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BIOSSEGURANÇA 1º SEMESTRE 2012 DEFINIÇÃO .............................................87 HISTÓRIA ................................................87 NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA (NB) ...........88 NB-1 ...................................................... 88 Prática em microbiologia ................... 88 Equipamentos de segurança .............. 88 Instalações.......................................... 88 NB-2 ...................................................... 89 Prática de microbiologia .................... 89 Práticas especiais ............................... 89 Equipamentos de segurança .............. 90 Instalações de laboratório .................. 90 NB-3 ...................................................... 91 Práticas microbiológicas..................... 91 Práticas especiais ............................... 91 Equipamentos de segurança .............. 91 Instalações do laboratório.................. 92 NB-4 ...................................................... 92 CONTENÇÃO DE RISCO ...........................93 Classificação de riscos biológicos ....... 93 Classe 1 ................................................... 93 Classe 2 ................................................... 93 Classe 3 ................................................... 93 Classe 4 ................................................... 93 BARREIRAS PRIMÁRIAS.......................... 93 Jalecos ................................................ 93 Aventais .............................................. 93 Luvas................................................... 93 Óculos de segurança .......................... 94 Toucas ................................................ 94 Máscaras ............................................ 94 Protetores faciais................................ 94 Protetores respiratórios...................... 94 BARREIRAS SECUNDÁRIAS ..................... 95 Equipamentos de proteção (EPC) ....... 95 Caixa para perfurocortantes ................... 95 Chuveiro de emergência ......................... 95 Lava olhos ............................................... 95 Módulo de fluxo laminar ........................ 95 CABINES DE SEGURANÇA BIOLÓGICA (CSB) ............................................... 95 CSB Classe 1 ............................................ 95 CSB Classe 2 ............................................ 96 CSB Classe 3 ............................................ 96 ESTRUTURA LABORATORIAL.................. 97 Construção ......................................... 97 Pisos........................................................ 97 Paredes ................................................... 97 Teto..... ................................................... 97 Portas.. ................................................... 97 Janelas .................................................... 97 Instalação Elétrica .................................. 97 Iluminação ............................................. 97 Ventilação e exaustão ............................ 97 SINALIZAÇÃO LABORATORIAL ............... 98 Sinalização de perigo.......................... 98 Sinalização de incêndio ...................... 98 Sinalização de obrigação .................... 99 RISCOS AMBIENTAIS ............................ 100 Riscos químicos ................................ 100 Produtos inflamáveis ........................... 100 Produtos tóxicos .................................. 100 Agentes oxidantes................................ 100 Produtos corrosivos ............................. 100 Gases comprimidos .............................. 100 Sinalização ........................................... 101 Diagrama de Hammel .......................... 101 Regras para rotulagem......................... 101 Riscos físicos ..................................... 101 Ruídos 101 Temperatura extrema .......................... 101 Umidade extrema ................................ 102 Eletricidade .......................................... 102 Radiações ......................................... 102 Riscos biológicos............................... 102 MAPAS DE RISCO ................................. 103 Simbologia e cores ........................... 103 CONTROLE DE MICRORGANISMO .........104 DESCONTAMINAÇÃO .......................... 104 Limpeza ............................................ 104 Desinfecção ...................................... 104 Esterilização ..................................... 104 Métodos físicos ................................ 104 Calor..................................................... 104 Calor úmido ......................................... 104 Pasteurização ....................................... 104 Calor seco ............................................ 104 Radiação .............................................. 105 Micro-ondas ......................................... 105 Filtração ............................................... 105 Método químico ............................... 105 Alcoóis.................................................. 105 Aldeídos ............................................... 105 Fenóis. .................................................. 105 EQUIPAMENTOS ...................................106 Autoclave.......................................... 106 Banho-Maria .................................... 106 Microscópio ...................................... 106 Balança eletrônica de precisão ........ 107 Centrifuga......................................... 107 VIDRARIAS ............................................108 Balão de fundo chato ....................... 108 Balão de fundo redondo ................... 108 Balão volumétrico ............................ 108 Elenmeyer ........................................ 108 Becker............................................... 108 Tubo de ensaio ................................. 108 Pipeta graduadas ............................. 108 Pipeta volumétrica ........................... 108 Bureta............................................... 108 Proveta ............................................. 108 Condensador .................................... 108 Funil de separação ........................... 109 Kitassato .......................................... 109 Dessecador ....................................... 109 Bastão de vidro ................................ 109 Funil analítico ................................... 109 Funil de Buchner ............................... 109 Vidro de relógio ................................ 109 Gral e pistilo ..................................... 109 Cadinho ............................................ 109 Cápsula de porcelana ....................... 109 Anel ou argola .................................. 110 Espátula e colheres .......................... 110 Estante para tubos de ensaios ......... 110 Garra do condensador ..................... 110 Pinça de madeira ............................. 110 Pinça metálica .................................. 110 Pissete .............................................. 110 Suporte universal ............................. 110 Tripé. ................................................ 110 BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS (BPL) 111 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP) ............................... 111 BIOTERIO ............................................. 112 Obrigações ....................................... 112 RESÍDUOS SÓLIDOS ............................. 113 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS .......... 113 Separação dos resíduos .................... 113 Acondicionamento ........................... 113 Transporte interno ........................... 113 Armazenamento externo ................. 113 Tratamento final .............................. 113 Aterro sanitário .................................... 113 Incineração ........................................... 114 Compostagem .................................. 114 RECICLAGEM ....................................... 114 Reciclagem do plástico ..................... 114 Reciclagem do vidro ......................... 114 Reciclagem dos metais ..................... 114 Três R´S............................................. 115 Reduzir ................................................. 115 Reutilizar .............................................. 115 Reciclar ................................................. 115

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resumo

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BIOSSEGURANÇA 1º SEMESTRE 2012

DEFINIÇÃO ............................................. 87

HISTÓRIA ................................................ 87

NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA (NB) ........... 88

NB-1 ...................................................... 88

Prática em microbiologia ................... 88 Equipamentos de segurança .............. 88 Instalações .......................................... 88

NB-2 ...................................................... 89

Prática de microbiologia .................... 89 Práticas especiais ............................... 89 Equipamentos de segurança .............. 90 Instalações de laboratório .................. 90

NB-3 ...................................................... 91

Práticas microbiológicas ..................... 91 Práticas especiais ............................... 91 Equipamentos de segurança .............. 91 Instalações do laboratório .................. 92

NB-4 ...................................................... 92

CONTENÇÃO DE RISCO ........................... 93

Classificação de riscos biológicos ....... 93 Classe 1 ................................................... 93 Classe 2 ................................................... 93 Classe 3 ................................................... 93 Classe 4 ................................................... 93

BARREIRAS PRIMÁRIAS .......................... 93

Jalecos ................................................ 93 Aventais .............................................. 93 Luvas ................................................... 93 Óculos de segurança .......................... 94 Toucas ................................................ 94 Máscaras ............................................ 94 Protetores faciais ................................ 94 Protetores respiratórios...................... 94

BARREIRAS SECUNDÁRIAS ..................... 95

Equipamentos de proteção (EPC) ....... 95 Caixa para perfurocortantes ................... 95 Chuveiro de emergência ......................... 95 Lava olhos ............................................... 95 Módulo de fluxo laminar ........................ 95

CABINES DE SEGURANÇA BIOLÓGICA

(CSB) ............................................... 95 CSB Classe 1 ............................................ 95 CSB Classe 2 ............................................ 96 CSB Classe 3 ............................................ 96

ESTRUTURA LABORATORIAL.................. 97

Construção ......................................... 97 Pisos.... .................................................... 97 Paredes ................................................... 97 Teto..... ................................................... 97 Portas.. ................................................... 97 Janelas .................................................... 97

Instalação Elétrica .................................. 97 Iluminação ............................................. 97 Ventilação e exaustão ............................ 97

SINALIZAÇÃO LABORATORIAL ............... 98

Sinalização de perigo.......................... 98 Sinalização de incêndio ...................... 98 Sinalização de obrigação .................... 99

RISCOS AMBIENTAIS ............................ 100

Riscos químicos ................................ 100 Produtos inflamáveis ........................... 100 Produtos tóxicos .................................. 100 Agentes oxidantes................................ 100 Produtos corrosivos ............................. 100 Gases comprimidos .............................. 100 Sinalização ........................................... 101 Diagrama de Hammel .......................... 101 Regras para rotulagem ......................... 101

Riscos físicos ..................................... 101 Ruídos 101 Temperatura extrema .......................... 101 Umidade extrema ................................ 102 Eletricidade .......................................... 102

Radiações ......................................... 102 Riscos biológicos ............................... 102

MAPAS DE RISCO ................................. 103

Simbologia e cores ........................... 103

CONTROLE DE MICRORGANISMO .........104

DESCONTAMINAÇÃO .......................... 104

Limpeza ............................................ 104 Desinfecção ...................................... 104 Esterilização ..................................... 104 Métodos físicos ................................ 104

Calor.... ................................................. 104 Calor úmido ......................................... 104 Pasteurização ....................................... 104 Calor seco ............................................ 104 Radiação .............................................. 105 Micro-ondas ......................................... 105 Filtração ............................................... 105

Método químico ............................... 105 Alcoóis.................................................. 105 Aldeídos ............................................... 105 Fenóis. .................................................. 105

EQUIPAMENTOS ...................................106

Autoclave.......................................... 106 Banho-Maria .................................... 106 Microscópio ...................................... 106 Balança eletrônica de precisão ........ 107 Centrifuga......................................... 107

VIDRARIAS ............................................108

Balão de fundo chato ....................... 108 Balão de fundo redondo ................... 108

Balão volumétrico ............................ 108 Elenmeyer ........................................ 108 Becker ............................................... 108 Tubo de ensaio ................................. 108 Pipeta graduadas ............................. 108 Pipeta volumétrica ........................... 108 Bureta............................................... 108 Proveta ............................................. 108 Condensador .................................... 108 Funil de separação ........................... 109 Kitassato .......................................... 109 Dessecador ....................................... 109 Bastão de vidro ................................ 109 Funil analítico ................................... 109 Funil de Buchner ............................... 109 Vidro de relógio ................................ 109 Gral e pistilo ..................................... 109 Cadinho ............................................ 109 Cápsula de porcelana ....................... 109 Anel ou argola .................................. 110 Espátula e colheres .......................... 110 Estante para tubos de ensaios ......... 110 Garra do condensador ..................... 110 Pinça de madeira ............................. 110 Pinça metálica .................................. 110 Pissete .............................................. 110 Suporte universal ............................. 110 Tripé. ................................................ 110

BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS (BPL) 111

PROCEDIMENTO OPERACIONAL

PADRÃO (POP) ............................... 111

BIOTERIO ............................................. 112

Obrigações ....................................... 112

RESÍDUOS SÓLIDOS ............................. 113

CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS .......... 113

Separação dos resíduos .................... 113 Acondicionamento ........................... 113 Transporte interno ........................... 113 Armazenamento externo ................. 113 Tratamento final .............................. 113

Aterro sanitário .................................... 113 Incineração ........................................... 114

Compostagem .................................. 114 RECICLAGEM ....................................... 114

Reciclagem do plástico ..................... 114 Reciclagem do vidro ......................... 114 Reciclagem dos metais ..................... 114 Três R´S ............................................. 115

Reduzir ................................................. 115 Reutilizar .............................................. 115 Reciclar ................................................. 115

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DEFINIÇÃO Biossegurança é um conjunto de ações voltadas para a preservação do trabalhador, minimizando os riscos da atividade de pesquisa, produção e prestação de serviço. Ela define as condições as quais os agentes infecciosos serão manipulados e contidos de forma segura. O laboratório é um ambiente hostil. Convivem no mesmo espaço equipamentos, reagentes, soluções, microrganismos, pessoas, papeis, livros, amostras, entre outros elementos.

