343o Interatividade e Autoria na Cibercultura.doc) · CIBERCULTURA 05/2005 ... internet o tutor é...

10
1 EDUCAÇÃO, INTERATIVIDADE E AUTORIA NA CIBERCULTURA 05/2005 163-TC-C5 Simone de Lucena Ferreira (Núcleo de Tecnologia Educacional – NTE 2 Bahia [email protected] ) Valéria Inês Tanajura Lôbo (Núcleo de Tecnologia Educacional – NTE 2 Bahia [email protected] ) Jocenildes Zacarias Santos (Núcleo de Tecnologia Educacional – NTE 2 Bahia [email protected] ) Shirley de Carvalho Maia (Núcleo de Tecnologia Educacional – NTE 2 Bahia [email protected] ) Categoria – C Setor Educacional – 5 Natureza - C Resumo A sociedade contemporânea vive momentos de grandes transformações nas esferas políticas, econômicas, sociais e educacionais, principalmente a partir da inserção das tecnologias da informação e comunicação (TIC) nos diversos setores. No campo educacional estas tecnologias estão demandando um novo perfil do profissional de educação, pois surgem novas possibilidades de construção do conhecimento de forma mais interativa. Neste sentido, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia juntamente com Instituto Anísio Teixeira e o Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE 2 ) vem desenvolvendo o programa de formação continuada de professores onde uma das etapas foi a realização do curso Educação, Interatividade e Autoria na Cibercultura na modalidade semi-presencial. Este curso teve como objetivo o fortalecimento da prática pedagógica no uso das TIC, estimulando a autoria e a interatividade por meio de oficinas realizadas nos ambientes virtuais E-Proinfo, Equitext e Weblog onde foram trabalhadas a construção de Webquests. Nesta etapa de formação, as oficinas tiveram uma carga horária total de 80h sendo 64h a distância e 16h em encontros presenciais. Vale ressaltar que as aulas, bem como implementação do curso on line foi realizado pelos professores do NTE 2 numa perspectiva que vai além do simples papel de tutor de educação a distância. Palavras-chave: Educação a distância, interatividade, autoria

Transcript of 343o Interatividade e Autoria na Cibercultura.doc) · CIBERCULTURA 05/2005 ... internet o tutor é...

1

EDUCAÇÃO, INTERATIVIDADE E AUTORIA NA CIBERCULTURA

05/2005 163-TC-C5

Simone de Lucena Ferreira (Núcleo de Tecnologia Educacional – NTE 2 Bahia [email protected] )

Valéria Inês Tanajura Lôbo

(Núcleo de Tecnologia Educacional – NTE 2 Bahia [email protected] )

Jocenildes Zacarias Santos (Núcleo de Tecnologia Educacional – NTE 2 Bahia [email protected] )

Shirley de Carvalho Maia

(Núcleo de Tecnologia Educacional – NTE 2 Bahia [email protected] )

Categoria – C Setor Educacional – 5

Natureza - C Resumo

A sociedade contemporânea vive momentos de grandes transformações nas esferas políticas, econômicas, sociais e educacionais, principalmente a partir da inserção das tecnologias da informação e comunicação (TIC) nos diversos setores. No campo educacional estas tecnologias estão demandando um novo perfil do profissional de educação, pois surgem novas possibilidades de construção do conhecimento de forma mais interativa. Neste sentido, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia juntamente com Instituto Anísio Teixeira e o Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE 2 ) vem desenvolvendo o programa de formação continuada de professores onde uma das etapas foi a realização do curso Educação, Interatividade e Autoria na Cibercultura na modalidade semi-presencial. Este curso teve como objetivo o fortalecimento da prática pedagógica no uso das TIC, estimulando a autoria e a interatividade por meio de oficinas realizadas nos ambientes virtuais E-Proinfo, Equitext e Weblog onde foram trabalhadas a construção de Webquests. Nesta etapa de formação, as oficinas tiveram uma carga horária total de 80h sendo 64h a distância e 16h em encontros presenciais. Vale ressaltar que as aulas, bem como implementação do curso on line foi realizado pelos professores do NTE 2 numa perspectiva que vai além do simples papel de tutor de educação a distância. Palavras-chave: Educação a distância, interatividade, autoria

