2°Série_FIOLOSOFIA_PROF_1°BI
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Professor
Filosofia
CCaaddeerrnnoo ddee AAttiivviiddaaddeess
PPeeddaaggóóggiiccaass ddee
AApprreennddiizzaaggeemm
AAuuttoorrrreegguullaaddaa -- 0011 22ªª SSéérriiee || 11°° BBiimmeessttrree
Disciplina Curso Bimestre Série
Filosofia Ensino Médio 1° 2ª
Habilidades Associadas
1. Identificar a origem do filosofar e do que leva o homem a filosofar.
2. Situar a filosofia como uma das dimensões para compreender e transformar o ser humano e o mundo.
3. Despertar os estudantes para a presença de elementos e abordagens filosóficas nos pensamentos, crenças, atitudes do seu cotidiano e práticas sociais.
2
A Secretaria de Estado de Educação elaborou o presente material com o intuito de estimular o
envolvimento do estudante com situações concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem
colaborativa e construções coletivas entre os próprios estudantes e respectivos tutores – docentes
preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado.
A proposta de desenvolver atividades pedagógicas de aprendizagem autorregulada é mais uma
estratégia pedagógica para se contribuir para a formação de cidadãos do século XXI, capazes de explorar
suas competências cognitivas e não cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma
autônoma, por meio dos diversos recursos bibliográficos e tecnológicos, de modo a encontrar soluções
para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional.
Estas atividades pedagógicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das
habilidades e competências nucleares previstas no currículo mínimo, por meio de atividades
roteirizadas. Nesse contexto, o tutor será visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem é
efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem.
Destarte, as atividades pedagógicas pautadas no princípio da autorregulação objetivam,
também, equipar os alunos, ajudá-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o
a tomar consciência dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prática.
Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observação e autoanálise, ele passa ater maior
domínio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno já domina, será possível contribuir para
o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as
ferramentas da autorregulação.
Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princípio da autorregulação, contribui-se
para o desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais para o aprender-a-aprender, o
aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser.
A elaboração destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulação Curricular, da
Superintendência Pedagógica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede
estadual. Este documento encontra-se disponível em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim
de que os professores de nossa rede também possam utilizá-lo como contribuição e complementação às
suas aulas.
Estamos à disposição através do e-mail [email protected] para quaisquer
esclarecimentos necessários e críticas construtivas que contribuam com a elaboração deste material.
Secretaria de Estado de Educação
Apresentação
3
Caro Tutor,
Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas
habilidades e competências do 1° Bimestre do Currículo Mínimo de Filosofia da 2ª Série
do Ensino Médio. Estas atividades correspondem aos estudos durante o período de um
mês.
A nossa proposta é que você atue como tutor na realização destas atividades
com a turma, estimulando a autonomia dos alunos nessa empreitada, mediando as
trocas de conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir no
percurso. Esta é uma ótima oportunidade para você estimular o desenvolvimento da
disciplina e independência indispensáveis ao sucesso na vida pessoal e profissional de
nossos alunos no mundo do conhecimento do século XXI.
Neste Caderno de Atividades, os alunos vão aprender algumas características da
filosofia! Nas duas primeiras aulas deste caderno, eles vão conhecer a origem do
filosofar e compreender como este assunto está relacionado a nossa vida, possibilitando
a transformação do ser humano e do mundo. Na terceira aula, vão aprender a
reconhecer a presença da própria filosofia nas mais diversas situações da sua vida!
Para os assuntos abordados em cada bimestre, vamos apresentar algumas
relações diretas com todos os materiais que estão disponibilizados em nosso portal
eletrônico Conexão Professor, fornecendo diversos recursos de apoio pedagógico para o
Professor Tutor.
Este documento apresenta 03 (três) aulas. As aulas podem ser compostas por
uma explicação base, para que você seja capaz de compreender as principais ideias
relacionadas às habilidades e competências principais do bimestre em questão, e
atividades respectivas. Leia o texto e, em seguida, resolva as Atividades propostas. As
Atividades são referentes a um tempo de aula. Para reforçar a aprendizagem, propõe-
se, ainda, uma avaliação e uma pesquisa sobre o assunto.
