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21 a 25 de Agosto de 2006 Belo Horizonte - MG Automatização de Orçamentos de Projetos de Redes de Distribuição de Energia Elétrica Eng. Rubens Valdetar Silva Barcelos Téc. Laércio Elias Rosa Rio Grande Energia S.A Rio Grande Energia S.A [email protected] [email protected] Téc. Fábio da Silva Ferreira Téc. Ben-Hur Knabben Rio Grande Energia S.A Rio Grande Energia S.A [email protected] [email protected] RESUMO Este trabalho tem por objetivo apresentar o desenvolvimento da geração automática de orçamentos para redes de distribuição de energia elétrica via ambiente gráfico na Rio Grande Energia S.A - RGE. Através deste trabalho, mostraremos como era a elaboração de orçamentos na RGE e como está o processo de transição até atingir o modelo desejado. Devido ao processo atual de orçamentação ser totalmente manual, o tempo dispendido nesta atividade equivale há aproximadamente 50% da análise global de um projeto. Fora esta questão de tempo, também há a questão da confiabilidade no orçamento, pois como há 100% de intervenção humana, a chance de falhas existe. Analisando este panorama atual e mais o elevado nº de projetos apresentados devido ao Plano de Universalização de Energia Elétrica, em especial a Resolução ANEEL N.º 223 de 29 de abril de 2003 (em 2003 foram em torno de 4.000 projetos e a previsão para 2006 é de 8.000 projetos), a RGE resolveu pela quebra total de paradigma, mudando radicalmente a forma de orçar os projetos de redes de distribuição de energia elétrica, passando de um sistema de orçamentação totalmente MANUAL COM 100% DE INTERVENÇÃO HUMANA, PARA UM SISTEMA AUTOMATIZADO SEM INTERVENÇAO HUMANA. PALAVRAS-CHAVE Automatização de orçamentos de redes de distribuição de energia elétrica; Orçamentos de redes de distribuição de energia elétrica; XML INTRODUÇÃO A RGE, Rio Grande Energia S.A. desde o início de 2004, para atender às normas instituidoras do Plano de Universalização de Energia Elétrica, em especial a Resolução ANEEL N.º 223 de 29 de abril de 2003, instituiu um procedimento para identificar todos os domicílios sem energia elétrica na sua área (para confirmação dos números divulgados pelo CENSO IBGE 2000, referência base da Resolução 223/2003 da ANEEL). Assim, estas ações resultaram em um Cadastro de Universalização, que objetivava apenas tornar conhecido o número de domicílios sem energia situados na área de atuação da RGE. 1/9

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21 a 25 de Agosto de 2006Belo Horizonte - MG

Automatização de Orçamentos de Projetos de Redes de Distribuição de Energia Elétrica

Eng. Rubens Valdetar Silva Barcelos Téc. Laércio Elias Rosa Rio Grande Energia S.A Rio Grande Energia S.A

[email protected] [email protected]

Téc. Fábio da Silva Ferreira Téc. Ben-Hur Knabben Rio Grande Energia S.A Rio Grande Energia S.A

[email protected] [email protected]

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo apresentar o desenvolvimento da geração automática de orçamentos para redes de distribuição de energia elétrica via ambiente gráfico na Rio Grande Energia S.A - RGE. Através deste trabalho, mostraremos como era a elaboração de orçamentos na RGE e como está o processo de transição até atingir o modelo desejado. Devido ao processo atual de orçamentação ser totalmente manual, o tempo dispendido nesta atividade equivale há aproximadamente 50% da análise global de um projeto. Fora esta questão de tempo, também há a questão da confiabilidade no orçamento, pois como há 100% de intervenção humana, a chance de falhas existe. Analisando este panorama atual e mais o elevado nº de projetos apresentados devido ao Plano de Universalização de Energia Elétrica, em especial a Resolução ANEEL N.º 223 de 29 de abril de 2003 (em 2003 foram em torno de 4.000 projetos e a previsão para 2006 é de 8.000 projetos), a RGE resolveu pela quebra total de paradigma, mudando radicalmente a forma de orçar os projetos de redes de distribuição de energia elétrica, passando de um sistema de orçamentação totalmente MANUAL COM 100% DE INTERVENÇÃO HUMANA, PARA UM SISTEMA AUTOMATIZADO SEM INTERVENÇAO HUMANA.

