342ngela do Carmo Duque - Aprovada) - FACULDADES...
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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - AJES
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL - LETRAMENTO E
ALFABETIZAÇÃO
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DE
CRIANÇAS DO 1º AO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS
XAVANTINA-MT.
Rosângela do Carmo Duque
Orientador: Ilso Fernandes do Carmo
NOVA XAVANTINA /2013
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - AJES
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL - LETRAMENTO E
ALFABETIZAÇÃO
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DE
CRIANÇAS DO 1º AO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS
XAVANTINA-MT.
Rosângela do Carmo Duque
Orientador: Ilso Fernandes do Carmo
“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do Título de Especialização em Educação Infantil - Letramento e Alfabetização."
NOVA XAVANTINA /2013
AGRADECIMENTO
À Deus por estar sempre presente na minha vida, e tornar mais este sonho
possível.
Á minha família, em especial meu esposo, por todo apoio e confiança em
mim depositada, o que tornou possível a realização deste estudo.
A minha amiga Maricleia que me deu força nos momentos difícil para que eu
prosseguisse ate o fim.
Aos professores e orientadores da AJES que nos acompanhou em todos os
encontros para que atingíssemos o final de mais um estudo com um conhecimento a
mais.
DEDICATÓRIA
Dedico a Deus meu companheiro nas horas dificil e é meu fiel protetor
Agradeço ao meu marido que me incentivou em mais essa jornada de
estudo, ao professor pela paciência em nos orientar nesta jornada final..
“O jogo traz a visão do futuro. O jogo tem a visão do futuro
em primeiro lugar por que seu espírito criativo está nas
origens da humanização. Em segundo lugar porque está
vinculado à criança e ao espírito infantil.”
Rubens Alves
RESUMO
O projeto Enfatiza a Importância do Lúdico no Processo de Alfabetização de
Crianças do 1º ao 3º do Ensino Fundamental de Nove anos. Esta pesquisa
bibliográfica demonstra a importância das atividades lúdicas na alfabetização, visto
que jogos e brincadeiras são, conforme os estudiosos, experiências afetivas que se
correlacionam ao ambiente e devem ser aplicadas nas crianças em fase
escolar. Respaldada por expressivos referenciais teóricos, a proposta de trabalho
apresentada permite afirmar a existência de jogos e brincadeiras infantis, que se
bem aplicadas, certamente ajudarão no desenvolvimento da educação psicomotora
e conseqüentemente, no processo escolar. O trabalho foi todo feito com base nos
referenciais teóricos do estudo, respondendo às questões da pesquisa com base em
seus objetivos.
Concluiu-se que com atividades lúdicas, as crianças experimentam diversos
papéis e funções sociais, e aprendem agir para além do seu comportamento
cotidiano e da faixa etária, aprendendo também a obedecer às regras das situações
que reconstroem e reorganizam suas relações emocionais e sociais. Neste ponto de
vista, percebeu-se que a preparação do professor e sua prática pedagógica com o
devido respaldo teórico-metodológico são de fundamental importância.
Palavras – Chave: Alfabetização,Lúdico- Aprendizagem
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................07
CAPITULO 1- CONCEITO DE LÚDICO....................................................................19
1.1 OS BENEFÍCIOS DO LÚDICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA
CRIANÇA.................................................................................................................. 20
CAPITULO 2- O LÚDICO NA EDUCAÇÃO .........................................................25
2.1O LÚDICO NA ALFABETIZAÇÃO ................................................................... 18
2.2 A UTILIZAÇÃO DO LÚDICO NO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM......................................................................................................32
2.3O LÚDICO COM FACILITADOR NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM..26
CAPITULO 3 - LIMITES E PRECAUÇÕES NO USO DOS JOGOS........................ 28
CONCLUSÃO............................................................................................................37
REFERÊNCIAS..........................................................................................................42
INTRODUÇÃO
Este estudo tem a proposta de enfatizar a importância do lúdico no processo
de alfabetização, como uma das funções no desenvolvimento físico, mental, social e
intelectual do educando.
O ser humano, em todas as fases de sua vida, está sempre descobrindo e
aprendendo coisas novas pelo contato com seus semelhantes e pelo domínio sobre
o meio em que vive. Ele nasceu para aprender, para descobrir e apropriar-se dos
conhecimentos, desde os mais simples até os mais complexos, e é isso que lhe
garante a sobrevivência e a integração na sociedade como ser participativo, crítico e
criativo.
Os efeitos do brincar começam a ser investigados pelos pesquisadores que
consideram a ação lúdica como metacomunicação, ou seja, a possibilidade da
criança compreender o pensamento e a linguagem do outro.
Percebe-se que os educadores da atualidade precisam utilizar-se do lúdico
na educação.
As atividades lúdicas têm o poder sobre a criança de facilitar tanto o
progresso de sua personalidade integral, como o progresso de cada uma de suas
funções psicológicas, intelectuais e morais.
A infância é a idade das brincadeiras. Acreditamos que por meio delas a
criança satisfaz, em grande parte, seus interesses, necessidades e desejos
particulares, sendo um meio privilegiado de inserção na realidade, pois expressa a
maneira como a criança reflete, ordenam, desorganiza, destrói e reconstrói o mundo.
Destaca-se o lúdico como uma das maneiras mais eficazes de envolver o
aluno nas atividades, pois a brincadeira é algo inerente á criança, é sua forma de
trabalhar, refletir e descobrir o mundo que a cerca.
Conforme FERREIRO (1993, p.32), o lúdico permite um desenvolvimento
global e uma visão de mundo mais real. Por meio das descobertas e da criatividade,
a criança pode se expressar, analisar, criticar e transformar a realidade. Se bem
aplicada e compreendida, a educação lúdica poderá contribuir para a melhoria do
ensino, quer na qualificação ou formação crítica do educando, quer para redefinir
valores e para melhorar o relacionamento das pessoas na sociedade. Para que a
educação lúdica caminhe efetivamente na educação é preciso refletir sobre a sua
importância no processo de ensinar e aprender.
Mas, é PIAGET (1975 p.14), que nos esclarece que o brincar, implica uma
dimensão evolutiva com as crianças de diferentes idades, apresentando
características específicas, apresentando formas diferenciadas de brincar. Desta
forma, a escola deve facilitar a aprendizagem utilizando-se de atividades lúdicas que
criem um ambiente alfabetizador para favorecer o processo de aquisição de
autonomia de aprendizagem. Para tanto, o saber escolar deve ser valorizado
socialmente e a alfabetização deve ser um processo dinâmico e criativo através de
jogos, brinquedos, brincadeiras e musicalidade.
Com as atividades lúdicas, espera-se que a criança desenvolva a
coordenação motora, a atenção, o movimento ritmado, conhecimento quanto à
posição do corpo, direção a seguir e outros; participando do desenvolvimento em
seus aspectos psicológicos e sociais; desenvolva livremente a expressão corporal
que favoreça a criatividade, adquira hábitos de práticas recreativas para serem
empregados adequadamente nas horas de lazer, adquira hábitos de boa atividade
corporal, seja estimulada em suas funções orgânicas, visando ao equilíbrio da saúde
dinâmica e desenvolva o espírito de iniciativa, tornando-se capaz de resolver
eficazmente situações imprevistas.
