3solos Geologia Relevo e Mineracao
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CAPTULO 3
SOLOS, GEOLOGIA, RELEVO E MINERAO
Nilton Curi
Joo Jos Granate MarquesAntnio Francisco S e Melo Marques
Elpdio Incio Fernandes
3.1 APRESENTAO
O conhecimento das peculiaridades das regies abrangidas por este estudo foi onorteador do desenvolvimento e a interpretao dos trabalhos relativos aos ramos da cinciaacima referidos. O mosaico de ambientes e sub-ambientes nas regies de estudo, foi semprelevado em considerao, procurando-se adapt-lo s escalas das bases de dados disponveis.
Entende-se que este trabalho permite ajustes a nvel regional, municipal e local,
representando uma moldura didtica para informao e tomada de decises, inclusive levantandolacunas de conhecimento e prioridades para futuros estudos mais detalhados.
3.2 ABORDAGEM METODOLGICA
3.2.1 Bases de dados
As bases primrias de dados utilizadas para este trabalho encontram-se descritas na Tabela 3.1.
Todas essas bases encontram-se em formato digital e so de domnio pblico. Tentou-se obter bases de
dados que fossem ao mesmo tempo recentes e de escala grande. Tanto quanto seja do conhecimento
dos autores deste trabalho, para as regies de estudo, as bases listadas na Tabela 3.1 so as maisrecentes e as de maior escala.
Tabela 3.1 - Bases de dados, formatos e escalas j disponveis.
Mapas Temticos Fonte Escala Ano
Solos CETEC 1:500.000 2008Geologia CPRM 1:1.000.000 2004
Permetros requeridos para pesquisa minerria DPNM 1:25.000 2005
Modelo digital de elevao NASA 1:150.000* 1994
Hidrograa ANEEL 1:1.000.000 1999
*Para o modelo digital de elevao mais correto falar-se em resoluo e no em escala. A resoluo do modelo digital
de elevao utilizado neste trabalho de 90 m, o que aproximadamente corresponde a uma escala 1:150.000.
Os quatro temas (pedologia, geologia, geomorfologia e minerao) foram abordados separadamente.
O tratamento dado a cada tema descrito a seguir.
3.2.2 Pedologia
Primeiramente, usando as informaes presentes no Mapa de Solos de Minas Gerais (CETEC,
2008), foram produzidos mapas auxiliares de: (i) teor de matria orgnica no solo; (ii) regime hdrico do
solo; (iii) textura do solo; e (iv) mapa pedolgico simplicado.
Para elaborao do mapa do teor de matria orgnica no solo, foram utilizadas informaes
referentes ao horizonte supercial de cada unidade de mapeamento. Assim, unidades de mapeamento
com horizonte A fraco foram classicadas como tendo baixo teor de matria orgnica. Unidades
de mapeamento com horizonte A moderado foram classicadas como tendo mdio teor de matria
orgnica. Os demais tipos de horizontes superciais foram classicados como tendo alto teor de matria
orgnica.
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O mapa de regime hdrico do solo foi inferido a partir das fases de vegetao nativa, conforme
estabelecido em Lemos & Santos (1996). A textura do solo foi obtida diretamente do mapa de solos,
sendo que a presena de cascalho foi considerada em termos de comportamento do solo. Dessa forma,
um solo argiloso cascalhento, por exemplo, foi classicado como tendo textura mdia. Um solo textura
mdia cascalhenta foi classicado como tendo textura grosseira. O mapa pedolgico simplicado foi
elaborado desconsiderando-se informaes taxonmicas no julgadas relevantes para o objetivo deste
trabalho. Por isso, o mapa pedolgico simplicado apenas mostra o principal componente de cada unidade
de mapeamento e no segundo nvel categrico mais alto (sub-ordem) (EMBRAPA, 2006).
Os fatores que determinaram a vulnerabilidade do componente ambiental solos foram: (i)
susceptibilidade do solo degradao estrutural; (ii) taxa de decomposio da matria orgnica do solo;
e (iii) probabilidade de contaminao ambiental pelo uso do solo.
Esses fatores foram escolhidos devido sua importncia ecolgica e existncia de dados
primrios que pudessem ser trabalhados para obt-los. Por exemplo, a taxa de decomposio da matria
orgnica do solo possui relevncia no apenas do ponto da sustentabilidade dos agroecossistemas, mas
tambm est relacionada liberao de CO2
para a atmosfera. Infelizmente, contudo, no existem bases
de dados que forneam valores diretos para a decomposio da matria orgnica. Por isso, a taxa de
decomposio da matria orgnica teve que ser inferida indiretamente.
