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    Acho importante que a UFF

    crie uma forma da comu

    nidade conhecer melhor a

    instituio. A ponte que a

    nossa organizao j fez com

    a universidade um curso

    de extenso de pedagogia

    social, que vai ao encontrodo trabalho social que ns

    fazemos, temos uma obra

    social que abrange a educa

    o. Temos uma escola e a as-

    sistncia social. E esse curso

    foi compartilhado por vrios

    profissionais da nossa insti

    tuio. Fora isso, eu no se

    como a UFF trata a questo

    da religio, aqui estudamos

    a doutrina esprita. Mas cer

    tamente h outras atividades

    que a universidade apresen

    ta, e que no conheo, mas

    gostaria que a UFF divulgas

    se melhor. Carlos Alberto

    Pereira, diretor da Sociedade

    Esprita Fraternidade

    Tenho s 17 anos, mas sem-

    pre ouvi falar sobre a UFF,

    afinal, sou de Niteri. Quan-

    do comecei a estudar para

    o vestibular optei por tentar

    a licenciatura em Letras Por-

    tugus-Ingls. Pesquisando

    as melhores faculdades nes-

    ta rea vi que a UFF estava

    no topo, entre as melhores

    universidades do pas. Foi

    ento que decidi que ela se-

    ria a melhor escola para mim,

    que quero trabalhar com tra-

    duo. Se entrar para a UFF,

    claro, vou ficar muito feliz!

    Fernanda Romeno, 17, estu-

    dante do Ensino Mdio

    J trabalhei em outros jornais

    de Niteri, como O Flumi-

    nense, e a UFF sempre esteve

    presente em nossas pautas.

    A universidade tem grande

    importncia no que diz res-

    peito formao de profis-

    sionais qualificados. No

    toa que ela referncia no

    s na cidade mas no estado

    do Rio. Para alm do universoacadmico, a UFF tem inves-

    tido muito na rea da cultu-

    ra. Esse destaque essencial

    para falar da contribuio da

    universidade que beneficia

    no s os niteroienses que

    dela usufruem, como leva

    seu conhecimento para alm

    dos prprios muros. Ruy Ma-

    chado Junior, chefe de repor-

    tagem de A Tribuna

    Fui aluno da UFF em Histria,

    fiz um perodo do doutorado

    em literatura, e agora fao

    prova para o doutorado em

    Geografia. Espero voltar pra

    UFF no ano que vem. A gentecostuma brincar dizendo que

    a universidade praticamen-

    te uma prefeitura, maior que

    ela. A UFF tem uma posio

    consolidada em Niteri, na

    produo de conhecimento e

    na formao de grandes qua-

    dros. Andr Diniz, presidente

    da Fundao de Arte de Niteri

    Trabalho em Niteri h 15

    anos e vejo a presena da

    UFF na cidade como funda-

    mental para o meu trabalho.

    Boa parte dos passageiros

    que eu levo durante o pero-

    do de aula da universidade,

    principalmente professores.Quando h congressos e en-

    contros, por exemplo, a coo-

    perativa e eu, somos muito

    procurados. Edson da Silva

    Reis, taxista

    Claro que a UFF, assim como

    todas as universidades fede-

    rais, de extrema importn-

    cia, no s pra Niteri, como

    para o Brasil! Pois muitos es-

    tudantes de outros estados

    esto na UFF, que no foi enunca ser privatizada, pois

    no vamos permitir! Alm dis-

    so, governos de direita com-

    prometidos com a lgica do

    capital esto cada vez mais

    perdendo fora. Cac Meire-

    les, cmera, ncora e reprter

    da TV Comunitria de Niteri

    Eu acho genial a Universida-

    de, por mais que algumas

    pessoas critiquem. Vejo uma

    instituio dinmica, com ex-

    celentes professores e que

    busca fazer e acontecer. Coisa

    que os alunos devem aprovei-

    tar ao mximo. Na UFF, cursei

    histria. Pelo lado cultural

    estou vibrando por causa da

    reinaugurao do Centro de

    Artes e aguardando ansiosa-

    mente a do antigo cinema

    Icara. Marilda Ormy, Direto-

    ra Geral do Teatro Municipal

    de Niteri

    Trabalho aqui h 12 anos e

    na rea da Cantareira h mais

    de 25 anos. Vi tudo crescer.

    Lembro que era pouco mo-

    vimentado e quase no havia

    bares. Posso dizer que acom-

    panhei o desenvolvimento

    da UFF na regio e graas

    aos estudantes, professores

    e servidores da universidade

    que o Vestibularexiste. Fran-cisco Chagas, gerente do restau-

    ranteVestibulardoChopp

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    Seguindo a missoAlm de homenagear ex-alunos da UFF, esta

    edio tambm traz diferentes matrias sobre

    Unidades em destaque e aes acadmicas re-

    levantes para o alcance da excelncia desta Uni-

    versidade. Rene, ainda, entrevistas com alguns

    exemplos de profissionais da comunidade uni-

    versitria que dedicam significativas parcelas de

    seus cotidianos para que UFF seja reconhecida

    como espao de criao, transmisso e difuso

    de cultura, cincia e tecnologia.

    Os 70 anos da Faculdade de Enfermagem so

    motivos de destaque e celebrao, por ser esta

    uma Unidade tradicional na formao profissio-

    nal em nveis de graduao e ps-graduao,

    sempre pautada no desenvolvimento de uma

    sociedade mais comprometida com a preveno

    e a promoo da sade.

    Um retrato da Ps-Graduao da UFF, com desta-

    que para os nichos de excelncia, sinaliza a pre-

    ocupao desta Universidade na busca por pa-

    dres de formao qualificada e universalizada.

    Os desafios de formao profissional so ressal-

    tados pelas aes empreendidas na formao

    de professores nos Cursos de Licenciatura e na

    O Programa Prata da Casa, criado em 2007, se-

    gue a sua misso de conhecer e acompanhar as

    trajetrias de ex-estudantes de graduao e ps-

    -graduao da Universidade Federal Fluminense

    (UFF) e compartilh-las com a sociedade. Ao pro-

    mover o estreitamento das relaes entre a UFF

    e seus egressos, o Prata da Casa contribui para oaumento da cultura de aproximao dos ex-es-

    tudantes instituio, de modo que as relaes

    no se encerrem quando da concluso de seus

    cursos. Por meio da associao a este Programa,

    os ex-estudantes da UFF podem divulgar seus

    trabalhos e os eventos dos quais participam,

    conhecer a trajetria e localizar colegas, trocar

    mensagens, ou mesmo obter notcias da UFFatravs de sua pgina oficial, ou de redes sociais,

    como twittere facebook.

    Uma das expresses deste Programa a premia-

    o anual concedida aos profissionais formados

    pela UFF com atuaes de destaque em diferen-

    tes reas profissionais; uma oportunidade para a

    comunidade acadmica da UFF manifestar todo

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    UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSEReitor

    Sidney Luiz de Matos Mello

    Vice-reitor

    Antonio Claudio Lucas da Nbrega

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    6Luiz Pedro Jutuca

    9Bia Bedran

    12Marcos Isaac Assayag

    15Marcelo Carnaval

    18Sidney Mello: nova fase na UFF

    20Benjamin Quadros

    Coordenao Geral

    Arlete Eni Granero

    [email protected]

    Jornalista Responsvel

    Denise Tavares da Silva

    [email protected]

    MTB.: 20668

    Diagramao

    ildo nascimento

    [email protected]

    Esta publicao foi produzida porestudantes bolsistas do curso de Comunicao Socialda UFF (Jornalismo e Publicidade)

    Reportagem

    Las Carpenter

    no3 - Dezembro/2014

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    ro perodo de Mestrado eu acabei oscrditos na Fluminense para me tornarbacharel tambm, lembra, destacandoque estas escolhas o levaram a cursar,ao mesmo tempo, a UFF e a UFRJ.

    Duas casas

    Eu nasci em 29 de junho, dia deSo Pedro, por isso me chamo Luiz Pe-dro. Foi em 1954. Nasci em Salvador,mas o meu pai me registrou no Rio deJaneiro, conta o reitor. Na capital flu-minense passou a infncia e a adoles-

    cncia, at comear a jornada na UFF.Dela, lembra de vrios professores,destacando Marilda Simes Leite e C-cero Mauro Fialho. Mantenho contatocom colegas e amigos da UFF. Ali eu te-nho amigos de mais de 30 anos. A UFF, como instituio, minha segunda ca-sa, diz, lamentando no ter nenhuma

    foto da poca em que era estudanteda universidade. Formado, acabou in-do parar na Unirio, onde ingressou em1979, antes mesmo de ter concludo omestrado, para ser professor de mate-mtica, no curso de biomedicina.

