22/11/2014 - Edição - Edição 3.082

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BENTO GONÇALVES sábado 22 DE NOVEMBRO DE 2014 ANO 47 N°3082 R$ 3,00 www.jornalsemanario.com.br Recursos repassados pelo programa estão auxiliando na recuperação da infraestrutura das instituições de ensino Páginas 20 e 21 Formação de condutores Servidor faz denúncias contra Detran Após reportagem sobre reprovações, auditor revela que há omissão na fiscalização dos CFCs credenciados CRISTIANO MIGON Página 16 Nota Fiscal Gaúcha Para melhorar nossas escolas

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22/11/2014 - Edição - Edição 3.082 - Bento Gonçalves/RS

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BENTO GONÇALVESsábado22 DE NOVEMBRO DE 2014ANO 47 N°3082 R$ 3,00 www.jornalsemanario.com.br

Recursos repassados pelo programa estão auxiliando na recuperação da infraestrutura das instituições de ensino

Páginas 20 e 21

Formação de condutores

Servidor faz denúncias contra DetranApós reportagem sobre reprovações, auditor revela que há omissão na fiscalização dos CFCs credenciados

CRISTIAN

O M

IGO

N

Página 16

Nota Fiscal Gaúcha

Para melhorar nossas escolas

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As redes sociais e o comportamento humanoDifícil imaginar um fenômeno tão transformador

e veloz como a ascensão das redes sociais. Orkut, Fa-cebook, Twitter e Linkedin, por exemplo, surgiram com tanta força que em apenas um ano obtiveram uma quantidade maior de usuários que o rádio em 38 anos. O número de cadastros do Facebook, o gi-gante das redes sociais, chega a ser superior à popu-lação dos 27 países da União Europeia. Diante dessas informações não posso deixar de me perguntar: por que temos tanto interesse em redes sociais? As redes online são mais do que um agrupamento de pessoas, elas respondem a um íntimo e primitivo desejo do ser humano de “fazer parte”, de interagir, compartilhar sua vida, expressar sentimentos e pensamentos, além do instinto de acompanhar (ou conferir) o dia-a-dia das pessoas de interesse. Nesse sentido, plataformas como o Facebook atendem perfeitamente as nossas motivações e, por isso, temos a impressão de que esse modelo de rede social irá durar para sempre. Mas o Orkut, com alguns recursos a mais, outros a menos, também não cumpria esse papel? Por que ele termi-nou? Segundo Blaise Pascal, “a condição do homem é inconstância, tédio, inquietação”. Esse argumento parece ser o mais razoável para explicar o motivo de trocarmos de rede social, afinal a fome por novidade é uma peculiaridade do ser humano. A internet, que ao mesmo tempo possibilita grandes ascensões, também permite quedas abruptas, afinal migrar de uma rede social para outra é muito mais fácil para o usuário do que trocar de televisão, rádio ou qualquer outro apa-relho do mercado tradicional. O próprio Facebook, por exemplo, começou a ser ameaçado por uma nova rede social chamada “Tsu”, que, segundo o blog do

The New York Times, repassa 90% do seu lucro publi-citário para seus usuários. A empresa Tsu defende que o conteúdo gerado pelos usuários é o principal produ-to de uma rede social, portanto os usuários precisam ser recompensados por suas postagens. Ironicamen-te, a entrada nessa rede social se assemelha ao antigo Orkut (é necessário um convite de outro usuário para ingressar na plataforma).

Será que inovações como essa representam uma nova tendência para as redes sociais do futuro? Como isso pode afetar as relações humanas? Estimular a interação social através do dinheiro é uma estraté-gia pioneira em um meio onde os relacionamentos já são banalizados (qualquer conhecido já é classifica-do como amigo na internet). O que acontecerá se as amizades forem consideradas fonte de lucro? Existem grandes diferenças entre o relacionamento pessoal e o virtual, pois as limitações físicas contêm em si muitas virtudes que não podem ser perdidas com a expansão volátil do mundo digital. Por outro lado, não devemos temer as novidades tecnológicas, pois elas também representam avanços. A questão é estar consciente de que as redes sociais podem tanto ser recursos para expressão, como para formação de comportamento.

Artigo

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ALINE MENNA BARRETO Pedagoga

SEDEWolsir A. Antonini, 451

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ESCRITÓRIO CENTRALMal. Deodoro, Centro, 101Galeria Central - Sala 501

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Semanário na Internet

A nota fiscal que ajudaEditorial

Para quem nunca ouviu falar da Nota Fiscal Gaúcha (NFG) vale a pena ficar ligado. Trata-se de um programa que, por meio da distribuição de prêmios, visa incentivar os cidadãos a solicitar a inclusão do CPF na emissão do documento fiscal no ato de suas compras, bem como conscientizá-los sobre a importância social do tributo. Através do Programa, os cida-dãos concorrem a prêmios de até R$ 1 milhão (um milhão de reais), as entidades sociais por eles indicadas são beneficia-das por repasses e as empresas participan-tes reforçam sua responsabilidade social com o Estado e a sociedade gaúcha.

A ideia funciona muito bem em outros es-tados do Brasil, como em São Paulo, onde o Programa Nota Fiscal Paulista devolve 30% do ICMS efetivamente recolhido pelo estabelecimento a seus consumidores. O sucesso da nota fiscal paulista é tão grande que o sistema conta com mais de 5,9 milhões de usuários, responsáveis pelo registro de 5,5 bilhões de documentos fiscais e 538 mil estabelecimentos comerciais cadastrados. As entidades pau-listas de assistência social e de saúde sem fins lucrativos pas-saram a receber doação de créditos da Nota Fiscal Paulista e em pouco tempo, elas receberam R$ 1.042.708 em créditos, R$ 515 mil em doações e R$ 87.346,59 em prêmios – um

Quanto mais exi-girmos a nota, mais melhorias

serão feitas em es-colas e entidades

total de R$ 1,64 milhão – além da doação de 2,9 milhões de documentos fiscais.

Em Bento Gonçalves, o programa ainda está tímido, mas já apresenta alguns resultados. Por meio do projeto, as empre-sas promovem a importância social do tributo, os cidadãos concorrem a prêmios e podem destinar a pontuação acumu-lada em seus CPFs a entidades sociais e escolas que recebe-rão repasses de recursos do Estado.

O funcionamento do programa é bastante simples: o cidadão, quando efetua uma com-pra num estabelecimento participante do projeto (identificado com o selo “Aqui tem nota fiscal gaúcha”), pode optar por fornecer seu CPF na emissão da nota. Fazendo isto, ele poderá, no site do programa, indicar o destino do tributo envolvido na transação comercial.

Quanto mais exigirmos a nota fiscal, mais tributos o Estado arrecada. Esperamos que esse montante seja bem aproveitado pelo Governo para que sejam feitas as melhorias necessárias na educação, saúde, saneamento, esporte, cultura e transpor-te. Com prós e contras esperamos que por aqui, o sucesso seja praticamente o mesmo que está sendo em São Paulo, e que o destino dos valores seja eficaz e que traga melhorias para nos-so Estado e contribuintes. Fica a dica.

Sábado, 22 de novembro de 20142 Opinião

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Os moradores do bairro Municipal gostam de reivin-dicar melhorias para o poder público, mas bem que pode-

Mau exemplo no Municipal

PalestraSaber Viver

Infoserv no MPE Brasil

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Painel

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Qual a próxima rua a ter o seu asfalto rachado após um dia de chuva forte em Bento Gonçalves? Envie sua sugestão de pergunta no e-mail: [email protected]

A pergunta que não quer calar

HUMOR Moacir Arlan

O Centro de Estudos do Autoconhecimento de Bento Gonçalves está promovendo a palestra “Saber Viver”. O evento ocorre na terça-feira, 25, a partir das 19h30min, na Galeria Zanoni, localizada na rua Marechal Deodoro, 139, 3º andar, sala 307.

A palestra tem entrada fran-ca e tratará de como equili-brar a mente e compreender as emoções, através do auto-conhecimento e da meditação, para viver melhor. Mais infor-mações pelo fone (54) 9103-3253 ou pelo e-mail [email protected].

A empresa bento-gonçal-vense Infoserv está entre as finalistas da etapa estadual do Prêmio MPE Brasil 2014. A premiação é destinada às empresas que se destacaram na gestão de pequenos negó-cios. A cerimônia, onde serão

riam começar a dar o exemplo também. Quem passa pela rua Lajeadense, principal acesso ao bairro, se impressiona com

a quantidade de lixo e entulho jogado no local. Tanta sujeira pode provocar a proliferação de ratos e baratas no local.

conhecidos os seis premiados, acontece na segunda-feira, 24, no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre.

Mais de quatro mil empresas se inscreveram para participar da premiação e a Infoserv fi-cou entre as 21 finalistas.

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Sábado, 22 de novembro de 20144 Opinião

[email protected]

É hora de parar!Na quarta-feira, dia 19, enquanto mais de 40

voluntários se preparavam para a “Caminhada do Novembro Azul”, promovida pela Liga – da qual comentarei a seguir – aconteceu um aciden-te de trânsito que já está se tornando “comum” em Bento Gonçalves: um atropelamento de um pedestre por uma motocicleta. O fato: um ônibus de empresa local, por uma gentileza do motoris-ta, parou para um pedestre atravessar a Rua Ma-rechal Deodoro, sentido Magazine Luiza/Praça Dr. Tacchini, em frente ao camelô ali existente. O pedestre atravessou pela frente do ônibus e um motociclista – sem visão do motivo pelo qual o ônibus parou – seguiu, colhendo o pedestre o jogando-o ao solo com ferimentos.

É hora de parar, certamente!Esse tipo de atropelamento já não pode mais ser

aceito como “normal”. Não é o primeiro caso e to-mara que seja o último. Mas, por que isso aconte-ce? Vou dar um exemplo do que aconteceu comigo na semana passada. Desci pela General Osório e subi pela Marechal Floriano. Logo após a entrada para a Rua Félix da Cunha, o motorista do carro da minha frente simplesmente parou e tive que frear bruscamente. Motivo: um pai, com duas crianças seguras pela mão, atravessava a Rua Marechal Floriano. Normal? Não, claro que não. O pedestre deveria ter aproveitado o momento para EDU-CAR seus filhos no sentido de SÓ ATRAVESSAR AS RUAS NAS FAIXAS DE PEDESTRES. E havia uma uns 20 metros logo abaixo. O motorista, por sua vez, tentando ser gentil, não colaborou nes-sa educação. Poderia ter surgido um motociclista que, sem ver, atropelaria o pai e os filhos.

Vamos nos educar?Na frente do Shopping Bento. Os pedestres cru-

zam a Rua Marechal Deodoro, fora da faixa, cor-rendo riscos. Frequentemente há carros que pa-ram para os pedestres cruzarem e isso é perigoso, pois pode surgir uma moto, como na quarta-feira. O que fazer, então? Primeira medida, Secretário Mauro Moro, é pintar uma faixa de pedestres da frente da Caixa Federal até o lado do Shopping Bento. Ah, sim, tem uma na Rua Dr. Montaury/Marechal Deodoro/Igreja de Santo Antônio. Mas,

AntônioFrizzopara preservar a integridade das pessoas, Mau-ro Moro, essa outra faixa de pedestres se impõe. Mas, há mais coisas a serem feitas.

Vamos nos educar? IISe tornou imperiosa, Secretário Moro, uma ou

várias campanhas de conscientização. Urge que se mostre, claramente, aos pedestres que eles NÃO DEVEM ATRAVESSAR RUAS fora das fai-xas de pedestres; falando ao celular; com o guar-da-chuva enfiado na cabeça e sem olhar para os DOIS LADOS. Aos motoristas a campanha deve ser direcionada ao RESPEITO ÀS FAIXAS DE PEDESTRES. Aos motociclistas, o alerta para que eles não ultrapassem carros que param assim, imprudentemente (como nesta quarta-feira) e nunca pelo lado direito dos carros. As verbas ar-recadadas por multas de trânsito servem para es-sas campanhas também. E há mais isso no Código de Trânsito: “Art. 49. O condutor e os passagei-ros não deverão abrir a porta do veículo, deixá-la aberta ou descer do veículo sem antes se certifi-carem de que isso não constitui perigo para eles e para outros usuários da via. Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem ocorrer sem-pre do lado da calçada, exceto para o condutor”. O que se vê muito é exatamente a abertura de portas “moda diabo”.