Dessa forma, o cotidiano se materializa quando as crianças se coloca na
dinâmica da criação e recriação do mundo. No dia-a-dia da escola é o momento da
concretização de propostas inovadoras capazes de serem incorporadas a novas
práticas pedagógicas e ao mesmo tempo de socialização que envolve professores
alunos, diretores envolvidos no processo.
A criança tem necessidade de praticar ações com os objetos que possa
utilizar, mas também, com objetos e situações de um mundo mais amplo, do domínio
dos adultos ou do campo imaginário da própria criança. Ela tem a necessidade de
agir como vê os outros agirem, como os outros lhe ensinam, como lhe dizem e,
também, como imagina, representa e simboliza esse mundo adulto. Identificar a
importância do lúdico na alfabetização.
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Mas existem algumas ações além de suas capacidades e habilidades. Nem
tudo que deseja ela consegue, porque nem sempre tem condições para fazer; é por
isso que nem sempre o resultado de sua ação leva a satisfação de suas
necessidades e as conquistas objetivas.
“O jogo é o caminho mais fácil para a aprendizagem das habilidades sociais
e é por seus fins e meio que muitas vezes o aluno constrói sua auto-estima.”
(ANTUNES, 2001, p.45).
Nesse momento entra o lúdico, promovendo o desenvolvimento através da
brincadeira, do faz de conta, substituindo o mundo real. Na atividade lúdica, a
criança experimenta diversos papéis e funções sociais, e aprende agir para além do
seu comportamento cotidiano e da faixa etária, aprendendo também a obedecer às
regras das situações que reconstrói e reorganiza suas relações emocionais e
sociais.
Diante do contexto abordado esse estudo tem como objetivo identificar a
importância do lúdico na alfabetização de alunos do 1º ciclo no processo de ensino
aprendizagem.
Cabe ao professor a concepção de que a observação da criança durante as
atividades lúdicas é indispensável para o melhor acompanhamento de suas ações e
reações. Sendo este aquele que encoraja seu aluno a crescer para sua autonomia e
liberdade, através de suas atitudes de líder orientador e amigo.
Diante dessas necessidades que se justificou este trabalho voltado para o
lúdico no universo da criança e como ferramenta de trabalho que tornara as aulas
mais prazerosas e também como instrumento de aprendizagem significativa.
Este trabalho foi dividido em três capítulos onde o primeiro vem trazendo o
conceito de lúdico como também a importância do mesmo para o desenvolvimento
social, intelectual das crianças ajudando na construção de sua personalidade e suas
múltiplas inteligências conforme embasamento alguns teóricos. O segundo capitulo
aborda de forma ampla a necessidade de um trabalho voltado para o lúdico visando
a aprendizagem dos alunos e trazendo à aula um momento de felicidade,
acrescentando leveza à rotina escolar. Fazendo com que o aluno registre melhor os
ensinamentos que lhe chegam, facilitando assim a construção do conhecimento
através de brincadeiras e jogos que terão significado no processo de ensino
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aprendizagem. O terceiro capitulo aborda as precauções com o uso demasiado do
lúdico para que o mesmo não seja banalizado pelo professor ao utilizá-lo sem
objetivos, apenas como um passa tempo em sala de aula. Nesse sentido o mesmo
perde todo amparado produtivo deixando de ser significativo para a criança.
A conclusão vem enfatizando aspectos importantes da grande importância
dos jogos e brincadeiras como recurso no processo de ensino aprendizagem das
séries iniciais do ensino fundamental. Podendo constatar através da fundamentação
teórica que os jogos e brincadeiras, no ensino fundamental, são os mais eficientes
meios que estimulam a inteligência, lembrando que esta janela abre-se aos poucos,
e que para cada etapa desta abertura existem múltiplos estímulos, estes, não atuam
diretamente sobre a janela, mas se aplicados adequadamente, desenvolvem
habilidades e estas, sim, conduzem a aprendizagem significativas.
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CAPITULO 1 – O CONCEITO DELÚDICO
Segundo BUENO (1986, p. 672), “Lúdico” adj. Relativo a brinquedos, jogos,
sem mira de resultados materiais.”
Segundo ROSA & DI NISIO (1999, p.37), no dicionário de língua portuguesa
o verbete lúdico significa: brinquedos e divertimentos. O temo ludismo é substantivo
relativo à qualidade ou caráter de lúdico.
Para FERREIRA (2003 p.15), a palavra recreação vem do latim recreare e
significa “criar novamente”, no sentido positivo, ascendente e dinâmico. Nem todo
passa tempo é recreação, nem toda diversão é uma atividade recreativa. A
verdadeira recreação contém os elementos naturais em nível construtivo e com
objetivos definidos.
O interesse pelo estudo do brinquedo também é muito antigo. E isso talvez
decorra do fato de que o brinquedo e o jogo façam parte tão intrínseca da vida
infantil e juvenil. Entender seu significado é um caminho muito útil, senão mesmo
necessário, para conhecer a própria criança e seu processo de desenvolvimento.
“O jogo pode ser um elemento importante, pelo qual a criança aprende,
sendo sujeito ativo desta aprendizagem, que tem na ludicidade o prazer de
aprender.” (MATO GROSSO, 2001, p.157).
É através do brincar que a criança se encontra com o mundo de corpo e
alma; percebe como ele é e dele recebe elementos importantes para a sua vida,
desde os mais insignificantes hábitos, até fatores determinantes da cultura de seu
tempo.
Também é através do brincar que a criança vê e constrói o mundo, expressa
aquilo que tem dificuldade de colocar em palavras. Sua escola é motivada por
processo e desejos íntimos, pelos seus problemas e ansiedades. É brincando que a
criança aprende que, quando se perde no jogo, o mundo não se acaba.
O jogo e a brincadeira são atividades humanas por excelência. Por isso,
segundo PIAGET (1971), somos classificados como animais lúdicos, ou animais que
jogam que brincam que competem.
Sendo o jogo parte integrante da vida do ser humano, ele tem a função vital
para o indivíduo, não só de distinção de descarga, de energia, mas principalmente
como forma de assimilação da realidade, além de ser culturalmente útil para a
sociedade como expressão de ideais comunitários.
1.1 OS BENEFÍCIOS DO LÚDICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
As atividades lúdicas têm o poder sobre a criança de facilitar tanto o
progresso de sua personalidade integral, como o progresso de cada uma de suas
funções psicológicas, intelectuais e morais. Ao ingressar na escola, a criança sofre
um considerável impacto físico-mental, pois, até então, sua vida era exclusivamente
dedicada aos brinquedos e ao ambiente familiar.
As atividades lúdicas são apoiadas também por psicólogos como ROSA, &
DI NISIO (1999, p.39), que afirmam que o brinquedo auxilia no desenvolvimento de
comportamentos dos alunos. Esses parecem ser intrinsecamente mais motivados ao
realizar atividades lúdicas que possibilita o relaxamento e afeto positivos.
Segundo DOHME (2003 p.80), os jogos colaboram com o desenvolvimento
de habilidades onde se empregam a força: puxar, levantar, empurrar, correr, saltar,
rastejar, a destreza atirar, mirar, esquivar, como também habilidades físicas que
exigem uma maior sensibilidade. O jogo é também uma forma de sociabilizarão que
prepara a criança para ocupar um lugar na sociedade adulta. O conhecimento das
modalidades lúdicas garante a aquisição de valores para a compreensão do
contexto.
