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JORNAL LABORATÓRIO DO 5º ANO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Director: José Peixe - Ano 1 - 4 - 28Jan2005 Entrevista com... Manuel Valamatos Equitação Tunning Arte sobre rodas “A Cidade Desportiva é mais uma jóia do município, mas para além de termos jóias, é preciso que elas brilhem” p. 4 p. 12 e 13 p. 15 A arte de montar bem está associada à tradição do Ribatejo Andar à aventura COOPERATIVA TERRA CHÃ Vereador de Desporto da C. M. Abrantes Escola Superior de Desporto de Rio Maior p. 7 A ETERNA DEMORA São cerca de 200 mil os tunners que invadem as estradas do país. O seu objectivo principal não é a velocidade, mas a mecânica, a estética e o audio. Em Portugal, ainda não existe legislação para esta prática desportiva e os seus adeptos vêem o investimento ir por água abaixo. Apesar de ter conseguido levar o AFC à II divisão B, o treinador está sem equipa José Vasquez A ESDRM, do Instituto Politécnico de Santarém, vai no seu sétimo ano de vida. Desde então os alunos anseiam por um espaço que seja realmente seu. Por enquanto vão tendo aulas nas infra-estruturas des- portivas disponibilizadas pela autarquia, espalhadas pela cidade. p. 10 e 11 Professor José Peixe, director do ESTADESPORTO, faz o balanço final de três edições realizadas pelos alunos finalistas O Homem moderno procura cada vez mais activida- des desportivas em contacto com a natureza. Um pouco por todo o lado, surgem novas empresas com desportos radicais em franca expansão. Mais importante do que praticar desporto até à exaustão, as pessoas que traba- lham e vivem na cidade, sempre que podem, procuram as paisagens do interior de Portugal, para dar largas à sua imaginação desportiva. Caminhar e descobrir a na- tureza é o que está a dar. Resta saber é se não começam a haver algumas especulações de preços. p. 18 Ùltima página

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JORNAL LABORATÓRIO DO 5º ANO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Director: José Peixe - Ano 1 - Nº 4 - 28Jan2005

Entrevista com...Manuel

Valamatos

Equitação

Tunning

Arte sobre rodas

“A Cidade Desportiva é mais uma jóia do

município, mas para além de termos jóias, é preciso

que elas brilhem”p. 4

p. 12 e 13

p. 15

A arte de montar bem está associada à tradição do Ribatejo

Andar à aventura

COOPERATIVA TERRA CHÃ

Vereador de Desportoda C. M. Abrantes

Escola Superior de Desporto de Rio Maior

p. 7

A ETERNADEMORA

São cerca de 200 mil os tunners que invadem as estradas do país. O seu objectivo principal não é a velocidade, mas a mecânica, a estética e o audio. Em Portugal, ainda não existe legislação para esta prática desportiva e os seus adeptos vêem o investimento ir por água abaixo.

Apesar de ter conseguido

levar o AFC à II divisão

B, o treinador está sem

equipa

José Vasquez

A ESDRM, do Instituto Politécnico de Santarém, já vai no seu sétimo ano de vida. Desde então os alunos anseiam por um espaço que seja realmente seu. Por

enquanto vão tendo aulas nas infra-estruturas des-portivas disponibilizadas pela autarquia, espalhadas pela cidade. p. 10 e 11

Professor José Peixe, director do ESTADESPORTO, faz o balanço final de três edições realizadas pelos alunos finalistas

O Homem moderno procura cada vez mais activida-des desportivas em contacto com a natureza. Um pouco por todo o lado, surgem novas empresas com desportos radicais em franca expansão. Mais importante do que praticar desporto até à exaustão, as pessoas que traba-

lham e vivem na cidade, sempre que podem, procuram as paisagens do interior de Portugal, para dar largas à sua imaginação desportiva. Caminhar e descobrir a na-tureza é o que está a dar. Resta saber é se não começam a haver algumas especulações de preços. p. 18

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2 | ESTA DESPORTO • 28 de JANEIRO de 2005

ESTA DESPORTO é um jornal laboratório da exclusiva responsabilidade dos/as alunos/as da turma do 5.º ano, da licenciatura de Comunicação Social, da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), do Instituto Politéc-nico de Tomar (IPT), que optaram pe-la disciplina de “Jornalismo Desporti-vo”. No entanto, todos os professores e alunos que queiram participar na feitura do jornal poderão fazê-lo.

ESTA DESPORTO procurará afirmar-se como uma oportunidade prática para todos/as os/as alunos/as que tencionam en-veredar pelo jornalismo desportivo.

ESTA DESPORTO relatará os factos jornalísti-cos com rigor e exactidão e a distinção entre notícia e opinião ficará sempre clara aos olhos de quem ler o jornal laboratório.

ESTA DESPORTO, apesar de ser um jornal laboratório combaterá a censura, o sensacionalismo, as acusações sem provas e o plágio.

ESTA DESPORTO utilizará sempre os meios leais para obter informações, imagens ou documentos e jamais abusará da boa fé de quem quer que seja.

ESTA DESPORTO, será publicado duas vezes no segundo semestre académico e será distribuído gratuitamente na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA) e na própria cidade.

ESTA DESPORTO poderá afirmar-se, no futuro, como um jornal desportivo na região norte do distrito de Santa-rém, nomeadamente no concelho de Abrantes, apesar de ser feito e produ-zido pelos/as alunos/as do 5. ano da licenciatura de Comunicação Social, da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA).

ESTATUTOEDITORIAL

DIRECTOR: JOSÉ PEIXE

REDACÇÃO: ANA LOURO, ALEXANDRA DA SILVA

CAMPOS, ALEXANDRA REIS, CARINA VIEIRA,

CÉLIA MARQUES, ELIANA CRISTÓVÃO, JORGE

MARTINS, JOSÉ PEIXE, LUÍS SIRGADO, MARCO

CÂNDIDO, MARINA GUERRA, NUNO JESUS,

SARA MOREIRA, SÍLVIA ALEXANDRA, SÓNIA

GRAÇA, SUSANA BERJANO

CARTOON: PATRÍCIA CAEIRO

PAGINAÇÃO: JOÃO PEREIRA

Ficha Técnica

ar continuidade ao projecto pensado pelos primeiros licenciados da ESTA era o

nosso primeiro objectivo. Mostrámos que podíamos ir mais além e fazer algo inovador! O ESTADESPORTO apareceu mais uma vez e de cara lavada. Acima de tudo quisemos marcar a diferença. Desejámos realizar um jornalismo puro, sensato e inovador. E pensamos ter conseguido! Como a arte de escrever sobre desporto não se limita apenas no futebol, também o atletismo, passando pelo automobilismo, ténis, basebol, não esquecendo as novas modalidades, como o aero combat e o kitesurf, e a atracção da região, a equitação, foram mencionadas. Demos vida a dois jornais e mesmo sem uma impressão digna de um jornal sério e credível, chegámos a todos os cantos do mundo via Internet, dando a conhecer o nosso trabalho.Na edição nº 3 deste ano lectivo, desejámos atingir a perfeição. Fazer o melhor que conseguíssemos, ir onde ninguém pensou ir, chegar e contar aquilo que ainda ninguém contou.A boa disposição esteve sempre presente e o companheirismo marcado em cada trabalho. A redacção, improvisada, serviu não só para corrigir os poucos detalhes esquecidos nas reportagens, mas também para ajudar quem simplesmente não estava inspirado ou precisava de um ombro amigo! Os prazos foram cumpridos e nada foi deixado ao acaso!No mercado de trabalho, no qual esperamos em breve todos poder aceder, são poucos os meios de comunicação que ainda têm um lugarzinho à nossa espera. A sociedade atravessa um período delicado, e só os melhores têm lugar, só os melhores vencem e se

afirmam. E é nos órgãos desportivos que se encontram os poucos lugares que ainda existem. O jornalismo desportivo tende a assumir-se como o futuro da comunicação social. Ainda que muitos de nós não tenhamos muito interesse por tal área, é possível que o nosso futuro passe por aí! Para um jornalista desportivo não interessa apenas o resultado conseguido. As contratações, declarações,..., de dirigentes, agentes, técnicos ou jogadores são analisadas ao mais ínfimo pormenor e nos mais variados campos: direito, economia, saúde,... e as relações existentes entre os jornalistas, os jogadores e dirigentes condicionam a informação desportiva a dar ao grande público. Não estou apenas a falar de futebol. Todas as modalidades têm estas características. Para além disso, o ano de 2005 promete ser rico em desporto. As Nações Unidas vão celebrar o Ano Internacional do Desporto e da Educação Física, com vista a incentivar o recurso aos desportos, para promover a educação, a saúde, o desenvolvimento e a paz no mundo. Realizam-se também o Campeonato Europeu de Voleibol, em Belgrado, a Taça Europeia das Nações de Atletismo, em Leiria, os jogos de qualificação para o Campeonato do Mundo de Futebol de 2006, na Alemanha, e os jogos de qualificação para o Europeu de Andebol, também no próximo ano.Cada vez mais, existem sinais que o futuro passará não só pelos protagonistas das diferentes modalidades desportivas, mas também, pela crescente importância que o jornalismo desportivo está a atingir junto dos meios de comunicação social. Esta é a nossa marca no jornalismo desportivo!

Quisemos marcar a diferença!

ED ITOR I A L

D

Marina Guerra

Aluna da ESTA

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Atletismo

Eliana Cristóvão

Manuel João Gonçalves - “Começo sempre a ler um jornal desportivo do fim para o princípio”

“Hoje, infelizmente isto está di-versificado e nós não temos tantos atletas”, afirma.

MJG alerta - a título de infor-mação -: “As pessoas não se aper-cebem disto, o distrito de Santarém contribui com 40 por cento dos re-cordes de Portugal no sector mas-culino e os atletas que estiveram nos Jogos Olímpicos, se excluirmos os jogadores de futebol eram mais de 20 por cento de Santarém”.

“Futebolice aguda”O técnico está receoso. Consi-

dera que não se está a fazer nada pelo desporto: “Eu tento e outros também, mas chega a um ponto que muitos se cansam e acabam por abandonar a actividade”, la-menta. Salienta que Santarém é uma realidade a nível de potencial humano: “No entanto, falta é uma determinada vontade, e ainda não percebi porquê”.

O próprio MJG já abandonou por duas vezes as lides desporti-vas, mas não o voltará a fazer, “en-

quanto aparecerem pais e crianças interessadas, porque se esta escola existe é em grande parte da vonta-de deles”, justifica.

Pessimista em relação a algumas modalidades, para ele Portugal “vive uma futebolice aguda”. E considera mesmo que os jornais desportivos são os culpados desta febre do desporto rei. Em tom de brincadeira, MJG desabafa: “Co-meço sempre a ler um jornal des-portivo do fim para o princípio - primeiro leio o desporto e depois o futebol!”.

Diferença entre o campeão e o super campeão

No que diz respeito às infra-es-truturas, o técnico é peremptório: “Não queiramos tapar o sol com a peneira. Não temos condições para se fazerem coisas mais váli-das. Temos para fazer trabalho de iniciação, para acompanhar esco-las, até uma determinada idade. Quando se atinge os patamares da alta competição as coisas são

ELIANA CRISTÓVÃO

“Pôr as pessoas a mexer”

Há três anos, o técnico Manuel João Gonçalves (MJG) ao inspi-rar-se na sua vida desportiva e em algumas escolas estrangeiras e fun-dou o Abrantes Atletic’s - Escola Municipal de Abrantes.

Esta escola de atletismo prima pela diferença, uma vez que está mais virada para a formação do que para a competição.

À conversa com o ESTADES-PORTO, o coordenador do projec-to afirmou que o principal objec-tivo é “pôr as pessoas a mexer, pôr as pessoas a fazer qualquer coisa e tornar este espaço [o complexo desportivo de Abrantes] cheio de movimento”.