PALAVRAS-CHAVE

Automatização de orçamentos de redes de distribuição de energia elétrica; Orçamentos de redes de distribuição de energia elétrica; XML INTRODUÇÃO A RGE, Rio Grande Energia S.A. desde o início de 2004, para atender às normas instituidoras do Plano de Universalização de Energia Elétrica, em especial a Resolução ANEEL N.º 223 de 29 de abril de 2003, instituiu um procedimento para identificar todos os domicílios sem energia elétrica na sua área (para confirmação dos números divulgados pelo CENSO IBGE 2000, referência base da Resolução 223/2003 da ANEEL). Assim, estas ações resultaram em um Cadastro de Universalização, que objetivava apenas tornar conhecido o número de domicílios sem energia situados na área de atuação da RGE.

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Em decorrência do volume de imagens no cadastro, houve um aumento no número de projetos que necessitam análise e orçamentos, para definição de custos,Adicionalmente havia entrada de pedidos através do envio de projetos elaborados pelo projetista de acordo com a solicitação do cliente ao 0800900900. Desta forma, os números anuais se caracterizaram conforme gráfico 1. Gráfico 1 – Nº de projetos

0

2000

4000

6000

8000

10000

2003 2004 2005 Prev. 2006

Projetos e Orçamentos

Analisando as informações do gráfico 1, e se considerarmos que este numero de projetos com análise e orçamentação tornou-se uma restrição no cumprimento dos prazos legais, a RGE resolveu alterar a forma de orçamentação. Abaixo descreveremos os dois processos de orçamentação da RGE. 1) Processo Atual de orçamentação manual, com 100% de intervenção humana: A RGE recebe o projeto elaborado em AUTO-CAD numa planta em formato padrão ABNT(papel). A partir desta planta, geramos o orçamento através do Sistema PCO (Planejamento de Controle de Obras da RGE) que é o programa que controla todo o processo de execução de obra, inclusive o orçamento. A geração deste orçamento é elaborada poste a poste, onde tudo que é atividade ou material relacionado a cada poste, temos que incluir no PCO manualmente. Daremos um detalhamento de cada tela do orçamento no Sistema PCO, explicando de forma resumida como hoje são gerados os orçamentos na RGE. Passo 1: Na figura 1 abaixo, aparece a tela (Guia Dados Gerais) do PCO onde têm que ser preenchidos, tensão AT, tensão BT, classe de tensão, campos Km de AT, BT, conjugada, tipo de participação, entre outros dados. Esta é a guia inicial do orçamento, onde todos os dados preenchidos são referência para todo o orçamento.

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Figura 1 – Guia dados gerais Passo 2: Na figura 2 abaixo, aparece tela (Guia Mão-de-Obra) do PCO onde têm que ser preenchidos todos os campos que estão sendo solicitados, a distância refere-se ao ponto de recebimento dos materiais pela empresa executora do projeto até o local da obra. Esta é a segunda guia do orçamento, e também todos dados preenchidos são referência para todo o orçamento.

Figura 2 – Guia Mão-de-Obra Passo 3: Na figura 3 abaixo, aparece a tela (Guia Itens Orçamento) do PCO onde incluímos os postes existentes no projeto, onde tenha alguma atividade e/ou material relacionado ao mesmo.

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Figura 3 – Guia Itens Orçamento Passo 4: Ao criar um poste na guia anterior (figura 3) aparecerá a tela da figura 4 abaixo com estas 5 guias (Geral, Rede, Diversos, Itens Adicionais, Equipamentos). São nestas guias que orçamos tudo que é necessário para o poste em questão. A seguir iremos dar um panorama geral sobre estas cinco guias. Na Guia Geral, preenchemos o nº do poste o qual estamos trabalhando (no projeto cada poste vem numerado), o tipo de operação (INCLUSÃO, RETIRADA ou DESLOCAMENTO), se há trabalho com linha viva neste poste, se há obra extraordinária (trabalho realizado em sábados, domingos e feriados). Nesta guia, todos os dados preenchidos são referência para somente este poste.