2

O desenvolvimento e a disseminação das TIC modificaram a maneira

das pessoas comunicar-se, relacionar-se, orgazinar-se, informar-se e divertir-se, ocasionando transformações nas esferas econômica, política, social, cultural e educacional. A rapidez com que a internet se popularizou, alterando hábitos já existentes na humanidade há mais tempo, fez com que ela fosse considerada, segundo Castells (2003 p. 255), como mais que uma simples tecnologia transformando-se em “um meio de comunicação, de interação e de organização social”

Neste sentido estas tecnologias mudaram não somente as relações pessoais como também as relações profissionais, imprimindo novas formas de criação, produção e circulação de mercadorias, serviços e informação. Na área educacional as TIC estão possibilitando novas formas de construção de conehcimentos e de socialização de saberes. Percebemos assim, que a utilização das TIC podem potencializar a produção de conhecimentos com o envolvimento de múltiplos autores de maneira não linear, numa perspectiva de rede, onde cada nó pode ser o centro de outras redes que estão constantemente sendo alteradas de maneira interativa. Desta forma a presença do professor, enquanto mediador das discussões e de outras atividades será grande importância principalmente na atual modalidade de educação à distância (EAD). Esta modalidade educacional irá necessitar de professores que sejam capazes de proporcionar aos alunos oportunidades de construírem conhecimentos de forma colaborativa e autônoma. Nesse sentido não cabe mais falarmos em simples tutor de informações uma vez que, o papel do professor não é mais o de transmissor de saberes. Sua principal função agora é de interagir com os alunos proporcionando-lhes oportunidades de construírem seus próprios conhecimentos e escolhendo seus próprios caminhos. De Tutor a Professor EAD

Etimologicamente a palavra tutor vem do latim tútor,óris que significa guarda, defensor, protetor, curador, ou seja, aquele que exerce uma tutela, que ampara, protege, defende, é o guardião. Segundo Houaiss (2001) a palavra tutor tem sua origem no século XIII e possui diferentes significados de acordo com a área que está sendo empregada. Em Direito, tutor significa indivíduo que exerce uma tutela aquele que ampara e protege. Na Administração, tutor é quem ou o que supervisiona, dirige, governa. Para algumas instituições de ensino, tutor é o aluno a quem se delega a instrução de outros alunos. Também é possível encontramos na agricultura o significado de tutor como estaca ou vara que se enterra no solo para amparar uma planta de caule frágil, flexível ou volúvel.

Após analisarmos os diferentes significados da palavra tutor, começamos a questionar: qual a aproximação que a palavra tutor tem hoje no atual contexto da EAD? Será que hoje nos ambientes virtuais interativos da internet o tutor é apenas aquele que tutela, protege ou ampara o aluno em EAD?

Por volta da década de 60, a EAD utilizava material impresso e/ou mídias de massa (basicamente o rádio e a televisão) e desta forma o tutor tinha como tarefa assegurar o cumprimento dos objetivos do curso cuidando para

3

que os alunos recebessem os materiais necessários à sua auto-aprendizagem. Vale ressaltar que esta perspectiva de EAD era baseada na teoria de aprendizagem behaviorista e que por este motivo a ênfase estava nos recursos pedagógicos.

Contudo, com a utilização das TIC atualmente, o papel do tutor não é mais esse. Hoje ele precisa ser mais comunicativo, ter maior sensibilidade e intuição, um senso critico mais apurado e mais iniciativa; competências necessárias também para o professor na educação presencial. Estas características ajudam o professor a compreender o processo de aprendizagem dos alunos e a estabelecer relações empáticas com o ele numa posição de igualdade, onde ambos possuem conhecimentos específicos e relevantes. Nesta perspectiva, ocorre o diferencial, a construção coletiva, que possibilita a mudança do paradigma tradicional para o interativo onde a troca e o desejo de aprender, propostos pela educação a distância, se concretizam num novo caminhar.