O marasmo do desporto por-tuguês

No entanto, apesar do movi-mento que MJG pretende, ele próprio sustenta que “existe uma espécie de marasmo no despor-to português”. E é com alguma tristeza que refere os comporta-mentos dos jovens, que preferem ficar em casa sentados em frente ao computador ou à televisão, do que “dedicarem um pouco do seu tempo, àquilo que é a essência da vida ... o movimento”.

O desporto em AbrantesMJG não gosta de falar de si e do

seu passado desportivo. Prefere, antes, falar do passado do desporto no concelho de Abrantes - que, quer queiramos, quer não, vai de encon-tro à sua vida. “Desde que a Asso-ciação de Atletismo de Santarém foi criada em 1977, foram sempre as equipas de Abrantes ou do Tra-magal que foram campeãs distritais a nível masculino até 1994”, relata com orgulho. Acrescentando ainda que esta situação demonstra “o que é o nosso passado, e daí reconhecer-se que até à década de noventa, 60 por cento dos recordes de Santarém eram de atletas abrantinos.”

O Abrantes Atletic’s foi criado em 2001, por Manuel João Gonçalves com o objectivo de dar movimento ao complexo desportivo da cidade. A conversa com o técnico passou pelas pistas de tartan, pelas condições de trabalho e pelos atletas de alta competição.

mais complicadas.” Esta realidade faz a “ diferença entre o campeão e o super campeão”, disse.

MJG deu o exemplo de Francis Obikwelu - “ele foi para Espanha, procurar técnicos mais habilitados, porque treinar velocidade não é o mesmo que treinar fundo”.

Para MJG, os técnicos, por mais capacitados que estejam, devem ter a noção da realidade e ajustarem-se a ela.

O presenteNeste momento, o técnico tem

a seu cargo quarenta atletas de competição e muitos já “são uma realidade”, garantiu.

Para frequentar a escola, os atle-tas pagam uma mensalidade de três euros, de forma a ajudar na manutenção da estrutura.

A Escola Municipal de Atle-tismo funciona todos os dias “e é uma porta aberta para quem se quiser mexer e não importa se é jovem ou menos jovem, gordo ou magro”.

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Entrevista com... Manuel Valamatos

“Cidade Desportiva de Abrantes é mais uma jóia do Município”Manuel Jorge Valamatos, há oito meses no pelouro do Desporto da Câmara Municipal de Abrantes, depois de 2 anos como adjunto do presidente Nelson de Carvalho, fala com orgulho da evolução do desporto no concelho.

Carina VieiraCARINA VIEIRA

Manuel Valamatos - O desporto é uma das prioridades da autarquia

ESTADESPORTO: Quando as-sumiu o seu actual cargo, como é que o encontrou?

Manuel Valamatos: Havia uma estratégia, que passava fundamen-talmente pela conclusão de algu-mas infra-estruturas importantes. Era uma estrutura mais frágil, com cerca de seis ou sete pessoas, sendo que, neste momento, temos cerca de quarenta funcionários a tempo inteiro: trinta professores – moni-tores de natação, uma empresa de segurança, uma empresa de limpe-za, enfim, tudo evoluiu. Na altura que assumi este cargo começaram a explodir as grandes infra – es-truturas. Solidifica-se a ideia do estádio, do campo nº.1, constrói-se o campo nº.2 e o término de obras das Piscinas.

Por outro lado, foi necessário fa-zer alguma qualificação de estru-turas que já tínhamos: o Pavilhão Municipal no Pego e no Tramagal.

Neste momento, temos os tem-pos de utilização completamente esgotados. Iniciamos um processo de solidificação de alguns postos de trabalho, nomeadamente, téc-nicos superiores de desporto, um deles especializado para toda a parte da animação desportiva do concelho.

E.D: Quais são as infra – es-truturas desportivas da Câmara Municipal de Abrantes?

M.D: Temos três pavilhões mu-nicipais, em Abrantes, Tramagal e Pego, o complexo de Piscinas den-tro da Cidade Desportiva, o campo nº.1, a pista de atletismo e o campo nº.2. Vamos continuar a avançar com a construção de uma piscina no Tramagal, bem como a qualifica-ção do espaço entre o complexo de piscinas e o campo nº.2 da Cidade

Desportiva, onde vamos construir o primeiro campo de Basebol em Portugal. No entanto vai ter outras valências: dois campos de futebol sete cruzados e a zona da gaiola dos lançamentos, para o atletismo. Vamos, ainda, iniciar a qualifica-ção do campo em Rossio ao Sul do Tejo, que não é um campo Muni-cipal, mas onde vamos enquadrar novas infra – estruturas também desportivas.

Iremos, ainda, fazer alguns poli-desportivos descobertos, por forma a estruturar algumas zonas, mais distantes do centro da cidade, bem

como, a parceria na construção de campos de futebol, por exemplo, em Casais de Revelhos e em Água Travessa.

E.D: A Cidade Desportiva de Abrantes é a jóia da coroa deste executivo?

M.D: Julgo que a Cidade Despor-tiva é uma das jóias. Felizmente a Câmara tem desenvolvido um tra-balho impar, que se caracteriza por uma grande dinâmica e uma visão de futuro, inquestionável. Penso que no Aqua Polis, todo o concelho pode sofrer uma transformação, quer pela qualificação do espaço

e pelo que pode proporcionar às pessoas, quer pelas dinâmicas que se podem criar ali.

No que confere ao desporto, podemos ter um espelho de água, jamais pensado, e que pode trazer um conjunto de actividades ligadas ao rio e à água. Neste momento estamos a um passo de conseguir ter toda essa dinâmica. Ainda mais com a construção de um Centro Náutico dentro do próprio Aqua Polis, penso que podemos vir a ter um dos locais mais desejados de todo o país. Também desejamos a curto prazo construir um Pavilhão Multiusos. Pensamos que, com esta ligação podemos atingir em termos de infra – estruturas e de dinâmi-ca, uma posição de relevo a nível nacional.

Em termos de jóias de coroa, quer o Aqua Polis, quer o Tecno-polo, quer o Parque Urbano de São Lourenço são peças valiosas. A Cidade Desportiva é mais uma jóia do Município, mas para além de termos jóias, é preciso que elas brilhem e que possam ser o orgulho de todos nós.

E.D: Já existem actividades agendadas para 2005?

M.D: É uma posição marcante, deste executivo, trazer para Abran-tes grandes actividades. Desde os campeonatos nacionais de natação, atletismo, o Torneio de Futebol In-ternacional Vale do Tejo, que vamos repetir para o ano e o último jogo da Selecção Nacional B que vai ser transmitido em canal aberto. A Taça de Portugal DawnHill, a passagem da Volta a Portugal de Bicicleta. Ga-nhamos a candidatura do Portugal Miting 2006, que é das provas mais importantes do calendário interna-cional de orientação. Há, ainda, a possibilidade de trazer para a cidade a final Ford de Hóquei em Patins, do campeonato nacional de juniores.

Não ficamos alheios a essas si-tuações e tentamos abraçar aquilo que podemos, acolher aquilo que é possível, para que possamos dar ao nosso concelho uma visão nacional muito interessante.

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o início deste novo ano, é com alguma saudade que se recordam momentos des-portivos inesquecíveis, que projectaram o

nome e a imagem de Portugal um pouco por todo o mundo. Desde as vitórias do Futebol Clube do Porto na Liga dos Campeões, à excelente prestação dos atletas paralímpicos portugueses, passando pela organização do Europeu de Futebol, Portugal viveu emoções fortes, fazendo esquecer a triste realidade desportiva portuguesa.

No entanto, com os primeiros dias de Janeiro de 2005, já foi possível perceber que o marasmo desportivo instalado não se modificou. Apesar da corrida pelo primeiro lugar da Superliga, as atenções desviam-se dos desportistas que pro-porcionarão o espectáculo, concentrando-se nos dirigentes e num mundo paralelo que orbita em volta do desporto. Não são, portanto, de admirar os frequentes casos de corrupção envolvendo em-

Opinião

O desporto em Portugal

Marco Cândido

presários, dirigentes e árbitros. Como, também, não é de admirar uma, cada vez, maior promiscui-dade entre o desporto e a política, onde um serve os propósitos do outro, enganando o Zé Povinho, que se vai divertindo, esquecendo-se de questões bem mais importantes. Trata-se, efectivamente, de um desviar de atenções.

E desviam-se as atenções de quê? Das questões importantes, como a falta de segurança nos recin-tos desportivos, a falta de formação desportiva em Portugal, a falta de apoios para a prática e desen-volvimento de certas modalidades. E desviam-se porque o desporto em Portugal é confundido com o futebol e tendo este polémicas que prendam a atenção do público, o resto é esquecido.

Há, hoje em dia, uma necessidade urgente de profissionalizar a classe desportiva, dotando-a de isenção e rigor. É necessário dotar o mundo desportivo de condições que o possam sustenta-bilizar para o futuro, não se deixando levar por projectos megalómanos que se venha a revelar dispendiosos e absurdos a médio e longo prazo. Exemplos fulcrais para perceber esta realidade são os estádios construídos para o Euro 2004, que ser-viram perfeitamente os seus objectivos imediatos e primários, mas que estão, habitualmente, (qua-se) vazios. Para além de todas as preocupações que poderão advir dessa situação, há a questão fundamental dos milhões de euros gastos num ano de frágil conjuntura económica.

Mas quem fala de futebol, fala em todo e qualquer desporto (lá estou eu, como bom português, a pensar que desporto é sinónimo de futebol!). Portugal vive num momento de desorganização e laxismo, que atravessa todo e qualquer quadrante da sociedade. Como em tudo o resto, há que rentabilizar qualquer projecto. Tome-se como exemplo os clubes de futebol em Inglaterra (lá estou eu, de novo!), onde funcionam segundo os conceitos de uma empresa. Há que ter sucesso desportivo, mas também, económico, rentabilizando todos e quaisquer activos dos clubes.

Ora se este conceito de seriedade e profis-sionalização (a sério) dos clubes desportivos ingleses, por exemplo, fosse transposto para a realidade portuguesa, dotando, qualquer que fosse a instituição desportiva, de bases e ferra-mentas de trabalho, muito provavelmente as coisas correriam melhor, independentemente de ser andebol, ciclismo, esgrima ou futebol.

Para além de muitos outros aspectos, a qualida-de de vida num determinado país é tida em conta segundo aspectos desportivos, nomeadamente, aqueles que permitem o desenvolvimento dos seus cidadãos. Que em Portugal, neste ano que agora teve início, se comece a ter em conta as questões importantes e estruturais, deixando de lado tudo o que não pertence, necessariamente, ao desporto.

Aluno da ESTA

N

Foto 2004

Convidado a escolher uma foto que tenha marcado o desporto no ano de 2004, o editor de fotografia do Jornal de Notícias, Adelino Meireles, realçou a figura de

José Mourinho. Destacou-se no F. C. Porto pela vitória da Liga dos Campeões e rumou para o futebol inglês assumindo o comando do Chelsea F. C.

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Futebol

AFC: Uma históriade vitóriasO Abrantes Futebol Clube (AFC) é uma equipa com uma história recente, fundada apenas há cinco anos, mas já repleta de vitórias e, consequentemente, de títulos.

Alexandra Campos

COSME DURÃO

O primeiro clube de futebol sénior de Abrantes foi fundado no dia 14 de Dezembro de 1998 por seis abrantinos, João Viana Rodrigues, Carlos Hipólito, Nu-no Pedro, Miguel Roldão, Pedro Terras Marques e Carlos Serrano, todos eles ligados ao desporto. Este grupo acabou por marcar, em Janeiro de 1999, uma conferência de imprensa para dar a conhecer à comunidade o seu projecto: pre-tendiam colmatar a inexistência de um clube sénior numa cidade como Abrantes.