    Na sua longa jornada na institui-o ajudou a criar o departamento de

    Muitos colegas no entenderam.Mas ele sabia o que buscava. Apesar demorar no Rio e ter sido aprovado tam-bm na UFRJ, Luiz Pedro San Gil Jutu-ca nunca teve dvidas: era na FederalFluminense que faria sua graduao.A certeza surgiu desde que descobriuque a UFF era a nica universidade p-blica que tinha, naquele momento, umprojeto totalmente focado em lgicamatemtica. Eu tinha a opo paraentrar na UFRJ, mas ouvi falar deste

    projeto, que s existia na UFF, contao atual reitor da Universidade Federaldo Estado do Rio, a Unirio. A escolhao fez enfrentar, inclusive, as piadas dapoca. Tinha uma mxima entre oscolegas, que carioca burro estudavaem Niteri. Em hiptese alguma! Eu fuipra l por opo, recorda.

    Morador de Vila da Pena, Jutucapegava nibus e barca todos os diaspara chegar em Niteri e seguir emdireo ao Instituto de Matemtica,no Campus do Valonguinho, onde seformou em licenciatura e bachareladoem Matemtica. Meu interesse pelamatemtica comeou cedo. Ele vem da

    confirmando a antiga vocao ao ensi-no. Outra atividade que sempre o mo-tivou foram as orientaes de IniciaoCientfica que dialogavam com os pro-

    jetos que desenvolveu no Mestrado eno Doutorado. E mesmo estando emuma universidade sem ps-graduaoem Matemtica, ele manteve suas pes-quisas, atuando junto com professoresda UFF e de outras universidades. Isso para mostrar como eu sempre esti-ve, de alguma forma, ligado Federal

    Fluminense. Coisa que eu me orgulhomuito, comemora, sorrindo.

    Paixo pela matemticano acaba

    Como reitor da Unirio, Jutuca viveos altos e baixos de uma universidadeque aderiu ao REUNI - Programa deReestruturao e Expanso das Univer-

    sidades Federais, institudo em 2007- mas no conseguiu ainda, por ques-tes de ordem administrativas, realizartudo que foi planejado. Ns temosprojetos decorrentes do REUNI aindaem andamento. Os estudantes fazemuma presso forte para concluir logo eeu espero ter a possibilidade de que is-

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    Ele Prata da Casa no s por terestudado na UFF mas por ter contri-

    budo e permanecer contribuindo

    para o crescimento dessa institui-

    o. Parabns Jutuca depoimento

    do ex-reitor da Universidade Federal

    Fluminense, Roberto Salles.

    tos. Para ele, Gil San Jutuca um gran-de companheiro e amigo e sempre semostra disposto a ajudar a todos.

    Conheo o professor Jutuca bem

    antes de ele ser Reitor, o que me per-mite constatar que ele guarda a mes-ma simplicidade, bom senso e sensibi-lidade para perceber e valorizar o queas pessoas tm de melhor. um gestorextremamente objetivo e lgico, o quefacilita, sobremaneira, a convivnciadiria, fala Maria das Graas Madeira,

    chefe de gabinete. O que precisodestacar o quanto ele busca ampliarinternacionalmente os horizontes daUnirio, emenda Tania Mara Silva, pro-fessora da Educao.

    ambos com mais de 30 anos, Jutucapensa sua vida sempre incluindo o tra-balho. Eu no consigo ter um final desemana sem pensar no trabalho. No

    existe esse afastamento completo, se-ja na questo administrativa, seja naquesto acadmica. O nosso dia a dia preenchido o tempo todo por ques-tes de matemtica e por questesadministrativas, ressalta. Para quebrareste ritmo, faz algumas viagens de f-rias com a esposa mas confessa que foiuma viagem a trabalho que fez ao Ja-po, uma das que mais o impressionourecentemente.

    Considerado um bom administra-dor de conflitos por seus pares, Jutuca

    foi vice-reitor por duas vezes - em 2004e 2011 - e, finalmente, reitor, escolhidoaps consulta comunidade. O pro-fessor Jutuca um cara mpar, gente

    boa. Ex-aluno da UFF, sempre mantevecontato com a instituio. Alis, depoisque terminar esse mandato dele naUnirio, vou cham-lo para ser Reitor daUFF, brinca Roberto Salles, que aca-bou de entregar o cargo de reitor daFederal Fluminense, aps dois manda-

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    tias e primas, participou da grandefesta de inaugurao do Quintal TeatroInfantil, na rua General Rondon, nme-ro 15, do bairro So Francisco, em Ni-teri. Com duzentos lugares, o teatrofoi erguido no quintal da tia Wandirce.O projeto arquitetnico era de JunirBrando - marido de Wilma. Ao todo,23 familiares se envolveram com a pro-posta. Tanto quanto Bia, que ainda semter completado 18 anos, passou a con-viver com as mltiplas experimenta-

    es de cenrios, figurinos, iluminao,manejo de bonecos e, tambm, com omundo das canes populares brasi-leiras, que lhe revelaram um universocultural extremamente rico, profundoe diversificado.

    Os aprendizados no Quintal am-pliaram a inquietude da artista. Logo,

    a vontade de levar o que fazia a vrioscantos do Brasil fez surgir o Bloco da Pa-lhoa, formado por Bia, seu ex-maridoVitor Larica, e o maestro Ricardo Me-deiros. O folclore brasileiro era a basedo trabalho. O folclore est em mo-vimento, no uma redoma. Por isso,a gente queria ouvir o que restava da

    se apresentando com atores consagra-dos como Dina Sfat, Paulo Jos, NeyLatorraca e Grande Otelo. Apesar deavaliar a experincia positivamente,confessa que se sente escolhida pe-la linguagem infantil o que a levou ase formar em educao artstica. As-sociam meu nome a feira de escola eeventos culturais. A propaganda aprpria msica que toca nas escolas ea minha obra literria que mais re-cente, diz. Ao todo, tem hoje dez cds

    gravados que totalizam mais de 140canes. Bia tambm trabalhou comteleviso, no Conta Conto, na TVE. Em87 eu fui convidada para fazer um pro-grama que fizesse frente linguagemcomercial. Um programa em que o fo-co seria a msica, a imaginao e a cul-tura brasileira, fala, completando que

    adorou o projeto.Da literatura ao cantoe vice-versa

    Em 1996 Bia lanou seus primeiroslivros, as releituras A Sopa de Pedra eO Pescador, O Anel e o Rei. Mas logoescreveu as prprias histrias, como acoleo Cabea de Vento em 2003 O

    Uma infncia com aulas de cantoe flauta doce. At que um dia foi pararnos Festivais da Cano em Niteri, le-vada pelos pais, que nunca deixaramde incentiv-la. Assim, com msicas,afetos e sonhos ao vento, Bia Bedran- que um dia foi Beatriz - costurou suavida artstica que ao longo do tempomultiplicou-se em muitas faces. Mas a msica quem mais a acompanha emtodos os dias: Bia Bedran cantarola en-quanto caminha na rua, enquanto cir-

    cula pela casa, enquanto se arruma pa-ra dar esta entrevista... a msica quea levou a amar as viagens. E a estradasempre me ofereceu boas oportunida-des para compartilhar minha arte.

    Hoje, olha para o que viveu e temcerteza das escolhas que fez. No foiassim sempre. Quando mais jovem,

    achava que precisava de uma faculda-de para, afinal, encontrar uma profis-so. Primeiro, escolheu Qumica. Logoviu que no era. Acabou encontrandoa musicoterapia no Conservatrio Bra-sileiro de Msica. Durante quatro anospesquisei esse limite da arte teraputi-ca Mas no fiz o curso para ter consul-

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    voando. Ele chamado de cabea devento por conta disso. uma repreen-so, mas ele fica intrigado com aquiloe comea a imaginar, porque acha queo que o vento faz muita coisa boa. Nofinal, quer ser cabea de vento parasempre, fala, sorrindo. Os livros, se-gundo ela, so seus xods. O que adeixa feliz saber que a criana ouve ahistria e depois corre para o livro, semse importar se ali a histria est dife-rente. O que interessante que ela

    mergulha na outra linguagem.Bia foi uma criana artista mas tam-

    bm arteira e sempre se importou como meio ambiente e a natureza, contaLaura, sua irm caula. Eu lembro queela comandou uma entrada em um s-tio para soltar todos os pssaros queestavam presos l, e isso gerou uma

    grande confuso, briga entre os vizi-nhos, e a bronca do nosso pai, contaLola, como Bia gosta de chamar a pro-fessora de publicidade na UFF e umadas maiores incentivadoras da irm.Por isso, aproveitou j ter passado pe-lo mestrado e doutorado para dar umempurrozinho volta da irm vida

    sua dissertao de mestrado pela UFF,em 30 de junho de 2010. A obra foi pu-blicada pela editora Nova Fronteira.