HISTÓRIA Dois pesquisadores Edward Sulk e Robert Pike, publicaram uma série de artigos sobre infecções adquiridas em laboratórios. Na década de 40 o governo dos EUA iniciou a criação do Forte Detrick, um programa com objetivo de criar armas biológicas. Neste forte foi construída a primeira instalação de segurança dedicada ao trabalho com agentes biológicos, este laboratório se chamava Black Maria. Em 1941 Meyer e Eddie publicaram uma pesquisa de 74 casos de bruceloses associadas a laboratórios dos EUA. Concluíram que a manipulação de culturas contendo bactérias era perigosa para os trabalhadores de laboratórios. Em 1846, a enfermeira Florence Nightgale, ao observar a morte, de um mendigo na enfermaria de um hospital em Londres, tornou-se defensora da melhoria no tratamento médico. Durante a guerra, ela constatou que a falta de higiene e outras doenças matavam mais soldados feridos, do que o campo de batalha. Em 1885, Joseph Lister demonstrou que o fenol era um bom antisséptico que reduzia o número de mortes por infecções pós-operatórias.

Figura 1: (a) Edward Sulkin Foi conhecido por seus estudos pioneiros sobre a história natural do vírus da raiva. Estabelecendo que os morcegos fossem um reservatório natural do vírus da raiva; (b) Robert Pike Junto com Edward Sulkin realizou uma pesquisa com 5000 infecções laboratoriais usando questionários, observou-se que das 4079 infecções estudadas, 168 foram fatais. Em sua maioria eram infecções bacterianas. (c) Florence Nightgale (1820-1910) Enfermeira britânica conhecida como a dama da lamparina, pois usava esse instrumento ao auxiliar os feridos durante a noite; (d) Joseph Lister (1827-1912) Primeiro barão de Lister, cirurgião e pesquisador inglês, em 1860 usou desinfetante para roupas, foi o primeiro a realizar uma cirurgia séptica.

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NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA (NB) Consistem de combinações de práticas e técnicas de laboratórios, equipamentos de segurança e instalações dos laboratórios. O diretor do laboratório é o responsável pela avaliação dos riscos e pela aplicação adequada dos níveis de biossegurança.

NB-1 O nível de biossegurança 1 é adequado ao trabalho que envolva agentes bem caracterizados e conhecidos por não provocarem doenças em seres humanos e que possuam o mínimo de risco ao pessoal do laboratório e ao meio ambiente. O laboratório não está separado das demais dependências do edifício. A prática, equipamentos de segurança e o projeto de instalação são apropriados para o treinamento educacional, ou para o treinamento técnico, e de professores de técnicas laboratoriais. Também é feito trabalhos, com cepas definidas e caracterizadas de microrganismo conhecidos por não causarem doenças.

Bacillus subtilis;

Naegleria grubeci. Os seguintes padrões e práticas especiais equipamento de segurança e as instalações deverão ser aplicadas Aos agentes designados ao nível de biossegurança 1.

Prática em microbiologia

O acesso ao laboratório deverá ser limitado ou restrito de acordo com a definição do diretor do laboratório, quando estiverem sendo realizados experimentos ou trabalhando com culturas e amostras;

As pessoas deverão lavar as mãos após o manuseio de materiais viáveis, após a remoção das luvas e antes de saírem do laboratório;

Não pode comer, beber, fumar, manusear lentes de contato aplicar cosméticos ou armazenar alimentos para o consumo nas áreas de trabalho;

É proibida a pipetagem com a boca;

Devem ser instituídas normas para o manuseio de agulhas;

Todos os procedimentos devem ser realizados cuidadosamente a fim de minimizar a criação de barreiras de aerossóis;

As superfícies de trabalho devem ser descontaminados, uma vez ao dia e sempre depois de qualquer derramamento de material viável;

Todas as culturas, colônias e outros resíduos deverão ser descontaminados antes de serem descartados através de um método de descontaminação;

O símbolo de risco biológico deve ser colocado na entrada do laboratório;

Deve ser providenciado um programa rotineiro de controle de insetos e roedores.

Equipamentos de segurança

Equipamentos como CSB, não são geralmente exigidas para a manipulação de agentes de classe de risco 1;

É recomendado o uso de jalecos, aventais ou uniformes próprios para evitarem a contaminação ou sujeiras das roupas normais;

Recomendam-se o uso de luvas para os casos de rachadura ou ferimentos na pele das mãos;

Óculos protetores devem ser usados na execução dos procedimentos que produzam barreiras de microrganismo ou de materiais perigosos.

Instalações

Os laboratórios deverão ter portas para o controle do acesso;

Cada laboratório deverá conter uma pia para lavagem das mãos;

É recomendado que as superfícies das bancadas sejam impermeáveis a ácido, álcalis e químicos usados para a descontaminação da superfície de trabalho e do equipamento.

Figura 2: Laboratório NB-1

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NB-2 Prática, equipamentos, planta e a construção das instalações são aplicáveis aos laboratórios em que o trabalho é realizado com agentes de risco moderado presentes na comunidade. Com boas técnicas esses agentes podem ser usados de maneira segura em atividades conduzidas sobre uma bancada aberta.

Vírus da hepatite B;

HIV;

Salmonela. Difere do NB1 nos seguintes aspectos:

O pessoal deve ter treinamento especifico no manejo de agentes patogênicos e devem ser supervisionados por cientistas;

O acesso ao laboratório deve ser limitado durante os procedimentos operacionais;

Determinados procedimentos nos quais exista a possibilidade de formação de aerossóis e borrifos infecciosos devem ser conduzidos em cabinas biológicas ou outros equipamentos de contenção física.

Prática de microbiologia

O acesso ao laboratório deve ser limitado ou restrito de acordo com a definição do diretor do laboratório quando estiver sendo realizados experimentos;

As pessoas devem lavar as mãos após a manipulação de materiais viáveis, após a remoção das luvas e antes de saírem do laboratório;

Todos os procedimentos devem ser realizados cuidadosamente a fim de minimizar a criação de borrifos ou aerossóis;

As superfícies de trabalho devem ser descontaminadas com desinfetantes que sejam eficazes contra os agentes manipulados ao final do trabalho ou no final do dia e após qualquer vazamento ou borrifada de material viável.

Práticas especiais

O acesso ao laboratório deverá ser limitado ou restrito de acordo com a definição do diretor, quando trabalhos com agentes infecciosos estiverem sendo realizado;

O diretor do laboratório deverá estabelecer normas e procedimentos com ampla informação a todos que trabalham no laboratório sobre o potencial de risco associado ao trabalho, bem como sobre os requisitos específicos para a entrada, nos laboratórios;

O símbolo de risco biológico deve ser colocado na entrada do laboratório, os agentes etiológicos que estiverem sendo usados. Este sinal de alerta deverá conter informações como: nomes, agentes manipulados e o nível de biossegurança.

O pessoal do laboratório deve estar imunizado ou examinado quando os agentes manipulados ou potencialmente presentes no laboratório;

Quando apropriado dependendo do agente manipulado, para referências futura, devem ser mantidos amostra sorológicas da equipe de laboratório e de outras pessoas possivelmente expostas aos riscos;

Os procedimentos de biossegurança devem ser incorporados aos procedimentos operacionais padrões ou a um manual de biossegurança especifico do laboratório, adotado ou preparado pelo diretor;

O diretor deverá assegurar que o laboratório e a equipe de apoio receba um treinamento apropriado sobre os riscos potenciais associados ao trabalho desenvolvido, as precauções necessárias para a prevenção da exposição e os procedimentos para a avaliação das exposições;

Deve-se sempre tomar precauções em relação a qualquer objeto cortante, incluindo as agulhas, lâminas, pipetas, tubos capilares, bisturis e seringas ou outros instrumentos cortantes devem ficar restritos ao laboratório e usados somente quando não houver alternativa para inoculação parenteral, flebotomia ou aspiração de fluidos de animais de laboratórios e de garrafas com diafragma. As agulhas usadas não deverão ser dobradas ou manipuladas diretamente com a mão, devem ser removidas através de meios mecânicos com uma vassoura e uma pá de lixo.

Respingos e acidentes resultantes de uma exposição de materiais infecciosos aos organismos deverão ser notificados ao diretor do laboratório;

Culturas, tecidos e amostras de fluidos corpóreos ou dejetos potencialmente infecciosos devem ser colocados num recipiente com uma tampa que evite o vazamento durante a coleta, o manuseio, o processamento, o armazenamento, o transporte ou o embarque.

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Equipamentos de segurança

Devem ser usados CSB mantida de maneira adequada, de preferência de classe 2 ou outros equipamentos de proteção individual adequado ou dispositivos de contenção física;

Proteção para o rosto deve ser usada para prevenir respingos ou sprays provenientes de materiais infecciosos ou de outros materiais perigosos quando necessário à manipulação de microrganismo fora das CSB;

No interior do laboratório os frequentadores deverão usar roupas apropriadas como jalecos, gorros ou uniformes de proteção.

Antes de sair do laboratório a roupa protetora deve ser retirada e deixada no laboratório ou encaminhada para a lavanderia da instituição.

Instalações de laboratório

É exigido um sistema de portas com trancas em dependência que abrigue agentes restritos;

Considere a construção de novos laboratórios longe de áreas públicas;

Cada laboratório deverá conter uma pia para a lavagem das mãos;

Cada laboratório deverá ser projetado de modo a permitir fácil limpeza e descontaminação;

As bancadas deverão ser impermeáveis à água e resistentes ao calor moderado e aos solventes orgânicos, ácidos, álcalis e solventes químicos usados na descontaminação das superfícies de trabalho e do equipamento;

As CSB devem ser instaladas, de forma que a variação da entrada e saída de ar da sala, não provoque alterações nos padrões de contenção de seu funcionamento. As CSB devem ser colocadas longe de portas e janelas que possam ser abertas, áreas laboratoriais muito cheias e que possuam outros equipamentos potencialmente dilaceradores;

Iluminação deve ser adequada para todas as atividades, evitando reflexos e luzes fortes e ofuscantes que possam impedir a visão;

Todos os procedimentos que envolverem a manipulação de materiais infecciosos devem ser conduzidos dentro de CSB ou outros dispositivos de contenção física. Os manipuladores devem usar roupas e equipamentos de proteção individual.