Na conferência foi apresentada a forma adoptada para o funciona-mento da equipa, que em muito se assemelhava à maneira de dirigir dos grandes clubes nacionais. Foi ainda dado a conhecer o logotipo com as mesmas cores da cidade: amarelo e azul.

As primeiras eleições para constituir a direcção do clube re-alizaram-se no dia 26 de Março de 1999. E durante as Festas da Cida-de, deste mesmo ano, foi apresen-tado o primeiro plantel do novo clube de futebol ribatejano.

Foi na época de 1999/2000 que o AFC se estreou na distrital da 2ª Divisão. A estreia não podia ter sido melhor, pois conquistou o primeiro lugar que o levou até à 1ª divisão da distrital.

As vitórias continuaram, mas a

época dourada foi a de 2002/2003. No final desta época, o AFC conquistara vários títulos: o de campeão distrital da 1ª Divisão, que lançou a equipa para o cam-peonato nacional da 3ª Divisão, a Taça do Ribatejo, a Supertaça “Dr Alves Vieira” e para termi-nar em grande, também na pri-meira participação que o clube fez no estrangeiro, em Junho de 2003, conquistou o Torneio das Comunidades, realizado numa cidade do Luxemburgo, Mertzig. Acabou, assim, por vencer todas as competições em que participou nessa época.

Na temporada seguinte o clube continuaria a dar que falar ao ficar colocado em segundo lugar da Série D da 3ª Divisão, posição que lhe deu o direito de ascender ao campeonato nacional da 2ª Divi-são B, Zona Centro, competição que se encontra agora a disputar.

Mas não têm sido só os senio-res a dar alegrias aos abrantinos, também o escalão junior se tem portado à altura. Desde a época 2000/2001 que o clube tem vindo a participar nos campeonatos distritais de juniores, escalão em que, também na primeira época, garantiu o título de campeão dis-trital da 2ª Divisão. Três épocas mais tarde a equipa de juniores sagrou-se campeã distrital na época 2003/2004, ascendendo ao campeonato nacional da 2ª divisão.

A acompanhar a história do clube esteve, e está, a claque do AFC, “O Clã dos Corvos”, sem-pre com o objectivo de apoiar o seu clube.

Mas para fazer um clube tam-

A celebração da subida para a II divisão B

bém são precisas infra-estruturas. Por essa razão, aliado à ideia de construir um clube de futebol completo, surgiu também a ne-cessidade de criar um complexo desportivo, com o tão desejado estádio de futebol relvado, pisci-nas e todo um conjunto de pos-sibilidades para melhor treinar os atletas.

Contudo, estes novos equi-pamentos não estão apenas ao dispor dos atletas do clube, to-dos os residentes da região têm a oportunidade de praticar despor-to num complexo devidamente equipado.

O Abrantes Futebol Clube nas-ceu com a vontade de ser uma equipa diferente dos pequenos

clubes distritais, tal como afirmou Nuno Pedro, vice-presidente, à revista DOZE: “...o clube, quan-do nasceu, não foi na óptica de ser apenas mais um clube. Que-ríamos (e queremos!) primar pela diferença. Surgimos com uma dinâmica de vitória e que-remos competir para vencer!” E não há dúvida que o AFC pri-mou pela diferença, pois a cami-nho dos seis anos de existência já conquistou esse mesmo número em títulos no âmbito das pro-vas da Associação de Futebol de Santarém. Continuando com este ritmo de vitórias o clube não irá surpreender se conseguir alcançar patamares mais altos no futebol nacional.

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Treinador de futebol

O ex-treinador do Abrantes, José Vasquez, não dirige qualquer equipa desde que abandonou o clube da cidade. Durante mais de dois anos, ajudou o AFC a subir, primeiro, para a III Divisão Nacional e, depois, para a II Divisão B. Agora partiu em busca de uma nova motivação, mas, até à data, ainda não surgiram quaisquer propostas, suficientemente atractivas.

Marina Guerra

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“O futebol é como o vento, a gente não vê mas sente”

José Vasquez, antigo treinador do Abrantes Futebol Clube (AFC), con-tinua sem treinar qualquer equipa de futebol.

Após ter estado quase três anos ao serviço do clube abrantino e ter conseguido levar a equipa à II Divisão B, zona centro, Vasquez abandonou o cargo de treinador principal “por uma questão de motivação”, confessa.

Para este natural de Mirandela, “dois a três anos é o tempo ideal para treinar uma equipa, apesar de haver excepções. Entendo que uma carreira de treinador tem que ser equacionada num tempo curto”. Acrescenta ainda que gosta de ir à procura de outras motivações e novidades: “Uma vez que já tinha um feito notável no clu-be, resolvi sair e tentar ir para outro lado. É importante existirem novos desafios”.

Não põe de lado a hipótese de vol-tar ao futebol profissional caso apare-ça “alguma proposta que valha a pena aproveitar”, mas a verdade é que José Vasquez, um dos “heróis” pelos dias de glória que o Abrantes viveu aju-dando-o a subir de divisão, continua sem dirigir qualquer formação.

Quando o treinador chegou ao clu-be, o AFC já ia no seu terceiro ano de existência, e começava a conquistar um lugar para a subida à III Divi-são Nacional. Tal feito nunca tinha sido um objectivo da equipa, mas avizinhava-se mais próximo do que nunca, e foi concretizado.

No ano seguinte (2003-2004), a meio do campeonato, já a formação abrantina se encontrava no primei-ro lugar da tabela classificativa, sem sofrer qualquer derrota e com quase cinquenta golos marcados. O resulta-do final foi a subida à II Divisão B.

Para além do Abrantes FC, é longa

a lista de clubes por onde José Vas-quez passou, de norte a sul do país e ilhas, mas quase sempre ligado ao futebol distrital: Oriental, Académico de Viseu (como treinador adjunto na época de 1992-93), Torres Novas, Fátima (que também fez subir à II Di-visão B), União de Santarém, Cartaxo, Amora e Nacional da Madeira.

Amigo de Vítor Alves, o actual trei-nador do AFC, Vasquez considera que este “está a fazer um excelente trabalho”.

Embora mantenha um contacto muito esporádico com os jogadores e amigos, que fez em Abrantes, acom-panha os resultados do clube através dos meios de comunicação social, e vê com agrado o desempenho que o AFC está a ter na II Divisão B: “Espero que assim continue!”.

Prefere acompanhar o trabalho da equipa que abandonou à distân-cia, não por superstição, mas porque considera que “não faz muito sentido para o processo novo que a equipa vai iniciar”, acrescentando “Procuro afastar-me sempre que possível, acho que não fica bem”.

À hora do fecho desta edição, o Abrantes encontra-se no quinto lu-gar, a lutar pelos lugares cimeiros da tabela classificativa, juntamente com o Mafra, Sporting da Covilhã, Fátima e Tourizense.

Apito dourado no distritoFormado na faculdade de Mo-

tricidade Humana de Lisboa, entre 1980-85, aos 42 anos, José Vasquez é professor efectivo de Educação Física, na Escola EB 2-3 do Cartaxo, e dá aulas de futebol no primeiro ano da Universidade Lusófona.

Em termos académicos, encon-tra-se a acabar a tese de mestrado, que lhe “retira imenso tempo”, e os poucos tempos livres que tem, são ocupados para estar com a família, no Cartaxo, local da sua residência. Aproveita, ainda, para acompanhar a actualidade desportiva a nível na-cional e internacional.

A questão do apito dourado não pôde ser esquecida, ao longo da con-

versa que Vasquez manteve com o ESTADESPORTO. “Como toda a gente que gosta e participa no am-biente desportivo, é de bom-tom que se esclareçam todas as dúvidas”, diz. “Quem, por vezes, é prejudicado nestas situações do futebol, com in-justiças, não fica surpreso quando isto ocorre”, considera o ex-treinador do AFC, que acredita que as equipas do distrito de Santarém “não são fortes o

suficiente, mas podem ser prejudica-das, de forma a beneficiar terceiros”. Conclui a sua ideia acrescentando que: “O futebol é um pouco como o vento, a gente não vê mas sente”. O que se pretende é que tudo se resolva o mais depressa possível, “embora saibamos que muita coisa vai con-tinuar escondida, porque interessa que assim fique!”, como nos disse José Vasquez.

O “herói” está sem equipa!

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Natação

“Todos os professores têm uma excelente relação com os alunos”Dentro da infra-estrutura está uma temperatura elevada, a contrastar com o frio que se sente lá fora. Na piscina, estão dez pessoas a realizar os exercícios que a professora ordena, ao som de uma música contagiante. Esta é a aula de hidroginástica. Uma das muitas actividades que se pode praticar na Escola de Natação de Vila Nova da Barquinha. O ESTADESPORTO foi conhecer esta escola.

Luís SirgadoLUÍS SIRGADO

O contacto com a água é para todas as idades

A funcionar desde 1999, a Es-cola de Natação de Vila Nova da Barquinha é uma infra-estrutura cuja gestão está entregue à Câmara Municipal. É um serviço público, estando por isso, aberto a todos os munícipes, e não só. Qualquer pessoa pode frequentar a escola, tendo para isso que preencher dois requisitos: efectuar a sua inscrição e, o mais importante dos requisitos, estar predisposto a desfrutar de um ambiente calmo e relaxante que a água pode transmitir.

Nestes seis anos de funcionamen-to, a escola tem vindo a receber co-mo alunos, jovens e menos jovens, provando que o contacto com a água é para todas as idades. Aliás, a escola está quase a atingir o núme-ro de 1000 alunos, entre crianças, adultos e idosos, o que demonstra a enorme adesão da população a uma infra-estrutura desportiva que é única no concelho de Vila Nova da Barquinha e onde a Câmara Mu-nicipal procurou apostar, tanto na qualidade dos recursos humanos, como das instalações.

Actualmente, a escola conta com 76 turmas, sendo que a média de alunos é de doze por turma. As mo-dalidades oferecidas pela escola pre-tendem atingir várias faixas etárias. Desde a natação para bébés (a partir dos 6 meses), passando pela adap-tação ao meio aquático (crianças a partir dos 3 anos), aprendizagem da natação, onde os diversos níveis são diferenciados pela cor da touca (azul, amarela, vermelha, verde), e que vai mudando à medida que o aluno muda para outra faixa etária, até à hidroginástica.

Esta última actividade é a que regista maior adesão, com cerca de 38 por cento dos inscritos.

Outras das actividades que a es-cola oferece, embora actualmente não se encontrem a funcionar, são as actividades terapêuticas. Estas são enquadradas dentro de uma aula normal, e consistem sobre-tudo em actividades criadas para alunos com necessidades espe-ciais, como por exemplo, grávidas ou para pessoas com problemas a nível da coluna, hérnias e ou-tros problemas de saúde. “Para

• Actividades aquáticas para be-bés (6 meses- 2 anos)• Actividades aquáticas minis (2-5 anos)• Natação para crianças e jovens (5 – 15 anos)• Natação para jovens e adultos (a partir dos 16 anos)• Hidroginástica (Cardio Aqua-Gym)• Actividades aquáticas para grá-vidas• Actividades aquáticas com fins terapêuticos

os alunos que tenham este tipo de problemas o contacto com a água pode ser muito benéfico”, diz Cleide Asseiceiro, professora de hidroginástica.

Neste momento, a escola não possui a vertente de competição, porque funciona num tanque de aprendizagem e não numa piscina, pois um tanque de aprendizagem tem umas dimensões muito inferio-res às de uma piscina. Mas não é de

excluir que mais tarde possa existir, visto que a autarquia procedeu à construção de uma piscina coberta de 25 metros.

