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Desenho Arquitetônico data:set/2016 fl. 35 3 – Medidas, Proporções e Cortes 3.1 Garagens A Figura 3.1 apresenta algumas dimensões que podem ser usadas para projetos de garagens. Em geral, para projetos residenciais, podem-se usar as dimensões de um carro de tamanho grande como o Mercedes 300, 1956. Figura 3.1 Medidas usuais em “mm” para automóveis (NEUFERT, 2004) 3.2 Áreas de Serviço A Figura 3.2 apresenta algumas dimensões de alguns equipamentos e instalações comuns em áreas de serviço. Podem ser usadas medidas comerciais caso se conheça o fabricante de determinado equipamento (eletrodomésticos, tanques, etc.).

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3 – Medidas, Proporções e Cortes

3.1 Garagens

A Figura 3.1 apresenta algumas dimensões que podem ser usadas para projetos de

garagens. Em geral, para projetos residenciais, podem-se usar as dimensões de um carro

de tamanho grande como o Mercedes 300, 1956.

Figura 3.1 – Medidas usuais em “mm” para automóveis (NEUFERT, 2004)

3.2 Áreas de Serviço

A Figura 3.2 apresenta algumas dimensões de alguns equipamentos e instalações comuns

em áreas de serviço. Podem ser usadas medidas comerciais caso se conheça o fabricante

de determinado equipamento (eletrodomésticos, tanques, etc.).

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Figura 3.2 – Medidas usuais em “m” equipamentos e instalações em áreas de serviço (MONTENEGRO, 2001)

3.3 Peças Sanitárias

A Figura 3.3 apresenta algumas dimensões das principais peças encontradas em lavabos

e banheiros.

Figura 3.3 – Medidas usuais em “m” de peças sanitárias (MONTENEGRO, 2001)

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3.4 Cozinhas

A Figura 3.4 apresenta algumas dimensões usuais para cozinhas.

Figura 3.4 – Medidas usuais em “m” para cozinhas (MONTENEGRO, 2001)

3.5 Móveis

A Figura 3.5 apresenta algumas dimensões usuais de alguns móveis. Outras informações

consultar Neufert (2004).

Figura 3.5 – Medidas usuais em “m” de alguns tipos de móveis (MONTENEGRO, 2001)

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3.6 Cortes: Princípios Gerais

Os cortes são representações de vistas ortográficas seccionais do tipo “corte”, obtidas

quando passamos por uma construção um plano de corte e projeção VERTICAL,

normalmente paralelo às paredes, e retiramos a parte frontal, mais um conjunto de

informações escritas que o complementam. Assim, neles encontramos o resultado da

interseção do plano vertical com o volume. Os cortes são os desenhos em que são

indicadas as dimensões verticais.

O objetivo dos cortes em um projeto de edificação é ilustrar o maior número de relações

entre espaços interiores e significantes, que se desenvolvem em altura, e que, por

consequência, não são devidamente esclarecidos em planta baixa. A sua orientação é feita

na direção dos extremos mais significantes deste espaço.

Normalmente se faz no mínimo dois cortes, um transversal e outro longitudinal ao objeto

cortado, para melhor entendimento. Podem sofrer desvios, sempre dentro do mesmo

compartimento, para possibilitar a apresentação de informações mais pertinentes. Os

cortes podem ser transversais (plano de corte na menor dimensão da edificação) ou

longitudinais (na maior dimensão).

A quantidade de cortes necessários em um projeto, porém, é de exclusiva determinação do

projetista, em função das necessidades do projeto. São fatores que influenciam a

quantidade de cortes:irregularidades das paredes internas;

b) sofisticação de acabamentos internos;

c) formato poligonal da construção;

d) diferenças de níveis nos pisos;

e) existência de detalhamentos internos.

A Figura 3.6 ilustra um esquema, em perspectiva, da composição dos cortes

longitudinais e transversais em projetos arquitetônicos.

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PLANO QUE GERA O CORTE TRANSVERSAL:

PLANO QUE GERA O CORTE LONGITUDINAL:

Figura 3.6 – Representação de cortes transversais e longitudinais

Os planos normalmente são paralelos às paredes, e posicionados pela presença de: pés-

direitos variáveis, esquadrias especiais, barreiras impermeáveis, equipamentos de

construção, escadas, elevadores, dentre outros.

A posição do plano de corte e o sentido de observação depende do interesse de

visualização. Recomenda-se sempre passá-lo pelas áreas molhadas (banheiro e cozinha),

pelas escadas e poço dos elevadores.

Os cortes devem sempre estar indicados nas plantas para possibilitar sua visualização e

interpretação – indicar a sua posição e o sentido de visualização. A indicação dos cortes

em planta baixa tem uma simbologia específica conforme visto na Figura 3.7.

Figura 3.7 – Simbologia para os cortes em planta

A orientação dos cortes é feita na direção dos extremos do espaço cortado. O sentido de

visualização e localização dos cortes deve ser indicado em planta (Figuras 3.8 e 3.9).