Novembro AzulA Liga de Combate ao Câncer promoveu a Ca-

minhada do Novembro Azul, com a participação de mais de quarenta lideranças participando. A Caminhada percorreu a Via Del Vino, chegando na Rua Saldanha Marinho, retornando pela calça-da oposta da Via, com as voluntárias da Liga dis-tribuindo folders explicativo. A iniciativa da Liga foi parte de um projeto de vários eventos que se estenderão ao longo de 2015, todos visando a pre-venção do câncer. Mas, a conscientização de to-dos, homens e mulheres, é fundamental para que o número absurdo de casos que se constatam em Bento e região diminua. As mulheres têm no cân-cer de mama o principal alvo visado e os homens têm na próstata seu grande problema. Mas há ou-tros que precisam, também, de cuidados. O lema da campanha, “EU CUIDO DO QUE É MEU”, é por si explicativo. Assim sendo, cuidemos todos do que é nosso. Vive-se mais e melhor assim.

Primeira: Pela 43ª vez o Centro da Indústria, Co-mércio e Serviços de Bento Gonçalves – CIC/BG – efe-tuou o lançamento do Panorama Socioeconômico do município, desta feita no Salão Nobre da Prefeitura, nesta quarta-feira;

Segunda: Surgida em 1971 como Hierarquia So-cioeconômica, a revista apresenta dados importantís-simos, de grande utilidade para todos. Chama a aten-ção as mudanças havidas nesses anos todos;

Terceira: No início em 1971, as grande potências eram Barzenski S.A., Dreher S.A., Cooperativa Aurora, Salton, Todeschini e outras. O crescimento de Bento Gonçalves foi mudando isso e hoje algumas delas ou sumiram ou encolheram;

Quarta: Vale a pena conferir a revista Panorama Socioeconômico de Bento Gonçalves. Constatar-se-á, por exemplo, que Bento subiu de 10º para 8º lugar na arrecadação tributária de 2012 para 2013, além de muitos outros dados relevantes;

Quinta: As pessoas que têm dívidas com a Prefei-tura tem a possibilidade de pagá-los com considerável economia de valores. Até o final do mês de novembro, os proprietários de imóveis terão reduzido o ITBI de 2% para 0,8%, por exemplo;

Sexta: A Prefeitura precisa arrecadar para pagar suas contas e essa redução nos tributos é um belo incen-tivo às pessoas para quitarem suas dívidas. Aproveite!

Sétima: Tem sido divertido constatar o cinismo explicito que muitas pessoas escancaram diante das roubalheiras na Petrobrás. Sim, porque fingir que essa empresa está sendo roubada AGORA é o suprassumo do cinismo;

Oitava: Paulo Francis já denunciava a roubalheira na década de 90. O Ministério Público afirma que “a Pe-trobrás está sendo roubada há mais de 15 anos”;

Nona: O jornalista da Band, Ricardo Boechat, ganhou Prêmio Esso de Jornalismo em 1989, denun-ciando roubos na Petrobrás;

Décima: O que mudou, pois? Mudou que, agora, a PF, o MP e a imprensa estão dando publicidade, al-guns “donos do Brasil” estão sendo acusados e presos. Mas o cinismo continua o mesmo;

Décima-primeira: É bom saber, também, que o “IMPOSTÔMETRO” criado pelos empresários paulis-tas ontem, às 15 h, apontava uma arrecadação tributá-ria de R$ 1.458.646.675.520,42;

Décima-segunda: Já o “SONEGÔMETRO”, criado pelos procuradores da Fazenda Federal, apon-tava, no mesmo horário, R$ 446.370.658.029,78 de tributos pagos pelos consumidores, mas sonegados;

Décima-terceira: Por que será que não há mani-festações, protestos e revolta contra a sonegação, mas há contra o Bolsa Família?

Décima-quarta: Sobre futebol, entendo que o Grêmio se despediu da Libertadores 2015 e o Inter dependerá o resultado de amanhã para alimentar esperanças.

ÚLTIMAS

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Sábado, 22 de novembro de 20146 Geral

Uma empresa para cada 10 habitantesPanorama Sócioeconômico

Revista lançada pelo CIC/BG nesta quinta-feira, 20, mostra que a economia da cidade cresceu apenas 2,1% em 2013

Novo formato de pesquisa

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Presidente Leonadro Giordani (C) e a equipe organizadora da revista

Bento Gonçalves fechou o ano de 2013 registrando

uma média de 10 empresas por habitante. Com uma po-pulação estimada em 112.318 habitantes e 10.227 empresas, o município possui o 14º Pro-duto Interno Bruto (PIB) do estado (R$ 3,33 bilhões). Esses e outros dados foram apresen-tados pelo Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC/BG) durante o lançamento da 43ª Revista Panorama Socioeconômico de Bento Gonçalves 2014 com da-dos de 2013, realizado na noite da quinta-feira, 20, no Salão Nobre da Prefeitura Municipal.

A pesquisa, recheada de grá-ficos, tabelas e análises, traz, em 210 páginas, dados relevan-tes, especialmente, para quem empreende. O estudo mostra que a economia da cidade, con-siderando o faturamento bruto das empresas, cresceu 9,8%

em relação a 2012. O destaque ficou com o comércio com um crescimento de 11,4%, seguido por serviços com 11,3%. A in-dústria foi quem menos cres-ceu, com 9%. Por outro lado, o crescimento real foi de 2,1%,

ficando abaixo do crescimento do PIB brasileiro no mesmo período, que foi de 2,3% e do gaúcho, de 5,8%, ambos im-pulsionados pelo agronegócio.

No comércio o incremento real foi de 3,3%, com 20% das

vendas, e nos serviços de 3,3%, com uma representatividade de 14%. Analisando o espaço en-tre 2009 e 2013, constata-se, por outro lado, que a média de crescimento real do município foi de 2,9%, muito próximo do registrado no Brasil (2,6%) e no estado (3%).Já o faturamento bruto, ou seja, a geração de re-ceitas, foi de R$ 8,6 bilhões.

A parcela da população eco-nomicamente ativa e ocupada (15 anos ou mais) aumentou, passando de 70% para 73% da população, o que demonstra o aumento da geração de em-pregos no período. Os 43.053 empregos formais em 2012 pu-laram para 45.079 no ano passa-do, um crescimento de 4,6%. A indústria da transformação re-presenta 45% dos empregos da cidade e os serviços 34%. Ape-sar de ser o menor empregador (16%), o comércio foi o segmen-to que mais cresceu na geração

de novas vagas com um aumen-to de 7,7%. Mas foi a construção civil que chamou a atenção neste quesito, com um incremento de 19% na geração de empregos.

Outro dado que chama a atenção foi o crescimento no-minal de 19,8% da indústria vinícola tendo como critério o Valor Adicionado Fiscal (VAF), que é a diferença entre o va-lor das saídas e das entradas de mercadorias e dos serviços de transporte e de comunica-ção. O setor moveleiro, mais representativo na indústria, cresceu apenas 3%. No comér-cio o destaque ficou com os supermercados com 20,2% e nos serviços com os estabele-cimentos bancários, também com 20,2%. O Índice de Parti-cipação dos Municípios mostra que Bento Gonçalves é o oitavo município que mais arreca-da no estado. No ano anterior Bento ocupava o 10º lugar.

Os dados da pesquisa foram extraídos de órgãos oficiais, ao contrário de anos anteriores, onde havia dependência de in-formações das empresas. O le-vantamento foi feito no Rais/Caged, Ministério do Desenvol-vimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), IBGE, Receita Federal, Secretaria de Finanças, além de associações e entidades patronais ligadas aos setores eco-nômicos do município.

Outra inovação é a inclusão de uma seção exclusiva de sistemas de capitais, no qual o município não é avaliado somente nos ati-vos oriundos do capital econômi-co e financeiro, mas também dos relacionados a outras perspecti-vas, como por exemplo, o capital humano, o capital cultural e o capital de inteligência, conceito desenvolvido pelo professor me-xicano Javier Carrillo, do Institu-to Tecnológico de Monterrey.

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O que os bento-gonçalvenses farão com o dinheiro

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Além do pagamento das contas, comprar presentes para a família também está nos planos dos cidadãos

Marcos Oliveira não deixará contas para pagar em 2015 Thiago Rafael é consultor de vendas e vai guardar o salário Cláudia Vanz não vai esquecer dos presentes da família

Dinheiro extra para pagar as contas13° salário

Economista diz que devido ao alto número de inadimplentes na cidade, verba deve ser usada para quitar parcelas atrasadas

Vitória [email protected]

O fim do ano é sempre mar-cado pelo clima das festas,

a chegada do verão e a expec-tativa das férias. Mas também, outro fator que deixa os meses de novembro e dezembro ain-da melhores, é o pagamento do 13° salário. Muitas pessoas o esperam ansiosamente para a compra dos presentes de Natal, dos enfeites natalinos e para pagar as férias, porém neste ano, muitas pessoas re-servarão o dinheiro para o pa-gamento das contas atrasadas.

Segundo o economista, coordenador da Pós-Gradua-ção em Gestão Financeira e coordenador de gestão execu-tiva, Jaci Tasca, o alto número de inadimplentes em Bento Gonçalves será determinante para que as vendas no comér-cio não tenham um aumento tão significativo nas vendas. “Muitas pessoas que antes usavam esse dinheiro para gastar no comércio irão pagar contas atrasadas, diminuindo seu poder de compra no final do ano”, comenta.

Para explicar melhor o pro-cesso, ele cita os cheques es-peciais, dizendo que estes, nos anos 1970 eram apenas para

uma classe de empresários e pessoas com alto poder aquisi-tivo, que utilizavam da medida para investir e, consequente-mente, ganhar mais dinheiro.

Marcos Oliveira conta que o 13° salário é esperado para fazer pequenas reformas na casa e adiantar o pa-gamento de contas para o ano que vem. “Vamos com-prar umas latas de tinta, deixar tudo bonito para a vi-rada do ano e depois quero pagar as contas, adiantar todas para não ter preocupações ano que vem”, relata.

O consultor de vendas Thiago Rafael está fazendo um pé-de-meia. Ele diz que vai comprar alguns pre-sentes para a família, mas pretende guardar o restan-te. “Final de ano tem que dar presentes, né. Então fa-rei isso, mas quero guardar tudo o que for possível na poupança”, conta.

Cláudia conta que há crianças na família, as quais querem ganhar presentes e ela não vai deixar nin-guém de fora. “Há sobrinhos, filhos, eles sempre es-peram o Natal muito ansiosos, não dá pra esquecer deles”, comenta. Pagar as contas também está no planejamento dela.

“Era uma boa saída porque as pessoas conseguiam crescer seus empreendimentos, po-rém, ao passo que a iniciativa começou a se tornar popular,

as pessoas com menor poder aquisitivo começaram usá-lo para pagar contas atrasadas, pensando que, quando o 13° salário chegasse os valores

seriam compensados, porém eles não eram suficientes”, re-lata. Desta forma, ele aponta que ano a ano as dívidas iam aumentando e o 13° nunca era suficiente.

O economista coloca que a medida foi implementada no Brasil com o objetivo de pro-porcionar festas de final de ano mais dignas para a popula-ção, com presentes, melhorias na casa e ceia. “No início isso realmente acontecia, porém as ideias das pessoas foram tomando grandes proporções e hoje, além disso, as pessoas usam o dinheiro pra muitas outras coisas, como realizar desejos, viajar ou, infelizmen-te, pagar as dívidas”, coloca.

Contudo, apesar das baixas expectativas, ele estima que, de uma forma ou outra, as pessoas não deixarão de dar uma passada nas lojas, para comprar alguns presentes, tranquilizando os lojistas. “As pessoas estão costumadas a ficarem devendo e isso não as incomoda mais, por isso, mesmo que sem dinheiro, é possível que os consumido-res vão até as lojas, comprem presentes e enfeites e façam no cartão, ou com emprésti-mos. As lojas não devem ficar vazias”, finaliza.

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Bento-gonçalvense ganha categoria29ª Enart

Claudir Schulz, patrão do CTG Paisanos da Tradição, é o campeão da modalidade Causos de Galpão do evento

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Cristiano [email protected]

Schulz já havia participado do evento em outras quatro oportunidades

O coração tradicionalista do povo bento-gonçalvense

pulsou mais forte no domingo, 16. Arrancando lágrimas da plateia presente no Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enar-te), o patrão do CTG Paisanos da Tradição, Claudir Schulz foi o grande campeão na modali-dade Causos de Galpão da 29ª edição do evento.

De acordo com Schulz, esta é sua quarta participação no evento, embora nunca tivesse vencido, sempre conseguiu po-sições de destaque. “A aprecia-ção pelo meu causo era visível no olhar da plateia. Eu sabia

que tinha feito um bom traba-lho, só não imaginava que seria eleito o campeão da modalida-de”, afirma.

Causos de Galpão é uma categoria onde são avaliados critérios como teatralidade, e ineditismo do apresentador. O locutor conta histórias so-bre peões e sua tarefas e faça-nhas no dia a dia como a lida com o gado, ou contos de bei-rada de fogueira.

A classificação de Schulz para o Enarte se deu após ter fica-do em segundo lugar em uma fase inter-regional disputada na cidade de Ijuí. “É a maior competição tradicionalista do sul do país. A competitividade é muito grande e todos os con-

correntes se dedicam tanto que fico ainda mais grato por ter sido o escolhido”, diz.