Conforme SANTOS (1999, p.12), para a criança, “brincar é viver”. Esta é
uma afirmativa muito usada e bem aceita, pois como a própria história da
humanidade nos mostra, as crianças sempre brincaram e brincam, e certamente,
continuarão brincando. Sabemos que ela brinca porque gosta de brincar e que,
quando isso não acontece, alguma coisa pode estar errada. Algumas brincam por
prazer, outras brincam para aliviarem angústias, sentimentos ruins.
De acordo com KISHIMOTO (2002, p.146), “por ser uma ação iniciada e
mantida pela criança, a brincadeira possibilita a busca de meios, pela exploração
ainda que desordenada, e exerce papel fundamental na construção de saber fazer.”
As brincadeiras são formas mais originais que a criança tem de se relacionar e de se
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apropriar do mundo. É brincando que ela se relaciona com as pessoas e objetos ao
seu redor, aprendendo o tempo todo com as experiências que pode ter. São essas
vivências, na interação com as pessoas de seu grupo social, que possibilitam a
apropriação da realidade, da vida e toda sua plenitude.
Com as atividades lúdicas, espera-se que a criança desenvolva
acoordenação motora, a atenção, o movimento ritmado, conhecimento quanto à
posição do corpo, direção a seguir e outros; desenvolva livremente a expressão
corporal que favorece a criatividade, adquira hábitos de práticas recreativas para
serem empregados adequadamente nas horas de lazer, adquira hábitos de boa
atividade corporal, seja estimulada em suas funções orgânicas, visando ao equilíbrio
da saúde dinâmica e desenvolva o espírito de iniciativa, tornando-se capaz de
resolver eficazmente situações imprevistas.
Para DOHME (2003 p.96), o lúdico é uma espécie de “bolha” que se abre no
cotidiano e as pessoas lá entram sabendo que o que irão fazer não tem
compromissos futuros e as conseqüências de seus atos estão limitadas ao espaço
de tempo que encerra a atividade lúdica. Assim para que uma estória realmente
prenda a atenção da criança, deve entretê-la e despertar a sua curiosidade. Mas
para enriquecer a sua vida, deve estimular-lhe a imaginação; ajudá-la a desenvolver
seu intelecto e a tornar claras suas emoções; estar harmonizada com suas
ansiedades e suas aspirações, reconhecer plenamente suas dificuldades e, ao
mesmo tempo, sugerir soluções para os problemas que a perturbam. (DOHME, 2003
p.96). Desse modo o teatro tem como fundamento a experiência de vida idéias,
conhecimentos e sentimentos. A sua ação é a ordenação desses conteúdos
individuais e grupais. “O teatro no processo de formação da criança cumpre não só a
função integradora, mas dá oportunidade para que ela se aproprie critica e
construtivamente dos conteúdos sociais e culturais de sua comunidade mediante
trocas com os seus grupos.
É importante que sejam oferecidas às crianças as mais diversas
modalidades de expressões das artes plásticas, pois isto irá suscitar diversos
requisitos e também irá dar oportunidade para que cada um encontre as suas
habilidades, colaborando com uma visão de que cada qual, dentro de suas
diferenças, tem o seu valor, sendo o mais importante encontrá-lo. Um artesanato, o
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trabalho com um tipo de arte que agrade a criança, poderá se incluir na sua vida
primeiramente como um passatempo, evoluindo
De acordo DOHME (2003, p.113), as atividades lúdicas podem colocar o
aluno em diversas situações, onde ele pesquisa e experimenta, fazendo com que
conheça suas habilidades e limitações e que exercite o diálogo. As brincadeiras para
a criança constituem atividades primárias que trazem grandes benefícios do ponto
de vista físico, intelectual e social.
Os jogos lúdicos devem ser a base fundamental dos exercícios físicos
impostos ás crianças pelo menos durante o período escolar. Como benefício
intelectual, o brinquedo contribui para a desinibição, produzindo uma excitação
mental e altamente fortificante. “Como beneficio físico, o lúdico satisfaz as
necessidades de crescimento e de competitividade da criança.” (ROSA, e DI NISIO,
1999, p.40).
A representação pode significar tanto uma "imagem" mental (um símbolo
concreto) quantos conceitos (abstratos). Há uma continuidade entre formas
perceptivas e representações figuradas e as imagens visuais necessitam de
esquemas motores e perceptivos prévios, adquiridos pela vivência (ação e
exploração do indivíduo no meio ao longo do tempo), resultando num novo tipo de
esquema avançado, que é a abstração. O termo representação é, portanto, usado
em dois sentidos diferentes, ou seja, como pensamento (independente de esquemas
sensório-motor) e como imagem mental ou recordação-imagem.
De acordo com ROSA e DI NISIO (1999, p.47), é através do brinquedo que
eles deixam inúmeros complexos e problemas sejam sanados, devido à naturalidade
com que se processa. Isso se nota quando a criança vence uma brincadeira, pois
vem reforçar o prazer de brincar, animando, estimulando e dando confiança em si. A
importância de vencer é motivo de orgulho e prazer.
As brincadeiras favorecem ainda a formação da personalidade, agindo
diretamente na cooperação do grupo e na participação coletiva, não impedindo de
forma alguma, que uma ou mais crianças se sobressaiam e tenham êxito. O
importante é que todos colaborem diretamente para a vitória do grupo.
PIAGET (1998), diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das
atividades intelectuais da criança, sendo, por isso, indispensável à prática educativa
14
Outro teórico que percebe o jogo como atividade importante no
desenvolvimento da criança, resultando em benefícios morais, intelectuais e físicos,
é FROEBEL. Para este teórico, a falta de liberdade e a repressão repercutem
negativamente, no que diz respeito ao estímulo da atividade espontânea,
característica fundamental para o desenvolvimento. Ele percebe o jogo como
instrumento de ensino, no qual é possível trabalhar as diferentes disciplinas, tais
como: Matemática, Ciências e outras. De acordo com FROEBEl: “ Brincar é a fase
mais importante da infância- do desenvolvimento humano neste período- por ser a
auto-ativa representação do interno- a representação de necessidades e impulsos
internos.” (1912, p. 54-55)
Portanto, os benefícios didáticos do lúdico são procedimentos didáticos
altamente importantes; mais que um passatempo; é um meio indispensável para
promover a aprendizagem disciplinar, o trabalho do aluno e incutir-lhe
comportamentos básicos, necessários à formação de sua personalidade.
Estudar as relações entre as atividades lúdicas e o desenvolvimento humano
é uma tarefa complexa, e para facilitar o estudo classificou-se o desenvolvimento,
segundo POPPOVIC(1968), em três fases distintas: aspectos psicomotores,
aspectos cognitivos e aspectos afeito-sociais.
Nos aspectos psicomotores encontram-se várias habilidades musculares e
motoras, de manipulação de objetos, escrita e aspectos sensoriais.
Os aspectos cognitivos dependem como os demais, de aprendizagem e
maturação que podem variar desde simples lembranças de aprendido até mesmo
formular e combinar idéias, propor soluções e delimitar problemas.
Já os aspectos afetivo-sociais incluem sentimentos e emoções, atitudes de
aceitação e rejeição de aproximação ou de afastamento.