Figura 3: laboratório NB-2

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NB-3 Prática, equipamentos de segurança, planejamento da construção das dependências são aplicáveis para laboratórios clínicos, de diagnósticos, laboratórios escolares, de pesquisa ou de produção. Neles realizam-se trabalhos com agentes que possuam potencial de transmissão via respiratória e que possam causar infecções sérias e potencialmente fatais.

Mycobacterium burnetii;

Vírus da encefalite;

Coxiella burnet. O NB-3 é aplicável para laboratórios clínicos, de diagnóstico, ensino e pesquisa ou de produção onde o trabalho com agentes exótico possa causar doenças sérias ou potencialmente fatais como resultados de exposição por inalação. Toda a equipe deve ter treinamento especifico no manejo de agentes patogênicos, sendo supervisionados por cientistas com muita experiência com tais agentes. Todos os procedimentos que envolvam manipulação de materiais infecciosos devem ser conduzidos dentro de CSB, os manipuladores devem usar roupas e equipamentos de proteção individual.

Práticas microbiológicas

O acesso ao laboratório deve ser restrito, quando experimentos estiverem sendo realizados;

As pessoas devem lavar as mãos após a manipulação de materiais infecciosos, após a remoção das luvas e antes de saírem do laboratório;

Devem ser instituídas normas para o manuseio de agulhas;

Todos os procedimentos devem ser feitos de forma cuidadosa para minimizar a criação de aerossóis;

As superfícies de trabalho devem ser descontaminadas uma vez ao dia e sempre depois de qualquer derramamento de material viável;

Todas as culturas, colônias e outros resíduos relacionados devem ser descontaminados antes de ser descartada através de um método de descontaminação aprovada, como exemplo, a autoclavação.

Práticas especiais

As portas devem permanecer fechadas quando experimentos estiverem sendo realizados;

O diretor deverá controlar e limitar o acesso ao laboratório. Somente as pessoas necessárias devem ser admitidas no local;

O diretor deverá estabelecer normas e procedimentos pelos quais só serão admitidas no laboratório ou nas salas dos animais, pessoas que já tiverem recebidos informações sobre o potencial de riscos, que atendam todos os requisitos para a entrada no mesmo e que obedeçam a todas as regras para a entrada e saída do laboratório.

Quando materiais infecciosos estiverem presentes no laboratório deve ser colocado em todas as portas de acesso ao laboratório um sinal de alerta do símbolo universal de risco biológico e a identificação do agentes o nome do pesquisador;

O pessoal do laboratório devem ser imunizados ou examinados quanto aos agentes manipulados ou potencialmente presentes nos laboratórios e exames periódicos são recomentados;

A amostra sorológica de toda a equipe e das pessoas expostas ao risco deverão ser coletadas e armazenadas para futuras referências;

Um manual de biossegurança especifica para o laboratório deverá ser preparado e adotado pelo diretor do laboratório e os procedimentos de biossegurança devem ser incorporados aos procedimentos operacionais padrão;

A equipe do laboratório deverá receber treinamento sobre os riscos associados ao trabalho desenvolvido, os cuidados precisos para evitar uma exposição perigosa ao agente infeccioso;

Caberá ao diretor garantir que toda a equipe esteja habita para as práticas e operação especifica no laboratório.

Equipamentos de segurança

Roupas de proteção como jaleco, macacão ou uniformes de limpeza deverão ser usadas pela equipe quando estiver dentro do laboratório. A roupa de proteção não deverá ser usada fora do laboratório;

Todos deverão usar luvas quando estiverem manuseando materiais infecciosos, animais infectados e equipamentos contaminados;

Todas as manipulações de materiais infecciosos deverão ser conduzidas em CSB-1 e 2;

A proteção facial deverá ser usada quando a equipe estiver dentro de salas contendo animais infectados.

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Instalações do laboratório

O laboratório deverá estar separado das áreas de transito irrestrito do prédio com acesso restrito. É exigido um sistema de duplas portas com um sistema de intertravamento automático como requisito biológico para entrada no laboratório a partir de corredores de acesso ou outras áreas contíguas;

Cada sala do laboratório deverá ter uma pia para a lavagem das mãos. A pia deverá ser acionada automaticamente sem o uso das mãos e estar localizada perto da porta de saída;

As superfícies das paredes internas, pisos e tetos das áreas, onde os agentes são manipulados, deverão ser construídos e mantidos de forma que facilitem a limpeza e a descontaminação das paredes, tetos e pisos deverão ser lisas, impermeáveis e resistentes a substâncias químicas desinfetantes;

A bancadas deverão ser impermeáveis e resistentes ao calor moderado e aos solventes orgânicos, ácidos, álcalis e solventes químicos usados para a descontaminação de superfície e o equipamento;

Todas as janelas do laboratório deverão ser fechadas e lacradas;

Deverão existir CSB em todos os laboratórios. Estas cabines deverão estar localizadas distantes de portas, de venezianas, do almoxarifado e de áreas do laboratório que possuam um grande movimento;

O laboratório deve ter um sistema de ar independente, com ventilação unidirecional onde o fluxo de ar penetra no laboratório através da área de entrada;

Um lava-olhos deverão estar disponível no laboratório;

A iluminação deverá ser adequada para todas as atividades, evitando reflexos e brilhos que possam ofuscar a visão.

Figura 4: laboratório NB-3

NB-4 Prática, equipamentos de segurança, o planejamento e construção das dependências são aplicáveis para trabalhos que envolvem agentes exóticos perigosos que representem um alto risco por provocarem doenças fatais.

Vírus de Maburg;

Vírus da febre hemorrágica Criméia. O NB-4 é indicado para trabalhos que envolva agentes exóticos e perigosos que exponham o individuo a um alto risco de contaminação de infecções que podem ser fatais. A equipe do laboratório deverá ter um treinamento especifico e completo direcionado para a manipulação de agentes infecciosos extremamente perigosos e deverá ser capaz de entender as funções da contenção primária e secundárias, das práticas padrões de planejamento do laboratório. O acesso ao laboratório deverá ser rigorosamente controlado. As instalações deverão ser num edifício separado ou numa área controlada dentro do edifício, que seja totalmente isolado das outras áreas. Dentro do ambiente de trabalho, todas as atividades deverão permanecer restritas. As CSB-3 ou 2 usadas com roupas de proteção com pressão positiva, ventiladas por um sistema de suporte de vida.

Figura 5: laboratório NB-4 (ebola).

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CONTENÇÃO DE RISCO A contenção laboratorial tem o objetivo de reduzir a exposição da equipe de profissionais que trabalham num laboratório, seja na bancada ou na limpeza, a riscos biológicos, químicos e físicos como radiações ionizantes. É importante que o profissional conheça a composição e os riscos associados a cada material com o qual vai trabalhar podendo, consultar o protocolo do experimento a ser realizado, a ficha de informação de segurança de produto químico ou manual de biossegurança. Segundo o ministério da saúde, a contenção pode ser classificada como primária: que visa a garantir a proteção do ambiente interno do laboratório e o secundário que está relacionado à proporção do ambiente externo e é proporcionado pela combinação de infraestrutura laboratorial e práticas operacionais.

Classificação de riscos biológicos A palavra risco indica a probabilidade que um dano, ferimento ou doença ocorra. No laboratório a avaliação de risco se concentra na prevenção de infecções relacionadas aos laboratórios. Sua classificação baseia-se em vários critérios que orientam a avaliação de riscos, principalmente pelo potencial de risco que oferece ao indivíduo, a comunidade e ao meio ambiente. Há quatro classes de riscos:

Classe 1 O risco individual e coletivo é ausente, são agentes biológicos que têm baixa probabilidade de provocar infecções no homem ou animal.

Bacillus subtilis.

Classe 2 O risco individual é moderado e para o coletivo é baixo, são agentes biológicos que podem provocar infecções, dispõe de medidas terapêuticas e profiláticas eficiente.

Vírus da febre amarela.

Classe 3 O risco individual é alto e o coletivo limitado, seu agente biológico provoca infecções nos homens e animais, sendo contagioso, mas existem medidas terapêuticas e profilaxia.

Coxiella Burnet.

Classe 4 O risco individual e coletivo é muito alto, seu agente apresenta sério risco ao homem e outros animais, não existindo nenhum tipo de tratamento.

Vírus ebola.

BARREIRAS PRIMÁRIAS Os equipamentos de proteção são barreiras primárias que visam a proteção do profissional (individual) e o ambiente (coletivo). Os EPIs são todos os dispositivos de uso pessoal, destinado à proteção da saúde e integridade física do trabalhador. O uso dos EPIs no Brasil é regulamentado pela NR-6 da portaria 3214 de 1978, do ministério do trabalho e emprego. Os empregadores deve oferecê-los aos funcionários sem nenhuma cobrança pelo seu uso. Os EPIs devem ser cuidados, descontaminados e higienizados para prolongar sua vida útil, quando forem descartáveis não deverão ser reaproveitados.

Jalecos São de uso obrigatório para todos que trabalham nos ambientes laboratoriais onde ocorra a manipulação de microrganismos patogênicos, manejo de animais, lavagem de material, manipulação de produtos químicos. Protegem a parte superior e inferior do corpo. Devem ser de mangas longas, usados sempre fechados sobre as vestimentas pessoais, feitas de algodão, impermeáveis ou não.

Aventais Podem ser usados sobre os jalecos, devem ser usados nos trabalhos que envolvam produtos químicos.

Figura 6: (a) jaleco; (b) avental.

Luvas

São usadas como barreira de proteção, prevenindo a contaminação das mãos do trabalhador de serviços de saúde, e de laboratório ao manipular material contaminado. Eles reduzem a possibilidade de microrganismos presentes nas mãos do trabalhador que sejam transmitidas aos pacientes durante o procedimento invasivo. Diminuindo o risco de que mãos contaminadas por microrganismo de um paciente possam contaminar outros.

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Óculos de segurança Protegem os olhos de borrifos, salpicos, gotas e impactos decorrentes da manipulação de substâncias que causam risco químico e, riscos físicos. As suas lentes devem ser transparentes.

Figura 7: (a) luvas; (b) óculos de segurança.

Toucas

Cabelos longos devem permanecer presos para evitar acidentes e contaminação por microrganismos. Por este motivo as toucas devem ser sempre usadas.

Máscaras Sua função básica é impedir que os microrganismos existentes na boca e nariz contaminem as amostras ou os pacientes.

Figura 8: (a) toucas; (b) mascaras.

Calçados de segurança

São destinados à proteção dos pés contra umidade, respingo, derramamentos e impactos de objetos, não sendo permitindo o uso de tamanco, sandálias e chinelos em laboratórios.