    Da Federal Fluminense, lembracom carinho dos professores que a in-centivaram e lhe deram segurana.Eles me ajudaram de uma maneirainesquecvel e forte. Esse estudo, numnvel profundo da arte, foi fantstico!Eu considero este trabalho um dosgrandes momentos da minha vida.Aprendi a escrever de verdade, cele-

    bra. O professor Luiz Srgio de Olivei-ra, coordenador da ps-graduao docurso de Artes, que fez a orelha do li-vro de Bia, no discorda. Ela deu umacontribuio importante, porque mui-tas vezes a Universidade alicerada

    em certas verdades que o artista ajudaque sejam vistas de outra maneira, pa-ra alm das lgicas que so assertivas.As coisas so mais imprecisas e fludas,e a Bia ajudou a gente a pensar isso.

    Completando 59 anos em 2014, BiaBedran segue a vida, sempre com no-vos planos. Na travessia at aqui, almda longa e frtil relao com a arte,tambm se tornou a me de Elisa, que formada em cinema e tem 29 anos,e de Julieta, que professora da esco-

    la Britnica e est com 33 anos. A filhamais velha, de certo modo, segue a tra-dio artstica da famlia: gravou com ame quando tinha seis anos e continuacantando. Mas, de forma amadora.

    Pesquisa e

    literatura

    infantil:

    legado de

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    Nossa filha, antes mesmo de fa-lar mame, falou mengo. Quando elanasceu, na porta do seu quarto namaternidade, ficou uma mini-camisa

    do Flamengo, enquanto na das outrasmeninas s havia decorao de prince-sinha, confirmou a esposa Sibele, casa-da com Marcos h 38 anos.

    Sem dvida! A bandeira rubro ne-gra domina a sala no belo prdio da Pe-trobras, na Avenida Repblica do Chile,no centro do Rio de Janeiro, onde o

    executivo recebeu a equipe do Prata daCasa. No haveria muito tempo porquea agenda do gerente executivo MarcosAssayag daquelas que emenda umareunio na outra. Por isso no deixoude ser surpreendente encontrar umapessoa que respondeu calmamente atodas as perguntas e em nenhum mo-

    mento perdeu o bom humor.Trabalhando hoje na sede da Petro-

    bras, Marcos Isaac Assayag, que nas-ceu em Manaus em 19 de fevereiro de1952, ingressou na empresa, aprovadopor concurso pblico em 1975. O inciodestes quase 40 anos na estatal brasi-leira foi em Salvador mas a vontade de

    ele, novamente, que em 2007 levouo prmio mximo da indstria offsho-re, o OTC Distinguished AchievementAward for Individuals. Desta vez, o fo-

    co da premiao era bem recortado:Marcos Assayag ganhava a distinopor sua contnua contribuio para aindstria de petrleo mundial, atravsde seu estmulo e reconhecido esforono desenvolvimento de novas tecnolo-gias de produo em guas profundas.Mas o prmio no mudou sua forma de

    perceber o trabalho que faz. Hoje ho Pr-sal a 2200 metros de profundi-dade. Isso fruto de um trabalho quevem sendo feito h muito tempo, pormuita gente, diz.

    Esta percepo da importncia daequipe sempre acompanhou sua tra-jetria profissional, cuja formao se

    deu na UFF, no curso de EngenhariaMecnica. Minha inteno era ser en-genheiro civil porque meu irmo j erah sete anos e me falou que seria fcilpara eu arrumar um emprego. Mas nomeio do processo eu acabei fazendomecnica. Quem lembra do estudantedesta poca confirma sua dedicao

    lembra que foi nos anos 1980 que en-frentou o que considera a maior difi-culdade de sua carreira na Petrobras,quando teve que ajudar a desenvolver

    o projeto em guas profundas. Nes-te perodo foi convidado a integrara equipe do Centro de Pesquisas daPetrobras (CENPES). Era muito impor-tante para a companhia possuir umgrupo de Engenharia Bsica forte emProduo do Petrleo. Um grupo quefosse preparado e qualificado para no

    depender de empresas do exterior,detentoras de tecnologia. Esta neces-sidade surgiu principalmente depoisque a Petrobras descobriu a Bacia deCampos. Foi ali que o CENPES come-ou a fazer o primeiro projeto 100%nacional de plataformas brasileiras.A grande vantagem desta mudanaera a adaptao s necessidades bra-sileiras e tambm trabalhar com for-necedores do pas. A mudana levoua estatal a criar, em 1986, o primeiroPrograma de Capacitao Tecnolgi-ca em guas Profundas, denominadoPROCAP, para fazer estudos, projetos epesquisas com todas as disciplinas de

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    A lembrana dos bons momentosno apaga as dificuldades da poca.Assayag lembra, por exemplo, que

    poca da Faculdade no existia a pon-

    te Rio-Niteri. Sempre fui de barca, s

    fui de carro no dia da minha formatura.Eu estudava durante o percurso, no

    tinha trnsito, era muito tranquilo. A

    escola era um casaro arborizado, hoje

    so prdios e mais prdios. As turmaseram pequenas, quase como uma fa-

    mlia. E a gente ficava com a mesma

    turma at o fim, conta.Ainda durante o curso, conseguiu

    estgio na empresa Cruzeiro do Sul,uma companhia area, que foi com-

    prada pela Varig. Outro estgio foi em

    uma empresa de pintura, localizada

    em Duque de Caxias. Com isso, seu cir-

    cuito dirio passou a integrar as trs ci-

    dades, Caxias, Niteri e Rio de Janeiro,

    onde passou a morar com o irmo, de-

    pois que os pais voltaram para Manaus.

    A circulao pela capital e cidades flu-minenses s ampliaram seu amor pelo

    estado. O que no o impede de confes-

    sar que seu hobbyfavorito viajar pelo

    mundo. Somando as viagens que fez atrabalho e a lazer, diz conhecer mais de

    70 pases. Adoro visitar novos pases.

    novas culturas, conversar com novas

    pessoas, aprender com elas e aplicar

    este conhecimento tanto na vida pes-soal quanto na profissional.

    As viagens, tambm, so uma for-

    ma de aproveitar melhor a famlia. A

    minha esposa trabalhou tambm na

    Petrobras e sempre me deu muito su-porte. Eu tenho dois filhos, uma me-

    nina de 35 anos, administradora de

    marketingque mora na Frana, Irene, e

    meu filho de 29 anos, Mrcio, que tra-balha em Cubato, Santos. O carinho

    e orgulho com que se refere mulher,

    recproco.Ele vai at o fim para con-

    seguir o que quer. No se intimida comnada, resume a esposa. Uma postura

    que conquista a admirao de quem

    o conhece a partir do trabalho. Foi sua

    dedicao profissional que proporcio-nou o que Marcos Assayag considera

    um dos momentos mais marcantes da

    sua histria. Em 2008, foi admitido naOrdem Nacional do Mrito Cientfico,por contribuies prestadas Cincia

    e Tecnologia do Pas, na classe de co-

    mendador. A medalha foi entregue

    pelo ento presidente Lula e hoje re-pousa na sua sala, fazendo companhia

    sua amada bandeira do Flamengo.

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    Menos de um ano an-tes da Vila Cruzeiro serocupada pela UPP, Unida-de de Polcia Pacificadora,Marcelo Carnaval estaval, cobrindo uma incursodo BOPE na favela. A situa-

    o era crtica porque um policial tinhasido assassinado e as balas voavam portodos os lados. Em busca de proteo,Carnaval, junto com um colega fotgra-fo do Jornal do Brasil, se escondeu atrsde um muro. Mas logo perceberam quetinham escolhido o pior lugar para fi-car A gente viu uma fumacinha l no

    morto em um tiroteio no centro do Riode Janeiro. A imagem, correu o mundo,lhe deu tambm o importante prmioRei da Espanha, mas traz, tambm, aface sombria do cotidiano da profis-so: Nesses momentos tensos, a gentefotografa muito pouco, fala Carnaval

    para, em seguida, tentar afastar o siln-cio com a memria do que considerao momento mais especial da carreira:a conquista do prmio Esso, em 2006.Ali eu pude agradecer ao meu pai e aminha me e mostrar para eles que o fi-lho deles no era vagabundo, resume.

