2014 a questão da mdo

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CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIA - A QUESTÃO DA MÃO DE OBRA - ESCRAVISMO, SERVIDÃO E MÃO DE OBRA LIVRE – Professor Jorge Marcos 1 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIA P R É A QUESTÃO DA MÃO DE OBRA ESCRAVISMO, SERVIDÃO E MÃO DE OBRA LIVRE S E E D ALUNO: _________________________________________ ANO BASE 2014 1. Definições 1.1. Escravidão A escravidão humana é das práticas mais antigas que existem. É a forma mais antigas de exploração do homem pelo homem. A escravidão, (escravismo, escravagismo e escravatura), é a prática social, onde um homem, assume direitos de propriedade sobre outro chamado de escravo, ao qual é imposta tal condição por meio da força. Um indivíduo pode se transformar em escravo basicamente de duas maneiras: Prisioneiro de guerra; Por dívida; A escravidão, está presente nas mais diversas civilizações ao longo da história. Desde tempos mais remoto, em algumas sociedades ou civilizações, os escravos eram legalmente definidos como uma mercadoria. Vale lembrar que, nem todas as sociedades o escravo era visto como mercadoria. Em Esparta, por exemplo, os escravos - os Hilotas, não podiam ser vendidos. Eram propriedade do Estado. No Egito dos faraós, na Grécia Clássica ou no Império Romano, boa parte das atividades produtivas era desenvolvida através do uso de escravos, normalmente obtidos a partir da detenção de inimigos de guerra. Com o passar dos anos, o trabalho escravo pôde ser observado em tantas outras sociedades, adquirindo características específicas de seu tempo. 1.2. Escravidão na Grécia e Roma No modo de produção escravista, a produção baseava-se no trabalho escravo sob o domínio de uma elite de grandes proprietários de terras e escravos. No escravismo antigo, a noção de propriedade privada já se notabilizava e o escravo era considerado um objeto, um “instrumento falante”. Tanto Grécia como Roma utilizaram do trabalho escravo em larga escala e chegaram inclusive a promover feiras de comercialização dos mesmos, os oferecendo para utilização em todos os fins possíveis (gladiadores). Estes, foram os que mais se assemelharam aos ocidentais ao desumanizarem, depreciarem de todas as formas e comercializarem seres humanos. Na antiguidade, a condição de escravo não estava relacionada a cor da pele. A etnia ou posição social não eram fatores decisivos para a escravidão. Estas civilizações não teriam tido tanto êxito em sua ascendência se não fosse a utilização do trabalho escravo. O esplendor, a grandeza da Grécia e Roma está ligada ao trabalho escravo. Podia ser comprado e vendido livremente no mercado e sobre o qual o proprietário exercia um imenso poder, embora não ilimitado. A difusão da escravidão mercadoria está diretamente ligada ao desenvolvimento do comércio e ao crescimento e concentração de riquezas em algumas cidades-estados. Na Grécia Antiga uma pessoa tornava-se escrava de diversas formas. A mais comum era através da captura em guerras. Em algumas cidades-estados gregas havia a escravidão por dívidas. Em Atenas, este

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CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIA P R É A QUESTÃO DA MÃO DE OBRA

ESCRAVISMO, SERVIDÃO E MÃO DE OBRA LIVRE

S E E D

ALUNO: _________________________________________

ANO BASE 2014

1. Definições

1.1. Escravidão

A escravidão humana é das práticas mais

antigas que existem. É a forma mais antigas de

exploração do homem pelo homem. A escravidão,

(escravismo, escravagismo e escravatura), é a prática social, onde um homem,

assume direitos de propriedade sobre outro chamado

de escravo, ao qual é imposta tal condição por meio da força.

Um indivíduo pode se transformar em escravo

basicamente de duas maneiras:

Prisioneiro de guerra;

Por dívida;

A escravidão, está presente nas mais diversas

civilizações ao longo da história. Desde tempos mais

remoto, em algumas sociedades ou civilizações, os

escravos eram legalmente definidos como

uma mercadoria.