O fato é que esses três aspectos interdependem uns dos outros, ou seja, a
criança necessita dos três para tornar-se um indivíduo completo.
Ainda com respeito às categorias psicomotoras, cognitivas e afetivas, assim
como a seriação dos brinquedos, deve-se levar em conta cinco pontos básicos:
integração entre o jogo e o jogador, deixando-o aberto para o mundo para
transformá-lo à sua maneira; o próprio corpo humano é o primeiro jogo das crianças;
nos jogos de imitação, imagem ou modelo a ser seguido é importante; os jogos de
15
aquisição começam desde cedo e para cada idade existem alguns mais apropriados;
os jogos de fabricação ajudam na criatividade, no sentimento de segurança e poder
sobre o meio.
16
2.0 O LÚDICO NA EDUCAÇÃO
Segundo FERREIRA (2003 p.43), o jogo na infância, tem por objetivo a
formação do caráter, a futura adaptação social da criança e o desenvolvimento
motor. O jogo organizado e cooperativo constitui o melhor método para isso. Apesar
de a liberdade ser restrita, o jogo é a fonte eficiente de adquirir hábitos morais. As
etapas pelas quais se opera a transformação do caráter infantil são a imitação, a
sugestão, a instrução e os prêmios e castigo. Portanto, a influência do professor
sobre a criança é muito grande, na maneira de tratar, na linguagem, nos gestos e
atitudes, costumes.
Segundo DOHME (2003, p.79), os jogos são importantes instrumentos de
desenvolvimento de crianças e jovens. Longe de servirem apenas como fonte de
diversão, eles propiciam situações que podem ser exploradas de diversas maneiras
educativas.
Com o uso desses recursos pedagógicos, o professor poderá utilizar - se,
porexemplo, de jogos e brincadeiras em atividades de leitura ou escrita em
matemática e outrosconteúdos, devendo, no entanto, saber usar os recursos no
momento oportuno, uma vez que ascrianças desenvolvam o seu raciocínio e
construam o seu conhecimento de formadescontraída.
O jogo para a criança constitui um fim, ela participa com o objetivo de obter
prazer, para os adultos que desejam usar o jogo com objetivos educacionais, como
um meio, um veículo capaz de levar até a criança uma mensagem educacional.
Segundo ROSA e DI NISIO, (1999, p.37), as crianças tem maneira de ver,
sentir e pensar que lhe são próprias e só aprendem através da conquista ativa, ou
seja, quando elas participam de um processo que corresponde a sua alegria natural.
Assim, sendo uma das manifestações do lúdico, é que podem ser inseridos
em atividades educativas, os jogos podem proporcionar o desenvolvimento físico,
social e intelectual. Há outras atividades lúdicas que também podem propiciar o
desenvolvimento, seja da criatividade e imaginação como a de contar histórias e a
do desenvolvimento da habilidade e expressão, com as dramatizações.
A educação mais eficiente é aquela que proporciona atividades, auto-expressão e participação social ás crianças. A escola deve considerar a criança como atividade criadora e despertar, mediante estímulos, as suas faculdades próprias para a criação produtiva. Sendo assim o educador deve
fazer do lúdico uma arte, um instrumento para promover e facilitar a educação da criança. A melhor forma de conduzir à criança a socialização seria através do lúdico. O jogo faz o ambiente natural da criança, somente no ambiente natural da criança é que ela poderia ter um desenvolvimento seguro. (ROSA & DI NISIO, 1999, p.38).
A prontidão para alfabetização, segundo POPPOVIC (1968), significa ter um
nível suficiente sob determinados aspectos para iniciar o processo da função
simbólica que é a leitura e a sua transposição gráfica que é a escrita. A conduta
lúdica oferece oportunidades para experimentar comportamentos que, em situações
normais, jamais seriam tentados pelo medo do erro ou punição. O brincar permite,
ainda, aprender a lidar com as emoções. Pelo brincar, a criança equilibra as tensões
provenientes de seu mundo cultural, construindo sua individualidade, sua marca
pessoal e sua personalidade.
O brincar implica uma dimensão evolutiva com as crianças de diferentes
idades, apresentando características específicas, apresentando formas
diferenciadas de brincar.
A língua escrita significa a aquisição de um sistema simbólico de
representação da realidade. Também contribui para esse processo o
desenvolvimento dos gestos, dos desenhos e do brinquedo simbólico, pois essas
são também atividades de caráter representativo, isto é, utilizam-se de signos para
representar significados, como se verifica no ato de:
(...) desenhar e brincar deveriam ser estágios preparatórios ao desenvolvimento da linguagem escrita das crianças. Os educadores devem organizar todas essas ações e todo o complexo processo de transição de um tipo de linguagem escrita para outro. Devem acompanhar esse processo através de seus momentos críticos até o ponto da descoberta de que se pode desenhar não somente objetos, mas também a fala. Se quiséssemos resumir todas essas demandas práticas e expressá-las de uma forma unificada, poderíamos dizer o que se deve fazer é, ensinar às crianças a linguagem escrita e não apenas a escrita de letras (VYGOTSKY, 1987, p.134).
2.1 O LÚDICO NA ALFABETIZAÇÃO
Para PIAGET, apud LIMA (1998. p. 108), o processo de alfabetização não
começa (como se faz com as cartilhas) com tentativas de leitura ou de
aprendizagem de letras e sílabas.
A alfabetização (como linguagem em geral) começa pelas mais primitivas e
elementares produções da função semióticas (processo figurativo e representativo):
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perceber índices, reagir a sinais, construir símbolos (figuras-desenho) e, finalmente,
compreender signos (palavras).
A partir dessa etapa figurativa (leis das Gestalten), a criança compreende a complexidade do código da escrita (participação, deslocamento, etc.). Temos, pois, duas etapas bem nítidas na aprendizagem da leitura: Fase figurativa (índices, signos, desenhos), em que predominam os processos gestálicos. Fase processual (compreensão da complexidade combinatória e participativa do código alfabético). (PIAGET, apud LIMA, 1998. p. 108).
VYGOTSKY (1987), cita que é importante mencionar a língua escrita, como
a aquisição de um sistema simbólico de representação da realidade. Também
contribui para esse processo o desenvolvimento dos gestos, dos desenhos e do
brinquedo simbólico, pois essas são também atividades do caráter representativo,
isto é, utiliza-se de signos para representar significados.
Segundo PIAGET (1975), ao construir seu conhecimento a criança passa
por alguns estágios de desenvolvimento, ela constrói seu conhecimento interagindo
com o meio em que vive. Para “ele” a criança de zero a dois anos (Fase sensório-
motor) explora o meio através do toque, da experimentação. Isso ocorre, por meio
de reflexos.
De dois a sete anos (Pré-operatório): Estágio egocêntrico (dois a quatro
anos); Estágio intuitivo (cinco a sete anos). É uma fase puramente egocêntrica, onde
a criança considera que todos pensam como ela.
De sete a onze anos (Operatório concreto). A criança já consegue usar o
lógico para chegar às soluções da maior parte dos problemas concretos, porém, tem
dificuldades em solucionar problemas simbólicos.
De onze a quinze anos (Fase operatória formal). O pensamento lógico já
consegue ser aplicado a todos os problemas que surgem, o que não implica dizer,
que todos adolescentes é totalmente lógico nas suas ações.
