2FAS-9ano

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Agrupamento GIL VICENTE Ano Letivo de 2013/2014 Ficha de Avaliação Sumativa de Português n.º 2 GRUPO I - LEITURA PARTE A Lê, com muita atenção, o texto a seguir transcrito. Cinema, literatura e cultura geral 1 5 1 0 1 5 2 0 2 5 O grande sucesso de maus produtos culturais e nomeadamente de algum cinema que têm chegado às salas passa muito pela falta de exigência do público e dos espectadores. A sociedade global tende cada vez mais para a banalização e, infelizmente, cada vez mais para uma certa pobreza cultural. As duas guerras mundiais que assolaram a Europa no século passado criaram, entre outras coisas, uma necessidade de liberdade e maior poder de escolha nas pessoas. No entanto, algo que foi muito positivo acabou por criar igualmente nas sociedades ocidentais, distintas e diferenciadas, muitas dúvidas e carências culturais que se refletem cada vez mais nos dias de hoje, sob o efeito da televisão e da Internet. Se pensarmos, por exemplo, apenas na sociedade portuguesa pós-25 de Abril, reconhecemos que mudaram muitas coisas, para melhor obviamente, mas a cultura perdeu terreno e as pessoas leem e vão cada vez menos ao cinema. É neste contexto que igualmente o cinema português, além da falta de grandes estímulos à criação, financiamento, relação com o seu público, sofre de um mal interno geral que diz respeito aos próprios argumentos e à necessidade de contar boas histórias. É verdade que somos um país de poetas e que a nossa literatura não é muito rica. É certo igualmente que não temos J. K. Rowling nem um universo mitológico como o da cultura anglo-saxónica. Mas temos muito melhor, um Lobo Antunes ou um José Saramago (que Fernando Meirelles 1 adaptou), que têm uma grande relevância internacional e cultural e que dariam, entre outros, muito boas adaptações ao cinema. O desinteresse do público em geral por determinados filmes mais complexos passa, em primeiro lugar, pela falta de hábitos de leitura, por outro porque efetivamente a estrutura de um filme passa sempre pelo argumento, que, no fundo, pode vir ou não da Português Página 1 Nome: ___________________

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A ESTRUTURA DA NOTCIA

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Agrupamento GIL VICENTEAno Letivo de 2013/2014Ficha de Avaliao Sumativa de Portugus n. 2 Entregue em ______/______/______

GRUPO I - LEITURA

PARTE AL, com muita ateno, o texto a seguir transcrito.

Cinema, literatura e cultura geral

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O grande sucesso de maus produtos culturais e nomeadamente de algum cinema que tm chegado s salas passa muito pela falta de exigncia do pblico e dos espectadores. A sociedade global tende cada vez mais para a banalizao e, infelizmente, cada vez mais para uma certa pobreza cultural. As duas guerras mundiais que assolaram a Europa no sculo passado criaram, entre outras coisas, uma necessidade de liberdade e maior poder de escolha nas pessoas. No entanto, algo que foi muito positivo acabou por criar igualmente nas sociedades ocidentais, distintas e diferenciadas, muitas dvidas e carncias culturais que se refletem cada vez mais nos dias de hoje, sob o efeito da televiso e da Internet. Se pensarmos, por exemplo, apenas na sociedade portuguesa ps-25 de Abril, reconhecemos que mudaram muitas coisas, para melhor obviamente, mas a cultura perdeu terreno e as pessoas leem e vo cada vez menos ao cinema. neste contexto que igualmente o cinema portugus, alm da falta de grandes estmulos criao, financiamento, relao com o seu pblico, sofre de um mal interno geral que diz respeito aos prprios argumentos e necessidade de contar boas histrias. verdade que somos um pas de poetas e que a nossa literatura no muito rica. certo igualmente que no temos J. K. Rowling nem um universo mitolgico como o da cultura anglo-saxnica. Mas temos muito melhor, um Lobo Antunes ou um Jos Saramago (que Fernando Meirelles1 adaptou), que tm uma grande relevncia internacional e cultural e que dariam, entre outros, muito boas adaptaes ao cinema. O desinteresse do pblico em geral por determinados filmes mais complexos passa, em primeiro lugar, pela falta de hbitos de leitura, por outro porque efetivamente a estrutura de um filme passa sempre pelo argumento, que, no fundo, pode vir ou no da literatura. E como as pessoas no esto habituadas a ler, torna-se mais difcil interpretar. As geraes mais velhas, pouco influenciadas pelo efeito massivo da televiso e da Internet, encontraram na leitura de romances uma grande fonte de conhecimento, entretenimento, enriquecimento cultural. A literatura foi o ponto de partida para aprender a ler o cinema e obviamente a sua primeira arma para combater o empobrecimento cultural. Desta vez, apeteceu-me falar de livros. Boas frias, com muitos filmes e boas leituras!