Vale lembrar que, nem todas as sociedades o escravo era visto como mercadoria. Em Esparta, por

exemplo, os escravos - os Hilotas, não podiam ser

vendidos. Eram propriedade do Estado. No Egito dos faraós, na Grécia Clássica ou no

Império Romano, boa parte das atividades produtivas

era desenvolvida através do uso de escravos,

normalmente obtidos a partir da detenção de inimigos de guerra. Com o passar dos anos, o trabalho escravo

pôde ser observado em tantas outras sociedades,

adquirindo características específicas de seu tempo.

1.2. Escravidão na Grécia e Roma

No modo de produção escravista, a produção

baseava-se no trabalho escravo sob o domínio de uma elite de grandes proprietários de terras e escravos. No

escravismo antigo, a noção de propriedade privada já

se notabilizava e o escravo era considerado um objeto,

um “instrumento falante”. Tanto Grécia como Roma utilizaram do

trabalho escravo em larga escala e chegaram inclusive

a promover feiras de comercialização dos mesmos, os oferecendo para utilização em todos os fins possíveis

(gladiadores). Estes, foram os que mais se

assemelharam aos ocidentais ao desumanizarem, depreciarem de todas as formas e comercializarem

seres humanos.

Na antiguidade, a condição de escravo não

estava relacionada a cor da pele. A etnia ou posição social não eram fatores decisivos para a escravidão.

Estas civilizações não teriam tido tanto êxito em

sua ascendência se não fosse a utilização do trabalho escravo. O esplendor, a grandeza da Grécia e Roma

está ligada ao trabalho escravo.

Podia ser comprado e vendido livremente no

mercado e sobre o qual o proprietário exercia um

imenso poder, embora não ilimitado. A difusão da

escravidão mercadoria está diretamente ligada ao desenvolvimento do comércio e ao crescimento e

concentração de riquezas em algumas cidades-estados.

Na Grécia Antiga uma pessoa tornava-se escrava de diversas formas. A mais comum era através

da captura em guerras. Em algumas cidades-estados

gregas havia a escravidão por dívidas. Em Atenas, este

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tipo de escravidão foi extinto somente no século VI

a.c., após as reformas sociais promovidas pelo

legislador Sólon. Para os gregos, a escravidão era algo natural.

Alguns homens nasciam para serem senhores e outros

para serem escravos. A escravidão era uma condição

para que a liberdade pudesse ser gozada por um grupo de cidadãos.

Em Atenas, o escravo não era cidadão, logo, não

possuía nenhum direito, nem político e nem jurídico. No entanto, não poderiam ser maltratados e quando

mortos, os assassinos respondiam por homicídio

involuntário. Nem todo escravo era igual. Encontramos

escravo que trabalhava a terra nas mais terríveis

condições, escravo administrando e gerenciando os

negócios de seu senhor, escravos aptos a sucederem um médico, ou engenheiro.

A liberdade do cidadão só seria possível se

existissem outros que trabalhassem para ele e por ele. Os escravos tornaram-se a principal força de

trabalho dentro dessas comunidades, praticamente

monopolizando os serviços domésticos e tendo uma importância crescente na produção artesanal e na

produção agrícola destinada ao mercado.

Em Roma, os escravos eram parte importante da

sociedade, ao mesmo tempo em que estavam excluídos da comunidade política. Os escravos

estavam presentes no mundo da produção, do trabalho.

Em Roma tínhamos os seguintes tipos de escravo:

O escravo rural – aquele que fazia os trabalhos

agrícolas e vivia em condições penosas, sobretudo nas grandes propriedades agrícolas;

Os escravos nas minas - eles eram os mais

maltratados. O escravo de cidade - era geralmente o mais

favorecido. Nas casas modestas, alguns

escravos eram próximos do seu senhor e formavam parte aproximadamente da família.

