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COLÉGIO SECULUS Página 1 ROMANTISMO 3º ANO Observe o texto abaixo e a tela de Courbet para res- ponder as duas questões a seguir: Gustave Courbet (1819-1877) foi considerado o cria- dor do realismo social na pintura, pois procurou retratar em suas telas temas da vida cotidiana, principalmente classes populares. Courbet manifesta em sua pintura uma simpatia par- ticular pelos trabalhadores e pelos homens mais pobres da sociedade do século XIX. Em Moças peneirando trigo, as mulheres que realizam seu trabalho são representadas de maneira quase fotográfica. O artista aproxima-se de uma representação universalizadora do trabalho que consome a juventude. (História da Arte Graça Proença, com adaptações) 01. (JAT) A arte realista trabalha, como destaca o texto acima, com uma representação universal da realidade. Observando-se a tela Moças peneirando trigo, notamos que a universalização da tela se dá A) por retratar as personagens da tela de forma sim- ples, o que destoa da abordagem anteriormente feita à época romântica. B) na caracterização do ambiente triste e pobre em que as moças se inserem, destacando-o como in- fluenciador na conduta dos personagens da tela. C) no enfoque anônimo que predomina na tela, desta- cando, assim, uma realidade bastante comum evidenciada no meio social. D) no enfoque do trabalho infantil, o que era uma rea- lidade bastante combatida na época do Realismo. E) pela abordagem de um tema social, haja vista que nenhum outro período conseguiu fazer enfoques desta natureza com tanta eficácia. 02. (JAT) O fragmento acima destaca a preferência de Cou- rbet por uma arte de aproximação às camadas popu- lares que se sentiam abatidas e sugadas em sua vita- lidade por uma vida árdua. Essa percepção de reali- dade foi também desenvolvida por outros artistas da época, como em A) AS RESPIGADEIRAS (1857) JEAN-FRANÇOIS MILLET B) BOM DIA, SENHOR COURBET (1854) - GUS- TAVE COUBERT Aluno(a): _________________________________________________________ Série: __________ Turno: _______ JORGE ALBERTO HISTÓRIA DA ARTE

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COLÉGIO SECULUS Página 1

ROMANTISMO

3º ANO

Observe o texto abaixo e a tela de Courbet para res-ponder as duas questões a seguir:

Gustave Courbet (1819-1877) foi considerado o cria-

dor do realismo social na pintura, pois procurou retratar em suas telas temas da vida cotidiana, principalmente classes populares.

Courbet manifesta em sua pintura uma simpatia par-ticular pelos trabalhadores e pelos homens mais pobres da sociedade do século XIX. Em Moças peneirando trigo, as mulheres que realizam seu trabalho são representadas de maneira quase fotográfica. O artista aproxima-se de uma representação universalizadora do trabalho que consome a juventude.

(História da Arte – Graça Proença, com adaptações)

01. (JAT) A arte realista trabalha, como destaca o texto

acima, com uma representação universal da realidade. Observando-se a tela Moças peneirando trigo, notamos que a universalização da tela se dá

A) por retratar as personagens da tela de forma sim-

ples, o que destoa da abordagem anteriormente feita à época romântica.

B) na caracterização do ambiente triste e pobre em que as moças se inserem, destacando-o como in-fluenciador na conduta dos personagens da tela.

C) no enfoque anônimo que predomina na tela, desta-cando, assim, uma realidade bastante comum evidenciada no meio social.

D) no enfoque do trabalho infantil, o que era uma rea-lidade bastante combatida na época do Realismo.

E) pela abordagem de um tema social, haja vista que nenhum outro período conseguiu fazer enfoques desta natureza com tanta eficácia.