Jos Vieira Mendes, in Premiere, agosto de 2009

1. Fernando Meirelles: cineasta brasileiro.

1. Seleciona, em cada item (1.1. a 1.7.), a opo correta relativamente ao sentido do texto.

1.1. Ao longo do texto, o autor defende quea. o sucesso de produtos culturais de m qualidade deve-se s caractersticas do pblico.b. os maus produtos culturais so criados por um pblico pouco exigente.c. a qualidade dos produtos culturais independente da sociedade em que surgem.

1.2. Aps os conflitos mundiais do sculo XX, na Europa, as pessoasa. comearam a ir mais ao cinema e a ler mais livros.b. sentiram necessidade de ter uma maior liberdade de escolha.c. tornaram-se mais exigentes relativamente aos produtos culturais.

1.3. A expresso a cultura perdeu terreno (linha 11) significa quea. a importncia da cultura tem vindo a diminuir.b. as culturas agrcolas diminuram aps o 25 de Abril.c. os resultados escolares pioraram nos ltimos anos.

1.4. So indicados diversos problemas do cinema portugus, nomeadamentea. falta de financiamento e equipamento cinematogrfico.b. m relao com o pblico e argumentos demasiado complexos.c. inexistncia de incentivos criao e relacionamento com os espectadores.

1.5. De acordo com Jos Vieira Mendes,a. no existem obras literrias portuguesas que possam ser adaptadas ao cinema.b. algumas obras literrias portuguesas so relevantes e poderiam originar filmes.c. a literatura portuguesa no possui relevncia internacional suficiente para ser adaptada ao cinema.

1.6. O desinteresse do pblico em geral por filmes mais complexos deve-sea. ao facto de estes serem aborrecidos.b. preferncia por obras literrias.c. sua dificuldade de interpretao.

1.7. A conjuno como (linha 22) pode ser substituda pora. uma vez que.b. se.c. quando.

PARTE BL o texto com muita ateno e responde s perguntas que te so colocadas.

Dia. poderoso dom Anriquec vindes vs? Que cousa esta?

Vem o fidalgo e, chegando ao batel infernal, diz:

Fid. Esta barca onde vai ora,que assi est apercebida?

Dia. Vai pera a ilha perdidae h-de partir logo essa'ora.

Fid. Pera l vai a senhora?

Dia. Senhor, a vosso servio.

Fid. Parece-me isso cortio...

Dia. Porque a vedes l de fora.

Fid. Porm, a que terra passais?

Dia. Pera o Inferno, senhor.

Fid. Terra bem sem-sabor.

Dia. Qu? E tambm c zombais?

Fid. E passageiros achaispera tal habitao?

Dia. Vejo-vos eu em feiopera ir ao nosso cais...

Fid. Parece-te a ti assi.

Dia. Em que esperas ter guarida?

Fid. Que leixo na outra vidaquem reze sempre por mi.

Dia. Quem reze sempre por ti!...Hi hi hi hi hi hi hi!...E tu viveste a teu prazer,cuidando c guarecerporque rezam l por ti?Embarcai! Hou! Embarcai,que haveis de ir derradeira.Mandai meter a cadeira,que aqui passou vosso pai.

Fid. Qu? Qu? Qu? Assi lhe vai?

Dia. Vai ou vem, embarcai prestes!Segundo l escolhestes,assi c vos contentai.Pois que ja a morte passasteshavs de passar o rio.

Fid. No h aqui outro navio?

Dia. No, senhor, que este fretastes,e primeiro que espirastesme destes logo sinal.

Fid. Que sinal foi esse tal?

Dia. Do que vs vos contentastes.

