31 Ed3 CH RelacoesInt

17

Click here to load reader

Transcript of 31 Ed3 CH RelacoesInt

Page 1: 31 Ed3 CH RelacoesInt

1Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 3, nº1, março de 2008. ISSN 1980-6116

http://www.unicentro.br - Ciências Humanas

RELAÇÕES INTERPESSOAIS NAS EMPRESAS1

PASQUALOTTO, Jocênia França2

RIBAS, Klevi Mary Fanfa3

RESUMO

Este trabalho busca expor a questão das rela-ções humanas no contexto empresarial, isto é, enfatiza a importância que a auto-estima exerce no ambiente de trabalho, no qual é ponto culminante do sucesso ou não. Manter a auto-estima é simplesmente a somatória de pequenas conquistas e para mantê-la elevada é se sentir confiante, competente e merece-dor, adequando-se à vida. Somos a todo ins-tante bombardeados de informações, fatos, pessoas e obrigações, e quando enfrentamos as situações, a nossa auto-estima cresce. Como também o comportamento das pessoas influenciam o ambiente em que convivem: os comportamentos refletem os resultados das empresas, sejam eles negativos ou positivos, dependendo do relacionamento existente dentro dos vários setores. A liderança pode administrar os conflitos nas empresas e com-preender da melhor forma possível. Ë de re-levante importância analisar o fato de o ser humano estar sendo substituído pela máqui-na. Na era da modernidade o homem está sendo esquecido, mas deve-se questionar o fato de que a máquina por si não faz o traba-lho. Sendo assim, é grande a necessidade da presença do homem para realização completa do trabalho.

ABSTRACT

This research paper searches to display the human being relations on the enterprise context, it emphasizes the importance that the self esteem exerts in the work environment, where it’s the culminating point of success. Keeping the self esteem is simply the add of little conquests, and to keep it high is to feel yourself confident, competent and deserving, adjusting yourself to life. All the time we are bombed of information, facts, people and obligations and we when face the situations our self esteem grows up. As well as the people behavior influences on the environment they live: the behaviors reflect the results of the companies, they can be positive or negative, depending on the existing relations inside many company sectors. The leadership can manage the conflicts on the companies, understanding and managing in the best possible form. It’s important to analyze the fact of the human being has been substituted by the machine. In the age of modernity the people are being forgotten, but it must be asked that the machine itself doesn’t make the work, being thus the human being presence is essential to the complete realization of the work. Key-words: Human being, self esteem,

1 Artigo apresentado à disciplina de Seminário de Monografia ao Curso de Pós-Graduação em Pedagogia Empresarial, pela UNICENTRO – Campus de Chopinzinho, out 2006.

2 Bacharel em Administração e Ciências Contábeis pela UNICS, Pós-graduanda em Pedagogia Empresarial pela UNICENTRO.

3 Professora Orientadora, Pedagoga, Mestre em Educação, Coordenadora do Curso de Especialização em Pedagogia Empresarial.

Relações Interpessoais nas Empresas

PASQUALOTTO,J.F.;RIBAS,M.F.

Page 2: 31 Ed3 CH RelacoesInt

2Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 3, nº1, março de 2008. ISSN 1980-6116

http://www.unicentro.br - Ciências Humanas

Palavras-Chave: Ser humano; Auto-esti-ma; Relacionamento interpessoal.

interpersonal relationship.

1. INTRODUÇÃO

O grande desafio da vida é despertar o interesse pelos valores humanos, iniciando pela responsabilidade quando se é capaz de se relacionar bem com os outros, derrubando todas as barreiras que possamos ainda carregar desde a mais longínqua infância. O termo “relações humanas” tem se referido às relações interpessoais, podendo ocorrer entre uma pessoa e outra, entre marido e mulher, vendedor e comprador, aluno e professor. Entre esses relacionamentos pai, mãe e filhos no lar; professores e alunos numa classe; empregados e chefia em uma empresa.

O ambiente de trabalho sofre algumas conseqüências que provêm do âmbito familiar, isto é, vivências práticas do dia-a-dia, pois mantendo-se um bom relacionamento na família, o colaborador desenvolve uma boa conduta pessoal, resultando em um desempenho profissional eficiente. Este ambiente deve ser harmonioso e cooperativo, onde administram-se as emoções, controlam-se os impulsos e a ansiedade para melhor compreender e conviver com os outros.

O relacionamento interpessoal se refere, no contexto desta pesquisa, à conversação anterior, às comunicações interiores e as interpessoais por meio das quais se estuda o comportamento humano no seu desenvolvimento intra e interpessoal.

Este trabalho tem como objetivo primordial, verificar e conhecer o funcionamento dentro das diversas empresas, no que diz respeito aos seguintes aspectos: o relacionamento entre colaboradores e seus superiores, as dificuldades de se manter unidos e como também a falta de comunicação entre os membros da organização que acaba afetando o rendimento no interior daquela. Em outras palavras, verificar como é o relacionamento das equipes dentro das empresas, no ambiente de trabalho, da substituição do homem pela máquina, suas conseqüências e resultados. Também julgamos necessário inteirar-nos de como é a comunicação e o tratamento que os coordenadores têm perante sua equipe de trabalho.

É de primordial importância às habilidades interpessoais quanto às técnicas e profissionais, o investimento das empresas em treinamentos para um melhor desenvolvimento daquelas.

Diante da pesquisa realizada em empresas do município de Coronel Vivida-PR, buscou-se constatar como os entrevistados valorizam o relacionamento interpessoal na sua equipe de trabalho, bem como incentivam seus colaboradores a participarem de treinamentos, buscando um melhor autoconhecimento e relacionamento. Após coleta de dados, percebe-se a maneira de proceder usada pelos entrevistados na busca de soluções de conflitos, melhorias no relacionamento interpessoal, tal qual como agir para que a auto-estima mantenha-se elevada em todos do grupo.