São dez os professores que dão aulas na Escola de Natação de Vila Nova da Barquinha, todos sobre a coordenação de um técnico, o professor José Alfredo. Estes pro-fessores procuram que os alunos se sintam familiarizados com o meio aquático. E que, através do contacto com a água, melhorem tanto a sua condição física como a saúde em geral.

Quanto à relação entre pro-fessores e alunos “ o ambiente é bastante familiar. Todos os profes-sores têm uma excelente relação com os alunos ”, afirma Cleide As-seiceiro. “Esta relação de familia-ridade é mais importante quando falamos das actividades aquáticas para bebés, em que os pais en-tregam nas mãos do professores, os filhos, notando-se aqui uma grande relação de proximidade, e onde a confiança é a palavra de ordem”, justifica.

Relaxação psíquica e física, me-lhoramento do sistema respiratório, circulatório e cardiovascular são alguns dos benefícios que se pode obter com as actividades que a Es-cola de Natação de Vila da Barqui-nha oferece.

Actividadesoferecidas:

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Paintball

Xplosiv - de Leiriapara o Paintball Nacional São de Leiria e dão cartas no Paintball nacional. À parte da competição organizam eventos para os interessados na modalidade.

Nuno Jesus

Xplosiv é o nome da única equi-pa da região centro do País que compete no Campeonato da Liga Portuguesa de Paintball (LPP) e no Open de Lisboa, ambas no escalão de Amadores 5. Antes de dar a conhecer seis jovens da freguesia de Barosa, Leiria, que constituem a equipa Xplosiv, importa explicar no que consiste o paintball.

O paintball é uma das moda-lidades com mais expansão em todo o mundo nos últimos tempos. Nasceu na Austrália, onde as bolas de tinta serviam para marcar os animais. Talvez surgido de uma brincadeira, alguém adaptou a actividade, dando-lhe um cariz desportivo. Surgiram os marca-dores (e não armas), engenhos que servem para disparar as bolas de tinta (e não balas), que são 100 por cento bio-degradáveis. Dizem os praticantes que não é um desporto perigoso, sendo considerado me-nos perigoso que o golf. Nos EUA esta modalidade tem milhões de fãs/praticantes e as provas mais importantes do circuito têm direito a transmissões televisivas.

Em Portugal, os praticantes são cada vez mais, e neste momento já se pode dizer que, entre o re-creativo e a competição, já existem vários milhares de praticantes.

As equipas em competição são constituídas por cinco/sete ele-mentos de campo que vão pro-gredindo no terreno (um campo com aproximadamente 55 por 35 metros, com insufláveis de diver-sas formas), com o objectivo de não serem atingidos pelas bolas adversárias.

Quanto à equipa leiriense, este grupo de amigos começou a pra-ticar o desporto por brincadeira. “Foi há três anos, no meio do mato

que começámos. Comprámos o primeiro material e sem nos aper-cebermos fomos desenvolvendo o gosto pela actividade”, refere Mi-guel Vieira, capitão da equipa.

Os Xplosiv rapidamente se tor-naram num caso sério. Ficaram em 6º lugar no Campeonato Nacional da LPP do ano passado. Este ano estão classificados em 3º lugar no Nacional e em 7º no Open Lisboa, começando a ser muito respeitados e considerados pelos adversários.

De notar que existem cerca de 70 equipas a nível nacional distribu-ídas pelos diversos escalões.

Apesar de levarem o desporto muito a sério, os seis elementos que compõem a equipa: Paulo Jorge (Pee Jay), Miguel Vieira (Traxx Man), Renato Pereira (Stabbin), Fernando Oliveira – (Oliveira) e António Godinho (Tonecas) re-velam que esta é uma actividade que serve “sobretudo para aliviar o stress” e “apesar de ainda não

ser um desporto federado, o pain-tball português está bem cotado a nível internacional”. As maiores dificuldades que encontram dizem respeito à falta de apoios. Refira-se que um jogador bem equipado “custa” cerca de dois mil euros (400 contos em moeda antiga). Os Xplosiv orgulham-se ainda de ter organizado uma prova do Campe-onato Nacional, em Peniche, “que foi considerada uma das melhores realizadas em Portugal”.

A estratégia em equipa é essencial para o paintball

XPLOSIV

Para além da equipa de paintball, este grupo de jovens de Leiria desenvolve outro projecto, o “Paintpolis”. Organizam jogos para grupos de amigos, empresas e interessados nes-ta modalidade. Os jogos decorrem junto ao parque de me-rendas da Barosa, em Leiria e noutros espaços que dispõem, ou em qualquer lugar do país, desde que o local ofereça todas as garantias de segurança para a prática do desporto. Dispõem de material próprio, bastando aos interessados

boa disposição e alguma adrenalina.Paralelamente, estão a montar uma “loja” na Barosa com todo o tipo de artigos para a prática do paintball. Estes dois projectos “não visam o lucro, mas sim implementar a moda-lidade na região”, referem. Para conhecer melhor os Xplosiv/Paintpolis e o paintball em Portugal poderá visitar os sítios, www.paintpolis.com, www.paintball.com.pt e www.renegados.com.

Quer praticar Paintball?

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ESDRM

Educação

Com a missão de formar técni-cos superiores de desporto, bem como promover a investigação na área científica das Ciências do Desporto, a ESDRM encontra-se situada num prédio de habitação. Todas as suas infra-estruturas des-portivas, apesar de serem conside-radas “das melhores”, são cedidas pela autarquia de Rio Maior.

É neste ponto que, Pedro Ribei-ro, mais conhecido por Taliban, tece as suas maiores críticas à es-cola: “Nós [alunos] olhamos à volta e não temos um espaço que seja mesmo nosso”.

A falta de instalaçõesA ESDRM, com sete anos co-

memorados no passado dia 5 de Dezembro, sofre de algumas ca-rências ao nível das instalações. Exemplos disso são a residência e a cantina, duas infra-estruturas previstas, apenas, para quando as novas instalações estiveram con-cluídas.

Segundo José Rodrigues, direc-tor deste estabelecimento de en-sino, a “nova” escola estará a fun-cionar dentro de três anos: “Com o lançamento do concurso este ano, e com a construção em cerca de dois anos, dentro de três anos estaremos a funcionar nas novas instalações, já com as estruturas que necessitamos: a residência e com a cantina.” Estas futuras ins-talações ficarão situadas junto ao campus desportivo e educativo da cidade.

Apesar deste facto, o aluno re-fere que a escola poderia arranjar soluções provisórias enquanto não existe o novo espaço.

“Almoçamos em cafés, em casa ou compramos uma senha que

Falta uma casa própria“A Escola Superior de Desporto de Rio Maior (ESDRM) é uma escola que está a crescer, só que ainda lhe falta muita coisa” – é desde modo que Pedro Ribeiro, aluno do curso Desporto de Natureza e Turismo Activo, define este estabelecimento de ensino. A ESDRM passa por algumas dificuldades, nomeadamente no que diz respeito a infra-estruturas. Contudo, tem procurado crescer através da concretização dos seus dois principais objectivos: a construção, já prevista, das futuras instalações e a qualificação do seu corpo docente.

Alexandra Reis

Com algumas carências ao nível das instalações, as infra-estruturas desportivas da Escola Superior de Desporto são cedidas pela autarquia de Rio Maior

nos permite ir almoçar à escola secundária. Contudo, desmotiva um pouco a um aluno de 24 anos do ensino superior ir almoçar a uma escola secundária”, desabafa Pedro que considera que a ESDRM poderia estabelecer um género de acordo com algum snack-bar on-de “os alunos, mediante a apre-sentação do cartão de estudante, pudessem beneficiar de alguns descontos”.

No que diz respeito ao aloja-mento, este aluno do terceiro ano entende que se poderia adoptar a mesma política, ou seja, fazer um acordo com uma instalação que pudesse funcionar provisoriamen-te como residência.

“A escola está só a pensar nas futuras instalações e até elas chega-rem os alunos é que saem a perder, pois têm mais custos financeiros para poderem estudar em Rio Maior” – refere.

A biblioteca, o auditório e a sala

de informática são, igualmente, infra-estruturas que constituem uma necessidade. A biblioteca, como afirma Pedro, é “uma mi-ni-biblioteca”; o auditório é um pavilhão de educação física que apenas este ano lectivo começou a ter algumas condições, ao ser instalado um sistema áudio; e a sala de informática, por vezes, encontra-se ocupada com aulas, impossibilitando os alunos de po-

derem fazer os seus trabalhos. Apesar da falta de infra-estrutu-

ras o aluno afirma que a ESDRM é um bom estabelecimento de ensino: “Embora seja um pouco crítico julgo que a escola está a crescer para melhor e que, com o tempo, todas as carências e dificul-dades irão ser colmatadas e resol-vidas. Contudo, neste momento, o que falta são as tais condições fundamentais para a estadia dos

“A escola está só a pensar nas futuras instalações e até elas chegarem os alu-nos é que saem a perder, pois têm mais custos fi-nanceiros para poderem estudar em Rio Maior”Pedro Ribeiro

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alunos: o caso do refeitório e do alojamento”.

Pedro considera ainda que a ES-DRM se encontra dotada de um bom corpo docente: “Temos bons profissionais a dar as aulas e que se encontram empenhados em dar nome e visibilidade à escola”.

Uma opção a seguir na área do desporto

A ESDRM possui cerca de 570 alunos em formação inicial (licen-ciaturas) e mais cerca de 80 alunos na formação avançada (mestrados e doutoramento). Este ano lectivo entrara cerca de 140 novos alunos. De acordo com José Rodrigues, “houve uma ocupação de 97 por cento das vagas, das quais 85 por cento dessas vagas foram ocupa-das em primeira escolha. Para o director estes números são bas-tantes significativos: “Estes núme-ros são o indicador de que quando as pessoas optam por fazer um curso de desporto, escolhem esta escola”.

No que diz respeito ao quadro de formação, a ESDRM – além de ministrar cinco licenciaturas em Desporto nas variantes de Trei-no Desportivo; Condição Física e Saúde; Desporto de Natureza e Turismo Activo; Psicologia do Desporto e Exercício; e Gestão das Organizações Desportivas – possui ainda dois mestrados, em parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (em Psicologia do Desporto e Exercício e em Avaliação nas Actividades Físicas e Desportivas), bem como um doutoramento em Ciências do Desporto, em parceria com Unive-trsidade de Lleida, em Espanha.

Esta unidade orgânica do Ins-tituto Politécnico de Santarém (IPS) é ainda responsável pela edição de alguma bibliografia na área do desporto. “A Essência da Ginástica Aeróbica” e “Formação de Treinadores Desportivos” são alguns exemplos.

Perante este quadro de forma-ção, e apesar das dificuldades ao nível das instalações, quando se pergunta a Pedro se a ESDRM tem condições para se afirmar no ensino português como a me-lhor opção a seguir na área do desporto, a sua resposta não le-vanta dúvidas: “Sim, esta escola realmente tem força e os alunos, em conjunto com os professores, esforçam-se para promover o seu nome. O que falta mesmo é sair-mos de um prédio e apostar numa instalação que se possa dizer que é a ESDRM”.

José Rodrigues responde de igual forma à questão: “A ESDRM

reúne, neste momento, condições de formação que são das melho-res que existem no país. Parale-lamente, oferecemos formações e cursos que a maior parte das instituições não oferece. Sem fazer qualquer tipo de comparação com outro tipo de instituição do ensi-no superior, de facto, nós somos claramente uma opção forte para os alunos que querem escolher o ensino superior nesta área.”

Contudo, Pedro Ribeiro julga que para a ESDRM poder bene-ficiar de uma maior visibilidade seria necessário apostar num cur-so na área da educação, como o de Educação Física. No entanto, segundo José Rodrigues “a ES-DRM forma técnicos superiores

de desporto para os serviços e não professores”.

