25 de abril hora a hora

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Biblioteca da Escola Secundária de S. Pedro do Sul 25 DE ABRIL HORA A HORA 25 DE ABRIL DE 2014 1974 - 2014

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25 de Abril hora a hora

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Biblioteca da Escola Secundária de S. Pedro do Sul

25 DE ABRIL HORA A HORA

25 DE ABRIL DE 2014

1974 - 2014

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No dia 24 de abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instala secretamente o posto de comando (PC) do Movimento das Forças Armadas (MFA), no quartel da Pontinha, em Lisboa.

Em várias unidades militares dos três ramos das Forças Armadas Portuguesas vão sendo desenvolvidas ações concertadas. Discriminamos as principais ocorrências e seus responsáveis entre as 17:30h do dia 24 de abril e as 9:30h do dia 26 de abril de 1974.

As ações do Dia 25 de Abril

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As ações do Dia 25 de Abril

17h30 GRUPO L 34 Academia Militar

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1974

Grupo L34

Este grupo de oficias da Academia Militar

tinha uma Missão específica:

Missão - Captura do Comandante do

Regimento de Cavalaria 7, a principal

unidade afeta ao regime, Coronel António

Romeiras.

Constituição - Capitães Alves Martins,

Ribeiro da Silva, Morais Silva, Faria de

Oliveira e Tenente Américo Henriques. Os

elementos do Grupo efetuaram

reconhecimentos junto à residência do

Coronel Romeiras, na Praça de Londres.

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20h00

PREPARATIVOS PARA A TRANSMISSÃO

DA 2.ª SENHA

Fita Original onde foi

gravada a senha

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1974

O locutor Leite Vasconcelos (em dia de folga no

Limite) é convocado por Manuel Tomás para

"gravar poemas", um dos seus trabalhos de

rotina era precisamente gravar os poemas

diariamente transmitidos pelo Limite. Carlos

Albino escreve então dois textos intencionais

para serem visados pelo censor, com a

finalidade de «envolver» a senha. O censor

autoriza textos e alinhamento. Na Renascença,

são efetuadas as gravações dos textos por

Leite Vasconcelos que desconhece o seu

objetivo.

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21h00 E.P.T.

Escola Prática de Transmissões, Lisboa (EPT)

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Foram montadas escutas às redes de comunicação da GNR,

LP, DGS e PSP. Igualmente foram montadas escutas

telefónicas permanentes ao Ministro e Subsecretário de

Estado do Exército, Chefe do Estado Maior do Exército e

Ministro da Defesa. Abertura de comunicação com linha

direta ao Posto de Comando da Pontinha. Estas ações foram

possíveis porque dois dias antes se iniciaram os preparativos

técnicos necessários, incluindo a montagem de cerca de 4 Km

de cabo em menos de 24 horas. As operações foram

dirigidas pelo Capitão Fialho da Rosa contando com as

valiosas colaborações dos Capitães Veríssimo da Cruz e

Madeira e ainda do Furriel Cenoura.

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22h00 POSTO DE COMANDO DO MFA

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Está reunido, no Regimento de Engenharia n.º 1 (RE1)

na Pontinha, Lisboa, o Posto de Comando (PC) do

Movimento das Forças Armadas (MFA), com as

seguintes presenças: Major Otelo Saraiva de

Carvalho, Capitão-Tenente Vítor Crespo, Major

Sanches Osório, Tenente Coronel Garcia dos Santos

e Tenente Coronel Fisher Lopes Pires. Mais tarde,

vindo de Tomar, juntar-se-ia o Major Hugo dos

Santos. O Capitão Luís Macedo, oficial da unidade,

garantia a segurança do Posto de Comando. Estava

presente ainda o Major José Maria Azevedo dando

apoio ao Posto de Comando.

Tudo a postos

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22h55 1.º SINAL

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A voz de João Paulo Dinis anuncia aos microfones dos

Emissores Associados de Lisboa. «Faltam cinco minutos

para as vinte e três horas. Convosco, Paulo de

Carvalho, com o Eurofestival 74 “E Depois do

Adeus”». Era o primeiro sinal para o início das

operações militares a desencadear pelo Movimento

das Forças Armadas.

Paulo de

Carvalho

As ações do Dia 25 de Abril

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23h00 E.P.A.

Escola Prática de Artilharia, Vendas Novas (EPA)

Foram presos o Comandante e 2.º Comandante da

Unidade. Foram ocupadas as Centrais Rádio e

Telefónica. Foram presos a totalidade dos sargentos que

não aderiram. Os furriéis e cabos milicianos aderiram

na totalidade. O Capitão Santos Silva chega

entretanto à Unidade e assume o seu Comando falando

aos restantes oficiais que de imediato aderem ao

movimento. Estas ações foram executadas pelos

Capitães Mira Monteiro, Patrício e os Tenentes Andrade

Silva, António Pedro, Sales Grade, Ruaz e Nave.

Vendas Novas -

EPA

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23h30 B.C.5 Batalhão de Caçadores 5 em Lisboa (BC5)

O Major Fontão convoca os 30 oficiais que

constituíam o núcleo selecionado e outros que se

encontravam na unidade e comunica-lhes os

objetivos do Movimento e outros elementos de

interesse. Convidados a aderir, fazem-no sem

exceção. São mandados equipar e armar.

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00h00 E.P.A.

Escola Prática de Artilharia, Vendas Novas (EPA) Formatura geral na parada sendo distribuídas funções:

Comando: Capitão Santos Silva; Adjuntos Tenentes Martins Ruaz, Sales

Grade e Sousa Brandão.

Bateria de Artilharia 8.8 cm (BTR 8.8): Comandante Capitão Oliveira

Patrício; Subalternos Tenentes Marques Nave, Almas Imperial, Pereira

de Sousa e Aspirantes Milicianos Tolentino e Gonçalves.

Bateria de Artilharia 10.5 cm (BTR 10.5): Comandante Capitão Duarte

Mendes; Subalternos Alferes Gaspar Madeira e Formeiro Monteiro e

Aspirante Miliciano Guerra.

Companhia Artilharia Motorizada (4 Pelotões): Comandante Capitão

Mira Monteiro; Subalternos Tenentes Andrade da Silva, António Pedro,

Ribeiro Baptista, Amílcar Rodrigues, e Aspirantes Milicianos, Carvalho e

Salgueiro.

Reserva (3 Pelotões): Comandante, Capitão Canatário Serafim;

Subalternos, Tenente Jesus Duarte e Alferes Miliciano Medeiros.

Vendas Novas -

EPA

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As ações do Dia 25 de Abril

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00h15 B.C.5

Batalhão de Caçadores 5 em Lisboa (BC5)

São reunidos todos os Sargentos e Cabos Milicianos

presentes na Unidade. Informados de forma idêntica,

os Oficiais aderem sem exceção. São encaminhados

para se juntarem aos oficiais das respetivas

Companhias.

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00h20 2.ª SENHA TRANSMITIDA PELA RÁDIO

RENASCENÇA Paulo Coelho é o locutor de serviço, nessa noite, no «Limite».

Sem saber dos compromissos assumidos por dois dos seus

colegas, Carlos Albino e Manuel Tomás, quase faz perigar a

transmissão da senha à hora exata por ter antecipado a

leitura de anúncios publicitários. Mas, após alguns momentos

de tensão, no final da leitura do primeiro anúncio, Manuel

Tomás, também presente na cabine técnica, consegue, dando

um pequeno safanão (aparentemente sem intenção) na mão

do técnico de som, José Videira, provocar o arranque da

bobine que contém a senha. Então, pela voz previamente

gravada de Leite de Vasconcelos, através dos potentes

emissores da Rádio Renascença, ouve-se a primeira quadra

da canção Grândola, Vila Moreno, de José Afonso. Já no

final da transmissão o agente da Censura, ali presente, dá

sinais de que escutara algo que não previa.

Sinal

transmitido no

programa

Limite.

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00h20 REGIMENTO DE ARTILHARIA LIGEIRA 1

(RAL1) Esta unidade, à entrada da Auta Estrada do Norte, tinha

sido reforçada por elementos do Regimento de Lanceiros

2 com capacidade de comunicação autónoma direta ao

Regimento e dois Carros de Combate M-47 operacionais.

O oficial do MFA, Capitão Rosário Simões, tinha

acordado que a sua missão seria neutralizar a unidade

evitando a sua ação contra o Movimento, pois a maioria

dos oficiais não era aderente. Na véspera, foram

sabotadas as Bocas de Fogo por forma a não poderem

ser utilizadas, mas com capacidade de retorno rápido

caso elas viessem a ser necessárias para o Movimento.

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00h20 E.P.A.M.

Escola Prática de Administração Militar, Lisboa

(EPAM)

Faziam parte do Movimento os Seguinte oficiais:

Capitão Teófilo Bento, Carlos Gaspar, Filipe

Henriques, Jesus, Tenentes Matos Borges, Santos Silva,

Félix Pereira, Ávila, Cerdeira e Alferes Geraldes e

Martins. Após ser ouvida a mensagem de confirmação no rádio, são presos os Oficiais de Dia e de prevenção. O

Capitão Gaspar assume o posto de Oficial de Dia.

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00h30 ESCOLA PRÁTICA DE INFANTARIA, MAFRA

(EPI)

Os Capitães Rui Rodrigues e Aguda ordenam a

formatura da Companhia de Intervenção a três grupos

de 50 homens. O Capitão Silvério põe em execução o

planeamento de defesa da unidade. O Coronel

Jasmins de Freitas é chamado à unidade onde os

Majores Aurélio Trindade (a dirigir a atividade do

Movimento) e Cerqueira Rocha põem o Coronel a par

da situação e convidam-no a assumir o comando da

unidade. O Coronel Jasmins de Freitas aceita.