Nos tempos atuais, a Gestão Organizacional busca dimensões em relação ao respeito humano e sua comunicação e simpatia. Detalhe crucial para a sobrevivência num mundo

Relações Interpessoais nas Empresas

PASQUALOTTO,J.F.;RIBAS,M.F.

Page 3: 31 Ed3 CH RelacoesInt

3Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 3, nº1, março de 2008. ISSN 1980-6116

http://www.unicentro.br - Ciências Humanas

globalizado.

2. RELAÇÕES INTERPESSOAIS E O AMBIENTE DE TRABALHO

No ambiente de trabalho, tudo pode acontecer, ou seja, tudo pode influenciar o comportamento das pessoas e, em conseqüência, influenciar nas relações interpessoais e provavelmente nos resultados das empresas, sejam em todos os sentidos.

O ser humano é feito do ambiente em que vive, e que é gerado por necessidades básicas as quais motivam ou não para exercer determinadas tarefas, sejam as necessidades fisiológicas como alimentação, sono, atividade física, satisfação sexual, etc. Ou as necessidades psicológicas como segurança interna, participação, autoconfiança e afeição; necessidades de auto - realização como ímpeto para realizar o próprio potencial, estar em contínuo autodesenvolvimento, segundo a classificação feita por MOSCOVICI (2003). As referidas necessidades não satisfeitas também são causas de comportamento, ocasionando a desordem do indivíduo, como agressividade, reações emocionais, alimentação e apatia. A falta de vontade para realizar um bom exercício de seu trabalho, a perca do desejo de crescer, de progredir, ficando a imaginação em segundo plano, o pensamento se restringe tão somente em seu problema pessoal, prejudicando sua auto-realização no trabalho.

Conforme Chiavenato (2000, p. 128) “O homem se caracteriza por um padrão dual de comportamento, tanto pode cooperar como pode competir com os outros”. Irá cooperar quando seus objetivos ou metas poderão ser realizados através do esforço com o grupo, irá competir quando seus objetivos são disputados e pretendidos por outros.

Logo, percebe-se que os relacionamentos interpessoais dependerão das realizações e satisfações das necessidades individuais, mas também se percebe que muitas vezes o ser humano se comporta de forma dualista, podendo cooperar diante de uma situação ou competir, sentindo que seus objetivos estão ameaçados por outros do grupo.

Não se obtém e nem se pode exigir de uma equipe ou grupo, se este não estiver num patamar de comodidade e de condições para realização de suas necessidades essenciais. Mas, todavia acredita-se que quanto melhor e bem atendidas estas necessidades, melhor será o desempenho de sua equipe ou grupo.

O ambiente de trabalho constitui de duas partes distintas: a física (instalações, móveis, decoração, etc.) e a social (pessoas que o habitam). O desempenho da estrutura física é muito importante, pois é a possibilidade de se sentir confortável, assim sendo, resultando bem estar no trabalho. Quando todos se relacionam num clima de união e laços de amizade, o trabalho é mais rentável, havendo probabilidade de maior empatia entre os colaboradores e um maior comprometimento aos resultados.

Não havendo um ambiente físico que proporcione conforto ou bem estar para os colaboradores da empresa, estes se sentem prejudicados ou até mesmo desconfortáveis para realizar suas funções, não alcançando de maneira ágil e correta a realização de seu trabalho, ou até mesmo quando o ambiente do trabalho é influenciado por vários problemas sociais entre os colaboradores, prejudicando o andamento das tarefas a serem realizadas.

Relações Interpessoais nas Empresas

PASQUALOTTO,J.F.;RIBAS,M.F.

Page 4: 31 Ed3 CH RelacoesInt

4Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 3, nº1, março de 2008. ISSN 1980-6116

http://www.unicentro.br - Ciências Humanas

2.1. A Influência do Ambiente de Trabalho

Magalhães (1990, p. 51) afirma que o ambiente de trabalho e suas instalações:

[...] Influem no conforto social. Evidente, se tais elementos forem precários, ninguém trabalhará com moral elevado. Conforme a natureza do trabalho, exigir-se-á uma luminosidade, uma temperatura, um grau de umidade diferente, o que também deverá estar de acordo com a região onde se trabalha e a época do ano.

Muitas são as dificuldades observadas, mais relevante é a falta de objetivos pessoais entre os colaboradores, dificuldades em priorizar e assistir o outro. Todo ser humano é individual e único, portanto também reage de forma distinta a situações semelhantes. É de suma importância antes de responsabilizarmos os outros numa situação de conflito, analisar sua causa, observando se este provém de nosso temperamento ou de nossa formação. É difícil conhecer a si mesmo, a tendência é muitas vezes nos convence de que os erros provêm só dos outros.

Conforme o espaço físico e social, percebe-se que as pessoas sofrem influência do meio em que vivem, seja em suas emoções, sentimentos e ações de acordo com o conjunto que as cercam. No contexto da valorização do ser humano, a preocupação com seus sentimentos e emoções, e com a qualidade de vida, sabe-se que são fatores relevantes fazendo a diferença nas relações profissionais. O trabalho é a forma como o homem age reciprocamente, transformando o meio ambiente, onde estabelece relações interpessoais, que servem para reforçar sua identidade e sua contribuição.

De acordo com Bom Sucesso (1998, p. 38) “O autoconhecimento e o conhecimento do outro são componentes essenciais na compreensão de como a pessoa atua no trabalho, dificultando ou facilitando as relações”. É de grande importância que o ser humano conheça a si mesmo, como também conheça as pessoas com quem se relaciona no ambiente de trabalho. A partir disso, o ser humano tem condições de ter, manter e superar as diferenças de seus relacionamentos; buscando, dessa forma, estabelecer meios de facilitar a realização do trabalho.