Um abraço e bom trabalho!
Equipe de Elaboração
4
Introdução ..........................................................................................................3
Aula 1: Noções de aparência e de realidade ........................................................ 8
Aula 2: Condições de possibilidades do conhecimento ..................................... 12
Aula 3: Conhecimento Fundamentado e o de Autoridade ................................ 16
Avaliação ............................................................................................................ 20
Pesquisa .............................................................................................................. 24
Referências ......................................................................................................... 27
Sumário
5
Na 2ª série do Ensino Médio, o conteúdo mais abordado é o estudo sobre a
questão do conhecimento. Para atingir tal objetivo, vamos inicialmente trabalhar e
analisar as noções de aparência e de realidade. Em seguida, vamos ver como a filosofia
preocupa-se com a identificação e compreensão das condições de possibilidades do
conhecimento. Encerraremos este caderno de atividades verificando como podemos
diferenciar o conhecimento fundamentado em argumentos do saber baseado na
autoridade. O critério aqui estabelecido baseia-se no Currículo Mínimo, sendo as
habilidades e competências tratadas de maneira inicial e simples com o objetivo de
contribuir para formação do aluno.
No portal eletrônico Conexão Professor, é possível encontrar alguns materiais
que podem auxiliá-los. Vamos listar estes materiais a seguir:
Sugestões de atividade
a) Solicitar aos estudantes que apresentem trabalhos em grupo que ilustrem os
temas do bimestre. Montar exposição na escola sobre os trabalhos apresentados em
grupo.
b) Problematizar as noções de aparência e realidade a partir da tentativa de
autoconhecimento. Trabalhar com um jogo de espelhos pedindo aos estudantes que
vejam a sua aparência no espelho e tentem definir o que realmente são.
c) Problematizar os diversos modos de percepção do real a partir do trabalho com
óculos de lentes coloridas, caleidoscópios, binóculos, etc., pedindo aos estudantes
que identifiquem o que veem e como veem e depois contrastar os diversos olhares.
d) Dividir a turma em dois grandes grupos, por exemplo, um dos racionalistas e
outro dos empiristas; pedir ao primeiro grupo que analise algum tema, situação,
imagem, etc., tendo como fundamento o que podem pensar sobre o caso, e ao
Materiais de Apoio Pedagógico
Objetivos Gerais
6
segundo grupo que argumente com base no que sente sobre as mesmas coisas,
contrastando os dois pontos de vista e problematizando a discussão. Ao final
sintetizar o debate chamando a atenção para a contribuição ao conhecimento dada
tanto pela razão quanto pelos sentidos.
Vídeos
a) Aula “Verdades e mentiras”. Disponível em:
<http://www.videoaulaestudante.com/apostilas/racioc_logico/aula%2008.pdf>.
b) O Conhecimento. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=AXzfjQeEjYg&feature=related>.
c) Mito da Caverna de Platão - As Sombras da Vida. Disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=faCphlZOoG0
d) O Fenómeno do Conhecimento disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=GPdfpVV3aQw
e) O Poder das Palavras (Legendado) disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=jTdmPfdZF6o&feature=related
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Para que os alunos realizem as atividades referentes a cada dia de aula,
sugerimos os seguintes procedimentos para cada uma das atividades propostas no
Caderno do Aluno:
1° - Explique aos alunos que o material foi elaborado que o aluno possa
compreendê-lo sem o auxílio de um professor.
2° - Leia para a turma a Carta aos Alunos, contida na página 3.
3° - Reproduza as atividades para que os alunos possam realizá-las de forma
individual ou em dupla.
4° - Se houver possibilidade de exibir vídeos ou páginas eletrônicas sugeridas na
seção Materiais de Apoio Pedagógico, faça-o.
5° - Peça que os alunos leiam o material e tentem compreender os conceitos
abordados no texto base.
6° - Após a leitura do material, os alunos devem resolver as questões propostas
nas ATIVIDADES.
7° - As respostas apresentadas pelos alunos devem ser comentadas e debatidas
com toda a turma. O gabarito pode ser exposto em algum quadro ou mural da sala
para que os alunos possam verificar se acertaram as questões propostas na Atividade.
