3. Sistema Cardiovascular Parte II

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  • 115Slvia Gonalves - ESTM

    O Corao dos Mamferos Constitudo por tecido muscular cardaco

    Aurculas: paredes mais finas; Ventrculos: parede mais grossa.

    Lado direito: bombeia para a circulao pulmonar; Lado esquerdo: bombeia para a circulao sistmica.

    4 vlvulas, constitudas por tecido conjuntivo, que evitam o retorno do sangue:

    Vlvulas atrioventriculares Vlvulas semilunares ou sigmides

    O corao contrai e relaxa alternadamente, num ciclo rtmico quando contrai (sstole) bombeia sangue e quando relaxa (distole) enche-se de sangue.

    Sstole + Distole = Ciclo Cardaco

    Dbito cardaco: volume de sangue/min que o ventrculo esquerdo bombeia para a circulao sistmica. Dependente de: pulsao (taxa de contraco) e volume de sangue que sai em cada contraco (mdia 75ml).

    70 pulsaes/min = 5,25 L/min Vtotal de sangue no corpo humano

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    Manuteno do ritmo de batimento cardacoA manuteno da funo cardaca crucial sobrevivncia. Vrios mecanismos asseguram a continuidade e o controlo do batimento cardaco e do seu ritmo.

    1) O ndulo sinoauricular (pacemaker) regula o batimento cardaco ao produzir sinais elctricos similares aos nervosos;

    2) Os sinais espalham-se pelas 2 aurculas (contraco simultnea). Chegam ao ndulo atrioventricular, onde so retidos durante 0.1s (relaxamento simultneo dos ventrculos);

    3) Os sinais so conduzidos at ao vrtice do corao pelo Sistema de Purkinje (fibras musculares especializadas);

    4) Os sinais so transportados pela paredes dos ventrculos, estimulando uma contraco poderosa e simultnea dos 2 ventrculos.

  • 217Slvia Gonalves - ESTM

    Manuteno do ritmo de batimento cardacoO pacemaker do corao (ndulo SA) define o ritmo dos batimentos cardacos, mas pode ser influenciado por alguns factores:

    Nervo do S.N. simptico aumenta o ritmo de batimento cardaco Nervo do S.N. parassimptico diminui o ritmo de batimento cardaco Hormonas exemplo: epinefrina (segregada pelas glndulas supra-renais) promove o aumento do ritmo cardaco Temperatura corporal um aumento de 1C implica um aumento de 10 pulsaes/min! Exerccio

    Os pacemakers podem ser de 2 tipos: Miognicos constitudos por clulas musculares. Pode apresentar vrias clulas com capacidade de induzir o ritmo prevalece a clula ou grupo de clulas com actividade intrnseca mais rpida.

    Neurognicos constitudo por clulas nervosas que formam um gnglio cardaco.Se removido, o corao do animal deixa de bater, embora o gnglio permanea activo.

    Vertebrados, moluscos e outros invertebrados

    Crustceos decpodes

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    Diferenas estruturais de artrias, veias e capilaresTodos os vasos sanguneos so constitudos por tecidos similares, apresentando um padro de constituio similar.

    As diferenas estruturais observadas nas paredes dos vasos esto relacionadas com as suas funes:

    Capilares: no tm as 2 camadas exteriores facilita a troca de substncias entre o sangue e o fluido intersticial

    Artrias: as 2 camadas exteriores so mais espessas do que nas veias o sangue circula a velocidades e presses distintas nestes 2 tipos de vasos

  • 319Slvia Gonalves - ESTM

    3.4 Mecanismos do fluxo sanguneoVelocidade do fluxo sanguneo O sangue desloca-se muito mais rpido na aorta (cerca de 50cm/s) do que nos capilares (cerca de 0,026cm/s) Lei da continuidade determina o fluxo de fluidos em tubos

    rea de seco total dos capilares > rea de seco total das artrias ou veias

    Velocidade do sangue nas arterolas e ainda mais nas redes de capilares

    Redes de capilares:Velocidade reduzida + estrutura dos vasos = aumentam a troca de substncias entre o sangue e o fluido intersticial

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    3.4 Mecanismos do fluxo sanguneoPresso sangunea a fora hidrosttica que o sangue exerce sobre a parede dos vasos sanguneos. Muito maior nas artrias do que nas veias Atinge o seu mximo nas artrias junto ao corao, durante a sstole ventricular Impele o sangue desde o corao at s redes de capilares

    Durante a sstole ventricular: o sangue entra nas artrias a uma velocidade maior do que aquela a que consegue sair artrias dilatam!

    Resistncia perifrica o menor calibre das arterolas relativamente s artrias, fora o sangue a deixar as artrias a uma velocidade mais baixa.

    Trabalho elstico das artrias contraria a resistncia perifrica existe presso sangunea mesmo durante a distole e o sangue circula continuamente!