PIAGET, apud FERREIRA e CALDAS (2002. p. 13), destaca também, que o
desenvolvimento das operações mentais depende de um meio rico em estímulos.
Em um ambiente adequado e propício a criança desenvolve suas potencialidades
favorecendo assim não só seu crescimento físico como o emocional e social. De
acordo com esse autor o desenvolvimento do conhecimento é uma construção
progressiva de estruturas que se alterem de acordo com o crescimento, até a
maioridade.
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Os espaços lúdicos são ambientes férteis propicio para a aprendizagem e o
desenvolvimento, principalmente da socialização. Sabemos que isso não é assunto
novo, pois FRÖEBEL (1912), que ocupa também uma posição relevante na história
do pensamento pedagógico sobre a primeira infância e pertence à corrente cultural
filosófica do idealismo alemão, sempre defendeu que o jogo constitui o mais alto
grau de desenvolvimento da criança, já que é a expressão livre e espontânea do
interior.
Para VYGOTSKY (1987), a aprendizagem e o desenvolvimento estão
estritamente relacionados, sendo que as crianças se inter-relacionam como o meio
ambiental e social, internalizando o conhecimento adquirido de um processo de
construção.
A alfabetização segundo PIAGET (1973), começa no meio familiar, mas se
concretiza de fato na 1ª Etapa do Ciclo I, apesar de a criança já ter sofrido
mudanças significativas no seu desenvolvimento que antecedem a esta fase.
Desta forma, a escola deve facilitar a aprendizagem, utilizando-se de
atividades lúdicas que criem um ambiente alfabetizador para favorecer o processo
de aquisição da linguagem escrita. Para tanto o saber escolar deve ser valorizado
socialmente e a alfabetização deve ser um processo dinâmico e criativo.
As atividades lúdicas têm o poder sobre a criança de facilitar tanto o
progresso de cada uma de suas funções psicológicas intelectuais e morais. Ao
ingressar na escola, a criança sofre um considerável impacto físico-emocional, pois
até então sua vida era exclusivamente dedicada aos brinquedos e ao ambiente
familiar.
Portanto, a formação de espaços no ambiente escolar com finalidades
lúdicas torna- se imprescindível, pois possui propósitos interativos sociais e culturais
para criança, de forma a prepará-la para viver em grupo, respeitando e sendo
respeitado pela sociedade em convive.
SOARES (2004, p. 15), afirma que: “pedagogicamente, atribuir significado
muito amplo ao processo de alfabetização seria negar-lhe a especificidade...”
O papel mediado do professor assume diferentes aspectos, é coordenador e problematizador nos momentos de diálogo em que os alunos organizam e tentam justificar suas idéias. Aproxima, cria pontes, coloca andaimes, estabelece analogias, semelhanças ou diferenças entre a cultura “espontânea e informal do aluno, de um lado; e as teorias e as linguagens
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formalizadas da cultura elabora de outro, favorecendo o processo interior de ressignificação e retificação conceitual. (GARRIDO, 2002. p.130).
A alfabetização não deve ser abordada como um exercício mecânico da
repetição de letras e sílabas. Em pesquisas mais modernas e experiência de muitos
educadores podemos observar que esse tipo de prática está superada; caiu por terra
a crença de que é preciso primeiro aprender as sílabas, depois as palavras, para só
então chegar ao texto.
Vygostsky declara que aquilo que as crianças podem realizar com a ajuda de outros pode ser mais indicativo de seu desenvolvimento mental do que o que podem fazer por si mesmas “... a boa aprendizagem é somente aquela que precede ao desenvolvimento” (MINGUET & FLORENS, 1998. p. 112 e 113).
Os métodos de alfabetização são algo que antecipa ao sujeito, que dele não
tem controle; pelo contrário, a criança está sujeita a ele e a professora é direcionada
a ensinar por ele. Através de regras pré-estabelecidas, o sujeito é reduzido a “coisa”
e se torna mero repassador/receptor de conhecimento que se julga “científico” e com
valor de verdade. É regra fundamental, nesta concepção, que a criança esteja
“pronta” para aprender a ler e escrever. A aprendizagem só acontecerá através da
disciplina, do silêncio e do ato solitário de cumprir tarefas previas.
Um texto escrito tem eficácia quando expressa o significado pretendido por
quem escreve e se faz compreensível a quem lê. Ou seja, quando há a máxima
aproximação entre o que se quis dizer, o que efetivamente se disse e o que foi
compreendido. (CADERNOS, 1999, p.11).
As experiências de aprendizagem providas devem ser aquelas mediante as
quais o educando adquira conhecimento desenvolva habilidades, destrezas, atitudes
e valores que lhe permitem estabelecer as bases facilitadoras da integração para
enfrentamento da sua própria realidade.
A metodologia deve ser ativa, participativa, orientada para a prática e para a
reflexão, sendo fundamental para o educando o aprender fazendo. Deve-se
favorecer a participação da criança no planejamento das atividades. A proposição de
atividades diversificadas, envolvendo a criança, propicia-lhe o desenvolvimento de
autonomia, na medida em que é levada a fazer opções.
LURIA apud GONTIJO (2003, p.08) diz que:
21
... A partir do momento em que uma criança começa, pela primeira vez, a aprender a escrever até a hora que finalmente domina essa habilidade há um longo período, particularmente interessante para a pesquisa psicológica.
O processo para se chegar à aprendizagem é tão importante quanto ao
produto; para isso devem ser valorizados tanto as experiências individuais como
grupais. Nos educadores reconhecemos que a alfabetização não resume à
aprendizagem de como juntar as letras para formar palavras.
“O jogo contém um elemento de motivação que poucas atividades teriam
para a primeira infância: o prazer da atividade lúdica.” (FREIRE, 1994, p.75).
Durante o período de desenvolvimento, o jogo e a brincadeira é a forma de a
criança manter-se em atividade, condição de desenvolvimento, das estruturas de
comportamento em formação.
Ao terminar o período de desenvolvimento (ou pelo menos, a assistir aos
jogos) de forma gratuita, sem nenhum propósito de lucro. A brincadeira e o jogo é o
recurso que a natureza encontrou para promover o desenvolvimento mental das
crianças. Primeiro, está interessada naturalmente; segundo, por ser no jogo que a
criança desenvolve suas percepções, sua inteligência, suas tendências à
experimentação, seus instintos sociais.
“A criança, ao jogar, não só incorpora regras socialmente estabelecidas, mas
também cria possibilidades de significados e desenvolve conceito; é o que justifica a
adoção do jogo como aliado importante nas práticas pedagógicas.” (MATO
GROSSO, 2001, p.157).
É pela ação sobre os objetos que a criança constrói conhecimento,
estabelece relações de natureza lógica. É neste momento que o jogo e o brinquedo
se tornam fundamental para a criança e sua aprendizagem. É pela ação sobre o
objeto do jogo, o brinquedo, e pelas relações que estabelece entre os objetos e no
próprio jogo que se dá o conhecimento de conceitos; e é aí que para nós reside a
possibilidade de uso do jogo na escola.
O desenvolvimento da criança depende do lúdico, ela precisa brincar para
crescer, precisa do jogo como forma de equilibrarão com o mundo. Sua maneira de
assimilar (transformar o meio que este se adapte às suas necessidades) e de
acomodar (mudar a si mesma para adaptar-se ao meio que ofereceu resistência)
deverá ser sempre através do jogo.