    Carioca Marcelo Carnaval Valporto

    mostrar os esportes que fi-zeram parte dos Jogos Pan--americanos. A viagem durou 70 diase contou com a companhia da esposa,Adriana, tambm fotgrafa, e do casalde filhos, Nina e Guido, que tinham 12e 9 anos, respectivamente, na poca.

    Sem produtor, a jornada com ares deaventura no foi fcil, pois o tempo erasempre muito curto para encontrar aspessoas que precisava, em lugares quepraticamente desconhecia.

    J a sua viagem frica do Sul, porconta da Copa de 2010, foi um poucomais tranquila Desta vez contou com

    Prmio Esso deFotojornalismo,2006.Melhor foto no23 Prmio Reide Espanhade Jornalismo,2007

    Salto ornamenta

    Rio 200

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    De encontro profsso

    A prateleira cheia de mquinas fo-togrficas na casa de Marcelo Carna-val mostra uma relao iniciada antesmesmo de comear o curso de Jorna-lismo, no Instituto de Arte e Comunica-o Social da UFF. Como seu ingressona universidade seria no segundo se-mestre, seguiu o conselho do pai e fezdois cursos nos seis meses antes do in-cio das aulas: datilografia e fotografia.quela altura no imaginava que a es-

    colha seria decisiva no rumo que daria sua vida dali em diante: j na gradua-o foi monitor e bolsista do laborat-rio de fotografia. Era um cara pilhado,agitado. Durante a monitoria ele tinhaum estgio no Jornal do Brasil, docu-mentava jogo de futebol, ganhou umprmio da Ibria (1996)..., vai lembran-do Dante Gastaldoni, professor favori-to de Carnaval, ainda docente da UFFe que completa: Marcelo era inquie-to. Era daqueles alunos que subia emrvore e enfrentava o impossvel parafazer uma foto, resume.

    Tanta energia acabou levando Car-naval a multiplicar suas atividades En-

    profissional que, quando precisa fazeruma foto, fica totalmente envolvido ecoloca a questo profissional acima detodos os outros interesses. Entre diver-

    sas histrias que tm, Adriana lembrade uma bastante emblemtica, queenvolveu Paula Thomaz, a mulher deGuilherme de Pdua. Ambos assassina-ram a atriz Daniella Perez, em 1992. Napoca, Adriana trabalhava no Jornal doBrasil e Marcelo em O Globo.

    Os dois, mais o fotgrafo Nilton

    Claudinho, de O Dia, foram a uma Ma-ternidade no Caju, onde Paula tinhaacabado de dar a luz. O trio foi impedi-do de entrar e Marcelo, sem contar aoscolegas, ligou para O Globo, e este en-viou outra fotgrafa ao local. A estrat-gia era que esta se apresentasse comofamiliar de um paciente que estava in-

    ternado no mesmo corredor que Paula.Acabou no dando certo porque Niltonreconheceu a colega e alertou Adriana,que fez uma grande cena com os segu-ranas e estes acabaram retirando Mr-cia do hospital. A situao complicadaquase resultou no fim do casamento.Ali podia ter acabado A situao gerou

    Com tantos anos de profisso Car-naval convive hoje com os novos tem-pos da fotografia. Mas as redes sociaisno conseguiram seduzi-lo. At tentou.

    Investiu em um blog sobre fotografia,vinculado ao O Globo. Tinha, tambm,que avaliar fotos que as pessoas envia-vam. Era ruim porque as pessoas bri-gavam e reclamavam quando eu ava-liava negativamente as suas fotos, diz.A moda do Instagram tambm no opegou. Eu vou falar mal das fotos dos

    outros e vo me xingar. No vai dar cer-to. E ainda crtico aoselfie, foto que aspessoas tiram de si mesmas para pos-tar nas redes. Na verdade um grandeculto personalidade, todo mundo tirafoto de si mesmo na boa. Ningum tirafoto em lugares feios ou em situaesruins. Se fosse assim, seria mais diverti-do, fala, sorrindo.

    Tantas ressalvas, no entanto, noimpedem Carnaval de destacar o queconsidera positivo na tecnologia atu-al que a possibilidade maior de hojetodo mundo poder fazer foto de umflagrante. Para ele, esta nova situaoacaba tendo uma grande relevncia

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    Uma nova fase na UFF cada vez mais inclusiva

    A forma como apresentou as princi-pais ideias que resultariam no Prata da

    Casa diz muito de Sidney Luiz de MatosMello, o novo reitor da UFF, que tem co-mo companheiro de gesto o professor

    Antonio Claudio Lucas da Nbrega, doInstituto Biomdico. No bastasse o en-

    tusiasmo, o Prata explicita a importanciaque Sidney confere preservao dosvnculos com a universidade. s vezes,

    a gente esquece da UFF. E ela, de re-conhecer que aquele profissional tem

    relevncia. Fortalecer programas destanatureza importante para o prpriodesenvolvimento da instituio, diz. Es-

    ta via de mo dupla uma constanteem suas anlises e propostas, que noexcluem, inclusive, os desafios colocados

    por uma estrutura pblica que no estdevidamente aparelhada para uma ges-

    to eficiente. Quem somos ns? Eu souum gelogo! Posso ter aprendido muita

    coisa mas no sou brilhante em gesto,coloca, sem medo do diagnstico duro.O que s confirma sua fama, de quemprefere conhecer os limites, justamente

    para super-los.

    Professor do Departamento de Geo-logia do Instituto de Geocincia da Uni-

    versidade Federal Fluminense desde1984, Sidney Mello graduou-se em 1981,

    Recm-empossado, Sidney Mello organiza sua gesto dandoestratgias que miram a UFF entre as trs melhores federais do pas.

    sem eliminar o que j conquistamos,

    continuidade aos projetos de incluso mas tambm investindo emA base est segura. A etapa, agora, buscar mais qualificao,resume o novo reitor.

    na UFRJ, onde tam-bm fez o Mestrado

    entre 1989 e 1993. NaFederal Fluminenselogo juntou a docn-

    cia a cargos adminis-trativos, mantendo,

    ainda, as atividadesde pesquisa. Assim,sua travessia na UFF

    marcada por umatripla atuao: comopesquisador, profes-

    sor e gestor. Em al-guns momentos, feza balana pender

    para um dos trips.De 1995 a 99, a prio-

    ridade foi o Douto-rado em GeofsicaMarinha na Universityof Leeds, sob a orien-

    tao de Johnson R.Cann. Nos ltimos anos, a administrao

    ganhou destaque: foi pr-reitor, vice eagora assume o leme da universidade comexperincia acumulada e mais uma das

    suas convices: A proposta uma uni-versidade popularizada, mas mantendo a

    produo de conhecimento, afirma, quan-do questionado sobre o futuro da UFF.

    Na prtica, a sentena sustenta-se poruma poltica iniciada com uma das mais

    geis e convictas adeso ao REUNI, o Pro-grama de Apoio a Planos de Reestrutura-o e Expanso das Universidades Fede-

    rais, institudo em 2007. A opo da UFFno ocorreu sem conflitos, pois parte da

    comunidade questionava o plano de ex-

    panso do ensino superior pblico pro-posto na administrao do ex-presidente

    Lula. Mas, independente das crticas, ofato que a universidade mudou, multi-

    plicando sua infraestrutura, seus cursos,ampliando o nmero de docentes e fun-cionrios, em condies que a oposio

    gesto atual costuma apontar como

    equivocadas, desta-cando, por exemplo,

    os esqueletos queainda teimam empermanecer nos cam-

    pi. Esses prdios se-ro concludos, cla-

    ro. s vezes o ritmono exatamente oque ns queremos ou

    o que foi planejado.O importante saberque no caso da UFF, o

    que ela cresceu e vaicrescer corresponde

    aos recursos do MEC,garante Mello. Quan-to aos detalhamentos

    da futura gesto, Sid-ney opta por apresen-tar planos pautados

    por linhas gerais e

    diagnsticos amplos.A minha ideia delinear as prioridades

    para os primeiros 200 dias de trabalho.Depois, fazer uma avaliao do que rea-lizamos, diz. Alargando um pouco a fala,

    cita a reforma do DCE, do teatro, criaode uma nova cozinha e uma ateno es-

    pecial infraestrutura dos campido inte-rior como metas que esto colocadas.