02. (JAT) O fragmento acima destaca a preferência de Cou-rbet por uma arte de aproximação às camadas popu-lares que se sentiam abatidas e sugadas em sua vita-lidade por uma vida árdua. Essa percepção de reali-dade foi também desenvolvida por outros artistas da época, como em

A) AS RESPIGADEIRAS (1857) – JEAN-FRANÇOIS MILLET

B) BOM DIA, SENHOR COURBET (1854) - GUS-TAVE COUBERT

Aluno(a): _________________________________________________________ Série: __________ Turno: _______

JORGE ALBERTO HISTÓRIA DA ARTE

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C) QUEREMOS BARRABÁS (1881) - HONORÉ DAUMIER

D) O ÂNGELUS (1858/9) – JEAN-FRANÇOIS MIL-LET

E) O VAGÃO DA TERCEIRA CLASSE (1863) – DAU-MIER

VAGÃO DE TERCEIRA CLASSE (1863) – DAUMIER

03. (JAT) A partir de 1850, surge na arte uma tendência es-tética que se desenvolveu ao lado da crescente industrialização das sociedades. O homem europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento científico, convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade. Assim, arte realista passou, como demonstra a imagem acima,

A) a voltar-se para questões de ordem existencial con-

temporâneas, buscando entender o ser e o estar do Homem no mundo.

B) a focar as camadas sociais menos privilegiadas para destacar o quão salutar seriam as desigualda-des sociais.

C) ter uma visão mais social, destacando as desigual-dades de classes e o antagonismo burguesia X proletariado, posicionando-se contrária aos interes-ses burgueses.

D) a enfocar o grotesco e o mórbido do cotidiano das pessoas comuns, mostrando-as em seus momen-tos de aflições.

E) a destacar o lado sombrio do ser humano, mos-trando-o em seus aspectos mais depressivos e repugnantes em meio à sociedade.

“Vai então, empacou o jumento em que eu vinha montado; fustiguei-o, ele deu dois corcovos, depois mais três, enfim mais um, que me sacudiu fora da sela, e com tal desastre, que o pé esquerdo me ficou preso no estribo; tento agarrar-me ao ventre do animal, mas já então, espan-tado, disparou pela estrada afora. Digo mal: tentou disparar, e efetivamente deu dois saltos, mas um almocreve, que ali estava, acudiu a tempo de lhe pegar na rédea e detê-lo, não sem esforço nem perigo. Dominado o bruto, desvencilhei-me do estribo e pus-me de pé.– Olhe do que vosmecê es-capou, disse o almocreve.

(...) Fui aos alforjes, tirei um colete velho, em cujo bolso

trazia as cinco moedas de ouro, e durante esse tempo co-gitei se não era excessiva a gratificação, se não bastavam duas moedas. Talvez uma. Com efeito, uma moeda era bastante para lhe dar estremeções de alegria. Examinei-lhe a roupa; era um pobre diabo, que nunca jamais vira uma moeda de ouro. Portanto, uma moeda. Tirei-a, via-a reluzir à luz do sol; não a viu o almocreve, porque eu tinha-lhe vol-tado as costas; mas suspeitou-o talvez, entrou a falar ao jumento de um modo significativo; dava-lhe conselhos, di-zia-lhe que tomasse juízo, que o “senhor doutor” podia

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castigá-lo; um monólogo paternal. Valha-me Deus! até ouvi estalar um beijo: era o almocreve que lhe beijava a testa.

– Olé! exclamei. – Queira vosmecê perdoar, mas o diabo do bicho

está a olhar para a gente com tanta graça... Ri-me, hesitei, meti-lhe na mão um cruzado em prata,

cavalguei o jumento, e segui a trote largo, um pouco ve-xado, melhor direi um pouco incerto do efeito da pratinha. Mas a algumas braças de distância, olhei para trás, o almo-creve fazia-me grandes cortesias, com evidentes mostras de contentamento. Adverti que devia ser assim mesmo; eu pagara-lhe bem, pagara-lhe talvez demais. Meti os dedos no bolso do colete que trazia no corpo e senti umas moedas de cobre; eram os vinténs que eu deverá ter dado ao almo-creve, em lugar do cruzado em prata. Porque, enfim, ele não levou em mira nenhuma recompensa ou virtude, cedeu a um impulso natural, ao temperamento, aos hábitos do ofí-cio; acresce que a circunstância de estar, não mais adiante nem mais atrás, mas justamente no ponto do desastre, pa-recia constituí-lo simples instrumento de Providência; e de um ou de outro modo, o mérito do ato era positivamente nenhum. Fiquei desconsolado com esta reflexão, chamei-me pródigo, lancei o cruzado à conta das minhas dissipa-ções antigas; tive (por que não direi tudo?), tive remorsos.”