Mafra

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00h30 R.I.14

Regimento de Infantaria 14 - Viseu (RI14)

Os Capitães Gertrudes da Silva, Arnaldo Carvalhais,

Silveira Costeira, Aprígio Ramalho, Ferreira do Amaral

e Amândio Augusto entram na unidade e iniciam

preparativos assumindo o controlo interno da

unidade.

Viseu

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00h45 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria de Santarém (EPC)

O Major Costa Ferreira e os Capitães Garcia

Correia, Bernardo e Aguiar tentam aliciar o 2.º

Comandante da unidade, Tenente Coronel Sanches a

aderir ao Movimento, sem sucesso. Todos os outros

oficiais que se encontravam na unidade aderiram.

Santarém

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01h30 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria de Santarém (EPC)

Foi dada ordem para acordar todo o pessoal e

formar na parada onde cada Comandante de

Esquadrão pôs ao corrente da situação o pessoal sob

as suas ordens e, da parte destes, a adesão foi total,

ao ponto de a quase totalidade quererem marchar

sobre Lisboa.

Santarém

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01h30 E.P.A.M.

Escola Prática de Administração Militar (EPAM)

Após a última abertura de portões são acordados

todos os oficiais, sargentos e praças. Os oficiais e

sargentos foram informados dos acontecimentos e

convidados a aderir. Os que recusaram foram detidos.

As praças foram armadas.

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01h45 B.C.5

Batalhão de Caçadores 5 em Lisboa (BC5)

Os graduados acordam e mandam formar os Praças

da forma mais discreta possível com vista a evitar o

alerta das forças da GNR, na Penitenciária.

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02h00 CAMPO DE TIRO DA SERRA DA CARREGUEIRA

(CTSC)

Os Capitães Oliveira Pimentel e Frederico de Morais

têm poucos homens pois só contam o Tenente Miliciano

Silva Pinheiro e os Aspirantes Milicianos Simões,

Moreira, Trindade e Serrinha. Praças, só dispõe de 40,

de diversas especialidades.

- Missão: Defender a todo o custo os estúdios da

Emissora Nacional (EN), na Rua do Quelhas. Saem com

duas viaturas pesadas e um jeep com um total de 47

homens.

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02h00 R.C.3

Regimento de Cavalaria 3 (RC3)

- Missão: Marchar sobre Lisboa com uma coluna de

autometralhadoras e estacionar na zona da portagem da

ponte sobre o Tejo, ficando a constituir reserva às ordens

do PC (Posto de Comando). Os Capitães Andrade e Moura

e Alberto Ferreira consideram problemática a saída da

unidade pois têm poucos apoios internos e o Diretor da

Arma de Cavalaria estava de visita à unidade pernoitando

em Estremoz. A única possibilidade será conquistar o apoio

do Comandante Coronel Caldas Duarte. Às duas horas da

manhã, abordam o Coronel Caldas Duarte no sentido da

sua adesão. Este mostra-se indeciso e pede tempo para

refletir.

Estremoz

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02h30 R.A.P. 3

Regimento de Artilharia Pesada 3 - Figueira da Foz

(RAP 3)

Os Capitães Ferreira Cal, Moço, Martelo e o Tenente

Garcia que, vindos do ECS se iriam juntar ao RAP3

levantam suspeitas. Os Capitão Diniz de Almeida e

Almeida Pereira alertadas iniciam o plano de controlo

da unidade. O Capitão Diniz de Almeida detém os

oficiais subalternos milicianos e o Comandante da

Unidade Coronel Aires de Figueiredo. O Capitão

Almeida Pereira dá entrada aos oficiais vindos do

ECS.

Figueira da Foz

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02h50 E.P.A.M.

Escola Prática de Administração Militar (EPAM)

Sai uma coluna com duas viaturas ligeiras e três

pesadas, com um efetivo de cerca de 100 homens

armados de G3 e com metralhadoras Bren e lança

granadas foguete, comandados pelo Capitão Teófilo

Bento.

- Missão: Penetrar e dominar os estúdios da RTP no

Lumiar, prevendo a hipótese de cerco. Na unidade,

ficam os Capitão Gaspar, Jesus, Félix Pereira, Tenente

Ávila.

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03h00 B.C.5

Batalhão de Caçadores 5 em Lisboa (BC5)

As duas Companhias Operacionais iniciam marcha

apeada e saem pelo portão da Marquês da Fronteira. A

1.ª C.ª Operacional, sob o Comando do Capitão Beatriz,

inicia o cerco e instalação em redor do Quartel General

da Região Militar de Lisboa em S. Sebastião (QGRML). A

2.ª C.ª Operacional, sob o Comando do Tenente

Mascarenhas, isola e assegura a proteção da área dos

estúdios do Rádio Clube Português (RCP). O Major Fontão

estabelece contacto com os elementos da Força Aérea

que entraram nos estúdios do RCP ficando a situação sob

controlo. De seguida o Major Fontão desloca-se para

junto da 1.ª C.ª Operacional.

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As ações do Dia 25 de Abril

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03h00 E.P.A.

Escola Prática de Artilharia - Vendas Novas (EPA)

Saída da unidade com as seguintes missões:

BTR 8.8 - Ocupar posições junto ao Cristo-Rei em

Almada por forma a bater em tiro direto qualquer

coluna que atravessasse a Ponte ou qualquer navio no

estuário do Tejo. Bater eventuais objetivos em Lisboa

(Terreiro do Paço ou Monsanto).

BTR 10.5 - Montar segurança externa à unidade e

controlo de vias de comunicação. Companhia Artilharia

Motorizada - Montar segurança à BTR 8.8 em Almada

e controlo de acesso à Ponte sobre o Tejo.

Vendas Novas - EPA

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As ações do Dia 25 de Abril

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03h00 C.CAÇ. 4241 E 4246

Companhia de Caçadores 4241 e 4246 do Campo

de Instrução Militar de Santa Margarida

- Missão - Ocupar e defender as antenas do Rádio

Clube Português em Porto Salvo e defender a Ponte

Marechal Carmona em Vila Franca de Xira. As

Companhias eram Comandadas pelo Capitão

Miliciano Luís Pessoa e pelo Tenente Anderssen. Depois

de apoios vários de ordem logística, nomeadamente,

por parte do Capitão Rosário e do Capitão Cardoso,

as Companhias saem com enormes dificuldades pois o

pessoal era muito inexperiente, sobretudo os

condutores.

Campo Militar Santa

Margarida

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03h20 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria de Santarém (EPC)

Todo o pessoal se encontrava equipado, armado e

municiado com duas rações de combate por homem.

Santarém

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03h30 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria de Santarém (EPC)

A coluna sai em direção a Lisboa sob o Comando do

Capitão Salgueiro Maia, com a missão de se instalar

em Lisboa e controlar os acessos ao Banco de

Portugal, Companhia Portuguesa Rádio Marconi e

Terreiro do Paço. A coluna era composta por um

Esquadrão de Reconhecimento de 10 Viaturas

Blindadas e um Esquadrão de Reconhecimento com

160 homens, 12 viaturas de transporte, 2 Ambulâncias

e 1 Jeep.

Santarém

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As ações do Dia 25 de Abril

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03h30 B.C.5

Batalhão de Caçadores 5 (BC5)

Termina o cerco ao Quartel General da Região Militar

de Lisboa (QGRML). O Capitão Bicho Beatriz concede

ao Oficial de Serviço, Aspirante Silva, uma hora para

se render.

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As ações do Dia 25 de Abril

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03h32 B.C.5

Batalhão de Caçadores 5 (BC5)

O dispositivo de segurança em torno do Rádio Clube

Português (RCP) está em posição. O Grupo n.º 10

comandado pelo Major Costa Neves e constituído

entre outros por, Major Campos Moura, Capitão

Santos Coelho, Capitão Pombinho, Capitão Santos

Coelho, entram no RCP que é ocupado sem incidentes.

O Capitão Santos Coelho liga para o PC e comunica:

"MÉXICO ocupado sem incidentes". O RCP passou a

integrar o PC.

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As ações do Dia 25 de Abril

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03h45 GUARDA NACIONAL REPUBLICANA -

FORÇAS DO REGIME

Batalhão n.º 4 da GNR no Porto entra em prevenção

rigorosa. O Comandante Geral da Guarda Nacional

Republicana, General Adriano Augusto Pires, contacta o

Comandante do Batalhão para que entre em contacto

com os Comandos da PSP do Porto e do Batalhão de

Cavalaria n.º 6 Porto (RC6) no sentido de tomar uma

ação de força contra o Quartel General da Região

Militar do Norte em poder do MFA. O Comandante e 2.º

comandante do RC6 respetivamente, Tenentes Coronéis

Arriscado Nunes e Martins Rodrigues, não só recusam

como aderem ao Movimento.

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As ações do Dia 25 de Abril

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03h55 R.I.14

Regimento de Infantaria 14 - Viseu (RI14)

Sai uma Companhia de Caçadores Auto transportada em

viaturas pesadas sob o Comando do Capitão Costeira,

dirigindo-se para a Figueira da Foz onde irá integrar o

Agrupamento November. Seguia igualmente o Capitão

Gertrudes da Silva que iria Comandar aquele agrupamento.

O Capitão Aprígio Ramalho assume o Comando da

Unidade.

Viseu

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As ações do Dia 25 de Abril

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03h59 E.P.A.M.

Escola Prática de Administração Militar (EPAM)

A coluna comandada pelo Capitão Teófilo Bento

entra na RTP, na Alameda das Linhas de Torres,

desarma os guardas da PSP, ocupa as instalações e

monta o dispositivo de defesa. O Capitão Teófilo

Bento liga para o PC e comunica: "Acabamos de

ocupar MÓNACO sem incidentes".

EPAM ocupa entrada

dos estúdios da RTP

EPAM ocupa entrada

dos estúdios da RTP

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As ações do Dia 25 de Abril

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04h00 C.CAÇ. 4241 E 4246.