Os mapas auxiliares descritos anteriormente (matria orgnica do solo, regime hdrico do solo,textura do solo, pedolgico simplicado e hidrograa) foram re-interpretados gerando mapas de: (i)
susceptibilidade do solo degradao estrutural; (ii) taxa de decomposio da matria orgnica do solo;
e (iii) probabilidade de contaminao ambiental pelo uso do solo. A re-interpretao das informaes
bsicas foi feita de acordo com quadros-guia especialmente elaborados (Tabelas 3.2 a 3.4). Com isso
foram obtidos trs mapas secundrios: (i) susceptibilidade do solo degradao estrutural; (ii) taxa de
decomposio da matria orgnica do solo; e (iii) probabilidade de contaminao ambiental pelo uso do
solo.
Tabela 3.2 - Quadro-guia para estimativa da susceptibilidade do solo degradao estrutural. Palavras em negrito
indicam os nveis de susceptibilidade do solo degradao estrutural em funo de diferentes combinaes detextura e teor de matria orgnica do solo.
Textura Teor de matria orgnica do solo
Alto Mdio Baixo
Fina Mdia Alta Alta
Mdia Baixa Mdia Alta
Grossa Baixa Baixa Baixa
Tabela 3.3 - Quadro-guia para estimativa da taxa de decomposio da matria orgnica do solo.
Taxa de decompo-sio Teor de matria orgnica Textura Regime hdrico do solo
Alta
Baixo - -
Mdio - Perstico
Mdio Mdia ou Grossa stico
Mdia
Alto Mdia ou Grossa -
Alto - Perstico ou stico
Mdio Mdia ou Grossa dico ou Perdico ou qico
- Fina stico
Baixa
Alto Qualquer dico ou Perdico ou qico
Mdio Fina dico ou Perdico ou qico
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Tabela 3.4 - Quadro-guia para determinao do nvel de probabilidade de contaminao ambiental com o uso.
Nvel Solo TexturaTeor de matria
orgnicaProximidade
de rios*Regime hdrico
Muito alto
Gleissolo - - - -
- - Baixa - -
- - - Sim -
- - - - Aqico
Alto
Neossolo Flvico ouEspodossolo ou Neossolo
Litlico- - No -
Neossolo Quartzarnico ouCambissolo
- Mdia No -
Mdio
Neossolo Quartzarnico ouCambissolo
- Alta No -
Latossolo ou Argissolo Grossa - No -
Latossolo Mdia Mdia No -
Baixo
Argissolo Mdia - No -
Argissolo Fina - No -
Nitossolo - Mdia No -Latossolo Mdia Alta No -
Muito baixoLatossolo Fina - No -
Nitossolo - Alta No -
* 250 m de rios de menor porte e 500 m de rios de grande porte
Os trs mapas secundrios gerados foram sobrepostos, gerando o mapa nal de vulnerabilidade do
componente solos. Para essa sobreposio, consideraram-se os seguintes pesos: (i) susceptibilidade do solo
degradao estrutural, peso 1; (ii) taxa de decomposio da matria orgnica do solo, peso 2; e (iii) probabilidade
de contaminao ambiental pelo uso do solo, peso 3.
3.2.3 Geomorfologia
A geomorfologia foi considerada neste trabalho como o principal fator responsvel pela susceptibilidade
dos solos eroso, juntamente com a intensidade das chuvas e a exposio do solo ao impacto direto das gotas
de chuva. Os mtodos empregados para se conseguir os mapas de intensidade das chuvas e da exposio do
solo ao impacto direto das gotas de chuvas esto descritos em outro ponto deste trabalho.
Dentro do tpico geomorfologia, foi elaborado um mapa de risco potencial eroso, levando em conta a
erodibilidade dos solos e o declive. O declive foi obtido a partir de um modelo digital de elevao e foi classicado
conforme Lemos & Santos (1996) em: plano (0 a 3%); suave-ondulado (3 a 8%); ondulado (8 a 20%); forte-
ondulado (20 a 45%); montanhoso (45 a 75%); e escarpado (>75%). A Tabela 3.5 mostra o quadro-guia
utilizado para converter as classes de erodibilidade do solo e declive em risco potencial eroso.
Tabela 3.5 - Quadro-guia para estimativa do risco potencial de eroso.
