apenas algumas escolas privile- giadas.

    Os dois diretores dizem que há problemas bem maiores no ensino municipal, como o alto índice de reprovação de alunos, equivalente à reprovação em municípios de menor arreca- dação que Curitiba. "Os pais de alunos até se assustaram com a chegada das televisões tão avan- çadas dentro de salas de tão má estrutura. A reforma, que já estava sendo pedida há três anos, chegou só agora depois das televisões", diz o diretor Ângelo Ricardo de Souza, da Escola Municipal Professor Erasmo Piloto, no Bairro Alto.

    Há dois domingos atrás, dia 19 de maio, vários veículos de comunicação publicaram uma nota vinda da Prefeitura de Curitiba sobre um antigo "sonho"

    do prefeito Rafael Greca. Este sonho, de acordo com a matéria, se resumia no TV professor, que é um projeto educacional, ainda em fase experimen- tal, prevendo a im- plantação de uma televisão e um vi- deocassete em todas as salas de aula de todas as escolas mu- nicipais de Curitiba, além de uma central em cada escola, que passaria o programa para as outras televisões.

    A secretária municipal de Educação, Lieíe da Rocha Blume, explicou que o projeto consiste em uma televisão por sala e apenas um videocassete por escola e, que devido a problemas com as instalações dos cabos, não foi possível a instalação em todas as escolas simultaneamente. No entanto, mesmo sem videocassetes em todas as salas, a previsão de custo para este projeto pelo Orçamento Municipal era de R$ 120 mil, mas só as televisões de 21 polegadas já custaram R$ 720 mil, considerando que as

    Produções c/c vídeos pedagógicos para a TV P uessor

    notas fiscais assinadas pelos dois diretores foi de R$ 480 por aparelho.

    De onde vem essa verba ninguém da Secretaria Municipal de Educação, nem da Prefeitura, esclarece, mas os diretores desconfiam que tenha sido a mesma verba enviada pelo Go- verno Federal para a realização da TV escola, que é um projeto bem mais antigo. Segundo Dou- glas Danilo Dittrich, diretor da Escola Municipal Francisco Frichmann, no Pinheirinho, o TV escola é bem mais interessante e sairia mais barato porque preci- saria de apenas uma televisão, um

    videocassete e uma parabólica por escola.

    A diferença entre o TV escola e o TV professor é que o pri- meiro, organizado pelo Governo Federal, é direcionado aos professores, transmitindo novas orientações pedagógicas. Já o TV professor tem um programa direcionado para as crianças, um para os professores (mais superficial) e um horário para mensagens "oficiais".

    Curitiba tem 122 escolas municipais,

    totalizando 1500 salas.

    CORPUS CHRISTI

    Que feriado éeste?

    A maioria da popuíação curitibana não sabe o motivo do feriado desta quinta-feira, dia 6 de

    Junho, dia de Corpus Christi.

    A Folha Popular enírevistotí pessoas na Rua XV, centro de Curitiba, e descobriu que a maioria da população se programou para o feriado, mas não tem a mínima idéia do porquê dele. Os que sabem porquê este feriado está em seus calendários não conhecem seu significado.

    Das 26pessoas entrevistadas, três não sabiam que dia 6 será feriado, onze não sabiam o que é Corpus Christi e apenas duas acertaram. Uma delas veio da Armênia visitar parentes paranaenses. Ela diz que em seu país este feriado é muito importante e que as pessoas o comemoram Jogando água umas nas outras. Uma outra tradição dá Armênia é que a partir deste feriado não se come mais uva durante 50 dias, e no final desseperiodo ocorre d bênção das uvas.

    Entre os entrevistados, alguns disseram que Corpus Christi é a asçenção de Jesus aos céusf outros que é um feriado criado pela Igreja Católica. Um jovem chegou a afirmar que os religiosos ficam sem comer ccú-ne desde a Páscoa e só podem voltar a comê4a a partir deste dia.

    Oqueé Corpus Christi é a procissão em honra do corpo de Jesus

    presente na hóstia consagrada. O Padre Miguel, responsável pela paróquia São Pedro, no Xaxim, explica

    que essa caminhada começa quando Jesus nasce no Natal, morre na Sexta-feira Santa, ressuscita na Páscoa

    e, 50 dias depois, ocorre o aparecimento do Espirito Santo na Terra.

  • I a 7 de junho/96 - Página 5

    GRITO DA TERRA

    Rurais ocupam Ministério da Fazenda Grito da Terra e paralisação dos

    servidores estaduais sacudiram a rotina

    do curhibano

    Os trabalhadores rurais que participaram do movi- mento "Grito da Terra

    Brasil" na última semana ocu- param na quarta-feira (dia 29) a sede da Delegacia Regional do Ministério daFazenda em Curitiba e, no dia seguinte, a do INCRA. A ocupação desses órgãos foi uma estratégia utilizada pelo movimento para pressionar e agilizar a negociação com o governo federal.

    O Ministério da Fazenda foi desocupado três horas depois pelos manifestantes, após expo- sição da pauta de reivindicação do movimento ao superintendente, José Luiz Viezzer, que enviou documento à Brasília solicitando a atenção do ministro interino aos pedidos dos trabalhadores.

    Até o fechamento desta edição, um grupo de mais de 200 mani- festantes, em especial trabalha- dores rurais sem-terra, conti- nuavam ocupando a sede do Incra, na Rua Dr. Faivre. As janelas de todos os andares do edifício ficaram cobertas por bandeiras do "Grito". Eles aguar- davam a vinda ao Paraná, até a sexta-feira (dia 31), do ministro extraordinário de Política Fun- diária, Raul Jungmann. Por exi- gência dos agricultores, o supe- rintendente regional do Incra no Paraná, Scylla Cezar Peixoto Filho, enviou um fax ao Ministério em Brasília solicitando, entre outras coisas, a vinda de Jungmann a Curitiba, a remessa de alimentos para as 3.600 pessoas assentadas na fazenda do grupo Giacomett-Marodin, em Rio Bonito do Iguaçu, e a libera- ção de recursos ao Incra-PR, para viabiliar a reforma agrária no Estado.