Figura 4 – Tela de orçamentação

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Passo 5: Na Guia Rede (Figura 5), preenchemos o poste que estamos projetando, a estrutura de rede primária, assim como condutor e a estrutura de BT e condutor.

Figura 5 – Guia Rede

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Passo 6: Na Guia Diversos (Figura 6), orçamos as conexões necessárias, os estais, os aterramentos, os ramais de BT com conexões e estribos de BT.

Figura 6 – Guia Diversos Passo 7: Na Guia Itens Adicionais (Figura 7) são adicionados materiais e mãos de obras que não estão presentes em nenhuma estrutura já existente. Esta Guia é utilizada para “ajustes finos” no orçamento.

Figura 7 – Guia Itens Adicionais

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Passo 8: Nesta última Guia Equipamentos (Figura 8) são orçados transformadores, chaves, pára-raios, elos e corta-circuitos de BT.

Figura 8 – Guia Equipamentos Após concluída esta parte de digitação de todos estes pontos, o programa calcula o custo dos materiais e da mão-de-obra para a execução do projeto, apresentando estas informações em forma de relatórios. Todo este processo até a obtenção dos relatórios consome bastante tempo do analista, dependendo da quilometragem de rede BT/MT a ser reestruturada ou construída, da quantidade e tipos de equipamentos, postes, estruturas a serem instalados, onde toda forma de entrada de dados no sistema é manual. Com este processo atual, e a crescente demanda de projetos entrantes, que necessitam orçamentação, teremos que ganhar agilidade com a inclusão de tecnologia, pois atualmente estamos com um prazo médio de orçamentação superior a 10(dez) dias, para uma demanda de 300 orçamentos semanais. 2) Processo de Orçamentação Automatizado: A RGE continuará a receber o projeto elaborado em AUTO-CAD numa planta em formato padrão ABNT(papel) para análise técnica, porém estará recebendo juntamente um arquivo eletrônico, com todas as informações do projeto gráfico, traduzido por tipos de estruturas, equipamentos e descrição dos serviços de mão-de-obra, o qual chamaremos de arquivo XML. Este arquivo interagirá com o PCO, gerando de forma automática o orçamento. Passo 1: Este arquivo XML será gerado de forma automática através do AUTO-CAD, enquanto o projeto esta sendo desenhado. A ação da RGE será realizar o “download” deste arquivo XML que já estará no Sistema PCO, gerando o orçamento de forma automática. Abaixo na figura 9 mostramos o arquivo XML entregue no PCO. A indicação da figura 9 mostra que ao elaborar o projeto, o arquivo XML já foi disponibilizado no PCO para utilização da RGE. Figura 9 – Uploado do XML Abaixo em vermelho, um exemplo de arquivo XML. Os dados preenchidos entre as tag’s ( ><), são importados de forma automática para o PCO, desta forma gerando o orçamento. <?xml version="1.0" encoding="ISO-8859-1" ?> <ORCAMENTO> <ORC_PRINCIPAL> <obra_ei>18229.04</obra_ei> <orc_antipoluicao_orla_maritima>S</orc_antipoluicao_orla_maritima>