Companhia de Caçadores 4241 e 4246 do Campo de

Instrução Militar de Santa Margarida

As Companhias encontram-se na Ponte da Golegã com a

Coluna da Escola Prática de Engenharia de Tancos, que já a

esperava há algum tempo e entregam-lhe munições. A

Coluna, agora constituída pelas três unidades, seguiu até

Porto Salvo tendo-se separado e seguido para cada um dos

objetivos:

- C. Caç 4241- Antenas do RCP em Porto Salvo;

- C. Caç 4246 - Ponte Marechal Carmona em V. Franca de

Xira;

- EPE - Lisboa Casa da Moeda

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Campo Militar

Santa Margarida

As ações do Dia 25 de Abril

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04h00 B.C.5

Batalhão de Caçadores 5 (BC5)

É enviada uma força para a residência do General

Spínola.

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As ações do Dia 25 de Abril

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04h00 ESCOLA PRÁTICA DE INFANTARIA

(EPI) A coluna comandada pelo Capitão Rui Rodrigues chega ao AB1

No interior, já se encontrava o Capitão Costa Martins que, em

antecipação informara o Oficial de Dia que o aeródromo se

encontrava cercado e quais os objetivos do Movimento. A PSP,

Guarda Fiscal, DGS são desarmados e detidos. A cabine de som

e os depósitos de combustíveis são ocupados. O Capitão Costa

Martins sobe à torre de controlo com alguns homens armados e

ordena a emissão de um comunicado NOTAM: Interdição do

espaço aéreo português e o desvio do tráfego para Madrid e

Las Palmas. Nenhum avião tem ordem para aterrar ou decolar,

nem mesmo os militares nas bases aéreas. Às 04:25h o Capitão

Rui Rodrigues liga para o PC e informa: "Informo NOVA IORQUE

foi ocupada e encontra-se sob controlo".

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As ações do Dia 25 de Abril

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04h00 E.P.A.M.

Escola Prática de Administração Militar (EPAM)

Pelas 04:00h são observadas movimentações em torno

dos estúdios da RTP por parte de elementos da PSP e

da DGS. São avisados que devem retirar.

Como não obedeceram, é dada a ordem para efetuar

rajadas de G3 para ao ar. A PSP retira, não voltando

a causar mais problemas.

EPAM Garante a

segurança da RTP

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As ações do Dia 25 de Abril

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04h26 PC - RÁDIO CLUBE PORTUGUÊS.

É dada ordem para ser transmitido o primeiro

comunicado. Foi com emoção que em todo o País

centenas de militares ouviram pela voz de Joaquim

Furtado o primeiro de vários comunicados que haviam

sido redigidos pelo Major Vítor Alves. Estava previsto

que os comunicados seriam lidos pelo Major Costa

Neves, no entanto, Joaquim Furtado, locutor de serviço

ao RCP, ao saber das intenções do Movimento, de

imediato se prontificou para o fazer. No comunicado

pede-se para que a população se mantenha calma e

apela-se à classe médica para acorrer aos hospitais.

1.º Comunicado

do MFA

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As ações do Dia 25 de Abril

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04h30 B.C.5

Batalhão de Caçadores 5 (BC5)

Quartel General Região Militar de Lisboa (QGRML).

O Quartel General Região Militar de Lisboa (QGRML)

é ocupado por forças do BC5. O regime perde um

importante instrumento de comando, controlo e ligação

entre unidades na área de Lisboa. O Major Fontão

comunica pessoalmente para o PC: "CANADÁ foi

ocupado sem incidentes"

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As ações do Dia 25 de Abril

Page 53: 25 de abril hora  a hora

04h30 R.C.3

Regimento de Cavalaria 3 (RC3)

Às quatro horas e trinta o Comandante, Coronel

Caldas Duarte, adere ao Movimento. Iniciam-se de

imediato os preparativos para a saída da coluna.

Estremoz

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As ações do Dia 25 de Abril

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04h30 REGIMENTO DE ARTILHARIA LIGEIRA

1- LISBOA (RAL1) Recebida a ordem de prevenção rigorosa, de imediato é

acionado o plano de recolha de oficiais, sargentos e praças. O

comandante da unidade, Coronel Almeida Frazão, embora não

seja um homem do regime, só irá aderir francamente ao

Movimento após as 18:00h. Receberá ordens diretas do Ministro

do Exército e do Chefe do Estado Maior do Exército para

reconhecimento do Aeroporto com vista à sua libertação e para

controlar as entradas e saídas da Autoestrada do Norte. Na

Unidade, irá permitir aos oficiais do Movimento atuar. Assim, é

enviado um contacto ao Capitão Rui Rodrigues (EPI) que estava a

defender o Aeroporto, informando-o de que mesmo que a

bateria saísse, seria às ordens do Movimento. Sai um piquete

para a Autoestrada com ordens favoráveis ao Movimento.

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As ações do Dia 25 de Abril

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04h45 PC - RÁDIO CLUBE PORTUGUÊS

É lido o segundo comunicado do MFA. É dada especial

atenção às Forças de Segurança a quem se aconselha

atuação prudente, e avisam-se todos os comandos que

levem os subordinados a atuarem contra as Forças do

MFA que serão severamente punidos. A partir deste

comunicado que já se encontrava redigido, o Tenente

Coronel Lopes Pires passou a elaborar novos textos de

acordo com a evolução dos acontecimentos. A emissão

prossegue com canções de luta, algumas delas há muito

proibidas. Ouviram-se José Afonso, Adriano Correia de

Oliveira, José Jorge Letria, Luís Cília, José Mário Branco.

2.º Comunicado

do MFA

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1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 57: 25 de abril hora  a hora

05h00 C.CAÇ. 4241 E 4246

Companhia de Caçadores 4241 e 4246

A Companhia 4241 ocupa e defende as antenas do RCP em

Porto Alto. A Companhia toma posição na Ponta Marechal

Carmona em V. Franca de Xira.

Antenas -

Porto Alto

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As ações do Dia 25 de Abril

Page 58: 25 de abril hora  a hora

05h00 FORÇAS DO REGIME

Apesar da a esta hora já vários responsáveis militares e

governamentais estarem ao corrente do Movimento militar é

Silva Pais (Diretor da PIDE/DGS) que telefona ao Presidente

do Conselho Marcelo Caetano informando: "Senhor

Presidente, a Revolução está na rua! O caso é muito grave.

Os revoltosos ocuparam já as principais emissoras de rádio e

a Televisão e tomaram o Quartel General da Região Militar

de Lisboa. Caçadores 5 está com eles." Pouco depois em

novo telefonema Silva Pais recomenda: "É indispensável que

V. Exa. saia de casa com a maior urgência. Vá para o

quartel do Carmo que a GNR está fixe."

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As ações do Dia 25 de Abril

Page 60: 25 de abril hora  a hora

05h05 R.I.14

Regimento de Infantaria 14 (RI14)

O comandante da Unidade, Coronel Almeida Azevedo,

chega à porta de armas e é informado pelos Capitães

Ramalho e Amaral da situação da unidade e da saída de

uma coluna há cerca de uma hora. Não aderindo ao

Movimento é-lhe negada a entrada no quartel, regressando

a sua casa.

Viseu

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1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 64: 25 de abril hora  a hora

05h27 R.A.P. 3

Regimento de Artilharia Pesada 3 - Figueira da Foz (RAP 3)

Entra na unidade a Companhia do RI10

-Aveiro sob o Comando do Capitão Pizarro e, mais tarde, a

Companhia do CICA2 comandada pelo Capitão Rocha

Santos. O dispositivo da RAP3 em aprontamento era

constituído por uma Bateria de seis bocas de fogo 10.5 e

duas Companhias de Instrução, num total de cerca de 300

homens transportados em 40 viaturas.

- Comandava a Força o Capitão Diniz de Almeida

coadjuvado pelos Capitães Garcia e Moço. A Comandar o

RAP3 ficaria o Capitão Cal coadjuvado pelo Capitão

Almeida Pereira.

Figueira da

Foz

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As ações do Dia 25 de Abril

Page 65: 25 de abril hora  a hora

05h30 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria (EPC) Dentro

de Lisboa a coluna passa por forças da PSP e

Polícia de Choque estacionadas no Campo

Grande e Fontes Pereira de Melo, sem

interferirem.

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As ações do Dia 25 de Abril

Page 66: 25 de abril hora  a hora

05h30 REGIMENTO DE ARTILHARIA LIGEIRA

3 – ÉVORA O Coronel Palhares Falcão recebe a ordem de

prevenção. O Coronel é um aderente ao movimento. O

BART 6323 mobilizado, comandado por Machado da

Silva, após ouvir os comunicados do MFA, pede ao

delegado do Movimento, Capitão Borges Alves,

missão, mandando armar e municiar a unidade.

Comunica ao QG que não dispõe de forças para

intervir. Apesar desta adesão o BART 6323 não virá a

cumprir nenhuma missão às ordens do Movimento.

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As ações do Dia 25 de Abril

Page 67: 25 de abril hora  a hora

05h30 CENTRO DE INSTRUÇÃO DE

CONDUÇÃO AUTO 5 - LAGOS (CICA5)

A unidade recebe ordem de prevenção. O

Comandante da Unidade, Major Castela Rio, que se

havia comprometido com o Movimento, recua. Os

Capitães Glória Alves e Ferreira Lopes desobedecem

ao Comandante, sendo necessário o uso de violência,

saem numa viatura para recolher um pelotão da

unidade que se encontrava em exercícios na Barragem

da Bravura. Pelas 07:30h cumprem a sua missão

ocupando o centro retransmissor da Foia.

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As ações do Dia 25 de Abril

Page 69: 25 de abril hora  a hora

05h50 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria (EPC)

A coluna da EPC chega à Baixa. É montado um

dispositivo na Rua do Ouro e ocupados o Banco de

Portugal e a Rádio Marconi.