Por este facto, a ESDRM decidiu abriu, este ano lectivo, o curso de Gestão das Organizações Despor-tivas, uma variante em Desporto com a finalidade de formar profis-sionais na área da gestão aplicada ao desporto.

O orgulho por um galardãoNo presente ano lectivo, a ES-

DRM realizou ainda algumas al-terações no seu plano de estudos. Pedro Ribeiro considera que as reformulações efectuadas foram para melhor e exemplo disso é a passagem do estágio para o último ano do curso: “Considero muito bem que o estágio tenha passado

A Escola Superior de Desporto de Rio Maior (ESDRM) foi criada a 5 de Dezem-bro de 1997, como unidade orgânica do Instituto Politécnico de Santarém (IPS). No ano lectivo de 1998/1999, deu início às suas actividades de formação e desde então José Rodrigues é o director. Actualmente, possui cinco licenciaturas em Desporto, nas variantes de Treino Desportivo; Condição Física e Saúde; Desporto de Natureza e Turismo Activo; Psicologia do Desporto e Exercício; e Gestão das Organizações Desportivas. No que diz respeito à formação avançada, a ESDRM lecciona três cursos de Pós-Graduação em Exercício e Saúde, em Gestão das Organizações Desporti-vas e em Treino Desportivo.Em parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, ministra ainda dois mestrados (em Psicologia do Desporto e Exercício e em Avaliação nas Actividades Físicas e Desportivas).Possui também um Doutoramento em Ciências do Desporto - Fundamentos Científicos e Metodológicos para a Investigação das Actividades Físicas e Des-portivas - , em parceria com Universidade de Lleida, em Espanha.Em relação às infra-estruturas, a ESDRM encontra-se dotada de um complexo desportivo (disponibilizado pela autarquia de Rio Maior) constituído por es-tádio de futebol, um pavilhão gimnodesportivo, uma pista de atletismo, uma piscina aquecida e uma piscina olímpica.

7 anos de formação em desportopara o último ano. Ninguém está preparado para fazer um estágio no terceiro ano com algumas dis-ciplinas importantes para o efeito – como Gestão e Organização do Desporto – no quarto ano e que eram fundamentais para fazer um bom estágio”.

Segundo José Rodrigues, as alterações efectuadas levaram também a que o plano de estu-dos fosse elaborado consoante os principais critérios subjacentes ao processo de Bolonha, nomeada-mente no que diz respeito “à mo-bilidade do estudante, à redução da carga horária lectiva presencial e ao aumento da participação por conta própria dos estudantes na sua própria formação, ou seja, permitir que seja o estudante a contribuir para o desenho do seu currículo”.

No dia 11 de Novembro do ano passado a ESDRM ganhou, na II Gala do jornal “O Ribatejo”, o tro-féu educação. Este foi um prémio atribuído, nomeadamente, pelo facto deste estabelecimento de ensino, em Rio Maior, conseguir atingir o pleno emprego de todos os seus alunos finalistas, bem co-mo, por praticar um modelo de ensino que está a ser adoptado por outras instituições de ensino superior em Portugal.

Este galardão, para o director da ESDRM, significa que “a escola está efectivamente a fazer um per-curso de grande qualidade muito para além daquilo que é a média ou o padrão. Este prémio é ainda o reconhecimento, por parte da comunidade regional, do esforço e empenhamento da ESDRM”.

Terreno das futuras instalações da ESDRM, pelas quais os alunos anseiam há já sete anos

ALEXANDRA REIS

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Equitação

Tradições equestressão moda no RibatejoNuma região onde a tradição tauromáquica é levada a sério e a paixão por cavalos é bastante acentuada, o ESTADESPORTO foi conhecer algumas escolas de equitação na zona de Abrantes. Ficámos então a conhecer três escolas de equitação, no Rossio ao Sul do Tejo, Constância e Golegã, onde ensinar pessoas a bem montar é uma prioridade.

Susana Brejano

Montar a cavalo pode ser con-siderado por muitos uma arte, e pode ser desfrutado aos mais diversos níveis. Como muitos sabem e defendem, o cavalo é conhecido pela sua beleza, graça, generosidade e nobreza.

Nos primórdios dos tempos, um cavalo era visto como um meio de transporte, nos dias de hoje é mais uma distracção, um desporto ou mesmo uma forma

de relaxamento que cada vez atrai mais pessoas.

O amor a estes animais, as tra-dições tauromáquicas e as activi-dades relacionadas com touros e cavalos estão em grande evidência no Ribatejo. Os centros hípicos e escolas de equitação multiplicam-se nesta zona.

O ESTADESPORTO foi conhe-cer três das escolas de equitação da zona de Abrantes, no Rossio ao Sul do Tejo, Constância e Go-legã.

No Rossio ao Sul do Tejo exis-te a Associação de Criadores e Proprietários de Cavalos do Al-to Ribatejo (ACPCAR). Filipe Barreiros, monitor de equitação, falou-nos um pouco sobre este centro hípico.

A ACPCAR apareceu como uma resposta a uma necessidade específica da zona, uma necessi-dade sentida por muitas pessoas que, habitando num ambiente rural e amantes de cavalos, care-ciam de um sítio onde pudessem montar.

Neste centro, dão-se aulas de iniciação à equitação, de equita-ção e aulas de iniciação aos saltos de obstáculos. “Há dois grupos de pessoas, umas que vêm por alguma necessidade, outras por lazer, descontrair e passar o tem-po”, disse Filipe Barreiros.

O centro hípico do Rossio ao Sul do Tejo não tem muitos traba-lhadores. Para manter o centro ac-tivo basta um tratador de cavalos e um monitor de equitação. Este

último “é essencial, não justifica ter mais, porque isto não tem um movimento por aí além”, como é um centro pequeno, também não há muitos cavalos.

Nas suas boxes estão cavalos lusitanos, cruzados portugueses (que são raças indefinidas), no-verianos, holandeses e sela fran-cesa.

Tal como a ACPCAR faz ques-tão de referir, “aqui praticam-se preços com carácter social para sócios e não sócios”. O horário da escola é das 15 horas às 19 horas, estando aberta, todo o dia, duran-te os períodos de férias.

Em Constância, fomos encon-trar a Quinta de Santa Bárbara, onde, também, se dão aulas de equitação. Neste centro dão-se

A Feira Nacional do Cavalo (FNC) é a mais importante de todas as feiras que se realizam em Portugal, quando se tem em destaque ca-valos. A feira realiza-se na primeira quinzena de Novembro, sendo o ponto alto o dia de São Martinho. Aqui estão representados os prin-cipais criadores de cavalos do país, entre eles Manuel Veiga, Assunção Coimbra, Ortigão Costa, Calheiros Ferreira, Companhia das Lezírias e a Coudelaria Nacional.A FNC tem como principal objecti-vo a divulgação do cavalo lusitano, raça bastante apreciada por todo o mundo.Devido à feira, a Golegã passou a ser conhecida como a Capital do Cavalo, onde a arte equestre, a criação de cavalos e de touros bra-vos, o artesanato, a gastronomia ribatejana, a água-pé e os abafados são as principais atracções.

Feira Nacionalda Golegã

Cavalariças da Quinta de Santa Bárbara, em Constância

CARINA VIEIRA

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aulas a crianças, e os cavalos que existem estão todos habituados a lidar com uma faixa etária mais jovem.

Das raças existentes, nos seus estábulos, destacam-se os cavalos sela francesa, holandeses e france-ses. Qualquer dos cavalos não são inteiros, isto porque, os inteiros são mais perigosos e, logo, não poderão trabalhar com crianças.

No largo do Arneiro, localizado no centro da vila de Golegã en-contra-se a Lusitanus, que é um clube privado que congrega os criadores de cavalos mais repre-sentativos do país.

Este clube nasceu, principal-mente de uma necessidade sen-tida na vila por não haver um pi-cadeiro durante todo o ano, onde os cavalos pudessem trabalhar em permanência.

Para além na Feira Nacional do Cavalo, conhecida internacional-mente e bastante apreciada por todos aqueles que gostam de ca-valos e touros, a Golegã não tinha, praticamente, mais nada. “Então, alguns criadores, juntamente com a Câmara Municipal, fizeram uma associação, uma sociedade anó-nima para adquirir um picadeiro com instalações para ter cavalos permanentemente a trabalhar, normalmente os melhores cava-los de cada criador, os garanhões ou poldros, para quando viessem estrangeiros ou pessoas visitar a Golegã existirem sempre cavalos no centro da vila, em trabalho para vender e mostrar”, explicou-nos Francisco Cancela de Abreu, director geral e chefe dos equita-dores da Lusitanus.

Esta associação define-se de maneira diferente das anteriores, principalmente no que diz res-peito às aulas. As lições de equi-tação são mais direccionadas para uma camada mais velha, já que “temos preferência por pessoas mais velhas com um nível mais avançado, isto porque, também temos cavalos com um nível mais avançado, mais difíceis de mon-tar”. Francisco Cancela de Abreu confidenciou-nos, ainda, que a falta de tempo, devido à atenção exigida por parte dos cavalos dos criadores associados, é um dos factores por não lhes permite abrir mais as portas.

Nas aulas de equitação dá-se prioridade ao ensino da arte de bem montar e ao ensino de equitação à portuguesa, que, segundo o direc-tor geral, é diferente da equitação inglesa, principalmente no que diz respeito aos arreios e aos andamen-tos. Na equitação à portuguesa há mais passo e galope.

Apostando muito na tradição e na equitação portuguesa, a Lusita-nus dá clara prioridade a cavalos lusitanos, uma raça conhecida internacionalmente e bastante apreciada, principalmente por cavaleiros tauromáquicos. Fa-lámos também com João Paulo Gonçalves, ferrador profissional de cavalos, que nos revelou um pouco sobre esta raça: “Os cava-los lusitanos são bons para quase tudo, destacando-se nas praças de touros, são também bastante utilizados no ensino graças à sua perícia e destreza”.

O dia a dia da associação varia, um pouco, mediante as activida-des agendadas, mas, normalmen-te, começa-se a jornada às oito da manhã. A esta hora chegam os tratadores para começarem a trabalhar, uma hora mais tarde chegam os cavaleiros que logo começam a montar os cavalos. Durante a manhã e a tarde, tam-bém, há aulas de equitação.

No decorrer da conversa surgiu

a questão, se as pessoas procu-ravam a Lusitanus por lazer ou para aprender a montar. Francisco Cancela de Abreu disse-nos que “alguns criadores é mais para di-vulgação, numa área de negócio, outros por lazer, mas também pa-ra aprender. Outros, ainda, pela necessidade de praticarem alguma actividade física, mas tentamos ter mais alunos com vontade de aprender, porque também é mais motivante este tipo de alunos”.

Na arte de bem montar ficam ainda alguns conselhos. Assim, antes de tudo, deve-se verificar se a sela está bem apertada, se os estribos estão bem colocados, e à altura das pernas, e se as abas da sela estão bem estendidas. No que diz respeito à posição do ca-valeiro em cima da sela, este deve repartir o seu peso pelas nádegas do cavalo mantendo o seu tronco bem direito, mas descontraído, e olhando na direcção do movi-mento do cavalo.

A base de um bom ensino de-

pende muito da relação entre ca-valo e cavaleiro, o treino deve ser feito a pensar no cavaleiro mas, também no cavalo, e os períodos de adaptação são essenciais.

