2º SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E...

22
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 1 XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC 2º SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO ÁREA TEMÁTICA: INOVAÇÃO APLICADA AO PLANEJAMENTO: SUB-ÁREA: INOVAÇÕES NO PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL. A GESTÃO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO POR MEIO DO PARADIGMA DAS CIDADES INTELIGENTES: Um estudo de caso da cidade de Curitiba. Paulo Cesar da Silva 1 Sérgio Tadeu Gonçalves Múniz 2 Hélio Gomes de Oliveira 3 Resumo O crescimento populacional e o fluxo migratório de pessoas em direção as médias e grandes cidades, criam uma nova provocação para organizações governamentais, privadas e cientificas. Novas configurações de gestão de espaço urbano e otimização de recursos carecem de métodos inovadores. Em todo este contexto a gestão do desenvolvimento econômico das cidades, encontrou no conceito das cidades inteligentes um papel fundamental para auxiliar neste processo. Este artigo objetiva elucidar a lógica da conexão do desenvolvimento econômico com o conceito das cidades inteligentes, e analisar como os fundamentos deste conceito podem impetrar uma cidade ao conceito de cidade inteligente. A pesquisa terá como parâmetro um estudo de caso da cidade de Curitiba. Palavras-chave: Desenvolvimento Econômico, Cidades Inteligentes, Curitiba.. Abstract The population growth and people's migration towards medium and big cities, create a new puzzle for government and for private and scientific organizations. The new configurations of urban space management and the optimization require resources and innovative methods. In this context, managing the economic development of cities, found in the concept of smart cities a key role to assist in this process. This article aims to clarify the logic of the connection of economic development to the concept of smart cities, and analyze how the fundamentals of this concept can file a city to the concept of smart city. The research will take as a parameter a case study of the city of Curitiba. Keywords: Economic Development, Smart Cities, Curitiba. 1 Mestrando em Planejamento e Governança Pública na Universidade Tecnológica Federal do Paraná. E-mail: [email protected] 2 Doutor em Engenharia da Produção e Professor na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Coordenador do Programa de Mestrado em Planejamento e Governança Pública (PGP). E-mail: [email protected]. 3 Doutor em Engenharia da Produção e Professor na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Pesquisador e líder do núcleo de gestão de tecnologia e inovação NGT-CNPQ. E-mail: [email protected]

Transcript of 2º SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E...

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 1

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

2º SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

ÁREA TEMÁTICA: INOVAÇÃO APLICADA AO PLANEJAMENTO:

SUB-ÁREA: INOVAÇÕES NO PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL.

A GESTÃO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO POR MEIO DO

PARADIGMA DAS CIDADES INTELIGENTES: Um estudo de caso da cidade de

Curitiba.

Paulo Cesar da Silva1

Sérgio Tadeu Gonçalves Múniz2

Hélio Gomes de Oliveira3

Resumo

O crescimento populacional e o fluxo migratório de pessoas em direção as médias e

grandes cidades, criam uma nova provocação para organizações governamentais, privadas

e cientificas. Novas configurações de gestão de espaço urbano e otimização de recursos

carecem de métodos inovadores. Em todo este contexto a gestão do desenvolvimento

econômico das cidades, encontrou no conceito das cidades inteligentes um papel

fundamental para auxiliar neste processo. Este artigo objetiva elucidar a lógica da conexão

do desenvolvimento econômico com o conceito das cidades inteligentes, e analisar como

os fundamentos deste conceito podem impetrar uma cidade ao conceito de cidade

inteligente. A pesquisa terá como parâmetro um estudo de caso da cidade de Curitiba.

Palavras-chave: Desenvolvimento Econômico, Cidades Inteligentes, Curitiba..

Abstract

The population growth and people's migration towards medium and big cities, create a new

puzzle for government and for private and scientific organizations. The new configurations

of urban space management and the optimization require resources and innovative

methods. In this context, managing the economic development of cities, found in the

concept of smart cities a key role to assist in this process. This article aims to clarify the

logic of the connection of economic development to the concept of smart cities, and

analyze how the fundamentals of this concept can file a city to the concept of smart city.

The research will take as a parameter a case study of the city of Curitiba.

Keywords: Economic Development, Smart Cities, Curitiba.

1Mestrando em Planejamento e Governança Pública na Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

E-mail: [email protected] 2Doutor em Engenharia da Produção e Professor na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Coordenador do Programa de Mestrado em Planejamento e Governança Pública (PGP). E-mail:

[email protected]. 3Doutor em Engenharia da Produção e Professor na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Pesquisador e líder do núcleo de gestão de tecnologia e inovação NGT-CNPQ. E-mail: [email protected]

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 2

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

1 Introdução e metodologia

As cidades nasceram da necessidade do individuo de viver em sociedade, e se

tornaram centros catalisadores de indivíduos e propulsores de idéias.

Leite menciona que as cidades são pensadas como centros difusores da

inovação, e que o grande diferencial das cidades está além dos prazeres da vida e da

segurança urbana, mas sim na riqueza econômica, social e cultural que as cidades

propiciam. (LEITE; 2012, p. 74).

A cidade com desenvolvimento econômico além do crescimento econômico,

possui um contexto propicio ao empreendedorismo, fomentando a distribuição de renda,

respeitando o meio ambiente, e com processos baseados na sustentabilidade, com

possibilidade ampla de crescimento humano e econômico de forma igualitária.

Desta forma a problemática geral do artigo é conhecer qual a conexão da

gestão do desenvolvimento econômico, com o conceito das cidades de inteligentes que

também estabelece vários critérios como governo inteligente, mobilidade inteligente,

economia inteligente, pessoas inteligentes, vida inteligente.

A metodologia de pesquisa se dará através de pesquisa bibliográfica,

documental, qualitativa, exploratória, com base nos estudos de caso. Yin, afirma que

“estudo de caso é um processo de investigação empírica com o qual se pretende estudar um

fenômeno contemporâneo no contexto real em que este ocorre”. (YIN; 1994, p. 13).

Gil, define que “é possível reconhecer um estudo de caso pelas suas

características essenciais como: Delineamento de pesquisa; preservação do caráter singular

e unitário do fenômeno pesquisado”. (GIL; 2009, p. 6).

A coleta de informações se dará através de fontes primárias como documentos

oficiais, e fontes secundárias, utilizando-se de dados disponibilizados nos sítios oficiais da

prefeitura na internet. O exame e interpretação dos dados se caracterizam por ser uma

atividade de elevada complexidade, visto que os dados não fornecem informações da

relação direta entre a causa e o efeito.