Figura 9: calçados de segurança de laboratório preto.

Protetores auditivos

Previnem a perda auditiva provocada por ruídos. Devem ser usados em situações em que os níveis de ruídos sejam considerados prejudiciais ou nocivos em longa exposição

Figura 10: protetores auriculares.

Protetores faciais Oferecem uma proteção à face do trabalhador contra o risco de impactos, de substâncias nocivas, como também das radiações.

Protetores respiratórios São usados para proteger o aparelho respiratório. Existem vários tipos de aparelhos respiratórios, que devem ser selecionados conforme o risco inerente à atividade a ser desenvolvida.

Figura 11: protetores respiratórios. (a) mascara respiratória para um filtro; (b) máscara respiratória para dois filtros; (c) respirador descartável; (d) respirador descartável.

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BARREIRAS SECUNDÁRIAS Uma instalação adequada é que está de acordo com o funcionamento do laboratório e com o nível de biossegurança recomendado para os agentes manipulados no local, atuando também como uma barreira de contenção secundária.

Equipamentos de proteção (EPC) Auxiliam na segurança do trabalhador dos serviços de saúde e laboratório, na proteção ambiental e na proteção do produto ou pesquisa desenvolvida. Sua correta seleção, usos e manutenções permitem ao trabalhador à contenção apropriada contra os inúmeros riscos aos quais estão envolvidos no dia a dia.

Caixa para perfurocortantes Descartam-se resíduos perfuro cortantes como: seringas, agulhas de sutura, bisturis, dentre outros.

Chuveiro de emergência Tem aproximadamente 30cm de diâmetro, acionado por alavancas de mão, cotovelo ou pé. Sua localização deve ser de fácil acesso e ter um programa de manutenção constante.

Figura 12: (a) Descarpack; (b) chuveiro de emergência.

Lava olhos

Dispositivo formado por dois pequenos chuveiros de média pressão acoplados a uma bacia metálica.

Módulo de fluxo laminar São áreas de trabalho, portáteis, limitadas por cortinas de PVC flexível. O fluxo de ar é perpendicular ao piso, também encontrado como módulo horizontal.

Figura 13: (a) lava olho; (b) módulo de fluxo laminar.

CABINES DE SEGURANÇA BIOLÓGICA (CSB)

As CSBs estão entre os mais comuns e eficazes dispositivos de contenção primárias usados em laboratórios que trabalhem com agentes infecciosos. A W.K Mulford Pharmaceutical co. Uma industria farmacêutica Americana, criou o primeiro modelo de cabine para proteger a saúde dos profissionais Durante a preparação de tuberculina. Seu principal objetivo é a proteção do operador, do ambiente e do experimento através de fluxo laminar de ar, filtrado por filtro absoluto ou filtro HEPA. Elas são divididas em: classe 1, classe 2 e classe 3.

CSB Classe 1 Seu tipo de ventilação protege o trabalhador e o ambiente, com velocidade do ar unidirecional e sem circulação. Pode ser construída com o painel frontal aberto ou fechado, com luvas de borracha adaptadas. Nessa cabine não há proteção para o experimento, somente para o operador e o meio ambiente. É recomendado para trabalhos com agentes de risco de classe 1, 2 e 3. É uma cabine ventilada de pressão negativa operada por uma abertura frontal e uma mínima velocidade de face para abertura de trabalho. Todo o ar da cabine é liberado através de um filtro HEPA para dentro ou para fora do laboratório, a cabine de classe 1 é projetada para a pesquisa geral de agentes microbiológicos de risco moderado e baixo e é útil para a contenção de processadores e outros equipamentos. Ela também pode ser usada com painel frontal fechado e sem luvas de borracha.

Figura 14: cabine de segurança biológica classe 1. (a) ar de saída; (b) ar contaminado; (c) ar limpo pelo filtro HEPA.

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CSB Classe 2 É conhecido como CSB de fluxo laminar de ar. Seu princípio fundamental é a proteção do operador, do ambiente e do experimento ou produto. Alguns possuem alarmes quando painel frontal, não está na altura de segurança para a execução do trabalho. É projetado com um fluxo de ar interior com uma velocidade para proteger os funcionários com um fluxo de ar laminar vertical filtrado pelo sistema HEPA para a proteção do produto e com ar de saída, exaustão, filtrado pelo sistema HEPA para a proteção do meio ambiente. As cabines de classe 2 são classificadas em dois tipos A e B, baseadas na construção, velocidade e padrões do fluxo de ar e nos sistemas de exaustão. As cabines do tipo A são adequadas para as pesquisas microbiológicas e radionuclídeos, uma vez que o ar é recirculado dentro da cabine. As cabines do tipo B são subdivididas em tipos B1, B2 e B3. As cabines do tipo B possuem ductos rígidos conectados ao sistema de exaustão do prédio e contém um sistema de ar de pressão negativa. Eles possuem equipamentos como: ventilador, motor, filtros HEPA de suprimentos e exaustão de ar, luz, gás, luz UV, dentre outros. Podem ser utilizados em laboratórios NB-1, NB-2, NB-3 e 4.

Figura 15: CSB-2 tipo A. (a) abertura frontal; (b) vidraça corrediça; (c) filtro HEPA para a exaustão; (d) espaço posterior; (e) filtro HEPA para o suprimento de ar; (f) ventilador;. (B) CSB-2 tipo B1. (a) abertura frontal; (b) vidraça corrediça; (c) filtro HEPA para exaustão; (d) filtro HEPA para o suprimento de ar; (e) espaço de exaustão com pressão negativa; (f) ventilador; (g) filtro GEPA adicional para o suprimento de ar. (C) CSB-2 tipo B2. (a) abertura frontal; (b) vidraça corrediça; (c) filtro HEPA para exaustão; (d) filtro HEPA para o suprimento de ar; (E) espaço de exaustão com pressão negativa; (f) ventilador; (g) filtro adicional para o suprimento de ar. (C) CSB-2 tipo B2. (a) abertura frontal; (b) vidraça corrediça; (c) filtro HEPA para exaustão; (d) filtro HEPA para suprimento de ar; (E) espaço de exaustão com pressão negativa; (f) tela filtro. (1) ar ambiente; (2) ar potencialmente contaminado; (3) ar filtrado por filtro HEPA

CSB Classe 3 É construído em aço inoxidável com vidro blindado, são herméticos com ventilação própria. O trabalho é conduzido através de luvas de borracha preso a cabine. Sua temperatura e controlada. É operada com pressão negativa em relação ao laboratório, proporcionando absoluta contenção ao agente de risco biológico. É uma cabine fechada e ventilada, aprova de escape de ar e oferece o mais alto grau de proteção ao pessoal e ao meio ambiente contra aerossóis infecciosos, assim como a proteção de materiais de pesquisa de contaminantes microbiológicas. São adequados para de um NB-3 ou 4. Todas as operações na área e trabalho da cabine deverão ser realizadas através de braços com luvas de borracha ou por meio de macacão. Essa cabine é operada com pressão negativa. O suprimento de ar é filtrado através do sistema HEPA e o ar liberado da cabine é filtrado através de dois filtros HEPA em série, ou a filtração HEPA é seguida de uma incineração, antes de ser descartado para fora do local. Todos os equipamentos precisos para uma atividade num laboratório, como as incubadoras, geladeiras e centrifugas deverão ser uma parte integrada do sistema de cabine. A cabine de classe 3 deverá ser conectado a uma autoclave de duas portas ou um tanque de imersão química usado para esterilizar ou desinfetar estoque que entram na cabine.

Figura 16: CSB-3 tipo B. (a) abertura frontal; (b) vidraça corrediça; (c) filtro HEPA para exaustão; (d) filtro HEPA para o suprimento de ar; (e) espaço de exaustão com pressão negativa; (f) ventilador; (g) filtro HEPA adicional para o suprimento de ar; (1) ar ambiente; (2) ar potencialmente contaminado; (3) filtrado por filtro HEPA.

Figura 17: CSB-3 (a) compartimento para fixação das luvas longas de borracha à cabine; (b) vidraça corrediça; (c) filtro HEPA para exaustão; (d) filtro HEPA para o suprimento de ar; (e) autoclave dupla saída na extremidade ou caixa de passagem da cabine. (1) ar ambiente; (2) ar potencialmente contaminado; (3) ar filtrado por filtro HEPA.

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ESTRUTURA LABORATORIAL Uma instalação adequada é aquela que está de acordo com o funcionamento do laboratório e com o nível de biossegurança recomendada para os agentes manipulados no local. Devem incluir todos os requisitos de segurança, é fundamental a elaboração de um projeto para que haja funcionalidade, eficiência, segurança e se minimizem futuras alterações. Assim, não podem ser desprezados itens como a topografia do terreno, orientação solar, ventos, segurança do edifício e do pessoal, bancadas, capelas, estufas, muflas, tipos de piso, materiais de revestimento das paredes, iluminação e ventilação do ambiente.

Construção

A NR-8 do MTE dispõe sobre as especificações para edificações de ambiente de trabalhos.

Pisos Deve ser impermeável, antiderrapante, resistente mecânico e quimicamente, não devem apresentar saliência nem depressões que a circulação de pessoal ou material.

Paredes Devem ser claras, foscas e impermeáveis revestidas com materiais que permitam o desenvolvimento das atividades em condições seguras. Resistentes ao fogo e a substâncias químicas.

Teto Devem atender as necessidades do laboratório quanto à passagem de tubulações, luminárias, gralhas, isolamento térmico, acústicos e estáticos.

Portas Deverão dispor de saídas em números suficiente, de modo que se estiverem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança em caso de emergência. Com abertura da porta para a parte externa do local de trabalho.

Janelas Orienta-se que sejam localizadas acima de bancadas equipamentos deverá haver sistema de controle de vasos sobres, como membranas metálicas, porém sob nenhuma hipótese deverão ser instaladas cortinas de material combustível.

Instalação Elétrica Deve obedecer às normas de segurança e atender ao estabelecimento da NR-10 do MTE, considerando o espaço seguro quanto ao dimensionamento e a localização dos seus componentes e as influências externas, devem ter facilidades de acesso. Os circuitos elétricos devem ser protegidos e flexíveis e dimensionados com base no número de equipamentos e suas

respectivas potências. O quadro de força deve ficar em local visível e de fácil acesso. As tomadas podem ser internas ou tipo pedestal, diferenciadas para voltagem 110V e 220V.

Iluminação Deve ser evitada a incidência de reflexo ou focos de luz na área de trabalho. As luminárias devem ser embutidas no forro e as lâmpadas fluorescentes devem ter proteção para evitar queda.

Figura 18: estrutura básica de um laboratório.

Ventilação e exaustão

Todos os laboratórios precisam de um sistema de exaustão e ventilação projetada para as atividades realizadas, incluído capelas, coifas, ar-condicionado, exaustores e ventiladores.

Figura 19: exaustor de laboratório.