    O GRITO Durante quatro dias, Curitiba

    ouviu em alto e bom som o Grito da Terra. A manifestação, que reuniu mais de 2 mil trabalhadores rurais na capital do Estado, fez parte de um movimento nacional que reivindicava terra, crédito e emprego. Os agricultores acam- param no centro de Curitiba em terreno próximo à Rodofer- roviária e realizaram passeatas, atos e ocupações de órgãos públicos.

    No primeiro dia da manifes- tação, os trabalhadores rurais percorreram em passeata um percurso de quase 15 quilô- metros, saindo do Parque Bari- güi. Os "rurais" coloriram de vermelho as ruas de Curitiba e conquistavam, durante todo o percurso da passeata, mani- festações de apoio da população urbana, com palavras de ordem do tipo: "o grito é da terra, contra a fome e a miséria".

    Somente a partir de quarta- feira, 29, iniciaram as negociações da pauta de reivindicação do movimento. Logo pela manhã, os agricultores marcharam até o Palácio Iguaçu para uma audiência com o governador em exercício, Aníbal Khury. Acompanhou os "rurais" um grupo de traba-

    lhadores do Incra. No Centro Cívico, o "Grito" se fundiu à manifestação dos servidores estaduais que reivindicavam uma melhor remuneração. Mais de cinco mil pessoas se concen- traram na sede do governo esta- dual.

    O primeiro resultado prático desta audiência foi a definição de uma reunião na Assembléia Legis- lativa na próxima terça-feira, dia 4, com a comissão de Agricultura, para discutir a liberação de 100 milhões de reais destinados à implantação de um fiando estadual para a agricultura familiar, principal reivindicação dos "rurais" na área de política agrícola. Também resultou dessa audiência a defini- ção de uma reunião entre a Copd e as famílias atingidas por barra- gens no Paraná, no mesmo dia às 17 horas. A diretoria da Copei negou anteriormente audiência com os agricultores e voltou atrás « por determinação do Executivo. |

    Um ato em memória das 19 » vítimas do massacre de sem-terra p! no Pará foi realizado nas portas do Palácio do Governo. Trajando uma mortalha de plástico preto e carregando cruzes de madeira com panos manchados de tinta vermelha, que simbolizavam o sangue das vítimas da violência no campo, 19 trabalhadores solta- vam balões brancos e falavam o nome de um sem-terra assas- sinado em Eldorado dos Carajás.

    Em Brasília, os agricultores lembraram a violência no campo com um cenário, na Esplanada dos Ministérios, que recriava um cemitério de 418 cruzes, que é o número de trabalhadores mortos em conflitos de terras nos últimos dez anos.

    Os trabalhadores negociaram sua pauta, ainda, com a Secretaria da Agricultura (SEAB), com o INSS, Secretaria do Trabalho e Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

    ALEGRIA NA LUTA Caminhando e cantando. Des-

    sa forma, os rurais passavam boa parte do dia em Curitiba e conse- guiam marcar sua passagem pela capital.

    À noite, os acampados se entregavam ao lazer dos bailes, apresentações de duplas serta- nejas, como Campinho e Cam- peiro, e provavam para a popu- lação e os demais movimentos que a alegria também é uma forma de luta. Nessa hora, todos caíam no vanerão e no chote.

    A higiene era garantida, no acampamento, pela instalação de banheiros públicos e chuveiros elétricos e, nas ruas, pelo cuidado com que os trabalhadores cata- vam as cascas das frutas que consumiam durante as cami- nhadas. Em frente à sede do Incra, por solicitação de uma manifestante, foi promovido um multirão de limpeza da rua. Resultado: faltou lixeira no local. Essa atitude e a lembrança de parabenizar as trabalhadoras do Incra foram muito aplaudidas pelos funcionários do órgão e pelas pessoas que circulavam no local. Uma homenagem às traba- lhadoras do campo e da cidade foi embalada pela canção: "Pra mudar a sociedade do jeito que a gente quer, participando sem medo de ser mulher,,

    TTiea Tavares

    Dois mil trabalhadores rurais nianifeslaram-sc ílurante quatro dias em Curitiba

    . ■■.:■:.:■'■:■ ' .. ■ -■■■:■:■ ■" ,".:-.,--::: ■■■..-.. ■-,-::.■;;■:

    Um grito de toda a sociedade

    P Mra a solenidade de lançamento do Gritada Terra Brasil, em Bra- sília, no dia 15 de maio, o coordenador do Ação da Cidadania Contra a Fome e a Miséria, Herbert de Souza, o Betinho, enviou a seguinte mensagem gravada em vídeo:

    "O Grito da Terra Brasil é uma grande iniciativa das entidades que lutam pela democratização da terra e pela reforma agrária no Brasil. Este Grito Já vem sendo feito e sentido no País há muitos e muitos anos. Ele, às vezes, é um grito de dor, de morte, de chacina, Mas ele é, fundamentalmente, um grito pela justiça social. Um grito pela mudança dess* País. E é fundamental que haja uma imensa participação de todos, de todas as entidades, para que a reforma agrária se transforme em uma realidade palpável, para que esses

    milhões de terras ociosas sejam entregues àquelas mãos, àque- las famílias que qiterem, efe- tivamente, produzir, trabalhar, gerar emprego, renda e trans- formar, finalmente, este Pais em uma democracia.

    O Grito da Terra, na verda- de, é parte dessa grande luta pela democracia no Brasil, por um país que seja nosso, onde trabalhar seja viver e não sofrer. Onde lutar pela justiça seja uma ocasião de vida e não de morte e de chacina. Nesse momento, o Grito da Terra tem que se lembrar do Pará. Tem que se lembrar de todos que morreram pela Justiça social no Brasil e, principalmente, pela democratização da terra. O Grito da Terra tem que ser um grito de ânimo e um grito de lembrança de que nós estamos dando seqüência e continui- dade a uma luta que começou com os índios, com os escravos, com os trabalhadores da terra,

    com. os sindicatos rurais, com as JLigas Camponesas, com o movimento dos sem-terra et hoje, também com o trabalho da CUT, da Contag e de todas as outras instituições, no campo e na cidade, que apoiam a luta pela terra no Brasil.

    Que este Grito seja parte de uma grande manifestação que vá de Norte a Sul do País e que possa ser um passo a mais, um elemento a mais, no forta- lecimento da nossa esperança, no fortalecimento da nossa energia, da nossa disposição de não nos curvarmos a todas as dificuldades que enfren- tamos pelo caminho, a vida e a morte. Que este seja um grito de vida e um protesto contra a violência que tenta nos silenciar, nos calar. Por isso, o Grito. Esse é um grito de vida".