Desde sempre a convivência humana é difícil e desafiante. Escritores e poetas, através dos tempos, têm abordado a problemática do relacionamento humano. Sartre em sua admirável peça teatral Huis Clos faz a famosa afirmação: “O inferno são os outros...”. O ser humano se relaciona freqüentemente, através de um processo amplo de comunicação, seja verbal ou não–verbal. Somos capazes de melhorarmos e de nos fazermos entender pelos outros; de nos julgarmos e julgar os outros; de nos aceitarmos e aceitar os outros, admitindo falhas e encontrando qualidade em nós e nos outros; alcançando um grau razoável de ansiedade, ajustada ao meio em que vivemos. Portanto, somos responsáveis pelo papel que cada um exerce em suas atividades.

A autora citada acima afirma que:

Relações Interpessoais nas Empresas

PASQUALOTTO,J.F.;RIBAS,M.F.

Page 5: 31 Ed3 CH RelacoesInt

5Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 3, nº1, março de 2008. ISSN 1980-6116

http://www.unicentro.br - Ciências Humanas

Além de constituir responsabilidade da empresa, qualidade de vida é uma conquista pessoal. O autoconhecimento é a descoberta do papel de cada um nas organizações, da postura facilitadora, empreendedora, passivas ou ativas, transformadoras ou conformistas é responsabilidade de todos.

É importante ter conhecimento das normas instituídas e as funções de cada um dentro da organização. Incentivar a liderança estabelecendo estratégia de percepção, definição de papéis dentro da organização, resolução de conflitos e tomada de decisões, desenvolvendo habilidades através de seleção de atividades e proporcionando normas de funcionamento do grupo construídas e compartilhadas com a participação de todos.

3. A IMPORTÂNCIA DA AUTO-ESTIMA NO TRABALHO

A auto-estima pode ser considerada responsável pelo sucesso ou não, observando que nosso viver é o reflexo das visões de nós mesmos. Ao enfrentarmos desafios nossa auto-estima eleva-se, nos capacitando aos desafios da vida, contribuindo para que se possa discernir e dominar os problemas, e supostamente viabilizar possíveis soluções.

Branden (1998, p. 8) comenta que “a auto-estima é a confiança em nosso direito de ser feliz, a sensação de que temos valor, de que somos merecedores, de que temos o direito de expressar nossas necessidades e desejos e de desfrutar os resultados de nossos esforços”. Ter e manter a auto-estima elevada é sentir-se completo e ajustado à vida.

É necessário descobrir-se para que os anseios mais íntimos se realizem, pois, a partir desse momento, o ser humano se descobre, passando a ser o próprio criador de seus atos. Auto-estima é a somatória de autoconfiança, de auto-respeito e de autoconhecimento.

Para Abranches (1997, p.11) “Os ambientes positivos são próprios de pessoas com mente determinada para a construção e o triunfo no amor, nos negócios ou sobre si mesmas”. Quanto maior for a auto-estima, mais preparado o ser humano estará para enfrentar as dificuldades da vida, a medida que se torna mais flexível, mais se torna ambicioso, resistindo muitas vezes à pressão do desespero e à derrota.

Não necessariamente somos lapidados na carreira ou assuntos financeiros, mas em experiências emocionais e criativas. Aumentam as probabilidades de mantermos relações mais saudáveis, inclinados para tratarmos os outros com respeito e boa vontade. Quando estamos bem conosco mesmo, tudo ao nosso redor reflete ou não, a produção do trabalho é maior, e a carga horária irá passar sem perceber, e os colaboradores não estarão ansiosos de chegar o horário para retirar-se do ambiente de trabalho.

Desenvolver a auto-estima é aumentar a nossa capacidade de ser feliz. Ponto necessário e essencial para a realização de cada um.Todo ser humano é importante e precisa valorizar-se. Assim sendo, transmite confiança ao seu redor, passando sentimentos de respeito, de atenção e carinho.

Relações Interpessoais nas Empresas

PASQUALOTTO,J.F.;RIBAS,M.F.

Page 6: 31 Ed3 CH RelacoesInt

6Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 3, nº1, março de 2008. ISSN 1980-6116

http://www.unicentro.br - Ciências Humanas

Há duas maneiras por meio das quais é possível elevar a auto-estima, gerando mais autoconfiança e auto-respeito: vivendo conscientemente, tendo em mente o que se faz para poder crescer profissionalmente e pessoalmente e analisando sempre o próprio comportamento. Uma vida bem sucedida depende do uso adequado de nossa inteligência, isto é, do conjunto de metas que estabelecemos e dos desafios que enfrentamos. “Uma atitude de auto-aceitação é precisamente o que o psicoterapeuta eficiente tenta despertar mesmo nas pessoas que tenham a pior auto-estima possível”. (Branden, 1998, p. 82). Pode–se aumentar a auto-estima, com auto-aceitação, autenticidade, responsabilidade, benevolência e integridade; deve-se lembrar que auto-estima não é determinada pelo mundo ou pela aparência física, pela popularidade ou por qualquer outro valor, independente de nossa vontade; e sim em função da racionalidade, honestidade e integridade que nos possibilita relações interpessoais saudáveis.

Saber fazer está intimamente ligado aos passos necessários para as pessoas aprenderem mais. Quando se fez bem, então ela sabe fazer. Querer fazer vincula-se à nossa motivação, ao nosso interesse, à nossa vontade. Quando isso acontece, superamos os obstáculos.

Ao agirmos na direção de fazer aquilo que é necessário, que vem da vontade, a auto-estima imediatamente flui, revigora e nos deixa fortes, potentes.