O escravo público - pertencia ao Estado (a

cidade ou a Roma). Realizava tarefas de

interesse geral, e trabalha para os serviços de limpeza, nos serviço dos edifícios públicos, ou

nas tarefas da administração.

Todo trabalho era executado pelo escravo (nos

campos, nas minas de minérios, nas olarias, na

construção civil, serviços de limpeza, preparavam a alimentação e até cuidavam dos filhos de seu

proprietário). O trabalho manual era rejeitado pelo

cidadão grego. Como diz Platão: “É próprio de um

homem bem-nascido desprezar o trabalho”. Os gregos

valorizavam as atividades intelectuais, artísticas e

políticas.

O uso de escravos tinha uma importância social: conceder mais tempo para que os homens livres

tivessem tempo para participar das assembleias, dos

debates políticos, filosofar e produzir obras de arte.

Seu trabalho era decisivo para a produção de bens necessários para a sociedade.

Em Roma, os escravos trabalhavam nas

propriedades dos patrícios, grupo social romano que detinha o controle da maior parte das terras cultiváveis

do império. Os escravos podiam exercer diferentes

funções ou adquirir a sua própria liberdade. A única restrição jurídica contra um ex-escravo impedia-o de

exercer qualquer cargo público.

A expansão escravista impulsionou o

crescimento do comércio, que levou ao surgimento de uma classe intermediária formada por grandes

comerciantes, usurários, artesãos e armadores.

A decadência e o consequente desaparecimento do império romano extinguiu temporariamente este

“tipo de trabalho”. Com a expansão marítima, a

descoberta de novos continentes e consequentemente

de novas riquezas, tornava-se necessária mão de obra em maiores quantidades. Reinventa-se a escravidão:

negros africano e escravos da terra.

Encontramos formas de escravidão no Oriente, dentro dos haréns, onde as concubinas do grande

sultão, xeque ou xá, eram escravas e muitas delas eram

negociadas ou capturadas na região do Cáucaso (entre a Rússia e o Oriente Médio).

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Em plena Idade Média, na África, existiu uma

escravidão doméstica, e não uma escravidão

mercantil. Entre diversos povos africanos o escravo não era uma mercadoria, mas sim um braço a mais na

colheita, na pecuária, na mineração e na caça; um

guerreiro a mais nas campanhas militares.

Outros povos ou sociedades africanas viviam da

guerra para a captura de pessoas para serem vendidas

a outros povos que necessitavam de escravos. Estes escravos eram comprados e vendidos pelos árabes.

1.3. Escravidão na Idade Moderna

A escravidão da época moderna está vasada

num forte preconceito racial. O comerciante pertence a um grupo étnico considerado superior.

Os portugueses e o tráfico de escravos

africanos. É com a chegada dos europeus no continente africano que o tráfico escravista se

configurou na maior migração forçada de povos da

história. Acredita-se que entre 8 e 100 milhões de pessoas foram obrigadas a deixar a sua terra natal,

atravessar o oceano Atlântico para ser escravo.

Navio negreiro

Os portugueses trocavam cavalos (um cavalo era trocado por 15 ou 20 escravos), armas de fogo por

escravos (os jalofos) e armas de fogo, o que aumentava

o seu poder de guerra e de conquista de mais escravos. Tendo chegado à Idade Moderna, a escravidão

se caracterizou como a base da economia de muitas

regiões. No continente africano, principal fornecedor de escravos do período, aprisionar os inimigos

derrotados e explorá-los no cativeiro era prática

amplamente utilizada pelas tribos vitoriosas em conflitos locais.

A partir de então, muitos desses cativos eram

vendidos a comerciantes estrangeiros, sobretudo

europeus, gerando um lucrativo tráfico de escravos entre a África e o resto do mundo.

Com a expansão marítima portuguesa e a

colonização lusitana sobre o litoral africano, boa parte desse vantajoso comércio de mão de obra escrava

passou a ser controlado por negociantes portugueses.

Levados sob péssimas condições nos porões dos “navios negreiros”, estes escravos tinham como

principal destino as colônias europeias, notadamente

aquelas de domínio português, e em que destaque o

Brasil.