    Criado com trs irmos que escolhe-ram ser brigadeiro, matemtico e admi-

    nistrador, Sidney Mello tem dois filhosque s queriam estudar na UFF: um, de

    31 anos, j engenheiro e outro, 22, ainda

    cursando Engenharia.Eu jamais faria este curso, diz o novoreitor, lembrando que chegou Geologiaaps algumas conversas com o pai que,

    agora vivo e com 81 anos, mora com ele.Eu era muito bom em Histria e Geogra-fia. Lia tudo e ia escolher uma das duas.

    Mas a o meu pai me questionou, pergun-tando onde eu iria trabalhar. E sugeriu a

    Geologia, pela proximidade com o queeu gostava, conta, dizendo-se grato aosconselhos paternos: Eu teria sido um ps-

    simo gegrafo, fala, com a contundnciade quem vive se examinando e no temdificuldades de apostar em novos rumos,

    o que inclui a prxima gesto. A FederalFluminense tem um projeto em curso. As

    estratgias j esto colocadas. Mas agora hora de aprimorar, garantindo, espe-cialmente, a incluso. Mas sem prescindir

    da qualidade, fala, destacando ainda opapel fundamental que o ex--reitor, Roberto Salles, desem-

    penhou nas conquistas da UFFnas gestes de 2006 a 2014.

    Em Braslia: Sidney Melo, Luiz Cludio Costa (MEC), Ministro da Educao Jos Henrique Paim, ex-reitor Roberto Salles e Adriana Weska (MEC)

    Que a UFF central na vida de SidneyMello no difcil perceber. Mas h outraspaixes: uma, especial, a prtica de es-portes, que contribuem para sua aparnciae energia joviais, alm de proporcionar umamplo leque de amizades. Outra, descobriuh cerca de dois anos. Enfrentar o debatenas redes sociais permitiu me expor, falar oque acho. Isso facilitou muito! Eu era tido co-

    mo um cara austero, prepotente e hoje issomudou, avalia, sorrindo, o novo reitor. O tomtem algo de confessional, mas nada de timi-dez ou dvida. Tal assertividade parece ser

    outra de suas caractersticas marcantes. Eusou direto, resume o fluminense da cidadede Campos, nascido em 27 de maio de 1958,e que a partir dos trs anos passou a viver emEngenho Novo, no Rio de Janeiro, onde sem-pre estudou em escola pblica.

    Talvez por ter este perfil de quem fabula oprprio tempo com o que a vida oferece, Sid-ney tenha conseguido superar perdas difceis.Primeiro, a me, falecida h cerca de 14 anos.Recentemente, a segunda esposa, vtima de

    um cncer. Eu pensei que nunca conseguiriasuperar. Meu pai cuidou muito de mim. Osamigos me apoiaram. Foi um perodo difcildemais, diz. Ma s se a emoo ainda o embar-

    ga ao lembrar os momentos de dor, Sidney lo-go reage e volta s narrativas que o alocam nopresente. Talvez por isso suas performancesnos esportes, especialmente ciclismo, pare-cem fazer um caminho inverso aos desgastesnaturais do tempo, alm de proporcionaremencontros inesperados. O acaso foi generosocomigo, colocando uma nova pessoa na mi-nha vida em um momento que isto pareciatotalmente impossvel, conta, encerrando aconversa, com os olhos brilhando.

    Praticante convicto

    do ciclismo e outros

    esportes.Com o Ministro Jos Paim

    e o vice-reitor Antonio

    Claudio Lucas da Nbrega

    Na Agenda

    Acadmica, em 2012,

    com a equipe Bffalo

    Investimentonos esportes

    e redes sociais

    PratadaCasa

    Dezembro/2014

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    e mais uma em Nova Iorque, EUA. A po-

    ltica da empresa a de continuar cres-

    cendo, buscando sempre, aproveitar a

    mo de obra local. O benefcio social muito grande. Braslia, Fortaleza, Re-

    cife, Salvador e agora Rio Grande do

    Sul nos receberam muito bem. O gran-

    de desafio saber operar localmente.

    Entender a dinmica com os clientes e

    com as universidades, avalia Quadros.

    Do perodo na UFF confessa no ter

    muitas lembranas. Recorda dos rostos

    dos professores, mas no consegue re-

    cordar os nomes. Estas imprecises, no

    entanto, tm um contraponto slido:

    seus dois scios - Mnica de Arajo e

    Antonio Eduardo Pimentel Rodrigues

    - foram colegas de faculdade e amigos

    de vida inteira. A relao de parceria

    tem sido consolidada ao compartilha-

    rem os desafios e conquistas da BRQ,que em 2013 acumulou um faturamen-

    to de aproximadamente 500 milhes

    de reais. A razo principal deste n-

    mero to favorvel, para Benjamin, a

    empresa pertencer a um setor que no

    conhece o desemprego. Nem mesmo

    a diferena. Ele um lder. E se interes-

    sa muito pela nossa rea. muito fcil

    trabalhar com ele, diz Lgia, Gerente

    de Marketing, que est na BRQ h pou-co mais de quatro anos.

    O futuro da empresae o passado na UFF

    Eu sou um curioso e um eterno

    aprendiz. Gosto muito de aprender, de

    estudar. Fiz cursos de especializao,

    business. Voc estar sempre se provo-

    cando fundamental para mim, resu-

    me Quadros, quando solicitado pelo

    Prata da Casa, a falar um pouco de co-

    mo se via. Tal perfil encontra respaldo

    na sua trajetria profissional. Afinal, ele

    tinha apenas 16 anos quando come-

    ou a se envolver com tecnologia, em

    uma poca que poucos a tinham des-

    coberto.

    A experincia o levou a buscar aUFF onde integrou a segunda turma

    que, em 1990, conquistou o diploma

    de Bacharel de Informtica. Logo pas-

    sou a trabalhar para grandes empresas

    at que, funcionrio da IBM, foi convi-

    dado a integrar a equipe de um grande

    Sob o lema Paixo por transformar

    tecnologia em eficincia e inovao, a

    BRQ se transformou numa das maiores

    representantes brasileiras do setor deTecnologia de Informao do Brasil.

    Presidente da empresa que ajudou

    a criar, Benjamin Quadros credita tal

    performance preciso com que ele, e

    seus dois scios, perceberam que ha-

    via uma oportunidade de mercado e

    investiram, com persistncia e vontade

    de crescer, neste nicho que se tornaria

    uma das reas que mais emprega emtodo o mundo ocidental. Isso aconte-

    ceu h 21 anos.

    Hoje em dia seria muito mais dif-

    cil porque tem as certificaes e outras

    exigncias, avalia este carioca nascido

    em dois de dezembro de 1967, e que

    apesar dos muitos anos de vida em

    So Paulo mantm um hbito tpico dequem nasceu no Rio: o surfe, praticado,

    pelo menos, duas vezes por ms no li-

    toral paulista.

    Casado, pai de duas meninas -

    Bianca e Bruna -, Benjamin Quadros

    descrito pelos funcionrios da BRQ,

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    Sem muita espera, a porta se abre,uma moa nos atende e, gentilmente,nos encaminha at o local da entrevis-ta. Enquanto aguardamos, a decorao

    multicultural do espao chama a aten-o: entre mobilirio, pintura e objetosdiversos, uma mescla ocidental-orien-tal ilustraria a entrevista. Numa salagrande e bem iluminada, dezenas dequadros e livros revelam um interessesingular pela arte. Na mesinha de vidroperto dos sofs, a revista Nosso Cami-

    nho homenageia Oscar Niemeyer, ar-quiteto que, de certo modo, faria parteda vida da documentarista e jornalistada TV Globo, Sandra Moreyra, nossaentrevistada, que logo chega com umsorriso no rosto: Sejam bem-vindos,diz. O quebra-gelo, conversa informalque inicia toda entrevista, acontece deforma leve e descontrada. Meu filho

    Ricardo volta hoje de viagem, solta ajornalista, interrompendo o silncioque comeava a tomar conta da sala.