Todos podem e devem progredir melhorando a qualidade do pensamento, da fala, das ações e do direcionamento de suas potencialidades. Acontecendo isso, se observa o sentido do conhecimento, do interesse pelo progresso, do sucesso das pessoas.

É necessário aprender ou estar consciente de que somos responsáveis pelo que queremos, pelo que sentimos e pelo que somos.

“A motivação se refere ao comportamento que é causado por necessidades dentro do indivíduo, e que é dirigido em direção dos objetivos que possam satisfazer essas necessidades”. (Chiavenato 2002, p. 161)

4. ADMINISTRANDO OS CONFLITOS DENTRO DAS ORGANIZAÇÕES

Os conflitos são inevitáveis dentro do ambiente de trabalho, mas necessitam ser administrados e compreendidos de forma eficaz, para que não resultem em problemas sérios. Desde o mais simples desentendimento até a falta de entrosamento entre os setores que necessitam atuar de forma integrada.

Devemos nos abrir ao autoconhecimento e compreender que as organizações não esperam indefinidamente por mudanças pessoais.

“Reduz-se cada vez mais, a tolerância com atitudes destrutivas e posturas que estimulam conflitos, tornam o ambiente interno tóxico e com baixa qualidade de vida” (Bom Sucesso, 1997, p. 48). Há necessidade do líder estar sempre atento aos conflitos nas relações interpessoais, ao lado de seus colaboradores procurando resolver com a equipe qualquer questão.

Todas as pessoas têm suas expectativas, seus interesses, seus sonhos. Muitas vezes o

Relações Interpessoais nas Empresas

PASQUALOTTO,J.F.;RIBAS,M.F.

Page 7: 31 Ed3 CH RelacoesInt

7Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 3, nº1, março de 2008. ISSN 1980-6116

http://www.unicentro.br - Ciências Humanas

processo do conhecimento e das informações, conduz à uma ação lógica, induzindo o ser humano a fazer o que se acredita, que lhe convém ou que lhe interessa, não necessariamente ao que é legal, ético e saudável.

Portanto, o essencial que falta para assegurar tal atitude ou comportamento, é a avaliação das conseqüências das ações para o outro, colegas de trabalho, a empresa, isto é, é fundamental um alto questionamento que sobrepõe as conveniências pessoais.

Deve-se aprender a conciliar os interesses pessoais (comprometimento com a empresa) com interesses organizacionais.

Conforme Moscovici (2003, p. 6):

Suas conseqüências poderão ser positivas ou negativas, construtivas ou destrutivas, em decorrência do grau de aprofundamento e intensidade, da duração, do contexto, da oportunidade e do modo como ele é enfrentando e administrado.

Se por inúmeras causas, o trabalho de equipe é prejudicado, se o rendimento baixa, ou se até a produção pára, cabe ao líder criar e transformar um ambiente de trabalho onde a convivência, compreensão e laços de amizade seja na regra a obedecer, resultando num rendimento satisfatório do grupo.

As diferenças individuais são as percepções, expectativas e visões diferenciadas, envolvendo valores que nos levam às divergências e às oposições.

Conflitos necessitam serem administrados. Assim sendo, muitos deles poderiam ser evitados, se o mal entendido fosse objeto de conversa e se o comportamento empático for realizado.

Dependendo da falta de visão global da organização originam-se situações conflituosas, donde preocupa-se com determinado interesse esquecendo-se da parte que requer maior ênfase.

Cabe aos lideres, que conduzem a força estratégica, comandando e estimulando as pessoas do mesmo grupo ou da mesma organização para que se unam, usarem o sentido cooperativo, em função das ameaças, simbolizadas pelas forças competitivas que normalmente se canalizam para fora das empresas ou dos grupos.

Para Moscovici (2003, p. 47):

“O relacionamento interpessoal entre o líder e os membros do grupo é um dos fatores mais relevantes na facilitação ou obstância de um clima de confiança, respeito que possibilite relações de harmonia e cooperação”.

A comunicação é mais fácil quando nos colocamos no lugar das outras pessoas. É necessário ouvir e responder com empatia.

Relações Interpessoais nas Empresas

PASQUALOTTO,J.F.;RIBAS,M.F.

Page 8: 31 Ed3 CH RelacoesInt

8Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 3, nº1, março de 2008. ISSN 1980-6116

http://www.unicentro.br - Ciências Humanas

O sentido de participação e de interesse do grupo de trabalho está intimamente ligado ao jeito da chefia. Se desejamos colaboradores participativos, entusiasmados, é preciso pedirmos ajuda para solucionar problemas (idéias, sugestões e ações).

Há necessidade de reeducar emocionalmente as pessoas e propor uma mudança, através de reuniões realizadas pelos líderes, fazendo com que cada um dos colaboradores fale sobre seus sentimentos e não sobre as atitudes dos outros, ou seja, incentivar o indivíduo a conhecer e a importar-se mais com sua produtividade e suas atitudes perante o grupo.

“Há muitas maneiras de lidar com os inevitáveis conflitos, desde a simples negação até a resolução adequada. O primeiro passo consiste em admitir que existe um conflito e que é preciso enfrentá-lo”. Moscovici (2003, p. 7)

Neste caso, defendemos que é preciso tentar resolver da melhor maneira possível as situações conflituosas sem deixar ressentimentos e mágoas para não haver um clima de desarmonia, e que pode causar um baixo rendimento no trabalho.

Dentro da organização, os projetos setoriais precisam ser conhecidos por todos. Sendo assim, este estilo de liderança previne conflitos e impede que a rede informal determine o clima e a motivação das pessoas, fazendo com que o ambiente de trabalho torne-se mais harmonioso e rentável.