    (T.T.)

    Mais duas ocupações Na madrugada de segunda- feira, 27 de maio, trabalhadores sem-terra promoveram duas ocupações no Sudoeste paranaense: em Francisco Beltrão, 310 famílias ocuparam afazendo Camilotti, de 2.419 hectares; em Renascença, afazendo Jaciretá, com 611 hectares, foi ocupada por 40 famílias. Ambas as áreas estão sendo arrendadas pelo Banco do Brasil, em função dos calotes nas dívidas dados pelos proprietários. Essas ocupações se Juntam às realizadas recentemente, como a da fazenda do grupo Gíacomet-Marodín, em Rio Bonito do Iguaçu, por mais de 3 mil famílias, e afazendo Guarau Oeste, em Santa Maria d'Oeste, com cerca de 200 famílias; no último dia 22, 100 famílias instalaram-se, em Querência do Norte, na última área já desapropriada pelo Incra e ainda não ocupada.

    Boi AS-FRI AS

    Cortadores de cana em greve passam fome Podre é ameaçado de

    morte e recebe solidariedade; iniciada

    campanha para arrecadar alimentos

    A greve de cerca de 800 bóias-frias na Destilaria Vale do Ivaí- Açúcar e

    Álcool, iniciada no dia 21, atingiu um ponto crítico. Os trabalhadores, que dizem passar fome cortando cana^1 estão dispostos a continuar a greve e manter o piquete em frente à destilaria, em São Pedro do Ivaí. Mas a situação deles e de suas famílias é difícil: dois canavieiros grevistas chegaram a desmaiar de fome. Isso fez com que fosse iniciada na região uma campanha de arrecadação de alimentos para os grevistas.

    O clima de conflito entre a

    empresa e os trabalhadores produziu até uma ameaça de morte velada contra o padre Zenildo Meggiatto, acusado pelos proprie- tários da destilaria de insuflar a greve. Um panfleto apócrifo, intitulado "O vírus que veio para nossa cidade, padre Zenildo", circulou em São Pedro, acusando o padre de organizar invasão de terras e de sair de madrugada "como um covarde". Zenildo recebeu a solidariedade de outros padres, que se dirigiram a São Pedro com o agravamento da tensão.

    O deputado Irineu Colombo, do PT, que esteve quinta-feira na cidade, enviou oficio ás autoridades (comando local da PM, delegado de polícia e promotor público), pedindo garantias de vida para o padre Zenildo.

    Por enquanto, não há decisão da

    Justiça do Trabalho sobre a greve. A FETAEP-Federaçào dos Traba- lhadores na Agricultura do Estado do Paraná representa os grevistas. Duas audiências de conciliação fracassaram, a primeira devido à ausência dos representantes da empresa {ver box). A destilaria afirma que a greve é ilegal porque, conforme comunicado oficial, "a empresa está em negociação com os sindicatos dos trabalhadores das cidades vizinhas e se dispõe a pagar o valor de mercado para o corte de cana".

    Um cortador de cana recebe em São Pedro do Ivaí no máximo 101 reais por mês, e muitos ganham menos, pois o salário depende da quantidade de cana cortada. Enquanto isso, em São Paulo (o proprietário da destilaria é paulista), um cortador recebe em média 207 reais. É por isso que os grevistas

    preferem manter o movimento a voltar às condições de trabalho que enfrentavam.

    Eles exigem 30% de reajuste sobre a tonelada de cana cortada (e 50% no caso da cana de mais de dois anos, que é mais dura e difícil de cortar); uma cesta básica para todo trabalhador que cortar mais de seis toneladas diárias; fornecimento pela empresa de facão e capas de chuva aos cortadores; e folgas aos domingos e feriados.

    Os 800 grevistas vêm de vários municípios vizinhos a São Pedro do Ivaí. Estão representados em oito sindicatos rurais. Mas a greve começou espontaneamente. Os sindicatos foram apenas comu- nicados sobre o movimento. O próprio padre Zenildo só começou a apoiar a greve dois dias após seu inicio.

  • Página 6 - I a 7 de junho/96

    ffléral DESMORONAMENTO

    Pedreira será interditada Do/s operários

    morreram e um está internado na UTl

    A Indústria Extrativa de Cal Ltda, onde acon- teceu desmoronamento

    no último dia 25, pode ser interditada a qualquer momento pela Delegacia Regional do Trabalho- DRT/PR. A infor- nação é do engenheiro que fiscalizou a pedreira nesta sema- na, Mário Luis Oliani, que cons- tatou "iminente risco de acidente de trabalho no local". Oliani disse que a pedreira é um "paredão" de cerca de 50 metros de altura, sendo que deveria ser esca- lonada em patamares de no máximo seis metros de altura. Ele verificou ainda que no topo da pedreira existem falhas e ra- chaduras.

    O parecer do engenheiro foi divulgado na quinta, 30, e agora a interdição da pedreira depende apenas do delegado regional do Trabalho, Tércio Albuquerque, que até o fechamento desta edição ainda não havia se mani- festado. A pedreira foi cenário no último dia 25 da morte dos trabalhadores Alcebíades Godoy e Antônio Álvares do Nasci- mento, devido ao desmoro- namento de toneladas de pedras. O terceiro trabalhador atingido pelo acidente, José Belisário, estava até sexta-feira, 30, inter- nado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Cajuru, em Curitiba.

    Além do pedido de interdição, os proprietários da Pedreira correm o risco de responder

    A pedreira que desmoronou, matando dois operários

    criminalmente pelo caso. A Polícia Civil de Colombo instau- rou inquérito para apurar as causas do acidente. Na segunda, 27, começaram os depoimentos dos funcionários de pedreira e dos familiares dos trabalhadores envolvidos.

    O superintendente da PC, Emerson K. dos Santos, diz que o inquérito só será concluído quando sair o laudo técnico do Instituto de Criminalística, daqui a 30 dias. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Cimento, Cal e Gesso do Paraná, Alaor Coutinho, que está cole- tando informações sobre o caso, diz que "enquanto não tiver segurança ninguém pode traba- lhar na indústria". Ele conta que está encontrando dificuldade para saber sobre as condições na hora

    do desmoronamento porque, ao que tudo indica, não houve nenhuma testemunha do acidente e desconfia que os funcionários não estejam falando por medo de represálias.