Na primeira parte do artigo a explanação se dará em torno da densidade

demográfica e o êxodo rural das cidades. A segunda parte do artigo é destinada para a

definição do conceito das cidades inteligentes embasado na taxonomia da European Smart

Cities. Na terceira parte o conceito de desenvolvimento econômico é pano de fundo, com

destaque para a definição de Schumpeter. Na quarta parte do artigo têm um histórico de

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 3

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

Curitiba, e a análise dos dados da cidade com relação aos pontos conceituais de uma cidade

inteligente. A quinta contém a conclusão e as considerações finais.

2 Cidades

As cidades sempre foram pontos de inovação na história, desde o seu

nascimento que decorreram do abandono da vida nômade motivadas pelo estabelecimento

de um espaço fixo por meio de povoados.

Para o arquiteto brasileiro Lucio Costa cidade é “a expressão palpável da

necessidade humana de contato, comunicação, organização e troca – numa determinada

circunstância físico-social e num contexto histórico”. (COSTA; 1995, p. 91).

Leite afirma que “há 100 anos, apenas 10% da população vivia nas cidades,

atualmente já somos mais de 50%, e até o ano de 2050, as cidades comportaram em torno

de 75% da população mundial”. (LEITE; 2012, p. 20).

Desta forma, pequenas cidades se tornaram cidades de porte médio com mais

de 1 milhão de habitantes, e cidades grandes se transformaram em cidades com mais de 10

milhões de habitantes. Estas cidades de porte médio e grande se tornaram um desafio para

o poder público, caracterizadas pelas necessidades de ampliação do planejamento, visto o

aumento da demanda por serviços e espaços públicos.

Segundo um documento da Schneider Electric, de autoria do seu vice

presidente sênior para cidades inteligentes, Charbel Aoun, ele explicita que “as metrópoles

representam apenas 2% da superfície do planeta, abrigando metade da população global,

consumindo 75% dos recursos energéticos e emitindo 80% do carbono”. (2013, p. 2).

Leite acredita que as cidades são organismos vivos, criados e geridos pelo

homem, e desta forma estão constantemente ameaçado por falhas, e por isto é necessário

cuidado, pois a falta da eficiência na sua gestão pode levar a falência. (LEITE; 2012, p.

20).

As cidades têm enfrentado um processo de deterioração, típico dos grandes

centros, como a exclusão social, que tem progredido para o patamar de exclusão urbana. O

êxodo rural contribui para aumentar este índice produzindo aumento da desigualdade

social, e elevação dos índices de criminalidade.

O êxodo rural fomentado pela falta da presença do estado no campo fez a partir

dos anos 60 aumentarem a busca por oportunidades nas médias e grandes cidades. A

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 4

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

construção de Brasília é um exemplo que fez surgir inúmeras cidades que não estavam no

plano principal de construção da capital.

Leite afirma que:

“As cidades nunca abrigaram tantas pessoas, e essa intensa urbanização

acarreta o aumento do consumo de seus recursos naturais, como água e

energia, e o aumento da poluição gerada. Torna-se necessário, portanto:

(a) equilíbrio entre o crescimento populacional e o meio ambiente para

formação de cidades sustentáveis capazes de atender às necessidades da

atual população sem comprometer as futuras gerações e (b) que as cidades

se desenvolvam em favor da maioria, que são os mais pobres” (LEITE;

2012, p. 40).

Tabela 1: Taxa histórica da urbanização do Brasil e por regiões territoriais

Taxa de urbanização

Região 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2007 2010

Brasil 31,24 36,16 44,67 55,92 67,59 75,59 81,23 83,48 84,36

Norte 27,75 31,49 37,38 45,13 51,65 59,05 69,83 76,43 73,53

Nordeste 23,42 26,4 33,89 41,81 50,46 60,65 69,04 71,76 73,13

Sudeste 39,42 47,55 57 72,68 82,81 88,02 90,52 92,03 92,95

Sul 27,73 29,5 37,1 44,27 62,41 74,12 80,94 82,9 84,93

Centro Oeste 21,52 24,38 34,22 48,04 67,79 81,28 86,73 86,81 88,8

Fonte: 4IBGE: séries estatísticas e históricas, 2011.

As soluções para os problemas das cidades estão além dos procedimentos

padrões como a construção de vias de acesso, escolas públicas, o aumento do efetivo da

segurança e de servidores públicos. Estes processos necessitam da inteligência no método

para reorganizar os espaços e serviços da cidade.

3 Cidades inteligentes

Leite, descreve cidades inteligentes como “O lugar onde as funções básicas da

cidade são otimizadas por novas formas de tecnologia da informação e comunicação.

(2012, p. 174). Para Strapasson, “as smart cities são, antes, a etapa mais avançada do

relacionamento entre convergência tecnológica, gestão de cidades, qualidade de vida e

competitividade econômica”. (2009, p. 89).

4 Disponível em: <http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?no=10&op=0&vcodigo=POP122&t=taxa-

urbanizacao>

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 5

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

Leite menciona em síntese que se pode considerar a cidade inteligente como o

lugar onde as funções básicas da cidade – estabelecer trocas econômicas, sociais e culturais

e gerar liberdade de vida e locomoção – são otimizadas por novas formas de tecnologia da

informação e comunicação (LEITE; 2012, p. 174).

O termo cidades inteligente, possuí uma ampla bibliografia, proporcionando

uma série de conceitos, que por vezes não possibilitam um consenso. A falta de um

conceito claro demonstra por que muitas cidades se autodenominam “inteligentes”, mesmo

que possuam planos desintegrados e inacabados. (ABDOULLAEV; 2011, p 3).

Cidade inteligentes também podem ser definidas como:

“Uma comunidade que tem feito um esforço consciente para usar a

tecnologia da informação para transformar a vida e o trabalho dentro de

sua região em significativa e fundamental ao invés de formas

incrementais. O objetivo de tal esforço é mais do que a implantação da

tecnologia, e sim a preparação da comunidade para enfrentar os desafios

de uma economia global do conhecimento”. 5World Foundation for Smart

Communities (2014).

Para o professor da Universidade Tecnológica de Viena Rudolf Giffinger,

especialista em pesquisa analítica do desenvolvimento urbano e regional, presidente do

projeto 6European Smart Cities, afirma que existem seis quesitos fundamentais para uma

cidade se tornar inteligente:

Economia inteligente: promovendo a competitividade

econômica por meio da integração e inovação, e instigando

empreendedorismo;

Pessoas inteligentes: com espírito empreendedor, com

capacidade de transformar, com criatividade, flexibilidade, buscando

interações sociais, afã de participar das decisões públicas;

Governos inteligentes: fomentando serviços aos cidadãos e ao

funcionamento da administração pública, com ampla demonstração de 7discloure, e

8accountability,

9fairness e

10compliance, embasado nos

princípios de governança.