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CORTE AB SENTIDO INDICADO CORTE AB SENTIDO INDICADO

CORTE CD INDICADO CORTE CD INDICADO

Figura 3.8 – Representação de cortes

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Figura 3.9 – Representação dos cortes A-B e C-D em planta

A01

15

15

40

0

88

5

15

15

10

70

12

0

15

01

5

15

15

70

27

5

15

5

15

15

200

20030 170

200 160

160

C 01

PROJ. COBERTURA

380

BANHO

70x210

00 16

0

+0.35

120

15

+0.20

5.70 M²

VARANDA21.20 M²

+0.50

12

0x1

00

/90

90

x2

10

30

30

15

15

13.75 M²

SALA

+0.50

340

500

560

60x60/140

60

B011

00

x6

0/1

40

1530

15

15

+0.48

40

037

0

15

25

15

15

01

5

25

10

01

5

27

5

27

5

15

15

100

15

15

D 01

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3.7 Cortes: Elementos Construtivos

- Fundações: São desenhadas em função dos materiais utilizados e de sua disposição geral, com

dimensões aproximadas, se houver, pois seu detalhamento é função do projeto estrutural.

A Figura 3.10 ilustra alguns exemplos de fundações mais utilizadas:

VIGA

BALDRAME

BLOCOS DE

CONCRETO

VIGA

BALDRAME

SAPATA

DE

CONCRETO

Figura 3.10 – Representação de elementos de fundação em cortes

- Pisos e Contrapisos: Normalmente identifica-se apenas a espessura do contrapiso + piso com espessura

aproximada de 10cm, através de duas linhas paralelas, cortadas – espessura de linha

média (0,6mm). O solo ou aterro são indicados através de hachura inclinada. O contrapiso-

piso ocorre alinhado com a viga baldrame das paredes.

Figura 3.11 – Representação de pisos e contrapisos em cortes

PISO-CONTRAPISO

HACHURA SOLO

VIGA BALDRAME

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- Paredes: Nos cortes, as paredes podem aparecer seccionadas ou em vista. No caso de paredes

seccionadas, a representação é semelhante ao desenho em planta baixa. Existindo

paredes em vista (que não são cortadas pelo plano de corte) a representação é similar aos

pisos em planta conforme a Figura 3.12.

21

07

01

0

21

07

01

0

Parede convencional Parede totalmente impermeabilizada

Parede parcialmente impermeabilizada

Figura 3.12 – Representação de paredes em cortes

- Louças Sanitárias: As louças sanitárias podem aparecer em corte ou em vista na representação dos cortes

verticais. Tanto numa situação como em outra, basta representá-los com suas linhas

básicas, que identificam o aparelho ou equipamento. Abaixo, na Figura 3.13, algumas

representações:

Figura 3.13 – Representação de louças sanitárias em cortes

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- Forros e Lajes: Geralmente os forros são constituídos de lajes de concreto, representadas de maneira

similar ao contrapiso, com espessura de 10cm. Sobre as paredes, representa-se as vigas

em concreto. Pode haver forro de madeira ou gesso, por exemplo, abaixo da laje ou sem a

presença desta. Estes forros serão representados por duas linhas finas paralelas com a

espessura do forro conforme a Figura 3.14.

Figura 3.14 – Representação de forros e lajes em cortes

- Esquadrias: Portas: em vista são indicadas apenas pelo seu contorno. Em corte, indica-se apenas o

vão, com a visão da parede do fundo em vista. Janelas: em vista seguem as mesmas

diretrizes das portas. Em corte têm representação similar à planta baixa, marcando-se o

peitoril como parede (traço cheio e grosso) e a altura da janela (quatro linhas em traço cheio

e médio). A Figura 3.15 ilustra essas informações.

PORTA VISTA JANELA VISTA PORTA CORTE JANELA CORTE

Figura 3.15 – Representação de esquadrias em cortes

VIGA

LAJE

FORRO

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- Níveis: São identificados todos os níveis, sempre que se visualize a diferença de nível, evitando a

repetição desnecessária e não fazendo a especificação no caso de uma sucessão de

desníveis iguais (escada). A simbologia para indicação de níveis nos cortes é diferenciada

da simbologia para indicação em planta, porém, os níveis constantes em planta baixa

devem ser os mesmos indicados nos cortes. A simbologia utilizada para indicação dos

níveis em cortes está representada na Figura 3.16.

Figura 3.16 – Representação de níveis em cortes

Os níveis devem ser sempre indicados em metros e acompanhados do sinal, conforme

localizarem-se acima ou abaixo do nível de referência (00).

3.8 Exemplos de Cortes

21

0 21

0

26

5

35

35

00

+0,35

45

45

+0,48+0,50

47

5

60

28

0

25

0

26

7

15

2

30

70 5

5

10

10

10

30

25

10

10

15

0

15

0

15

0

15

0

VARANDAWC

CORTE AB SEM ESCALA

Figura 3.17 – Representação do corte A-B

00 +0,30 -0,15

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Figura 3.18 – Esquema de concepção de cortes

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Figura 3.19 – Representação do corte C-D

50 215

150 10 280 35

80 10 60 10 30 250 15 20

00

+0

,20

+0

,35

+0

,50

+0

,50

75 100 90

475

80 10 10 530 200 30 5060

150 10 265 50

CO

RT

E C

D

SE

M E

SC

AL

A

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Projeto 03:

Considerando um terreno urbano com dimensões de 10 m de largura e 20 m de

profundidade, criar um projeto de uma edificação geminada contendo duas unidades

habitacionais com aproximadamente 60 m2 de área útil cada obedecendo-se os

afastamentos frontal e laterais mínimos respectivamente de 4,0 m e 1,5 m.

Construir a projeção em planta e dois cortes, um longitudinal e outro transversal, que

passem necessariamente pela cozinha e pelo banheiro. Realizar a humanização “lay-out”

da projeção em planta inserindo-se os elementos especificados nos capítulos 3.1 a 3.5.

Representação esquemática do terreno (dimensões em “m”)