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SINALIZAÇÃO LABORATORIAL É um conjunto de símbolos com formas e cores diferenciados que indicam sinalização de aviso, interdição obrigação, segurança e prevenção de incêndio.

Sinalização de perigo Triangular, pictograma negro com fundo amarelo, margem negra e a cor amarela cobrindo pelo menos 50% da superfície.

Figura 20: sinais de perigo, (a) substância inflamável; (b) substância explosiva; (c) substância tóxica; (d) substância corrosiva.

Figura 21: sinais de perigo. (a) substância radioativas; (b) veículos de movimentação de carga; (c) perigo de eletrocução; (d) pigmento.

Figura 22: sinal de perigo. (a) raio laser; (b) substância combustível; (c) radiações ionizantes; (d) fonte de campo magnético.

Figura 23: sinal de perigo. (a) tropeço; (b) queda; (c) risco biológico; (d) carga suspensa.

Sinalização de emergência

Retangular ou quadrada, pictograma branco sobre fundo verde e a cor verde cobrindo pelo menos 50% da placa.

Figura 24: sinais de emergências. (a) saída de emergência; (b) direção a seguir; (c) lava olhos.

Figura 25: sinais de emergência. (a) 1º socorros; (b) ducha de segurança; (c) maca.

Sinalização de incêndio Retangular ou quadrada, pictograma branco sobre fundo vermelho e a cor vermelha cobrindo pelo menos 50% da placa.

Figura 26: sinais de incêndio. (a) extintor; (b) pó químico; (c) água.

Figura 27: sinais de incêndio. (a) extintor químico; (b) extintor CO2; (c) extintor ABC.

Figura 28: sinais de incêndio. (a) hidrantes; (b) hospital.

Sinalização de proibição Circular, pictograma negro sobre fundo branco, margens vermelhas, faixa diagonal descendente da esquerda para a direita, a 45º graus em relação à horizontal a cor vermelha deve cobrir pelo menos 25% da placa.

Figura 29: sinais de proibição. (a) proibido fumar; (b) proibido fazer fogo ou fumar; (c) proibida à passagem de peões.

Figura 30: sinais de proibição. (a) proibido apagar com água; (b) água não potável; (c) proibida à entrada a pessoas não autorizadas.

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Sinalização de obrigação Circular, pictograma sobre fundo azul, a cor azul deve cobrir pelo menos 50% da placa.

Figura 31: sinalização de obrigação. (a) proteção obrigatória dos olhos; (b) proteção obrigatório da cabeça; (c) proteção obrigatória dos ouvidos.

Figura 32: sinalização de obrigação. (a) proteção obrigatória das vias respiratórias; (b) proteção obrigatória dos pés; (c) proteção obrigatória das mãos.

Figura 33: sinalização de obrigação. (a) proteção obrigatória do corpo; (b) proteção obrigatória do rosto; (c) proteção individual obrigatória contra quedas.

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RISCOS AMBIENTAIS Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos químicos e biológicos existentes no ambiente de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. O reconhecimento dos riscos ambientais é uma etapa fundamentação do processo que servirá de base para decisões quanto às ações de prevenção eliminação ou controle desses riscos.

Riscos químicos Um local importante para o laboratório é o almoxarifado, pois é nele que são armazenados os produtos químicos, e deve-se ter o cuidado de analisar as propriedades físicas e químicas e dosagem desses, o que é considerado medida preventiva. O processo de estocagem exige cuidados como: não armazenar produtos químicos sem o seu devido símbolo, que representa qual o risco que ele traz a quem irá manuseá-lo. Os produtos químicos que precisam de estocagem podem ser sólido, líquido e gasoso, e serão contidos em embalagens de papel, plástico, vidro ou metal que podem ser caixas garrafas, cilindros ou tambores químicos nas seguintes categorias:

Inflamáveis;

Tóxicos;

Agentes oxidantes;

Corrosivos;

Gases comprimidos.

Produtos inflamáveis São muito comuns nos laboratórios. É importante analisar as propriedades dos produtos inflamáveis:

Ponto de ebulição;

Ponto de fulgor;

Tipos de extintor adequado.

Produtos tóxicos Existem produtos químicos que são sensíveis a choque, impactos ou calor. Estes materiais expostos a choque físicos, calor, podem liberar instantaneamente energia sob a forma de calor ou uma explosão. É preciso elaborar tabelas contendo as distâncias que devem existir para a estocagem dos produtos classificados como altamente explosivos. Algumas substâncias explosivas encontradas em laboratórios:

Peróxido de benzoila;

Dissulfeto de carbono;

Éter di-isipropilico.

Agentes oxidantes São reagentes que sofrem redução (ganho de elétron), ao ganhar elétrons, estas espécies promove a oxidação (perda de elétrons) de outras espécies, agindo assim, como um agente oxidante. Agentes oxidantes não devem ser armazenados na mesma área que combustíveis, tais como:

Inflamáveis;

Substâncias orgânicas;

Agentes redutores. Qualquer vazamento de material deve ser imediatamente removido, pois a limpeza da área é essencial para a segurança. A área de segurança para a estocagem de agentes oxidante deve possuir resistência ao fogo, deve ser blindado, bem ventilado de preferência longe das áreas de trabalho. São recomendados Sprinklers para a área de estocagem.

Produtos corrosivos

Os ácidos reagem com vários metais formando hidrogênio. Os álcalis podem formar hidrogênio quando em contato com alumínio. Como o hidrogênio forma uma mistura explosiva com o ar, nas áreas de estocagem de materiais corrosivos deve ser evitada. A estocagem dos líquidos corrosivos deve ser feita numa área fresca, mas, mantidos em temperatura maior que de seu ponto de fusão. Está área deve ter ralos para remoção de qualquer vazamento que venha acontecer além de tudo deve ser seca e bem ventilada. Os chuveiros e lava olhos devem ser testados frequentemente para avaliar o equipamento e treinar as pessoas que estão em uso dos laboratórios.

Gases comprimidos São classificados em gases liquefeitos, gases não-liquefeito e gases em solução. Representam um risco nos laboratórios, por causa da pressão dentro dos cilindros e ainda por serem inflamáveis e tóxicos. Os cilindros, onde esses gases são armazenados devem ser manipulados com cuidado para prevenir sua queda ou choque com outros objetos. Os cilindros que não estiverem em uso devem ser devidamente rotulados e estocados longe de materiais inflamáveis, esse também deve ser estocado na vertical e garantido contra eventuais quedas. Os cilindros cheios devem ficar longe dos vazios. Os cilindros de gases inflamáveis e oxigênio devem ser mantidos fora dos prédios e distribuídos por sistema de tubulação até os locais de uso.

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Sinalização Os que trabalham em laboratórios devem conhecer a simbologia existente em recipientes de produtos.

Figura 34: (a) oxidante, peróxidos orgânicos; (b) inflamáveis, auto-reativos, pirofóricos, auto-aqueciveis, emite gás inflamável; (c) explosivos, reativos, peróxidos orgânicos.

Figura 35: (a) toxicidade aguda (severa); (b) corrosivos; (c) gases sob pressão.

Figura 36: (a) carcinogênica, sensibilizante à respiração, toxicidade em órgão alvo, mutagenicidade; (b) perigoso para o meio ambiente; (c) irritante, sensibilizante dérmico, toxicidade aguda (perigoso).

Diagrama de Hammel

Usado para identificação dos agentes químicos quanto aos riscos à saúde, a inflamabilidade, a reatividade e aos riscos específicos que porventura o produto venha apresentar.

Figura 37: (a) vermelho: reatividade onde os riscos são; 0-produtos que não queimam 1-produtos que precisam ser aquecidos para entrar em ignição; 2-produtos que entram em ignição quando aquecidos moderadamente, 3-produtos que entram em ignição a temperatura ambiente, 4-gases inflamáveis, líquidos muito voláteis, materiais pirotécnicos. (b) amarelo: reatividade onde os riscos são: 0- normalmente estável, 1-normalmente estável, porem pode se tornar instável quando aquecido, 2-reação química violenta possível quando exposto a temperatura ou pressões elevadas, 3-capas de detonação ou decomposição com explosão quando a fonte de energia severa, 4-capaz de detonação ou decomposição com explosão a temperatura ambiente. (c) branco: riscos específicos, onde os riscos são: oxidante forte, ácido forte, alcalino forte, corrosivo, não misturar com água. (d) azul: risco à saúde, onde as cinco são: 0-produto não perigoso ou de risco mínimo; 1-produto levemente perigoso; 2-produto moderadamente perigoso; 3-produto severamente perigoso; 4-produto letal.

Regras para rotulagem As regras para rotulagem de produtos químicos são: a etiqueta deve ser colocada no frasco antes de se inserir resido químico para evitar erros; abreviações e fórmulas não são permitidas. O diagrama deve ser completamente preenchido. Ou seja, os 3 itens; se a etiqueta for impressa em preto e branco, esta deve ser preenchido usando caneta das respectivas cores do diagrama; a classificação do resíduo deve priorizar o produto mais perigoso do frasco, mesmo que esteja em menores quantidade.

Figura 38: exemplo de etiqueta usada em produtos químicos.

Riscos físicos Quando as condições físicas do ambiente laboratorial são boas, se trabalha melhor e com menos esforço. Quando essas condições saem dos limites de tolerância, atinge o incômodo e a irritação determinando muitas vezes o aparecimento de cansaço, a queda da produção, que são decorrentes da exposição aos agentes físicos e seus riscos. Existem vários tipos de riscos físicos num laboratório e eles podem ser identificados com a cor verde num mapa de risco. Os principais agentes físicos que podem vir a ocasionar acidentes num laboratório são ruídos, temperaturas extremas, umidade extrema, eletricidade e radiação.

Ruídos Constitui uma causa de incomodo na realização de um trabalho, um obstáculo às comunicações verbais e sonoras, podendo gerar fadiga, mau humor, trauma acústico e alterações fisiológicas extra-auditivas. Em laboratórios que possuem equipamento com sons exuberantes é preciso o uso de protetores auriculares e tampões auditivos.

Temperatura extrema Os riscos mais frequentes de temperatura extrema estão relacionados com o calor. A exposição a estes em quantidade possui vários efeitos nos indivíduos através de mecanismos de reações que interferem na vasodilatação periférica e na sudorese. O calor é bastante usado em operações de limpeza, desinfecção e esterilização de vários materiais.

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Umidade extrema Em laboratórios a umidade extrema pode contribuir para que aconteçam acidentes de duas maneiras: quando se estabelecem níveis reduzidos ou excessivos. Em locais que apresentem valores de umidade excessiva é conveniente alertar sobre o risco de choque elétrico em equipamentos e fiação expostos em tais locais.