Mobilidade inteligente: Sistema logístico de transportes de

pessoas sustentável, e ter acessibilidade a redes de tecnologia de

informação;

Ambiente inteligente: por meio da atratividade de condições

naturais, proteção ambiental e gestão de recursos, utilizando bem os

espaços naturais, a fim de torná-los atrativos para a população,

5 Disponível em: http://www.smartcommunities.org/concept.php

6 Disponível em: <http://www.smart-cities.eu/model.html>

7 Disclosure; é o dever de informação de seus atos, de modo que suas decisões e ações possam ser conhecidas

por toda a sociedade; 8Accountability; é a obrigação de prestar contas de seus atos e dos recursos colocados sob sua

responsabilidade, devendo as prestações de contas seguir as recomendações dos órgãos de Controle; 9 Fairness; é a forma como ele executada suas ações, de forma imparcial e isenta, respeitando acima de tudo o

direito de cada um. 10

Compliance - Cumprimento das leis: é o estrito atendimento dos regulamentos internos, estatutos e da

legislação vigente ou cumprimento das legislações

Fonte: MATIAS-PEREIRA, José. Governança no Setor Público. São Paulo: Atlas, 2010.

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 6

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

Modo de vida inteligente: traduzido por qualidade de vida,

englobando cultura, saúde, segurança e habitação. (www.smart-

cities.eu/model.html)

As cidades inteligentes são regiões providas de elevado grau de inovação, e

também onde são proporcionadas oportunidades de emprego e renda, com qualidade de

vida, utilizando-se de novas tecnologias. (European smart cities, 2007).

Uma cidade inteligente necessita de sistemas integrados, com profundo

planejamento, fazendo com que o produto final destas inovações, sejam potencializados e

de fácil acesso. Esta integração de dados, proporciona uma melhor performance na análise

de informações, possibilitando decisões mais acertadas do poder público.

As cidades inteligentes se utilizam das tecnologias de informação, para

promover a transparência dos seus atos, desta forma aumentando a agilidade na prestação

de serviços públicos e otimizando os recursos.

O conceito de cidades inteligentes se difere das cidades digitais pela sua

amplitude. Cidades digitais utilizam redes e dados para conectar informações, porém estas

informações não estão ao acesso do cidadão. Em uma cidade inteligente ocorre a

convergência da estrutura física, com a estrutura virtual. Toda cidade inteligente é uma

cidade digital, porém nem toda cidade digital, é um cidade inteligente.

Cezar Taurion, Vice-presidente Sênior para Cidades Inteligentes da Schneider

Electric, faz uma analogia entre as 11

duas:

“Se compararmos uma cidade digital com uma pessoa, seria similar a

uma pessoa que sabe ler e escrever, mas é um analfabeto funcional.

Apenas ter cabeamento e não usar o imenso volume de informações que

trafegam nestes caminhos virtuais é ser uma cidade analfabeta

digitalmente. A cidade inteligente é a que usa a tecnologia para tomar

decisões mais eficientes, tornar a vida mais agradável e sustentável,

melhorando a qualidade de vida. A tecnologia passa a ser embutida nos

processos, objetos, fluxos, que compõem a própria cidade”. (Taurion,

Cezar; 2013)

Os conceitos das cidades inteligentes têm primordialmente a função de

otimizar os recursos finitos da cidade através das tecnologias. Segundo Corazza, na década

de 70 alguns cientistas debatiam acerca dos limites do crescimento, e eles acreditavam que

o progresso tecnológico, teria apenas um efeito paliativo, desviando a atenção para o

problema mais fundamental, que seria a questão do crescimento em um sistema de recursos

finitos. (CORAZZA; 2005). A percepção atual é que os gerenciamentos dos recursos

11

Disponível em: <http://pt.slideshare.net/ctaurion/das-cidades-digitais-as-cidades-inteligentes>

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 7

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

finitos se tornam mais propensos ao sucesso a partir do momento em que as soluções

estejam baseadas em inovações tecnológicas.

4 Desenvolvimento econômico

O desenvolvimento econômico é caracterizado pela ocorrência efetiva da

melhora no padrão de vida da população, proporcionadas pelo crescimento econômico. O

desenvolvimento econômico é um processo de mutação estrutural que implica diretamente

na elevação da qualidade de vida.

De acordo com Rippel;

“O desenvolvimento é também bem mais do que a simples ampliação da

renda de sua população, pois ele não é, segundo os autores, um processo

puramente quantitativo e mecânico passível de ser medido

estatisticamente ano a ano. Sustentam, então, que o desenvolvimento é

um processo qualitativo de mudança estrutural; histórico em sua essência,

não apenas porque leva tempo para se materializar, mas porque configura

uma evolução entre duas ou mais situações estruturalmente diversas”.

(RIPPEL; 2005, p.1).

Existe o consenso de vários autores relacionados às diferenças conceituais

entre crescimento econômico e desenvolvimento econômico. Crescimento econômico,

gera riquezas, porém não tem a tendência em distribui-lás, e o desenvolvimento

econômico é a capacidade de aplicar o crescimento econômico para distribuir

qualitativamente a riqueza, através de oportunidades.

Veiga menciona “que no crescimento a mudança é quantitativa, enquanto no

desenvolvimento ela é qualitativa”. (VEIGA; 2010, p. 56). Ele enfatiza ainda que o

“desenvolvimento tem a ver, primeiro e acima de tudo, com a possibilidade de as pessoas

viverem o tipo de vida que escolheram, e com a provisão dos instrumentos e das

oportunidades para fazerem as suas escolhas”. (VEIGA; 2010, p. 81).

Mesmo que o crescimento econômico esteja embasado em novas tecnologias,

que por sua vez aumentem a produtividade, e que insiram novos produtos e serviços, esta

não é a principal ferramenta para promover o desenvolvimento econômico. A principal

estratégia para fomentar o desenvolvimento econômico é a distribuição de renda.

Furtado frisa que:

“O aumento de produtividade econômica no plano da empresa, significa

algumas vezes, apenas aumento da taxa de lucros para o empresário, sem

repercussão no nível de renda global. Portanto não se deve confundir

aumento da produtividade – no plano microeconômico – com

desenvolvimento, o qual dificilmente se poderia conceber sem a elevação

da renda real per capita”. (FURTADO; 1971, p. 7).