Todas as atividades devem seguir esses passos para sua implementação.
Orientação Didático-Pedagógica
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Caro aluno, nesta atividade, iremos analisar nas noções de aparência e
realidade. É um assunto muito importante para a filosofia e você vai perceber o
quanto ele é interessante e envolve muitas curiosidades. Por exemplo, podemos nos
perguntar se o que conhecemos é verdadeiro ou falso. Será que o nosso pensamento,
as nossas ideias correspondem a alguma coisa fora de nós ou são produtos da nossa
própria mente?
Pela tradição da filosofia, sabemos que essa importante discussão começou
entre dois grandes filósofos que pertencem ao grupo dos pré-socráticos, chamados
Heráclito e Parmênides. O, primeiro, Heráclito, afirmava que o ser de todas as coisas
está em constante movimento, transformação, nada, portanto, permanecendo estável,
parado, imóvel. O segundo, Parmênides, já não concordava com Heráclito, e dizia que
o movimento seria uma espécie de ilusão dos nossos sentidos, pois o ser já é e o não
ser não é. Você já parou para pensar nessa disputa de ideias? Não acha interessante?
Agora vamos conhecer um filósofo muito importante que também debateu e
aprofundou a distinção entre aparência e realidade. O nome dele é Platão e ele foi
aluno de Sócrates e os dois viveram na Grécia Antiga, na cidade de Atenas. Veja só
uma figura que vai te ajudar a entender o que Platão queria dizer.
O mito da caverna
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.cdcc.usp.br/ciencia/artigos/art_26/proporcaoimagem/platao.jpg
Aula 1: Noções de aparência e de realidade
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Reparou na figura a existência de uma caverna e de mundo exterior? Há
também pessoas que estão saindo da caverna. Você consegue perceber isso? E
existem outros elementos que vamos identificar agora.
Platão escreveu um texto que é muito conhecido. Esse texto recebeu o nome
de mito da caverna. É isso mesmo que você deve estar pensando! A figura apresentada
anteriormente representa, simboliza o que Platão disse no texto mito da caverna.
Platão tinha muita vontade de conhecer as coisas e ele desenvolveu uma
teoria. Nesta teoria, ele dizia que existem dois mundos diferentes entre si. O primeiro
mundo é o mundo da matéria, que ele chama de mundo sensível. O outro mundo é o
mundo das ideias, que ele chama de suprassensível, pois está além do mundo
corpóreo.
Agora vamos voltar à figura do mito da caverna e vamos pensar um pouco no
seu grande simbolismo. Veja e tente perceber que as sombras no fundo da caverna
representam as aparências sensíveis das coisas. A saída da caverna apresenta-se como
a linha divisória entre o mundo sensível e o suprassensível. As coisas verdadeiras
situadas no lado de fora da caverna são representações simbólicas do ser verdadeiro
dos objetos e das ideias. O sol simboliza a ideia do Bem que deve ser buscado por
todos.
Platão
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.cdcc.usp.br/ciencia/artigos/art_26/proporcaoimagem/platao.jpg
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Assim, caro aluno, podemos concluir que para Platão a realidade é o próprio
mundo das ideias e que o mundo material é o mundo das aparências. Veja que, na
figura apresentada, Platão está com o dedo apontado para o alto, para cima. Platão
valoriza o abstrato que para ele seria o conhecimento racional, enquanto que a
matéria, os nossos sentidos, não seriam fontes confiáveis para um conhecimento
seguro. Mas será que Platão tinha mesmo razão?!
Agora que já sabemos discutir as noções de aparência e de realidade, vamos
exercitar nossos conhecimentos a partir das nossas reflexões.
Observe com atenção a figura a seguir e responda aos itens abaixo.
O mito da caverna
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://2.bp.blogspot.com/_8xg6npjRLj8/SH136rD4kI/AAAAA
AAAAr8/9jydPqbdxYU/s1600/o_mito_da_caverna.jpg
1. Descreva com suas palavras a figura apresentada do “mito da caverna”. Procure
identificar o máximo possível de detalhes da figura.