A EPC monta

dispositivo na

Baixa

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As ações do Dia 25 de Abril

Page 71: 25 de abril hora  a hora

06h00 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria (EPC)

A coluna da EPC chega ao Terreiro de Paço. Ao

entrarem no Terreiro do Paço, encontrava-se um

dispositivo da PSP que cercava a zona, e que não

interferindo com a ação colaborou no isolamento a

civis da área. O Capitão Salgueiro Maia transmite

para o PC: "Informo que ocupamos Toledo (T. Paço),

Bruxelas (Banco de Portugal), e Viena (Rádio

Marconi).

Força da EPC no

T. Paço - Fotos A.

Cunha

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As ações do Dia 25 de Abril

Page 73: 25 de abril hora  a hora

06h00 REGIMENTO DE INFANTARIA 3 - BEJA

(RI3)

O 2.º Comandante, Tenente-Coronel Tovim, recebe a

ordem de prevenção. Este oficial fora contactado na

véspera pelo Capitão Feijó Gomes, delegado do

Movimento, sobre o desenrolar dos acontecimentos,

tendo mostrado o seu desagrado por nunca ter sido

anteriormente contactado. A unidade manter-se-ia

neutral. Assim, as missões de ocupação do Centro

Emissor Ultramarino de onda curta da Emissora

Nacional, em S. Gabriel, e de controlo da fronteira,

em Vila Verde de Ficalho, não seriam cumpridas.

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As ações do Dia 25 de Abril

Page 74: 25 de abril hora  a hora

06h00 2.º GRUPO DE COMPANHIAS DE

ADMINISTRAÇÃO MILITAR - LISBOA

O Oficial de Dia, Capitão Filipe Henriques, recebe um

telefonema do Coronel Duque CEM da RML para preparar

uma Companhia que deveria sair às suas ordens, e para

contactar o Comandante da EPAM no mesmo sentido (há

muito que saíra uma coluna da EPAM para ocupar a RTP). A

Unidade, embora com fraca capacidade militar, dispunha de

um importante parque de viaturas que seria sem dúvida

relevante no apoio a uma operação militar. O Capitão Filipe

Henriques fora contactado por oficiais do Movimento da

EPAM para garantir a neutralidade da Unidade, o que de

imediato assumiu. O Capitão Henriques não deu qualquer

andamento às ordens do Coronel Duque.

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1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 77: 25 de abril hora  a hora

06h15 FORÇAS DO REGIME

Deu entrada no Terreiro do Paço um pelotão

reforçado de Autometralhadoras Ligeiras Chaimite do

RC7, comandadas pelo Alferes Miliciano David e Silva

que de imediato adere ao Movimento. O Ministério do

Exército era guardado por 2 Pelotões de Polícia

Militar comandados pelo Aspirante Saldida que se

colocara de imediato às ordens do Capitão Salgueiro

Maia. Destes pelotões ficaram dentro do Ministério

sete homens que não puderam sair porque os portões

se encontravam encerrados. Estes elementos viriam a

ser obrigadas a dar apoio à fuga do Ministro do

Exército.

Militares da EPC com

os elementos da PM

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As ações do Dia 25 de Abril

Page 80: 25 de abril hora  a hora

06h30 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria (EPC)

O Capitão Salgueiro Maia pede ao Posto de

Comando o envio de um oficial superior para prender

o Ministro do Exército.

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As ações do Dia 25 de Abril

Page 81: 25 de abril hora  a hora

06h30 FORÇA AÉREA - FORÇAS DO REGIME

O Comando da 1.ª Região Aérea informou o

Comandante do Regimento de Caçadores Para-

Quedistas, em Tancos, Coronel Fausto Marques, que

havia movimento de tropas em Lisboa, devendo

colocar a unidade em prevenção rigorosa e fazer

deslocar para Monsanto quatro helicópteros com

Paraquedistas. O Coronel Fausto Marques desloca-se

ao AB3, mesmo ao lado, onde se encontrava o 2.º

Comandante da Base Tenente-Coronel Freire. Decidem

retardar a ordem para fazer deslocar os helicópteros

até ser tomada uma decisão.

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As ações do Dia 25 de Abril

Page 86: 25 de abril hora  a hora

07h00 AGRUPAMENTO NORTE Constituído no RAP3 e integravam Forças do RAP3, CICA2, RI10

e RI14 num total de mais de 60 viaturas e 500 homens. Unidades

Constituintes: Comando - Capitão Gertrudes da Silva; RAP3 - 1

Bateria de seis bocas de fogo 10.5, comandada pelo Capitão

Diniz de Almeida e duas Companhias de Instrução comandadas

pelos Capitão Garcia e Moço. RI10 - Companhia comandada pelo

Capitão Pizarro; CICA2 - Companhia comandada pelo Capitão

Rocha Santos; RI14 - Companhia comandada pelo Capitão

Costeira. Esta Companhia viria a juntar-se ao agrupamento um

pouco mais tarde; Missão - Primeira fase - atrair as forças do R.I. 7

e R.I. 15 e tentar obter a sua adesão. - Segunda fase - deslocar-se

para Peniche a fim de preservar a integridade física dos presos

políticos. - Terceira fase - deslocar-se para Lisboa para reforçar as

forças em operação na capital. Este dispositivo põe-se em marcha

com exceção do RI14 que se lhes juntará no caminho.

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As ações do Dia 25 de Abril

Page 87: 25 de abril hora  a hora

07h00 REGIMENTO DE ARTILHARIA

LIGEIRA 2 - COIMBRA (RAL2)

O Major Lestro Henriques e o Capitão Pereira da Costa

a que se juntaria o Major Duarte Figueira, aprontam

para atuar uma Força de oitenta homens e um piquete de

trinta homens. O Comandante da Unidade, Coronel

Pessoa Vaz, não apresentará qualquer entrave. Missão:

Controlo dos movimentos sobre a ponte do Mondego e

recolha de informação sobre os movimentos da GNR e

PSP. Mais tarde contactarão o Major Barata Alves,

comandante do CICA4, que manifesta a sua adesão total

ao Movimento.

Coimbra

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As ações do Dia 25 de Abril

Page 89: 25 de abril hora  a hora

07h00 GRUPO DE ARTILHARIA CONTRA AERONAVES

2 - TORRES NOVAS (GACA2) Recebendo a ordem de prevenção os Capitães Pacheco,

Dias Costa e Ferreira da Silva informam os três Tenentes

Milicianos comandantes de Companhia mobilizadas do

que se passava conseguindo a sua entusiástica adesão. O

Tenente Figueira manda armar e municiar a sua

Companhia e ocupar o Quartel. Esta unidade que, à

partida, era considerada desafeta, passa a ser mais uma

Unidade aderente ao Movimento, embora sem missão.

São interditadas as entradas ao Comandante da

Unidade Tenente-Coronel Sousa e a outros graduados

considerados não afetos. Só conseguirão entrar em

contacto com o Posto de Comando no dia 26, conseguindo

sempre reagir com firmeza às pressões externas.

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As ações do Dia 25 de Abril

Page 90: 25 de abril hora  a hora

07h00 E.P.A.

Escola Prática de Artilharia (EPA)

A Bateria de Artilharia 8.8 ocupa posições no Cristo-

Rei em Almada. A sua posição permitia-lhe bater em

tiro direto qualquer coluna que atravessasse a Ponte,

ou qualquer navio no estuário do Tejo. Permitia ainda

bater posições em Lisboa, nomeadamente Monsanto e

Terreiro do Paço. A Companhia de Artilharia

Motorizada garante proteção à BART 8.8 e controla

os acessos à Ponte Salazar. É comunicado ao PC:

"Londres ocupada"

Cristo Rei

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1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 91: 25 de abril hora  a hora

07h00 REGIMENTO DE LANCEIROS 2 (RL2)

- FORÇAS DO REGIME

O Tenente Ravasco do Regimento de Lanceiros 2, desarmado,

contacta as Forças do Movimento no QG da RML

comandadas pelo Capitão Bicho Beatriz que lhe diz: "se

avançarem sai bala.". Ciente da dificuldade de reocupar o

QG volta à Praça de Espanha informando o Major Cruz

Azevedo que irá tentar aliciar os graduados para uma ação

ofensiva contra o QG. Acaba por desistir perante a firme

negativa dos subordinados. O Major Campos Andrada entra

em discussão com Cruz Azevedo, decidindo abandonar o

local e indo apresentar-se ao PC na Pontinha. Os esquadrões

seguem para a Av. de Ceuta e posteriormente para o Cais

do Sodré.

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As ações do Dia 25 de Abril

Page 92: 25 de abril hora  a hora

07h00 REGIMENTO DE CAVALARIA 7 -

FORÇAS DO REGIME

Avança pela Ribeira das Naus uma força de

autometralhadoras Panhard, comandadas pelo

Tenente Coronel Ferrand de Almeida. O Capitão

Salgueiro Maia coloca o Tenente Coronel Ferrand de

Almeida perante o dilema de se render ou ter de

disparar. O Tenente Coronel rende-se mesmo por

baixo das janelas do Ministério do Exército de onde o

Chefe de Gabinete do Ministro o incentivava. (Fotos:

Alfredo Cunha)

RC7 na Ribeira

das Naus.