O cavaleiro deve tentar não cometer alguns erros, como por exemplo, perder o equilíbrio em cima do cavalo ou apoiar-se no pescoço do equídeo. Deve, tam-bém, haver o cuidado de não ba-ter contra a boca do cavalo - este defeito é frequente, quando existe um atraso no movimento do ca-valeiro em relação ao do cavalo. A posição das mãos também in-terfere. Deste modo, deve haver alguma flexibilidade para que o cavalo não fique impossibilitado de mover a cabeça e o pescoço.

Devido a alguns destes defeitos e ao facto do cavaleiro exigir de-masiado do seu cavalo, principal-mente, se essas exigências forem acima das suas possibilidades, po-de-se provocar no cavalo dores, medo, desobediência e fadiga.

A vila da Golegã acolhe anualmente a Feira do Cavalo, onde os visitantes podem encontrar as mais variadas raças de equídeos. Este é um evento que para além da prestação de provas de equitação a nível nacional, também comemora o S. Martinho, com a tradicional água-pé e o abafado

CARINA VIEIRA

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Automobilismo

“Minis da BMW não são minis”São muitos os que assumem uma verdadeira paixão por minis. Em Portugal, ainda não existe um grande número de adeptos, mas estes acentuam-se cada vez mais. O ESTADESPORTO encontrou dois amantes deste desporto em Abrantes

Marina GuerraMARINA GUERRA

Quatro décadas de história

Ernesto Rebelo, de 23 anos, co-meçou a andar de mini com um amigo, por mera coincidência, quando este o ia buscar para os ensaios da banda de música a que pertenciam.

“Na altura, eu nem sabia o que era isso, mas achava piada ir para o ensaio de mini. Eu não sabia o que era. Era um carro engraçado”, confessa.

A verdade é que a paixão come-çou a surgir e aos 18 anos, após tirar a carta de condução, comprou o carro em que costumava ir para os ensaios da banda, na altura, por vinte e cinco contos.

Juntamente com os amigos co-meçou a ler alguns livros para poder arranjar o carro e perceber o seu funcionamento: “Fomos falar com mecânicos, pintores e explicávamos a situação. Passamos muitos meses a trabalhar à noite, depois da escola, na minha garagem, de volta do car-ro, para o pôr a funcionar”.

Há cerca de três anos, Ernesto en-controu em Abrantes a sua segunda paixão: o Car Mini, como lhe chama, com cerca de 30 anos. “Quando vim para cá estudar, uma amiga viu a foto do meu primeiro mini e disse-me que a mãe dela tinha um. Eu quis logo ir ver o carro. Qualquer pessoa que goste quer ver”, justifica.

“O carro estava nas garagens de um prédio há mais de dez anos, cheio de pó, com os pneus vazios e encostado a um canto, para não ocupar espaço. Comprei-o, lavei-o e só tive que pôr gasolina e uma bateria nova e pegou sem qualquer problema”, recorda Ernesto.

No seu “novo” carro, Ernesto faz actualmente cerca de 300 quilóme-tros semanais e até hoje não teve qualquer problema mecânico.

Para este estarrejense, os novos modelos Mini apresentados pela BMW “não são minis”, pois “asse-melham-se a um carro normalíssi-mo, mas na realidade só têm uma pequena parte de mini”, acrescen-

tando ainda que “como o carro é baixo e o chassis é largo, o curvar assemelha-se ao do mini original, mas não é a mesma coisa”.

Também Miguel Margalho, ou-tro amante de minis, de 23 anos, natural do Pego, prefere os carros antigos aos mais modernos: “sem dúvida que os minis mais antigos são os melhores. São os clássicos! Os outros não são a mesma coisa”.

Há cerca de dois anos que Miguel possui um mini. Primeiro, passeava no mini que a mãe tinha e depois resolveu comprar um. A sua paixão, afirma, “deve-se ao desejo de pas-sear e estimar algo” de que gosta: o seu carro.

Ernesto descreve a sensação de andar num mini como “ se fosse sen-tado no chão!”. “Na estrada, quando

vais a 100 quilómetros hora, parece que vais a 150, porque é uma coisi-nha tão pequena e quando tem um barulhinho, nota-se logo”. Qualquer amante dos minis, em relação a um barulho que apareça novo, tem logo uma percepção do que é que será, re-ferindo, ainda, que não lhe dá tanto gozo conduzir outro tipo de carros, como o seu mini.

“É engraçado porque quando es-tás parado num semáforo as pes-soas dos outros carros metem-se contigo, acendem as luzes, dizem adeus, porque é algo que as pessoas gostam”.

Acessórios abundam em Ingla-terra

Em Portugal existem dois clubes de minis: o Clube Minis de Portu-

Foi no final da década de 50, a meio de uma crise mundial de petróleo, que Sir Leonard Lord lançou os primeiros exemplares dos minis. A ideia era criar um veículo económico, de pequenas dimensões. O pequeno motor de 4 cilindros e 850 cc de deslocamento, gerava 37 cavalos de potência, e tinha um peso reduzido de 620 kg. Além de um desempenho satisfatório em relação a potência, o carro poderia chegar a rodar quase 20 km com apenas um litro de gasolina. O mais recente modelo pertence à BMW que em 1994 compra o grupo Rover.O novo mini é apresentado, em 2001, com novos ares: mais desportivo, sofis-ticado e com maior requinte. Sem dúvida que este carro representa um mito em toda a sua essência, ao longo de mais de 40 anos de história.

40 anos de história

gal, com cerca de dois mil sócios, e o Clube Automobilístico Mini-nos de Vagos, com poucos anos de existência.

Foi por este último que o Ernesto participou em 2004 na concentra-ção internacional em Inglaterra.

Organizou-se uma caravana de 20 minis para realizar a viagem até In-glaterra. Ernesto recorda o momento como “uma loucura”: “Fizemos 6000 quilómetros. Saímos de noite, por-que o mini tem um problema: com o calor aquece muito.”

A viagem até ao barco, no trans-bordo para Inglaterra, durou duas noites sempre ao volante: “conduzí-amos cerca de 10-11 horas seguidas, só parávamos para pôr gasolina. Fazia-se tudo dentro do carro, até dormir”, relembra.

Em Inglaterra, o gosto por minis está muito mais marcado do que em Portugal. Exemplo disso é a quanti-dade de acessórios disponíveis e as facilidades de aquisição de um veí-culo deste género. “Em Portugal, já existem lojas especializadas de minis, mas mandam vir tudo de Inglaterra. Lá ainda é possível arranjar carroçaria e peças, mas, como a procura é tanta, vendem a preços elevados”, afirma Ernesto. Para Miguel, embora não existam muitas peças disponíveis, “é possível encontrar quase tudo, basta ter conhecimentos na área”.

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ESTA DESPORTO • 28 de JANEIRO de 2005 | 15

Paixão sem leiUns chamam-lhe arte, outros uma séria ameaça à segurança rodoviária. Os amantes do tunning têm vindo a afirmar-se consideravelmente no nosso país apesar do forte preconceito que grande parte da população tem sobre estes.

Célia MarquesCÉLIA MARQUES

Embaladeiras, saias, ailerons e jantes especiais são alguns dos acessórios preferidos

Numa ou outra ocasião é normal passar por nós um carro que, pelas suas características, por vezes exu-berantes, nos chama a atenção. Uma cor menos usual, uns vidros escure-cidos e um aileron vistoso chegam para percebermos que aquele não é um carro comum.

Obcecados em artilhar, rebaixar, pintar, os adeptos do tunning vivem para a arte de modificar e perso-nalizar os seus automóveis. Talvez, por isso, haja quem os considere verdadeiros artistas, quer pela sua genialidade, quer pela força de ex-pressividade. Mas também existem aqueles que insistem em rotular os apaixonados do tunning como autênticos “marginais de estrada”. Filipe Gonçalves, admirador deste desporto, fala da existência de um forte preconceito da opinião públi-ca em relação ao termo “tunning”, explicando que “quem vai para a ponte acelerar não é um adepto do tunning, mas sim um street ra-cer. A paixão destes é a velocidade, competição!”.

O street racing, um desporto caracterizado pelas corridas de rua ilegais, é, na maioria das ve-zes, confundido com a prática de tuning. A explicação poderá ser esta: ambas as modalidades, quer o tunning, quer o street racing, se pautam por transformações no au-tomóvel. A diferença, conta-nos Filipe Gonçalves, “é que enquanto para os street racers a paixão recai sobre as altas rotações, a potência, o risco, a adrenalina que a velocidade proporciona, fazendo-se, para isso, essencialmente, alterações a nível de motor, para um tunner a estima que tem pelo seu automóvel faz com que, jamais o arrisque, por tratar-se, para o seu dono, de uma verdadeira relíquia”.

Nuno Mota, proprietário da loja Xtra-Tunning é um apaixonado pelo tunning. O seu carro, um Audi A3, pauta-se por uma pos-tura pouco exibicionista. Só um olhar mais atento permite perce-ber as alterações a que foi sujeito o modelo. Porém, e falando com

conhecimento de causa, Nuno ex-plica que se podem obter os mais diversos resultados num automóvel, dependendo do gosto de cada um: “Existem os mais inspirados num universo surrealista e outros em linhas mais discretas”.

Embaladeiras, vidros escureci-dos, ailerons, saias, jantes especiais, entradas de ar, entre tantos outros termos, fazem parte da linguagem dos adeptos do tunning. Existem centenas, senão mesmo milhares, de opções para tornar um carro “único”. Os amantes desta activi-dade dizem mesmo que se trata de uma arte nunca terminada, ha-vendo sempre alguma modificação a fazer.

Questionado sobre o perfil de um “tunner”, Nuno Mota admite tratar-se de uma tarefa difícil, uma vez que se trata de uma actividade em constante crescimento e por conseguinte cada vez mais comple-xa. Explica,desde logo, o facto do tunning não se limitar só ao sexo masculino, uma vez que, cada vez há mais raparigas a iniciarem-se na área. Mesmo assim, o proprietário da Xtra-Tunning arrisca-se a traçar um esboço: “Todos eles têm uma forte afinidade pelos automóveis bem como um irremediável gos-to pela personalização. Têm uma mentalidade aberta e uma certa apetência para quebrar conven-ções. Poder-se-á ainda falar num

espírito jovem independentemente da idade”, conclui. E, já agora, não terão de ter também uma boa con-ta bancária?

Questionado sobre os valores que pode atingir a prática de uma acti-vidade desta natureza, Nuno Mota admite tratar-se de cálculos difíceis e muito variáveis que podem ir dos 250 aos 15 mil euros. E será um investimento aceitável? “Tal como as mulheres gastam dezenas de eu-ros em cosmética e perfumes, um adepto de tunning gasta investindo na sua paixão: o seu automóvel”, ironiza.

Panorama do tunning em Por-tugal

Trata-se de um “desporto” rela-tivamente recente. O movimento terá começado há mais ou me-nos, três décadas atrás a dar os primeiros passos, nas corridas de autocross. Terá sido, a partir daí, que algumas oficinas começaram a brincar com a mecânica. Já a exploração do automóvel a nível estético e de audio é um fenómeno mais recente. Hoje, ao falar-se de tunning sabe-se que este se reparte por três vastos sectores: mecânica, estética e áudio.

Alguns adeptos chegam a trans-portar verdadeiras discotecas am-bulantes com mais de 7000 watts de potência. Mas a tecnologia não fica por aqui: DVD, Mp3 e conso-

las de jogos tornaram-se já peças fundamentais num automóvel.

Porém, Nuno Mota alerta-nos para o facto do tunning em Portugal não se encontrar consagrado em lugar algum. Denotam-se grandes falhas a nível de legislação que são cruciais para aqueles que se dedi-cam de corpo e alma a esta activida-de. Acerca do assunto, Nuno Mota afirma haver um alheamento por parte do Estado português: “Não existe nenhuma entidade que cer-tifique as peças, à semelhança da germânica TUV. Não se justifica que viaturas com peças certificadas pela TUV, que podem circular em todos os países da União Europeia não o possam fazer legalmente em Portugal por falta de legislação.”