    O dono da pedreira, Dirceu Busato, procurado pela Folha Popular, não foi encontrado. Por várias vezes foi tentado contato telefônico, mas não houve retor- no.

    MEIO AMBIENTE

    A pedreira não tem apenas problemas de segurança do trabalho, mas também ambien- tais. Em reunião na sexta, 31, o Conselho Municipal do Meio Ambiente de Colombo enca- minhou à Prefeitura pedido de embargo na Indústria Extrativa de Cal LTDA. A empresa tem licença para exploração da área

    fornecida pelo Departamento Nacional de Pesquisa Mineral- Seção Paraná, mas não tem a mesma permissão da prefeitura de Colombo.

    A pedreira já está embargada desde o início de maio, quando o Instituto Ambiental do Paraná detectou depredação ambiental nas proximidades da Gruta Bacaetava e da Gruta dos Passa- rinhos. Segundo o secretário do Conselho do Meio Ambiente de Colombo, Pedro Olinto, a forma mais segura de proteger o local é transformar a Gruta de Bacae- tava em Parque Estadual. Segundo ele, a Bacaetava é o terceira área ecológica mais importante do Paraná. Olinto lamenta que "das 15 cavernas que existiam na região, hoje só há 14". Kristiane Rothstein

    Rio BACACHERI

    Associação denuncia propaganda enganosa

    A Associação Xama está pedindo que a

    Prefeitura de Curitiba cesse a veiculaçào da

    propaganda a respeito da recuperação do rio

    Bacacheri

    João Bello, membro do conselho administrativo da associação, afirma que a

    questão está sub-judice, portanto as obras não deveriam terem sido iniciadas, e que não houve recuperação do rio, como faz acreditar a propaganda oficial, já que não se fizeram os estudos prévios com base no Relatório de Impacto Ambiental (Rima).

    Segundo Bello, deveriam ter sido feitos estudos no meio físico, meio biótico (fauna, flora) e meio antrópico (questões sociais). Assim como a recomposição da mata ciliar e despoluição do rio. Bello diz que a prefeitura desrespeitou uma resolução do CONAMA- Conselho Nacional do Meio Ambiente.

    A prefeitura também não cumpriu o contrato entre o

    Devastação da mata ciliar nas margens do rio Bacacheri

    governo do Paraná e o Banco Mundial, dentro do Programa de Saneamento Ambiental da Região de Curitiba (Prosam), que previa o plantio de 48.334 árvores.

    "Houve o sepultamento do rio o que agravará os problemas de enchentes", disse Bello. Ele explica ainda que o rio perde a capacidade de absorção quando o solo é revestido.

    A Associação pede ainda avaliação da promotoria de defesa do consumidor quanto

    aos gastos de dinheiro público de forma irregular. "Já foram gastos mais de 3 milhões de reais nas obras do rio Bacacheri", afirmou Bello. Conforme a Associação, os técnicos responsáveis pela obra terão que responder se houve ou não irregularidades na condução das obras e no que diz respeito à contenção de enchentes. Bello afirma que despoluir e recuperar é muito mais barato do que fazer esgoto, canalizar e consequentemente matar o rio.

    Enzio Boneto, superintendente da Secretaria Municipal de Saneamento, afirma que as obras vão beneficiar a população e que é preferível ouvir e atender o cidadão do que "servir aos interesses de associações que representam uma parcela mínima da população".

    Boneto explica que o rio é urbano e tem problemas em todo seu caminho, como erosões, lixo e esgoto. "É agindo globalmente que vai se resolver alguma coisa a longo prazo", disse. Desmente que esteja havendo sepultamento: "O trabalho é de recuperação das margens do rio, com cons- trução de esgoto na bacia, aumento da velocidade no curso, revestimento do canal em con- creto armado e educação am- biental", continuou.

    Quanto aos problemas de enchentes, crítico na região, Boneto explicou que a solução está sendo buscada com a lim- peza e desobtrução constante do leito do rio.

    Paula Pires

    Quem vai cuidar da Serra do Mar?

    ^ _ii_

    Antônio Costa

    5 de Junho é o Dia Mundial do Meio Ambiente. Este ano, no Paraná, além dos muitos problemas que habitualmente são lembrados nessa época, existe um motivo para festas.■

    os 10 anos do tombamento da Serra do Mar. O "tombamento" é um ato administrativo que colocou a Serra do Mar sob a guarda do Estado, para ser conservada e protegida.

    O tombamento é um instrumento administrativo muito antigo, herdado dos colonizadores portugueses, que costumavam guardar documentos e livros importantes num local conhecido como Torre do Tombo. Em 1986, o Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico declarou a Serra do Mar protegida pelo tombamento. Para isso, foram estabelecidas normas rigorosas de uso e proteção para toda a região.

    Por que é importante proteger a Serra do Mar? Existe um lado ecológico e um lado prático, nessa medida. O lado . ecológico é a proteção da variedade de animais e plantas - que existem na Mata Atlântica que cobre as montanhas e que precisa ser protegida. O Brasil ainda tem as maiores áreas de. floresta tropical 4o mundo, mas a Mata Atlântica está reduzida a menos de 9% de sua área original. E a terceira floresta mais ameaçada de todo o planeta. A destruição da floresta extingue, é claro, milhares de espécies de plantas e também os animais que delas dependem. O desaparecimento de espécies traz, como conseqüência, um desequilíbrio na natureza e provoca uma perda irreparável, pois não existe como "reinventar" uma flor oü um animal

    As razões práticas são igualmente importantes. A cobertura vegetal assegura a estabilidade das encostas tanto na face atlântica quanto na porção voltada para o planalto. Ajuda a evitar o assoreamento da baías de Paranaguá e do porto e protege a rodovia dos riscos de deslizamentos. A camada de matérias orgânicas que cobre O chão da floresta exerce um papel preponderante no equilíbrio hídrico dos rios serranos, que asseguram o abastecimento do litoral e da Região Metropolitana de Curitiba:

    A cada ano, desaparecem 110 mil quilômetros quadrados das florestas do planeta. Nessa velocidade, em, 50 anos não haverá mais floresta tropical. São muitas as causas dessa destruição - extração de madeira e lenha para combustível, agropecuária de grande porte, agricultura itinerante, abertura de estradas, mineração, construção de hidrelétricas, entre outras. Por trás dessas causas visíveis, escondem-se outras, como a pobreza da população, o desequilíbrio nas relações entre países ricos e pobres, a concentração da renda e da propriedade da terra, as politicas inadequadas de incentivo à exploração de madeira e às atividades agropecuárias e a falta de planejamento para o uso é ocupação do solo.