Eletricidade Para prevenir acidentes ocasionados por choque elétrico num laboratório, recomenda-se que a voltagem da rede local de eletricidade esteja evidenciada, assim como de cada aparelho, que deve trazer essa informação em local de fácil visualização, o número de tomadas deve ser previsto de acordo com a capacidade total dos aparelhos do setor onde são instalados evitando sobrecargas no uso das tomadas, o que pode provocar curto-circuito e originar incêndios, os equipamentos devem ser instalados usando-se sempre o fio terra para a descarga elétrica excessiva, a pessoa que irá usar um aparelho deve sempre certificar-se da voltagem ao ligá-lo evitando, danos ao sistema e ao aparelho.

Radiações Num laboratório, as radiações com que o usuário deve tomar cuidado e precauções são as ionizantes e não-ionizantes, as radiações UV são não-ionizantes e frequentemente emitidas por equipamentos comumente encontrados em laboratórios que manipulam microrganismo, culturas de células ou tecidos que usam técnicas de biologia molecular. Para se proteger das radiações UV deve se dispor de barreiras que possam eliminar a reflexão no ambiente e absorção direta pelo individuo. Os EPIs que protegem de radiação direta sobre a superfície exposta também devem ser usadas, como os jalecos de algodão de manga comprido, luvas, óculos de proteção ou protetores da face.

Riscos biológicos Considera-se risco biológico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos. A exposição ocupacional a agentes biológicos decorre da presença desses agentes no ambiente de trabalho, na área da saúde, alguns exemplos podem ser: atividade de pesquisa ou desenvolvimento que envolve a manipulação direta de agentes biológicos, atividades realizadas em laboratórios de diagnósticos microbiológicos e atividades relacionadas à biotecnologia.

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MAPAS DE RISCO Representação gráfica de um conjunto de fatores presentes no local de trabalho, capaz de causar danos à saúde dos trabalhadores. Ele também ajuda a organizar os trabalhadores através da visualização dos riscos existentes na empresa, reunindo informações necessárias para estabelecer diagnósticos da situação de segurança e saúde no trabalho. A construção do mapa de risco, de acordo com a NR-5, é responsabilidade da CIPA, que deve desenvolver atividades com a participação de todos os trabalhadores da empresa, de forma que o diagnóstico das condições de trabalho e as recomendações para melhorias resultem do conhecimento do conjunto dos trabalhadores. O mapa de risco pode ser construído em duas etapas:

Levantamento e sistematização do processo de produção;

Elaboração da representação gráfica. Levantamento e sistematização do processo de produção: esta etapa consiste em seis documentos: descrição do processo de trabalho, equipamentos/instalações, materiais/produtos/ resíduos, equipes de trabalhadores, atividades dos trabalhadores e identificação dos fatores de risco. Descrição do processo de trabalho: o processo de trabalho são os elementos integrados de pessoas e recursos produtivos: materiais, máquinas/equipamentos/ ferramentas e espaço físico. O levantamento do processo possibilita entender em que momento da produção um determinado fator de risco se manifesta no ambiente de trabalho.

Figura 39: exemplo de um mapa de risco.

Simbologia e cores Os discos são representados por círculos coloridos com três tamanhos diferentes. Quando um mesmo local tiver mais de um risco de igual gravidade, utiliza o mesmo círculo, dividindo-o em partes, pintando-as com a cor correspondente aos riscos:

Os riscos físicos sua cor de identificação é o verde. Os riscos físicos são: ruídos, calor, frio, pressão, umidade, radiações ionizantes e não-ionizantes, vibrações etc.

Os riscos químicos sua cor de identificação é o vermelho. Os riscos químicos são: poeiras, fumos, gases, vapores, névoa, neblina etc;

Os riscos biológicos sua cor de identificação é o marrom. Os riscos biológicos são: fungos, vírus, parasitas, bactérias, protozoários, insetos etc;

Os riscos ergonômicos sua cor de identificação é a amarela. Os riscos ergonômicos são levantamento e transporte manual de peso, monotonia, repetividade, responsabilidades, ritmo excessivo, postura inadequados do trabalho.

Os riscos de acidentes sua cor de identificação é o azul. Os riscos de acidentes são arranjos físicos inadequados, iluminação inadequada, incêndio e explosão.

Figura 40: (1) intensidade do risco. (a) grande; (b) médio; (c) pequeno; (2) tipos de riscos. (a) físico; (b) químico; (c) biológico; (d) ergonômico; (e) acidente.

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CONTROLE DE MICRORGANISMO

DESCONTAMINAÇÃO É o ato de reduzir ou remover microrganismos em objetos inanimados por métodos quimiomêcanicos, tornando-se mais seguro de serem manuseados ou tocados. São objetos de múltiplo uso em estabelecimentos de saúde, são chamados de artigos. Existem três tipos de Artigos:

Artigo crítico;

Artigos semi-críticos;

Artigos não-críticos. Eles podem tornar-se, veículos de agentes infecciosos se não sofrerem processos de descontaminação após cada uso.

Artigos críticos: São destinado à penetração da pele e mucosa adjacente, nos tecidos sub-epiteliais e nos sistema vascular. Estes requerem esterilização para satisfazer os objetivos a que se propõem.

Artigos semi-crítico: São destinados ao contato com a pele não íntegra. Requerem desinfecção de médio ou de alto nível, ou esterilização, para ter garantida a qualidade do múltiplo uso deste.

Artigos não-crítico: São destinados ao contato com a pele íntegra do paciente. Requerem limpeza ou desinfecção debaixo ou médio nível, dependendo do uso que se destinam ou do ultimo uso realizado.

Limpeza

É o ato de retirar impureza de um corpo, material ou de um local. Este procedimento deve ser obrigatoriamente feito antes da esterilização ou desinfecção. Cada laboratório deve possuir uma padronização do processo de limpeza, incluindo tipo de água usada, sabão e detergente neutro.

Desinfecção É o método capaz de eliminar muitos ou todos os microrganismos. É o conjunto de medidas preventivas que permitem manter um ser vivo ou um meio inerte isento de microrganismos, evitando a introdução de um contaminante num ambiente ainda não contaminado ou que já foi controlado.

Esterilização É o processo que promove completa eliminação, ou destruição de todas as formas de microrganismos presentes, vírus, bactérias, fungos e protozoários.

Métodos físicos Calor

Método mais usado, para matar microrganismo, por ser eficaz, barato e prático. Os microrganismos morrem pela desnaturação de proteínas na presença de calor úmido e por oxidação, quando se trata de calor seco, e há variações de resistência de organismos para organismo.

Calor úmido

Método mais frequente de redução de número de microrganismos pela fervura, que mata todas as formas vegetativas dos patógenos, muitos vírus, fungos e seus poros em 15 minutos. A esterilização usando calor úmido requer temperatura acima da fervura da água (120°C). Estas são conseguidas nas autoclaves, método preferido deste que o material ou substância a ser esterilizada não sofra alterações pelo calor ou umidade. Quanto maior a pressão na autoclave, maior a temperatura alcançada. A esterilização é mais facilmente alcançada quando os organismos estão em contato direto com o vapor. A autoclave é usada para esterilizar meios de cultura, instrumentos cirúrgicos, seringas de vidro, soluções e outros materiais que suportam altas temperaturas e pressões.

Pasteurização

Consiste em aquecer o produto a uma temperatura, num dado tempo, e em seguida resfriá-lo bruscamente. A pasteurização, por qualquer que seja o tempo e a temperatura empregada, reduz o número de microrganismos presentes, mas não assegura uma esterilização.

Calor seco

Forma mais simples de esterilização. A incineração também é uma forma de esterilizar, usando calor seco, usada para queimar sacos e copos plásticos, carcaças de animais, materiais descartáveis que já foram utilizados. Outra forma de esterilizar a seco é feita em fornos, nelas a temperatura e tempo deve ser observado atentamente. Esses fornos são as estufas. A maior parte da vidraria usada em laboratório é esterilizada deste modo.

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Radiação Têm seus efeitos dependentes do comprimento de onda, da intensidade, da duração e da dilatação da fonte. Há dois tipos de radiações usadas no controle dos microrganismos: ionizante e não-ionizante. As ionizantes, como exemplo, radiação gama tem comprimento de onda mais curto que as não-ionizantes e carregam mais energia. O principal efeito da radiação ionizante é a ionização da água, formandos radicais super-reativos e estes reagem com componentes orgânicos dentre eles o DNA, matando ou inativando os microrganismos. Vários instrumentos hospitalares de uso descartáveis, como seringa plásticos, luvas cateteres, fios, suturas, são esterilizados deste modo. A não-ionizante têm comprimento de onda mais larga, e a mais empregada é a luz ultravioleta. A UV provoca a formação de ligação química entre timinas adjacentes e estes dímeros alteram a replicação do DNA no momento da reprodução. As lâmpadas germicidas são usadas para o controle de microrganismos do ar e frequentemente são encontradas em centros cirúrgicos, enfermarias, berçários, capelas de fluxo laminar etc.

Micro-ondas

Cada vez mais utilizados em laboratórios suas radiações emitidas não afetam diretamente os microrganismos, mas geram calor. É possível esterilizar materiais, meios de culturas etc.

Filtração A passagem de soluções ou gases através de filtros, de poros pequenos que retém microrganismos, pode ser usada na remoção de bactérias e fungos deixando, passar a maioria dos vírus.

Método químico Os meios de prevenir a putrefação e a decomposição da matéria orgânica foram utilizados pelos homens desde a época em que se desconhecia o papel dos microrganismos nesses processos. As carnes dos mamíferos e peixes eram preservadas pela dissecação e salgas.

Alcoóis

Possuem muitas qualidades desinfetantes são, baratos, facilmente obtidos e bactericidas de formas vegetativas. A desnaturação de proteínas é a explicação para a ação antimicrobiana na ausência de água, as proteínas não são desnaturadas tão rapidamente quanto sua presença. Efeitos secundários na interferência do metabolismo e eventualmente lise das células.

Aldeídos

O mais usado é o aldeído fórmico. Por ser facilmente solúvel em água, é usado sob forma de solução aquosa concentrada.

Fenóis É um desinfetante fraco, foi o primeiro agente a ser usado na prática médica cirúrgica. Eles atuam sobre qualquer proteína.

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EQUIPAMENTOS Autoclave

Equipamento usado para esterilizar objetos através de calor úmido combinado com pressão. Dessa forma, a esterilização a vapor é realizada em autoclaves, cujo processo possui fases de penetração do vapor, remoção do ar e secagem. Ao usar a autoclave é importante assegurar que o vapor deslocou todo o ar antes que a pressão se eleve, nesse sentido, o vapor saturado, isento de ar, na pressão de uma atmosfera, tem uma temperatura de 121 ºC. Existem dois principais tipos de autoclavação:

Gravitacional: o ar é removido pelo vapor que é injetado forçando sua saída ou através de uma bomba. A fase de secagem é limitada, uma vez que não possui capacidade para completar a remoção a vapor.

Alto vácuo: a fase de secagem é melhor do que a gravitacional devido à alta capacidade de sucção do ar realizada pela bomba de vácuo.