Rendição de

Ferrand de

Almeida

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1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 96: 25 de abril hora  a hora

07h30 MARINHA

N.R.P. Almirante Gago Coutinho

A Fragata em formatura integrava uma força NATO

(StaNavForlant) que navegava rumo à barra sul do

Porto de Lisboa, com destino a Nápoles, quando

recebe ordem do Vice-Chefe do Estado Maior da

Armada, Almirante Jaime Lopes, para abandonar a

formatura e colocar-se frente ao Terreiro do Paço à

ordem do Estado Maior da Armada. (Fotos: Alfredo

Cunha)

Gago Coutinho

frente ao

Terreiro do

Paço

ABRIL, 25

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As ações do Dia 25 de Abril

Page 97: 25 de abril hora  a hora

07h45 MARINHA

N.R.P. Almirante Gago Coutinho

O Oficial Imediato do navio, 1.º Tenente Caldeira dos

Santos, do Movimento, comunica ao Comandante do

Navio, Capitão de Fragata Seixas Louçã, que a

posição da Marinha para com o Movimento era de

neutralidade ativa. (Fotos: Alfredo Cunha)

Gago

Coutinho

frente ao

Terreiro do

Paço

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As ações do Dia 25 de Abril

Page 100: 25 de abril hora  a hora

07h50 MARINHA

N.R.P. Almirante Gago Coutinho

O Almirante Jaime Lopes, dá ordem ao Comandante

do navio para abrir fogo sobre os tanques do Exército

posicionados no Terreiro do Paço. O Comandante da

unidade não cumpre a ordem, alegando que estava

muita gente no Terreiro do Paço e, também, que vários

cacilheiros se encontravam nas proximidades. (Fotos:

Alfredo Cunha)

Gago Coutinho

frente ao

Terreiro do

Paço.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 101: 25 de abril hora  a hora

08h00 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria (EPC)

O Capitão Maltês Soares, tristemente célebre

comandante da 1.ª Divisão da PSP, coloca-se às

ordens de Salgueiro Maia que lhe atribui a tarefa de

descongestionar o trânsito.

Policia

colabora com

S. Maia

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 104: 25 de abril hora  a hora

08h00 PC - RÁDIO CLUBE PORTUGUÊS

O Rádio Clube fica sem energia, entra em

funcionamento o gerador de emergência, garantindo a

emissão, ficando no entanto com limitações. Os

telefones seriam também cortados sendo a ligação

telefónica ao PC garantida por uma cabine pública

junto à R. Sampaio Pina. A energia das antenas de

Porto Alto foi também cortada tendo também entrado

em funcionamento o gerador de emergência. A

situação só se normalizaria após as 19:00h.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 105: 25 de abril hora  a hora

08h15 MARINHA

N.R.P. Almirante Gago Coutinho

O Comandante do navio dá ordem ao Chefe de

Serviço de Artilharia, 1.º Tenente Dores Sousa, para

abrir fogo de salva (exercício) tendo aquele oficial

recusado e remetido o Comandante para o Imediato

que reafirmou a intenção dos oficiais de não abrirem

fogo, nem de salva. (Fotos - Alfredo Cunha)

Gago Coutinho

frente ao

Terreiro do

Paço.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 106: 25 de abril hora  a hora

08h15 POSTO DE COMANDO (PC)

Um grupo de oficiais enviados pelo PC chega ao

Terreiro do Paço para prender o Ministro do Exército.

O grupo era conduzido pelo Tenente Coronel Correia

de Campos e contava, entre outros, com o Major Jaime

Neves, os oficiais do grupo de Comandos e o Capitão

Luís Macedo. (Fotos - Alfredo Cunha)

Oficiais chegam para

prender o Min.

Exército

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1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 108: 25 de abril hora  a hora

08h30 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria (EPC)

A Força da EPC estava reforçada pelas

autometralhadoras Chaimite do Aspirante David e

Silva e pelas Panhard da coluna de Ferrand de

Almeida que se rendera. É enviada uma força de dois

blindados para o QG da RML para reforçar o

dispositivo da Caçadores 5.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 110: 25 de abril hora  a hora

08h30 MARINHA

N.R.P. Almirante Gago Coutinho

O navio recebe uma comunicação do Posto de

Comando da Marinha efetuada através da

Esquadrilha de Submarinos e do Centro de

Comunicações da Armada, onde se encontrava o

Capitão Tenente Almada Contreiras, dando

indicação para o navio sair da barra. O Imediato, 1.º

Tenente Caldeira dos Santos, comunica ao PC na

Marinha que a situação a bordo está controlada e

que a guarnição estava com o Movimento.

Gago Coutinho

frente ao

Terreiro do

Paço.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 111: 25 de abril hora  a hora

08h45 MARINHA

N.R.P. Almirante Gago Coutinho

O comandante do Navio exonera o Imediato e

convida sucessivamente todos os oficiais para assumir

o cargo, o que é recusado por todos. A partir daí os

oficiais decidiram cumprir as ordens do Comandante

exceto as que, de alguma forma, fossem ofensivas

para o Movimento.

Gago Coutinho

frente ao

Terreiro do

Paço.

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1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 112: 25 de abril hora  a hora

09h00 B.C.5

Batalhão de Caçadores 5 (BC5)

Recebe um reforço de dois blindados da EPC e passa

a controlar as vias de comunicação em torno do QG

da RML, nomeadamente o cruzamento da Av. António

A. Aguiar com a Marquês de Fronteira.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 114: 25 de abril hora  a hora

09h50 FORÇAS DO REGIME

O Chefe do Estado Maior da Armada, Almirante Ferreira

de Almeida, contacta o Capitão-Tenente Alpoim Calvão,

comandante da Polícia Marítima do Porto de Lisboa, no

sentido de analisar a hipótese de interromper a emissão

do Rádio Clube Português. Alpoim Calvão recomenda o

bombardeamento das antenas de Porto Salvo com

morteiro de 81. Como as estradas e antenas já estavam

ocupadas pelo Movimento, sugere fazer deslocar uma

equipa, subindo o Tejo numa lancha da Policia Marítima.

Alpoim Calvão fica à espera da disponibilização do

morteiro, o que nunca veio a acontecer.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 115: 25 de abril hora  a hora

10h00 REGIMENTO DE CAVALARIA 7 - FORÇAS DO REGIME

Com a sua força já diminuída pela adesão ao Movimento do Aspirante

David e Silva e pela rendição do Tenente Coronel Ferrand de Almeida, o

Brigadeiro Junqueira dos Reis divide a sua força em dois grupos,

avançando com dois M/47 pela Avenida Ribeira das Naus, comandados

pelo Aspirante Sottomayor. Seguem também atiradores do RI1 da

Amadora e uma pequena força de Lanceiros 2, segue como supervisor o

Major Pato Anselmo. O Brigadeiro Junqueira dos Reis acompanha a força.

O Capitão Salgueiro Maia segue em direção à força com um lenço branco.

O Brigadeiro ordena a Salgueiro Maia que vá para a retaguarda da sua

força. Salgueiro Maia propõe que falem a meia distância das duas forças.

O Brigadeiro ordena ao Aspirante Sottomayor que abra fogo sobre

Salgueiro Maia, este recusa e de imediato ouve voz de prisão. Dá de

seguida a mesma ordem aos apontadores dos carros de combate que

também recusam. O Brigadeiro não conseguindo atingir os seus objetivos

dirige-se para a Rua do Arsenal onde o resto da coluna se encontrava com

o Coronel Romeiras.

RC7 na Ribeira

das Naus

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 117: 25 de abril hora  a hora

10h30 REGIMENTO DE CAVALARIA 7 -

FORÇAS DO REGIME

O Major Pato Anselmo é deixado sozinho pelo Brigadeiro na

Av. Ribeira das Naus. O Major Jaime Neves vai tentar obter

a sua rendição, acompanhado pelo Capitão Tavares de

Almeida e Aspirante Miliciano Maia Loureiro. A rendição é

rapidamente conseguida. As torres do dois M/47 são

rodadas de 180 graus e o Movimento passa a contar com

mais dois carros de combate. Todo o pessoal apeado

também se entrega. Os dois carros dirigem-se de imediato

para a Rua do Arsenal, onde se encontrava o que restava da

força de Cavalaria 7. (Fotos: A. Cunha)

Rendição do

Major Pato

Anselmo

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 118: 25 de abril hora  a hora

10h45 REGIMENTO DE CAVALARIA 7 -

FORÇAS DO REGIME

O Major Pato Anselmo é deixado sozinho pelo

Brigadeiro, na Av. Ribeira das Naus. O Major Jaime

Neves vai tentar obter a sua rendição, vai acompanhado

pelo Capitão Tavares de Almeida e Aspirante Miliciano

Maia Loureiro. A rendição é rapidamente conseguida. As

torres do dois M/47 são rodadas de 180 graus e o

Movimento passa a contar com mais dois carros de

combate. Todo o pessoal apeado também se entrega. Os

dois carros dirigem-se de imediato para a Rua do

Arsenal, onde se encontrava o que restava da força de

Cavalaria 7. (Fotos: A. Cunha)

RRC7 na Rua do

Arsenal

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 119: 25 de abril hora  a hora

11h00 AGRUPAMENTO NORTE

Comandado pelo Capitão Gertrudes da Silva, o

Agrupamento Norte chega a Peniche, dirigindo-se ao

Forte-Prisão. O Pessoal da PIDE/DGS não se mostra

disposto a uma rendição. Depois de uma curta reunião

decidem que a Companhia do CICA2, comandada

pelo Capitão Rocha da Silva, asseguraria o cerco ao

Forte com o apoio de duas secções de obuses do RAP

3, sob o Comando do Aspirante Monteiro. Os obuses

ficaram apontados para o forte em tiro direto. O

grosso da coluna irá marchar sobre Lisboa para se

colocar às ordens do PC na Pontinha.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 120: 25 de abril hora  a hora

11h00 B.C.5

Batalhão de Caçadores 5 (BC5)

O Major Fontão prende o General Louro de Sousa e o

Brigadeiro Silvério Marques quando tentavam entrar

nas instalações do Quartel Mestre General, na rua

Rodrigo da Fonseca. Só mais tarde o PC veio a

perceber que tinha sido detido um dos indigitados

para a Junta de Salvação Nacional.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 121: 25 de abril hora  a hora

11h30 POSTO DE COMANDO (PC)

A situação no Terreiro do Paço estava totalmente alterada.

Os Ministros e Chefes Militares estavam refugiados, ou no

Quartel do Carmo com Marcelo Caetano, ou em Lanceiros 2.