    ' No dia 5 de Junho, ás 14 horas, no Auditório da Biblioteca Pública do Paraná vai ser apresentada o vídeo "Quem vai cuidar da Serra do Mar? Especial para crianças.

    FAUNA EM PERIGO No Brasil Já foram identificadas 1.622 espécies de aves. Destas, 160 só ocorrem na pequena área ainda ocupada

    pela mata atlântica. Das 428 espécies de mamíferos de pequeno porte

    identificados nas florestas tropicais, 50 das só existem na Mata Atlântica. ,

    Dos 71 espécies de primatas identificados no Brasil, que tem o maior número deles, em todo o mundo, 17 são exclusivas da Mata Atlântica

    As listas oficiais consideram sob ameaça de extinção: *57 mamíferos •108 aves •9 répteis *I anfíbio •32 vertebrados *6í espécies de vegetais. A velocidade da destruição exige, porém, o reajuste

    permanente desses números que, segundo alguns cálculos mais recentes. Já ultrapassam, na Mata atlântica, a casa das 500 espécies ameaçadas de extinção.

    Teresa Urban- Rede V/da

  • I a 7 de junho/96 - Página 7

    SERVI DORES

    Canal aberto. Cofre fechado O governador em

    exercício e o chefe da Casa CM/ receberam os

    servidores estaduais pela primeira vez,

    sinalizando uma abertura para

    negociações. E avisaram que vai haver reajuste,

    só não sabem quanto nem quando

    Cerca de cinco mil ser- vidores paralisaram suas atividades no último dia

    29, de acordo com a avaliação do Fórum das Entidades Sindicais dos Servidores Públicos Estaduais. A eles se juntaram os pequenos produtores e os sem- terra que estavam na capital para o Grito da Terra (leia matéria na página 5)

    Uma comissão do Fórum foi recebida pelo governador em exercício, Aníbal Khury, e pelo chefe da Casa Civil, Giovani Gionédis. Os representantes do Fórum reclamaram da política salarial diferenciada que vem sendo implantada no governo Jaime Lerner, que concedeu aumento real para o magistério e para a polícia.

    O governador em exercício afirmou ser "transitório na transi- toriedade". Khury disse que o Estado está exaurido financei- ramente. Mas prometeu transmitir ao governador Jaime Lerner as reivindicações do

    funcionalismo, embora saiba que 82% da arrecadação é destinada à folha de pagamento.

    Os representantes do Fórum ponderaram que com o salário achatado do jeito que está toma- se dificil dar um bom atendimento à população, O governador se comprometeu a dar "urgência urgentíssima" ao assunto. O chefe da Casa Civil garantiu que o canal de negociação está aberto e a partir daí será elaborado um calendário de discussões.

    Para Mário Sérgio, presidente da APP-Sindicato, esse canal de negociação estabelecido entre governo e servidores deveria ser o cotidiano e não um "extra- pauta". "Os trabalhadores da iniciativa privada têm garantidas todas as cláusulas sociais, como vale-transporte, vale-alimen- tação, vale-creche e os ser- vidores não têm nada disso. E a população não sabe", lamenta.

    LCENÇA-PRÊMIO

    Da pauta de reivindicações dos servidores consta ainda a volta da licença-prêmio, suspensa por uma resolução da Secretaria de Administração. Questionado sobre o assunto, o chefe da Casa Civil foi taxativo: "A licença- prêmio é específica do estatutário e o governo não pode reconhecer essa licença. A nossa visão e da Procuradoria é que o regime celetista é diferente".

    "Enfim, saímos do mesmo tamanho que entramos. Ou seja,

    Servidores quase são harrados na Assembléia Na Assembléia Legis-

    lativa, os servidores foram impedidos de

    entrar. Os seguranças da casa, que mais pareciam uns tro- gloditas, disseram que só 100 pessoas poderiam entrar. E foi estabelecido o conflito.

    Àquela altura, eram mais ou menos mil servidores. Heitor Raimundo, diretor do SindSeab, fincou o pé e garantiu que entra- vam todos ou ninguém. Os ânimos começaram a se acirrar e o barulho aumentava a cada instante. Apitos, palavras de ordem e até uma piadinha de uma colega da imprensa; "Priva- tizaram a Assembléia, você não sabia? Foi uma estatal francesa que comprou!" Risos.

    Chegaram os deputados do PT e com os servidores ficaram. Heitor Raimundo e a coorde- nadora de imprensa do Fórum ponderaram com o presidente em exercício da Assembléia, Luiz Carlos Zuk, que o movi- mento era pacífico e "viemos aqui para pedir a solidariedade dos deputados".

    O presidente decidiu abrir os portões. Mas antes disso, avisou aos trabalhadores- em tom que beirava o histerismo- que iria confiar na palavra, na educação dos servidores. E aqueles que não coubessem no plenário que ficassem no pátio, que a polícia (eram 10 PMs) daria cobertura a eles. Logo depois, o depu- tado- aos berros- dizia que havia gente bêbada no meio daqueles que queriam entrar. Uma joma-

    nada de concreto será levado aos cinco mil servidores que estão lá embaixo ansiosos por uma res- posta", lamentou Dôri Tucunduva, coordenadora do SindSaúde e uma das representantes do Fórum.

    O sentimento dos represen- tantes do Fórum ao sair da audiência com o governo era de decepção. "O governo não abriu nenhuma perspectiva", disse Dôri, "mas vamos dar um prazo para que eles se sensibilizem e atendam as nossas reivindi- cações até 21 de junho e daí partimos para a greve". Os servidores saíram em passeata debaixo de um sol quente às 1 lh30 e às 14 horas já estavam de volta à Assembléia Legislativa.