Como comerciante de peças de tunning, Nuno Mota considera um absurdo o Estado considerar ilegais as peças e cobrar IRS e IRC às em-presas do sector.

Até que as autoridades compe-tentes não despertem para o assun-to, cabe aos fanáticos do tunning lutarem contra tal sistema, aos seus olhos inconcebível. A criação de um suporte legal favorável às trans-formações nos automóveis, assim como, a desmistificação de que os tunners são uns criminosos são os objectivos primordiais de um grupo em arrepiante crescimento – são já mais de 200 mil os amantes do tunning em Portugal!

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16 | ESTA DESPORTO • 28 de JANEIRO de 2005

Lazer

“O convívio, as amizades e o bom ambiente são os factores que mais atraem”O ESTADESPORTO foi conhecer a União Desportiva e Recreativa da Zona Alta de Torres Novas. Para além das modalidades e do funcionamento interno, foram descobertos muitos talentos desportivos, que já conquistaram inúmeras taças, tanto a nível distrital como a nível nacional.

Silvia AlexandraSÍLVIA ALEXANDRA

Numa tarde de Inverno, no cen-tro da cidade, a desafiar o frio, dezenas de jovens correm sem parar, outros tantos conversam na rua ou à porta do bar, que serve também de convívio nas horas livres.

Este foi o ambiente que o ESTA-DESPORTO encontrou na União Desportiva e Recreativa da Zona Alta de Torres Novas, uma ins-tituição desportiva que nasceu da iniciativa de um grupo de jo-vens, no período pós revolução de Abril, a 2 de Fevereiro de 1979. Na altura existiam dois clubes de bairro, que mais tarde se uniram, e vendo os seus estatutos aprova-dos, formaram esta união.

Raul Santos, um dos directores da Instituição, deu a conhecer ao ESTADESPORTO os cantos da casa.

Situada numa zona essencial-mente de habitação, esta insti-tuição desportiva e recreativa assume-se como um espaço de utilidade pública. Qualquer pes-soa pode entrar e beber um ca-fézinho no bar, passar o tempo ou, simplesmente, conviver com os atletas da União ou com os idosos que habitam na zona.

A União Desportiva abre dia-riamente as suas portas.

Durante os sete dias da semana, mais de trezentos atletas e 16 pro-fessores dão vida e movimento a esta organização desportiva. Nela, os seus utentes podem desfrutar de várias modalidades, como o

atletismo, basquetebol, ginástica, karate, xadrez e tiro ao arco. Con-tudo, o atletismo é a actividade desportiva que mais medalhas traz para a casa.

Num espaço relativamente re-duzido, a União Desportiva sente a necessidade de recorrer a outras instalações adequadas à realização de algumas actividades. O Pavi-

lhão Municipal de Torres Novas é um dos exemplos, assim como o Estádio e as pistas de Abrantes e de Alcanena.

Nesta casa apenas são prati-cados o xadrez, o tiro ao arco e, também o basquetebol no ring da casa.

Para demonstrar e projectar a capacidade física dos atletas, esta instituição realiza quatro grandes prémios por ano: o Grande Pré-mio de Santo António, o Sarau de Ginástica, o Corta Mato Anual e o Grande Prémio de S. Silvestre.

Para além destas provas, a União dá, ainda, aos seus des-portistas a oportunidade de par-ticipar em campeonatos distritais e nacionais.

O atletismo, por exemplo, par-ticipa em todas as competições oficiais organizadas pela Asso-ciação de Atletismo de Santarém: pista ao ar livre, algumas em pista coberta, corta-mato e prova de estrada. Para além das provas ofi-ciais esta modalidade também vai ao campeonato nacional de corta mato. O atletismo disputa ainda provas de cariz popular.

O basquetebol realiza os cam-peonatos distritais e, de vez em quando, são também realizadas algumas concentrações, a cargo da Associação de Basquetebol.

A secção de ginástica participa nos Saraus, ou seja, em espectá-culos realizados por vários clubes nos meses de Junho e Junho. Se forem convidados, e houver agen-da, também participam em espec-táculos. Existem também provas específicas nesta área: trampo-lim, saltos, entre outras. Duas das atletas da União participam nos campeonatos de Portugal.

O tiro com arco é uma acti-vidade que neste momento, se encontra praticamente parada,

União Desportiva e Recreativa da Zona Alta de Torres Novas

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ESTA DESPORTO • 28 de JANEIRO de 2005 | 17

“Tudo se conjuga para o mesmo fim, a pesca desportiva de rio”O Amadores de Pesca de Abrantes (APA) é uma associação recreativa que, sem fins lucrativos, sobrevive do carinho e da devoção dos seus associados. Numa visita guiada por Virgílio Rapazote, o Presidente da Assembleia-Geral, o ESTADESPORTO ficou a conhecer este espaço septuagenário.

Jorge Martins

JORGE MARTINS

A sala dos trofeús demonstra um passado de conquistas

A distância de Abrantes para o mar, assim como o gosto pela pesca des-portiva, levaram à criação do APA há cerca de setenta anos atrás.

Quem entra no espaço reservado a esta colectividade, depara-se com um ambiente escuro, antigo, onde a sala principal é preenchida por troféus dos mais variados eventos de pesca. Num canto, três sofás fazem frente a uma televisão que, na maioria das vezes, está ligada na SportTV. Um aquece-dor dá calor a um ambiente vazio, que a espaços é invadido por três/ quatro sócios mais fiéis. As cervejas que os acompanham surgem do recôndito bar, de onde ressaltam umas quantas garrafas e uma máquina de café.

Para se ser sócio, basta que, segun-do o Presidente da Assembleia-Geral, as pessoas tenham um “comporta-mento social razoável”. Isto, acres-cido a sessenta cêntimos por mês, possibilita a permanência no espaço e a participação nas actividades que o

clube possa organizar. Com cerca de quatrocentos sócios, a actividade do APA é hoje reduzida a um espaço de lazer e convívio onde se bebem umas minis e jogam umas cartas, que não são “nada de jogos de azar como se diz por aí” – adverte Virgílio Rapazo-te. “Já se jogou aí ao bingo e tal, mas foram actividades que se tiveram de abater ao efectivo, porque começou a caça às bruxas” - acrescenta o homem que há três anos aceitou o convite de fazer porte do corpo directivo da colectividade, passando desde então a “abrir e fechar a porta” das instalações todos os dias.

A cara do clube, título que recusa, diz que no APA tudo é feito com o mesmo objectivo, a pesca de rio. A sua dedicação ao grupo recreativo não se deve a interesses financeiros, pois defende que “ninguém teria a coragem de estar aqui nove horas para chegar ao fim do dia e dizer que ganhou setenta cêntimos”, situação que parece caricata mas por vezes é verdadeira. A entrega é feita, pura e simplesmente, porque, diz, “gosto desta rapaziada!”. No que concerne à estagnação da colectividade, o res-ponsável considera que “Abrantes não tem bairrismo, nunca teve nem nun-ca há-se ter”, lamentando com isto a falta de iniciativa da população local.

Afirma ainda categoricamente ainda que “o associativismo feito do ama-dorismo está arrasado”. Este aponta também como grande deficiência a falta de aposta na formação de jovens pescadores: “O homem enquanto vi-ve deve estar ao serviço da sociedade, e nunca é tarde para um sacrifício que merece a pena fazer”.

Rapazote resume o dia-a-dia do APA a “meia dúzia de minis e meia dúzia de cafés”. A receita do bar, que representa perto de cem euros, “dá para a renda da casa” e para pagar a TVcabo que contudo “já vai custando a suportar”.

Na altura da sua criação, a pesca era uma modalidade praticada a nível internacional, sendo o APA uma as-sociação organizadora de um evento anual que envolvia a participação de sete países diferentes, que durante um fim-de-semana se juntavam na cidade para o convívio e a diversão inerentes à modalidade. Com o passar dos tempos, o APA foi perdendo a capacidade de proporcionar o evento nestes módulos e hoje, o concurso reduz-se a equipas de todo o país, especialmente do Norte, bem como ao país vizinho. Este é, no entanto, ainda o ponto mais alto do clube, que todos anos trabalha de forma a reunir esforços e verbas para a sua realização

mas estiveram nesta instituição os campeões do mundo desta ac-tividade olímpica.

No que respeita ao xadrez, neste momento existem bons jogadores, mas jogam apenas por prazer, não com fins competitivos.

Projectos futurosA novidade trazida para a

União, no ano de 2004, foi o ka-rate, e apesar desta modalidade ainda não estar muito desenvol-vida, já tem bons jogadores.

No que concerne ao campo financeiro, esta instituição des-portiva recebe os subsídios anuais da Câmara Municipal de Torres Novas e das Juntas de Freguesia, e ainda, os patrocínios das empresas e organizações, para a realização das suas actividades.

Em relação ao futuro, a União tem muitos projectos, falta con-tudo, o financiamento necessário para passar do papel à obra. Um dos projectos mais importantes prende-se com a reconstrução do actual espaço, em que se encontra, de forma a transformar as instala-ções e criar melhores condições de trabalho e de desporto. Porém, esta iniciativa continua a aguardar a luz verde da autarquia de Torres Novas.

Todavia, a falta de espaço e a necessidade de recorrer a outras instalações desportivas não afasta o sucesso dos atletas, pelo con-trário

São centenas as taças conquis-tadas ao longo destes anos, tanto a nível distrital como nacional. Distribuídas pela sala dos trofe-ús, são a prova viva da actividade desportiva realizada por esta ins-tituição, sem fins lucrativos.

Vários são os exemplos que demonstram o sucesso de jovens atletas.

Sónia Alves, estudante, 17 anos, atleta da União Desportiva da Zo-na Alta, é a actual campeã nacio-nal dos 2000 metros obstáculos, em juvenis.

Também Margarida Cruz, 14 anos, conquistou o primeiro lugar dos 3000 metros num campeona-to em França, no passado mês de Outubro.

Ainda neste campeonato, Raul Santos, 16 anos, que já participou em várias competições, conquis-tou o primeiro prémio dos 10.000 metros.

Quando interrogados acerca dos motivos que os atraem, os atletas são unânimes em dizer que “o convívio, as amizades e o bom ambiente são os principais facto-res que os trazem até à União”.

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O desporto à descoberta da paisagem naturalA paisagem verdejante invade o olhar. Os ouvidos despertam com o chilrear dos pássaros. A tranquilidade que se sente contrasta com a habitual agitação do dia-a-dia. Em dias de céu limpo é possível avistar, de um lado, a Serra da Arrábida e do outro a ilha das Berlengas. Estamos em pleno Parque Natural das Serras d’Aire e Candeeiros, mais concretamente na aldeia de Chãos, a poucos quilómetros de Rio Maior. A paisagem convida à descoberta da fauna e da flora existente na região. É neste cenário, que se praticam vários desportos de natureza.

Sónia GraçaCOOPERATIVA “ TERRA CHÔ

O verde domina a paisagem neste passeio pedestre

A Cooperativa “Terra Chã”, si-tuada na aldeia de Chãos, organiza várias actividades que permitem o contacto com a natureza: passeios pedestres, de BTT, escalada, rapel e espeleologia (visita a uma gruta). Nascida na sequência do processo de desenvolvimento local, dirigido pelo Rancho Folclórico de Chãos, a Cooperativa é a estrutura em-presarial que enquadra as diversas actividades promovidas.

É a “Terra Chã”, que actualmente explora as instalações do Centro Cultural de Chãos, uma infra-es-trutura construída pelo Rancho Folclórico, que foi inaugurada em 2002. O Centro Cultural de Chãos tem um espaço de alojamento, um salão polivalente, restaurante, bar e um espaço multimédia. Há, ainda, um Centro de Tecelagem que, neste momento, se encontra em recupe-ração. No futuro, haverá, também, um pólo de recepção ao turismo.