Comentário: exige-se que o aluno desenvolva a capacidade de percepção da figura
apresentada e em seguida que o mesmo consiga registrar por escrito detalhes das
imagens, tais como: a existência da caverna; o lado de fora da caverna; que há pessoas
dentro da caverna e pessoas saindo da caverna; a existência de sombras dentro da
caverna, bem como a luz presente do lado de fora da caverna.
Atividade Comentada 1
11
2. A partir da figura apresentada e de suas observações feitas no item anterior,
relacione a teoria de Platão sobre a existência de dois mundos com as noções de
aparência e realidade.
Comentário: o aluno deve ser capaz de identificar a teoria platônica simbolizada na
imagem apresentada. Assim, por exemplo, o aluno deve perceber que as sombras no
fundo da caverna representam as aparências sensíveis das coisas. A saída da caverna
apresenta-se como a linha divisória entre o mundo sensível e o supra sensível. As coisas
verdadeiras situadas no lado de fora da caverna são representações simbólicas do ser
verdadeiro dos objetos e das ideias. O sol simboliza a ideia do Bem que deve ser
buscado por todos.
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Agora que já estudamos as noções de aparência e realidade, podemos dar
início ao nosso estudo sobre a possibilidade do conhecimento. Você já deve ter
percebido, caro aluno, que esse assunto do conhecimento nos provoca muitos
questionamentos. Mas não se preocupe, você está no caminho da filosofia e muitas
coisas inesperadas estão por vir. Por exemplo, você já se perguntou se existem
algumas condições para que ocorra o conhecimento humano? Será que existe algum
critério para estabelecer a diferença do verdadeiro do falso conhecimento? Será que o
pensamento não passa de uma ilusão?
Assim, o tema do conhecimento deu origem a várias teorias filosóficas e muitos
foram os pensadores que se dedicaram para compreender as mais variadas questões
levantadas por esse assunto. Mas agora, dentre muitos possíveis filósofos, vamos pedir
ajuda a um dos mais importantes pensadores de todos os tempos nesse. Ele se chama
Kant e viveu no século XVIII.
“Toda reforma interior e toda mudança para melhor
dependem exclusivamente da aplicação do nosso próprio esforço.”
http://pensador.uol.com.br/autor/immanuel_kant/
Kant viveu numa época na qual as discussões sobre o conhecimento era o
centro das atenções de muitos pensadores. Como foi dito, havia muitas correntes
Aula 2: Condições de possibilidades do conhecimento
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filosóficas que tentaram apresentar algumas propostas de solução. Dentre elas,
podemos citar o racionalismo e o empirismo. Veja que interessante: os pensadores
racionalistas, por exemplo, Descartes, que também era matemático, afirmavam que
somente a razão seria um caminho confiável para se obter o conhecimento
verdadeiro. Descartes chegou ao ponto de reduzir todo saber à própria razão, dizendo,
“penso, logo existo”. Por outro lado, os filósofos empiristas, como é o caso de Hume,
defendiam a posição que são os sentidos, fruto da nossa sensação, que dão origem as
nossas ideias. Como podemos resolver tal impasse criado por esses pensadores? Será
que existe uma solução adequada e aceitável. Então, vamos verificar agora o que nos
diz Kant.
O filósofo Kant responde à questão de como é possível o conhecimento
afirmando o papel constitutivo de mundo pelo ser humano, ou seja, é o sujeito que
possui as condições de possibilidade da experiência. O que equivale a dizer que o
conhecimento é possível sim, porque o homem possui faculdades, condições, que o
tornam existente. Com isso, o filósofo passa a investigar a própria razão e seus limites
de conhecimento, ao invés de investigar como deve ser o mundo para que se possa
conhecê-lo, como a filosofia havia feito em sua tradição até Kant.
Caro aluno, você agora deve estar se perguntando, segundo Kant, quais são
estas faculdades ou formas que o homem possui para que possa conhecer ou, em
outras palavras, o que são essas tais condições de possibilidade da experiência?
Podemos dizer que para Kant, há duas principais fontes de conhecimento no ser
humano. A primeira é a que chamamos de sensibilidade por meio da qual os objetos
são dados na intuição. A segunda condição de sensibilidade é o que chamamos de
entendimento por meio do qual os objetos são pensados nos conceitos. Você achou o
pensamento de Kant muito abstrato? Bom, vamos continuar pensando...