Além das competências acima citadas, os professores de qualquer modalidade educacional - presencial ou a distância, necessitarão desenvolver outras competências tais como as sugeridas por Maggio (2001, p. 103): conhecimento do conteúdo; conhecimento pedagógico, especialmente no que diz respeito às estratégias e à organização da classe; conhecimento curricular; conhecimento sobre os contextos educacionais e conhecimento das finalidades, dos propósitos e dos valores educativos e de suas raízes históricas e filosóficas. Entretanto, para o professor de EAD especificamente, serão exigidas mais algumas competências. É fundamental que ele seja um professor; pesquisador, criativo, aberto ao diálogo e atento às construções dos alunos, proporcionando-lhes, condições de realizar atividades criativas, apresentando novas referências e oportunizando momentos de reflexão que auxilie a sua compreensão. Nesse sentido para Maggio o bom professor “cria propostas de atividades para a reflexão, apóia sua resolução, sugere fontes de informação alternativas, oferece explicações, facilita os processos de compreensão; isto é, guia, orienta, apóia, e nisso consiste o seu ensino” (idem, p. 99).

Embora a construção de conhecimento seja uma atividade realizada internamente, de forma subjetiva para cada sujeito, nas aulas presenciais, as expressões faciais, gestuais bem como o tom da voz dos alunos podem indicar para o professor as dificuldades dos alunos no seu processo de aprendizagem. Na EAD estas possibilidades são limitadas ou quase sempre inexistentes, conclamando desta forma, a existência de ambientes de aprendizagem, que proporcionem a máxima interatividade entre as partes envolvidas no processo. Nestes ambientes, o professor poderá acompanhar o aluno de forma mais efetiva, contribuindo para que ele sinta-se mais seguro, garantindo assim a sua participação efetiva e avaliando tanto quantitativamente como qualitativamente, o desenvolvimento das atividades, por meio de trocas interativas. Desta maneira, o aluno demonstra satisfação e se sente acolhido, o que favorece a sua autonomia, a busca de objetividade, fortalecendo sua auto crítica e, conseqüentemente, o trabalho participativo na construção e troca de saberes.

Um dos objetivos do professor EAD é acompanhar a construção dos conhecimentos dos alunos, propondo-lhes desafios. Para isso ele deverá utilizar tanto a comunicação individual (um-um) por meio de fax e telefone, como também por meios das comunicações em rede (todos-todos)

4

possibilitando maior interatividade entre o grupo. Estas comunicações podem ser feitas usando o correio eletrônico, as listas de discussão, os fóruns, chats, blog etc, incentivando, desta forma, a criação de grupos de estudo para o desenvolvimento de trabalho colaborativo, onde haja pesquisa e reflexão que proporcione a construção e a (re)ssignificação de conhecimentos.

Para alguns professores estas atividades são novas, pois ainda são poucos os cursos de formação docente que prepara o professor para o efetivo trabalho com as TIC. Há alguns currículos dos cursos de pedagogia, por exemplo, que existe apenas a disciplina Recursos Audiovisuais, onde a tecnologia é apresentada como uma ferramenta pedagógica para motivar aulas tradicionais. Diante disso, novas competências terão que ser desenvolvidas em cursos de formação continuada de professores que poderá ser tanto presencial, como semi-presencial ou totalmente à distância.

Atuar na formação dos sujeitos à distância, muitas vezes requer autonomia por parte do professor. Assim, ele terá que buscar alternativas de comunicação que nem sempre são encontradas no ambiente on line do curso, mas, que poderá proporcionar uma ampla interatividade ao grupo. Estes ambientes, que podem ser também gratuitos, são os blogs (diários virtuais), fotolog (diários que possibilitam uma melhor visualização de imagens) Equitext, twiki (ambiente para escrita coletiva) etc. Seja qual for o ambiente que o professor de EAD esteja utilizando, é importante que ele saiba mediar grupos heterogêneos, mantendo a harmonia do curso e estimulando permanentemente a participação dos alunos, respeitando suas diferenças e o seu processo de construção de conhecimentos.