O evento se originou na dé-cada de 70 pelo professor e advogado Praxedes da Silva Machado, que tinha em mente a ideia de fazer um festival iti-nerante. A primeira realização foi feita em Bento Gonçalves, no ano de 1977. O principal objetivo era divulgar a cultura como forma de elevar a au-toestima da população e opor-tunizar o surgimento de novos valores artísticos.

Em 2014, o evento contou com cerca de 60 mil partici-pantes em mais de 600 apre-sentações em 20 modalidades distintas.

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Sábado, 22 de novembro de 2014 13Geral

Camerini pede recurso de projetosCâmara de Vereadores

Após quatro medidas serem arquivadas automaticamente, o vereador solicita explicações e defende os textos no plenário

O vereador Moacir Camerini (PT) solicitou recurso para

quatro projetos de lei, os quais ele tinha encaminhado para o plenário, mas que não entra-ram em votação. As normas fo-ram arquivadas de acordo com o Parágrafo Único do artigo 91 do Regime Interno da Câma-

ra, onde consta que os textos devem passar por avaliações e estão sujeitas ao arquivamento automático caso apresentassem inconstitucionalidade.

Porém, conforme o artigo 93 da mesma Lei, Camerini pode-ria solicitar o recurso para os mesmos e colocar em discussão

no plenário, solicitando expli-cações do porquê foi barrada e se existe a possibilidade de fa-zer com que elas voltem a pau-ta. Isso irá ocorrer na sessão da segunda-feira, 24. As medidas que serão discutidas são:

Autorização do livre acesso no transporte coletivo urbanos

e nos eventos de cultura, espor-te e lazer de Bento Gonçalves, as pessoas portadoras de defi-ciência e seus acompanhantes;

Publicação da lista de empre-sas e funcionários terceirizados no site oficial da prefeitura;

Alteração do Anexo I da lei Municipal 5.462, de 2012, que

dispõe sobre o Calendário de Eventos de Bento Gonçalves;

Obrigatoriedade de todos os supermercados do município instalarem guichês para aten-dimento preferencial aos por-tadores de deficiência física, idosos, gestantes e pessoas com crianças de colo.

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Sábado, 22 de novembro de 201414 Geral

Sem previsão de mais contratações para a cidade

VITÓRIA

LOVAT

A médica é especialista em geriatria e faz especialização na UFPEL

“Eu trabalho por amor e caridade”Mais Médicos

A médica cubana Lizette Hernandez atua na UBS do Municipal desde março e relata suas impressões do programa

Vitória [email protected]

A médica Lizette Hernandez está desde março em Ben-

to Gonçalves e só tem elogios quando o assunto é Bento Gon-çalves ou o programa Mais Mé-dicos. Ela diz que o que a moti-va é poder ajudar as pessoas e que com uma equipe unida de trabalho na UBS do bairro Mu-nicipal, as pessoas da comuni-dade estão sendo cuidadas da melhor maneira possível.

Lizette é especialista em ge-riatria e faz especialização em Estratégias de Saúde da Famí-lia à distância pela Universida-de Federal de Pelotas. “Fiquei

Hoje, além da cubana, ou-tra médica brasileira atua na cidade por meio da ini-ciativa, Caroline Bozetto Ambrosi trabalha na unida-de do bairro Zatt e, segun-do o coordenador médico da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), não são ne-cessários mais profissionais até o momento.

Segundo ele, o quadro está completo, porém, caso sur-gir alguma vaga, a priorida-de será contratar alguém do município. “No final do ano alguns rapazes são chama-dos para o Exército então po-dem abrir vagas, mas se isso acontecer o Mais Médicos será nossa última alternati-va”, aponta Ebert.

A escolha de médicos lo-cais é devido às vantagens que eles trazem, como o co-nhecimento da cidade e re-gião, além dos custos, que são mais baixos para a pre-feitura. “Os médios do pro-grama federal precisam de auxílio moradia, podem não se adaptar e precisam de um tempo até compreender nos-so sistema de saúde e traba-lho, então acaba sendo mais caro para a cidade”, explica.

Entretanto, ele diz que as profissionais que estão na

cidade fazem com que o ba-lanço na saúde seja positivo já que elas estão há bastante tempo na cidade e os atendi-mentos têm recebido elogios. “O único lado ruim do pro-grama é que quando um pro-fissional do programa chega em uma unidade de saúde para trabalhar, automatica-mente aquela unidade perde o incentivo do Saúde da Fa-mília, mas isso já estava pro-posto no programa, então já sabíamos”, coloca.

A entrada da médica Li-zette foi para suprir uma demanda que o médico cubano Luis Enrique Ro-driguez deixou. Ele atuava desde novembro de 2013 na UBS do bairro Vila Nova e foi embora de Bento Gon-çalves no início de fevereiro devido a não adaptação ao local de trabalho e a cidade. Em acordo com a Secretaria da Saúde ele foi transferido para Porto Alegre.

Com a saída dele, a esti-mativa era de que mais qua-tro profissionais, por meio do programa federal, che-gassem no município para completar todas as UBS e as tornassem com atendimento integral, porém estes não fo-ram necessários.

muito empolgada de saber que existia uma oportunidade de ajudar pessoas de outros povos e logo me cadastrei. Porém, fiquei ainda mais feliz quan-do soube que viria para uma cidade tão boa quanto esta e para uma comunidade carente, onde eu poderia trabalhar para ajudar o próximo”, coloca.

Lizette foi médica durante 10 anos na Venezuela e que lá a situação é pior do que aqui. “Eu já trabalhei em outros paí-ses e em situações muito mais complicadas do que esta, então estou feliz aqui podendo aju-dar as pessoas. Estou morando em uma boa cidade com pes-soas acolhedoras. Tenho uma

família de vizinhos muito aten-ciosa, ela me ajuda com tudo o que eu preciso, tornando minha estadia aqui ainda mais aconchegante”, comenta.

Ela diz que, frequentemen-te, pessoas com graves doen-ças aparecem na UBS e ela pode ajudá-las. “É claro que eu não fico feliz com isso, é triste ver as pessoas doentes, mas eu estou aqui para ofe-recer o que tenho de melhor para ajudá-las”, completa. A médica diz que não tem pre-visão de mudar de unidade ou de cidade e que faria isso ape-nas se fosse solicitado. “Gosto muito daqui, estou ganhando outra família”, finaliza.

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Sábado, 22 de novembro de 2014 15Geral

Semáforo em operação no BorgoTrânsito

Controlador de tráfego entrou em funcionamento na terça-feira, 18, após investimento público-privado de R$ 60 mil

CRISTIAN

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Obra era uma reivindicação antiga dos moradores do bairro

Cristiano [email protected]

Após mais de seis anos de polêmicas entre o Posto

São Paulo e o poder público, os quatro semáforos entre as ruas São Paulo e Fiorelo Bertuol pas-saram a funcionar na terça-fei-ra, 18. Além dos controladores, também foram instalados cor-rimões de segurança e sistemas auxiliares de sinalização. A obra era uma reivindicação antiga dos moradores do local.

Constantemente o cruza-mento ficava congestionado em horários de maior fluxo de veículos, o que acabava oca-sionando acidentes de trân-sito e aumentando as chances de atropelamento de pedes-tres. “Ficou muito tranquilo de atravessar agora, está tudo bem sinalizado e seguro, an-tigamente passar de um lado para outro da rua era muito arriscado, visto que ninguém queria parar para que os pe-destres cruzassem”, destaca o aposentado Danilo Rubbo.

Para o motorista Adilson Nascimento Freitas, a segu-rança aumentou, porém, os problemas com longas filas de carros em horários de pico continuam. “Fica muito difí-cil passar por aqui depois das cinco da tarde, as filas chegam a quase 500 metros, acredito que pra sanar o problema a prefeitura deveria investir em uma espécie de viaduto ou elevado para desviar o fluxo entre os bairros”, comenta.

O investimento, orçado em R$ 60 mil, é uma iniciativa público-privada estipula-da por meio de uma medida mitigadora assinada entre a prefeitura e o proprietário do posto, Valério Fiorin, que ale-ga ter sido coagido a assinar o termo sob pena de não rece-ber licença de operação.

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Sábado, 22 de novembro de 201416 Geral

Ações para incentivar a participação dos pais e mestres

CRISTIAN

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IVULG

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Uma das conquistas da escola foi a reforma do parquinho e a compra de materiais esportivos para as crianças

Representantes dos CPMs das escolas estaduais estiveram presentes

Recursos que trazem melhoriasNota Fiscal Gaúcha

Por meio do programa, a Escola Maria Goretti arrecada, em média, R$ 5 mil a cada trimestre para investir na infraestrutura

Vitória [email protected]

As aulas de educação física da escola Maria Goretti ficaram

mais completas a partir da refor-ma do parquinho e da compra de novos materiais. Os alunos se mostraram empolgados com as mudanças e mais dispostos a praticar os exercícios. Porém, eles não sabem que essas mu-danças só são possíveis graças à colaboração dos pais e da comu-nidade que está cadastrada no programa Nota Fiscal Gaúcha. A instituição participa da iniciativa há mais de cinco anos e já con-quistou muitas melhorias com a verba trimestral.

A diretora Cristiane Brescan-sin Salini explica que o Nota Fiscal Gaúcha tem auxiliado a comunidade escolar a conquistar pequenas necessidades e desejos que não são possíveis somente com a verba da prefeitura. Além de uma educação física com mais estrutura, os alunos da escola também tiveram outros benefícios a partir das verbas. “Diferente do valor que chega da prefeitura que tem os destinos especificados, com esta nós po-demos investir onde acharmos conveniente. Já instalamos dois aparelhos de ar condicionado, fizemos compras de material e agora estamos, aos poucos, construindo um depósito”, con-ta. Os dois últimos benefícios fo-ram de R$5 mil e, segundo ela, o próximo será de R$6,5 mil.

Cristiane ressalta que os valo-res não são muito significativos, porém é possível fazer pequenas conquistas em um período curto de tempo. A verba é liberada a cada três meses e é provenien-te de um p e q u e n o percentual das notas fiscais que são cadastradas com CPF pelos credenciados. “Os pais dos alu-nos e a comunidade em geral só precisa se cadastrar no portal do

Na última semana foi realiza-do um encontro com os repre-sentantes dos Círculos de Pais e Mestres (CPMs) das escolas estaduais de Bento Gonçalves. O juiz da Vara da Infância e da Juventude da cidade, Rudolf Reitz, apresentou o programa Nota Fiscal Gaúcha para os 30 presentes, colocando em pauta os benefícios que a iniciativa traz, motivando e incentivan-do-os a cadastrar a sua escola como beneficiada. Ele esclare-ceu dúvidas e indicou os cami-nhos para que os presentes es-tivessem bem preparados para repassar as informações para o restante da instituição.

programa www.nfg.sefaz.rs.gov.br e indicar quais as instituições deseja ajudar. Quando forem comprar, é necessário solicitar o CPF na nota e isso já é suficiente para que um percentual do im-

posto daquela compra seja direcionada para a escola” explica.

A medida, ao invés de unir os impostos pagos no montante do Estado, vai direcioná-lo para onde o contribuinte escolheu.

“Ninguém vai deixar de pagar impostos, o benefício da inicia-tiva é saber onde isso está sendo investido e pode ser muito per-to, na escola do seu filho ou no hospital da sua cidade”, defende a diretora. Porém, nem todos os pais dos alunos tem confiança na medida e, por falta de informa-ção, acabam não contribuindo. “Para minimizar a situação, nós fazemos ações na escola procu-rando tirar todas as dúvidas e, inclusive, emprestar o laborató-rio de informática para que eles

pudessem fazer o cadastro”, com isso, a diretora diz que mais da metade dos pais dos alunos já contribuem com a escola.

Cristiane diz que a qualida-de de vida da escola melhorou muito e que o objetivo é seguir instalando aparelhos de ar con-dicionado nas salas de aula e finalizar o depósito. “Existem as possibilidades de melhorias, nós só estamos aproveitando uma oportunidade que nos é oferecida. É claro que precisa da mobilização dos pais e, para isso, é preciso que se realizem ações de incentivo, mostrando para eles a importância da ini-ciativa e apresentando o que pode melhorar com uma pe-quena ajuda deles”, ressalta.

Contudo, as diretoras das es-colas não podem simplesmente receber a verba e esperar as se-guintes para que o valor fique mais alto, uma prestação de contas precisa ser apresentada regularmente. “A partir do mo-mento que entra a verba, nós temos 180 dias para aplicá-la. Precisamos fazer três orçamen-tos diferentes sobre o que será comprado ou o serviço que será contratado. Depois de pronto, também precisamos prestar contas do que foi feito, apresen-tando as notas fiscais e todos os documentos de serviço, quan-do for realizada uma pequena obra”, coloca. Os pais dos alunos que quiserem conferir onde a verba foi aplicada podem confe-rir no portal do programa.