O pensador de Rodin
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://arteifes.com/disponível
14
Podemos concluir que Kant está preocupado em fazer uma síntese entre
racionalismo e empirismo. Lembra-se dessas correntes de pensamento? Por isso, sem
as informações da experiência, dados na intuição, os pensamentos são vazios de
conteúdo; por outro lado, sem os conceitos, os dados não têm nenhum sentido para
nós. Portanto, veja com atenção as próprias palavras de Kant: "sem sensibilidade
nenhum objeto nos seria dado, e sem entendimento nenhum seria pensado.
Pensamentos sem conteúdo são vazios, intuições sem conceitos são cegas".
Agora vamos exercitar e colocar em prática aquilo que você aprendeu e
certamente está pensando!!
1. Leia o fragmento textual e responda o que se pede:
"Do ponto de vista da teoria do conhecimento, a consciência é uma atividade sensível e
intelectual dotada do poder de análise, síntese e representação. É o sujeito. Reconhece-
se como diferente dos objetos, cria e descobre significações, institui sentidos, elabora
conceitos, ideias, juízos e teorias. É dotado de capacidade para conhecer-se a si mesmo
no ato do conhecimento, ou seja, é capaz de reflexão. É saber de si e saber sobre o
mundo, manifestando-se como sujeito percebedor, imaginante, memorioso, falante e
pensante. É o entendimento propriamente dito".
(Marilena Chauí - Iniciação à Filosofia).
Questão: a partir do texto e do você estudou, explique o que seja o conhecimento e a
sua importância para a vida do ser humano.
Comentários: o aluno deve extrair do texto a noção de conhecimento e explicar com
suas palavras de forma clara e coerente, bem como mostrar a importância do
conhecimento para vida do ser humano que sempre se coloca algumas questões.
2. Quais as correntes filosóficas que contribuíram para formar o pensamento de Kant
quanto a sua teoria do conhecimento? O que tais correntes defendiam a respeito da
fonte do conhecimento?
Atividade Comentada 2
15
Comentários: as correntes filosóficas que contribuíram para formar o pensamento de
Kant quanto a sua teoria do conhecimento foram o racionalismo e o empirismo. os
pensadores racionalistas, por exemplo, Descartes, que também era matemático,
afirmavam que somente a razão seria um caminho confiável para se obter o
conhecimento verdadeiro. Por outro lado, os filósofos empiristas, como é o caso de
Hume, defendiam a posição que são os sentidos, fruto da nossa sensação, que dão
origem as nossas ideias.
3. Para Kant, é possível a existência do conhecimento? Justifique sua resposta.
Comentários: Kant responde à questão de como é possível o conhecimento afirmando
o papel constitutivo de mundo pelo ser humano, ou seja, é o sujeito que possui as
condições de possibilidade da experiência. O que equivale a dizer que o conhecimento
é possível sim, porque o homem possui faculdades, condições, que o tornam existente.
Há duas principais fontes de conhecimento no ser humano. A primeira é a que
chamamos de sensibilidade por meio da qual os objetos são dados na intuição. A
segunda condição de sensibilidade é o que chamamos de entendimento por meio do
qual os objetos são pensados nos conceitos.
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Caro aluno, depois de analisarmos as noções de aparência e realidade e
verificarmos as condições de possibilidade da existência do conhecimento, vamos
agora estudar uma importante distinção muito debatida na filosofia: qual a diferença
entre um conhecimento fundamentado em argumentos e o saber baseado na
autoridade?
Repare que no nosso dia a dia, por muitas vezes, tentamos e precisamos
encontrar argumentos, razões que possam explicar ou dar sentido a fatos,
acontecimentos ou formas de pensamentos. Por isso, podemos dizer que o
conhecimento é muito importante para nossa vida. Mas será que qualquer tipo de
conhecimento é válido? Será que podemos aceitar todo e qualquer tipo de
argumentação? Essas e outras perguntas foram formuladas por muitos pensadores ao
longo do tempo. E agora é a nossa vez de enfrentarmos esses desafios.