1.4. Escravismo colonial

A montagem do sistema colonial no novo

mundo pela metrópoles europeias, impôs a reinvenção

da escravidão. No primeiro século da escravidão, optou-se

pelos escravos da terra. Assim, os índios

representaram a principal mão de obra nas atividades econômicas da América Ibérica. Gradativamente,

foram sendo substituídos pelos africanos, que se

tornaram, como disse um cronista da época, “as mãos

e os pés” dos senhores. Entre o final do século XVI e as últimas

décadas do século XIX, os escravos negros tornaram-

se a mão de obra por excelência da América colonial. A escravidão, como peça importante na

engrenagem colonial, atendeu as exigências do

sistema capitalista nascente e de sua efetivação na

periferia do Sistema Colonial. A escravidão foi

fundamental para a realização da acumulação do

capital.

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O trabalho escravo (compulsório) no Brasil

abrangeu dois tipos de escravidão: a indígena (o

escravismo vermelho) e a negra africana. A primeira vai ser praticada até 1759, quando

por decisão do Marques de Pombal, aboliu a

escravidão indígena.

A mão-de-obra negra era altamente lucrativa para a burguesia mercantil metropolitana. Quando o

grupo mercantil metropolitano descobriu que traficar

escravo era lucrativo, proíbe-se a escravidão do índio, adota-se o escravo africano.

Com o tráfico negreiro, obtinha-se altíssimos

lucros e fazia parte do mercado mundial que se

estruturava e cuja lógica também passava a estruturar a sociedade colonial.

Até o final do século XIX, a escravidão foi a

relação de trabalho dominante na América e, no Brasil,

mesmo após a independência.

1.5. Escravidão Branca

As diversas modalidades de trabalho forçado no

mundo têm sempre em comum duas características: o

uso da coação e a negação da liberdade. Contemporaneamente, o estatuto da escravidão

foi abolido. No entanto, isto não significa que não

existam formas modernas de escravidão. Não são raras as notícias, denuncias, da

existência de formas de trabalho escravo.

Trabalhadores recebendo baixa remuneração; jornadas

excessivas de trabalho, tratados como objetos de trabalho; trabalho infantil, são consideradas formas de

escravidão.

No Brasil de hoje, o trabalho escravo resulta da soma do trabalho degradante com a privação de

liberdade. O indivíduo fica preso a uma dívida. Seus

documentos retidos. É levado a um local isolado geograficamente, vigiado e impedido de retornar.

O termo empregado para este tipo de

recrutamento coercitivo e prática trabalhista em áreas

remotas é trabalho escravo. O termo trabalho escravo se refere à condições degradantes de trabalho aliadas à

impossibilidade de saída ou escape das fazendas em

razão a dividas fraudulentas ou guardas armados.

Nos últimos anos, a escravidão foi abolida por

lei, mas algumas pessoas ainda têm seus escravos

trabalhando em seus negócios, propriedades e até em suas próprias casas. Em outras palavras, a escravidão

não foi abolida, apenas trocou de roupa.

Segundo o estatuto jurídico brasileiro, o empresário é o responsável legal por todas as relações

trabalhistas de seu negócio. Está escrito na

Constituição Federal de 1988, é de responsabilidade

do proprietário da terra, tudo o que ocorrer nos domínios da sua propriedade. Dentro desta premissa,

em 2004, o governo federal decretou a desapropriação

de uma fazenda para fins de reforma agrária por não cumprir sua função social-trabalhista e degradar o

meio ambiente.

A sanção penal tem sido insuficiente para pôr fim a escravidão. O fim da escravidão e de práticas

análogas à escravidão é um princípio reconhecido por

toda a comunidade internacional.