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 8

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

Schumpeter no seu livro, A Teoria do Desenvolvimento Econômico, descreve a

formação do desenvolvimento econômico:

Introdução de um novo bem — ou seja, um bem com que os

consumidores ainda não estiverem familiarizados — ou de uma nova

qualidade de um bem.

Introdução de um novo método de produção, ou seja, um método

que ainda não tenha sido testado pela experiência no ramo próprio da

indústria de transformação, que de modo algum precisa ser baseada numa

descoberta cientificamente nova, e pode consistir também em nova

maneira de manejar comercialmente uma mercadoria.

Abertura de um novo mercado, ou seja, de um mercado em que o

ramo particular da indústria de transformação do país em questão não

tenha ainda entrado, quer esse mercado tenha existido antes, quer não.

Conquista de uma nova fonte de oferta de matérias-primas ou de

bens semimanufaturados, mais uma vez independentemente do fato de

que essa fonte já existia ou teve que ser criada.

Estabelecimento de uma nova organização de qualquer indústria,

como a criação de uma posição de monopólio (por exemplo, pela

trustificação) ou a fragmentação de uma posição de monopólio.

(SCHUMPETER; 1985, p. 48).

Destarte o desenvolvimento econômico encontrou na diretriz das cidades

inteligentes várias similaridades conceituais, onde ambas têm o intuito de aumentarem a

competitividade e produtividade através do conhecimento embasado na tecnologia.

Porém, para se alcançar o desenvolvimento econômico, existe um entrelaçado

de ações que tornam o tema complexo e parte de todo uma rede estrutural. Suzigan/Furtado

esclarecem que “um dos aspectos mais marcantes do atraso do desenvolvimento

econômico brasileiro – e por extensão no desenvolvimento social – do Brasil tem sido o

fraco desempenho da indústria de transformação nas últimas duas décadas e meia”.

(SUZIGAN; FURTADO, 2006).

O desenvolvimento econômico é um processo que exige conjuntura política e

econômica, sendo capitaneado por lideranças de expressão. Não se trata de um processo

alcançado através de medidas assimétricas e desarticuladas, desdenhando da conjuntura de

forças.

5 Cidade de Curitiba

O nascimento de 12

Curitiba data de meados do século XVII, quando a região

recebia desbravadores que vinham em busca do ouro. Na década de 1650, Ébano Pereira

12

Disponível em: <http://www.agencia.curitiba.pr.gov.br/publico/conteudo.aspx?codigo=222>.

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 9

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

indicava a existência do metal precioso nos campos de Curitiba, e pedia auxilio para os

pioneiros que ali se instalavam. (Agência Curitiba de Desenvolvimento, 2014.).

Em 29 de março de 1693 foi elevada a categoria de Vila, chamada de vila de

Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. A mudança do nome para o nome atual de Curitiba

ocorreu em 1721, com a visita do ouvidor Raphael Pires Pardinho, hoje nome de praça na

cidade. Ele foi, provavelmente, a primeira autoridade a se preocupar com o meio ambiente

da cidade, iniciando uma tradição pela qual Curitiba hoje é reconhecida

internacionalmente.

Naquela época, o ouvidor determinou aos habitantes que tivessem

determinados cuidados com a natureza. O corte de árvores, por exemplo, só poderia ser

feito em áreas delimitadas.

Curitiba13

é uma palavra de origem Guarani: kur yt yba quer dizer "grande

quantidade de pinheiros, pinheiral", na linguagem dos índios, primeiros habitantes do

território. Nos primórdios da ocupação humana, as terras onde hoje está Curitiba

apresentavam grande quantidade de Araucária angustifolia, o pinheiro do Paraná. Em 1853

foi conquistada a emancipação do Paraná, com Curitiba se tornando capital da província do

Paraná.

A população de Curitiba, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística – 14

IBGE – de 2013, tem aproximadamente 1.848.946 (IBGE; 2013), e o quarto

maior PIB do país. 15

(IBGE, 2011).

5.1 Curitiba x Cidade Inteligente

Como o conceito Cidades Inteligentes, tem várias correntes, o presente estudo

focará na taxonomia de conceito de cidades inteligentes proposta pela European Smart

Cities (2014), que propõem seis quesitos para uma cidade ser considerada inteligente

como: Economia inteligente; Pessoas inteligentes; Governos inteligentes; Mobilidade

inteligente; Ambiente inteligente e Modo de vida inteligente.

No mês de novembro de 2013, a prefeitura encaminhou a câmara municipal o

projeto que cria a 16

Secretária municipal de informação e tecnologia, que tem como foco

13

Disponível em: <http://www.curitiba.pr.gov.br/conteudo/historia-fundacao-e-nome-da-cidade/207> 14

Disponível em:- <http://cod.ibge.gov.br/232OU.> 15

Disponível em: <paísftp://ftp.ibge.gov.br/Pib_ Municipios/2011/pdf/tab01.pdf.> 16

Disponível em: <http://www.curitiba.pr.gov.br /noticias/prefeitura-envia-a-camara-projeto-que-cria-a-

secretaria-de-informacao-e-tecnologia/31442>

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 10

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

principal manter e tornar Curitiba uma cidade inteligente, sendo aprovada a criação da

secretaria pela câmara no mês de abril de 2014.

5.2 Governos inteligentes

Segundo European Smart Cities (2014), um governo inteligente é aquele

fomenta serviços aos cidadãos e ao funcionamento da administração pública, com

demonstração de transparência, prestação de conta, tratamento igualitário e cumpridor das

legislações e regulamentos.

A transparência e prestação de contas da prefeitura de Curitiba ocorre por meio

do 17

portal da transparência, que foi criado por meio do projeto de lei em 27 de maio de

2009.

No portal da transparência da prefeitura de Curitiba é possível obter

informações sobre o Executivo Municipal como: orçamentos, receitas, despesas, balanços,

prestação de Contas da Lei de Responsabilidade Fiscal, contratos de gestão, compras,

educação fiscal, legislação e relação de funcionários de carreira e comissionados. Os dados

são obtidos pelo Sistema Operacional da Prefeitura, e as informações são atualizadas

diariamente, com as informações do dia anterior.

A intenção do portal é que por meio das ferramentas de tecnologias de

informação e comunicação, as prestações de contas do município se tornem mais

acessíveis, e aumentem a interatividade do cidadão com a gestão dos recursos públicos.

A prestação de contas da prefeitura é realizada a cada quadrimestre, a fim de

demonstrar uma analise das receitas e despesas. O objetivo desta periodicidade é verificar

o cumprimento dos investimentos mínimos exigidos pela Constituição Federal em

Educação e Saúde, e também pelo limite do endividamento e gasto com o funcionalismo

público do município.

