3ºB
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TRAJETÓRIA ESCOLAR – 3º B
Muito para falar mas pouco para ter relevância, o que um jovem
normal de apenas 17 anos tem para contar?
Levantei a tampa, voltei ao passado. Meu mundo guardado dentro de
um baú. Fotos, cadernos, roupas, todos empoeirados me narravam um
passado não tão distante.
A escola é o ambiente onde os jovens passam uma boa parte do dia
durante doze anos de sua vida e é neste meio em que ele irá formar seu
caráter, suas amizades. Quando começamos nossas vidas escolares muita
coisa muda, “saímos” da barra da saia da mãe e por algumas horas temos
que nos “virar”, tendo que conviver com outras pessoas, obedecendo regras.
A minha trajetória escolar é bem longa, pois estudei em vários
colégios antes de chegar onde estou. Já troquei de escola, assim como se
troca de roupa. Teve algumas oscilações em relação ao meu modo de agir e
pensar, quando fazia o ensino fundamental não tinha noção de como era o
mundo de verdade, as barreiras, os esforços que deveria fazer e as disciplina.
Fomos presenteados com bons professores, amigos e o mais
importante que é o conhecimento. Ser estudante é uma responsabilidade
muito grande, temos que cumprir horários, nos esforçarmos para tirar notas
altas e então pegar nossa aprovação no final do ano.
Na Escola Municipal Brice Francisco Cordeiro, uma escola do 1º ao
4º ano, aprendi a jogar xadrez, pois tinha aulas expositivas a tarde para
aprender esportes e jogos.
Estudei no mais caro e prestigiado colégio particular do meu setor. Lá
havia um aluno hiperativo e adorávamos atazana-lo. Sempre tem a chacota
que era justamente o filho do professor de artes que insistíamos que ele era
gay.
Na sexta série – atual sétimo ano -, eu tirei meu primeiro conceito
negativo. Não me orgulho disso, principalmente por ter sido na minha
matéria favorita e pelo meu pai quase ter me matado quando descobriu.
Em janeiro de 2008 fui sorteado no CEPAE, mal eu sabia que ia
mudar tudo novamente. Tímido, foi difícil me socializar com um maior
número de alunos e talentos diferenciados. Foi no interclasse no final do ano
que fiquei conhecido, ainda estranhando o atual sistema de notas nunca
tirava “A” o que me preocupava e muito a cobrança estava sendo maior, com
média “B” em todas as matérias sempre fui o aluno esforçado que realizava
todas as tarefas.
A professora Andréa, de história, marcou presença nesse início e me
ensinou bastante como enxergar a história, sendo na maioria das vezes de
forma bem rigorosa.
Meu detestável 8º ano [no CEPAE] foi uma tortura, tinha feito duas
amigas, somente. Enquanto isso o resto da escola me chamava de gay. Eu
guardei um rancor enorme do colégio. Outra diferença fundamental foi na
forma de ensino da escola que é bem diferente se comparado a todas as
outras que estudei. Estrutura da escola, forma de ensinar dos professores,
aulas acessórias principalmente e a distância entre minha casa e a escola.
Devido a minha turma ser a mais velha da escola tínhamos uma
reputação, porém sempre praticávamos “bullying” com os mais novos e por
isso quase fui expulso da escola por duas vezes, a primeira porque era líder
de uma brincadeira chamada de “corredor polonês” e a segunda porque
estava ficando com uma menina da 7° série e segundo o diretor do colégio e
pai da menina estava a abusando sexualmente. Minhas notas nessa serie
foram boas e desde ai comecei a ver em quais matérias escolares tinha mais
facilidade.
[No Colégio Aplicação] me apaixonei pela liberdade (as vezes
chegava a atrapalhar) e pelas oportunidades que eram criadas por estudar em
uma escola federal, tudo de novo me apareceu quando estava nesse colégio,
o começo da minha adolescência, puberdade, o primeiro beijo, o primeiro
amor, enfim. Me ensinou a ter responsabilidade, pois foi aqui que aprendi:
se tu queres algo tens de ir atrás.