    Essa postura tpica de reprter sur-giu, na verdade, bem antes da formatu-ra na UFF, em 1976, quando oficialmen-te se tornava profissional. O que acho

    jornalismo para mim frustrante co-mo profissional, pois eu aposto que astransformaes na sociedade devemvir de uma relao mais profunda e du-

    radoura com as pessoas e com as ques-tes, explica Ceclia.

    Sandra Maria Moreyra nasceu noRio de Janeiro em 28 de agosto de1954. Formou-se em jornalismo emplena ditadura militar, convivendo coma perseguio a militantes polticos eprofissionais da imprensa. Hoje, des-

    cala e aparentemente confortvel nosof, Sandra lembra dessa poca comclareza: A ideia dos militares era sepa-rar os campi da universidade para difi-cultar a mobilizao dos estudantes.Mesmo com muita perseguio, comoa censura prvia, prises e mortes, San-dra conseguiu, ainda como estudante,encontrar formas de atuao. A gente

    fazia o que podia e o que no podia agente fazia fora da universidade. En-contrvamos brechas para fazer algumtipo de resistncia. Mas pouco, porqueera muito difcil. Quem ousava botar acabea de fora era preso e torturado,conta. Para ela, a teoria foi a maior con-

    jornalstica: o antigo Jornal do Brasil,veculo consagrado como polo de re-sistncia contra a ditadura. Ali, contra-tada desde 1978, continuou buscando

    brechas. Uma vez recebeu uma denn-cia de que pescadores estavam sendotolhidos de seu trabalho no forte RioBranco, Niteri. Ela e o fotgrafo Ro-grio Reis entraram escondidos e aca-baram presos. S foram liberados apsa redao do JB confirmar que eramjornalistas. Por sorte, o Rogrio con-seguiu esconder o filme e dois dias de-pois publicamos a matria. Entregamosa eles (aos militares) um filme que notinha nada. Foi muito bom, muito di-vertido, diz, emendando que as novasgeraes tm que aprender com estashistrias mas, principalmente, procurarconhecer os grandes reprteres estran-geiros e brasileiros, alm de ler sobre

    tudo e ver muito cinema. essa forma-o humanista que vai dar a base para aformao jornalstica e evitar a armadi-lha do recorta e cola que a internet trazhoje, conclui.

    Carreira diversifcada

    Alm do JB, Sandra trabalhou em

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    como os atentados de 11 de setembrode 2001 e a Guerra do Iraque, em 2003.Para ela, as maiores qualidades de San-dra so a dedicao profissional e o

    bom humor. Sandra capaz de fazer riruma equipe inteira, mesmo depois demuitas horas de coberturas exaustivase tensas, como aconteceu nos casos donibus 174, no ano 2000, e nos atenta-dos de setembro de 2001, completa.

    Dentre suas muitas matrias rele-vantes, Sandra elege a cobertura dachacina de Vigrio Geral (1993) como

    a mais impactante de sua vida. Se eufechar os olhos eu ainda vejo a cena. Agente ficou dias indo comunidade; fo-mos tambm aos enterros no cemitriodo Inhama. Lembro de uma crianaque pegou um papel e escreveu umacarta ao pai, que era um dos mortos.Era um negcio muito comovente, re-

    corda. O grande desafio, diante de tantador, era no espetacularizar a cena, pre-ocupao que, infelizmente, tem passa-do ao largo de boa parte do jornalismoatual. Na matria usei palavras simplese diretas, e li um pedao da carta dacriana. Trabalhei com o cinegrafista

    l f h i l

    uma diversidade de atuao: fez pol-tica, economia, cultura, gastronomia

    e, mais recentemente, tem produzidodocumentrios, como 70, que conta ahistria de dezoito dos setenta presospolticos exilados no Chile em trocado embaixador suo, Giovanni EnricoBuche, sequestrado em dezembro de1970. O filme j participou de vriosfestivais nacionais e internacionais e

    que no consiga vencer- na profisso e na vida.

    Considero que ela umareprter por excelncia,diz Luciana Barros. E noforam poucos os desa-fios que Sandra teve queenfrentar. Diagnosticadacom cncer em 2008, pas-sou por uma cirurgia e cinco anos de

    No Rock in Rio

    Cem anos

    de Ipanema,com Tom Jobim

    Na Bahia,

    cobrindo o

    carnaval

    Gravando com

    Beth Carvalho

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    Quem chega Pr-reitoria de Gra-duao (PROGRAD) no segundo andardo chamado prdio da reitoria, notem muita ideia do que se faz ali Aps

    do Rio de Janeiro, Marcelo Linhares, de

    42 anos, mantm uma jornada diria naUFF que geralmente vai das 10h s 19h.Diz no ter nenhum hobbyespecial e sconfessa gostar de assistir document-rios, ler sobre cincia e viajar de vez emquando. De tudo que faz, elege comoatividades preferidas ficar com a famliae o trabalho. Neste ltimo, atua com os

    outros colegas da Diviso que, na pr-tica, busca construir as bases para quea universidade atenda s demandasdos estudantes, tais como melhoriasestruturais e ampliao de verbas paraprojetos, como PET e monitorias. Porexemplo, no incio desse ano, o projetoRecupera UFF atendeu algumas de-mandas estruturais do SPA do curso dePsicologia, detectados a partir da auto-avaliao e avaliao externa, conta.

    A obra reformou o espao e subs-tituiu equipamentos necessrios aofuncionamento do Curso. justamenteesta atuao pautada por diagnsticosque no evitam crticas UFF que mais

    Formado em Administrao ena UFF h seis anos, Marcelo

    Linhares integra-se ao grupo

    de funcionrios que se alinha

    aos novos compromissos de

    crescimento e mais qualidade

    de ensino que a Instituio

    assumiu nos ltimos anos.

    Confessadamente caseiro,

    ele conta sobre seu trabalho

    na Diviso de Avaliao

    e avalia a importncia da

    universidade para sociedade.

    Um integrante da nova gerao

    Reportagem de Wesley Prado

    Quando criana, ele queria ser mdico

    e cultivava o desejo de ajudar as pesso-as. Mas acabou tomando outros rumos.Eu era preguioso e no me empenheimuito nos estudos para alcanar isso.Escolhi administrao porque era modano fim dos anos oitenta e inicio de no-venta. Sonhava em ser um executivo desucesso, fala, rindo. O primeiro contato

    com administrao foi no nvel tcnicodo Ensino Mdio, cursado no colgioSanta Mnica. Gostou da rea se seguiunela at se formar na Universidade Ga-ma Filho.

    Na sua viso, o funcionalismo pbli-co um espao composto por mulherese homens que se empenham em suas

    atividades para a estrutura funcionar,mesmo que ainda merea muitas cr-ticas e at seja alvo de denncias. Paraele, uma das qualidades do setor pbli-co o ambiente de trabalho, que no competitivo como na iniciativa privada.A ressalva positiva no impede o olharcrtico Marcelo acredita por exemplo

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    Circulam quase mil pessoas na es-cola, mas no todos ao mesmo tempo,isso no daria. O prdio est ficandopequeno para a quantidade de coi-sas que a gente faz, conta Ana LciaAbraho, atual diretora da Escola deEnfermagem da UFF, com merecido or-gulho e uma certa apreenso. Afinal, se

    foi possvel comemorar com muita fes-ta a efemride redonda dos 70 anos daEscola, todos reconhecem que h mui-tos desafios pela frente. O mais difcil,talvez, seja a ampliao das instalaesacompanharem o ritmo de crescimen-to das pesquisas e novos cursos que

    tem a dificuldade extra das aulas prti-cas. S na prtica possvel aprendera como cuidar do paciente. Assim, des-de o primeiro perodo nossos alunosvo at o hospital. No comeo, s paraolhar e depois o grau vai aumentan-do, resume Ana Lcia, que afirma sero Brasil um dos maiores produtores

    de conhecimento em enfermagem naAmrica Latina.

    Este conhecimento importantena medida que a realidade, constante-mente, tem exigido mais deste profis-sional. Um exemplo o crescimento donmero de idosos no pas. Hoje, segun-

    com professores de outras Instituies,tem procurado reverter este quadro.

    Thais Soares, aluna de enfermagemno nono perodo, explica a proposta:Os idosos tm que ter mais de sessen-ta anos e assinar um termo de compro-metimento. Tambm no podem terproblema de audio e dfice cogniti-

    vo, porque precisam entender a infor-mao e tambm nos passar informa-es corretas, diz. At agora, mais de80 idosos j foram atendidos e poucosprecisaram ser internados novamente.O resultado acaba ampliando a partici-pao dos alunos. Isamara Rocha, estu-

    Uma senhora Escola!