A prefeitura também faz a sua prestação de contas através de audiências

públicas, realizadas em vários pontos da cidade. Segundo o site do 18

Tribunal de Contas do

Estado “ As audiências públicas são mecanismos efetivos de participação direta da

sociedade nas decisões de governo e na elaboração das políticas públicas”.

17

Disponível em: <http://www.portaltransparencia.gov.br>. Acesso em: 20 mai. 2014. 18

Disponível em: <http://www1.tce.pr.gov.br/conteudo/audiencias-publicas/226>.

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 11

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

Leite afirma que “A democratização das informações territoriais através dos

novos sistemas de tecnologia de informação e comunicação favorece a formação de

comunidades participativas”. (LEITE; 2012, p. 173).

Outro instrumento é o Relatório de Gestão, que segundo o 19

Instituto Municipal

de Administração Pública “É um instrumento público de prestação de contas anual das

atividades realizadas pelas Secretarias/Órgãos da Prefeitura que contribui para a

aproximação entre a administração pública e o cidadão, bem como para a transparência das

ações da gestão municipal”.

5.3 Mobilidade inteligente

Curitiba foi pioneira na criação do BRT - 20

Bus Rapid Transit – modelo de

transporte que permite desempenho e custo beneficio similares ao metrô. Segundo a

21Revista TIMES (2011), 83 cidades em todo o mundo utilizaram o sistema de Curitiba

como modelo.

A Mobilize Brasil (2011), especialista em Mobilidade Urbana Sustentável,

realizou um estudo em 2011, analisando a mobilidade urbana sustentável em nove capitais

brasileiras, Curitiba obteve o segundo melhor desempenho. O estudo avaliava cinco

índices como; Porcentagem de ônibus municipais acessíveis a pessoas com deficiência

física; Mortos em acidentes de trânsito (por 100.000 habitantes) por ano; Extensão de vias

adequadas ao trânsito de bicicletas em relação à extensão do sistema viário; Razão entre a

renda média mensal e a tarifa simples de ônibus urbano; Razão entre o número de viagens

por modos individuais motorizados de transporte e o número total de viagens.

Curitiba tem mais de 90% dos ônibus acessíveis a pessoas com deficiências, e

o menor número de mortos em acidentes de trânsito (5,2 por grupo de 100 mil habitantes).

Curitiba também conta com uma ampla rede de ciclovias interligadas ao seu sistema viário,

o valor da passagem de ônibus, é quarta menor entre as capitais pesquisadas. Segundo o

estudo o principal problema do transporte em Curitiba, esta no fato de mais de um quarto

dos deslocamentos são realizados por automóvel ou motocicletas – porcentagem elevada

em relação as outras cidades pesquisadas.

19

Disponível em: <http://www.imap.curitiba.pr.gov.br/dmdocuments/RELATORIO_GESTAO_2012.pdf>. 20

Bus Rapid Transit; Transporte Rápido por Ônibus, é um sistema de transporte coletivo de passageiros que

proporciona mobilidade urbana rápida, confortável, por meio de infraestrutura segregada com prioridade de

ultrapassagem. Fonte: Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, 2014. 21

Disponível em:

<http://content.time.com/time/specials/packages/article/0,28804,2026474_2026675_2069055,00.html>

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 12

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

Em Junho de 2012, foi apresentado na 22

Conferência das Nações Unidas Para o

Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) o Hibribus, ônibus movido a biodiesel e motores

elétricos. Os ônibus estão sendo fabricados na própria cidade, pela montadora sueca

Volvo. (RIO+20, 2012).

5.4 Ambiente inteligente

O conceito de cidade inteligente é a qual tem seus princípios embasados em

soluções sustentáveis, que utiliza seus espaços naturais, a fim de promover atrativos para a

população.

A cidade de Curitiba possui 101.607.497,69 m² de área verde, distribuídos em

21 parques e 15 bosques em diversas regiões da cidade. A Organização Mundial de Saúde

(OMS) recomenda 12 m2 de área verde por habitante, Curitiba possui 58m²/hab., a

segunda maior média entre as capitais brasileiras.

Tabela 2: Áreas Verdes por Habitantes em Curitiba 2010

Em 2007 a prefeitura lançou o programa Biocidades que tem objetivo de

compatibilizar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental. A conservação

ambiental faz parte do processo de planejamento que Curitiba, através da revitalização de

rios, de conceitos sustentáveis de mobilidade urbana, estímulo a preservação de áreas

naturais particulares.

Segundo o programa 24

Biocidades, em 1970, enquanto a ONU/OMS afirmava

que cada cidadão devia ter direito ao mínimo de 12 m² de área verde, Curitiba oferecia

meio metro quadrado por habitante. No decorrer deste tempo à população cresceu de 600

mil para mais de 1.800.000 pessoas, e cada habitante passou a dispor de 51,2 m² de área

verde.

22

Disponível em:http://www.rio20.gov.br/rio/iniciativas-da-cidade/onibus-limpos.html 23

Disponível em: <http://curitibaemdados.ippuc.org.br/Curitiba_em_dados_Pesquisa.htm>. 24

Disponível em:<http://www.biocidade.curitiba.pr.gov.br/biocity/49.html>

Áreas Verdes por Habitantes em Curitiba 2010

Curitiba Área da cidade Numero de Habitantes Área verde em m² Percentual de área verde % m² / hab

432.170.000 1.751.907 101.607.497,69 23,51 58,00 23

FONTE: SMMA - Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Áreas Verdes/2010), IBGE - Censo 2010, IPPUC –

Geoprocessamento - ELABORAÇÃO: IPPUC-Banco de Dados -

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 13

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

Por outro lado, o portal da 25

revista Exame, publicou fotos de satélite de

Curitiba que demonstram a elevada diferença de área verde entre um bairro central e um

bairro da periferia.

A cidade possui programas ligados a educação ambiental com o objetivo de

integrar as ações do poder público e da população para a construção de um ambiente

equilibrado. O 26

programa “Lixo que não é Lixo” que iniciou em março de 1989, coletando

179,32 ton/mês, fechou o ano de 2010 coletando 2.134,41 ton/mês.

Em 2010 Curitiba foi reconhecida como a cidade mais sustentável do mundo,

através do prêmio 27

Globe Sustainable City 2010, em função do seu desenvolvimento

urbano sustentável. Para a direção do evento;

“A cidade de Curitiba mostra maturidade em sua compreensão do

desenvolvimento sustentável da cidade - tanto em matéria de política e

implementação. A abordagem holística é bem enquadrado e geridas de

forma a criar uma comunidade forte e saudável, integração da dimensão

ambiental com outras dimensões, como intelectual, cultural, econômico e

social”. (GLOBE AWARD, 2010).