Banho-Maria

Equipamento usado em laboratórios, que permite aquecer substâncias de forma indireta, por imersão, que não podem ser expostas a fogo direto. Também pode ser usado para descongelamento ou incubação de produtos biológicos. Condições gerais: a limpeza do equipamento deve ser feita com água potável e sabão neutro. Enxaguar bem e somente com gaze por fora. Não use solventes, tais como benzina, Thiner e álcool.

Figura 41: (a) Autoclave; (b) Banho-Maria.

Microscópio É uma ferramenta básica em laboratórios da área da saúde. A observação da célula ao microscópio ótico é feita por luz transmitida, que exige alguns critérios:

Ser suficiente fino, para que a luz possa atravessá-lo, o objeto deve ter uma espessura na ordem de 5µm, tornando-se necessária para atingir a espessura desejada;

Apresentar contraste, diferenciado as regiões celulares;

O microscópio de luz é composto das seguintes partes: Partes mecânicas:

Pé: base do aparelho suporta todas as outras partes.

Braço: preso ao pé, rígido ou articulado, suporta o canhão, a platina, o condensador e o espelho ou fonte luminosa.

Canhão: tubo onde se dispõem as partes óticas da ampliação. Pode ser fixo ao braço ou possuir movimento vertical.

Revólver: é uma peça giratória onde se conectam as objetivas e que permite a instantânea mudança das mesmas.

Platina: é a mesa de trabalho, onde se coloca a preparação para exame. Possui uma abertura central que dá passagem à luz proveniente da fonte.

Charriot: é um dispositivo preso à platina, dotado de movimento anterior-posterior e lateral. Destinado a movimentar a preparação.

Parafuso macrométrico: é um dispositivo destinado a dar grandes e rápidos deslocamentos verticais ao canhão ou à platina serve para focalizações grosseiras.

Parafuso micrométrico: é um dispositivo destinado a dar pequenos e lentos deslocamentos ao canhão ou á platina serve para focalização fina.

O sistema de iluminação pode ser provido de espelho ou fonte de luz direta, que deve estar preso à parte inferior do braço, refletindo ou projetando a luz para a parte inferior do condensador;

Diafragma ou íris: que colocado sob condensador, destina-se a restringir o diâmetro de feixe luminoso;

Condensador: é um sistema ótico de refração, preso à parte inferior do braço sob a platina, destinado a fazer convergir sobre a preparação à luz proveniente da fonte.

O sistema de ampliação é formado pelas objetivas e oculares. A qualidade da visualização da imagem será proporcionada pelo poder de resolução, que pode ser definido como a capacidade que este sistema possui de formar imagens distintas e nítidas de dois pontos situados muito próximos numa preparação.

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Figura 42: microscópio. (a) base; (b) platina; (c) coluna; (d) parafuso micrometro; (e) parafuso macrometro; (f) sistema ocular; (g) tubo; (h) revolver; (i) objetivas; (j) condensador; (l) espelho; (m) pinças.

Figura 43: microscópio. (a) base; (b) condensador; (c) diafragma; (d) platina; (e) objetiva; (f) revolver; (g) ocular; (h) braço; (i) carro móvel; (j) parafuso macrométrico; (l) parafuso micrométrico; (m) parafuso condensador.

Balança eletrônica de precisão

são usadas para se pesar diferentes substâncias nos laboratórios de saúde. Condições gerais:

Observar se a balança está instalada em local livre de altas temperaturas e da ação direta de correntes de ar muito forte, tais como ventiladores;

A balança deve estar instalada em local de fácil visibilidade para os operadores e onde não haja vibração

Devem ser ajustados os pés reguláveis do mesmo modo que ela fique bem apoiada e nivelada;

Deve-se fechar a porta da balança sempre que se colocar um produto.

Centrifuga

Equipamento que acelera o processo de sedimentação devido ao movimento centrifuga da rotação acelerado, no qual as partículas de maior densidade são arremessadas para o fundo do tubo.

Figura 44: (a) balança analítica; (b) centrifuga.

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VIDRARIAS São categorizadas de acordo com o fim a que se destinam, as vidrarias volumétricas são constituídas para conter precisamente um dado volume líquido e, com exceção das pipetas que possuem forma de pera, fundo chato e gargalo comprido.

Balão de fundo chato Usado como recipiente para conter líquidos ou soluções, ou para fazer reações com desprendimento de gases, pode ser aquecido em banho-maria.

Balão de fundo redondo Deverá ser usado acoplado a um suporte. É usado em sistema de refluxo e evaporação a vácuo; conectado a um roto-evaporador.

Figura 45: vidraria. (a) balão de fundo chato; (b) balão de fundo

redondo.

Balão volumétrico

É um recipiente em forma de pera, de fundo plano e com um gargalo retilíneo, comprido, estreito e com tampa que possui volume definido usado para o preparo de soluções em laboratório.

Elenmeyer

Ideal para armazenar, aquecer e misturar produtos, pode ser usado para preparar meios de cultura.

Becker Recipiente de uso geral, usado em reações entre soluções, dissolver substâncias sólidas, efetuar reações de precipitações e aquecer líquidos. Geralmente graduados. Há dois tipos de Becker: o de forma baixa e o de forma alta.

Figura 46: vidrarias. (a) Balão volumétrico; (b) Elenmeyer; (c)

Becker.

Tubo de ensaio Tubos de vidro usados para fazer reações em pequenas escalas. Usados com ou sem tampa, em várias atividades podem ser aquecidos usando acessórios apropriados, diretamente sob a chama de bico de bunsen, em movimentos circulares.

Pipeta graduadas Vidraria constituída por um tubo de vidro graduado usado para medir e transferir volumes. Permite medir volumes variáveis, não pode ser aquecida.

Pipeta volumétrica Vidraria constituída por um tubo de vidro com um bulbo na parte central. O traço de referencia relativo ao volume definido é gravado na parte do tubo acima do bulbo. É usado para medir líquidos com elevada precisão. Não deve ser aquecida.

Figura 47: vidrarias. (a) tubo de ensaio; (b) pipeta graduada; (c) pipeta volumétrica.

Bureta

Aparelho usado em análises volumétricas consiste em um tubo longo com graduações permanentes em linhas bem delineadas a fim de facilitar a leitura. Acompanha torneira de vidro ou teflon que permite o escoamento dos líquidos de forma uniforme geralmente usada para pratica de titulação.

Proveta

Instrumentos cilíndricos graduados usados para medir e transferir volumes variáveis de líquidos em grandes quantidades se precisa.

Condensador Usado na destilação com finalidade de condensar vapores gerados pelo aquecimento de líquidos. Os mais comuns são de Liebig e de serpentina.

Figura 48: vidrarias. (a) bureta; (b) proveta; (c) condensador.

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Funil de separação Usado na preparação de líquidos não miscíveis e na extração líquido-líquido.

Kitassato Usado em conjunto com funil de Buchner em filtração a vácuo é constituído de um vidro espesso e um orifício lateral.

Dessecador Recipiente fechado hermeticamente, contendo um agente desumidificante. Usado para guardar substâncias em atmosferas com baixo índice de umidade.

Figura 49: vidrarias. (a) Kitassato; (b) funil de separação; (c) dessecador.

Bastão de vidro

É usado para agitar substâncias, facilitando a homogeneização, auxiliar na transferência de um líquido de um recipiente para outro.

Funil analítico Usado na filtração e para retenção de partículas sólidas, podendo ser colocado papel de filtro no seu interior. Não deve ser aquecido, pode ser de vidro burosilicato ou de vidro alcalino.

Funil de Buchner Instrumento de porcelana usada em filtração a vácuo. Pode ser usado com a função de filtro em conjunto com o Kitassato.

Figura 50: vidrarias. (a) bastão de vidro; (b) funil; (c) funil de Buchner.

Vidro de relógio Peça de vidro de forma côncava para separar pequenas quantidades de substâncias, evaporar pequenas quantidades de soluções, cobrir béqueres e outros recipientes, além de auxiliar na pesagem de substâncias não voláteis e não higroscópicas.

Gral e pistilo

O gral também chamado de Almofariz usado na trituração e pulverização de sólidos em pequena escala.

Figura 51: vidrarias. (a) vidro de relógio; (b) gral e pistilo.

Cadinho

Peça de porcelana com utilidade de aquecer substâncias a seco e com grande intensidade de calor, por isto pode ser levado diretamente ao bico de Bunsem.

Cápsula de porcelana

Peça de porcelana que apresenta paredes finas que não resistem ao atrito usado para evaporar líquidos das soluções e na secagem de substâncias em estufas. Pode ser usados, para a fusão de materiais sólida e ceras, não devendo ser usado na preparação de fórmulas farmacêuticas, pois podem liberar íons.

Figura 52: vidrarias. (a) cápsula de porcelana; (b) cadinho.

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Anel ou argola Acessório usado par fixar alguns tipos de funil no suporte para a realização da filtração.

Espátula e colheres Instrumentos confeccionados em inox ou polipropileno usados para transferir pequenos volumes ou misturas soluções, sendo para transferir pequenos volumes ou misturas soluções, sendo encontrados no mercado em diferentes tamanhos e formatos.

Estante para tubos de ensaios Instrumentos confeccionados em madeira ou metal, usado como suporte para tubos de ensaio. Possui diferentes diâmetros e altura para diferentes espessuras e comprimento de tubos. Pode ser levada à estufa e, em alguns casos, à câmara fria.

Figura 53: vidraria. (a) argola; (b) espátula; (c) estante para tubo de ensaio.

Garra do condensador

Acessório de metal usado para prender o condensador à haste do suporte ou para outras peças como balões e Erlenmeyer.

Pinça de madeira Acessório com finalidade é prender o tubo de ensaio para que ele seja levado a chama e possa ser manipulado. Muitas vezes, fazendo uma pequena agitação durante o aquecimento.

Pinça metálica É um acessório usado para manipular objetos aquecidos, como cadinho e cápsulas, entre outros.

Figura 54: vidrarias. (a) garra do condensador; (b) pinça de madeira; (c) pinça metálica.

Pissete Garrafinha plástica com bico acoplado usado para lavagem de materiais através de jatos de água, álcool ou outros solventes.

Suporte universal Acessório feito em ferro usado em operações como filtração, suporte para condensador, bureta, sistema de destilação, etc. serve também para sustentar pelas em geral.

Tripé Acessório usado para ser colocado sobre a chama, do bico de Bunsen, com o objetivo de efetuar aquecimento de soluções em vidrarias diversas de laboratórios.

Figura 55: vidraria. (a) pisseta; (b) suporte universal; (c) tripé.

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BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS (BPL) Seu objetivo é fornecer um guia geral e regras básicas consideradas mínimas para o funcionamento seguro dos laboratórios de aulas práticas. Proteger os técnicos, alunos e professores de riscos e acidentes de laboratório. Definir quem é o Líder e o pessoal técnico. Definir as responsabilidades do Líder e do pessoal técnico para o funcionamento seguro dos laboratórios de aulas práticas. Fornecer um padrão de boas práticas de segurança dos laboratórios. BPL referente ao pessoal:

Não fumar, ingerir alimentos ou bebidas.