Risco de eroso Erodibilidade Declive
Muito baixo Muito baixa ou Baixa Plano ou suave-ondulado
BaixoMuito baixa Ondulado
Mdia Plano ou suave-ondulado
Mdio
Muito baixa Forte-ondulado
Baixa ou Mdia Ondulado
Alta ou Muito alta Plano ou suave-ondulado
AltoBaixa ou Mdia Forte-ondulado
Alta Ondulado
Muito alto- Montanhoso
Alta Forte-ondulado
Muito alta Ondulado ou forte-ondulado
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Por sua vez, a erodibilidade foi obtida interpretando-se os mapas auxiliares de teor de matria
orgnica do solo, textura do solo e pedolgico simplicado, conforme o quadro-guia apresentado na
Tabela 3.6.
Tabela 3.6 - Quadro-guia para estimativa da erodibilidade.
Erodibilidade Solo Textura Teor de matria orgnica
Muito baixaLatossolo Fina Mdia ou Alta
Gleissolo ou Neossolo Flvico - -
Baixa
Latossolo Mdia -
Argissolo Fina Alta
Nitossolo - Alta
Mdia
Neossolo Quartzarnico - Alta
Argissolo Fina Mdia
Argissolo Mdia ou Grossa Alta
Nitossolo - Mdia
Latossolo Grossa Mdia
Alta
Argissolo Mdia ou Grossa Mdia
Neossolo Quartzarnico - Mdia
Cambissolo - Alta
Espodossolo - Mdia
Muito alta
- - Baixa
Neossolo Litlico - -
Cambissolo - Mdia
Aoramento de Rochas - -
A susceptibilidade eroso, por sua vez, foi determinada combinando-se o risco potencial de
eroso, a intensidade das chuvas e a exposio do solo ao impacto direto das gotas de chuva, conforme
o quadro-guia na Tabela 3.7.
Tabela 3.7 - Quadro-guia para determinao da susceptibilidade eroso
Susceptibilidade eroso Intensidade das chuvas Exposio do solo Risco de eroso
Muito baixa Muito baixa Baixa Muito baixo
Muito baixa Muito baixa Mdia Muito baixo
Muito baixa Muito baixa Alta Mdio
Muito baixa Baixa Baixa Muito baixo
Muito baixa Baixa Mdia BaixoMuito baixa Baixa Alta Mdio
Muito baixa Mdia Baixa Baixo
Muito baixa Mdia Mdia Mdio
Muito baixa Mdia Alta Mdio
Muito baixa Alta Baixa Baixo
Muito baixa Alta Mdia Alto
Muito baixa Alta Alta Alto
Muito baixa Muito alta Baixa Alto
Muito baixa Muito alta Mdia Alto
Muito baixa Muito alta Alta Alto
Baixa Muito baixa Baixa Baixo
Baixa Muito baixa Mdia Mdio
Baixa Muito baixa Alta Mdio
Baixa Baixa Baixa Baixo
Baixa Baixa Mdia Mdio
Continua...
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Susceptibilidade eroso Intensidade das chuvas Exposio do solo Risco de eroso
Baixa Baixa Alta Mdio
Baixa Mdia Baixa Mdio
Baixa Mdia Mdia Mdio
Baixa Mdia Alta Alto
Baixa Alta Baixa Mdio
Baixa Alta Mdia Alto
Baixa Alta Alta Alto
Baixa Muito alta Baixa Alto
Baixa Muito alta Mdia Alto
Baixa Muito alta Alta Muito alto
Mdia Muito baixa Baixa Baixo
Mdia Muito baixa Mdia Mdio
Mdia Muito baixa Alta Mdio
Mdia Baixa Baixa Baixo
Mdia Baixa Mdia Mdio
Mdia Baixa Alta Mdio
Mdia Mdia Baixa MdioMdia Mdia Mdia Mdio
Mdia Mdia Alta Alto
Mdia Alta Baixa Mdio
Mdia Alta Mdia Alto
Mdia Alta Alta Alto
Mdia Muito alta Baixa Mdio
Mdia Muito alta Mdia Alto
Mdia Muito alta Alta Muito alto
Alta Muito baixa Baixa Baixo
Alta Muito baixa Mdia Mdio
Alta Muito baixa Alta Alto
Alta Baixa Baixa BaixoAlta Baixa Mdia Alto
Alta Baixa Alta Alto
Alta Mdia Baixa Mdio
Alta Mdia Mdia Alto
Alta Mdia Alta Muito alto
Alta Alta Baixa Alto
Alta Alta Mdia Muito alto
Alta Alta Alta Muito alto
Alta Muito alta Baixa Muito alto
Alta Muito alta Mdia Muito alto
Alta Muito alta Alta Muito alto
Muito alta Muito baixa Baixa Muito alto
Muito alta Muito baixa Mdia Muito altoMuito alta Muito baixa Alta Muito alto
Muito alta Baixa Baixa Muito alto
Muito alta Baixa Mdia Muito alto
Muito alta Baixa Alta Muito altoMuito alta Mdia Baixa Muito altoMuito alta Mdia Mdia Muito alto