5.5 Economia inteligente/pessoas inteligentes

O conceito de economia inteligente e pessoas inteligentes são conceitos

correlatos, ocorrendo por meio da competitividade econômica, integração e inovação,

estimulando o empreendedorismo, o crescimento do capital humano e a participação nas

decisões públicas.

Curitiba através da 28

agência Curitiba, criou o programa “Curitiba

Empreendedora” com programas de capacitação voltados as micro empresas, através de

consultoria, crédito, busca de inovação, convênios com outras entidades, e também um

programa especifico para estimular o empreendedorismo feminino.

A 29

fundação de Ação Social de Curitiba oferece por meio dos Liceus de

Ofícios, cursos gratuitos de qualificação profissional a população mais vulnerável,

auxiliando no desenvolvimento de conhecimento, habilidades e atitudes, e oferecendo

cursos específicos no desenvolvimento de empreendedores.

25

Disponível em: <http://exame.abril.com.br/ brasil/noticias/diferenca-de-ricos-e-pobres-se-ve-do-espaco-e-

com-o-google#6> 26

Disponível em: <http://www.agencia.curitiba.pr.gov.br/multimidia/PDF/00000188.pdf>. 27

Disponível em: <http://globeaward.org /winner-city-2010.html> Acesso em: 20 mai. 2014 28

Disponível em: <http://www.agencia.curitiba.pr.gov.br/publico/conteudo.aspx?codigo=223>. 29

Disponível em: <http://www.fas.curitiba.pr.gov.br/conteudo.aspx?idf=137>

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 14

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

A 30

Fundação Cultural de Curitiba em conjunto com o Instituto Municipal de

Turismo, promovem o projeto de economia criativa “SouCuritiba”, iniciativa que auxilia

na abertura do mercado para artesãos. Este projeto consiste em três fases, na primeira fase

o foco está em palestras sobre empreendedorismo e discussões sobre oportunidades de

negócios, na segunda fase é realizada uma imersão na história de Curitiba a fim de utilizar

da história da cidade para produzirem produtos embasados na história da cidade, e por

ultimo as palestras são voltada aos conceitos de design e criatividade.

Curitiba tem 157 instituições conveniadas ao Ministério da Ciência e

Tecnologia, e segundo o 31

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq), Curitiba e região metropolitana possuem 3752 doutores e 3015

mestres.

A participação do cidadão no plano de governo em Curitiba ocorre através das

audiências públicas. No ano de 2014 serão realizadas 18 audiências públicas que também

poderão ser acompanhadas pelo site da prefeitura. A cidade conta 18 conselhos municipais,

que viabilizam a participação da população através da sociedade civil organizada.

5.6 Vida Inteligente

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Curitiba, é o 32

quarto

maior entre as capitais, e o décimo maior entre todas as cidades Brasileiras. Entre os anos

de 1991 à 2010 Curitiba teve um acréscimo no seu IDHM de 28,59% nas últimas duas

décadas, abaixo da média de crescimento nacional (47%) e abaixo da média de

crescimento estadual (47%). A lacuna de desenvolvimento humano municipal, e o limite

máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 50,83% entre 1991 e 2010.

Tabela 3: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal entre 1991 e 2010

30

Disponível em: <http://sites.pr.sebrae.com.br/soucuritiba/pagina-exemplo/> 31

Disponível em: <http://estatico.cnpq.br/painelLattes/mapa/> 32

Disponível em: <http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil/curitiba_pr.

Indicadores de Desenvolvimento Humano

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Curitiba 1991 2000 2010

IDH-M de Curitiba_Geral 0,640 0,750 0,823

IDH-M de Curitiba_Longevidade 0,728 0,796 0,855

IDH-M de Curitiba_Educação 0,476 0,655 0,768

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 15

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

Curitiba possui uma carta da saúde destinado aos usuários do sistema único de

saúde, descrevendo os princípios do sistema, a oferta de serviços e os direitos. Também

possui redes de atenção a saúde destinada as mulheres, crianças, pessoas idosas, portadores

de doenças crônicas, mental, e pessoas com deficiência.

Para cada mil habitantes, Curitiba possui 7,9 médicos, enquanto a média

estadual é de 4,8 médicos para cada mil habitantes, e a média nacional é de 4,4 médicos

para cada mil habitantes. Com relação ao numero de leitos para internação, a média

nacional é de 2,4 leitos para cada mil habitantes, a média estadual é de 2,8 leitos para cada

mil habitantes, e em Curitiba a média é 3,4 leitos para cada mil habitantes. (IPPUC;

ÍNDICES DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, 2010).

Na área da Habitação Curitiba tem a Companhia de Habitação Popular de

Curitiba – COHAB - empresa de economia mista, que têm a prefeitura como acionista

majoritária, é a responsável pela política habitacional do município. Segundo um estudo do

ministério das cidades, no ano de 2010 Curitiba possuía 49.164 moradias em situação de

déficit habitacional, que corresponde a um total de 8,5% dos domicílios. O déficit é maior

entre a população com renda mensal de até três salários mínimos, que corresponde a 85,4%

do déficit no estado do Paraná. (Fundação João Pinheiro, 2013).

Segundo os Indicadores de Sustentabilidade (IPPUC, 2010) desde a década de

70, tem crescido constantemente a população que vive em aglomerados habitacionais, sem

acesso a água potável, em moradias superlotadas, sem instalações sanitárias mínimas, sem

qualidade estrutural e sem segurança da posse conhecidas como favelas. Em 1979, eram

2,87% da população, em 1989 eram 3,86%; em 1999 eram 7,30%, e em 2009 a população

nas favelas eram de 10,09%.

Com relação aos números da violência, os dados apontam para o crescimento

de numero de homicídios em Curitiba, ao contrario do índice brasileiro em constante

queda. Em 1998, Curitiba tinha 22,7 homicídios para cada 100 mil habitantes, ocupando a

18º colocação entre as capitais, em 2008 a cidade tinha 56,5 homicídios para cada 100 mil

habitantes, sendo a 12º cidade mais violenta do país.