1.6. Servidão

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A servidão, para alguns historiadores, era uma

espécie de escravidão mais branda. Podemos definir “servos” como “trabalhadores das grandes terras

comandadas pelos 'senhores' e viviam nas redondezas

da propriedade. Estavam vinculados à terra pelo

trabalho e não tinham direito de salário ou benefícios; trabalhavam para morar no local e recebiam os

suprimentos necessários para se alimentarem e

sobreviverem” (http://www.infoescola.com/idade-media/servos/).

A servidão é o status legal e econômico dos

camponeses ("servos") no feudalismo, especialmente no âmbito do sistema econômico da "senhoria"

(direitos feudais sobre a terra).

Os servos, diferenciam dos escravos pelo fato

de não poder ser vendidos pelos senhores feudais. Estavam obrigados por toda a vida a

entregarem produtos e prestarem serviços a seus

senhores. Não eram proprietários das terras em que trabalhavam, pois estas lhes eram "emprestadas" pelos

senhores. Era a mão-de-obra da propriedade.

A servidão era transmitida dos pais para os filhos, assim como os títulos de nobreza Os servos

formaram o alicerce principal da ascensão fundiária.

Eles possuíam diversas obrigações com os senhores

feudais: Corveia – obrigação paga em trabalho.

Trabalhavam sem remuneração por alguns

dias da semana em troca de proteção; Banalidades - taxas pagas pelos servos por

utilizar instalações pertencentes ao senhor

feudal como o moinho, o forno, o celeiro,

entre outros; Talha – consistia na entrega de parte da

produção servil ao senhor feudal;

Formirage - Quando havia um casamento entre camponeses de diferentes senhores, o

camponês pagava esta taxa para o proprietário

de sua esposa; Mão-morta – taxa paga pelos familiares do

servo que havia falecido, para que eles

continuassem ocupando as terras do senhor.

Os servos são trabalhadores rurais que estão

vinculados à terra, formando a classe social mais baixa da sociedade feudal. A relação de servidão baseava

nas relações entre camponeses (servos) e os

proprietários de terras (senhor feudal). Dentre as

características da servidão estão: os servos não podiam deixar o manso servil sem autorização do senhor (sem

liberdade) e eram cobrados impostos dos servos.

A servidão implica o trabalho forçado dos servos nos campos dos senhores de terras, em troca de

proteção e do direito arrendar terras para subsistência.

Na idade média ocidental feudal, esse sistema

(servidão) se caracteriza pela exploração do trabalho

servil, responsável por toda a produção. O servo não é considerado um escravo, porém não é um trabalhados

livre. O que determina a condição servil é seu vínculo

com a terra, ou seja, o servo está preso a terra. Ao receber um lote de terra para viver e

trabalhar, e ao receber (teoricamente) proteção, o

servo esta forçado a trabalhar sempre para o mesmo senhor feudal, não podendo abandonar a terra.

A servidão disseminou-se na Europa no século

X e tornou-se a forma predominante de organização

do trabalho agrário europeu durante toda a Idade Média.

Os servos é "uma raça de infelizes que nada

podem obter sem sofrimento".

1.7. Mão de Obra Livre

Não se pode falar de mão de obra livre e assalariada sem falar de capitalismo. Não se fala de

capitalismo sem falar de Revolução Industrial. O

regime capitalista é um sistema econômico, social e político que começou a surgir com o declínio do

sistema feudal. O capitalismo se consolida com a

Revolução industrial.

A mão-de-obra assalariada consiste no recebimento de "recompensa" (no mais comum

exemplo, dinheiro) pelo serviço prestado no trabalho.

Na Idade Moderna, com o "nascimento" do capitalismo, o trabalho livre e o assalariado se

tornaram mais comuns.

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Nas fábricas dos primeiros tempos da

Revolução Industrial, os operários trabalhavam em

precárias condições, devido às longas jornadas de trabalho em ambiente em insalubre, sujeitos a

acidentes e a castigos físicos e em troca de salários

insignificantes.

A máquina ditava o ritmo de trabalho. Os empregos tornaram-se mais especializados, e o

trabalho, monótono.