Reitz coloca que há muitas situações nas escolas que são reivindicadas há tempos nos órgãos públicos, mas que a so-lução não é encontrada. Porém, a verba não é muito alta, então não é possível fazer uma gran-de reforma, por exemplo. “Eu disse para eles que isso não vai trazer mudanças muito signifi-cativas para as escolas em um primeiro momento, e que não é a solução para todos os pro-blemas, mas é preciso dar um passo de cada vez, aproveitando as oportunidades que lhes são disponibilizadas. E esta é uma ótima oportundade”, explica.

O juiz também comentou

sobre como os pais, com um simples gesto, podem auxiliar a comunidade escolar do filho. “Nós precisamos prestigiar a escola, saber que os nossos filhos que estudam ali serão beneficiados por um pequeno gesto nosso e de nossos fami-liares. O imposto será pago de qualquer forma, e o programa não é uma espécie de fiscali-zação como muitas pessoas acreditam”, relata. Ele também apontou que os benefícios não são apenas para quem receber as verbas, mas também para quem contribui, já que existem sorteios de prêmios e descon-tos no IPVA.

Para se cadastrar acesse o site www.nfg.sefaz.rs.gov.br.

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Sábado, 22 de novembro de 201418 Geral

Vendas de Natal

Comércio prevê estagnação em 2014Sindicatos e lojistas estimam que a previsão de crescimento em relação ao final do ano passado é praticamente zero

Os enfeites nas ruas e vitri-nes de Bento Gonçalves

mostram que o espírito natali-no já começa a invadir a cida-de. Apesar disso, o clima não é de festa para os comerciantes, já que as vendas nesta época ainda estão um pouco tími-das e a expectativa dos lojistas para 2014 é de um crescimen-to muito baixo em relação aos anos anteriores.

Daniel Amadio, presiden-te do Sindicato do Comércio Varejista de Bento Gonçalves (Sindilojas) afirma que os da-dos apontam uma estagnação no setor. “Pelos dados da Fe-

Silvia [email protected]

Situação dos lojistas poderá melhorar após o pagamento do 13º salário

comércio, e aí, é claro, estamos falando de todo o Estado, te-remos um crescimento próxi-mo a zero. Falo nesse número descontando a inflação, por-que tem que considerar o que se perdeu de poder aquisitivo de um ano para o outro. Seria um aumento de vendas na fai-xa de 7%, mas esse é um núme-ro muito abaixo do esperado, na minha opinião. Poderia ser bem mais expressivo”, destaca.

Apesar disso, o presidente afirma que a situação poderia estar bem pior para os lojistas. “Pelo cenário econômico que está se criando, e como as pers-pectivas para o ano que vem também não são boas, então ainda acho que ainda está de

bom tamanho”, opina Amadio. Ele também atribui essa bai-

xa nas vendas ao ano atípico que se teve em 2014. “Foi um ano difícil, tivemos uma baixa no período da Copa do Mundo e isso não foi retomado depois. E com a inflação subindo, o povo perdeu poder aquisitivo e isso reflete no comércio, é o que está acontecendo agora. Muitos comerciantes nos fa-lam que estão esperando de-zembro para fechar melhor o ano”, comenta.

É o que espera Eduardo Be-latto, proprietário da loja Todo Dia 1,99. “Todos nós aguarda-mos por essa alta, mas a gen-te sabe que a realidade é bem diferente. A situação financeira

da população está muito com-plicada isso vai comprometer as vendas de final de ano. O 13º salário da maioria das pessoas já está reservado para pagar as contas”, comenta.

Aquecimento com a chegada do 13º

Apesar do cenário de bai-xas expectativas, o presiden-te da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Marcos Car-bone, afirma que os números do comércio são satisfatórios. “De acordo com as pesquisas, nosso setor cresceu mais que a indústria em 2014. A expec-tativa para o final de ano é de um aumento de 9% no ramo de

vestuários e calçados e de 14% no de presentes e acessórios”, estima o presidente.

Carbone comenta que, como o 13º salário ainda não foi pago, a situação tende a melhorar nas próximas semanas. “Claro que o momento ecônomico é pes-simista, mas o 13º nem sequer foi pago ainda, então acredito nesta virada. E, como já é de costume, os brasileiros sempre deixam para última hora, então esse aquecimento acontecerá até final de dezembro. Além disso, o CDL está promovendo a campanha Bento Natal Pre-miado e isso ajudará o lojista que estiver preparado. Já dis-tribuímos 300 mil cartelas”, in-forma Carbone.

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Sábado, 22 de novembro de 2014 19Geral

Tradição de decorar os lares ainda é forte em BentoApesar da baixa nas vendas

no comércio neste final de ano, os lojistas afirmam que a tra-dição de decorar os lares para a chegada do Natal ainda é muito forte em Bento Gonçal-ves. São muitas as famílias que ainda preservam o costume de montar o presépio e a árvore natalina, sendo que estes são um dos itens mais vendidos nas lojas, atualmente.

Eduardo Belatto, proprie-tário da loja Todo Dia 1,99, afirma que percebe essa preo-cupação entre os seus clientes. “Mesmo que seja só uma guir-landa na sua porta, o pessoal sempre enfeita seus lares. E até as próprias empresas também se preocupam em embelezar seu espaço”, comenta.

Evandro Jauer, proprietário da Mundo do Presente, afirma que esse costume vem aumen-tando na cidade há cerca de três anos. “Geralmente, a gente expõe os enfeites em outubro e o pessoal começa a comprar no final de novembro, mas esse ano percebemos que os clientes se adiantaram. Ago-ra noto que estão retomando esse costume, principalmente

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Lojistas afirmam que enfeites de Natal começaram a ser vendidos antes do esperado no município

com as luzes ao redor das ca-sas. Hoje as lâmpadas de LED não consomem muita energia, então o pessoal se incentiva

ainda mais”, opina.Uma dessas pessoas é a dona

de casa Carmen Acordi Valenti. A decoração da casa durante o

período é um costume que ela mantém desde os seis anos de idade. Hoje, aos 82, ela recebe ajuda das filhas para preparar

a árvore e o presépio para a noite do dia 24 de dezembro. “Minha mãe costumava fazer e eu gostava muito de ajudar, al-gumas peças do presépio dela eu ainda guardo”, conta.

Na época, ela lembra que buscava musgo e pinheiros no mato ao lado de casa para in-crementar o presépio da famí-lia. “O cheiro dessas plantas para mim é sinônimo de Natal. Hoje compro árvores artifi-ciais, mas na época pegava pi-nheiros de verdade. Me enchia de espinho nas mãos”, recorda. Neste ano, a decoração na casa de Carmen começará a ser feita já na próxima semana. “Pare-ce que não é Natal se não tem isso”, comenta.

Belatto concorda com a dona de casa e também busca incen-tivar isso entre os seus clientes. “Acho legal esse cuidado do pessoal porque, independente do número de vendas, o que realmente vale neste período é isso. É criarmos esse espírito natalino de união, de família, etc. Esse é o intuito do Natal, os presentes são apenas um complemento a tudo isso”, opi-na o comerciante.

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Sábado, 22 de novembro de 201420 Geral

Denúncias contra Detran e CFCsInvestigação

Omissão de fiscalização dos credenciados e venda de resultados estariam acontecendo, segundo funcionário do órgão na capital

CFCs também estariam realizando trabalho irregular

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Vitória [email protected]

O Ministério Público garantiu que vai incluir os CFCs nas investigações que já estão em andamento

Após a abertura do inquérito civil de investigação sobre

o alto índice de reprovação nas provas práticas de direção dos Centros de Formação de Con-dutores (CFCs), pelo promotor Alécio Nogueira, um servidor efetivo do quadro de trabalho do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS) entrou em contato com o Semanário para prestar depoimento sobre supostas irregularidades que estariam acontecendo, tanto por par-te do órgão, quanto por par-te dos CFCs credenciados. O denunciante, que pediu para ter sua identidade preservada, não citou nenhuma empresa de Bento Gonçalves, porém não descarta a possibilidade, tendo em vista o inquérito ci-vil já instaurado.

O funcionário trabalha efeti-vamente há quase cinco anos no Detran e aponta que es-tariam ocorrendo situações como a venda de resultados nos testes práticos de direção por parte dos CFCs, além da pressão dos credenciados para que não haja fiscalização do departamento. Ele explica que a resolução 358/2010 obriga os CFCs a apresentarem um índice de aprovação de 60%, cabendo ao Detran fiscalizá--los e puní-los quando não alcançarem esse índice. “Na resolução também consta que caso os índices não fossem

apresentados por dois anos consecutivos, o credencia-mento poderia ser perdido. Note que a norma legal é de 2010, sendo que até hoje ne-nhum CFC tem esse índice, entretanto ninguém sofreu qualquer penalidade”, afirma.

O servidor questiona a passi-vidade do Detran, dizendo que o órgão trabalha sobre a pres-são dos CFCs. Segundo ele, muitos centros de condutores, localizados em cidades próxi-mas, são de um mesmo dono, por vezes, até 20 escolas de formação. “Por que o Detran não cobra dos seus credencia-

dos a qualidade no serviço que presta à população? A resposta está na política, já que a par-tir da edição dessa resolução, em 2010, o Detran resolveu aumentar esse índice de apro-vação, com o receio de sofrer algum tipo de sanção”, coloca.

Porém, o funcionário públi-co também explica que para aumentar, de fato, o índice, seria necessário que os CFCs investissem na qualificação e valorização dos profissionais, que tivessem bons instrutores e infraestrutura adequada, o que requer a disponibilização constante de verba. “Isso im-

A maioria dos CFCs do esta-do, segundo ele, estariam or-ganizados em conglomerados, isto é, alguns grupos possuem a propriedade de vários centros em cidades distintas. “É o caso de Bento, onde os três CFCs são da mesma pessoa, mas imagine que alguns chegam a ter mais de 20. Esses grupos patrocinam fortemente a campanha polí-tica, tendo ingerência direta, embora oculta, nos atos do ór-gão”, aponta. Ele cita também o sindicato da classe, que age diretamente na situação.

Ele aponta que por este moti-

pactaria diretamente nos lu-cros desses CFCs, não sendo uma boa saída. A medida ado-tada por parte do Detran foi, então, interferir na ponta do processo, facilitando o exame. De várias formas, há interfe-rências dos chefes na avalia-ção, ora orientando a facilitar, ora exercendo, de forma dis-simulada, a autoridade a ele conferida”, relata.

A precariedade do serviço

O funcionário do Detran aponta que os examinadores

das provas, que são desloca-dos para as cidades do inte-rior para aplicar as provas, em sua maioria, teriam con-tratos emergenciais e precá-rios, sendo passíveis de de-missão a qualquer momento sem justificativa. Segundo ele, o trabalho seria realizado sob ameaça. Muitos destes, seriam provenientes do inte-rior, alocados em Porto Ale-gre. “Então, utilizando-se da conveniência recíproca, o De-tran alocava esses servidores em suas cidades de origem para realizar o serviço, onde eles recebiam as diárias pagas pelo Estado por estarem fora da sede, mas dormiam e fa-ziam suas refeições em casa, tornando-a parte do salário. Com esta incerteza, o que todos sabiam é que não de-veriam reprovar muito nem entrar em confronto com cre-denciados, sob pena de serem retirados das suas cidades, ou até mesmo perder o empre-go”, comenta.

A situação, segundo ele, deu origem à Operação Teseu, realizada pela Polícia Civil, no ano passado. O proces-so ainda está em segredo de justiça. “O que se sabe até o momento é que alguns exami-nadores envolvidos em venda de resultado foram afastados, e que o então Chefe da Divi-são de Exames e a Coordena-dora que fazia essas alocações estão respondendo Processo Administrativo Disciplinar”, explica.

vo, o Detran também não cum-pre a resolução 168 de 2010 que obriga que o exame seja reali-zado por dois examinadores, tornando 95% dos exames rea-lizados de 2010 até agora, nu-los, por vício formal. “Ela é bem rígida ao enquadrar as faltas, exigindo quase erro zero ao can-didato. Se o exame fosse feito como deveria ser, teríamos algo em torno de 95% de reprovação. Isso se deve ao fato de que mui-tos examinadores, principal-mente emergenciais, aprovam muito, enquanto aqueles que aplicam as regras aprovam 20%.

Caso houvesse um bom ensi-no, se poderia ter aprovação de 80% mesmo aplicando a regra integralmente, visto que alguns CFCs no Estado têm essa mé-dia. Não é coincidência, mas são aqueles que melhor remuneram seus funcionários”, declara. Ele diz que a venda de resultados ocorre principalmente nas pro-vas teóricas, que é o que barra o analfabeto no processo.