    Reportagem de Thamiris Alves

    Em 18 de outubro deste ano, a Escola de Enfermagem Aurora

    de Afonso Costa, da UFF, completou 70 anos. Uma longa tra-vessia pelo tempo que seu corpo docente e discente soubeaproveitar muito bem, transformando o ex-internato s para

    mulheres em uma instituio que acumula graduao com

    550 alunos, trs cursos de Mestrado e seis Especializaes.

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    Aurora de Afonso Costa

    Uma das fundadoras e primeira di-retora da Escola de Enfermagem entre

    1944 e 1966, Aurora de Afonso Costaacompanhou a formao de vriasenfermeiras. Naquela poca, a escolaainda no fazia parte da UFF: era umafaculdade particular s para mulheresque funcionava em regime de interna-to. Atravs do projeto de lei n 1130 de19 de abril de 1944 a escola foi criadacom grande repercusso miditica e a

    baiana, nascida em 1903, acabou indi-cada para ser diretora. Tudo resolvido,o curso comeou em 1 de fevereiro de1945 e as primeiras alunas foram se-lecionadas pela prpria Aurora. Entreseus critrios de escolha estavam pos-tura, saber se portar mesa e obedeceroutras regras de etiqueta da poca.

    Apesar de muito rgida, a diretoraera amada por suas alunas, que viamnela um exemplo de integridade. Es-ta admirao foi constatada durantea cerimnia de comemorao dos 70anos que aconteceu na Casa da Ami-zade, em Charitas, Niteri, no dia 16de outubro. A festa reuniu ex-alunasdas primeiras turmas do curso. Elas se

    i l b d D A

    Um nome com muita histriaesse ano. As atividades so dirias, co-mo palestras, oficina de teatro, alon-gamento, ginstica, curso de lnguas,canto coral, artesanato, dentre outras.

    A aluna Shardelle Araujo explicou queo trabalho da enfermagem no espao para os idosos considerados saud-veis. Ns fazemos consultas de en-fermagem com eles e oficinas de esti-mulao cognitiva. E a partir de testesinternacionais, os idosos so separadospara cada tipo de atividade, fala.

    Atual e a antiga sede de Jurujuba

    internato. EsterSaramago, que

    tambm lecio-nou na Escola,conta que foi alique aprendeu adanar enquantoDona Irene con-fessa que deumuito trabalho primeira diretora.

    Aurora de Afonso Costa uma daspioneiras da enfermagem brasileira.Sua atuao incluiu intensa participa-o na rea de sade, com publicaode importantes artigos e apresentaoem eventos acadmicos, como o Pri-meiro Congresso Nacional de Hospitaise a Primeira Conferncia de Diretoresde Servios de Assistncia Hospitalar,em 1955. Tambm fez parte do Con-selho Fiscal da Associao Brasileira deEnfermagem. Em 1984, j aposentada,recebeu do ento prefeito de Niteri,o diploma de Ordem do Mrito Arari-bia. Aurora de Afonso rompeu comum dos paradigmas da poca ao nose casar e nem ter filhos. Hoje, acredi-

    h li di

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    Autoconhecimento. Solido. Sau-dade. Esses so os sentimentos mais

    comuns em qualquer viajante. A mo-bilidade uma antiga prtica nmadeque, de certa forma, continua viva naspessoas. Mas, o que antes se limitava busca de lugares que oferecessem ter-ra frtil para sobrevivncia, agora se ex-pande em inmeras outras motivaesna verso sculo XXI. Uma delas incluia busca por uma formao diferencia-da. Como fez Misaki Wabi, que cruzouo mundo numa empreitada de desco-bertas e vivncias e acabou parandona UFF, em 2013. Seu objetivo agora?Estudar relaes internacionais por umano. Eu j estive no Brasil antes, maspor um curto perodo Foi a primeira

    Mudar to radicalmente a prpriavida no fcil: exige adaptao e aber-

    tura para lidar com o novo. Meu maiordesafio foi a comida. tudo diferentee est sendo muito difcil cozinhar. Aspessoas dizem que o arroz que eu faoaqui empapado. O que tem me salva-do o restaurante universitrio, brinca.O choque cultural no se deu apenasna culinria, mas tambm no idioma.Ela conta que estudou portugus portrs anos antes de vir e, mesmo assim,ainda tem dificuldade, principalmentepara escrever. No primeiro dia de aulaeu no entendia nada porque o profes-sor falava muito rpido e usava muitaspalavras que eu no conhecia. Eu eraa nica intercambista Me senti mui-

    idem. Os estudantes daqui so muitomais ativos que na minha universida-

    de, eles participam mais das coisas, or-ganizam festas, debates, diz.

    Cada vez maisintercambistas

    Os desafios vividos pela estudantede Tokyo so comuns, em graus varia-dos, boa parte dos estudantes quetm chegado UFF, oriundos de vrias

    partes do planeta. Segundo GabrielaBrando, da Diviso de Mobilidade daDRI (Diretoria de Relaes Internacio-nais), cerca de 200 estudantes estran-geiros ingressaram na universidadeem 2013. E em 2014 j recebemos 80estudantes vindos, principalmente, depases da Europa De acordo com a as

    Caminhos da Formao:INTERCMBIO

    Com a procura crescente de alunos estrangeiros, a UFF cria novas

    estratgias para facilitar a integrao e melhorar o aproveitamen-to destes estudantes que confessam no ser to fcil superar asdiferenas culturais, a barreira da lngua e a distncia da famlia.

    Reportagem de Wesley Prado

    A UFF no mapa do mundo

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    Espanha e Frana. Apesar destes teremmenos dificuldades com a lngua por-tuguesa, h muitos, como Misaki, queenfrentam o desafio da falta de comu-

    nicao. O que, por sua vez, dificulta oaprendizado. Por isso, a universidadeoferece um curso intensivo de 20 ho-ras sobre a Lngua Portuguesa e Cultu-ra Brasileira. O prximo ser de 23 defevereiro a 6 de maro de 2015. Outroprograma o MAE (Moradia para Alu-no Estrangeiro), que proporciona hos-

    pedagem ao intercambista, em casa deservidores ou docentes da UFF que secadastram para participar. Alm disso,a universidade tambm se mobilizapara auxiliar o estudante intercambistaa encontrar moradia, facilitando, assim,a permanncia de quem escolhe a UFFpara estudar.

    Mesmo com diversos projetos paramelhor acolher os alunos estrangeiros,o fato que a chegada a uma univer-sidade de outro pas, com formas depensar e agir diferentes, ainda no simples para muitos mas tambm trazboas surpresas. Csar Caballero, estu-dante de jornalismo mexicano e con-

    e debater opinies o surpreendeu po-sitivamente. O que mais gosto na UFF o ambiente estudantil, a liberdadede expresso que os alunos tm e a

    relao professor-aluno. Ele conta queem sua universidade o corpo discente coibido ao tratar de alguns assuntos,como poltica, o que, para ele, faz muitafalta a quem estuda comunicao. J aestudante alem, Damaris Halb, vindado outro lado do Atlntico, conta quefoi atrada para UFF pela proximidade

    com o Rio de Janeiro, cidade que sem-pre quis conhecer. S havia duas uni-versidades no Brasil que oferecem an-tropologia e tm uma cooperao comminha universidade alem. A outra ficaem Florianpolis, onde eu j morei. En-to, eu queria conhecer outra parte dopas. Alm disso, queria ficar perto doRio, porque uma cidade muito bo-

    nita. Mas, ressalta que foram as boasrecomendaes em relao UFF, nasua rea de estudo, que realmente aajudaram a se decidir. E at agora, nose arrepende da escolha.

    O programa de mobilidade acadmica

    a oportunidade que os estudantes

    tm de explorar o mundo e a si mes-

    mos. Quem tem esprito aventureiro eest aberto a novas experincias deve

    ficar atento aos diversos programas de

    mobilidade, que incluem a graduao e

    a ps-graduao. Alguns deles so: mo-

    bilidade internacional UFF, programas

    Top China e Top Espanha, mobilidade

    para a Amrica Latina e o programa Ci-

    ncias Sem Fronteiras do governo fe-

    deral. Cada um deles possui exigncias

    e caractersticas especficas.