É importante ainda que ele permaneça durante todo o curso incentivando e mantendo o interesse do grupo pelo estudo, tendo o cuidado de não parecer apenas um animador que apóia ou estimula, mas, que também é conhecedor do tema e que, por isso, deve questionar e sugerir a ampliação do conhecimento, sugerindo sites, leituras complementares, para aprofundamento do tema, participação em listas de discussão, fóruns etc.

Devido às novas atribuições do professor de EAD, este não mais poderá ser chamado simplesmente de tutor, como aquele que transmitia informações de forma hierárquica e unidirecional. As tecnologias contemporâneas oferecem novos espaços de interatividade, troca e construção de conhecimentos numa perspectiva não linear onde todos podem interagir com todos oportunizando ao professor novas possibilidades pedagógicas.

É dentro desta perspectiva que os professores do Núcleo de Tecnologia Educacional – NTE2/Bahia entendem a construção de cursos de EAD. Desta forma desenvolvemos o curso Educação, Interatividade e Autoria na Cibercultura no ambiente E-Proinfo1 do Ministério da Educação. O curso foi direcionado para 80 professores das escolas públicas estaduais da cidade do Salvador e teve carga horária total de 80 horas dividas em duas oficinas: “Educação e Cibercultura” e “Autoria e Interatividade”. A dinâmica do curso consistiu em dividir os professores cursistas em dois grupos onde cada um faria uma das oficinas propostas e, ao término da primeira oficina, seria feita a oficina seguinte.

Todo o planejamento, desenvolvimento e acompanhamento do curso foi realizados pela equipe de professores do NTE 2 que atuou como professor on line e não como tutores de EAD. Para a realização do curso além do ambiente E-Poinfo foram utilizados blogs e o Equitext2.

5

Onde interagimos

Os fóruns de discussão bem como as trocas de e-mails realizados no ambiente e-ProInfo, os chats e as mensagens no blog constituíram-se em espaços de interações síncronas e assíncronas, onde a multivocalidade permitiu que diferentes opiniões fossem expressadas demonstrando assim uma riqueza de conhecimentos e de culturas.

Visando a produção de trabalhos colaborativos pelos professores

cursistas, usamos os espaços interativos oferecidas pelo e-Proinfo que possibilitaram interação, tais como os fóruns, chat, Correio Eletrônico, Diário de Bordo, Agenda, Aviso e Biblioteca. Vale ressaltar que além do ambiente “oficial” do curso, criamos um blog para ampliar as interações e construímos textos coletivos no Equitext.

O fórum utilizado no curso foi percebido como um espaço onde ficou registrado todo o percurso de aprendizagem dos alunos. As questões nele discutidas enriqueceram a prática pedagógica e contribuíram para provocar reflexões a respeito da inserção das TIC na educação. Foram criados os seguintes fóruns de discussão temática: Apresentação dos professores cursistas; Navegação no ambiente e-ProInfo (para que colocassem as dificuldades); Educação e Cibercultura; Sobre Webquest; Tema das Webquest e busca de parcerias; Processo de construção das Webquest.

Fonte: www.eproinfo.mec.gov.br

Abertura do curso e-ProInfo

6

Outro espaço que achamos importante no ambiente e-ProInfo foi o Diário de bordo. Esse espaço serviu para conhecermos as particularidades de cada cursista, como suas dúvidas e avanços durante as oficinas, desde a utilização das possibilidades do ambiente, até a construção das Webquest (tema trabalhado na oficina Autoria e Interatividade) e as interações no Equitext. Este diário possibilitou também avaliarmos processualmente os cursistas através dos seus registros.