22
A criança aprende melhor brincando, e todos os conteúdos podem ser ensinados através de brincadeiras e jogos, em atividades predominantemente lúdicas. Não existe nada que a criança precise saber que não possa ser ensinado brincando... se alguma coisa não é possível de transforma-se em um jogo (problema, desafio), certamente não será útil para a criança nesse momento. (LIMA, 1999, p.33).
Grandes teóricos como Rousseau, Froebel, Dewey, Piaget e Vygotsky
confirmam a importância do lúdico para a educação da criança.
Segundo Rousseau apud EDSOM (2004, p. 02), as crianças têm maneira de
ver, sentir e pensar que lhe são próprias e só aprendem através da conquista ativa,
ou seja, quando elas participam de um processo que corresponde à sua alegria
natural.
Para FROEBEL, apud EDSOM, (2004, p. 02), a educação mais eficiente é
aquela que proporciona atividades, auto-expressão e participação social às crianças.
Ele afirma que a escola deve considerar a criança como atividade criadora e
despertar, mediante estímulos, as suas faculdades próprias para a criação produtiva.
Sendo assim, o educador deve fazer do lúdico uma arte, um instrumento para
promover e facilitar a educação da criança. A melhor forma de conduzir a criança à
atividade, à auto-expressão e à socialização seria através do método lúdico.
Já Dewey, apud EDSOM (2004, p. 03), pensador norte-americano, afirma
que o jogo faz o ambiente natural da criança, ao passo que as referências abstratas
e remotas não correspondem ao interesse da criança. Em suas palavras: somente
no ambiente natural da criança é que ela poderá ter um desenvolvimento seguro.
PIAGET, apud LA TAILLE (1992, p. 117), mostra claramente em suas obras
que os jogos não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar
energia das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento
intelectual. Ele ainda diz: que os jogos e as atividades lúdicas tornam-se
significativas à medida que a criança se desenvolve, com a livre manipulação de
materiais variados, ela passa a reconstituir reinventar as coisas, o que já exige uma
adaptação mais completa. Essa adaptação só é possível, a partir do momento em
que o que ela própria evolui internamente, transformando essas atividades lúdicas,
que é o concreto da vida dela, em linguagem escrita que é o abstrato.
É certo que, quando a criança é inserida em uma escola comprometida com
o seu desenvolvimento e que compreende sua necessidade de correr, brincar jogar,
23
de expandir-se, em vez de torná-la prisioneira por várias horas, com certeza será
uma criança alegre e feliz.
A escola deve aproveitar todas as manifestações de alegria da criança e
canalizá-la emocionalmente através de atividades lúdicas. Essas atividades quando
bem direcionadas, trazem grandes benefícios que proporcionam saúde física,
mental, social e intelectual à criança, ao adolescente e até mesmos aos adultos.
Enfim, brincando a criança pode realizar atividades próprias do mundo adulto, o que
facilitará seu ingresso neste mundo futuramente.
2.2 A UTILIZAÇÃO DO LÚDICO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
De acordo com DOHME (2003 p.113), a aprendizagem se constrói através
de um processo interno do aluno, fruto de suas próprias pesquisas e
experimentações, em que o educador atua como um orientador, um maestro das
interações aluno-aluno e aluno-objeto de ensino.
Percebe-se que os educadores da atualidade precisam utilizar-se do lúdico
na educação, pois ao separar o mundo adulto do infantil, e ao diferenciar o trabalho
da brincadeira, a humanidade observou a importância da criança que brinca. Os
efeitos do brincar começam a ser investigados pelos pesquisadores que consideram
a ação lúdica como metacomunicação, ou seja, a possibilidade da criança
compreender o pensamento e a linguagem do outro.
Diante do contexto, percebe-se que o trabalho da escola deve considerar as
crianças como seres sociais e trabalhar com elas no sentido de que sua integração
na sociedade seja construtiva. Nessa linha de pensamento a educação deve
privilegiar o contexto socioeconômico e cultural, reconhecendo as diferenças
existentes entre as crianças e considerando a bagagem que elas possuem. Ter a
preocupação de propiciar a todas as crianças um desenvolvimento socialmente
integral e dinâmico (cognitivo, afetivo, lingüístico, social, moral e físico-motor). A
educação deve instrumentalizar as crianças de forma a tornar possível a construção
de sua autonomia, criatividade, responsabilidade e cooperação.
24
Para FRIEDMANN (1996, p. 55), os indivíduos necessitam construir sua
própria personalidade e inteligência, tanto no conhecimento como no senso moral
que são elaborados pela criança, em interação com o meio físico e social
Portanto, o brincar implica uma relação cognitiva e representa a
potencialidade para interferir no desenvolvimento infantil, além de ser um
instrumento para a construção do conhecimento do aluno.
FRIEDMAN (1996, p. 41), considera que:
Os jogos lúdicos permitem uma situação educativa cooperativa e interacional, ou seja, quando alguém está jogando está executando regras do jogo e ao mesmo tempo, desenvolvendo ações de cooperação e interação que estimulam a convivência em grupo.
Desta forma, a escola deve facilitar a aprendizagem utilizando-se de
atividades lúdicas que criem um ambiente alfabetizador para favorecer o processo
de aquisição de autonomia de aprendizagem. Para tanto, o saber escolar deve ser
valorizado socialmente e a alfabetização deve ser um processo dinâmico e criativo
através de jogos, brinquedos, brincadeiras e musicalidade onde a criança é um ser
ativo na construção de um conhecimento.
De acordo com KISCHIMOTO (1993, p.07), o lugar que a criança ocupa no
contexto social específico, a educação a que esta submetida e o conjunto de
relações sociais que mantém com personagens de seu mundo, tudo isso permite
compreender melhor o cotidiano infantil. É nesse sentido que se forma a imagem da
criança e do seu brincar.
A compreensão das brincadeiras e a recuperação do sentido lúdico de cada
povo dependem do modo de vida de cada agrupamento humano, em seu tempo e
espaço. Daí emerge a imagem que se faz da criança, seus valores, seus costumes
suas brincadeiras. Como a escrita é uma função culturalmente mediada, a criança
se desenvolve numa cultura letrada e está exposto aos diferentes usos da
linguagem escrita e ao seu formato, tendo diferentes concepções a respeito desse
objetivo cultural ao longo de seu desenvolvimento.
A principal condição necessária para que uma criança seja capaz de
compreender adequadamente o funcionamento da língua escrita, segundo
FERREIRO (1988), é que essa criança descubra que a língua escrita é um sistema
de signos que não tem significado em si. Os signos representam outra realidade, isto
25
é, o que se escreve, tem uma função instrumental, funcionando como suporte para a
memória e a transmissão de idéias e conceitos.
As atividades lúdicas, pelas suas próprias características, podem possibilitar
o convívio com as mais diversas habilidades. Elas poderão atender tanto as crianças
que tem poderes para a arte, como aquelas que têm muita destreza física. (DOHME,
2003, p.115),
Segundo DOHME (2003, p. 79 p.87), o jogo ainda é a maneira natural que
as crianças têm de interagirem entre si, vivenciando situações, manifestando
indagações, formulando estratégias e verificando seus acertos e erros, e poderem,
através deles, reformularem, sem qualquer punição, seu planejamento e as novas
ações.