    Alm das oportunidades para quem

    deseja sair do Brasil, os estudantes que

    querem vir para a UFF tambm so

    contemplados. Procurando ampliar as

    Mobilidade na UFF

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    Caminhos da Formao:LICENCIATURA

    Mairon Alonso leciona

    no Colgio Estadual

    Manuel de Abreu

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    visual do Brasil, criado em 2012, ElianySalvatierra v no Programa de BolsaInstitucional de Iniciao Docnciaum contato importante para a adapta-

    o dos alunos profisso. Ns somosum curso novo, e entramos no Pibid es-te ano. importante para o estudantede licenciatura em cinema ingressar naescola para ter esse contato com o en-sino-base, e importante para o alunodesta escola porque ns temos comoproposta oferecer o cinema como uma

    linguagem, o que no havia antes, ex-plica. No total, o curso de cinema contacom 12 bolsistas e dois supervisores,que trabalham em conjunto com pro-fessores de arte nos colgios estaduaisGuilherme Briggs e Raul Vidal, no cen-tro de Niteri.

    A UFF tem, atualmente, uma mdiade dez bolsas por curso de licenciatu-ra, e um total de 908 bolsas Pibid, dis-tribudas nas mais variadas reas doconhecimento e nos diversos campida universidade. Para Renato Crespo,Pr-reitor de Graduao da FederalFluminense, esse incentivo um meiode resgatar a licenciatura Ser profes

    tinha perspectiva em relao a fazeruma faculdade, e aqueles que tenta-vam, esbarravam nas matrias de exa-tas por causa das pssimas aulas que

    tivemos. Foi a que percebi que eu teriauma representatividade social muitomaior sendo um professor conscientedo meu papel. Quero ser um agentede mudanas na vida dos meus alunos,estimulando o senso crtico deles e,consequentemente, promovendo a ci-dadania, relata Mairon, sobre a escolha

    da profisso.Entre vises positivas e pontos ne-

    gativos, o fato que a universidade,juntamente com o governo, ainda temmuitos desafios pela frente. RenatoCrespo aposta, por exemplo, em for-maes integradas e em um trabalhomaior com a questo pedaggica e arealidade social. Aulas com carter deformao e no to conteudistas, se-riam uma alternativa. Porque o profes-sor tem que ter didtica e passar mo-tivao para o aluno. um ciclo: se osalunos aprendem com professores des-motivados, como eles vo se interessaro suficiente para exercer a profisso de

    Para debater questes como essae verificar o panorama da licenciaturano pas, foi realizado em 13 de outubrodeste ano, o VIII Frum de Licenciatu-

    ras, no Teatro Popular. O evento, quevem abrindo a semana das ltimasAgendas Acadmicas, destinado troca de experincia entre professoresuniversitrios, licenciandos e profes-sores da Educao Bsica. Na verso2014, o debate principal foi a retomadada questo do currculo escolar.

    De acordo com Iduna Chaves, co-ordenadora do Frum, o evento foi umsucesso, enchendo o Teatro Popular dealunos de todos os campi da UFF. Ospalestrantes tambm abordaram po-lticas do Ministrio da Educao que,s vezes, passam despercebidas. De-bates como estes so importantes paradestacar os processos das licenciatu-ras. Para a UFF, esse espao excelente,porque uma instituio muito respei-tada quanto docncia. No so todasas universidades que do bolsas dedocncia alm das bolsas Pibid. Isso re-flete a valorizao quanto formaode professores e o incentivo profisso

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    Caminhos da Formao:PET

    Reportagem de Rebeca Letieri

    Uma porta para o aprendizadoacadmico e pessoal

    Envolvendo atividades extracurriculares que complementam a for-

    mao acadmica do aluno e ainda repercutem, positivamente, noscursos de graduao, os PETs da UFF, iniciados em 2012, se multipli-cam nos vrios campi da universidade.

    PET Tele

    10o Seminrio RiEi,

    Merida, Mxico,

    2014

    Uma consulta rpida ao dicion- delas manteve a sigla mas alterou odicao que ultrapassa em muito as

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    estudantes, entre outras. O objetivo

    qualificar o curso de graduao a que

    o bolsista est vinculado, ampliandoos benefcios do ensino tutorial para

    cursos de Niteri e das unidades do

    interior. Geraldo Ferreira, professor de

    Engenharia de Petrleo da UFF res-ponsvel pelo grupo Petro-PET, criado

    por ele em agosto de 2012. Todas as

    atividades tm um carter de solucio-

    nar problemas, diz.

    J a professora de biologia, Neu-

    za Rejane Lima, tutora do PET-Bio-Fronteiras, criado em agosto de 2013

    pela professora Helena Castro, busca

    tambm maior contato com o EnsinoFundamental: O nosso sonho trazer

    a escola para a universidade e assim

    motivar o aluno a fazer uma Faculda-

    de. Queremos tornar o conhecimento

    cada vez mais acessvel, afirma.Segundo o tutor do PET Administra-

    o, localizado no Plo de Volta Redon-

    da, Luis Henrique Abegao, um aspecto

    bastante valorizado pela comisso de

    avaliao do MEC que visitou a Univer-sidade no final de 2013 foi em relao

    Os grupos ligados diretamente ao

    Ministrio passam por uma seleo na-

    cional e desde 2010 integram o projetoConexo de Saberes. Tanto o tutor co-

    mo os alunos recebem apoio financei-

    ro de acordo com o definido pela Polti-

    ca Nacional de Iniciao Cientfica.

    O foco destes PETs a integraoensino, pesquisa e extenso, o que

    tem demandado propostas que contri-

    buem para a formao intelectual dos

    alunos e, tambm, participao social

    e acompanhamento de polticas pbli-cas desenvolvidas em espaos popula-

    res das cidades. A princpio, vim com

    uma ideia um pouco deturpada doprograma. Eu queria um negcio mais

    tcnico, em que eu pudesse aplicar o

    conhecimento da sala de aula. Mas lo-

    go descobri uma realidade muito mais

    ampla, diz Diogo Correia, do 5 perodode Engenharia de Telecomunicaes e

    bolsista do PET MEC Tele, coordenado

    pelo professor Alexandre Santos de laVega, tutor h mais de 10 anos. Em m-

    dia, o aluno fica de um a dois anos no

    PET, porque depois vai fazer outras ati-

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    Caminhos da Formao:PSGRADUAO

    Reportagem de Las Carpenter

    Quando a jornalista Iane Filgueiras,25, decidiu que precisava ampliar a for-mao para ser mais competitiva nomercado de trabalho, no vacilou: fezuma rpida pesquisa e logo encontrouum curso de especializao, MBA, queparecia contemplar seus interesses. Feze gostou. Mas no ficou satisfeita. Con-siderou que suas pretenses futuras,de atuao como docente, mereciam,tambm, o investimento em um mes-trado. Uma nova busca acabou levan-do-a de volta UFF, universidade que ahavia graduado. Escolhi a UFF porqueas linhas do curso se encaixavam me-lhor com o que eu queria desenvolver

    na UFF, passando de 135 cursos em2009, para 155, em 2013. Os cursostm carga horria mnima de 360 ho-ras, so aprovados pela universidadee geridos pela Coordenadoria de Ps--graduao lato sensu. O foco princi-pal a capacitao e aprimoramento,o que leva a uma estrutura curricularflexvel, pautada por estes objetivos.Um dos motivos que explicam o cres-cimento desta rea na UFF foi o investi-mento da universidade em Educao Distncia: em 2013, foram 4890 vagas,contra apenas 2884 dos cursos presen-ciais. Vale lembrar que o primeiro cursode Especializao na UFF de 1976 na

    A busca por aperfeioamento

    No disputado mundo do mercado de trabalho, ampliar a for-mao , cada vez mais, a chave para boas colocaes profis-

    sionais. Com isto, os cursos de ps, antes procurados apenas

    para pretenses de docncia e pesquisa, esto agora na mira

    de graduados de todas as reas.

    da Capes. Para Samantha Quadrat, vice--coordenadora do Programa, diversosfatores contribuem para esta avaliaodo curso: Trabalhamos com o conceitode rea da Histria, o que sem dvida fundamental para o nosso crescimen-to e constante aprimoramento. Nos-sos funcionrios tambm buscam seuaprimoramento constante. Recebemosainda alunos estrangeiros e tambmpesquisadores jnior e snior paraps-doc, conta. Alm disso, a ps deHistria investe no dilogo com outrasinstituies nacionais e internacionaisatravs de seus reconhecidos gruposde pesquisas

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