Então, o que é um bom argumento? Como podemos distinguir o conhecimento
fundamento em argumentos válidos de um saber não válido? O que é um saber
baseado na autoridade?
Figura com ponto de interrogação
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://pt.dreamstime.com/figura-com-ponto-de-
interrogacao
Uma boa argumentação é um recurso que tem como objetivo convencer
alguém a respeito de um determinado posicionamento, podendo até haver alteração
de comportamento. Assim, caro aluno, espera-se que o conhecimento possua um
Aula 3: Conhecimento Fundamentado e o de Autoridade
17
fundamento, uma explicação, pois a nossa razão exige uma resposta que não seja
aleatória. Quando nos indagamos ou nos questionamos, estamos buscando um
conhecimento que seja uma resposta. E certamente não aceitamos qualquer resposta.
Por isso mesmo, se diz na filosofia que a argumentação baseia-se em causas,
em provas. Daí surgiu um importante princípio chamado de princípio da causalidade
que diz que todo efeito é precedido, quer dizer que é anterior, por uma causa.
Vamos dar um exemplo para que fique mais claro! Esse princípio filosófico pode
ser aplicado em várias situações práticas da nossa vida. Observe a seguinte imagem.
Dia ensolarado
http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common
Estamos dia de uma figura de um bonito dia e sol e podemos nos perguntar: o
que causa esse dia tão belo e tão diferente da escuridão da noite? Na verdade, o que
estamos querendo saber é a causa, a razão de ser de tal fenômeno. E podemos
responder com base na experiência e na capacidade que temos de formular conceitos
que são os raios solares que iluminam e aquecem o nosso planeta.
Assim, podemos dizer que uma boa argumentação é aquela que encontra as
razões as causas. Mas será que um conhecimento pode ser válido simplesmente
porque foi dito ou transmitido por uma pessoa que naquele momento seja ocupante
de um determinado cargo ou função? Será que o status de uma pessoa pode ser
critério de uma boa argumentação?
Veja o seguinte exemplo: “Aristóteles disse que a Terra é plana; logo, a Terra é
plana”. Já sabemos pelo estudo da filosofia que Aristóteles foi um importante e grande
pensador grego. Porém, uma boa argumentação não se submete a importância da
18
pessoa ou ao cargo que eventualmente ela possa ocupar. Portanto, pense no seguinte:
podemos realmente concluir que a Terra é plana simplesmente porque isso foi dito por
Aristóteles?! Você aceitaria esse tipo de afirmação? Por quê?
Caro aluno, agora chegou a hora de exercitarmos o que foi estudado!
1. Observe o diálogo e responda.
Autoridade
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.bengochea.com.br/img/Autoridade
Questão: o ser humano, em geral, procura respostas para as suas dúvidas e
questionamentos. A partir do que você estudou e da charge apresentada, explique a
diferença entre o conhecimento fundamentado em bons argumentos e o saber
baseado na autoridade.
Comentários: uma boa argumentação é aquela que encontra as razões as causas.
espera-se que o conhecimento possua um fundamento, uma explicação, pois a nossa
razão exige uma resposta que não seja aleatória. Quando nos indagamos ou nos
questionamos, estamos buscando um conhecimento que seja uma resposta. Já o saber
baseado na autoridade tenta inutilmente ser válido simplesmente porque foi dito ou
Atividade Comentada 3
19
transmitido por uma pessoa que naquele momento ocupa um determinado cargo ou
função como é visto na charge apresentada.
2. Cite um exemplo de um bom argumento e um exemplo de um argumento baseado
na autoridade. Explique porque esse último não pode ser aceito pela filosofia.
Comentários: espera-se que o aluno responda ao solicitado de forma clara, objetiva e
coerente ao que foi estudado e debatido em sala de aula.
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Caro professor aplicador, sugerimos algumas diferentes formas de avaliar as
turmas que estão utilizando este material:
1° Possibilidade: as disciplinas nas quais os alunos participam da Avaliação do
Saerjinho, pode-se utilizar a seguinte pontuação:
Saerjinho: 2 pontos
Avaliação: 5 pontos
Pesquisa: 3 pontos
2° Possibilidade: As disciplinas que não participam da Avaliação do Saerjinho,
podem utilizar a participação dos alunos durante a leitura e execução das atividades
do caderno como uma das três notas. Neste caso teríamos:
Participação: 2 pontos
Avaliação: 5 pontos
Pesquisa: 3 pontos
Seguem comentários às questões da avaliação proposta do caderno de
atividades do aluno.