De acordo com a denúncia do servidor público, hoje são cerca de 120 examinadores em con-trato de emergência que vêm desde 2009 renovando seu con-

trato. Os examinadores, em sua maioria, possuem as categorias A, B, C e D (moto, carro, cami-nhão e ônibus). Os emergenciais possuem apenas a E, que seria pra fazer exame de carreta. “Só que exames de carreta são so-mente 1% da necessidade de exames no Estado. O Detran faz o seguinte: separa as regiões do Estado em rotas e em cada uma delas, coloca alguns exames de categoria E. Assim, são cerca de 50 rotas, quase todas com ne-cessidade de mandar ao menos dois examinadores para suprir a demanda”, revela. Ele ainda

aponta que, se a situação fosse tratada da maneira correta, com 40 funcionários emergenciais o problema seria resolvido.

“Existe um projeto (pl203) que está na assembleia e entra em votação para renovar com todos novamente. Só que exis-te mais um detalhe, eles estão trabalhando sem vínculo com o Estado desde o dia três de ou-tubro, além dos outros 30 que entraram no ano passado com exigência de nível superior. Os princípios de isonomia são afrontados porque eles ganham salários de nível médio”.

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Sábado, 22 de novembro de 2014 21Geral

Detran RS se posiciona sem dar resposta ao problema

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Promotor Alécio irá incluir os CFCs credenciados nas investigações

Instituição diz que a prioridade do sistema é a segurança no trânsito e o respeito à vida das pessoas

A assessoria de imprensa do Detran tomou conhecimento das denúncias e apontou, em nota que o foco da instituição é manter a qualidade que deve ter o processo de habilitação dos condutores. Eles dizem le-var em consideração os inúme-ros fatores que interferem na aprovação ou reprovação dos candidatos na prova prática de direção veicular. Segundo eles, o mais importante para a autarquia é mais perícia do candidato para a condução de veículos e, portanto, mais se-gurança no trânsito.

No texto, é citada a Resolução 358/2010 do Contran e conta a explicação de que a medida estipulou índices mínimos de aprovação, estabeleceu carga horária mínima e a utilização de simuladores de direção vei-cular. “O DetranRS, por fazer uma análise contextualizada da situação, optou por primei-ro instrumentalizar melhor os CFCs, qualificando diretores--gerais, diretores de ensino e, posteriormente, instrutores de trânsito através das Institui-ções de Ensino Superior (IES). Ao mesmo tempo, a autarquia cobra qualidade de seus cre-denciados, através de ações de supervisão, fiscalização, cor-regedoria e acompanhamento pedagógico, do que resultam

Denúncias repassadas ao Ministério Público

O Semanário repassou o teor da denúncia ao promotor Alécio Nogueira. Ele afirma que, a partir delas, irá incluir os CFCs nas investigações do inquérito que já foi instaurado pelo Ministério Público na ci-dade. Por enquanto, apenas o Detran RS estava sendo inves-

tigado. “A situação é realmen-te muito complicada, vamos entrar em contato com quem for necessário, com os Centro de Firmação de Condutores e seguir o trabalho de forma que todas as situações sejam es-clarecidas da melhor maneira possível”, finaliza.

inúmeros processos adminis-trativos com punições a profis-sionais ou credenciados. A su-pervisão, fiscalização, auditoria e corregedoria contribuem na busca da contínua qualidade, como estratégia de gestão”.

A nota diz que todos os CFCs do estado atingem o nível mí-nimo de 60% de aprovação. “Os CFCs devem preparar os alunos para conduzir o veícu-

lo com segurança, e não para “passar na prova”, pois sua missão essencial é formar bons condutores para a vida. Trata--se de reduzir o número de mortes, lesões incapacitantes, sequelas permanentes, muti-lações, tristeza daqueles que fi-cam, para não falar dos custos elevados para a sociedade”.

Segundo o texto, quando o candidato reúne as condições

necessárias, será aprovado e, se não as reúne, será reprovado, em consonância com o CTB, as normatizações federais do Contran e normativas do pró-prio Detran RS. Eles destacam que os servidores examinado-res do Detran RS são concur-sados de nível superior e são orientados nesse sentido. “É conveniente lembrar que exis-tem candidatos que necessi-

tam de maior tempo e vivência das aprendizagens necessárias à condução segura. Na verda-de, muitos candidatos, mes-mo sem terem desenvolvido as competências básicas e a ha-bilidade fina para dirigir, sim-plesmente por terem concluído a carga horária mínima, optam pela realização do exame prá-tico, sendo consequentemente reprovados”.

Eles ainda insistem nos fa-tores que influenciam os re-sultados, como condições fí-sicas e mentais, escolaridade, peculiaridades regionais e locais que devem ser respei-tadas, como o contraste entre o meio rural e o urbano, con-dições sócioculturais e ritmo individual de aprendizado.

Por fim, eles citam que ain-da há muito a ser aperfeiçoa-do, no entanto, não há solu-ções simples ou mágicas para problemas complexos. “Não se pode esquecer que o sis-tema de habilitação do RS se configura como um dos mais seguros e qualificados do País. Muitas propostas do RS são analisadas e incorporadas pelo Denatran em normativas federais, enquanto que a Asso-ciação Nacional dos Detrans e diversos Detrans vem ao Esta-do para conhecer a estrutura e o trabalho gaúcho”.

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Sábado, 22 de novembro de 201422 Geral

FGTS

STF reduz prazo para reclamarDeterminação altera de 30 para cinco anos o período para entrar na Justiça, caso empresa não tenha depositado o fundo

O Supremo Tribunal Fede-ral (STF) alterou no dia 13

de novembro as regras para os trabalhadores buscarem o va-lor do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) que não foi depositado pela em-presa. Antes, o prazo era de até 30 anos e agora este perío-do foi reduzido para cinco. A nova regra, no entanto, valerá somente para ações referentes aos depósitos efetuados a par-tir desta data. Para ações que já estão em andamento, per-manece o prazo de 30 anos.

Oito dos nove ministros da Corte votaram pela inconstitu-cionalidade da antiga norma. Eles entenderam que o prazo para o trabalhador reclamar as parcelas não recebidas de-vem seguir o mesmo prazo dos demais direitos trabalhistas, que é cinco anos. Segundo o ministro Gilmar Mendes, a Lei 8.036/1990, que regulamen-tou o FGTS e garantiu o prazo de 30 anos, é inconstitucional por violar o Artigo 7 da Cons-tituição Federal.

A mudança foi motivada pelo caso de uma funcionária

Silvia [email protected]

do Banco do Brasil, que não teve os valores depositados em sua conta. A regra para o empregado entrar na Justiça após sua demissão, que é de dois anos, não teve alterações.

Líderes de sindicatos não concordam com a decisãoNa opinião de alguns líderes

de sindicatos de Bento Gonçal-ves, essa decisão é prejudicial aos trabalhadores e favorece os maus empregadores. Eles acre-ditam que muitos trabalhado-res serão lesados a partir dessa nova regra.

Para Orildes Lottici, presiden-te do Sindicato dos Empregados no Comércio de Bento Gonçalves (SEC-BG), a decisão é totalmen-te contrária aos interesses dos empregados e prejudicial a eles. “Essa é uma grande perda. Só es-pero que isso não seja a ponta ou o início de uma decisão contrária aos empregados nas ações que buscam receber os expurgos en-caminhados nas contas do FGTS desde 1998, que atingem a cifras de milhões”, comenta.

Ela explica que a decisão nada muda para os bons empregado-res, mas muita coisa para os tra-balhadores. “Se o empregador

Nova norma, aprovada por oito dos nove ministros da Corte, não vale para casos que já estão em andamento

Os ministros opinaram que o antigo prazo não é razoável, afirmando que nem mesmo crimes graves tem um período tão dilatado. No entendimento deles, isso eterniza pretensões

no tempo, estimula a litigiosi-dade e prejudica a “estabilida-de jurídica”.

Na opinião do advogado Lu-cidio Luiz Conzatti, juridica-mente, o STF não está errado,

mas ele acredita que deve ha-ver mudanças na lei para dar mais apoio aos trabalhadores. “É uma mudança na juris-prudência, o STF interpretou o artigo que diz que todos os valores oriundos tem até cinco anos para reclamar. O proble-ma é o aspecto social que isso traz”, explica.

Na opinião do bento-gon-çalvense, o prazo de cinco anos é muito curto, enquanto que o prazo de dois anos para processar a empresa após a demissão é muito longo. “Nin-guém espera tanto tempo as-sim depois que saiu da empre-sa. Já o prazo de cinco anos é curto, pois como é que o tra-balhador vai entrar na Justiça se ainda está trabalhando? É complicado, há um desequilí-brio de forças entre emprega-do e empregador nesta ques-tão”, comenta.

A sugestão do advogado é que um órgão já existente seja responsável por fazer esse in-termédio. “Para que assim o trabalhador não esteja direta-mente envolvido e para que ele próprio não precise reclamar os valores não depositados. As-sim, não seria prejudicado no seu trabalho”, sugere Conzatti.

Itajiba Lopes, do Sitracom-BG Orildes Lottici, do SEC-BG José Elvio de Lima, do Stimmme

não encaminhar os depósitos e o contrato perdurar por mais de cinco anos, começarão a supor-tar perdas, porque não se pode-rá cobrar os valores não deposi-tados”, explica. Ela orienta os associados a manterem atua-lizados seus endereços na CEF (organismo responsável pela administração dos recursos do FGTS) e a encaminharem seu Cartão Cidadão. “Para que, assim, recebam o extrato do FGTS em casa e confiram seus depósitos. Em caso de alguma dúvida procurem o seu sindi-cato e, se não receberem os ex-tratos, busquem informações junto à Caixa”, sugere.

Para Jose Elvio Atzler de Lima, presidente do Sindicato dos Tra-balhadores das Indústrias Meta-lúrgicas, Mecânicas e de Mate-rial Elétrico de Bento Gonçalves (Stimmme), a mudança é negati-va. “Não acredito que tenha tido

um caso que permaneceu por 30 anos, mas de qualquer forma não deveria ter essa limitação. É uma vantagem para maus em-pregadores, que acabam não de-positando esse valor e ganhando em cima dos trabalhadores. Na minha opinião, só traz vantagens para eles”, afirma.

Itajiba Soares Lopes, presiden-te do Sindicato dos Trabalhado-res nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Bento Gon-çalves (Sitracom-BG), os traba-lhadores estão sendo penaliza-dos “em detrimento ao capital”. “Nossa orientação é que o em-pregado vá até uma agência da

Caixa Federal e peça um extrato analítico de todo o período, para ver se o Fundo de Garantia está sendo depositado corretamente. E, se não está sendo, procure o seu sindicato para ajuizamento de Ação Judicial, a fim de garan-tir o seu direito ao FGTS relativo aos últimos cinco anos”, sugere.

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Sábado, 22 de novembro de 201424 Geral

Novembro azul

Um alerta para a saúde do homemEmpresários se unem para conscientizar sobre a importância do exame de toque, como prevenção do câncer de próstata

Usando luvas azuis e cami-seta branca, um grupo de

aproximadamente 40 homens atraiu os olhares de quem passou pela Via del Vino na tarde de quarta-feira, 19. Pa-rando em frente a prefeitura e nos principais cruzamentos do centro, o grupo tinha como objetivo chamar a atenção da população para a importância de realizar o exame de toque, como forma de prevenção do câncer de próstata. A ação foi organizada pelos membros da Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves.

A ação da Liga faz parte do Novembro Azul, movimen-to nacional que visa a cons-cientização sobre a doença. Participaram da campanha

Silvia [email protected]

empresários e lideranças de diversos setores da socieda-de, representando entidades como CIC/BG, Sindmóveis, Sindibento, Fervi, CDL BG e Sindilojas. A campanha tinha como lema “Eu cuido do que é meu”, que estampava as camisetas, e também tinha o intuito de desmistificar o pre-conceito que existe em rela-ção ao exame.