Segundo Moscovici (2003, p. 12):

“Os conflitos são inerentes à vida em grupo. A escassez de recursos para satisfazer todas as necessidades e desejos individuais, principalmente de poder e afetividade, gera conflitos interpessoais, entre os membros do grupo”,

É preciso prestar mais atenção no que as pessoas dizem e na forma como elas fazem isso.

O feedback constante sobre o desempenho relativo às metas mantém um alto nível de interesse do grupo. As pessoas podem errar e, havendo necessidade, deve-se chamar a atenção.

Os líderes precisam conhecer os membros de suas equipes e desenvolver a coragem de intervir com sinceridade, firmeza e clareza.

Weil (1971), nos propõe dez mandamentos a serem observados pelos membros de um grupo.

1º) Respeitar o próximo como ser humano;2º) Evitar cortar a palavra a quem fala, esperar sua vez;3º) Controlar as suas reações agressivas, evitando ser indelicado ou irônico;4º) Evitar o “pular” por cima de seu chefe imediato, quando o fizer dar explicação;5º) Procurar conhecer melhor os membros de seu grupo, a fim de compreendê-los;

Relações Interpessoais nas Empresas

PASQUALOTTO,J.F.;RIBAS,M.F.

Page 9: 31 Ed3 CH RelacoesInt

9Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 3, nº1, março de 2008. ISSN 1980-6116

http://www.unicentro.br - Ciências Humanas

6º) Evitar o tomar a responsabilidade atribuída a outro, a não ser a pedido deste ou em caso de emergência;7º) Procurar a causa das suas antipatias a fim de vencê-las;8º) Estar sempre sorridente;9º) Procurar definir bem o sentido das palavras no caso de discussões em grupo, para evitar mal entendido;10º) Ser modesto nas discussões, pensar que talvez o outro tenha razão e, se não, procurar compreender-lhe as razões;

Nos setores onde houver necessidade, estas são algumas sugestões dadas que podem ser observadas, analisadas e aplicadas dentro das organizações.

Nas empresas, a liderança deve conciliar os interesses pessoais com os interesses organizacionais porque todas as pessoas no íntimo desejam algo. Multiplicando competências, crescimento e bem estar dividem-se sentimentos, pessoas e equipe.

Certamente o gestor terá colaboradores muito mais comprometidos, motivados, felizes e, conseqüentemente, mais produtivos.

5. A SUBSTITUIÇÃO DO HOMEM PELA MÁQUINA

Na era da modernidade, competitividade, produtividade e lucratividade são elementos presentes onde se enquadra a figura humana, o colaborador com suas necessidades, restrições e bem estar. Mesmo hoje, quando se pratica a gestão de pessoas, ainda temos empresas que utilizam gestão de recursos Sub-Humanos, com funcionários sujeitos a mais de dez horas de trabalho diário e péssimas condições do trabalho (Di Lascio, 2001, p.11).

Com o início da Revolução Industrial, as organizações tornaram-se amplas e complexas, trazendo em conseqüências um avanço tecnológico, visando a maior lucratividade e à produtividade, momento no qual já não há muita identificação do homem como produto de seu trabalho. Devido a isso, percebem-se as amarras da tecnologia diante dos lares e dos locais de trabalho, de modo que essa tecnologia torna o ser humano bitolado, individualista e restrito em seus relacionamentos, eximindo sua criatividade, imaginação, percepção e espontaneidade.

Di Lascio (2001, p. 11) nos diz:

“Queremos que o trabalho se transforme em fonte de prazer e bem estar e não de pesadelo. Ser humano trabalhador, sempre terá para nós muito mais valor que e tecnologia, a máquina ou o computador, já que não existe nada que o substitua, por mais que tentem”.

O ritmo das máquinas impõe um novo ritmo e um novo tempo para o ser humano, de maneira que esse vai deixando de lado sua capacidade criadora.

O produto deixa de ser fruto direto do produtor individual, convertendo-se em

Relações Interpessoais nas Empresas

PASQUALOTTO,J.F.;RIBAS,M.F.

Page 10: 31 Ed3 CH RelacoesInt

10Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 3, nº1, março de 2008. ISSN 1980-6116

http://www.unicentro.br - Ciências Humanas

produto social, em produto comum de um operário coletivo. Para trabalhar a produtividade já não é necessária uma intervenção manual direta no

trabalho; basta executar qualquer das funções desdobradas.Com a globalização e a tecnologia, confunde-se o homem uns aos outros. Força-se o

homem a abandonar o hábito de dados classificados para usar o sistema de identificação de padrões.

Há tempos atrás, a problemática era inventar novas maneiras ou formas de economizar trabalho. Hoje o problema inverteu-se. Temos que nos ajustar e não mais inventar.

Na atualidade, ironicamente protestamos contra o desperdício de recursos naturais. São gastos milhões para proteger ou preservar tais riquezas. Em contrapartida, as autoridades não estão se preocupando com o próprio desperdício humano, isto é, desperdício da capacidade, habilidade e talentos, o enorme desperdício e nossos próprios recursos pessoais.

Somos uma fonte inesgotável destes recursos, e para que eles funcionem, ajudando-nos a conquistar novas metas, são fundamentais reconhecimento e decisão de usá-los através do esforço individual.

De acordo com Dimitrius e Mazzarella (2000. p. 68):

“Na vida moderna a deterioração tanto quanto dos valores humanos é nítidos. Cresce continuamente a solidão nas grandes cidades, tornando-se motivo de sofrimento para muita gente. De outro lado, os grandes valores eternos da humanidade: a beleza, a verdade, o amor..., estão sendo eliminados, oprimidos pela tecnologia e frieza de uma certa ciência fundamentada num cartesianismo já quase obsoleto”.