(Capítulo XXI – O Almocreve. Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.)

04. (JAT) A estética realista, dentre outros aspectos, procu-

rou investigar o ser humano em seu comportamento e suas relações sociais, procurando observar aspectos universais. Ao observarmos atentamente o fragmento acima, percebemos que a pintura realista desenvolveu temáticas que se encontram no fragmento de Machado de Assis, como se percebe em

A)

(Disponível em http://www.saleoilpaintings.com/pain-tings-image/gustave-courbet/gustave-courbet-portrait-

of-p-.jpg, acessado em 08/07/2014)

B)

(Disponível em http://www.philographikon.com/ima-ges%20daumier/daumier%20504.gif, acessado em

08/07/2014)

C)

(Disponível em http://i.telegraph.co.uk/multimedia/ar-chive/01783/daumier_1783790c.jpg, acessado em

08/07/2014)

D)

(Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Rea-lismo#mediaviewer/Ficheiro:Gustave_Courbet_-

_A_Burial_at_Ornans_-_Google_Art_Project_2.jpg, acessado em 08/07/2014)

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E)

(Disponível em http://images.fineartamerica.com/ima-ges-medium-large-5/guitarrero-gustave-courbet.jpg,

acessado em 08/07/2014)

Observe as imagens abaixo. A primeira é uma tela romântica; a segunda, representante da estética realista:

(Disponível em http://meetingwater.files.word-

press.com/2012/04/the-barque-of-dante.jpg, acessado em 08/07/2014).

(Disponível em http://www.canvasreplicas.com/ima-ges/Meeting%20Gustave%20Courbet.jpg, acessado

em 08/07/2014).

05. (JAT) As telas acima são representações de duas esté-ticas que foram representativas na forma de represen-tar os anseios, valores e expectativas do Homem no sé-culo XIX. Ao compararmos as telas em questão, notamos que elas diferem entre si pelo fato de A) usarem técnicas bastante diferenciadas, pois era

preceito do Romantismo produzir telas que se apro-ximassem ao máximo da realidade em questão.

B) os românticos buscarem inspiração em temas bíbli-cos e históricos, enquanto o Realismo se voltava, por exemplo, no cotidiano.

C) o Realismo ter procurado pessoas comuns, tiradas da observação realidade, para comporem suas te-las, recusando-se a trabalhar temas de dimensão épica ou literária em suas composições.

D) o Realismo se utilizar de cores mais amenas e tra-ços mais precisos, ao contrário do Romantismo, onde predominou tons escuros e pinceladas vigo-rosas.

E) o Romantismo trabalhar com maior fidelidade na composição de cenários e personagens, diferente do Realismo que se preocupou apenas com ques-tões sociais em suas telas.

Entre 1850 e 1900 surge nas artes europeias, sobre-tudo na pintura francesa, uma nova tendência estética chamada Realismo, que se desenvolveu ao lado da cres-cente industrialização das sociedades, O homem europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento científico e a técnica para interpretar e dominar a natureza, convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade.

Na pintura, caracteriza-se sobretudo pelo princípio de que o artista deve representar a realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um fenômeno da natureza. Ao artista não cabe “melhorar” artisticamente a natureza, pois a beleza está na realidade tal qual ela é. Sua função é apenas revelar os aspectos mais característicos e expressivos da realidade.

Em vista disso, a pintura realista deixou completa-mente de lado os temas mitológicos, bíblicos, históricos e literários, pois o que importa é a criação a partir de uma re-alidade imediata e não imaginada.

A volta do artista para a representação do real teve uma consequência: sua politização. Isso porque, se a in-dustrialização trouxe um grande desenvolvimento tecnoló-gico, ela provocou também o surgimento de uma grande massa de trabalhadores, vivendo nas cidades em condi-ções precárias e trabalhando em situações desumanas. Surge então a chamada “pintura social”, denunciando as in-justiças e as imensas desigualdades entre a miséria dos trabalhadores e a opulência da burguesia.

Acessado de http://www.bepeli.com.br/realismo.html, em

01/06/2014 – Com adaptações.

06. (JAT) O Realismo foi uma renovação não apenas esté-tica, mas de uma nova mentalidade ao abordar o homem e suas relações sociais. Nessa renovação, o Realismo provocou

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A) uma postura mais crítica em que abandonava a postura individualista do eu-artístico e voltava-se para uma dimensão de análise das relações soci-ais.