Para a presidente da Liga, Maria Lúcia Severa, este foi o início de uma importante mudança na cultura da cida-de. “Assim como as mulheres, os homens também precisam se cuidar, fazendo exames preventivos. Ao fazer esta ação, buscamos surpreender a comunidade para conscien-tizar sobre a importância e a necessidade de fazer exames preventivos”, destaca.Aproximadamente 40 pessoas chamaram a atenção da população na Via del Vino, durante a quarta-feira, 19

Participantes

Adriano Borges – Martini Advogados / Grupo Fênix

Aldemiro José Geremia – Geremia Redutores

Alécio Nogueira – Promo-tor de Justiça

Alexandre E. Vicente Fer-reira – Comandante do 6º BCom

Antônio Frizzo – diretor da Medical Center

Carlos Cainelli – diretor da Comercial de Gás Cainelli

Carlos Testa Ribeiro – Ge-remia Redutores

Cedamir Poletto – presi-dente do Rotary São Francisco

Cleimar Sfredo – presiden-te do Sindibento, diretor do CIC/BG

Daniel Amadio – presiden-te do Sindilojas

Diego Panazzolo – presi-dente da Ascon Vinhedos

Edegar Brandelli – diretor do CIC/BG e Super Apolo

Geraldo Leite – presidente do Consepro

Gilson A. Faccin – diretor do SEC/BG

Glademir Ferrari – diretor da Sademi Estofados

Guilherme Pasin – prefeitoHenrique Tecchio – presi-

dente do SindmóveisHumberto Godoy – geren-

te de Relações com o Mercado do Hospital Tacchini

Ildoíno Pauletto – diretor da Urbserra

Ivânio Ângelo Arioli – pre-sidente do Simplavi e diretor da Akeo

Ivo Cansan – presidente da Movergs

Jader Geremia – Geremia Redutores

José Carlos Zortéa – dire-tor da ExpoBento e Jelipe As-sessoria Empresarial

Jovino Demari – presiden-te da Abraçaí

Juarez Piva – presidente do Simmme e da Fervi

Juliano Dalcin – gerente da Dalmóbile

Laudir Miguel Piccoli – presidente da ExpoBento e di-retor do CIC/BG

Leandro Migliorini – Ge-

remia RedutoresLício Faria – diretor do Clu-

be EsportivoMauro Daleve – coordena-

dor do SestSenatNei Vignatti – jornalista,

Rádio DifusoraOdone Augusto Scarton –

engenheiroPaulo Geremia – diretor

do CIC/BGMarcos Rogério Carbone

– presidente da CDL BGRafael Fantin (Dentinho)

– diretor da ExpoBento e Ben-to Vôlei

Romeu Dalcin - diretor da Dalmóbile

Saul Zottis – diretor M. Dias Branco

Valdecir Ferrari – diretor da Pinusplac

Valdir Espinosa – técnico do Clube Esportivo

Valério Pompermayer – diretor Executivo do Sindilojas

Vicente Miranda – presi-dente do Rotary

Volmir Dias – presidente da Fimma Brasil

Empresários, líderes de sin-dicatos e políticos estiveram presentes na ação organizada pela Liga de Combate ao Cân-cer. Para eles, as principais barreiras para o diagnóstico da doença estão ligadas ao preconceito que os homens têm em fazer o exame. Eles também destacam que esse tabu ainda é muito presente na região da Serra gaúcha.

Para o prefeito Guilherme Pasin, os homens precisam se conscientizar que a saúde está acima disso. “É um con-ceito de orgulho mal concebi-do, de achar que é uma perda da masculinidade. É tão bobo isso que não se representa. Precisamos primar pela nos-sa saúde e que bom que exis-te esse exame para prevenir qualquer infortúnio. Tem consequências muito piores para a saúde masculina”, des-taca o prefeito.

Cleimar Sfredo, diretor do Sindibento e do Centro da In-dústria Comércio e Serviços (CIC/BG), o preconceito na região é muito forte. “É algo que vem dos nossos pais, de-morou muito até eu conven-cer o meu a fazer, pois só o

Preconceito ainda é forte na região, dizem lideranças

SILVIA DA

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exame de sangue, não é sufi-ciente”, comenta. Ele também parabenizou a ação da Liga. “Achei interessante que, no-vamente, é uma iniciativa da mulher. O homem não se ma-nifesta, até se esconde”, opina o empresário.

Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Bento Gonçalves (Sindilojas), Da-niel Amadio, comenta que é importante os líderes darem o exemplo, para que todos se conscientizem. “Para mos-trar a população masculina a importância do exame com regularidade, para não se deparar com problemas irre-mediáveis. É questão de ma-chismo, mas estamos em ple-no século XXI. Em primeiro lugar, devemos colocar nossa saúde”, comenta.

Vicente Miranda, presiden-te do Rotary, destaca que, independente da idade, to-dos devem ter cuidados com a sua saúde. “Todo cuidado é pouco. Com tantos exames preventivos, não precisamos deixar acontecer o pior para tomar cuidado. É importante até para nossa família, que é quem sofre depois”, ressalta.

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Sábado, 22 de novembro de 2014 25Geral

Um alerta para a saúde do homem Sobre o câncerSintomas:Em sua fase inicial, o câncer da próstata tem evolução silencio-

sa. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da prós-tata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes duran-te o dia ou a noite). Na fase avançada, pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou infecção generalizada e insuficiência renal.

Prevenção:Uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos, cereais inte-

grais e com menos gordura ajuda a diminuir o risco de câncer. Fa-zer 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequa-do à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar também é recomendado. A idade é um fator de risco importante para o cân-cer de próstata, uma vez que tanto a incidência como a mortali-dade aumentam significativamente após os 50 anos.

Tratamento:Para doença localizada, cirurgia, radioterapia e até mesmo ob-

servação vigilante podem ser oferecidos. Para doença avançada, radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormo-nal têm sido utilizados. Quando o tumor original já se espalhou para outras partes do corpo, o tratamento é a terapia hormonal.

Quase 70 mil novos casos surgem por ano, segundo IncaNo Brasil, de acordo com da-

dos do Instituto Nacional de Câncer (Inca), mais de 13 mi-lhões de pessoas morrem por ano em função da doença e, a cada ano, surgem 68,8 mil no-vos casos. O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens e uma das princi-pais razões para esse alto índi-ce é a falta de prevenção.

A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. Ela é um órgão mui-to pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto. Ela tem a função de produzir parte do líquido do sêmen.

Aumento da próstata, sen-sação de esvaziamento incom-pleto da bexiga e jatos de urina menos potentes são alguns dos sintomas que podem apare-cer, mas, em geral, a doença é silenciosa. Alguns desses tu-

mores podem crescer de forma rápida, porém a grande maio-ria cresce lentamente (levando cerca de 15 anos para atingir um centímetro). Por isso, esse tipo de câncer não dá sinais durante a vida.

É exatamente por isso que os exames preventivos são fun-damentais. A orientação é que os homens comecem a fazê-los a partir dos 45 anos, além de se consultarem regularmente com urologistas, pois a par-tir dos 35, a próstata começa a sofrer alterações, podendo ficar mais volumosa e menos elástica. Se houver histórico fa-miliar, é recomendado fazer o exame de toque a partir dos 40.

Os médicos também ressal-tam que só o exame de sangue não é suficiente para diagnosti-car a doença. O exame de toque retal é fundamental, pois per-mite que o especialista apalpe a próstata. O exame dura apro-

ximadamente um minuto e o mais importante é que o médi-co já pode dizer a condição da próstata assim que terminar o procedimento.

Uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos, ce-reais integrais e com menos gordura ajuda a diminuir o risco de câncer. Fazer 30 mi-nutos diários de atividade físi-ca, manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar também é recomendado.

Para doença localizada, ci-rurgia, radioterapia e até mesmo observação vigilante podem ser oferecidos. Para doença avançada, radiotera-pia ou cirurgia em combina-ção com tratamento hormonal têm sido utilizados. Quando o tumor original já se espalhou para outras partes do corpo, o tratamento indicado é a tera-pia hormonal. FONTE: INCA

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Sábado, 22 de novembro de 201426 Segurança

Plantão

Um dos detidos no Juventude estava foragido desde 28 de outubro

A Polícia Civil efetuou duas prisões e apreendeu 1,2kg de maconha no bairro Juventude na manhã de quinta-feira, 20. Um dos detidos estava foragido desde a operação que apreen-deu 67kg no dia 28 de outubro.

A ação da 1ª Delegacia de Po-lícia (1ª DP), especializada no combate ao tráfico, cumpriu um mandado de busca e apreen-são, por volta das 9h30min, em uma residência na rua Livra-mento que resultou na prisão em flagrante de um jovem de 21 anos. Foram apreendidas 650g de maconha, cinco celula-res e R$ 50. O acusado possui antecedentes por receptação e adulteração de sinalizador de veículo automotor.

No local também foi encon-trado um foragido de 25 anos, com mandado de prisão pre-ventiva por acusação de tráfico de drogas. Ele conseguiu fugir durante a abordagem de um Voyage na Operação Cadeado, que desarticulou uma quadri-lha que fornecia maconha para traficantes da cidade. A ação policial contou com reforço de agentes da 2ª DP.

Após novas denúncias, os agentes da Polícia Civil re-tornaram a residência da rua Livramento no turno da tar-de e apreenderam mais 554g de maconha. Quatro usuários da droga foram detidos e con-duzidos até a delegacia para prestar depoimento.

Combate ao tráfico

Ação efetua duas prisões e apreende 1kg de maconha

Quatro armas de fogo e diver-sas munições foram apreendi-das em cumprimento de man-dado de busca e apreensão no bairro Conceição na manhã de quarta-feira, 19. Um homem de 61 anos acabou preso em fla-grante, porém foi liberado por ordem judicial no dia seguinte.

A ação da 1ª DP, com reforço de agentes da 2ª DP, cumpriu mandados de busca e apreensão em residências da travessa Mauá e da rua Luiz Tomedi. Foram apreendidos dois revólveres cali-bre .38, uma espingarda calibre .36 com silenciador e uma espin-garda calibre .20. Um revólver e uma espingarda possuíam regis-tro de furto ou roubo.

Também foram apreendidas cerca de 97 munições calibre

Após denúncias anônimas

Policiais nas ruas

BM realiza operação preventiva Pré-NatalAlta movimentação de dinheiro do período causa reforço no policiamento

Leonardo [email protected]

Uma nova ação de policia-mento ostensivo da Bri-

gada Militar (BM) nesta quar-ta-feira, 19, teve por missão reforçar a sensação de segu-rança nas ruas em Bento Gon-çalves. A Operação Pré-Natal, que prosseguirá nas próximas semanas, é um trabalho de prevenção para o período de festas do final de ano.

Conforme o major José Pau-lo Marinho, comandante do 3º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (3º BPAT), este é um período suscetível a crimes graves pela grande mo-vimentação de dinheiro. “Esta operação ocorre pois quere-mos manter esta sensação de segurança (com redução nas ocorrências de roubo e homi-cídio desde a Operação Reto-mada, no início de setembro). Esses crimes menores são igual erva daninha, por mais que se arranque, elas sempre retornam. O nosso trabalho é sempre para manter o controle destes índices”, avalia.

Logo no início da operação na manhã de quarta-feira, uma

Quatro armas apreendidas no Conceição

Dois revólveres e duas espingardas foram apreendidas durante a ação

incursão do Pelotão de Opera-ções Especiais (POE) no bairro Eucaliptos resultou na captura de dois acusados de tráfico de drogas, ambos com 28 anos. Ao perceber a aproximação po-licial, um dos suspeitos tentou se esconder em cima do telha-do de uma residência, porém foi flagrado pelo apoio aéreo prestado com o helicóptero “Esquilo” da Brigada Militar.

Houve perseguição pelas residências do bairro e um dos acusados teria arremes-

sado o ilícito em cima de um telhado. Foram apreendidas 17 pedras de crack, 29 buchas de cocaína, duas porções de maconha e R$ 212.

No turno da tarde a opera-ção Pré-Natal prosseguiu com ações de fiscalização e pa-trulhamento nos bairros São Roque, Conceição, Tancredo Neves e Juventude. No total, 32 policiais militares, oito via-turas e uma aeronave partici-param da ação policial desta quarta-feira.

.20, 66 calibre .22, 29 calibre

.38, 28 calibre .36, duas muni-ções de fuzil 762 e uma muni-ção de .357 Magnum, estes dois últimos calibres de uso restrito.

O acusado responderá em liberdade por porte ilegal de arma de fogo, porte de muni-ção permitida, porte de muni-ção restrita e receptação.

Um roubo a pedestre foi registrado no bairro Glória na noite de quinta-feira, 20. Conforme as informações da Brigada Mili-tar, por volta das 23h55min, um jovem de 18 anos caminhava pela rua Getúlio Vargas quando foi abordado por cinco indiví-duos que o ameaçaram de agressão caso não entregasse a mo-chila. Os cinco delinquentes seriam jovens e pareceriam estar sob efeito de algum entorpecente. Eles roubaram um celular, documentos pessoais e algumas peças de roupas que estavam na mochila da vítima.

Cinco jovens roubam pedestre no Glória

Uma dupla de bandidos em uma motocicleta roubou um veículo no Vila Nova na tarde de quinta-feira, 20. Conforme a ocorrência da Brigada Militar, por volta das 14h50min, um motorista estava estacionando um Fiesta na rua Luis Milan quando foi abordado pelos assaltantes. Armados com uma faca, a dupla ordenou que a vítima abandonasse o veículo. O caroneiro fugiu com o Fiesta. Além do automóvel, os criminosos também roubaram um telefone celular e documentos pessoais da vítima.