IDH-M de Curitiba_Renda 0,755 0,809 0,850

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil 2013

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 16

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

Tabela 4: Taxa de homicídios por 100 mil habitantes de 1998 a 2008

Fonte: Caderno de indicadores sociais de Curitiba, IPPUC 2010

6 Considerações Finais

De acordo com os seis quesitos analisados como, Economia inteligente;

Pessoas inteligentes; Governos inteligentes; Mobilidade inteligente; Ambiente inteligente;

Modo de vida inteligente; torna-se explicito a ampla ligação existente entre o

desenvolvimento econômico de Curitiba com a sua busca pelo conceito de cidade

inteligente. Ambos os conceitos mais do que se assemelham, eles se fundem na busca do

propósito desenvolvimentista.

Com relação ao governo inteligente, o portal da transparência foi colocado em

funcionamento coincidentemente a poucos meses da publicação da lei federal, que tornava

o portal da transparência obrigatório a todos os entes federativos. Por outro lado estas

informações são de fácil acesso, atualizadas diariamente, o que as torna uma ferramenta de

controle social eficiente.

Na questão da mobilidade urbana, Curitiba ainda tem um transporte público

que serve como modelo, e apesar do aumento populacional e da frota de veículos, a

qualidade do transporte público se mantém estável. Em Curitiba 33

45% da população

utiliza o transporte coletivo na cidade, numero muito maior com relação à outras cidades.

As novas alternativas de mobilidade através do Hibribus também contribuem para

aumentar a sustentabilidade do setor.

33

Disponível em:<http://www.biocidade.curitiba.pr.gov.br/biocity/33.html>

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 17

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

O ambiente inteligente é onde a Cidade concentra seus mais altos indicadores,

com uma área verde 58m²/hab, com programas de elevada eficiência como o “Lixo que

não é Lixo”, “Câmbio Verde”, e com o recebimento do prêmio de cidade mais sustentável

do mundo.

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Curitiba é o quarto maior

entre as capitais, apesar de ter crescido abaixo da média nacional, a cidade ainda tem um

dos mais altos índices de IDHM. O numero de leitos hospitalares e de médicos é mais alto

que a média nacional, porém isto não é suficiente para desafogar o gargalo da saúde.

Na questão da segurança, Curitiba tem um dos seus maiores problemas, pois

enquanto a média nacional de homicídios decresceu constantemente, a média em Curitiba

mais que dobrou em 10 anos, ultrapassando em 5 vezes a taxa classificada como aceitável

da ONU de 10 assassinatos para cada 100 mil habitantes. O déficit habitacional em 30 anos

quadruplicou de 2,87% da população em 1979, em 2009 chegou a 10,09% da população,

porém ainda se mantendo entre os menores do país.

Sobre o quesito Economia Inteligente/Pessoas Inteligentes Curitiba tem um

desempenho elevado, com várias entidades que atuam instigando e preparando

empreendedores através de oficinas e assistências técnicas. Conta também com um numero

acima da média nacional de mestres e doutores. A participação da população no controle

social é fomentada através das audiências públicas e conselhos municipais que permitem a

participação mais efetiva da população.

Através da análise dos dados levantados, torna-se perceptível que o

desenvolvimento econômico é o ponto de partida para uma cidade se tornar “inteligente”.

As cidades não se tornam inteligentes através da simples adoção de uma nomenclatura

ocorrida por meio de uma iniciativa política, mas sim por meio de um processo amplo e

profundo de transformação.

A gestão do desenvolvimento econômico da cidade de Curitiba, baseada em

um planejamento concreto, foi o responsável por elevar a cidade ao patamar de “Cidade

Inteligente”.

Por contar com vários institutos de pesquisas, o patamar de Curitiba como

cidade inteligente poderia se encontrar em um estágio mais elevado se houvesse um maior

apoio através de pesquisas e financiamentos por se tratar de uma inovação.

Suzigan/Furtado menciona que por mais que a fomentação da inovação brasileira tenha

crescido devido aos fundos setoriais contando com o advento da lei da inovação, o setor

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 18

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

padece com a insuficiência de recursos, com o aumento da burocracia e consequentemente

com o enfraquecimento das entidades de pesquisa. (SUZIGAN; FURTADO, 2006).

Ainda existem vários programas fragmentados, desintegrados que necessitam

de uma maior compreensão tanto dos gestores como da população, porém é inegável que o

desenvolvimento econômico encampado pelas gestões anteriores possibilitou a cidade de

Curitiba a integrar o seleto grupo das cidades inteligentes.

Há um grande desafio para a atual gestão e para as futuras, que consiste no

prolongamento de projetos e programas que mantenham Curitiba como uma cidade

inteligente. Deve-se atentar que projetos de cidades inteligentes importados, podem não ter

o mesmo efeito em outras cidades, sendo necessário que se leve em consideração a cultura

e a economia local. O projeto de uma cidade inteligente deve ser desenvolvido e embasado

nas necessidades locais, podendo adaptar iniciativas de outras regiões.

Os conceitos de uma cidade com desenvolvimento econômico e de uma cidade

inteligente são semelhantes, portanto uma cidade que busca fomentar o desenvolvimento

econômico consequentemente acaba se tornando uma cidade inteligente.

A conexão do desenvolvimento econômico e do conceito de cidades

inteligentes é intrínseco, pois trata-se de uma condição Sine qua non. Não existe a

possibilidade de uma cidade se tornar inteligente, se ela não tiver como foco o crescimento

do desenvolvimento econômico.

BIBLIOGRAFIA CITADA

ABDOULLAEV, Azamat. Keynote: a smart world: a development model for

intelligent cities. In: The 11th IEEE International Conference on Computer and

Information Technology (CIT), 2011.

AOUN, Charbel. O alicerce da cidade inteligente: eficiência urbana - Schneider

Electric - (2013) São Paulo/SP.

COSTA, Lucio. Registro de uma vivência. Rio de Janeiro. Empresa das artes, 1995.

CORAZZA, Rosana Icassatti. Tecnologia e meio ambiente no debate sobre os limites do

rescimento: notas à luz de contribuições selecionadas de Georgescu-Roegen. Revista

Economia, v.6, n.2, p.435-461, Brasília; Jul/Dez.2005.

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 19

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO DE CURITIBA – IPPUC –

Desenvolvimento sustentável: indicadores de sustentabilidade de Curitiba – 2010/

Coordenação Marilia Isfer Ravanello. Curitiba: IPPUC, 2011.

FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Estatística e Informações Déficit

habitacional municipal no Brasil. / Fundação João Pinheiro. Centro de Estatística e

Informações – Belo Horizonte, 2013.

FURTADO, Celso. Teoria e política do desenvolvimento econômico. 4 ed. São Paulo:

Editora Nacional, 1971.

GIL, Antonio Carlos. Estudo de Caso. São Paulo: Atlas, 2009.