Muito alta Mdia Alta Muito alto
Muito alta Alta Baixa Muito alto
Muito alta Alta Mdia Muito alto
Muito alta Alta Alta Muito alto
Muito alta Muito alta Baixa Muito alto
Muito alta Muito alta Mdia Muito altoMuito alta Muito alta Alta Muito alto
Muito alta Qualquer Muito alta Muito alto
Tabela 3.7 - Continuao
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3.2.4 Geologia
A geologia foi avaliada neste trabalho sob duas formas: facilidade de contaminao dos aqferos
e diculdades oferecidas construo civil, mormente estradas. Para tal, o mapa bsico de geologia
foi interpretado levando-se em considerao as unidades litolgicas presentes e a presena de falhas e
fraturas.A grosso modo, rochas porosas como arenitos oferecem grande possibilidade de contaminao
dos aqferos. Por outro lado, rochas macias como granitos oferecem menor risco de contaminao
desses recursos hdricos. A presena de falhas e fraturas aumenta consideravelmente a probabilidade
de contaminao. Em relao construo civil, rochas impermeveis e de textura na, como litos
e micaxistos, oferecem grandes obstculos manuteno e preservao de obras civis, j granitos
propiciam bons substratos para construo.
3.2.5 Minerao
Em virtude do conceito de Vulnerabilidade Natural adotado neste trabalho, a minerao, uma
importante atividade antrpica, foi excluda da Carta de Vulnerabilidade Natural. Todavia, como no
podia deixar de ser, ela foi includa com destaque no Zoneamento Ecolgico-Econmico de Minas Gerais.
Os permetros registrados junto ao DNPM como reas de pesquisa minerria foram considerados reas
de potencial explorao mineral. Como tal, foram chamados de Zona de Uso Especial para Minerao.
Essas zonas de uso especial mantm sua classicao quanto Vulnerabilidade Natural, mas ao mesmo
tempo so marcadas como reas eventualmente passveis de serem exploradas para minerao. Dessa
forma, a aptido natural dessas reas mantida ao mesmo tempo em que sua possvel vocao minerria
devidamente assinalada e registrada.
Paralelamente, foi elaborado um mapa de ocorrncias minerais por unidade litolgica. Graas aos
esforos do Servio Geolgico Brasileiro (CPRM) e de outras instituies, Minas Gerais dispe de uma
boa base de dados sobre as ocorrncias minerais existentes. Tais ocorrncias minerais esto registradas
cartogracamente de forma pontual. Sabe-se, contudo, que normalmente, embora nem sempre,a ocorrncia de uma dada espcie mineral acha-se associada a uma unidade litolgica. Minas Gerais
tambm dispe de boas informaes sobre suas unidades litolgicas. Cruzando-se ambas informaes,
obteve-se um mapa que mostra quais unidades litolgicas possuem maior abundncia de minerais de
interesse econmico. O mapa gerado o somatrio de todas as ocorrncias minerais registradas na base
de dados do CPRM, misturando-se no mapa minrios de alto valor agregado, como diamante, e outros de
baixo valor, como areia. No entanto, informao pormenorizada por grupo de minrios (gemas, minerais
ferrosos, materiais para construo etc.) tambm pode ser disponbilizada.
3.3 RESULTADOS
Os resultados obtidos neste trabalho encontram-se expressos na forma de mapas digitais no
formato Esri Shape e so mostrados a seguir.
O mapa pedolgico simplicado (Figura 3.1) mostra um domnio de Latossolos (solos profundos,
bastante envelhecidos, com baixa fertilidade natural e geralmente boas propriedades fsicas) na maior
parte do Estado. Estes so seguidos pelos Cambissolos (solos geralmente rasos, jovens, com fertilidade
natural varivel e propriedades fsicas desfavorveis).