Dupla em moto rouba veículo no Vila Nova

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Dois acusados de tráfico de drogas foram capturados na quarta-feira

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Sábado, 22 de novembro de 2014 27Segurança

Acompanhando diariamente o problema do acesso, Hildegard alerta sobre a possibilidade de acidentes fatais

Trevo de Santa Rita

Sem uma perspectiva de soluçãoAguardando pela conclusão da federalização da RSC-470, Daer não teria interesse em realizar novos investimentos na rodovia

Leonardo [email protected]

Enquanto empresários da região tentam chamar a

atenção para o problema do trevo do Santa Rita, no qui-lômetro 219 da RSC-470, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) aguarda a federalização da ro-dovia sem a intenção de reali-zar novos investimentos. Ape-sar da maioria concordar que a construção de uma rotatória diminuiria o risco de aciden-tes no local, nenhuma mudan-ça deve ser feita em curto ou médio prazo.

A página “Por um Trevo sem Mortes” no Facebook é uma ini-ciativa para mobilizar e cons-cientizar motoristas e autori-dades sobre os riscos do acesso para o bairro Santa Rita. Com 440 curtidas até a sexta-feira, 21, a página reúne vídeos, re-portagens e relatos de moto-ristas sobre as imprudências flagradas no trevo.

A campanha na rede social é liderada pela diretora da Casa do Vidro, Hildegard Tres, 33 anos. A empresa localizada na rua An-tônio Michelon emprega 80 pes-soas que precisam utilizar o trevo pelo menos quatro vezes por dia. São os vídeos de uma câmera de monitoramento da empresa que abastecem a página com os fla-

grantes de desrespeito.Em contato com os respon-

sáveis de outras seis empresas que utilizam o acesso, Hilde-gard reivindica a construção de uma rotatória. “Estamos tentando marcar este encon-tro oficial com representantes do Poder Público Municipal e do Daer. A nossa página tem o

objetivo de tornar público a si-tuação do trevo. Não é um pro-blema que inventamos, é uma necessidade”, afirma.

Mudanças apenasapós a federalização

Apesar do problema ser re-conhecido por todas as auto-

ridades, não há perspectivas de solução. Atual responsável pela administração da rodovia, o Daer aguarda a conclusão do processo de federalização da RSC-470 sem a intenção de rea-lizar novos investimentos. Po-rém, ainda não há uma previ-são de quando o Departamento Nacional de Infraestrutura de

Transportes (DNIT) assumirá a rodovia (este tipo de proces-so pode continuar por vários mandatos até ser concluído). “O nosso último trabalho foi fazer o inventário de todos os equipamentos (de sinalização, de drenagem, entre outros) que a rodovia possui e encami-nhar ao DNIT. O que ocorreu há mais de ano. Toda a nossa parte já foi feita. Até que o pro-cesso seja concluído, o Daer só irá fazer o Crema, esta res-tauração do pavimento e, no máximo, algumas medidas pa-liativas para o uso da rodovia”, afirma o superintendente re-gional Adalmiro da Silva Neto.

O titular da 2ª Superinten-dência Regional, com sede em Bento Gonçalves, lembra que houve um projeto de mudan-ça para o trevo de Santa Rita, porém este acabou abando-nado. “Estava previsto dentro a duplicação da RSC-470 e o projeto seria feito pela Mag-na Engenharia. Só que, como a rodovia vai passar para o Dnit, a duplicação foi aban-donada. Esta obra estava no mesmo contrato dos trabalhos da RSC-453, que acabaram paralisados por este entra-ve. É provável que façam um adendo no contrato para reti-rar a obra da RSC-470 que não interessaria mais ao Estado”, explica o superintendente.

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Iniciativa externa é possibilidadeCom a tão mencionada falta

de recursos financeiros do Es-tado e a federalização da RSC-470, a única solução para o trevo de Santa Rita seria uma intervenção externa. O Poder Público Municipal, empresários ou representantes da população podem procurar o Daer com um projeto de mudança.

O exemplo é o trevo de Mon-te Bérico, no quilômetro 76 da ERS-122, em Caxias do Sul. Diante de repetidos casos de acidentes graves, a população acionou o Ministério Público que moveu uma ação civil para exigir mais segurança no acesso. Um acordo entre o Daer e Pre-feitura de Caxias decidiu pela implantação de um conjunto de semáforos para prevenir aciden-tes naquele ponto. A nova sinali-

zação entrou em funcionamento definitivo ontem, 21.

Para o trevo de Santa Rita, a opinião dos interessados é que uma rotatória seria a me-lhor solução. Esta opção teria sido debatida em um encon-tro recente do secretário de Governo, Ênio de Paris, com o engenheiro Régis Cassiano Caldas, do departamento es-taudal. “Estamos cobrando há muito tempo o Daer, inclusive em audiência com o secretá-rio Estadual de Infraestrutura e Logística. Eu tenho contato com o engenheiro Régis e a melhor solução parece ser uma rotatória. Precisamos cobrar e buscar soluções. Sabemos real-mente que está muito crítico”, garante Paris.

Sobre a possibilidade da inicia-

tiva privada iniciar uma parceria junto ao Daer e a Prefeitura para buscar uma rápida solução, o se-cretário de Governo ressalta que há interesse no diálogo, porém, com a contenção de despesas no município, não há possibilida-des da Prefeitura disponibilizar qualquer verba. O superinten-dente do Daer afirma que este seria o caminho. “As empresas interessadas, ou o Poder Público municipal, podem contratar um especialista na área de projetos de segurança viária para encon-trar uma solução. É necessário um projeto, o que o Daer não executa para particular, para abrir um processo apresentan-do o problema e pedindo uma intervenção que será analisada pelo setor responsável em Porto Alegre”, explica Adalmiro Neto.

“Acessos comerciais interferem na rodovia”

Para o superintendente Adalmiro da Silva Neto este tipo de problema surge da falta de respeito com os pro-cessos necessários. “Conceito de rodovia é uma estrada que liga uma cidade a outra, uma estrada rural, com um míni-mo de interferência. Quando as empresas se instalam, elas abrem acessos, não consultam o Daer, fazem esta ‘nhaca’ na rodovia e depois, quando co-meça a dar acidentes, o culpa-do é o Daer. Este acesso é ile-gal. Não há um projeto, nada com tratamento geométrico adequado”, reclama.

Neto explica que o depar-

tamento estadual tem todo um procedimento para a cria-ção de acessos comerciais em rodovias. “O problema surge deste crescimento em volta da rodovia sem o devido consen-timento. Um problema que a Prefeitura da época poderia ter evitado se não tivesse dado o Habite-se para estas em-presas sem a devida consulta ao Daer. Acessos comerciais causam muita interferência em uma rodovia, como este caso demonstra. Hoje aparen-temente esta realidade está mudando, os engenheiros já cobram das empresas um con-tato com o Daer”, explica.

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Sábado, 22 de novembro de 201428 ObituárioFalecimentos

ARMIRIO PAESE, no dia 12 de Novembro de 2014. Natural de Pinto Bandeira - Bento Gonçalves, RS, era filho de Antonio Paese e Theresa Colferai e tinha 87 anos.

SANTINA BALDASSO MARCHIORETTO, no dia 12 de Novembro de 2014. Natural de Muçum, RS, era filha de Elias Baldasso e Oliva Campregher e tinha 81 anos.

PEDRO SOMENSI, no dia 09 de Novembro de 2014. Natural de Bento Gonçalves, RS, era filho de Constante Somensi e Anna Beal e tinha 80 anos.

NILVE KUNZEL SCHULER, no dia 14 de Novembro de 2014. Natural de Esperança - Alto Uruguai, RS, era filha de Carlos Kunzel e Elma Kunzel e tinha 55 anos.

ADELINO BACCON, no dia 13 de Novembro de 2014. Natural de Carlos Barbosa, RS, era filho de Fiorino José Baccon e Silvana Chies Baccon e tinha 58 anos.

DARCI VIDI, no dia 13 de Novembro de 2014. Natural de Nova Prata, RS, era filho de Ermenegildo Bastian Vidi e Elydia Pocai Vidi e tinha 75 anos.

OLI PAULETTI, no dia 14 de Novembro de 2014. Natural de Getúlio Vargas, RS, era filho de Segundo Pauletto e Olga Webber Pauletti e tinha 55 anos.

PEDRO BUFFON, no dia 15 de Novembro de 2014. Natural de Faria Lemos - Bento Gonçalves, RS, era filho de Floriano Buffon e Carolina Salton Buffon e tinha 88 anos.

SANTO OSMARIN, no dia 14 de Novembro de 2014. Natural de Bento Gonçalves, RS, era filho de Alfredo Osmarin e Albina Resera Osmarin e tinha 82 anos.

MARIA NUNES DO NASCIMENTO, no dia 15 de Novembro de 2014. Natural de Fontoura Xavier, RS, era filha de Manoela Nunes e tinha 93 anos.

MIRTES TERSINA BASSO ARCARI, no dia 15 de Novembro de 2014. Natural de Bento Gonçalves, RS, era filha de David Basso e Adina Inês Valerio Basso e tinha 71 anos.

ELDA THEREZA GABRIEL DONADEL, no dia 16 de Novembro de 2014. Natural de Bento Gonçalves, RS, era filha de Domenico Gabriel e Maria Carnelos Gabriel e tinha 89 anos.

EDMAR JOSÉ LEVY, no dia 16 de Novembro de 2014. Natural de Porto Alegre, RS, era filho de Hugo Levy e Hilda Wanda Moltz Levy e tinha 97 anos.

MARIA FERRONATO BAGGIO, no dia 16 de Novembro de 2014. Natural de Bento Gonçalves, RS, era filha de Maximiliano Ferronato e Domenica Comachio e tinha 94 anos.

NELSO ORESTE ONGARATTO, no dia 16 de Novembro de 2014. Natural de Carlos Barbosa, RS, era filho de Pedro Ongaratto e regina Ongaratto e tinha 86 anos.

OLIVA MARIA T A M I O Z Z O SIMONAGGIO, no dia 17 de Novembro de 2014. Natural de Guaporé, RS, era filha de João Tamiozzo e Rosa Pacazza e tinha 90 anos.

MARINÊS ARALDI, no dia 17 de Novembro de 2014. Natural de Bento Gonçalves, RS, era filha de Angelo Araldi e Zulmira Pertile e tinha 41 anos.

TARSIANE BASSO, no dia 13 de Novembro de 2014. Natural de Garibaldi, RS, era filha de Pedro Basso e Inês Serejo Basso e tinha 40 anos.

MARIA BAROSSI BALDO, no dia 18 de Novembro de 2014. Natural de Muçum, RS, era filha de Alberto Barossi e Gentilia Lanzoni Barossi e tinha 90 anos.

TEOLIDE CAZANATTO CORRÊA, no dia 19 de Novembro de 2014. Natural de Ibiaçá, RS, era filha de Olivio Cazanatto e Santina Zardo Cazanatto e tinha 72 anos.

LENI MARIA MOLOSSI, no dia 10 de Novembro de 2014. Natural de Fagundes Varela, RS, era filha de João Benedetto Testa e Olympia Bassani Testa e tinha 66 anos.

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Sábado, 22 de novembro de 2014 29Obituário/Publ. Legais

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Sábado, 22 de novembro de 201430

[email protected]@flavioluisferrarini.com.br

DenisedaRéFlávioFerrarini

Espaço Humanizado

Ele veio de longe... Se fugiu de um lar opressor ou se caiu de um

caminhão de mudanças, ninguém sabe. Talvez tenha nascido e se criado nas ruas, mas só com a proteção de um anjo da guarda de peso (um São Bernardo???), para sobreviver assim boni-to e faceiro.

O que todo mundo tem certeza é que o vira--lata é extremamente afetuoso e curte a liber-dade de ir e vir. E que, portanto, não aceitaria jamais ser adotado, pois isso implicaria regras, que incluem coleira, banhos, dietas, vermífu-gos, horários de sol e liberdade vigiada. Tudo o que ele mais odeia.

Mesmo assim o cão tem uma rotina: diaria-mente vai pra escola. Inclusive, ele é mais assí-duo que alguns alunos. Ao chegar, pela manhã, posta-se em frente ao portão e aguarda. Se não for o primeiro da fila para entrar, ele atropela quem estiver à sua frente.

Lá dentro, é uma algazarra só. O bichinho cor-re, as crianças correm, as professoras correm, a diretora corre... Bom, a diretora tenta corrê-lo para fora do pátio, para evitar que ele invada as salas de aula com a maior cara-de-pau.

Eu disse “tenta”, porque o malandro usa seus truques: deita-se de patas para o ar, põe a lín-gua para fora e fica sorrindo. Depois de desar-má-la, conta até dez para, enfim, levantar-se. E fica montando guarda em frente ao portão.

Na saída dos alunos, o peludo também se manda. Para onde? Ninguém sabe. A única cer-teza é que ele vai voltar...