Assim, é incontestável a relevância da brincadeira na elaboração de avanços
do pensamento do educando, desenvolvendo sua capacidade simbólica, atenção,
memória, imitação, diferenciação de papéis sociais, etc. É uma atividade prioritária
para ela e de suma importância, através da qual realiza uma aprendizagem de
mundo.
Segundo FALCÃO (1984, p.28), em geral, ao falar em memória, nos
referimos à capacidade de lembrar o que foi de algum modo vivido. Tentando
abranger os diversos aspectos do funcionamento da memória, diríamos que ela
corresponde à aquisição, fixação, evocação e reconhecimento de informações
resultantes de percepção e aprendizagem. Obviamente não se pode lembrar o que
não se vivenciou. A aquisição consiste no contato com a informação. Uma aula, uma
leitura, uma troca de idéias, uma reflexão ou mesmo o abrir dos olhos para o
ambiente nos fornecem dados que poderão vir a ser percebidos.
2.3 O LÚDICO COM FACILITADOR NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Segundo ANTUNES (1998, p.36), durante muito tempo confundiu-se
“ensinar” com “transmitir” e, nesse contexto o aluno era um agente passivo da
aprendizagem e o professor um transmissor não necessariamente presente nas
necessidades do aluno. Acredita-se que toda aprendizagem ocorria pela repetição e
que os alunos que não aprendiam eram responsáveis por essa por essa deficiência
26
e, portanto, merecedores do castigo da reprovação. Atualmente essa ideia é
absurda, e sabe-se que não existe ensino se que ocorra à aprendizagem, essa não
acontece se não pela transformação, pela ação facilitadora do professor, do
processo de busca do conhecimento, que deve sempre partir do aluno.
Já para FALCÃO (1984, p.119), a aprendizagem tende a ser global, já que a
compreensão, o sentimento e a ação ocorrem na mesma pessoa e a pessoa busca
uma coerência em sua personalidade. O aluno aprende através do treino, que sem
dúvida tem o seu lugar, mas também através de observação do que ocorre a sua
volta e da experiência, no sentido de algo que impressiona que marca a pessoa no
seu viver.
A idéia de um ensino despertado pelo interesse do aluno acabou
transformando o sentido do que se entende por material pedagógico e cada
estudante, independente de sua idade, passou a ser um desafio á competência do
professor. Seu interesse passou a ser a força que comanda o processo da
aprendizagem, suas experiências e descobertas, o motor de seu progresso e o
professor um gerador de situações estimulantes e eficazes.
De acordo com ANTUNES (1998, p.36), nesse contexto o jogo ganha um
espaço como a ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe
estímulo ao interesse do aluno, que como todo pequeno animal adora jogar e joga
principalmente sozinho e desenvolve níveis diferentes de sua experiência pessoal e
social.
A brincadeira permite que o aluno expresse suas emoções, e assim o
professor passa a ter maior conhecimento da sua personalidade, ajudando-o a
superar seus limites e a respeitar as regras com disciplina.
A escola deve possibilitar então ao aluno, a ampliação de seus
conhecimentos e por conseqüência suas possibilidades de leituras (diálogos), e isto
pode ser feito de forma prazerosa, sem uma ruptura busca com cotidiano da criança,
aproveitando as atividades lúdicas para adaptá-las e socializá-las ao meio escolar, e
ainda para iniciá-la no processo de alfabetização quebrando com o paradigma de
que acriança não aprende porque tem problema.
27
CAPITULO 3 - LIMITES E PRECAUÇÕES NO USO DOS JOGOS
Segundo ANTUNES (1998, p.41), existem dois aspectos cruciais no
emprego dos jogos como instrumentos de uma aprendizagem significativa. Em
primeiro lugar o jogo ocasional, distante de uma cuidadosa e planejada
programação, é tão ineficaz quanto um único momento de exercício aeróbico para
quem pretende ganhar maior mobilidade física e em segundo lugar, uma grande
quantidade de jogos reunidos em um manual somente tem validade efetiva quando
rigorosamente selecionados e subordinados á aprendizagem que se tem em mente
como meta. Os jogos devem ser aplicados observando certos aspectos que são
eles: capacidade de se constituir em um fator de auto-estima do aluno; condições
psicológicas favoráveis; condições ambientais e fundamentos técnicos.
Jamais pense em usar os jogos e que efetivamente não acompanhem o
progresso dos alunos, e jamais avalie sua qualidade de professor pela quantidade
de jogos que emprega, e sim pela qualidade dos jogos que se preocupou em
pesquisar e selecionar para aplicar, devendo sempre se questionar, será que este é
apropriado para o objetivo que quero alcançar?
Sendo fundamental, portanto que esta abertura seja explorada ao máximo
com equilíbrio, serenidade, planejamento adequado por parte do educador.
VOLPATO (2002), coloca que o jogo deve ser visto como “possibilidade de
ser mediador de aprendizagens e propulsor de desenvolvimento no ensino formal”
(p. 87), mas quando “[...] a atividade se torna utilitária e se subordina como meio a
um fim, perde o atrativo e o caráter de jogo” (p. 87). A partir do momento que a
criança é obrigada a realizar um jogo, sem nenhum interesse ou motivação, o jogo
perde toda a sua característica e acaba tornando-se mais uma atividade “séria” de
sala de aula.
O professor precisa ter claro esse conceito para que possa articular o lúdico
com as situações de aprendizagem. Um primeiro passo é adequar o tipo de
atividade ao conteúdo, tempo de aula e características da turma. Ele pode “lançar
mão” da brincadeira, priorizando o aspecto da espontaneidade, ou o jogo com
regras. Tudo depende dos objetivos estabelecidos. O professor precisa ter cuidado
para não “ficar preso” demais aos objetivos pedagógicos. Isso pode resultar numa
condução excessiva da brincadeira, na inibição da criatividade e da liberdade da
criança e, por fim, na descaracterização o elemento lúdico empregado.
29
CONCLUSÃO
Durante toda a vida, mais na infância de forma muito especial, o ser humano
passa por grandes transformações em termos de atividades, gestos e posturas. É
preciso então que o educador conheça passo a passo, estas transformações para
poder compreender as necessidades da criança, estimulá-la e, acima de tudo,
contribuir para que se desenvolva harmoniosamente, guardando para a vida adulta
uma imagem positiva de si mesma e de corpo.
Podemos ver que o estudo sobre ludicidade na alfabetização não deve ser
encarado como mero lazer ou simplesmente uma forma de distração e sim como
uma aula muito importante que deve ser encarada com muita credibilidade.
Podemos considerar importante a inclusão dos jogos, e brincadeiras como parte
integrante dos métodos e procedimentos educativos de um programa de
alfabetização em atividades infantis, principalmente quando envolvem a construção,
a manifestação expressiva e lúdica de imagens, sons, falas, gestos e movimentos.
Com o emprego de jogos e brincadeiras na sala de aula, a escola garante um clima
de prazer tão fundamental para aquele que ensina e para aquele que aprende, pois,
a sala de aula é um espaço de encontro, de inclusão, de trabalho mútuo e somente
assim ela pode ser significativa para o aluno e para o professor.