Os salários nas fábricas eram baixos. As mulheres e as crianças trabalhavam como empregados

não especializados e recebiam apenas uma parte

insignificante dos baixos salários dos homens. A maioria dos trabalhadores das fábricas era

terrivelmente pobre e não sabia ler ou escrever. Nas

cidades (inchadas), o número de habitações eram

insuficientes. As pessoas viviam em péssimas condições higiênicas e, portanto, sujeitas a surtos de

doenças.

As condições de trabalho. Os trabalhadores nas indústrias e minas viviam em condições de

superexploração. Não havia qualquer regulamentação

por parte do governo, o que levava ao trabalho infantil, o trabalho com alta periculosidade, sem férias, nos sete

dias por semana, por mais de dez horas diárias, com

salários irrisórios etc. Alguns presos e ‘vagabundos’ –

entenda-se, desempregados – eram obrigados a trabalhar nas fábricas.

Os trabalhadores não votavam e pouco podiam

fazer para melhorar sua situação. As leis inglesas proibiam o funcionamento dos sindicatos. Os que

aderissem, podiam ir presos.

Trabalho nas primeiras fábricas

Os operários não aceitaram quietos essa

situação. Reuniram-se e organizaram-se. Primeiramente, puseram a culpa nas máquinas, eram

os luditas que quebravam máquinas e eram duramente

perseguidos pela polícia. Para estes, as máquinas eram as culpadas por suas péssimas situações.

Depois, houve uma mudança de estratégia e

decidiu-se pela paralisação do trabalho, as greves, com uma ‘carta’ com reivindicações trabalhistas e

políticas, já que essas classes não tinham nenhum

direito político. Eram os cartistas, que mostraram mais

sucesso, apesar das sucessivas repressões patronais e da polícia. Este deu origem ao moderno sindicalismo.

Com a terceira Revolução Industrial, a mão de

obra humana são substituídas por novas máquinas e computadores. Postos de trabalho são eliminados e,

em diferentes ramos da economia, o trabalhador

tradicional desaparece. Cresce o desemprego.

2. Comparativo entre a escravidão Antiga e Nova no Brasil

Antiga Escravidão

(Mercantilismo)

Nova Escravidão

(Neoliberalismo)

Estatuto Jurídico Permitida Proibida

Custo de aquisição Elevado. A riqueza, o poder, o

prestígio de um senhor era medida

pela quantidade de escravo que possuía

Muito baixo. Não há compra e,

muitas vezes, gasta-se apenas o

transporte.

Lucratividade Muito baixa. Haviam custos com a

compra e manutenção dos escravos. Muitos morriam ou fugiam

Alta. Quando alguém fica doente é

dispensado, mandado embora, sem nenhum direito. Não se respeita os

direitos sociais e trabalhistas.

Mão de obra Pouca oferta. Escassa. A oferta

dependia de tráfico negreiro; captura e prisão de índios ou

reprodução.

Abundante e descartável. O país

possuí um grande contingente de trabalhadores desempregados.

Relacionamento Longo período. A vida inteira do

escravo e até de seus descendentes

Curto período. Terminado o serviço,

não é mais necessário prover o sustento

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Diferenças étnicas Relevantes para a escravização Irrelevantes. Qualquer pessoa pobre

e miserável são os que se tornam

escravos, independentemente da cor da pele.

Manutenção da ordem Ameaças, violência psicológica,

coerção física, punições exemplares

e até assassinatos.

Ameaças, violência psicológica,

coerção física, punições exemplares

e até assassinatos

3. Os Imigrantes – transição para o trabalho livre no Brasil

No século XIX, a imagem do Brasil na Europa

e na Ásia (principalmente Japão) era de um país das

oportunidades. Pessoas que passavam por dificuldades

econômicas enxergaram uma ótima chance de prosperarem no Brasil. A chegada dos primeiros

grupos de imigrantes no Brasil aconteceu a partir de

1808, alguns anos antes da independência, a convite

do Príncipe Regente D. João VI. Fica uma pergunta: por que importar europeus?