Os mesmos avanços da tecnologia nos permitem um acesso extraordinário aos outros, mas fizeram com que as conversas presenciais passassem a ser relativamente raras. Já não se reúne pessoalmente com o cliente, pois podemos nos comunicar ou ligar para ele, enviando um e-mail, um fax, ou deixar simplesmente recado na secretária eletrônica.

Perdeu-se o contato direto com o ser humano, muitas vezes na realização de negócios usa-se esses recursos.

De acordo com Schweitzer (1948, apud MESQUITA, 1978, p. 49), [...] as afinidades com nosso próximo desapareceram a caminho franco da desumanização. A idéia de que a pessoa como pessoa nos deva interessar periclita; periclitam também com ela a cultura e a moral. Daí caminhamos para desumanização completa da vida. Isso é questão apenas de tempo.

Há uma necessidade da presença do homem para a realização do trabalho por completo. O ser humano necessita de uma atenção, de um tratamento diferenciado para sentir-se valorizado e realizar seu trabalho com mais afinco. É ilusão pensar que a vida em grupo

Relações Interpessoais nas Empresas

PASQUALOTTO,J.F.;RIBAS,M.F.

Page 11: 31 Ed3 CH RelacoesInt

11Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 3, nº1, março de 2008. ISSN 1980-6116

http://www.unicentro.br - Ciências Humanas

consiste simplesmente, em unir indivíduos com a finalidade de atingir um objetivo comum. Weil (1971) propõe que o estudo do fator humano nas organizações seja dividido

em três partes iguais.1) Adaptação do homem ao trabalho: é possível, com facilidade, por meios de

exames médicos psicológicos, classificando-o em função das suas aptidões, gostos, interesses e personalidade. Por outro lado, torna-o mais feliz e a organização mais produtiva, onde a promoção e o aperfeiçoamento do pessoal constitui excelente estímulo para os que queiram progredir na vida.

2) Adaptação do trabalho ao homem: no ambiente físico de trabalho, a maquinaria, as instalações, devem ser pintadas de cores vivas (verde ou amarelo). Já as cores escuras, deprimem e provocam diminuição de rendimento, e, ao longo do tempo, provocam cansaço e irritação.

3) Adaptação do homem ao homem: primeiramente o ambiente deve ser de respeito humano e confiança mútua. Nos tempos atuais, o homem tem a sensação constante de estar sendo ultrapassado e sempre perdendo algo. Isso faz crescer a necessidade de renovar conhecimentos, valores, pontos de vista. Os ambientes de trabalho e as suas tarefas têm que se ajustar tanto à tecnologia quanto às pessoas.

Segundo Davis e Newstrom (1992, p.105): “A tecnologia não destrói empregos por todo o tempo, mas cria diferentes oportunidades para as quais os trabalhadores ainda não se encontram preparados”.

É de suma necessidade que as pessoas estejam cientes que a tecnologia é uma poderosa ferramenta, tanto econômica quanto social, trazendo benefícios substanciais à sociedade, cuja tendência é a de exigir trabalhadores mais experientes e funcionários multiprofissionais, colaboradores que tenham conhecimentos em várias áreas de trabalho e sensibilidade nos relacionamentos.

Acontecendo isso, o ser humano passa a idéia de um ser com sentimento, não simplesmente como um número ou um cargo numa organização. A humanidade sempre viveu das emoções. O ser humano fez muitas experiências, criou e descobriu inúmeras coisas, e ao longo do tempo, adquiriu conhecimentos, criou a técnica e com ela a tecnologia.

Saber trabalhar em equipe juntamente com os avanços tecnológicos é fundamental em nossos dias, haja vista que os avanços foram muito aquém da imaginação do homem.

6. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Numa equipe de trabalho, é necessário tempo para que seus membros possam se ajustar às diferenças individuais de percepção, forma de trabalhar e relações. Realizando isso, dá-se o primeiro passo em direção à produtividade da equipe; as diferenças são colocadas a serviço do coletivo.

O sucesso de uma empresa inicia por alguém e está diretamente ligado ao potencial de toda equipe. Deve haver parceria com os colegas de trabalho, unindo características pessoais e profissionais; resultando assim maior dedicação, flexibilidade e força de vontade

Relações Interpessoais nas Empresas

PASQUALOTTO,J.F.;RIBAS,M.F.

Page 12: 31 Ed3 CH RelacoesInt

12Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 3, nº1, março de 2008. ISSN 1980-6116

http://www.unicentro.br - Ciências Humanas

para que o relacionamento seja bem sucedido. Baseando-se nesses fatos, foram realizadas visitas a empresas de Coronel Vivida –

PR - para realizar uma pesquisa de campo, de cunho qualitativo, quando foi aplicado um questionário sobre relações interpessoais. Após os sujeitos da pesquisa responderem as questões, foram analisadas cada resposta e comparadas com os autores estudados.

6. 1. O que Pensam as Empresas da Cidade de Coronel Vivida/PR sobre Relações Interpessoais.

QUADRO Nº 1Questão nº 1 – Você julga necessário ter um bom relacionamento com sua equipe de trabalho?

EMPRESA RESPOSTANº 1 SimNº 2 SimNº 3 SempreNº 4 SimNº 5 SimNº 6 sim

Nesta questão foi possível observar que as empresas buscam desenvolver um bom relacionamento com sua equipe, pois não realizando o mesmo não há um bom resultado.