Os anos se passaram e eu sinto muita saudade do Ensino Fundamental.
Tudo era mais fácil... Química e Física ainda não tinham entrado na minha
vida, e quando entraram... deixa pra lá! O ensino médio tem suas vantagens
sim, mas a coisa começa a ficar séria, e você começa a pensar no que vai
fazer da sua vida e amadurece de uma forma ou de outra.
Outro problema foram as acessórias. As aulas à tarde ocuparam
grande parte do tempo e foram muito cansativas. Nesse ano de 2012 também
passei pela primeira vez por uma greve. E essa “estreia” veio logo no último
ano do Ensino Médio o que tornou tudo mais complicado.
Durante esses anos de estudos, muitos fatos ficarão marcados, mas o
ensino médio... Ah! Esse foi a melhor fase! Foi nele que descobrimos um
milhão de coisas, vivemos um turbilhão de emoções, as desilusões amorosas,
os enigmas da adolescência, a pressão do vestibular, os enigmas da
adolescência, a pressão do vestibular, os preconceitos, as boas e as más
amizades.
Pude ver também diversas mudanças no quadro de docentes e em todo
o sistema de educação, e ver uma fase do Colégio de Aplicação após o que
muitos ex-alunos e ex-professores consideraram seu auge. Com o fim do
Grêmio, do Cajuína, de uma grande Festa Junina, de alunos mais
revolucionários, dos professores mais empenhados e politizados que
constantemente buscavam melhorias para a instituição, um período em que
alunos não ficavam pichando qualquer pedaço de parede, e nem agredindo
outros colegas e professores.
O segundo ano do ensino médio marcou todos com a viagem para
“Ouro Preto” a qual aproximou muitas pessoas que mal se falavam e deixou
outras bravas, já que cantamos e tocamos violão a volta da viagem inteira.
Há um mito de que [o CEPAE] é uma boa escola, com ótimos
professores, mas algumas coisas têm que ser mudadas.
Faltam oito dias para minha conclusão do Ensino Médio e espero
passar na UFG para me tornar um excelente profissional.
Enfim, chegamos à linha final. Com uniformes desbotados, neurônios
queimados e cansaço além do normal. Vamos embora com a mochila vazia
de livros, mas cheia de histórias para contar. Tentamos não ver, disfarçamos
a dor que sentiríamos enquanto pudemos, mas eis que o fim, enfim, chegou.
Mais do que resolver equações impossíveis e elaborar dissertações
polêmicas, aprendemos a construir o futuro.
BRENO SILVA ARAUJO FELIPE CAROLINA PEREIRA PEDROSO
DANIELLA MATOS MENDES DANILO GOMES RODRIGUES
DÉBORA INÁCIA MORAES ELIAS GILVAN PEREIRA DOS SANTOS JÚNIOR
HENRIQUE ALCARAZ DOS SANTOS TEIXEIRA ISABELLA PEREIRA LISBOA
LEONARDO FREITAS DOS SANTOS LEONARDO OLIVEIRA DE CASTRO
LUCAS RODRIGUES DE SOUSA LUCAS DANESE MACIEL
LUIZ FELIPE ROCHA VILAÇA LURIAN CAETANO DAVID
MARCUS VINICIUS SILVA PATEZ MARIA MADALENA DE CASTRO OLIVEIRA
MAURÍCIO ALVES BORGES FILHO MURILO HENRIQUE RODRIGUES
MURILO RIBEIRO RODRIGUES NATHÁLIA G. DO NASCIMENTO E SILVA
RAIANE C. DA SILVA FLORIO RODRIGO KASTER S. VARGAS DE SOUZA
THALYTA ELIAS DE ANDRADE VALÉRIA DE ALMEIDA SILVA