A seguir, vem os Argissolos e solos ans (solos moderadamente profundos, maduros, com
fertilidade natural geralmente mais elevada e propriedades fsicas no to boas em comparao aos
Latossolos) e os Neossolos Litlicos (solos muito rasos, muito jovens, com fertilidade natural varivel
e propriedades fsicas muito limitantes). Ao longo dos rios principais, sobressaem-se os Neossolos
Flvicos, os quais so muito variveis a pequenas distncias, tanto na horizontal quanto na vertical.
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Figura 3.1 Mapa pedolgico simplicado indicando os domnios das classes de solos nas regies estudadas.
O mapa de textura do solo (Figura 3.2), que representa a distribuio granulomtrica (tamanho
de partcula dos componentes areia, silte e argila), aqui simplicada nas classes grossa, mdia e na,
conforme detalhado na metodologia, depende do material de origem e do grau de intemperismo do solo.
Em nosso Estado, h dominncia ntida das texturas na e mdia, sendo que a maior expresso da textura
grosseira aparece nas Regies Norte e Noroeste do Estado, o que em associao ao clima bastante seco,
particularmente na Regio Norte, impe muita cautela no manejo destes agroecossistemas sob o ponto
de vista da sustentabilidade ambiental.
O mapa do teor de matria orgnica do solo (Figura 3.3), um dos atributos de maior importncia
no comportamento dos agroecossistemas tropicais, revela predomnio da classe mdia, seguida da classebaixa, com pouca manifestao da classe alta. Essa constatao refora a necessidade de maiores
cuidados no manejo desse atributo, principalmente nas regies relativamente mais secas do Estado, no
intuito de evitar sua degradao, o que traria conseqncias muito graves ao ambiente em geral.
O mapa de regime hdrico do solo (Figura 3.4) revela um predomnio da classe stica (trs a seis
meses secos) na maior parte do Estado, um predomnio da classe dica (menos de trs meses secos) nas
Regies Sul e Zona da Mata, e, nalmente, a preponderncia da classe ardica (mais de seis meses secos)
no Norte do Estado, o que impe maiores cuidados econmicos e ambientais nessa ltima regio.
No tocante vulnerabilidade do componente solo degradao estrutural (Figura 3.5), observa-
se que as classes alta e mdia sobrepujam em muito a classe baixa, indicando cuidados especiais nesse
contexto na quase totalidade do Estado, excetuando-se nesse aspecto, uma faixa estreita no sentido
Nordeste do Estado (cores esverdeadas).
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Figura 3.2 Mapa de textura do solo nas regies estudadas.
Figura 3.3 Mapa de teor de matria orgnica do solo nas regies estudadas.
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Figura 3.4 Mapa de regime hdrico dos solos nas regies estudadas.
Figura 3.5 Mapa de vulnerabilidade degradao estrutural do solo nas Zonas estudadas.
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O mapa dos principais rios de Minas Gerais pode ser visto na Figura 3.6, como subsdio nessa
parte do trabalho, evidenciando uma boa distribuio desses nas diversas Regies do Estado, o que,
sem dvida alguma, representa um timo patrimnio para Minas Gerais, devendo ser preservado a todo
custo.
A taxa de decomposio da matria orgnica (Figura 3.8), evidencia um predomnio da classe
mdia na maior parte do Estado, um predomnio da classe baixa nas Regies Sul e Zona da Mata, e um
predomnio da classe alta no Norte do Estado. Essa distribuio est consonante com o mapa de regime
hdrico do solo (Figura 3.4). Estes aspectos impem bastante cautela no manejo da matria orgnica
do solo, particularmente no Norte do Estado (clima bastante seco), pois esse atributo, alm de ser um
excelente indicador da sustentabilidade dos agroecossistemas, tem relao com a liberao de CO2, um
dos gases do efeito estufa, para a atmosfera.
A probabilidade de contaminao ambiental pelo uso do solo (Figura 3.8), indica um amplo
domnio da classe muito baixa na maior parte do Estado, o que bastante promissor nesse enfoque. O
fato dos solos mais profundos dominarem a paisagem (Figura 3.1), estando relativamente mais distantes
das vrzeas, ajuda a explicar tais resultados na medida em que o poluente tem um longo caminho a
percorrer at poder atingir os cursos dgua a jusante das paisagens. J nas regies Noroeste, Norte,
Central e Alto So Francisco, as classes alta e mdia de vulnerabilidade contaminao ambiental pelo
uso do solo so bem mais pronunciadas, requerendo maiores cuidados nesse contexto.Dentro do tema que envolve a vulnerabilidade global do componente solo, incluindo todos os
aspectos a ele aqui relacionados (Figura 3.9), as regies que merecem maior ateno e maiores cuidados
so o Alto So Francisco e a Zona Central, uma vez que nas demais regies, no geral, a situao mais
confortvel, no se descartando de modo algum a necessidade de trabalhos mais detalhados conforme a
demanda, isto , em todas as regies h gradaes dessas avaliaes mais gerais.