LEITE, Carlos. Cidades sustentáveis, cidades inteligentes: Desenvolvimento

sustentável num planeta urbano. Porto Alegre: Bookman, 2012.

PORTAL MOBILIZE, 2011. Estudo Mobilize Diagnóstico da mobilidade urbana

sustentável em capitais brasileiras. São Paulo, 2011.

RIPPEL, Ricardo. Migração e desenvolvimento econômico no Oeste do Estado do

Paraná: uma análise de 1950 a 2000 - Campinas, SP : 2005.

STRAPAZZON, C. L. Convergência tecnológica nas políticas urbanas: pequenas e

médias “cidades inteligentes”. Revista Jurídica, v. 22, n. 6. Curitiba: UniCuritiba, p. 89-

108, jan/jun 2009.

SCHUMPETER, Joseph Alois. Teoria do desenvolvimento econômico: uma

investigação sobre lucros, capital, crédito, juro, e o ciclo econômico. São Paulo: Nova

Cultural, 1985.

SUZIGAN, Wilson. FURTADO, João. Política Industrial e Desenvolvimento. Revista de

Economia Política, vol 26, n2 (102), pp. 163-185, Abril-Junho, 2006.

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 20

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

YIN, Robert K. Case Study Research: Design and Methods. 2ª Ed. Thousand Oaks,

1994.

VEIGA, José Ely da. Desenvolvimento sustentável: o desafio do século XXI. Rio de

Janeiro: Garamond, 2010.

BIBLIOGRAFIA INTERNET

AGÊNCIA CURITIBA DE DESENVOLVIMENTO, 2014. Disponível em:

<http://www.agencia.curitiba.pr.gov.br/publico/conteudo.aspx?codigo=222>. Acesso em:

20 mai. 2014.

AGÊNCIA CURITIBA DE DESENVOLVIMENTO, 2014. Disponível em:

<http://www.curitiba.pr.gov.br /noticias/prefeitura-envia-a-camara-projeto-que-cria-a-

secretaria-de-informacao-e-tecnologia/31442>. Acesso em: 15 mai. 2014.

AGÊNCIA CURITIBA DE DESENVOLVIMENTO, 2014. Disponível em:

<http://www.agencia.curitiba.pr.gov.br/multimidia/PDF/00000188.pdf>. Acesso em: 08

mai. 2014.

AGÊNCIA CURITIBA DE DESENVOLVIMENTO, 2014. Disponível em:

<http://www.agencia.curitiba.pr.gov.br/publico/conteudo.aspx?codigo=223>. Acesso em:

18 mai. 2014.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS, 2014.

Disponível em:

<http://www.brtbrasil.org.br/index.php/quemsomosrodape#.U4Ilh3JdVDQ>. Acesso

em: 20 mai. 2014.

ATLAS BRASIL, 2013. Disponível em:

http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil/curitiba_pr. Acesso em 12 mai. 2014.

BIOCIDADES, 2014. Disponível

em:<http://www.biocidade.curitiba.pr.gov.br/biocity/49.html> Acesso em: 12 mai. 2014.

BIOCIDADES, 2014. Disponível

em:<http://www.biocidade.curitiba.pr.gov.br/biocity/33.html> Acesso em: 12 mai. 2014.

CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL, 2012. Disponível em:http://www.rio20.gov.br/rio/iniciativas-da-

cidade/onibus-limpos.html Acesso em 25 mai.2014.

CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E

TECNOLÓGICO, 2014. Disponível em: <http://estatico.cnpq.br/painelLattes/mapa/>

Acesso em: 07 mai. 2014.

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 21

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

EUROPEAN SMART CITIES. 2014 Disponível em: http://www.smart-

cities.eu/model.html - Acessado em 09/05/2014 às 22h00.

FUNDAÇÃO DE AÇÃO SOCIAL, 2014. Disponível, em:

<http://www.fas.curitiba.pr.gov.br/conteudo.aspx?idf=137> Acesso em: 20 mai. 2014

FUNDAÇÃO CULTURA DE CURITIBA 2014. Disponível, em:

<http://sites.pr.sebrae.com.br/soucuritiba/pagina-exemplo/> Acesso em: 20 mai. 2014

FUNDAÇÃO MUNDIAL DE COMUNIDADES INTELIGENTES. 2014. Disponível em:

http://www.smartcommunities.org/concept.php - Acessado em: 09 mai.2014.

GLOBE AWARD, 2010. Disponível em: <http://globeaward.org /winner-city-2010.html>

Acesso em: 20 mai. 2014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2014. Disponível em:

<http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?no=10&op=0&vcodigo=POP122&t=taxa-

urbanizacao> Acesso em: 09 mai. 2014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2014. Disponível em:-

<http://cod.ibge.gov.br/232OU.> Acesso em: 02 mai. 2014

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2014. Disponível em:

<paísftp://ftp.ibge.gov.br/Pib_ Municipios/2011/pdf/tab01.pdf.> Acesso em: 20 mai. 2014

INSTITUTO MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO, 2012. Disponível em:

<http://www.imap.curitiba.pr.gov.br/dmdocuments/RELATORIO_GESTAO_2012.pdf>.

Acesso em: 12 mai. 2014

INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO DE CURITIBA, 2012.

Disponível em: <http://curitibaemdados.ippuc.org.br/Curitiba_em_dados_Pesquisa.htm>.

Acesso em: 20 mai. 2014

PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA, 2014. Disponível em:

<http://www.curitiba.pr.gov.br/conteudo/historia-fundacao-e-nome-da-cidade/207>.

Acesso em: 20 mai. 2014.

PORTAL DA TRANSPARÊNCIA, 2014. Disponível em:

<http://www.portaltransparencia.gov.br>. Acesso em: 20 mai. 2014.

REVISTA TIMES, 2011. Disponível em:

<http://content.time.com/time/specials/packages/article/0,28804,2026474_2026675_20690

55,00.html> Acesso em: 10 mai. 2014.

PORTAL DA REVISTA EXAME, 2014. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/

brasil/noticias/diferenca-de-ricos-e-pobres-se-ve-do-espaco-e-com-o-google#6> Acesso

em: 10 mai. 2014.

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 22

XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC

TAURION, Cezar, 2013. Disponível em: http://pt.slideshare.net/ctaurion/das-cidades-

digitais-as-cidades-inteligentes. Acesso em: 20 mai. 2014

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANA, 2014. Disponível em:

<http://www1.tce.pr.gov.br/conteudo/audiencias-publicas/226>. Acesso em: 20 mai. 2014