Grande quantidade de população concentra-se entre as

Forças do Movimento e o que resta de Cavalaria 7.

A EPC tinha recebido grande reforço com a adesão de

pessoal de Cavalaria 7 e Lanceiros 2. É transmitida ordem

ao Tenente Coronel Correia de Campos para dividir as

Forças: “uma coluna deve dirigir-se para o Largo do Carmo e

obter a rendição do Presidente do Conselho; uma outra

coluna deve dirigir-se para o Quartel da Legião Portuguesa

na Penha de França, tentendo obter a sua rendição. Devem

manter-se em posição os efetivos no Banco de Portugal e

Rádio Marconi”.

Posto de

Comando

atribui nova

Missão à EPC

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1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 124: 25 de abril hora  a hora

12h00 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria (EPC)

Saindo do Terreiro do Paço, a coluna de Salgueiro

Maia vai ser alvo de grande apoio dos milhares de

pessoas que acompanhavam as movimentações

militares na baixa de Lisboa. Chegando ao Rossio a

coluna vai encontrar uma força do Regimento de

Infantaria 1, comandada pelo Capitão Fernandes que

fora enviada para deter as forças do Movimento. O

Capitão Fernandes vai colocar as suas forças à ordem

do Movimento e seguirá à retaguarda da coluna

da EPC.

A EPC no Rossio

rumo ao Carmo

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 125: 25 de abril hora  a hora

12h15 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria (EPC)

Os blindados sobem com dificuldade as ruas íngremes

da baixa lisboeta, rumo ao Largo do Carmo. São

apoiados e aplaudidos por numerosos populares.

Jornalistas seguem na coluna numa viatura militar

disponibilizada por Salgueiro Maia.

A EPC nas ruas

íngremes do

Chiado

A EPC no Rossio

rumo ao Carmo

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 126: 25 de abril hora  a hora

13h00 ESCOLA PRÁTICA DE INFANTARIA

- MAFRA (EPI)

O Comandante e 2.º Comandante, Brigadeiro

Henriques Silva e Coronel Brandão Loureiro,

apresentam-se à porta de armas sendo recebidos

pelo Coronel Jasmins de Freitas e outros oficiais

superiores que lhes comunicam a sua adesão ao

Movimento. O Brigadeiro tenta por todos os meios

apoderar-se da unidade para a colocar às ordens do

governo. São, no entanto, convidados a aderir ao

Movimento e recusam, pelo que são obrigados a

retirar-se da unidade.

Mafra

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 128: 25 de abril hora  a hora

13h00 FORÇAS DO REGIME

São dadas ordens pelo Posto de Comando das forças

do regime, em Lanceiros 2, para o conjunto de forças

ainda disponíveis tentarem um cerco às forças de

Salgueiro Maia no Largo do Carmo. As forças

desfalcadas de Cavalaria 7 comandadas pelo

Brigadeiro Junqueira dos Reis vai ocupar posições no

Largo de Camões. Forças da GNR vão ocupar

posições no Largo da Misericórdia e Rua Nova da

Trindade. Uma companhia da Polícia de Choque ocupa

posições no Largo do Chiado.

Comunicações da GNR

Comunicações da GNR ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 129: 25 de abril hora  a hora

13h00 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria (EPC)

Chegado ao Largo do Carmo Salgueiro Maia monta o

dispositivo e fala aos jornalistas.

Salgueiro Maia chega

ao Lg. do Carmo

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 130: 25 de abril hora  a hora

13h10 PC - RÁDIO CLUBE PORTUGUÊS

O Tenente Coronel Quintino entra no RCP e informa

que o seu filho conseguiu captar ocasionalmente as

comunicações das Forças do Regime e que as estava a

gravar. Mário Pereira, o responsável pela discoteca

do RCP, desloca-se a casa do Tenente Coronel Quintino

com um gravador. A partir desse momento passaram a

ser transmitidas pelas ondas do RCP as comunicações

das Forças do Regime que denotavam já clara

desorientação. Este facto constituiu um fator

moralizador para as Forças do Movimento e um

acréscimo de desorientação no inimigo.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 131: 25 de abril hora  a hora

13h30 POSTO DE COMANDO (PC)

Ao PC começam a chegar notícias da tentativa de

cerco às forças da EPC. Face à gravidade da situação

o PC ordena às forças do Regimento de Cavalaria

3 de Estremoz que se dirijam ao presídio da Trafaria,

para, o mais rapidamente possível, inverterem o

sentido e rumarem à zona do Largo do Carmo para

dar apoio à retaguarda das forças da EPC.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 132: 25 de abril hora  a hora

13h30 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria (EPC)

A coluna da EPC reforçada por forças do RC7 que se

entregaram, comandadas pelo Major Jaime Neves,

montam um dispositivo na Rua da Penha de França e

Calçada do Poço dos Mouros exigindo a rendição do

Quartel-General da Legião Portuguesa em 15 minutos.

Não foram esgotados os 15 minutos e o General

Pereira de Castro apresenta a sua rendição,

permitindo a entrada das forças do Movimento no

quartel. "Marrocos ocupada sem incidentes".

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 133: 25 de abril hora  a hora

13h45 R.C.3

Regimento de Cavalaria 3 (RC3)

Recebe ordem para inverter sentido e dirigir-se à zona do

Largo do Carmo para dar cobertura à retaguarda da EPC.

A força do RC3 segue a toda a velocidade chegando em

tempo record à zona do Largo do Carmo. Os Capitães

Andrade Moura e Alberto Ferreira dispõem as forças no

Largo e Rua da Misericórdia, Largo do Camões. As forças da

GNR são contactadas pelos Capitães Andrade Moura e

Alberto Ferreira. O comandante das forças da GNR contacta

o Comando-Geral e após 30 minutos recolhem aos quartéis.

O Brigadeiro Junqueira dos Reis abandona o local 10

minutos após a chegada do RC3. O pessoal restante do RC7

apresenta-se ao Capitão Andrade Moura aderindo ao

Movimento.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 134: 25 de abril hora  a hora

14h00 FORÇAS DO REGIME

Após a entrada em cena do RC3, as forças do regime

que tentavam o cerco à EPC no Largo do Carmo

desmobilizam. A GNR reagrupa no Largo da

Misericórdia e recolhe aos quartéis. O Brigadeiro

Junqueira dos Reis abandona o local. Parte do pessoal

do RC7 adere ao Movimento colocando-se à

disposição do RC3.

Manifestação

Popular Contra

o Regime

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 135: 25 de abril hora  a hora

14h00 FORÇAS DO REGIME

O Dr. Pedro Pinto, Secretário de Estado da Informação e Turismo,

apercebendo-se da inevitabilidade da queda do regime, resolve

assumir a mediação entre o Governo e o General Spínola. O Dr.

Nuno Távora, Chefe de Gabinete do Dr. Pedro Pinto, desloca-se a

casa do General António de Spínola entregando-lhe uma carta do

Secretário de Estado. O Dr. Pedro Pinto, Secretário de Estado da

Informação e Turismo, apercebe-se da inevitabilidade da queda

do regime e resolve assumir a mediação entre o Governo e o

General Spínola. O General António de Spínola afirma nada ter

a ver com o Movimento e que nunca levantaria armas contra o

Governo, e que este deveria ter o bom senso de encontrar uma

solução para o problema e evitar um banho de sangue. O

General informa ainda que se o Governo entender resolver o

problema pacificamente ele estaria na disposição de assumir o

poder.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 136: 25 de abril hora  a hora

14h15 POSTO DE COMANDO (PC)

O Major Otelo, no PC, decide telefonar ao Chefe do

Estado-Maior da GNR, Coronel Ângelo Ferrari,

tentando a sua rendição. A conversa é inconclusiva,

pois o Coronel Ferrari tenta ganhar tempo,

desmentindo a permanência do Prof. Marcelo Caetano

naquela unidade. O momento é critico no PC. Não se

conhecia bem a situação envolvente ao Largo do

Carmo:

-Os movimentos do RC7 e GNR não estavam

completamente esclarecidos;

-As comunicações com o RC3, eram difíceis. Uma

rápida solução no Largo do Carmo afigurava-se

urgente.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 138: 25 de abril hora  a hora

14h30 POSTO DE COMANDO (PC)

Por via rádio o PC contacta o Capitão Salgueiro

Maia, mas comunicações são deficientes. O Major

Otelo informa que a GNR tenta ganhar tempo, pelo

que é necessário forçar a rendição. A prisão do chefe

do governo desmobilizaria as forças governamentais.

É dada indicação para forçar os portões da GNR, ou

por encosto de um blindado ou por rajadas de

metralhadora. Salgueiro Maia mostra alguma

reticência em abrir fogo. Otelo decide enviar uma

mensagem por estafeta a Salgueiro Maia com

indicações para forçar a porta de armas da GNR.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 140: 25 de abril hora  a hora

15h00 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria (EPC)

O Capitão Rosado da Luz que, no Largo do Carmo,

serve de elemento de ligação entrega pessoalmente a

mensagem do PC ao Capitão Salgueiro Maia, que

dizia: " Com o megafone tenta entrar em comunicação

e fazer um aviso-ultimato para a rendição. Eu já

ameacei o Coronel Ferrari, mas ele parece não ter

acreditado. Com autometralhadoras rebenta as

fechaduras do portão para verem que é a sério. Julgo

que não reagirão. Felicidades. Uma abraço. - Otelo"

Otelo envia

ordens a

Salgueiro Maia

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 141: 25 de abril hora  a hora

15h00 FORÇAS DO REGIME

O Dr. Nuno Távora após as conversações com o

General Spínola passa pelo Palácio Foz, onde se

encontrava o Diretor Nacional da Informação, Dr.