Espaço Humanizado (II)

Em tese, a escola mudou. Se, há algumas dé-cadas, ela era responsável pela manutenção do “status quo”, hoje tem como objetivo transfor-mar as relações sociais, humanizando e ofere-cendo condições à emancipação, à participação, ao desenvolvimento de potencialidades artísti-cas, esportivas, culturais...

Em tese. Porque ainda se veem espaços esco-lares em conflito, com ações que valorizam o in-dividualismo e a competitividade e reforçam as diferenças sociais. Alguns exemplos: atividades pedagógicas que premiam os melhores, eventos que superestimam os atributos físicos; festas juninas com cadeia onde se paga para sair... Reprodução do sistema?

Preocupante.

Cada um com sua verdadeCada um com sua verdade A verdade do obsessivo é a neuroseA verdade do drogado é a overdose A verdade do doente é a esperançaA verdade do obeso é a balança A verdade do bêbado é a garrafa cheiaA verdade da tatuíra é enterrar-se na areia A verdade do cego é a luzA verdade do católico é Jesus A verdade do narcisista é o espelhoA verdade do masoquista é o olho vermelho A verdade da calota de roda é o cordão da

calçadaA verdade da quina de mesa e a canela ma-

chucada A verdade do jasmim é o perfumeA verdade do possessivo é o ciúme A verdade do peregrino é o caminhoA verdade do luto no Irã é o azul marinho A verdade do yogue é a linha da mãoA verdade do amor é a linha do coração A verdade do otimista é o aceleradorA verdade do pessimista é o freio de mão A verdade do homem corrupto é o subornoA verdade do homem traído é o corno A verdade da dondoca é a vidinha bestaA verdade da fofoqueira é a vida da vizinha A verdade do papai noel é o saco de pre-

sentesA verdade do lutador é o saco de pancadas A verdade do dentista é o denteA verdade do vendedor é o cliente A verdade da pressa na rua é o sinal fechadoA verdade do feriado na praia é o dia nu-

blado A verdade do inautêntico é a aparênciaA verdade do autêntico é a essência A verdade de Sarte é a subjetividadeA verdade de Aristóteles é a realidade A verdade da camiseta branca é o molho

vermelhoA verdade do encontro de família é o so-

brinho pentelho A verdade de Destartes é “Penso, logo existo”A verdade do fraco é “Tento, logo desisto” A verdade do historiador é a linha do tempoA verdade do profeta é o fim dos tempos A verdade da verdade é DeusA verdade de Deus é a eternidade

Hospital Dr. Bartholomeu Tacchini

O cônsul da Itália, nesta cidade, Dr. Gino Battochio, deu a ideia de trazer ao município o ilustre médico italiano Dr. Bartholomeu Tacchini, comendador, instalando-se primei-ramente, em uma casinha de madeira, nas proximidades da Igreja Matriz Santo Antônio. O aumento crescente da clí-nica e da cirurgia fez com que transferisse para outro local, onde está situado o prédio que pertencia na época à Fasolo S/A- (hoje ponto certo) na oportunidade anterior Indústria de Couros e sucessivamente também foi sede da sociedade italiana da Mútuo Socorro.

Esta segunda instalação, com o decorrer do tempo, tornou-se precária com o desenvolvimento das ativida-des profissionais do citado médico. Tal situação se tor-nou angustiosa ao ponto de, certa feita confessar o Dr. Tacchini ao seu amigo Telemaco Ballista que, não sendo possível trabalhar como desejava e idealizava, vinha ten-do projetos de mudar-se do município, em busca de con-dições mais favoráveis ao exercício da clínica e da prática da cirurgia. Alarmado pelo tom profundamente sério que lhe falava o grande médico, procurou o Sr. Ballista dissuadi-lo de tais intenções, chegando a sugerir altera-ções fundamentais no prédio com despesas do povo. Não foi bastante a sugestão: entendia o Dr. Tacchini que tais alterações não teriam a virtude de dar-lhe o hospital que era seu sonho. Foi então que o mesmo Ballista prometeu que seria adquirido um terreno de proporções suficientes e, nele, edificar-se-ia um hospital que realizasse aquele sonho e pudesse condizer com o progresso da medicina em Bento Gonçalves. Ante a descrença do médico italia-no, aludiu ele a possibilidade de reunir os homens mais representativos da cidade, organizarem eles uma comis-são que levantaria os fundos necessários, adquiriria o terreno e ergueria o desejado hospital.

A comissão era constituída pelos Srs. Victório Moré, Attílio Michelon, Luis M. Todeschini, Telemaco Ballista. O terreno onde está o hospital era da família Menegassi. Quanto à denominação do nome do Hospital , assentou--se desde logo, por sugestão do Sr. Carlos Dreher Filho, que seria o nome de ” Dr. Bartholomeu Tachini”, como prêmio justíssimo.

“O Dr. Bartholomeu Tachini era filho do comendador Agostinho Tachini e Dona Ida Galassi, nasceu no dia 19 de novembro de 1878 em Caltaniosetta (Sicília) sul da Itália. Em junho de 1903, formou-se em medicina na cidade de Modena(Itália) – Em 1911, o Dr. Tachini chegou ao Brasil, na cidade de Pelotas-RS. Chegou em Bento Gonçalves em 1912, iniciou suas atividades, como médico cirurgião e hi-gienista, firmando-se brilhante e definitivamente”.

E, em 1924 foi fundado o hospital Bartholomeu Tachini, que com a ajuda dos imigrantes italianos moradores em Bento Gonçalves teve sua inauguração em 1927. Os ser-viços internos era zelosamente dirigido por irmãs de São Carlos e o corpo médico pelo Dr. Tachini, como diretor e a equipe, Dr. Vico (Lodovico) Barbieri, José Florêncio Mar-tins, Dr. Carlos Cini e enfermeiro Sr. Augusto Casagrande, e radiologista , Dr. Mario Francisco Caorsi.

O Dr. Tachini, falaceu em 18/11/1936, em São Paulo, de linfoma, e fez um pedido por escrito “Quero ser enterrado em Bento Gonçalves, de preferência no Hospital”.

AssuntaDeParis

Prédio do Hospital Tacchini - Inaugurado em 1927

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Itacyr Luiz Giacomello | [email protected] | n° 1.951

CIC-BG - o ano centenário

E o CIC-BG Centro da Indústria, Co-mércio e Serviços de Bento Gonçalves- vive um ano dos mais movimentados - o ano de seu CENTENÁRIO - uma trajetória histórica das mais expressivas. Pela efe-méride o CIC-BG liderado pelo presiden-te Leonardo Giordani e atuante diretoria foi homenageado até aqui pela Federa-sul- Assembleia Legislativa do Estado do RS –Prefeitura Municipal de Bento Gon-çalves- Liga de Combate ao Câncer entre outras ações comemorativas. E o calen-dário de comemorações prosseguiu com o lançamento do Livro-CIC-BG 100 Anos de História- Festa e Jantar no Clube Ipiranga com show Centenário e homenagens. De-pois do sucesso da 1ª Corrida Noturna de Bento Gonçalves, homenagens prestadas pela Câmara de Vereadores a programa-ção seguiu dia 20 de novembro no Salão Nobre da Prefeitura com o lançamento da Revista Panorama Socioeconômico de Bento Gonçalves e mais a inaugura-ção dia 4 de dezembro 2014 na Praça Pe. Rui Lorenzi em frente a Igreja Cristo Rei do Monumento ao Empreendedorismo. Uma obra de arte lapidada em pedra de mármore pela artista bento-gonçalvense ELOISA TREGNAGO. Como se observa o CIC-BG segue sua destacada caminhada! Para o presidente Leonardo Giordani e Diretoria o ano de 2014 marca a grande-za de uma entidade de classe empresarial cujos associados ao lado da comunidade

engrandecem o desenvolvimento e poten-cial socioeconômico desta laboriosa terra e de seu diversificado parque industrial. É a boa semente em ação!

Vale dos VinhedosLIDERADA pelo presidente Marcos

Antônio Valduga, integrantes da Confra-ria In Vino Veritas estiveram na última segunda-feira à noite em visita as amplas e modernas instalações da Vinícola Casa Valduga no Vale dos Vinhedos, Bento Gonçalves- onde foram recepcionados pelos diretores João Valduga, Jonas Val-duga e equipe. Na ocasião e em visita à empresa orientada pelos seus diretores de reconhecidos conhecimentos na área vinícola os confrades conheceram em detalhes a evolução tecnológica e cres-cimento da Casa Valduga –em cada gar-rafa- uma história de aromas e sabores consagrados na arte de elaborar vinhos e espumantes, de geração em geração. Hoje com premiações mundiais pela qua-lidade de seus produtos. No encontro de confraternização- cardápio com requinte especial foram apreciados os vinhos: Ca-bernet Franc e Arinarnoa Identidade sa-fras 2011; e Chardonnay Leopoldina 2013 e Espumantes. Com os agradecimentos da In Vino Veritas fraternal abraço à direção da Casa Valduga – e dedicada equipe pela atenção dispensada. Convidado da noite do confrade Decio Ferrari, 1º Ten Oficial de Comunicação Social Marcos Antonio Taveira Szlachta do 6º B.COM. que agra-deceu o convite e convivência! Valeu!

Movergs-SindmóveisO COMITÊ MOVELEIRO formado pela

MOVERGS e SINDMÓVEIS trazem a Ben-to Gonçalves no dia 27 de novembro de 2014 o advogado Luciano Benetti Timm, sócio da Carvalho, Machado, Timm e De-ffenti Advogados e pós –doutor em Di-reito pela Universidade da Califórnia. O especialista em Direito Empresarial vem a convite dos dirigentes das entidades Mo-vergs e Sindmóveis. O convidado falará para o setor moveleiro sobre o tema Ar-bitragem em Conflitos Comerciais –Solu-ções que Preservam Ganhos e Relaciona-mentos-. A palestra de -27 de novembro próximo- será às 18h no Salão de Eventos do CIC-BG. Informe-se junto ao Sindmó-veis pelo telefone 2102.6800. As vagas são limitadas. Participe

Com novo sabor...NO belo e turístico Vale dos Vinhedos

novidades e investimentos fazem parte do empreendedorismo de lideranças e empre-sariado ligados aos diferentes segmentos de atividades. Visando novos horizontes o Vallontano Bistrô e Café acaba de lançar novidades com aroma e sabores diferen-ciados em pratos à la carte. Cardápio para surpreender cada paladar segundo o novo chef. Ambiente aconchegante lenitivo para alma, área externa cercada de parreirais com atendimento em horário flexível. Para cada prato a harmonização segue com os vinhos e espumantes Vallontano, segundo seu diretor Luiz Henrique Zanini e equipe.

A Vallontano Bistrô via Vale dos Vinhedos disponibiliza espaço para eventos até 30 pessoas. Bom conferir!

Cristo Rei 2014COMUNIDADE da Cidade Alta prepa-

rando com carinho a festa do seu padroeiro Cristo Rei que acontece neste domingo dia 23 de novembro 2014. Neste ano a comuni-dade paroquial comemora 60 anos da Igre-ja Matriz Cristo Rei uma obra que orgulha esta abençoada terra de Bento Gonçalves. Uma obra construída pelas mãos, amor e fé da comunidade hoje agradecida pela inicia-tiva de seu artífice e liderança na época do saudoso vigário Pe. Ruy Lorenzi. Lutas e sa-crifícios da comunidade tornando possível a construção do belo templo religioso, ponto de referência da Cidade Alta.

Casais festeirosCOM as bênçãos do vigário Pe. Jairo Gus-

berti e coadjutor Renan Dall’Agnoll são festei-ros sob o Lema- Cristo Rei; Em Ti a Liberdade é História de Fé os casais; Milton e Ivane Sar-tori, Jalir e Luci Salton, Rui e Aide Todeschini, Lorival e Adriane Araldi, João e Maria Tessa-ro. Cumprimentos e sucesso! É a comunidade da Cidade Alta comemorando festivamente Cristo Rei, seu padroeiro. Prestigie!

IGVariedades

A FRASEO VALOR DE UM SORRI-

SO: Ninguém é tão rico que dele não precise! (.)

Sábado, 22 de novembro de 2014

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Primeiro Caderno ......................32 páginasCaderno S ................................ 12 páginas Empresas & Empresários ............8 páginasSaúde & Beleza ..........................8 páginasEsportes ....................................4 páginas

Comitê Moveleiro

Luciano Timm aborda arbitragem comercial

Empresas&Empresários

A Ediçãowww.jornalsemanario.com.br

BENTO GONÇALVES

Sábado22 DE NOVEMBRO DE 2014ANO 47 N°3082R$ 3,00

64 páginas

Natal

Corrida atrás dos enfeites

Páginas 18 e 19

CRISTIAN

O M

IGO

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Exemplo de legenda de foto xxxxxxxxxx