Fid. A estoutra barca me vou.- Hou da barca! Pera onde is?Ah, barqueiros! No me ouvis?Respondei-me! Houl! Hou!(Par Deos, aviado estou!Cant'a isto j piorQue giricocins, salvanor!Cuidam que sao eu grou?)

Anjo. Que quers?

Fid. Que me digais,pois parti to sem aviso,se a barca do Paraso esta em que navegais.

Anjo Esta : que demaindais?

Fid. Que me leixes embarcar.Sou fidalgo de solar, bem que me recolhais.

Anjo No se embarca tiranianeste batel divinal.

Gil Vicente, Auto da Barca do Inferno

2. Identifica o local onde decorre a ao.

3. Indica os elementos cnicos que acompanham o Fidalgo e explica o que simboliza cada um deles.

4. Descreve a movimentao da personagem em cena.

5. Aponta, explicando, o critrio indicado pelo Diabo para que as almas se salvem ou sejam condenadas.

6. Explicita a inteno crtica desta cena.

7. Refere o recurso expressivo presente na segunda fala do Diabo e comenta o seu valor expressivo:Vai pera a Ilha Perdida e h de partir logo essora.

PARTE CSeleciona uma das seguintes opes:INo Auto da Barca do Inferno, de Gil vicente, o Anjo, no seu dilogo com o Onzeneiro, ordena-lhe: vai para quem te enganou.Escreve um texto com um mnimo de 70 palavras e um mximo de 120 palavras no qual apresentes, pelo menos, trs enganos presentes na sociedade atual. Podes selecionar os enganos da lista seguinte ou referir outros que a no constem:o engano da moda; o engano do consumismo; o engano do dinheiro; o engano nas relaes entre as pessoas; o engano da falta de civismo- O teu texto deve incluir uma parte introdutria, uma parte de desenvolvimento e uma parte de concluso.- Deves referir a tua opinio, justificar e dar exemplos que a comprovem.

IIA expresso latina ridendo castigat mores foi o princpio que Gil Vicente aplicou sua stira. Por isso, se considera a sua obra como um espelho, porque reflete fielmente a sociedade do sc. XVI.Francisca: Na minha opinio, Gil Vicente pretendeu criticar toda a sociedade da poca em que viveu.Guilherme: Quanto a mim, a crtica de Gil Vicente tambm se adequa sociedade atual.Escreve um texto de opinio, com um mnimo de 70 e um mximo de 120 palavras, em que, de entre os dois comentrios, defendas aquele que te parece mais adequado.O teu texto deve incluir uma parte de introduo, uma parte de desenvolvimento e uma parte de concluso.Organiza a informao da forma que considerares mais pertinente, tratando os tpicos apresentados a seguir: Indicao do comentrio que, na tua opinio, mais adequado. Justificao da escolha desse comentrio. Explicao da expresso ridendo castigat mores. Atualidade da obra, justificando a tua opinio com exemplos significativos.

IIIL atentamente a letra de cano que se segue, da autoria do grupo Mundo Segundo:Anjo e DemnioMeu anjo, meu demnio, feitios competitivos,Um quer pacificar o mundo, outro quer com-los vivos,Um propaga a f, o outro reflete a fora bruta,Quando entram em conflito, prefiro no sair da gruta,Um chora outro riem plena sala de urgncia,Em absolveu, outro condenou com sentena.Um controla as contas, o outro rei do desperdcio.Um tem o dom da virtude, o outro o prazer do vcio, Mas um vive para o trabalho, o outro no conhece ofcio.

Anjo e Demnio, de Mundo Segundo (texto com supresses)Redige um comentrio ao texto acima transcrito, com um mnimo de 70 e um mximo de 120 palavras, em que exponhas as linhas fundamentais de leitura desta letra de cano. O teu texto deve incluir uma parte introdutria, uma parte de desenvolvimento e uma parte de concluso. Organiza a informao da forma que considerares mais pertinente, tratando os tpicos apresentados a seguir. Entidades em oposio. Representatividade/simbolismo dessas entidades e/ou dos seus atributos. Relao existente entre as duas entidades. Possvel atualidade (modernidade) da situao apresentada.

Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequncia delimitada por espaos em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hfen (exemplo: /di-lo-ei/). Qualquer nmero conta como uma nica palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (exemplo: /2011/).GRUPO II - GRAMTICA

8. Identifica as diferentes funes sintticas das palavras ou expresses destacadas nas frases que se seguem.8.1. Enviaram-nos dois bilhetes para um espetculo teatral.8.2. Entrei no teatro para ver esse auto vicentino.8.3. Pudemos assistir ao espetculo tranquilamente.

9. Classifica as oraes sublinhadas.9.1. Quando foi ao teatro, o Pedro viu o auto que foi escrito por Gil Vicente.9.2. Este auto, que foi escrito por Gil Vicente, critica a sociedade da sua poca.9.3. Quem gosta de teatro vai adorar ler este auto.

10. Reescreve a frase seguinte, substituindo a expresso destacada pelo pronome pessoal correspondente. O aluno veria a pea se chegasse cedo.

11.Completa cada uma das frases seguintes com a forma do verbo apresentado entre parnteses, no tempo e no modo indicados.Escreve a letra que identifica cada espao, seguida da forma verbal correta.

Pretrito perfeito composto do indicativoEstes alunos so quem ___a_)___ (ver) mais peas de Gil Vicente.

Pretrito mais-que-perfeito simples do indicativoDepois da pea, os atores despediram-se de quem ___b_)___ (fazer) questo de os apoiar.

12. Em qual das frases seguintes a expresso sublinhada desempenha a funo sinttica de vocativo?Escreve a letra que identifica a opo escolhida.

(A) Ouvi a Marta, uma colega da Rita, contar uma histria engraada.(B) Encontrei a Marta, sentada na escada.(C) Pedimos Marta que nos contasse a histria outra vez.(D) Conta-nos, Marta, que histria essa.

Escrita

Escreve um texto narrativo, correto e bem estruturado, com um mnimo de 180 e um mximo de 240 palavras onde contes uma aventura vivida por ti e pelo teu primo Lus, num pas estrangeiro.

Na tua narrativa, deves incluir uma descrio de um espao e de uma das personagens. Deve existir, tambm, um momento de dilogo.No final, rev o teu texto para verificares a ortografia, a pontuao, a estrutura das frases e dos pargrafos e a coerncia.

Escreve um texto narrativo, correto e bem estruturado, com um mnimo de 180 e um mximo de 240 palavras onde contes uma aventura vivida por ti e pelo teu melhor amigo, no ano de 2026, em Guimares.

Na tua narrativa, deves incluir uma descrio de um espao e de uma das personagens. Deve existir, tambm, um momento de dilogo.No final, rev o teu texto para verificares a ortografia, a pontuao, a estrutura das frases e dos pargrafos e a coerncia.

Escreve um texto narrativo, correto e bem estruturado, com um mnimo de 180 e um mximo de 240 palavras onde contes uma aventura vivida por ti e pelo teu co (real ou imaginrio) no ano de 2050, em Guimares.

Na tua narrativa, deves incluir uma descrio de um espao e de uma das personagens. Deve existir, tambm, um momento de dilogo.No final, rev o teu texto para verificares a ortografia, a pontuao, a estrutura das frases e dos pargrafos e a coerncia.

Observaes relativas ao Grupo III:1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequncia delimitada por espaos em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hfen (ex.: /di-lo-ei/). Qualquer nmero conta como uma nica palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2008/).2. Relativamente ao desvio dos limites de extenso indicados um mnimo de 180 e um mximo de 240 palavras , h que atender ao seguinte: a um texto com extenso inferior a 60 palavras atribuda a classificao de 0 (zero) pontos; nos outros casos, um desvio dos limites de extenso requeridos implica uma desvalorizao parcial (at dois pontos) do texto

COTAES

Grupo I...................................... 50 pontos1. .....................7 pontos2. ..................... 4 pontos3. ..................... 7 pontos4. ..................... 4 pontos5. ..................... 6 pontos6. ..................... 6 pontos7. ..................... 6 pontosC. .................... 10 pontos

Grupo II..................................... 20 pontos8. 5 pontos9. 6 pontos10 3 pontos11. . 4 pontos12... 2 pontos

Grupo III..................................... 30 pontos

Total........................................ 100 pontos

Bom trabalho,Os professores de Portugus

PortugusPgina 7