Não usar sandálias, chinelos e short.

Manter os cabelos longos sempre presos e, se necessário use tôca.

Não usar lentes de contato.

Lavar bem as mãos.

BPL referente ao laboratório:

Sempre usar avental longo:

Dúvidas devem ser solucionadas antes de começar a trabalhar.

Ler atentamente os rótulos dos frascos dos reagentes antes de utilizá-los.

Manter nos laboratórios as FISPQs de todos os produtos manuseados.

Em caso de derramamento de líquido, o local deverá ser imediatamente limpo.

Destinar locais específicos para que peças aquecidas de vidro sejam colocadas após a realização dos experimentos.

Quando do aquecimento de substância em tubos do ensaio, estes deverão ser direcionados de tal forma que usuários do laboratório não possam ser atingidosem casos de projeções de materiais.

Os materiais de vidro devem ser utilizados com cuidado.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

(POP) Manual de Procedimentos é a sistematização de todos os Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) de uma organização, que no nosso caso é o laboratório clínico. Esta coletânea de procedimentos é de responsabilidade do Diretor do laboratório (ou pessoa por ele designada) e deverá estar completa, atualizada e revisada por pessoa capaz. As organizações, numa visão mais ampla de atividade, tornaram à padronização de seus serviços e produtos como ponto primordial para conquista de novos clientes e sua perpetuação no mercado. O Procedimento Operacional Padrão (POP), seja técnico ou gerencial, é a base para garantia da padronização de suas tarefas e assim garantirem a seus usuários um serviço ou produto livre de variações indesejáveis na sua qualidade final.

Como e quem deve fazer um POP Alguns cuidados necessários:

Nunca copie procedimentos de livros ou de outras organizações, existem particularidades que só o nosso laboratório tem;

A pessoa que executa a tarefa é quem deve escrever o procedimento, ele é o dono do processo;

O funcionário deve estar familiarizado com fatores que influenciam seu processo analítico, manuseio da amostra, aplicação e interpretação de seus controles internos e externos, manutenção e operação de equipamentos de sua área;

Faça constantes análises críticas sobre a aplicabilidade de seus procedimentos e se os mesmos ainda estão sendo seguidos;

Cuidado com adaptações de metodologias: Tempo x Rotação para centrifugação das amostras, tempo de banho-maria, condições de adequação das amostras, etc.

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BIOTERIO Local onde são criados e mantidos animais com a finalidade de serem usadas como cobaia em experimento animal. O emprego de animal de laboratório, em conjunto com estudo realizados em humanos, fornece uma base para a compreensão de vários processos fisiológicos e patológicos importantes. Por se tratar de materiais biológicos vivos, deve-se garantir sua integridade física, a nutrição, as contaminações microbiológicas e a correta manipulação, a fim de se evitar que ocorram conclusões inválidas nos experimentos ou que se aumente desnecessariamente o número de animais utilizados. Poucos estabelecimentos do país apresentam recursos humanos com formação apropriada e infra-estrutura básica de pesquisa que inclua os centros de criação de animais de laboratórios, equivalentes aqueles existentes nos EUA e Europa.

Figura 56: exemplo de um biotério.

Obrigações

A criação e manutenção de animais de laboratório até serem vendidos ou cedidos, para laboratórios de experimentação. Assegurar o cumprimento das normas legais em vigor sobre a criação e manutenção dos animais de laboratório, bem como as normas de autoridade nacional em biotérios. Manter o registro da entrada e saída de todos os animais. Apesar de a lei exigir que exista um comitê de ética para monitorar o bom funcionamento das práticas laboratoriais, na pratica esta fiscalização interna é reduzida ou nula em quase todos os biotérios nacionais.

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RESÍDUOS SÓLIDOS São partes de resíduos gerados após a produção, utilização ou transformação de bens de consumos exemplos: computadores, automóveis, televisores, aparelhos celulares, eletrodomésticos, etc. Sua disposição final pode ser feita em aterros sanitários e controlados ou visar a compostagem e a reciclagem. A NBR-12807 da ABNT define como resíduo todo material desprovido de utilidade para o estabelecimento gerador. O CONAMA regulamenta que no Brasil os procedimentos mínimos para os gerenciamentos dos resíduos sólidos de saúde e define que cabe aos estabelecimentos geradores o gerenciamento de seus resíduos, desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde pública.

CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS São classificados nos seguintes grupos:

Grupo A: Infectante ou Biológico

Grupo B: Tóxico ou Químico

Grupo C: Radioativo

Grupo D: Comum

Grupo E: Perfuro-cortante.

Separação dos resíduos Consiste na separação no local da geração, guardando-o imediatamente, de acordo com sua espécie e grupo, visando reduzir o volume de resíduos contaminados pelo contato por outros, diminuir os riscos de acidente, adotar melhores processos para o tratamento dos resíduos infectantes ou contaminantes.

Acondicionamento Deve ser feito em cestos resistentes e impermeáveis, no momento e local de geração, à medida que forem gerados, de acordo com a classificação e o estado físico do resíduo. Os do grupo A, B e C devem ser acondicionados em saco branco leitoso, resistente, impermeável, utilizando saco duplo para resíduos úmidos e pesados, devidamente identificado com rótulos diferenciados pela cor, símbolo e expressão correspondente ao grupo de resíduos a que se destina. O saco deve ser sustentado por recipiente de plástico, acrílico, metal ou outro material, com tampa removida a pedal.

Transporte interno Consiste no translado dos resíduos dos locais de geração até a sala de resíduos da unidade, destinada a guardar temporariamente os resíduos. Neste local estará disposto um carro de acondicionamento, que transportará os resíduos para a área externa de armazenamento temporário, quando sua capacidade estiver cheia.

Armazenamento externo Chamado de abrigo externo de contêiner de resíduos destina-se a abrigar os resíduos previamente acondicionados. Dever ser construídos em local afastados do edifício da instituição, possuir no mínimo três boxes para acondicionar os resíduos dos grupos A, B e D separadamente, com fácil acesso a carros coletores de transporte e aos veículos de coleta e transporte externo.

Tratamento final Consiste na aplicação de tecnologia que induz a redução da carga microbiológica ou neutralização dos agentes nocivos à saúde e ao meio ambiente, podendo estar associada à redução do volume, peso e umidade dos resíduos e devendo ser de uso exclusivo:

Grupo A: Tratamento por desinfecção através de micro-ondas.

Grupo B: Tratamento através de incineração.

Grupo C: Tratamento específico conforme a CNEN.

Grupo D: Recicláveis, orgânicos e os demais irão para o aterro sanitário.

Aterro sanitário

Seu tratamento é baseado em técnicas sanitárias de compactação, impermeabilização do solo e cobertura com lixo coletado, tratamento de gás e do chorume. Apresentam grandes vantagens e limitações por causa do crescimento das cidades a quantidade de lixo aumenta. Os sistemas de aterros devem ser associados à coleta seletiva e de reciclagem de lixo, permitindo que a vida útil do lixo seja prolongada. As áreas destinadas a aterros sanitários tem vida útil limitada. Aperfeiçoam-se os critérios analisados nas aprovações dos estudos de impacto ambiental pelos órgãos de controle do meio ambiente.

Figura 57: aterro sanitário.

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Incineração É baseado na combustão de lixo. Processo que demanda custos elevados e a necessidade de um super controle da emissão de gases poluente gerados pela combustão. Esse sistema vem sendo direcionado para os resíduos tóxicos ou químicos. Suas elevadas despesas se devem a sua implantação e monitoramento da poluição gerada. A incineração é um tratamento adequado para os resíduos sólidos tóxicos, permitindo reduzir o volume o do lixo tratado sem necessitar de grandes áreas, além de se poder aproveitar a energia produzida durante a combustão.

Figura 58: modelo esquemático de um incinerador.

Compostagem Processo natural em que a matéria orgânica é decomposta por microrganismos, formando humos como produto final. Na compostagem os microrganismos utilizam os substratos de carbono, nitrogênio, enxofre, fósforo e outros minerais. De forma natural então, pode se dar destino prático e lucrativo do lixo orgânico.

Figura 59: Compostagem.

RECICLAGEM O reaproveitamento de materiais beneficiados como matéria-prima para um novo produto. Muitos materiais podem ser reciclados e os exemplos mais comuns são o papel, o vidro, o metal e o plástico.

Reciclagem do plástico O plástico é um dos produtos mais utilizados na sociedade atual. Ao ser descartado por pessoas e empresas, pode passar por um processo de reciclagem que garante seu reaproveitamento na produção do plástico reciclado. O plástico reciclado tem praticamente todas as características do plástico comum. Quando reciclamos o plástico ou compramos plástico reciclado estamos contribuindo com o meio ambiente, pois este material deixa de ir para os aterros sanitários ou para a natureza, poluindo rios, lagos, solo e matas.

Reciclagem do vidro Ocorre principalmente por meio do derretimento do vidro antigo para a geração de um novo. Na maioria dos casos, os vidros encontrados nos lixões são provenientes do lixo doméstico e comercial, abrangendo garrafas, lâmpadas incandescentes, molduras, janelas e potes de conservação para alimentos. Reciclar vidro é mais econômico do que produzi-lo. Produzir um novo vidro exige o uso dos insumos básicos como a areia, o calcário, o carbonato de sódio e equipamentos de elevação de temperatura. Na reciclagem do vidro usado, todos esses componentes são naturalmente reutilizados. O termo “cullet” refere-se a um vidro pronto novamente derretido.

Reciclagem dos metais O metal é um dos produtos mais utilizados nas tarefas do dia-a-dia. Ao ser descartado por pessoas e empresas, pode passar por um processo de reciclagem que garante seu reaproveitamento na produção do metal reciclado. O metal reciclado tem praticamente todas as características do metal comum. O alumínio, por exemplo, pode ser usado sem limites.

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Três R´S Conhecidos como os 3 Rs da sustentabilidade:

Reduzir

Reutilizar

Reciclar São ações práticas que visam estabelecer uma relação mais harmônica entre consumidor e Meio Ambiente.

Reduzir Nas compras que realizamos no cotidiano e nos serviços que contratamos, adquirimos muitas coisas que não precisamos ou que usamos poucas vezes. Portanto, reduzir significa comprar bens e serviços de acordo com nossas necessidades para evitar desperdícios.

Reutilizar Reutilizando, geramos uma boa economia doméstica, além de estarmos colaborando para o desenvolvimento sustentável do planeta. Isto ocorre, pois tudo que é fabricado necessita do uso de energia e matéria-prima.

Reciclar O primeiro passo é separar o lixo reciclável (plástico, metais, vidro, papel) do lixo orgânico. O reciclável deve ser encaminhado para empresas ou cooperativas de trabalhadores de reciclagem, pois serão transformados novamente em matéria-prima para voltar ao ciclo produtivo.