    I

    Cerca de cinco mil servidores concentraram-se na frente do Palácio Iguaçu, no último dia 29. Os manifestantes também receberam o apoio de deputados. Na avaliação dos organizadores, essa foi a maior manifestação realizada pelo funcionalismo nos últimos dez anos.

    barnabé lista, que costuma cobrir política, atenta à observação do deputado disse que "como eles não conhe- cem 'povo', quando encontram pensam que é um bando de bebuns".

    APELO

    Fizeram uso da tribuna Heitor Raimundo e Elizabete V Matheus da Silva, representando o fun- cionalismo. Eles destacaram que ' a mobilização tinha o intuito de sensibilizar os deputados para a questão do serviço público". Denunciaram ainda a situação ccaótica dos servidores, que além de tudo não têm nenhuma pers- pectiva de carreira.

    Eles lembraram aos deputados que os trabalhadores do setor estão com os salários tão acha- tados que acabam recorrendo a agiotas, pagando juros altíssimos. Heitor e Elizabete também frisa- ram que não se trata de uma luta apenas corporativa. "Há a ques- tão do salário, mas não é só isso. Queremos a melhoria do serviço prestado àpopulação". Acusa- ram o governo de não estar investindo na sua força da tra- balho e pediram que o Executivo parasse de "enrolar" e atendesse as reivindicações do funcio- nalismo.

    Reajuste necessário para recuperar o poder de compra- de janeiro de 1990 a maio de 1996:

    138,84%

    Para Elizabete V. Ma- theus da Silva, quem passa a imagem do fun-

    cionário público que deixa o paletó na cadeira e vai fazer os seus "bicos" é a mídia, que hoje representa os interesses dos governantes. "Os governantes por sua vez", enfatiza Elizabete, "querem aprovSr a Reforma Administrativa, acabar com a estabilidade no emprego, pro- mover a demissão em massa, enfim, criar o estado mínimo".

    A coordenadora de im- prensa do Fórum admite que há

    muito servidor que não tem o menor compromisso com o serviço público, mas não dá para generalizar, adverte.

    Claudemir Figueiredo, 12 anos de serviços prestados ao estado, é professor e ganha R$ 3 70,00. Paga de aluguel, na periferia, R$ U 0,00. Figueiredo trabalha do lado da escola, por isso não gasta o vale-transporte que não recebe. Come duas vezes por dia: café da manhã e à noite diz que almoça e janta, porque três refeições com esse salário não dá. Figueiredo não vai ao teatro nem

    ao cinema há tempos. A auxiliar de serviços gerais

    numa escola, O.E, está no estado há 23 anos e ganha R$ 166,00, O.F. mora em Curitiba e afirmou que se voltasse para casa não teria como retomar no período da tarde para a manifestação na

    Assembléia Legislativa, já que tem coníadinho o dinheiro da passagem. Preferiu ficar sem almoço.

    Sandra Andreil, que tem nível superior mas está em desvio de função, está há seis anos apenas no estado e ganha R$ 430,00.

    Pára ter uma vida razoável, trabalha em dois empregos: no Hospital Adauto Botelho e no HC. Lenilda de Assis, também da Saúde e em desvio de função, está há 13 anos no serviço público, em Campo

    Mourão, Lenilda, que é pedagoga, mas registrada como inspetora de sanea- mento, diz que faz outros trabalhos para a Faculdade e acaba não sobrando tempo para viver e cuidar dos quatro filhos.

    ícais FEDERAIS %:::->í: ívyí mm*

    ) Q

    FonJe; ICV-EHeese

    GREVE GERAL Até o dia 10 de junho, a CUT/PR deverá fazer reuniões em todas as

    micro-regionais, com o maior número possível de entidades sindicais e populares, para discutir a greve.geral marcada para 21 de junho. No dia 13, uma reunião estadual, em Curitiba, dá os toques finais nos preparativos Conta-se com a adesão dos movimentos populares e dos estudantes.

    LICENçA-PRêMIO Nova liminar concedida pela Justiça suspende, outra vez, a Resolução

    4152, da Secretaria da Administração, que impedia a conversão da licença-prêmio para fins de aposentadoria. A decisão vale apenas para os servidores que entraram com ação judicial após o encerramento do prazo. Mas o julgamento do mérito da questão ainda não tem data marcada.

    LíNGUA PORTUGUESA Prosseguem as comemorações dos 50 anos do Sindicato dos

    Jornalistas Profissionais do Paraná. Neste gabado, 30, haverá nova palestra do professor Pasquale Cipro Neto, que apresenta na TV Cultura de São Paulo o programa "Nossa língua portuguesa". Cipro Neto falará sobre a linguagem dos principais jornais paranaenses. Às 9 horas, no Edifício D. Pedro I, 1° andar, Universidade Federal do Paraná.

    Acordo pode estar próximo

    Os servidores públicos federais receberam esta semana um aceno do

    govemo que pode resultar numa possível negociação. Parados há mais de 40 dias e com a ameaça de não terem seus salários pagos, os servidores tiveram uma surpresa na última terça-feira. O Ministério da Educação liberou o adiantamento de 3 0% sobre o pagamento salarial da categoria. Na quinta-feira, foi realizada uma reunião em Brasília entre os reitores das universidades federais e o ministros da Educação, Paulo Renato de Souza

    O tesoureiro do Sindicato dos Docentes do Cefet-Centro Federal de Educação Tecnológica, Adilson

    Gil Tavares, explica que mesmo com a liberação do adiantamento salarial os servidores federais correm risco de não receber o pagamento de maio. Na segunda 3 de junho, os professores do Cefet realizam uma reunião com pais de alunos para explicar os motivos da greve. Ele diz que é fundamental que os pais saibam que os servidores estão há praticamente 18 meses sem reajuste em seus salários e reivindicam uma reposição de 46,19%. Ele conta que um professor iniciante do Cefet, que tem que passar por concurso público e ter nível de terceiro grau, ganha de 250 a 3 00 reais.