Pedro Feytor Pinto, deslocando-se ambos para o

Grémio Literário para reunirem com o Secretário de

Estado da Informação, Dr. Pedro Pinto. O Dr. Nuno

Távora informa da disponibilidade do General

Spínola de assumir o poder, caso o Prof. Caetano

resignasse. O Dr. Pedro Pinto escreve uma mensagem

ao Prof. Marcelo Caetano.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 142: 25 de abril hora  a hora

15h10 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria (EPC)

Salgueiro Maia concede através de megafone um

prazo de 10 minutos para a rendição do Quartel do

Carmo, findo os quais abrirá fogo sobre o quartel.

Salgueiro Maia

exige rendição

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 143: 25 de abril hora  a hora

15h15 E.P.A.

Escola Prática de Artilharia (EPA)

É dada ordem para as forças estacionadas no alto do

Cristo Rei se deslocarem ao presidio da Trafaria e

libertarem os 11 oficiais que ali se encontravam face

aos acontecimentos do 16 de Março. Com um obus

colocado na direção do portão principal o Tenente

Andrade e Silva não tem dificuldade de obter a

rendição e libertar os camaradas presos que sob

escolta se dirigem a Lisboa.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 144: 25 de abril hora  a hora

15h25 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria (EPC)

Esgotado o tempo concedido para a rendição do

Quartel do Carmo, o Capitão Salgueiro Maia dá

ordem ao Tenente Santos Silva para com as

metralhadoras da torre da sua Chaimite, abrir fogo

sobre a parte superior da frontaria do quartel. São

disparadas várias rajadas estoirando vidraças da

frontaria do edifício.

Preparativos

para abrir fogo

EPC dispara

sobre a

frontaria do

Quartel do

Carmo

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 145: 25 de abril hora  a hora

15h30 FORÇAS DO REGIME

Nos dois pontos de decisão do regime o desânimo

começa a instalar-se. No Quartel do Carmo o efeito

psicológico da abertura de fogo pelas forças de

Salgueiro Maia foi enorme. Há gritos e correrias no

interior do quartel. O Prof. Marcelo Caetano já tem

conhecimento que as forças comandadas pelo

Brigadeiro Junqueira dos Reis estavam desfeitas e que

no RL2 além do Comandante, 2.º Comandante e Major

Cruz Azevedo, que se mantinham leais, os Capitães,

Subalternos e Praças da unidade assumiam posições

hostis ao Regime.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 146: 25 de abril hora  a hora

15h30 FORÇAS DO REGIME

Um helicóptero pousa no RL2 levando os Ministros da

Defesa e do Exército para Monsanto. Este helicóptero

só não transportou também o Prof. Marcelo Caetano

porque no Quartel do Carmo não havia local onde

pudesse aterrar.

Helicóptero

transporta

Ministros para

Monsanto

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 147: 25 de abril hora  a hora

15h30 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria (EPC)

Após ter cessado fogo, surge junto do Capitão

Salgueiro Maia o Coronel Abrantes da Silva.

Salgueiro Maia pede ao Coronel para entrar no

quartel do Carmo e dialogar com o Comando da

GNR, tentado mostrar que "quem está lá dentro não

pense que esta guerra está a ser feita por um simples

Capitão." O Coronel Abrantes da Silva entra no

quartel do Carmo ficando junto dos sitiantes o Major

Velasco da GNR, como refém do Coronel.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 148: 25 de abril hora  a hora

15h45 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria (EPC)

Sem resposta do interior do Quartel do Carmo e com

a pressão do PC, Salgueiro Maia ordena nova rajada

sobre a fachada do quartel. Sem resposta à sua

intimação de rendição Salgueiro Maia decide utilizar

armas pesadas. Há suspeitas que a força pode ser

atacada por um heli canhão. Dr. Feytor Pinto

aproxima-se do Largo do Carmo.

Suspeita de

ameça de

helicoptero

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 149: 25 de abril hora  a hora

16h00 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria (EPC)

Salgueiro Maia ordena a colocação de um blindado em

posição de tiro. Os motores arrancam, a população em redor

do edifício procura abrigos. Salgueiro Maia inicia a

contagem: "um" . O silêncio no Largo é enorme, é gritado

"dois" e antes da contagem final surgem junto do Capitão

Salgueiro Maia, conduzidos pelo Tenente Assunção, dois civis

que se apresentam como o Dr. Pedro Feytor Pinto (Diretor dos

Serviços de Informação) e Dr. Nuno Távora, secretário do Dr.

Pedro Pinto (Secretário de Estado da Informação e Turismo)

portadores de uma credencial do General Spínola

pretendendo dialogar com o Prof. Marcelo Caetano. É

autorizada a sua entrada no quartel.

Ordem de Tiro

Chega Dr.

Pedro Feytor

Pinto

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 150: 25 de abril hora  a hora

16h00 E.P.A.

Escola Prática de Artilharia (EPA)

A EPA recebe ordem para ocupar o RL2

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 151: 25 de abril hora  a hora

16h00 MARINHA

Pelas 16:00h o Capitão de Mar e Guerra Pinheiro de

Azevedo, comandante da Força de Fuzileiros do

Continente, nomeia o Capitão Tenente Costa Correia

para comandar uma força constituída por um

Destacamento de Fuzileiros Especiais (Comando - 1.º

Tenente Vargas de Matos) e uma Companhia de

Fuzileiros (Comando - 1.º Tenente Varela). A força

deveria dirigir-se ao Ministério da Marinha e obter a

declaração formal de adesão da Marinha por parte

do Chefe de Estado-maior da Armada.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 152: 25 de abril hora  a hora

16h05 FORÇAS DO REGIME

O Dr. Nuno Távora e o Dr. Feytor Pinto são recebidos pelo

Prof. Marcelo Caetano. Nuno Távora informa o ainda

Presidente do Conselho da disponibilidade do General

Spínola para aceitar a sua rendição e assumir o poder.

Marcelo Caetano encontrava-se acompanhado pelo Ministro

dos Negócios Estrangeiros, Rui Patrício e o seu Adjunto

Militar, Comandante Coutinho Lanhoso. Marcelo Caetano

decide pela sua rendição desabafando: "assim o poder

não cai na rua". É redigida, pelo punho do Comandante

Lanhoso a seguinte mensagem: "O Presidente do Conselho

está pronto a entregar o Governo ao General António de

Spínola, e espera-o, para tal fim, no Quartel do Carmo“.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 153: 25 de abril hora  a hora

16h15 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria (EPC)

O Dr. Pedro Feytor Pinto e o Dr. Nuno Távora saem do

quartel e informam que irão falar com o General

Spínola. Salgueiro Maia ordena ao Tenente Assunção

que acompanhe os dois interlocutores a casa do

General, deslocando-se num jeep da EPC.

Os interlocutores

saem do

Quartel

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 154: 25 de abril hora  a hora

16h35 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria (EPC)

O Capitão Salgueiro Maia dirige-se ao Quartel do

Carmo onde dialoga com o Comandante da unidade e

outros oficiais verificando que a intenção era de

rendição. Salgueiro Maia pede para falar com o Prof.

Marcelo Caetano. O Capitão Salgueiro Maia é

recebido pelo Prof. Marcelo Caetano. A conversa

decorreu a sós e com grande dignidade. O Prof.

Marcelo Caetano solicitou que um Oficial General

fosse receber a transmissão de poderes para que o

governo não caísse na rua, confirmando a sua

rendição.

Salgueiro Maia

fala aos

jornalistas

Salgueiro Maia

dialoga com

oficiais da GNR

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 155: 25 de abril hora  a hora

16h30 FORÇAS DO REGIME

O Dr. Nuno Távora e o Dr. Feytor Pinto são recebidos pelo

General Spínola que, perante o documento que lhe é

entregue, afirma não reconhecer a letra do Presidente do

Conselho. O telefone toca. O Prof. Marcelo Caetano deseja

falar com o General Spínola. Marcelo Caetano confessa a

sua derrota ao estar cercado por uma força de blindados e

por uma multidão ululante. Afirma que ao render-se o

queria fazer perante alguém que pudesse garantir a ordem

pública. Não desejaria render-se a um capitão. Pede a

Spínola para vir assumir o poder. Spínola mais uma vez

reafirma que nada tem a ver com o Movimento. Marcelo

Caetano mais uma vez lhe pede para vir quanto antes.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 157: 25 de abril hora  a hora

18h00 GENERAL ANTÓNIO SPÍNOLA

O General Spínola chega ao Quartel do Carmo de

automóvel. É completamente submerso por uma

multidão que o aplaude. O General é recebido por

Salgueiro Maia. Spínola fala com Marcelo Caetano

informando-o de que seguirá de avião militar para o

Funchal.

Reportagem -

Adelino Gomes

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 158: 25 de abril hora  a hora

18h00 E.P.A.

Escola Prática de Artilharia (EPA)

A coluna da EPA comandada pelo Capitão Mira

Monteiro monta o dispositivo cercando o RL2.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 159: 25 de abril hora  a hora

18h00 REGIMENTO DE LANCEIROS 2 (RL2

Dois Aspirantes, abrem os portões, dirigem-se ao

comandante da força da EPA dizendo que todos os

graduados milicianos e praças estão com o Movimento. O

Capitão Mira Monteiro entra na unidade armado e

acompanhado por dois furriéis, dirigindo-se ao Bar onde

todos os oficiais se encontravam. A confusão era grande.