Acredita ser importante deixar aos leitores algumas considerações a respeito
da inteligência da criança.
Entende-se por inteligência: a investigação da novidade com adaptação
contínua de situações novas. Quando um bebê tenta passar um objeto por entre
obstáculos intercalados (cercados) ele o faz de diversas maneiras, não se dando
conta de que o tamanho do objeto influi diretamente no espaço disponível para a
passagem do mesmo.
Percebe-se também que, quando uma criança vê vários deslocamentos de
um objeto sendo escondido por um adulto (em uma brincadeira de esconde-
esconde) ela sempre irá procurá-lo onde o viu pela última vez.
Isso significa que as noções de antes e depois estão, apenas iniciando, e
futuramente serão aplicadas a acontecimentos externos. Daí vem à importância de
observá-las em atividades lúdicas, para a compreensão de tal procedimento infantil.
Quando a criança brinca ou pratica exercícios motores, ela combina
diferentes ações motoras entre si, divertindo-se em repetir várias vezes os mesmos
esquemas, porém modificando a cada repetição de um movimento.
Em certos movimentos de sua infância, a criança finge ações como: dormir,
levar a mão à boca como se estivesse comendo. Esses simbólicos indicam um
esboço de representação ou evocação de uma situação ausente já vivenciada. Esta
fase marca o início da representação e, considera os exercícios motores simples e
os símbolos lúdicos da brincadeira simbólica.
Um desenvolvimento hormônio, lúdico, que inclui aprender a ouvir opiniões
diferentes e a contra-argumentar, estabelecendo objetivas entre varas maneira de se
compreender um mesmo fato, pouco a pouco vai contribuir para tornar a criança
apta a um intercambio, real com os outros, favorecendo a troca de experiências, por
estar baseada na cooperação e na reciprocidade.
Excluindo a aceitação passiva de idéias ou sugestões mal compreendidas, a
criança, quando tem um esquema evoluído de linguagem, passa a ser sujeito ativo
de suas ações e as defende em conversa com o adulto, sendo “lógico” para ela o
que pode ser manipulado e transformado de acordo com sua vivência.
O “fazer” é um dos critérios essenciais a orientar as condutas do professor
frente às crianças. Sendo assim, o que realmente importa é selecionar o maior
número possível de situações que promovam o desenvolvimento de habilidades
variadas, pois o objetivo é sempre a aprendizagem.
A partir do momento em que as atividades começaram a ser oferecidas em
sala de aula, nota-se um progresso que repercute em todo conjunto, apesar de não
ser manifestado imediatamente, mas, o avanço registrado numa situação, logo
interfere em outras e, num espaço não muito longo de tempo, as diferenças de
progresso (quando a criança é trabalhada de maneira lúdica) vão se somando e
darão lugar futuramente ao progresso total, global. Isto justifica a importância de se
trabalhar com uma série de atividades lúdicas, pois é o conjunto destas que vai
influir nas transformações que ocorrem à medida que as crianças são conduzidas a
tomar consciência das ações exercidas sobre os objetos.
A criança deve sentir-se sempre capaz de exercitar o que foi proposto. O
progresso dos movimentos, do ponto de vista quantitativo, surge através do
31
funcionamento de um esquema. Esse progresso repercute nos demais movimentos,
possibilitando a introdução de outras e mais complexas.
Sabe-se que a noção de espaço começa a se desenvolver desde o
nascimento e está sempre subordinada aos progressos da inteligência. É agindo
sobre as coisas que a criança pode construir todo um sistema de relações espaciais
referentes aos próprios movimentos e aos deslocamentos dos objetos
(deslocamentos dos objetos entre si).
E como a linguagem vai ser estimulada?
Ela evolui porque o professor conversa o tempo todo com seus alunos sobre
o que estão realizando (para a comprovação disto basta comparar o início e o fim do
ano letivo na primeira série do primeiro grau). As crianças também conversam e se
comunicam entre si; elas desenvolvem a linguagem.
Somente com a prática do diálogo é que se aprende a dialogar. Pois, se a
criança aprende a agarrar, agarrando; a saltar, saltando; entendemos então que
dominar uma ação implica em agir sobre o objeto a ser conhecido (processo que
também ocorre com a linguagem).
Lembre-se que, o objetivo deste relato é fornecer um referencial para que os
professores possam compreender a importância das tentativas (desenvolvidas com
atividades lúdicas) que conduzem ao desenvolvimento do raciocínio, aprendendo a
respeitar a criança e valorizando cada descoberta que esta venha a fazer em sua
vida escolar.
O respeito pelas várias etapas deste desenvolvimento constitui uma conduta
que, por ser teoricamente refletida, transcende qualquer que sejam as
características do meio imediato. O que realmente interessa é atribuir a cada criança
o papel de sujeito ativo na construção de formas cada vez mais aprimoradas de
conhecimento, pois somente o indivíduo ativo é capaz de atuar frente às pressões
sociais, compreendendo-as para transformá-las.
Não pode duvidar da influência do meio, mas sim, procurar uma maneira de
intervir também com a preocupação de acelerar o ritmo do desenvolvimento infantil,
obedecendo sempre os limites desta evolução. Em meu trabalho considero muito o
aspecto “linguagem” por acreditar estar nele o princípio da alfabetização.
32
E é exatamente esta prática que defendemos: “proporcionar à criança a
oportunidade de expor suas idéias”. Porém, se por um lado devemos enfatizar o
processo dialógico, partindo desta interação para compreender o funcionamento da
linguagem, por outro, precisamos reconhecer que na relação com o lúdico, de forma
especial, intervêm muitas formas de conhecimento.
O conhecimento lingüístico, social e cognitivo, não constitui formas isoladas,
mas aspectos que se relacionam intimamente num fluxo dinâmico de interferências.
Relacionando o conjunto destas, enfatizo as atividades lúdicas e reconheço, através
dessa prática que a aplicação das mesmas amplia as possibilidades de intervir nos
aspectos do conhecimento.
Podemos ver que o estudo sobre ludicidade na alfabetização não deve ser
encarado como mero lazer ou simplesmente uma forma de distração e sim como
uma aula muito importante que deve ser encarada com muita credibilidade. Temos
que compreender econsiderar importante a inclusão dos jogos, e brincadeiras como
parte integrante dos métodos e procedimentos educativos.
Com o emprego de jogos e brincadeiras na sala de aula, a escola garante
um clima de prazer tão fundamental em qual quer idade, tanto para aquele que
ensina epara aquele que aprende, pois, a sala de aula é um espaço de encontro, de
inclusão, de trabalho mútuo e somente assim ela pode ser significativa para os
alunos e para os professores que se dispor a trabalhar usando o lúdico como seu
aliado em suas aulas.
Conclui-se, então que o lúdico é um componente de alto valor na educação,
portanto, é necessário utilizá-lo nas escolas considerando que a criança já não
brinca mais nesta sociedade capitalista, pois hoje vemos bichinhos virtuais,
videogame, jogos eletrônicos, é a era virtual, que deixa cada vez mais restrito o
espaço para o jogo e a brincadeira. Sem dúvida a resposta está na educação, o
caminho que todo ser humano percorre estando ou não na escola. E o papel da
educação é o de orientar, auxiliar, compartilhar e dar limites para que o aluno evolua
e que se torne um cidadão.
33
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