Leia com atenção as seguintes questões, pense e responda. Acredite, você é
capaz!!
As questões 1 a 3 são dissertativas.
1. Num possível encontro entre Heráclito e Parmênides, redija uma provável conversa
entre ambos quanto às respectivas posturas filosóficas quanto à discussão de
aparência e realidade. Qual a posição de Heráclito? O que Parmênides afirmaria diante
de Heráclito?
Comentários: Heráclito e Parmênides apresentam posições opostas frente a questão
das noções de aparência e realidade. O, primeiro, Heráclito, afirmava que o ser de
Avaliação
21
todas as coisas está em constante movimento, transformação, nada, portanto,
permanecendo estável, parado, imóvel. O segundo, Parmênides, já não concordava
com Heráclito, e dizia que o movimento seria uma espécie de ilusão dos nossos
sentidos, pois o ser já é e o não ser não é. Assim, espera-se que o aluno possa ser
criativo na construção do diálogo solicitado.
2. Explique a teoria de Platão a partir do mito da caverna, abordando a distinção
platônica entre aparência e realidade.
Comentários: as sombras no fundo da caverna representam as aparências sensíveis das
coisas. A saída da caverna apresenta-se como a linha divisória entre o mundo sensível
e o supra sensível. As coisas verdadeiras situadas no lado de fora da caverna são
representações simbólicas do ser verdadeiro dos objetos e das ideias. O sol simboliza a
ideia do Bem que deve ser buscado por todos. Para Platão a realidade é o próprio
mundo as ideias e que o mundo material é o mundo das aparências.
3. A partir da filosofia de Platão e de Kant quanto à questão do conhecimento,
estabeleça uma comparação entre esses dois pensadores, apontando possíveis
semelhanças e diferenças.
Comentários: a questão coloca-se como um grande desafio ao se exigir uma
comparação entre Platão e Kant. as sombras no fundo da caverna representam as
aparências sensíveis das coisas. A saída da caverna apresenta-se como a linha divisória
entre o mundo sensível e o supra sensível. As coisas verdadeiras situadas no lado de
fora da caverna são representações simbólicas do ser verdadeiro dos objetos e das
ideias. O sol simboliza a ideia do Bem que deve ser buscado por todos. Para Platão a
realidade é o próprio mundo as ideias e que o mundo material é o mundo das
aparências. Já Kant responde à questão de como é possível o conhecimento afirmando
o papel constitutivo de mundo pelo ser humano, ou seja, é o sujeito que possui as
condições de possibilidade da experiência. O que equivale a dizer que o conhecimento
é possível sim, porque o homem possui faculdades, condições, que o tornam existente.
Há duas principais fontes de conhecimento no ser humano. A primeira é a que
22
chamamos de sensibilidade por meio da qual os objetos são dados na intuição. A
segunda condição de sensibilidade é o que chamamos de entendimento por meio do
qual os objetos são pensados nos conceitos.
As questões de 4 e 5 são questões objetivas. Assinale a única resposta correta em cada
uma das questões.
4. Em suas Metamorfoses, o poeta latino Ovídio escreveu: não há coisa alguma que
persista em todo o Universo. Tudo flui, e tudo só apresenta uma imagem passageira. O
próprio tempo passa com um movimento contínuo, como um rio... O que foi antes já
não é, o que não tinha sido é, e todo instante é uma coisa nova. Vês a noite, próxima
do fim, caminhar para o dia, e à claridade do dia suceder a escuridão da noite... .
(citado por CHAUI, M. Iniciação à filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p. 31)
É possível relacionar esse trecho das Metamorfoses de Ovídio com a filosofia de um
conhecido pensador pré-socrático, que influenciou toda a história da filosofia até os
dias atuais. Esse pensador é
(A) Parmênides.
(B) Tales de Mileto.
(C) Heráclito.
(D) Platão.
(E) Kant.