Relativamente geomorfologia, o mapa de declividade, obtido a partir de um modelo digital de
elevao (Figura 3.10), mostra um domnio das classes plano (0-3% de declividade), suave ondulado
(3-8% de declividade) e ondulado (8-20% de declividade) na maior parte do Estado. J no caso da Zona
Leste, onde se sobressai a classe forte ondulado (20-45% de declividade), a degradao ambiental pela
eroso hdrica, desencadeada principalmente pelo uso indiscriminado do fogo e pouca cobertura do solo
oferecida pelo capim-colonio contra o impacto direto das gotas de chuva nos ltimos 50-60 anos, alarmante e necessita de ateno especial do governo mineiro e de toda a sociedade.
A erodibilidade (Figura 3.11), que representa a suscetibilidade do solo eroso, revela dominncia
da classe baixa na maior parte do Estado. As classes muito alta e alta sobressaem-se nas Zonas Alto So
Francisco, Central, Norte e Noroeste do Estado. Quando esse atributo cruzado com a declividade, nesse
trabalho, recebendo a denominao de risco de eroso (Figura 3.12), a situao ca bem mais amenizada
para todas as Zonas. A ampla expresso geogrca de declividades < 20% no Estado como um todo
(Figura 3.11), ajuda a explicar esses resultados do trabalho.
Em termos da vulnerabilidade dos solos eroso no conjunto de atributos considerados (Figura
3.13), a situao de maior ocorrncia no Estado mdia, com indicativos mais graves no Leste, Zona
Central e Noroeste, e condies mais confortveis no Norte, seguido pelo Sul do Estado.
O mapa de ocorrncias minerais, por unidades litolgicas, em seu sentido mais amplo (Figura
3.14), evidencia maiores intensidades na Zona Central, Jequitinhonha, Leste e Zona da Mata, em relaos demais Zonas. Em consonncia com esses aspectos, os permetros requeridos para pesquisa minerria
(Figura 3.15), os quais podem ou no ser explorados no futuro, acompanham as tendncias do mapa de
ocorrncias minerais, como seria de se esperar, com maior nmero de registros nas regies anteriormente
citadas.
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Figura 3.6 Mapa dos principais rios de Minas Gerais.
Figura 3.7 Mapa da taxa de decomposio da matria orgnica do solo nas regies estudadas.
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Figura 3.8 Mapa de vulnerabilidade contaminao ambiental pelo uso do solo nas regies estudadas.
Figura 3.9 Mapa da vulnerabilidade do componente solo nas regies estudadas.
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Figura 3.10 Mapa de declividade do solo nas regies estudadas.
Figura 3.11 Mapa da erodibilidade do solo nas regies estudadas.
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Figura 3.12 Mapa de risco eroso, resultante da sobreposio de erodibilidade do solo e declividade nas
regies estudadas.
Figura 3.13 Mapa da vulnerabilidade dos solos eroso nas regies estudadas.
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Figura 3.14 Mapa de ocorrncias minerais por unidades litolgicas nas regies estudadas.
Figura 3.15 Mapa dos permetros requeridos para pesquisa mineraria nas regies estudadas sobreposto ao mapa
de ocorrncias minerais por unidade litolgica
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Como consideraes nais, no conjunto dos dados avaliados no tocante Pedologia,
Geomorfologia, Geologia e Minerao, vale a pena ressaltar que maior ateno e maiores cuidados
devem ser direcionados ao Alto So Francisco, Zona Central e Leste de Minas Gerais, enquanto que nas
outras regies a situao relativamente mais confortvel, no dispensando, porm, o monitoramento
do ambiente, sempre buscando o desenvolvimento em bases sustentveis.
3.4 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
LEMOS, R.C. & SANTOS, R.D. Manual de Descrio e Coleta de Solo no Campo. 3 edio. Campinas:
SBCS, 1996. 83 p.
EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classifcao de Solos. 2 edio. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2006.
306 p.