Como constata Chiavenato (2000), o homem se caracteriza por um padrão dual de comportamento; tanto pode cooperar como pode competir com os outros. Ele coopera quando seus objetivos individuais dependem de um esforço coletivo. Compete quando seus objetivos são disputados e pretendidos por outros. O bom relacionamento não deve ser praticado somente quando favorece alguém e sim em todas as situações. O ser humano mantém um relacionamento, independente do local e com quem se relaciona, através da cordialidade nos diversos ambientes em que freqüenta, realizando tarefas solicitadas sentindo e demonstrando interesse pelas pessoas e solicitando aos subordinados trabalhos desafiantes à capacidade daqueles. Convive bem, resultando em respeito e estima independendo da função que exerce.

Relações Interpessoais nas Empresas

PASQUALOTTO,J.F.;RIBAS,M.F.

Page 13: 31 Ed3 CH RelacoesInt

13Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 3, nº1, março de 2008. ISSN 1980-6116

http://www.unicentro.br - Ciências Humanas

QUADRO Nº 2Questão nº 2 – A empresa onde atua, incentiva os colaboradores a participarem de treinamentos, visando melhorar o autoconhecimento e relacionamento entre a equipe de trabalho?

EMPRESA RESPOSTANº 1 SempreNº 2 SempreNº 3 SimNº 4 SimNº 5 SimNº 6 Sim

Em relação a realização de treinamentos ou reuniões sobre autoconhecimento e relacionamento, todas julgam importante e fundamental a realização de reuniões com os colaboradores, para que tenham bom relacionamento.Como ressalta Bom Sucesso (1998, p. 38), o autoconhecimento e o conhecimento do outro são elementos fundamentais para compreender como uma pessoa atua no trabalho, dificultando ou facilitando as relações, destacando a falta de objetivos pessoais.

Para ter um bom relacionamento a pessoa precisa se conhecer, para saber ouvir, compreender as situações do ambiente de trabalho, respeitando colegas com quem convive no cotidiano.

QUADRO Nº 3Questão nº 3 – Diante das dificuldades encontradas, você costuma ouvir com atenção a equipe de trabalho?

EMPRESA RESPOSTANº 1 SempreNº 2 SimNº 3 SempreNº 4 SimNº 5 SimNº 6 Sim

Questionando as empresas sobre a forma como os líderes ouvem sua equipe em relação às dificuldades encontradas no ambiente de trabalho, foi constatado que essas procuram estar ouvindo seus colaboradores, buscando as soluções para os problemas.

Moscovici (2003) destaca que o relacionamento interpessoal entre o líder e os membros do grupo é um dos fatores de grande relevância para estabelecer um clima de confiança e respeito, possibilitando relações de harmonia e cooperação.

Relações Interpessoais nas Empresas

PASQUALOTTO,J.F.;RIBAS,M.F.

Page 14: 31 Ed3 CH RelacoesInt

14Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 3, nº1, março de 2008. ISSN 1980-6116

http://www.unicentro.br - Ciências Humanas

Para a referida autora, é de suma importância, pois só assim poderão formar um ambiente propício ao trabalho e ao convívio saudável.

QUADRO Nº 4Questão nº 4 – Você busca solucionar os conflitos na empresa entre os colaboradores?

EMPRESA RESPOSTANº 1 SimNº 2 SimNº 3 SimNº 4 SimNº 5 simNº 6 Sim

Em relação aos conflitos que surgem na empresa, todos buscam solucionar os problemas, alguns em particular com as pessoas envolvidas, buscando ouvir ambas as partes, e outros realizam reuniões com toda a equipe de trabalho.

Enfatiza Moscovici (2003), que há muitas maneiras de lidar com os inevitáveis conflitos. O líder deve investigar onde iniciou o conflito e procurar solucionar, não prejudicando o relacionamento de toda a sua equipe, sem ressentimento, mágoas, e sem causar desmotivação das pessoas envolvidas no conflito.

QUADRO Nº 5Questão nº 5 – Você considera importante todos de sua equipe manterem sua auto - estima elevada para que haja um bom desempenho?

EMPRESA RESPOSTANº 1 SimNº 2 SimNº 3 SimNº 4 SimNº 5 SimNº 6 Sim

Em relação à auto-estima elevada observa-se que 100% dos entrevistados consideram importante trabalhar esse aspecto com seus colaboradores para haver um bom desempenho.

De acordo com Branden (1998), a auto-estima é a confiança em nosso direito de ser feliz, de expressar nossas necessidades e desejos e desfrutar os resultados obtidos com

Relações Interpessoais nas Empresas

PASQUALOTTO,J.F.;RIBAS,M.F.

Page 15: 31 Ed3 CH RelacoesInt

15Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 3, nº1, março de 2008. ISSN 1980-6116

http://www.unicentro.br - Ciências Humanas

esforços próprios. Dessa forma constata-se que as empresas que consideram importante trabalhar a auto-estima com seus colaboradores, desfrutam de satisfatórios resultados.

7. CONCLUSÃO

Considerando que o relacionamento dentro de uma organização ou em qualquer outro segmento social é um fator de grande importância para que se obtenha resultado positivo, é válido ressaltar a necessidade dos líderes terem um bom relacionamento com seus colaboradores para que haja um ótimo rendimento, devendo esses trabalharem em equipe, para assim obterem os resultados desejados.

Para que essa produção se realize, é necessário aos líderes estarem sempre proporcionando aos colaboradores espaços que os últimos exponham suas idéias, envolvam-se em treinamentos de trabalho aprimorando seus conhecimentos e em conseqüência obtendo melhor desempenho em suas funções.

Destacamos, assim, a importância da chefia manter um bom relacionamento interpessoal, seja ouvindo seus colaboradores na solução dos conflitos existentes no ambiente de trabalho, seja proporcionando assim um ambiente harmonioso ou ainda viabilizando bem estar e integridade de confiança e respeito. As idéias inovadoras são geralmente conseqüência de pontos de vista conflituosos, de modo que é necessário discutir esses pontos de vista abertamente, favorecendo a expressão individual de cada membro do grupo em busca de melhores decisões.