    Kristíane Rothstein

    1

  • Página 8 - I a 7 de junho/96

    H ABITAT

    Paranaenses vão a Istambxil Direito à moradia é o

    ponto mais polêmico da

    Conferência da ONU

    D e todos os participantes, representando 86 enti- dades, que partici- param do Fórum Habitat Paraná, apenas três estarão presentes à delegação que vai para o Habitat fr. Laura de Jesus representante do Cedea (Centro de Estudos, Defesa e Educação Ambiental, Mareio Pessatti, da CMP-Cen- tral de Movimentos Populares, e Wilson Sella, presidente da

    ■Cohab-LD (Companhia de Habitação de Londrina). A presença de Marcos Fowler, promotor de Justiça, não foi confirmada. Segundo Rosa Moura, coordenadora do encontro paranaense, a ida para Istambul será custeada pelos participantes com seus próprios recursos, ou através de um pool

    de ONGs (organizações não- govemamentais).

    O Fórum deu início em maio do ano passado à preparação de um relatório para o Habitat ü (Conferência das Nações Unidas sobre Assentamentos Humanos), que acontece em Istambul (Tur- quia), entre 3 e 14 de junho.

    Os trabalhos prévios, envia- dos ao comitê oficial do Habitat, vão servir de apoio para discus- são de um plano de ação que já está alinhavado. Rosa informou que o direito à moradia é o ponto mais polêmico do documento. Japão e Estados Unidos querem retirar a proposta da agenda da conferência.

    O Habitat n vai discutir com os países e apresentar sugestões para a criação de infra-estrutura e moradias das cidades, redução da pobreza, melhorias na eco- nomia urbana, além da criação de um banco de dados com cem práticas urbanas bem-sucedidas

    na solução de problemas urba-

    nos.

    COMITIVA OFICIAL

    A assessoria da prefeitura de Curitiba informou que na comi- tiva oficial estarão junto com o prefáto Rafael Grecaaprimeira- dama Margarita Sansone, Ivo Mendes Lins, presidente da Cohab-CT (Companhia de Ha- bitação de Curitiba), que irá representando o projeto da Vila de Oficio, Tereza Castro, secre- tária de governo, e Mauro Mag- nabosco, presidente do Ippuc (Instituto de Pesquisa e Plane- jamento Urbano de Curitiba) além do arquiteto do Ippuc Oswald Navarro, do fotógrafo Carlos Ruggi e de técnicos responsáveis pelo biarticulado. A ida de Magnabosco e Navarro e dos técnicos será patrocinadas pela Volvo, informou a asses- soria

    Tambémmarcampresençaem

    Istambul o biarticulado e a

    estação de tubo do Ligeirinho. Para pagar essa conta três empresas seuniram: Marco Polo, Volvo e FAM-Fábrica de Arte- fetos Metálicos.

    Greca pretende dar destaque ao Plano Diretor. Segundo a as- sessoria, o plano foi reconhecido pelo PGU (Programa de Gestão Urbano) como uma boa resposta ao planejamento urbano. Desen- volvido desde a década de 60, ele é responsável pelas diretrizes de crescimento de Curitiba

    Paula Pires

    FEIRA DO PINHáO Produtores assentados (do

    litoral e do centro sul) realizam feira na Praça

    Ozório, centro de Curitiba, até o dia 16/06, das lOh às 22h. Tem de tuo um pouco:

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    HOSPITAL DE CLíNICAS

    Greve suspensa por liminar

    Os funcionários grevistas da Funpar, que prestam serviço ao Hospital de

    Clínicas, tiveram que suspender a greve a partir das 19 horas da último quinta-feira. É que foi concedida uma liminar pelo Ministério do Trabalho, a pedido do Ministério Público Federal, sob o argumento de que se tratava de um serviço essencial. Na sexta-feira, 31, haveria uma audiência conciliatória entre a comissão de negociação do hospital e os trabalhadores, na Delegacia Regional do Trabalho- DRT

    A direção do Hospital de Clínicas oferece 10,5% de reajuste, enquanto o Sindtest, sindicato da categoria, reivindica uma reposição de 33,63%. Caso não cheguem a um acordo, a decisão pode ficar para o dia três de junho, quando todas as 84 cláusulas do dissídio trabalhista serão examinadas numa sessão extraordinária. Se ainda não houver um consenso, a decrsão final sobre a greve saí no dia 10 de junho.

    Durante os 12 dias que o HC ficou parado, mantendo apenas 30% de funcionamento, que é obrigatório por lei em casos de greve, outros hospitais da cidade tiveram que suprir a lacuna deixada pelo maior hospital do

    Paraná. O Hospital Cajuru aumentou a demanda, na última semana, em 10%, enquanto que o Hospital Evangélico teve procura 30% maior do que em época normal.

    VIGILâNCIA NãO RESPONDE As denúncias apuradas pela

    Folha Popular em sua última edição, sobre a falta de higiene e as más condições de trabalho no Hospital de Clínicas, foram encaminhadas ao Núcleo Regional de Vigilância Sanitária da Matriz de Curitiba, que fiscaliza as condições sanitárias do HC. A chefe do Núcleo, Eliane Chomatas, foi procurada e alegou falta de tempo para nos conceder a entrevista até quinta- feira, dia 30.

    Para a presidente do Sin- dicato dos trabalhadores do Hospital de Clínicas, Roseli Izidoro, não foi surpresa a reportagem não ter sido atendida pela Vigilância Sanitária. Se- gundo Roseli, "parece que não há vontade política para resolver os problemas do HC...parece que ele é intocável". Roseli explica que no ano passado o próprio sindicato apurou irregularidades, que cheraram a domínio público, mas nada foi feito. (K.R.)

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  • Página 9 - I a 7 de junho/9%

    ;

    Cultura TEATRO

    Lei Varihoni viabiliza o ''Mcduquinho" A companhia Regina Vo-

    gue Produções Artís- ticas assina a versão

    teatral da obra mais conhecida obra de Ziraldo

    Não é estréia, mas o sucesso prossegue no Teatro Fernanda Montenegro com o espetáculo "O Menino Maluquinho", que conta a relação dele com a escola, a família, a turma e as namoradas. O texto simples acaba ganhando brilho com as luzes e cores dadas à montagem pela companhia.

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    Corpus Ghristi Dias 5 e 7 de junho, a Camerata Antiqua de

    Curitiba fará dois espetáculos de música

    sacra, com obras de Lobo de Mesquita e Johann

    Sebastian Back A Camerata se apresentará

    primeiro na Catedral Basílica Menor e no dia 7 no

    Teatro da Federação Espírita do Paraná. A

    regência é da maestrina MônicaMeíraVasqites,

    de São Paulo.