  • 421Slvia Gonalves - ESTM

    3.4 Mecanismos do fluxo sanguneoA presso sangunea determinada pelo dbito cardaco e pelo grau de resistncia perifrica ao fluxo sanguneo nas arterolas: A contraco do msculo liso nas arterolas aumenta a resistncia perifrica ao fluxo, aumentando a Psangunea nas artrias O relaxamento do msculo liso nas arterolas dilata-as, aumentando o fluxo e diminuindo a Psangunea nas artrias

    Impulsos nervosos, hormonas e outros sinais controlam este msculo liso

    Nos grandes animais terrestres, a gravidade tambm afecta a Psangunea Quando o sangue chega s veias a sua P muito baixa e no afectada pelo corao. Como regressa ao corao?

    Contraces rtmicas do msculo liso de vnulas e veias Vlvulas unidireccionais nas veias Actividade dos msculos esquelticos Movimentos respiratrios do diafragma (P negativa)

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    3.4 Mecanismos do fluxo sanguneoFluxo sanguneo atravs das redes de capilaresApenas 5 a 10% dos capilares tm sangue num determinado momento. Porm, crebro, fgado, rins e corao so rgos sempre bem irrigados. A distribuio do sangue pelas redes capilares regulada por:

    Dilatao e contraco do musculo liso das arterolas

    Esfncteres pr-capilares anis de msculo liso presentes em determinados capilares e que abrem ou fecham determinados circuitos

  • 523Slvia Gonalves - ESTM

    3.4 Mecanismos do fluxo sanguneoAs trocas nos capilares O2 e CO2 difundem-se atravs das membranas das clulas endoteliais dos capilares Algumas substncias podem ser transportadas atravs das clulas endoteliais por endocitose num lado da clula, seguida de exocitose no lado oposto Molculas de grande dimenso (ex: protenas plasmticas) e clulas sanguneas permanecem nos capilares Ocorre ainda algum transporte por difuso atravs dos espaos existentes entre clulas adjacentes, graas presso sangunea nos capilares fora o lquido (gua + pequenos solutos: aucares, sais, ureia) atravs destes espaos!

    Movimento de fluido entre os capilares e o fluido intersticial

    Perda lquida de fluido no incio das redes capilares, junto s arterolas

    O gradiente osmtico criado pela sada de fluido acentua-se na zona terminal da rede de capilares reentrada de fluido para a rede capilar junto s vnulas

    85% do fluido inicial regressa ao sangue15% devolvidos pelo sistema linftico

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    Distribuio do fluxo sanguneoO sangue no se encontra distribudo uniformemente no corpo de uma animal. Alguns rgos recebem mais sangue do que outros.

    Embora representem apenas cerca de 5% do peso do corpo, os 4 rgos mais irrigados recebem mais de do dbito cardaco

    Considerando o tamanho do rgo, os rins recebem mais sangue do que qualquer outro rgo do corpo

    Rins recebem 100x mais sangue do que os msculos em repouso, tendo em conta os seus pesos

    A distribuio do fluxo sanguneo no esttica, modificando-se de acordo com o estado em que o organismo se encontra (exs: exerccio versus repouso, temperatura corporal)

  • 625Slvia Gonalves - ESTM

    Circulao durante o exerccioA actividade muscular aumenta as necessidades em O2, aumentando assim a quantidade de O2 que o corao tem de distribuir pelos tecidos. Soluo?

    1. Aumentar a quantidade de O2 distribudo por cada volume de sangue Em repouso, a extraco de O2 do sangue arterial de apenas 25%. Durante o exerccio, a extraco deste gs do sangue arterial chega aos 80-90%.

    2. Aumentar o volume de sangue bombeado pelo corao (dbito cardaco) Aumentando o ritmo cardaco

    (pode chegar aos 200 bat/min versus 70 bat/min)

    Aumentando o volume de sangue que sai em cada contraco cardaca

    (pode exceder os 100ml versus 75ml)

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    3.5 A circulao nos VertebradosCada classe de vertebrados apresenta um tipo uniforme de circulao. Verificam-se diferenas claras entre os vertebrados que respiram ar e os que respiram na gua. A colonizao do ambiente terrestre tornou a circulao mais complexa:

    Vertebrados que respiram ar tm a circulao sistmica separada da pulmonar

    A circulao pulmonar de Aves e Mamferos mantida a Psanguneas mais baixas que a sistmica existncia de 2 sries de cmaras cardacas em paralelo, completamente separadas.

    Vantagens da elevada Psangunea:Tempo rpido de passagem do sangue + alteraes bruscas do fluxo nos capilares

    Pulmes dos MamferosO fluxo capilar mantido a baixas presses reduz a necessidade de drenagem linftica e evita a formao de grandes espaos extracelulares com lquido, diminuindo assim as distncias de difuso entre o ar e o sangue.