Fórum de Discussão

Fonte: www.eproinfo.mec.gov.br

Diário de Bordo

Fonte: www.eproinfo.mec.gov.br

7

Ainda no ambiente e-ProInfo foram realizadas interações utilizando e-mails e fóruns. Nestes espaços, cada cursista colocava suas dúvidas, questionamentos e compartilhava novas aprendizagens com todo o grupo envolvido no curso. Através desta forma de comunicação, orientamos os projetos de Webquest e dirimimos dúvidas dos cursistas. Esta forma comunicacional também proporcionou aos cursistas desenvolver os projetos com seus parceiros, de forma colaborativa.

O bate-papo do e-proInfo, mesmo depois de algumas reformulações, apresentou alguns problemas que inviabilizaram o seu uso. Para a realização de chats, foi utilizado as salas do ambiente Educarede3 que naquele momento oferecia melhores recursos e suporte para a participação síncrona dos professores cursistas. Além disso, a escolha do ambiente Educarede se deu em função de propiciar ao professor a vivência de espaços na Web gratuitos, onde eles possam desenvolver juntos com seus alunos atividades pedagógicas, uma vez que o e-ProInfo não é disponibilizado livremente para qualquer professor realizar suas atividades. Outro espaço de interatividade

Além da plataforma oficial do curso e-Proinfo, criamos um blog4 como um espaço alternativo de interatividade. Durante todo o curso ele foi nosso aliado, ajudando-nos a “quebrar o gelo” que existe nas plataformas dos cursos EAD e contribuindo para a interatividade entre alunos e professores. Nele socializamos momentos “menos acadêmicos”, onde os participantes do curso puderam falar com maior liberdade de suas angústias, alegrias, expectativas etc. criando uma maior intimidade e consequentemente aproximando o grupo, o que facilitou a construção coletiva dos conhecimentos.

Outro fato que podemos destacar, foram as produções dos professores cursistas. Eles foram autores, co-autores e pesquisadores na construção de WebQuest que foram publicadas em blogs construídos por eles. Como os endereços dos blogs foram socializados durante a construção das WebQuest, os colegas puderam inserir comentários, opinando e contribuindo durante todo o processo de construção dos trabalhos de todos os envolvidos. Este fato se constituiu num grande momento de construção colaborativa. Oficina: Educação e Cibercultura

Sala de Aula Blog

Fonte: http://saladeaulablog.zip.net/index.html

8

Esta oficina teve como objetivo discutir aspectos relacionados à educação e a cibercultura na sociedade contemporânea, utilizando ambientes interativos de construção coletiva e visando o desenvolvimento de projetos pedagógicos com envolvimento de todos os cursistas. Desta maneira, foram utilizados além do e-proInfo, o ambiente de escrita colaborativa Equitext. Os textos coletivos produzidos neste ambiente tiveram como temáticas “Tecnologias na Educação” e “Interatividade na rede”, definidas em discussões entre professores e cursistas.

A realização desta atividade colaborativa foi uma experiência que proporcionou muita aprendizagem entre os professores cursistas. Foram reveladas tanto atitudes de parceria, respeito e compreensão pela produção do outro, como também uma dificuldade grande para lidar com as alterações e “perdas” dos seus trechos publicados.

Por se tratar de um texto escrito “a várias mãos” não há como dizer que ele está pronto e finalizado, pois ele está em constante reformulação a medida que seus colaboradores vão discutindo novos conceitos e reformulando suas idéias. Desta forma, os textos escritos nesta oficina não foram finalizados com o término das atividades do curso, estarão sempre em fase reconstrução. Oficina: Autoria e Interatividade

Ao propormos esta oficina, elegemos como objetivo desenvolver uma proposta metodológica que permitisse ao professor criar interativamente projetos pedagógicos que contemplassem a sua realidade educacional.

O trabalho com a Webquest5, tem mostrado efetivamente, uma metodologia de engajamento entre alunos e professores, estimulando a autoria, a pesquisa e o pensamento crítico na construção coletiva do conhecimento. Assim, nossa intenção ou propormos esta oficina foi romper com o copiar/colar,

Texto colaborativo

Fonte: http://equitext.pgie.ufrgs.br

9

tão comum e sem relevância que não agrega qualidade pedagógica ao uso da rede nos trabalhos de pesquisa.