Os subalternos tentam convencer o Comandante a aderir

ao Movimento. Os Capitães afirmam aderir ao Movimento,

mas recusam sair da unidade. Os oficiais superiores não se

manifestam. O Comandante da Unidade, Coronel Pinto

Bessa, e o Major Cruz Azevedo recusam aderir ao

Movimento. Pouco mais tarde a força sitiante entra no RL2

sem incidentes.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 161: 25 de abril hora  a hora

18h30 ESCOLA PRÁTICA DE INFANTARIA

(EPI)

À EPI, estacionada no aeroporto, é dada a ordem de

se deslocar ao RAL1 para libertarem os oficiais presos

naquela unidade desde 16 de Março. Naquela

unidade, o Comandante Coronel Almeida Frazão

mantinha-se numa posição hesitante entre a pressão

do Capitão Simões e do Alferes Covelo e as ordens a

hierarquia. Com a chegada ao RAL1 dos Capitães Rui

Rodrigues e Albuquerque da EPI os oficiais presos no

16 de Março foram soltos.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 163: 25 de abril hora  a hora

19h00 ESCOLA PRÁTICA DE INFANTARIA

(EPI)

É dada ordem para o Capitão Rui Rodrigues se

deslocar com uma força ao Comando da Região

Aérea em Monsanto e prender as individualidades

que aí se refugiaram. Foram presos o Ministro do

Exército, General Andrade e Silva, o Ministro da

Defesa, Dr. Silva Cunha, e o Ministro da Marinha,

Almirante Pereira Crespo, e mais quatro generais.

Estas entidades foram conduzidas ao PC instalado no

RE1 na Pontinha.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 165: 25 de abril hora  a hora

19h30 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria (EPC)

Perante um Largo do Carmo a transbordar de

população entusiasmada, o Capitão Salgueiro Maia

teme que a operação da retirada dos membros do

regime do Quartel do Carmo acabe numa onda de

violência. Uma Chaimite, de nome Bula, encosta à

porta de armas nela entrando Marcelo Caetano, Rui

Patrício, César Moreira Baptista e outros membros do

Governo. A autometralhadora rompe devagar por

entre a multidão conduzindo Marcelo Caetano para o

PC na Pontinha.

Auto

metralhadora

encosta ao

portão do

Quartel Carmo

Chaimite Bula

encosta ao

portão do

quartel da GNR

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 166: 25 de abril hora  a hora

19h35 E.P.C.

Sai do Quartel do Carmo, numa autometralhadora

Chaimite, sob escolta da EPC, o Prof. Marcelo

Caetano. Com ele seguem alguns ex-Ministros.

Dirigem-se ao Posto de Comando do MFA no

regimento de Engenharia 1, na Pontinha.

Saída de

Marcelo

Caetano do

Quartel do

Carmo.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 169: 25 de abril hora  a hora

20h30 POSTO DE COMANDO (PC)

O General António Spínola, chega ao PC. Com ele os

membros do Governo presos. Spínola cumprimenta o

Major Otelo e os outros elementos no PC dizendo:

"Senhores oficiais, devo começar por informá-los que

acabo de assumir o poder no Quartel do Carmo.

Agora vamos ao trabalho" De imediato os oficiais

afetos ao General Spínola começam a dar ordens e

efetuar nomeações, com especial evidência o Ten-Cor

Almeida Bruno que nomeia o Major Manuel Monje

para comandar RL2 e o Major Casanova para ir

tomar conta do aeroporto.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 173: 25 de abril hora  a hora

21h00 R.C.3

Regimento de Cavalaria 3 (RC3)

O Capitão Andrade Moura do RC3, estacionado no

Largo do Carmo, ouve os disparos e é informado por

populares do que se passava na sede da PIDE. Faz

deslocar uma viatura blindada e alguns jeeps com

pessoal do RC3 e RI1para o local. Com enorme

dificuldade consegue aproximar-se e monta um cerco

à distância da sede da PIDE. Não tem, no entanto,

pessoal suficiente para tentar qualquer assalto.

Pide abre fogo

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 177: 25 de abril hora  a hora

22h00 E.P.C.

Escola Prática de Cavalaria (EPC). Após escoltar o

General Spínola e a Chaimite que conduzia Marcelo

Caetano ao RE1, as forças da EPC seguem para o

Colégio Militar onde é servida uma refeição quente a

todo o pessoal. Pelas 22:00h a EPC com seis viaturas

blindadas às ordens do Major Manuel Monje com o

fim de terminar qualquer hipótese de resistência do

RL2 e RC7 e prender os Comandantes. Ao chegarem,

a situação estava completamente controlada pela

EPA. O pessoal da EPC irá pernoitar no RC7.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 179: 25 de abril hora  a hora

23h00 MOVIMENTO DAS FORÇAS ARMADAS

(MFA)

Vai iniciar-se uma reunião entre a Junta de Salvação

Nacional e oficiais que estiveram ligados à redação do

Programa do MFA. Eram eles: Tenente Coronel Charais,

Major Vítor Alves e Capitão Tenente Vítor Crespo a que se

juntara o Capitão Costa Martins. O projeto de poder

pessoal de Spínola de imediato emerge. Iria acontecer o

primeiro de muitos confrontos entre o General Spínola e o

MFA. Spínola afirma ser necessário rever o Programa do

MFA que anteriormente aceitara. O impasse só se desfaz

quando o Capitão Tenente Vítor Crespo lhe diz: "os

blindados e tropas ainda estão na rua, se for preciso

continua-se com o golpe".

Spinola

Presidente da Junta

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 182: 25 de abril hora  a hora

23h45 MOVIMENTO DAS FORÇAS ARMADAS

(MFA)

É publicada legislação referente à destituição do Regime Deposto e

legitimação do novo Poder Revolucionário:

- Lei n.º 1/74 - destitui das suas funções o Presidente da República e

o Governo, dissolve a Assembleia Nacional e o Conselho de Estado e

determina que todos os poderes atribuídos aos referidos órgãos

passem a ser exercidos pela JSN.

- D.L. n.º 169/74 - exonera os Governadores Gerais dos Estados de

Angola e Moçambique e determina que as suas funções passem a ser

desempenhadas interinamente pelos Secretários Gerais desse Estados.

- D.L. n.º 171/74 - extingue a DGS, LP e MP.

- D.L. n.º 172/74 - dissolve a ANP.

- D.L. n.º 179/74 - exonera os Governadores Civis do Continente e

Ilhas.

ABRIL, 25

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 183: 25 de abril hora  a hora

01h00 JUNTA DE SALVAÇÃO NACIONAL.

(JSN)

A JSN saí do RE1, na Pontinha, rumo aos estúdios da

RTP, escoltada por blindados ligeiros comandados pelo

Major Jaime Neves do Grupo L34.

Chegada da

Junta à

Televisão

Spínola

Presidente da

Junta

ABRIL, 26

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 184: 25 de abril hora  a hora

01h30 JUNTA DE SALVAÇÃO NACIONAL.

(JSN)

Ladeado pelos elementos da JSN o General António

de Spínola lê, perante as câmaras da RTP, a

Proclamação da Junta de Salvação Nacional.

Apresentação da

Junta de Salvação

Nacional

Proclamação da Junta

de Salvação Nacional

ABRIL, 26

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 185: 25 de abril hora  a hora

02h00 MOVIMENTO DAS FORÇAS ARMADAS.

(MFA) Após a leitura da Proclamação, a JSN regressa ao RE1 e

reúne com os representantes do Grupo de Redação do

Programa: Charais, Vítor Alves e Vítor Crespo. Após

longa discussão que terminaria às 07:00h são aceites as

exigências de Spínola e Costa Gomes em relação à

redação inicial do Programa. Assim, é retirado do texto o

"claro reconhecimento dos povos à autodeterminação e

independência" e é anunciada a reorganização da

PIDE/DGS no Ultramar passando a designar-se por

"polícia de informação militar". Este embate com Spínola

irá prolongar-se nos meses seguintes.

Reunião JSN com ao

Comissão

Coordenadora do

MFA

Conferência de

Imprensa da JSN

ABRIL, 26

1974

As ações do Dia 25 de Abril

Page 188: 25 de abril hora  a hora

07h00 MOVIMENTO DAS FORÇAS ARMADAS.

(MFA)

O Almirante Américo Tomás, sob escolta de uma força

do Movimento, comandada pelo Tenente Coronel

Almeida Bruno segue para o aeroporto de Lisboa. À

mesma hora o Tenente-Coronel Lopes Pires acompanha

o Prof. Marcelo Caetano e os ex-Ministros Silva Cunha

e Moreira Baptista ao aeroporto onde todos

embarcam em avião da Força Aérea rumo ao Funchal

onde ficam com residência vigiada.

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1974

As ações do Dia 25 de Abril

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09h00 MARINHA

O Capitão-Tenente Costa Correia e o Capitão

Andrade Moura entram na sede da PIDE/DGS, onde

aparece a correr o Major Campos Andrada que se

juntou ao grupo. O Major Silva Pais, acompanhado por

alguns dos mais próximos colaboradores, dirige-se a

Costa Correia dizendo que a organização que dirigia

aderia à ação que o Movimento estava a desenvolver.

Costa Correia responde, dizendo que se é essa a

intenção porque é que os retratos dos altos dirigentes

do regime ainda se encontram na parede. Silva Pais

pediu cadeiras e ele próprio retirou uma das

fotografias. A PIDE/DGS acabava de se render.

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As ações do Dia 25 de Abril

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09h30 MARINHA

Homens do RC3 desarmam os agentes da PIDE/DGS

e passam revista às instalações. No exterior as forças

de Marinha tentam conter a multidão ouvindo-se gritos

de "justiça popular". Foram de seguida tomadas

medidas para segurança das instalações e manter em

funcionamento o Serviço de Estrangeiros e a Interpol. É

pedido a Contreiras que tome medidas para evacuar

os agentes uma vez que a animosidade dos populares

era crescente.

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As ações do Dia 25 de Abril

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Bibliografia

Associação 25 de Abril, Bases de dados históricos – “As Ações do Dia 25 de Abril”. [Consulta a 23 de abril de 2014]. Disponível em http://www.25abril.org/index.php?content=1&hora=1 (com adaptações/correções ortográficas)

Biblioteca da Escola Secundária de S. Pedro do Sul http://biblioteca-essps.blogspot.pt/ 23 de Abril de 2014

A Professora Bibliotecária Maria de Lurdes Meneses

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Imagens em Ecrã Panorâmico