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    A excêntrica família de Antonia, de Marleen Gorris. 14 anos. CineRitz- 14h30, 16h20, 19h,21h30.Fone322 1525

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    .iFone336 1918 A jurada, de Brian Gibson. 14

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    16h, 18h, 20h, 22h. Fone 222 2107

    O outro lado da nobreza, de Michael Hoffman. 12 anos. Cine Guarani -15h, 17h 10. Fone 322 1525

    Underground- mentiras de guerra, de Emir Kusturica. 14 anos. Cine Guarani - 19h30. Fone 322 1525

    No rio das amazonas, de Ricardo Dias. Cine Groff -

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    Diabolique, de Jeremiah Chechik. 14 anos. Cine Itália - 14h30, 16h30, 18h30, 20h30. Fone 233 8682

    Capitalismo selvagem, de André Klotzel. Livre. Cine Luz - 15h30,17h20,19hlO,21h.Fone 322 1525

    Quinteto irreverente, de Mario Monicelli. Cine Groff - sábado, dia 1 à meia-noite.

    Toy story- um mundo de aventura, de John Lasseter. Cine Ritz - domingo, dia 2 às 10h30

    E aconselhável fazer a confirmação das salas e

    horários antes de sair de casa. Pessoas acima de 60 anos não

    pagam ingresso nas salas da Fundação Cultural de Curitiba.

    AS PRINCIPAIS ATRAçõES

    CULTURAIS GRATUITAS DE

    CURITIBA:

    ARTES PLáSTICAS 4o Expo Eco 96 - Ecologia e

    Navegação. Hall térreo da Biblioteca Pública do Paraná. Rua Cândido Lopes, 133

    Arte e Evangéfízaçáo. Prédio da Administração da Universidade Católica do Paraná . de segunda a sexta. Rua Imaculada Conceição, 1155-Prado Velho

    Fábio Miguez - Galeria Casa de Imagem. Rua Portugal, 39 - Alto São Francisco

    Signos - Individual do escultor Marcelo Costa. Casa João Turin - Mateus Leme, 38. De seg a sexta das lOh às 12h e das 13h às 18h. Domingo das 9h30 às 13h30

    Chico Stefanovitz - Objetos com materiais diversos. De seg a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 18h. Museu Guido Viaro, Rua São francisco, 319

    Impressões itinerantes - trabalhos desenvolvidos no atelier de arte serigráfica na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Museu da Gravura - Solar do Barão - Rua Carlos Cavalcanti, 533. De seg a sexta, das 9h às 20h. Sábados e domingos, das lOh às 15h.

    Diário de passagem - uma poética do desenho- trabalhos de Fernando Augusto. De seg a sexta das 9h às 12h e das 14h às 18h. Casa Theodoro de bona - Rua Carlos Cavalcanti, 1148

    FOTOGRAFIA Caixa de Pondera - trabalhos

    de Cláudia leão, Flavyia Mutran, Mariano Klautau Filho e Orlando

    Mãneschy.De seg a domingo das 9h às 19h. Centro de Criatividade de Curitiba - Parque São Lourenço

    Mario Cravo Neto - De seg a sexta, das 9h ás 20h. Sábados e domingos, das lOh às 15h.

    Solar do Barão- Rua Carlos Cavalcanti, 533

    CINEMA

    Terra estrangeira, de Walter Salles. Domingo, dia 2 às 20h. Rua da Cidadania - Terminal do Boqueirão

    Mostra Cinema e Resis- tência. Todas as sessões às 20h. Dia Io - Frei Tito, de Marlene França e Lamarca, de Sérgio Rezende/ Dia 2 - Cabra marcado para morrer, de Eduardo Coutinho/ Dia 3 - Santo e Jesus, metalúrgicos, de Cláudio Khans/ Dia 4 - Em nome da segurança nacional, de Renato Tabajós/ Dia 5 - Z, de Costa-Gavras

    MúSICA Bofetadas no gosto público

    - Com Marcos Prado. Dia 7 no TUC às 19h. Galeria Júlio Moreira

    Programa de auditório - Gravação de um programa piloto. Dia 8 no TUC às 19h.

    Can/a de viola - apresentação de violeiros. Todos os domingos, às 15hnoTUC

    Sebastiõo Tapajós- Violonista lança seu cd. Praça Jacó do Bandolim às 10h30. Rua Mateus Leme, esq com Treze de Maio

    Canto gregor/ono e ombro- s/ano - Apresentação do Coro da Camerata Antiqua de Curitiba.

    Dia 2, às 12h. Igreja da Ordem - Largo da Ordem

    TEATRO INFANTIL Quem tem razão? (Lobo ou

    cbapeuzinho?) - Com o Teatro de Bonecos Dada . Todos os domingos às 16h. Bosque Gutierrez - Vista Alegre das Mercês. Preço simbólico: R$3.00

    O circo - Com o grupo Duo Fio. Dia 2, às 16h no Teatro da Maria. Parque Barigüi

    Cinema [IK y_ i %J ^ \s

    CRIA FAMA...

    Torturados, que acaba de ser lançado, trata da violência

    policial na América Latina. Laura Dern (de Parque dos

    dinossauros) é uma jornalista presa com seu namorado

    fotógrafo pela polícia, por terem presenciado uma repressão

    militar contra manifestantes políticos. O filme, dirigido por

    Johnattan Sanger e tendo ainda no elenco o recentemente falecido Raul Julia e Vanessa Redgrave, é um indício de que!,'

    por mais que nosso continente se livre das ditaduras, a imagem

    que sobrevive nos Estados Unidos é de gorilas e torturas. O,

    que os americanos abominam- embora geralmente financiem.

    INFOMANíACA

    Sandra Bullock, a mocinha que tem um dos maiores cachês;

    do cinema amaricano, vive uma maníaca por computadores

    em A rede. Ela é uma analista que tem por missão procurar t>

    destruir vírus. É o tipo da coisa capaz de pegar. O direto^*

    Irwin Winkler, já fez um filme de apelo não tão óbvio:

    {Culpado por suspeita, com Robert De Niro e Annette:

    Benning), sobre a perseguição aos intelectuais ocorrida nos'

    Estados Unidos durante o período do macartismo. Pela referência, talvez valha conferir s