2015-1 FHLR16 Contatos

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Universidade Federal de Minas Gerais / Faculdade de Letras Disciplina: Filologia Românica: Formação Histórica das Línguas Românicas Professor: César Nardelli Cambraia - 1 o . semestre de 2015 LÍNGUAS ROMÂNICAS: SUBSTRATOS E SUPERESTRATOS I - Tipos: a) Substrato (Ascoli) b) Superestrato (Wartburg) c) Adstrato (Valkhoff) II - Considerações gerais a) Bilingüismo b) Fenômenos seculares III - Fenômenos de substrato na România a) /f-/ > /h-/ : substrato ibérico (basco) o basco não tem /f/ e substitui-o por /h/, /p/, /b/ em empréstimos latinos área de ocorrência coincidente com o castelhano e o gascão gascão: /f-/ > /h-/ sempre (ex: hilha, haría, hlor) castelhano: /f-/ > /h-/ exceto antes de /ue, r, l/ (ex: fuerte, frio, flaco) primeira ocorrência: documentos no norte de Burgos (séc. IX) causa da lentidão: diferenças sociais -> povo (/h-/) x elite (/f-/) b) /u/ > /y/: substrato céltico não se sabe se o gaulês teve /y/, mas no céltico medieval e moderno houve /u/ > /i/ não há coincidência geográfico absoluta: fenômenos movem-se o fenômeno apresenta-se apenas tardiamente é possível de ser explicado internamente: espaço articulatório c) Sonorização das surdas intervocálicas: substrato céltico lenição exemplos numerosos séc. V d.C. celta desaparece no IV d) Evolução de /-kt-/ > /-xt-/ > /-it-/: substrato céltico no gaulês antigo /-kt-/ > /-xt-/ e) Aspiração das surdas intervocálicas: substrato etrusco górgia toscana: /k/ > /h/, /t/ > /th/, /p/ > /ph/ III - Fenômenos de superstrato na România a) Vocativo em -e (masc.) e em -o (fem.): superstrato eslavo (ex: Petru x Petre, Mariă x Mario) b) Números em romeno: superstrato eslavo (ex: unsprezece, douăzeci) c) H aspirado: superestrato germânico (ex: l'habitude x la haie [sem elisão]; il est habile x il est haut [sem ligação]). d) Ditongação de vogais breves: superestrato germânico francos (francês), burgundos (franco-provençal), lombardos (itália) 1ª fase: alongamento das tônicas em sílabas abertas 2ª fase: intensificação do along: longas (abertas) x breves (fechadas) 3ª fase:vogais longas ditongam Referência bibliográfica ELIA, Sílvio. Preparação à lingüística românica. 2 a . ed. rev. e aum. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1979.

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LÍNGUAS ROMÂNICAS: SUBSTRATOS E SUPERESTRATOS

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Universidade Federal de Minas Gerais / Faculdade de Letras Disciplina: Filologia Românica: Formação Histórica das Línguas Românicas Professor: César Nardelli Cambraia - 1o. semestre de 2015

LÍNGUAS ROMÂNICAS: SUBSTRATOS E SUPERESTRATOS

I - Tipos: a) Substrato (Ascoli) b) Superestrato (Wartburg) c) Adstrato (Valkhoff)

II - Considerações gerais a) Bilingüismo b) Fenômenos seculares

III - Fenômenos de substrato na România a) /f-/ > /h-/ : substrato ibérico (basco)

o basco não tem /f/ e substitui-o por /h/, /p/, /b/ em empréstimos latinos área de ocorrência coincidente com o castelhano e o gascão gascão: /f-/ > /h-/ sempre (ex: hilha, haría, hlor) castelhano: /f-/ > /h-/ exceto antes de /ue, r, l/ (ex: fuerte, frio, flaco) primeira ocorrência: documentos no norte de Burgos (séc. IX) causa da lentidão: diferenças sociais -> povo (/h-/) x elite (/f-/)

b) /u/ > /y/: substrato céltico

não se sabe se o gaulês teve /y/, mas no céltico medieval e moderno houve /u/ > /i/ não há coincidência geográfico absoluta: fenômenos movem-se o fenômeno apresenta-se apenas tardiamente é possível de ser explicado internamente: espaço articulatório

c) Sonorização das surdas intervocálicas: substrato céltico lenição exemplos numerosos séc. V d.C. celta desaparece no IV

d) Evolução de /-kt-/ > /-xt-/ > /-it-/: substrato céltico

no gaulês antigo /-kt-/ > /-xt-/ e) Aspiração das surdas intervocálicas: substrato etrusco

górgia toscana: /k/ > /h/, /t/ > /th/, /p/ > /ph/

III - Fenômenos de superstrato na România a) Vocativo em -e (masc.) e em -o (fem.): superstrato eslavo (ex: Petru x Petre, Mariă x Mario) b) Números em romeno: superstrato eslavo (ex: unsprezece, douăzeci) c) H aspirado: superestrato germânico (ex: l'habitude x la haie [sem elisão]; il est habile x il est

haut [sem ligação]). d) Ditongação de vogais breves: superestrato germânico

francos (francês), burgundos (franco-provençal), lombardos (itália) 1ª fase: alongamento das tônicas em sílabas abertas 2ª fase: intensificação do along: longas (abertas) x breves (fechadas) 3ª fase:vogais longas ditongam

Referência bibliográfica

ELIA, Sílvio. Preparação à lingüística românica. 2a. ed. rev. e aum. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1979.