    Aumenta a capacidade de transferncia de gases dos pulmes

  • 727Slvia Gonalves - ESTM

    3.5 A circulao nos VertebradosCorao divididoVantagem: o fluxo de sangue para os pulmes e para o resto do organismo pode ser mantido a diferentes presses

    Desvantagem: para evitar mudanas no volume de sangue em cada 1 dos 2 circuitos, o dbito cardaco tem de ser o mesmo nos 2 lados do corao, independentemente das necessidades de cada circuito.

    Corao no divididoOs anfbios, rpteis, embries de aves e fetos dos mamferos possuem um ventrculo no dividido e outros mecanismos que lhes permitem desviar o sangue de uma circulao para a outra.

    Os desvios resultam no movimento de sangue do lado direito (pulmonar) para o esquerdo (sistmica) do corao, quando as transferncias de gases nos pulmes so reduzidas

    A mesma presso tem de ser mantida nos 2 circuitos!

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    3.5 A circulao nos Vertebrados

    PeixesPara alm das 2 cmaras cardacas dispostas em srie (aurcula + ventrculo) que formam o corao, os peixes apresentam ainda 2 outras cmaras acessrias:

    Seio Venoso situado antes da aurcula

    Cone ou Bulbo Arterial situado aps o ventrculo

    Cone arterial desenvolvimento do msculo cardaco que contem tambm vlvulas. Elasmobrnquios

    Bulbo arterial zona musculada da aorta. Telesteos

  • 829Slvia Gonalves - ESTM

    3.6 A circulao nos InvertebradosAneldeos, equinodermes, artrpodes e moluscos apresentam sistemas circulatrios bem desenvolvidos, sendo na sua maioria sistemas abertos.

    Moluscos

    Sangue: contm hemocianina. Em alguns existe hemoglobina.

    A capacidade de transporte de O2 pelo sangue est relacionada com o tamanho do animal e principalmente com a sua actividade.

    Possuem um corao bem desenvolvido, em que o ritmo cardaco ajustado de acordo com as necessidades em O2.

    O corao possui um pacemaker (independente do SN) que lhe confere uma ritmicidade inerente

    Cefalpodes: possuem um sistema circulatrio fechado e bem desenvolvido. Porqu?

    - Grande organizao- Actividade intensa- Sangue aqui especialmente importante nas trocas respiratrias e no funcionamento dos rins

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    3.6 A circulao nos InvertebradosCrustceos Apresentam um sistema circulatrio muito varivel:

    Crustceos pequenos pouco desenvolvidos, com frequncia sem corao Crustceos grandes, em particular os decpodes bem desenvolvidos, em que o sangue contem hemocianina

    Nos crustceos grandes: Corao dorsal colocado num seio pericardial, entrando o sangue por orifcios (stios). 2 artrias saem do corao (1 na direco anterior e a outra na posterior) As artrias ramificam-se e o sangue sai dos vasos, fluindo atravs dos tecidos at um sistema de seios ventrais Flu ento at s brnquias e regressa ao corao atravs de outros vasos

    Disposio oposta dos peixes corao recebe sangue oxigenado!

  • 931Slvia Gonalves - ESTM

    Coagulao e HomeostasiaVrios mecanismos previnem a perda de sangue atravs da ruptura dos vasos sanguneos. A perda severa de sangue devido a uma ruptura provoca: Diminuio da Psangunea reduz o fluxo de sangue para a rea lesionada Vasoconstrio reduz o fluxo sanguneo Fecho da ruptura atravs de um Cogulo, formado por protenas e clulas sanguneas Mecanismo mais importante!

    Cogulo de sangue

    A coagulao sangunea ser eficiente se: Actuar rapidamente Garantir a no coagulao dentro do sistema vascular

    Nos Vertebrados o cogulo formado por uma protena fibrosa insolvel, a Fibrina:

    Forma uma rede de filamentos que aprisiona as clulas sanguneas O seu percurssor o Fibrinognio (protena solvel do sangue 0,3%) A enzima Trombina cataliza a transformao do Fibrinognio em Fibrina A Trombina obtida a partir da Protrombina presente no plasma sanguneo

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    Para se dar incio coagulao sangunea necessrio haver a formao de Trombina no sangue Passo final de uma sequncia complexa de acontecimentos bioqumicos!

    J foram identificados 12 factores de coagulao, numerados de I a XIII, uma vez que o VI j no se usa

    O mecanismo de coagulao desencadeado quando o sangue contacta com superfcies estranhas ou com tecidos lesionados

    Sequncia final da cascata enzimtica que conduz formao de Fibrina e, consequentemente, coagulao sangunea

    Inicia uma sequncia de passos enzimticos, onde a enzima formada no

    1 passo serve de catalizador para o passo seguinte, e assim

    sucessivamente cascata enzimtica