B) uma perspectiva social que destaca os contrastes políticos e ideológicos vivenciados na sociedade europeia na primeira metade do século XIX.

C) questionamentos de naturezas diversas, desenca-deando uma onda de provocações artísticas que seriam responsáveis pelas renovações artísticas no Modernismo.

D) reflexões sobre o papel da Arte em meio à socie-dade, limitando-se apenas ao choque de classes originado pela Segunda Revolução Industrial.

E) uma mudança na postura do artista, que começou a abordar problemáticas sociais e políticas, algo que não era trabalhado anteriormente.

07. (JAT) O segundo parágrafo destaca mudanças de pro-cedimentos artísticos empreendidos pela arte realista que, a partir de então, começa por perceber a realidade com outro olhar, como se nota em

A)

B)

C)

D)

E)

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08. (JAT) Todo período artístico é marcado por aspectos ideológicos que o define e o orienta nos temas e proce-dimentos abordados. Portanto, os aspectos ideológicos desenvolvidos à época do Romantismo são bastante distintos do período realista. Ao observarmos as ima-gens a seguir, percebemos que

MADAME RÉCAMIER (1802), François Gérard

(Disponível em http://mydailyartdisplay.word-

press.com/2011/07/23/madame-recamier-by-jacques-louis-david-francois-gerard-and-magritte/, acessado em

01/06/2014).

MULHERES CAMPONESAS CARREGANDO

GRAVETOS (1858), Jean-François Millet

A) enquanto o Romantismo se voltou para grandes questionamentos existenciais, o Realismo tomou uma dimensão mais social.

B) o enfoque dado à burguesia pelo romantismo é muito crítico, contrariamente dado pelo Realismo, que a exalta.

C) o Romantismo deteve-se apenas em retratar o modo de vida luxuoso da burguesia de seu mo-mento; já o Realismo, voltou-se para os contrastes sociais de época.

D) a atenção do artista realista volta-se para questões contemporâneas e sociais, tomando um direciona-mento diferente do Romantismo.

E) embora abordando temáticas antagônicas, tanto o ealismo quanto o Romantismo adotaram procedi-mentos bastante próximos, como a subjetividade artística.

09. (JAT) O Realismo foi uma estética revolucionária que reformulou vários conceitos não só na forma de perce-ber o mundo mas de como equacionar o ser humano no meio social. Em geral, se opõe ao Romantismo, dentre outros aspectos, pelo foco social, pois

A) ao buscar a simplicidade do campo e o ideal de vida

pastoril, o Realismo se choca com o modo de vida burguesa retratado pelo Romantismo.

B) enfocou a burguesia explorada em aspectos sociais e ideológicos por uma aristocracia, contrapondo-se à liberdade de expressão romântica.

C) destacou personagens oriundas de camadas soci-ais mais simples, exploradas socialmente, diferen-temente do universo de exaltação dos valores e modo de vida da burguesia.

D) ao voltar-se para os problemas sociais e políticos de sua época, propôs soluções ousadas que o Ro-mantismo hesitou em sua época.

E) mostrou que o antagonismo social entre burguesia e operariado era algo que já se estabelecera desde a época romântica, só que mostrado de forma mais amena agora do que anteriormente.

Os quebradores de pedras – 1849 – Gustave

Courbet - Museu de Dresden – Alemanha. 10. (GMJr) (C7H22) O homem europeu, diante da industri-

alização e, aprendido a utilizar o conhecimento cien-tífico e a técnica para interpretar e dominar a natureza, se convenceu de que precisava ser claro, inclusive em suas criações artísticas. Nos textos, as características difundidas pela arte realista são pautadas na (o)

A) subjetividade sentimental, egocêntrica da reali-

dade com que um artista estuda um fenômeno romântico.

B) estilo grandioso, monumental, retorcido, enfati-zando a unidade geométrica e o equilíbrio.

C) expressão da realidade, objetiva e na clareza dos aspectos descritivos.

D) individualismo e visão de mundo centrada nas ações dos indivíduos.

E) formalismo na composição, refletindo racionalismo dominante.