As actividades desenvolvidas pretendem sempre aliar a prática de desporto com o contacto com a natureza, uma vez que a Coope-rativa se situa num parque natural. Além disso, pretende-se, também, que as pessoas conheçam as tra-dições e a cultura da região, e que tenham contacto com o património ali construído.

Os preços das actividades de-pendem do número de pessoas e da actividade em si. Existem ac-tividades isoladas, como é o caso da espeleologia (visita à gruta de Alcobertas), do passeio pedestre ou de BTT. Os passeios podem ser temáticos: havendo uns mais di-rigidos para o conhecimento do património e outros para a obser-vação de aves. Por outro lado, há

actividades que estão incluídas num programa, como por exemplo, de fim-de-semana. Neste caso, preço inclui alojamento e alimentação.

Os passeios podem ser feitos com, ou sem guia, uma vez que os trilhos estão todos marcados. Uma noite na cooperativa são dez euros por pessoa. Quanto aos passeios pedestres e de BTT, vão de quatro a oito euros, conforme o número de pessoas e se inclui alimentação ou não. O desgaste do material e os recursos humanos utilizados são outros aspectos a ter em conta. Por exemplo, um grupo com mais de dez pessoas que queira fazer esca-lada e rapel, fica entre 15 a 17 euros por pessoa. Isto porque, qualquer que seja a actividade, já está incluí-do um seguro de acidentes pessoais para cada participante.

Normalmente, quase todas as se-manas existem actividades. A maioria

dos participantes são grupos escola-res, mas também há empresas que procuram este tipo de desporto, no-meadamente, através das dinâmicas de grupo. Nesta situação, o proprie-tário da empresa paga aos trabalha-dores uma actividade ao ar livre que servirá para fomentar o espírito de equipa e de entre ajuda entre eles.

A Cooperativa “Terra Chã”, tam-bém, promove campos de férias es-colares para jovens. cada um com a duração de uma semana, podendo ser residenciais ou não residenciais.

Quanto aos principais problemas da Cooperativa, Paulo Nunes, técnico superior de desporto, aponta para a falta de dinheiro. “Se houvesse mais dinheiro, poderiam existir mais pos-tos de trabalho”, afirma. Em termos de material para as actividades, revela que poderia haver mais, principal-mente para as dinâmicas de grupo. O mesmo não acontece nas outras

modalidades, uma vez que foram recentemente adquiridas 20 bicicle-tas de BTT e em Janeiro/ Fevereiro deste ano haverá material novo para escalada, espeleologia e rapel.

A falta de comunicação entre o poder local (Junta de Freguesia de Alcobertas e Câmara Municipal de Rio Maior) e a Cooperativa é outra das falhas apontada: “Rio Maior é a capital do desporto, mas desporto de alto rendimento e não deste desporto de natureza”, critica Paulo Nunes.

A construção de um parque eóli-co e as várias pedreiras existentes na zona, também preocupam o técnico superior de desporto. Ambos os ca-sos afectam a prática de desporto de natureza, principalmente ao nível do impacto visual.

Localizada na zona centro do país, com bons acessos e relativamente perto de Lisboa, a aldeia de Chãos convida a uma visita.

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ESTA DESPORTO • 28 de JANEIRO de 2005 | 19

m tempos de calamidade assistimos a manifestações de solidariedade vindas de todos os cantos do globo. Todos querem

ajudar. Todos querem contribuir. Os profissio-nais do desporto não são excepção.

Por isto, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) está a preparar um encontro entre a se-lecção das Quinas e uma formação de jogadores asiáticos. Esta iniciativa tem como objectivo a recolha de fundos para auxiliar as vítimas do maremoto que assolou vários países daquele

Opinião

Solidariedade no desporto

Ana Louro

continente. Também com este intuito, Michael Schumacher, honrando os princípios que estão na base do desporto, fez o seu donativo.

No entanto, há que fazer notar que a solida-riedade no desporto não acontece unicamente quando se dão catástrofes naturais. Várias são as iniciativas por parte dos desportistas profissio-nais com o objectivo de auxiliar camadas mais desfavorecidas ou instituições de apoio social.

Quem não se lembra de ver o campeão de Fórmula 1, Michael Schumacher, a correr, num jogo de futebol, ao lado de figuras como Luís Figo, Ronaldo, Zinadine Zidane, Edgar Davids, entre outros. Corria então o ano de 2004 e joga-va-se o “All Stars”, ao mesmo tempo, combatia-se a fome em África.

A solidariedade não é exclusivamente inter-nacional. Também dentro do nosso País são organizados eventos com o intuito de apoiar instituições portuguesas como a Acreditar, a Liga Portuguesa Contra o Cancro, a Casa do Gaiato, etc.

O ano que cessou foi, por decisão do Parla-

mento Europeu, o Ano Europeu da Educação pelo Desporto. Foi, também, o ano dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Atenas, e do Campeonato Europeu de Futebol. Estes foram momentos em que a solidariedade humana, a amizade e a boa vontade entre os indivíduos foram afirmadas.

No plano do indivíduo, o desporto contribui para preservar e melhorar a saúde, proporcio-nando uma serena distensão, uma ocupação salutar do tempo livre, uma forma de aliviar os inconvenientes e as dificuldades da vida moder-na. Além disso, o desporto educa o homem na pedagogia do esforço, do empenho, do sacrifício, da generosidade, na busca dos valores mais ele-vados, na superação dos limites, na aposta numa vida com valores e com objectivos. Finalmente, o desporto liberta o homem de todas as formas de egoísmo e potencia a honestidade, o altruísmo, o respeito pelos outros e até pela natureza. Sem estas qualidades, o desporto reduzir-se-ia a um simples esforço e a uma discutível manifestação de força física sem alma.

Aluna da ESTA

E

ESTA PIADAAinda não aderiste aos

ailerons e jantesespeciais?

Não há tamanhoXS nos saldos...

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Num FlashÚLTIMA PÁGINA

É caso para dizer que o primeiro semestre terminou em beleza para os/as alunos/as fina-listas que optaram pela disciplina de Jornalismo Desportivo. E também terminou com alegria e felicidade para quem sempre apostou nos/as alunos/as, dando-lhes a total liberdade de actua-ção de modo a conseguirmos fechar três edições do jornal laboratório ESTADESPORTO.

No início do ano lectivo quando delineamos na sala de aula que iríamos fazer três edições do jornal, houve alunos/as que não acreditaram que isso podia acontecer. Mas à medida que o tempo foi passando e que os trabalhos de agenda se foram fazendo com maior ou menor

Afinal valeu a pena

ENTREVISTA COM... MANUEL VALAMATOS

O vereador do peroulo do desporto da Câmara Municipal de Abrantes dá a conhecer o que autarquia tem feito ao nível das infra-estrutu-ras desportivas do concelho.

TUNNING

Apesar da existência de rótulos preconceituo-sos para com os adeptos do tunning. Estes têm vindo a afirmar-se como praticantes de uma arte, com uma postura própria.

ESCOLA SUPERIORDE DESPORTO DE RIO MAIOR

Apesar das dificuldades ao nível das infra-es-truturas, esta instituição de ensino, que forma técnicos superiores de desporto, demonstra que o meio desportivo pode ter pessoal habili-tado para a prática desportiva.

ABRANTES ATLETIC’SUma conversa com Manuel Gonçalves em torno do passado e do presente do atletismo no distrito de Santarém. Para além das “pistas de tartan” falou-se das condições de trabalho e dos atletas de alta competição, como Francis Obikwelu.

ESCOLA DE NATAÇÃODE VILA NOVA DA BARQUINHA

Estrutura desportiva da autarquia, que oferece a todas as pessoas, jovens ou menos jovens, um rol de diferentes actividades aquáticas.

MINIS

Não são o “carro do povo”, mas quem os possui compreende uma admirável paixão e trata-os como muita atenção. As quatro décadas de história falam por si...

AMADORES DE PESCA DE ABRANTES

Um espaço repleto de conquistas, onde o convívio está sempre patente. A dedicação dos responsáveis, durante um ano, visa reunir esforços e verbas para a realização, em Agosto, de um concurso de pesca.

O DESPORTO ASSOCIADO À NATUREZA

A Cooperativa “Terra Chã” organiza inúmeras actividades que permitem o contacto com a natureza. Uma estrutura organizada que proporciona o lazer com as paisagens verdejantes como pano de fundo.

PAINTBALL

Nasceu na Austrália , onde as bolas de tinta ser-viam para marcar os animais. Alguém adoptou a actividade, dando-lhe um cariz desportivo, com muitos praticantes em Portugal.

APRENDER A MONTAR

O Ribatejo é uma região de tradição equestre. O ESTADESPORTO foi conhecer três das escolas de equitação, no Rossio ao Sul do Tejo, Cons-tância e Golegã.

EX TREINADOR DO ABRANTES F.C.Apesar de ter levado o AFC para a II divisão B, José Vasquez foi dispensado. Fala da passagem pelo clube abrantino, sem ressentimentos. E continua a acompanhar, pelos órgãos de co-municação social, a sua antiga equipa.

UNIÃO DESPORTIVA E RECREATIVADA ZONA ALTA DE TORRES NOVAS

É a prova de que este tipo de instituições con-seguem conciliar o convívio com a descoberta de novos talentos desportivos.

FOTO 2004Apesar de um ano cheio de acontecimentos, o editor de fotografia do Jornal de Notícias, Adelino Meireles, escolheu uma fotografia de José Mourinho. Afinal, em 2004, o treinador português venceu a Liga dos Campeões com o Futebol Clube do Porto e rumou para o coman-do do Chelsea F. C.

José Peixe sacrifício, o ESTADESPORTO lá foi saindo e conquistando os/as alunos/as. Mesmo os/as mais cépticos/as e aqueles/as que não gostam muito de desporto.

Em jeito de balanço final e numa altura em que estamos a fechar a terceira edição do ESTA-DESPORTO, quero deixar bem claro que valeu a pena apostar forte neste projecto, mesmo sabendo que não tínhamos nenhumas garantias oficiais de ele poder ser impresso em papel de jornal nem grandes apoios institucionais. Mas afinal, até o director da ESTA gostou do projec-to. Um projecto que serviu para os/as alunos/as porem em prática tudo aquilo que tinham aprendido em anos anteriores. Um projecto que encheu de alegria e vaidade todos/as aqueles/as que se envolveram nele.

Costuma dizer-se que “vale sempre a pena, quando a alma não é pequena”. Neste caso concreto do ESTADESPORTO, a alma dos/as alunos/as ultrapassou todas as expectativas criadas no início do ano lectivo. Por isso mesmo eles/as estão de parabéns.

Na qualidade de professor da disciplina de Jornalismo Desportivo e numa altura em que estes/as alunos/as se preparam para concluir a licenciatura, só me resta desejar as maiores felicidades profissionais a todos/as aqueles/as que trabalharam no jornal laboratório ESTA-DESPORTO. Um jornal que não envergonha quem o fez.

Infelizmente, a crise política e social que se vive em Portugal nesta altura, não permite que sonhemos com um futuro risonho para os/as alunos/as que vão terminar este ano as suas licenciaturas de Comunicação Social na ESTA, mas enquanto jornalista e professor, acredito que alguns destes/as meus/minhas alunos/as vão conseguir impor-se em algumas redacções como repórteres. Basta que lhes dêem a opor-tunidade de principiar.

Bem sei que a universidade de vida é mais difícil do que qualquer curso académico. Mas tenho esperança que melhores dias hão-de surgir neste meu Portugal. E na minha pessoa, a esperança é a última coisa a morrer.