Nesta perspectiva, acreditamos que a Webquest, possibilita desenvolver habilidades de pensamento, que contribuem para o desenvolvimento de diferentes capacidades, levando os alunos a transformarem informações em conhecimento.

Em linhas gerais, uma Webquest parte da definição de um tema e objetivos propostos pelo professor (ou da discussão entre professores e alunos) que deverá realizar uma pesquisa inicial sobre o assunto e disponibilizar sites e/ou demais referenciais bibliográficos relacionados ao tema para consulta dos alunos. Estes devem ter uma tarefa interessante, que norteie a pesquisa. Para o trabalho em grupos, os alunos devem assumir papéis diferentes, como o de especialistas, visando gerar trocas entre eles. Tanto o material inicial como os resultados devem ser publicados na Web, ou seja, deve ser disponibilizado on line.

A Webquest não exige softwares específicos além dos utilizados comumente para navegar na rede, produzir páginas, textos e imagens. Isso faz com que seja muito fácil usar a capacidade instalada em cada escola, sem restrição de plataforma ou soluções, centrando a produção de Webquest na metodologia pedagógica e na formação de docentes. AVALIANDO O CURSO

Avaliar cursos em EAD é ainda um assunto que merece ser melhor

analisado pois, uma vez que não estamos mais utilizando formas tradicionais de construir conhecimentos, como então permanecer utilizando uma forma de avaliação e transformar produções qualitativas em notas? Temos certeza que esta não é uma questão restrita a este curso, mas trata-se de um tema que está sendo discutido amplamente por pesquisadores e instituições que analisam EAD atualmente.

Um curso a distância é um momento que requer muitas reflexões, pois além da subjetividade de cada participante do curso, é importante também perceber o tempo de aprendizagem de cada pessoa que interage no ambiente; considerando as angústias, as conquistas, até o rompimento do medo ao interagir com a máquina.

O ambiente e-proInfo oferece uma ferramenta de estatística que registra a quantidade de acessos, porém, como todos os outros que existem no mercado, não registra a qualidade das intervenções feitas. É necessário, portanto, avaliar se a participação dos cursista foi capaz de suscitar novas reflexões, ampliar/aprofundar discussões a respeito do conteúdo estudado, se de fato, houve aprendizagem.

Neste curso, para avaliarmos a participação dos professores cursistas nas oficinas contemplamos as suas interações nos fóruns, e-mails e diário de bordo no ambiente e-proInfo, bem como a participação nos chats, no texto coletivo realizado no Equitext além da construção de Webquests disponibilizadas nos blogs.

10

1 Disponível em www.eproinfo.mec.gov.br 2 Ambiente de trabalho em grupo desenvolvido pela UFRGS, apoiado pelo computador, que visa auxiliar a escrita colaborativa/cooperativa de textos, de forma síncrona ou assíncrona, via Web. O termo Equitext originou-se da união dos vocábulos 'equipe' e 'texto', que caracterizam a principal função do EquiText: auxiliar na elaboração de textos em equipe por meio da Internet. Disponível em http://equitext.pgie.ufrgs.br 3 Disponível em http://www.educarede.org.br 4 Disponível em http://saladeaulablog.zip.net 5 Para mais informações sobre trabalhos utilizando a Webquest ver em http://www.webquest.futuro.usp.br Referências Bibliográficas CASTELLS, Manuel. Internet e sociedade em rede. In: MORES, Dênis de (Org.). Por uma outra comunicação. Rio de Janeiro: Record, 2003. HOUAISS. Dicionário eletrônico, 2001. MAGGIO, Mriana. O tutor na educação a distância. In: LITWIN. Edith (org.). Educação a distância: temas para o debate de uma agenda educativa. Porto alegre: Artemed Editora, 2001.