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<orc_classe_isolacao_at>15 KV</orc_classe_isolacao_at> <orc_consum_acresc>1</orc_consum_acresc> <orc_consum_benef>0</orc_consum_benef> <orc_custo_transp_logistica>N</orc_custo_transp_logistica> <km_at>0</km_at> <km_bt>0</km_bt> <km_conjugada>0</km_conjugada> <orc_observacao /> <orc_qtd_km_almox_obra>0</orc_qtd_km_almox_obra> <orc_qtd_rocada>0</orc_qtd_rocada> <orc_qtd_desmatamento>0</orc_qtd_desmatamento> <orc_qtd_poda_arvores>0</orc_qtd_poda_arvores> <orc_qtd_conserto_calcadas>8</orc_qtd_conserto_calcadas> <orc_qtd_montag_lumin>0</orc_qtd_montag_lumin> <orc_qtd_cabos_telef>0</orc_qtd_cabos_telef> <orc_qtd_lumin>0</orc_qtd_lumin> <orc_qtd_postes>0</orc_qtd_postes> <orc_qtd_desmatamento_m2>0</orc_qtd_desmatamento_m2> <orc_qtd_rocada_m2>0</orc_qtd_rocada_m2> <orc_tensao_at>13,8 KV</orc_tensao_at> <orc_tensao_bt>380/220 V</orc_tensao_bt> <tipo_orcamento>Normal</tipo_orcamento> <orc_tipo_particip>NENHUMA</orc_tipo_particip> <orc_tipo_univers>r</orc_tipo_univers> </ORC_PRINCIPAL>

<ORC_ITENS> <orci_nro_seq_poste>3</orci_nro_seq_poste> <orci_operacao>INCLUSÃO</orci_operacao> <orci_manutencao>N</orci_manutencao> <orci_Nro_fase>1</orci_Nro_fase> <orci_poste_levantado>N</orci_poste_levantado> <orci_poste_existente>N</orci_poste_existente> <orci_mult_posteacao>1</orci_mult_posteacao> <orci_poste_tipo>MADEIRA</orci_poste_tipo> <orci_poste_altura>11</orci_poste_altura> <orci_prim_cod_poste>360021</orci_prim_cod_poste> <orci_concretagem_base>N</orci_concretagem_base> <orci_tipo_solo>SOLO B</orci_tipo_solo> <orci_engastamento>N</orci_engastamento> <orci_rede_primaria>S</orci_rede_primaria> <orci_mult_prim>1</orci_mult_prim> <orci_prim_nro_fases>3</orci_prim_nro_fases> <orci_prim_estrut_at>T1</orci_prim_estrut_at> <orci_prim_cod_condutor>530042</orci_prim_cod_condutor> <orci_prim_nro_fases_2>3</orci_prim_nro_fases_2> <orci_prim_cod_condutor_2>530042</orci_prim_cod_condutor_2> <orci_tipo_solo_estai>SOLO B</orci_tipo_solo_estai> <orci_cod_estais_1>EA1</orci_cod_estais_1> <orci_qtd_estais_1>1</orci_qtd_estais_1> <orci_multiplicador_qtd>1</orci_multiplicador_qtd> <orci_linha_viva>N</orci_linha_viva> <orci_obra_extraordinaria>N</orci_obra_extraordinaria> <orci_sec_cod_condutor_neutro /> </ORC_ITENS> </ORCAMENTO>

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Passo 2: Com a importação do arquivo e a orçamentação automática realizada, basta uma conferência nos orçamentos gerados, verificando se materiais e mão-de-obra estão corretos e o projeto estará pronto para a execução da obra.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A RGE espera com a implantação deste processo:

• Redução do tempo de orçamentação, para todos os casos, para a unidade temporal “MINUTOS”. Conforme tabela 1, a previsão é de reduzir em torno de 75% o envolvimento do analista com a orçamentação no momento em que já estiver 100% implantada a geração automatizada de orçamento.

Valor do orçamento em R$ 10.000,00 30.000,00 100.000,00

Tempo atual de geração do orçamento no PCO em

minutos 60 240 360

Tempo previsto de geração do orçamento no

PCO com o XML em minutos

15 60 90

• Confiabilidade e agilidade do processo. Confiabilidade com relação a refletir no orçamento o

projeto, pois hoje como há a intervenção humana na geração do projeto e após na geração do orçamento podem e ocorrem distorções entre o que foi projetado e o que foi orçado. Com a geração automática do arquivo XML acaba este problema, porque haverá uma única entrada de dados, tanto para o projeto quanto para o orçamento. E agilidade pois conforme tabela 1 o tempo dispendido no orçamento de um projeto diminuirá 75%.

• Liberação dos Analistas de Projetos desta atividade, que hoje consome 50% das suas atividades

diárias.

• Possibilitar a implantação da Primarização dos Projetos da RGE para o ano de 2006.