No que se refere à auto-estima, fator inerente para o bom desempenho das tarefas realizadas e a realizar, dentro dos mais variados setores organizacionais, os colaboradores devem ter a auto-estima elevada, pois sem esta o rendimento do trabalho e também o convício torna deficitário.

O trabalho realizado possibilitou análise através da pesquisa de que há uma grande necessidade de trabalhar em equipe, um colaborando com o outro e assim tendem a obter o sucesso desejado.

Para se obter bons resultados, é necessário que os aspectos comportamentais sejam relevantes, pois todos necessitam de um bom relacionamento, pela existência de várias pessoas envolvidas; grupos em uma organização, grupos de estudo ou grupos familiares.

As organizações são compostas pelo ser humano que nelas vivem, portanto, são aquelas capazes de unir as responsabilidades e a capacidade de aprender de cada um, ou seja, onde todos aprendem juntos, oportunizando o crescimento profissional.

Cabe às organizações promoverem o desenvolvimento de habilidades técnicas, pessoais e profissionais, buscando a valorização do ser humano e a melhoria das relações interpessoais nas organizações.

Na atualidade, centraliza-se o momento de transformação, momento em que se repensam os valores e principalmente criam-se condições para o crescimento do ser humano, buscando através disso um novo direcionamento para si e para a organização. É reconhecida a necessidade da presença do homem para a realização completa do trabalho, mesmo na

Relações Interpessoais nas Empresas

PASQUALOTTO,J.F.;RIBAS,M.F.

Page 16: 31 Ed3 CH RelacoesInt

16Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 3, nº1, março de 2008. ISSN 1980-6116

http://www.unicentro.br - Ciências Humanas

modernidade quando a tecnologia impõe a existência da máquina para substituí-lo.Em nossos dias, não é fácil manter uma vida com qualidade, em um mundo

desprovido de paz e tranqüilidade, dominado pela fadiga e tensão. O ser humano permanece mais tempo no ambiente de trabalho do que em seus lares, e mesmo assim não se conscientizou de como é importante estar em um ambiente saudável, e o quanto isto depende de cada um.

Relacionar-se é dar e receber ao mesmo tempo, ou seja, é estar aberto para o novo. É a capacidade de escolher, de desenvolver uma visão para nós mesmos, reescrevendo nossa vida, iniciando um novo hábito ou abandonando um antigo.

8. REFERÊNCIAS

ABRANCHES, N. Aumente sua auto-estima e transforme sua vida. São Paulo: Paulinas, 1997.

BOM SUCESSO, E. P. Trabalho e qualidade de vida. Rio de Janeiro: Qualimark / Dunyoa, 1998.

BRANDEN, N. O poder da auto-estima. 8ª ed. São Paulo. Saraiva, 1998.

CAMPOS, D. M. de S. Psicologia e Desenvolvimento Humano. Rio de Janeiro: 2ª ed, Vozes, 2001.

CARVALHO, I. M. Introdução à Psicologia das Relações Humanas. Rio de Janeiro, 5ª ed, Fundação Getulio Vargas, 1969.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da Administração. 6ª ed. São Paulo. Campus, 2000.

DAVIS, K. & NEWSTROM, J. W. Comportamento Humano no Trabalho uma abordagem organizacional. Volume 2. São Paulo. Pioneira, 1992.

DI LASCIO, C. H. R. A Psicologia no Trabalho e Cotidiano. São Paulo. Atual Editora Ltda, 2001.

DIMITRIUS, J. E. & MAZZARELLA, M. Decifrar Pessoas. São Paulo. Alegro, 17ª ed. 2000.

GARDNER, H. Inteligências Múltiplas. Porto Alegre, Artmed, 2000.

GOLEMAN, D. Inteligência Emocional. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001.

Relações Interpessoais nas Empresas

PASQUALOTTO,J.F.;RIBAS,M.F.

Page 17: 31 Ed3 CH RelacoesInt

17Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 3, nº1, março de 2008. ISSN 1980-6116

http://www.unicentro.br - Ciências Humanas

MOSCOVICI, F. A organização por trás do espelho: reflexos e reflexões. Rio de Janeiro: José Olympio, 2ª ed, 2003.

MOSCOVICI, F. Equipe dá certa: a multiplicação do talento humano. Rio de Janeiro: José Olympio, 8ª ed, 2003.

WEIL, P. Relações Humanas na Família e no trabalho. Rio de Janeiro, 52ª ed. Vozes, 1971.

9. APÊNDICE

Modelo do questionário entregue aos líderes de seis empresas para serem preenchidos com respostas objetivas e descritivas conforme a argumentação da pergunta em questão. A pesquisa foi realizada em seis empresas na Cidade de Coronel Vivida – PR.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE – UNICENTROCAMPUS AVANÇADO DE CHOPINZINHOPÓS GRADUANDA: JOCÊNIA FRANÇA PASQUALOTTOCURSO: PEDAGOGIA EMPRESARIALTÍTULO: RELAÇÕES INTERPESSOAIS NAS ORGANIZAÇÕES

Questõessim sempre não nunca

1- Você julga necessário ter um bom relacionamento com sua equipe de trabalho?

2- A empresa onde atua, incentiva os colaboradores a participarem de treinamentos, visando melhorar o autoconhecimento e relacionamento entre a equipe de trabalho?3- Diante das dificuldades encontradas, você costuma ouvir com atenção a equipe de trabalho?

4- Você busca solucionar os conflitos na empresa entre os colaboradores?

5- Você considera importante todos de sua equipe manterem sua auto-estima elevada para que haja um bom desempenho?

Relações Interpessoais nas Empresas

PASQUALOTTO,J.F.;RIBAS,M.F.