Resposta: C
5. Leia o texto abaixo:
“Afasta o pensamento desse caminho de busca e que o hábito nascido de muitas
experiências humanas não te force, nesse caminho, a usar o olho que não vê, o ouvido
que retumba e a língua: mas, com o pensamento, julga a prova que te foi fornecida
com múltiplas refutações. Um só caminho resta ao discurso: que o ser existe.”
Parmênides, Fragmentos.
23
Com base no pensamento de Parmênides, assinale a alternativa correta.
A) Os sentidos atestam e conduzem à verdade absoluta do ser.
B) O ser é o eterno devir, mas o devir é de alguma maneira regido pelo Logos.
C) O discurso se move por teses e antíteses, pois essas são representações exatas do
devir.
D) Quem afirma que “o ser não existe” anda pelo caminho do erro.
Resposta: D
24
Caro professor aplicador, agora seguem os comentários a pesquisa solicitada no
caderno de atividades do aluno.
Caro aluno, agora que já estudamos todos os principais assuntos relativos ao 1°
bimestre, é hora de discutir um pouco sobre a importância deles na nossa vida. Então,
vamos lá?
Iniciamos este estudo, conhecendo e introduzimos o estudo .
Leia atentamente as questões a seguir e através de uma pesquisa responda
cada uma delas de forma clara e objetiva. ATENÇÃO: não se esqueça de identificar as
Fontes de Pesquisa, ou seja, o nome dos livros e sites nos quais foram utilizados.
I - Veja o interessante vídeo, duração de 12 minutos, “03- Heráclito e
Parmênides” disponível em http://www.youtube.com/watch?v=cD75DVTzfDA e faça
um resumo por escrito das principais ideias expostas. Use a sua criatividade e também
dê exemplos que possam ilustrar a discussão presente no vídeo.
Comentários: o aluno deve acessar o vídeo e relatar de forma sintética o
principais características de Heráclito e Parmênides expostas no texto. A partir dessas
ideias o aluno precisa citar exemplos sobre o assunto tratado.
Pesquisa
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II – Identifique os dois filósofos a seguir e pesquise mais profundamente a
respeito do pensamento de cada um deles.
"Ninguém se banha duas vezes
na água do mesmo rio."
http://www.frasesfamosas.com.br/de/heraclito.html
“Deve-se dizer e pensar de algo que é:
porque existe o ser, não, entretanto, o não ser.” http://kdfrases.com/autor/parm%C3%AAnides
Comentários: os filósofos são Heráclito e Parmênides, respectivamente. O objetivo
dessa pesquisa é que o aluno aprofunde seus conhecimento sobre os dois pensadores
já estudados.
III – Faça uma pesquisa sobre as perguntas formuladas pelo Kant e que
sintetizam o ponto de partida para as suas principais indagações. Qual é a atualidade
dessas perguntas kantianas?
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Comentários: as perguntas kantianas são:
l — Que posso eu saber?
2 — Que devo eu fazer?
3 — Que me é permitido esperar?
4 — Que é o homem?
Em seguida, o aluno deve pesquisar e explorar a importância de tais perguntas na
atualidade.
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ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando. Introdução à Filosofia. 4ª edição São Paulo: Moderna, 2009. ARISTÓTELES. Metafísica. Tradução de Giovanni Reale. Tomo II. São Paulo: edições Loyola, 2002. CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. 1ª edição. 1ª impressão. São Paulo: Ática, 2011. COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna. Fundamentos da Filosofia. 1ª edição. São Paulo: Saraiva, 2010. MARCONDES, Danilo; FRANCO, Irley. A Filosofia: O que é? Para que serve? Rio de Janeiro: Zahar: Ed. PUC-Rio, 2011.
Referências
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COORDENADORES DO PROJETO
Diretoria de Articulação Curricular
Adriana Tavares Maurício Lessa
Coordenação de Áreas do Conhecimento
Bianca Neuberger Leda
Raquel Costa da Silva Nascimento Fabiano Farias de Souza Peterson Soares da Silva
Ivete Silva de Oliveira Marília Silva
PROFESSORES ELABORADORES
Prof.ª Giovânia Alves Costa Prof. Julio Cesar F. Offredi
Equipe de Elaboração