Afirma alguns historiadores que, grande parte

dos trabalhadores nacionais livres se recusavam ao trabalho nas lavouras porque possuíam uma ideia

extremamente negativa a respeito do mesmo. Havia

um preconceito do trabalho manual. No início do século XIX, grande levas de

imigrantes, principalmente europeus, vieram para o

Brasil em busca de melhores oportunidades de

trabalho. Compravam terras e começam a plantar para sobreviver e também vender em pequenas

quantidades.

A importação de trabalhadores livres se fez basicamente sob duas modalidades:

Sistema de parceria – nele, os trabalhadores imigrantes eram, em sua maioria,

camponeses empobrecidos, artesãos e operários

que esperavam no outro lado do Atlântico (no

Brasil) o que na Europa estavam impossibilitados de obter: acesso à terra, bens

materiais e condições dignas de vida. Pelo

contrato de parceria, os colonos tinham todas as despesas de viagem pagas e transporte até a

fazenda. Os gastos com manutenção e

instalação da família, efetuados logo após a

chegada dos mesmos corriam também por conta

do fazendeiro. Quando ocorresse a colheita

fazia-se o acerto de contas;

Sistema de imigração subvencionada ou

subsidiada. Pelo sistema o governo brasileiro

assumia a responsabilidade de arcar com as despesas de viagem dos trabalhadores

imigrantes e de suas famílias e os fazendeiros

arcavam com os gastos do colono durante o seu

primeiro ano de vida no país. Além disso, os colonos receberiam um salário fixo anual e mais

um salário de acordo com o volume da colheita,

fixado por alqueire de café produzido.

O pioneiro em recrutar imigrantes europeus foi

um grande fazendeiro da região de Limeira, em São Paulo, o senador Nicolau de Campos Vergueiro, que

trouxe para a sua fazenda famílias da Suíça e da

Alemanha.

O grande empecilho para o sucesso da

imigração, pesar de autorizada a concessão de terras a

estrangeiros, era o latifúndio, impedia a implantação da pequena propriedade rural e a escravidão

obstaculizava o trabalho livre assalariado.

Durante o século XX, muitos imigrantes que

aqui chegaram, vieram fugindo do perigo provocado pelas duas grandes guerras mundiais que atingiram o

continente europeu.

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A entrada de imigrantes europeus no Brasil

integrou uma política chamada de engenharia social ou

seja, tentando copiar a sociedade europeia, os intelectuais brasileiros visavam ao embranquecimento

do povo brasileiro através do processo de imigração.

A consolidação do trabalho livre e assalariado

fortaleceu o mercado interno brasileiro e criou

condições para o desenvolvimento industrial.

4. A democracia racial

No pós-abolição da escravatura são lançadas as bases teóricas do mito da democracia racial e se

consolidaram no imaginário social. da abolição da

escravatura, que mergulha o negro em uma condição completamente nova com relação a todas as

experiências anteriormente por ele vividas.

O mito se transformou em ideologia oficial das

relações raciais no Brasil. A ideia de um Brasil formado por uma 'mistura de raças', miscigenação

cultural, diferentes etnias e culturas fizeram

subentender a ideia de um Brasil sem preconceito e racismo.

A miscigenação não exclui os preconceitos.

Nossa última constituição coloca a discriminação racial como um crime inafiançável. Nosso racismo é

velado e, nem por isso, pulsante. Os sistemas de cotas

e a criação de um ministério voltado para essa única

questão demonstram o tamanho do nosso problema. Um dos primeiros a discutir as “questões étnicas

no Brasil, foi Gilberto Freire que, influenciado pelos

estudos relativistas (Estados Unidos, Escola de Franz Boas), publica a célebre obra Casa Grande e

Senzala. Com ela começa a se escrever a fábula do

“Mito da democracia racial no Brasil”. (O Mito da

Democracia Racial no Brasil. http://lllsociologialll.blogspot.com.br).

Joaquim Nabuco

A cunhagem da expressão “democracia étnica”, por Gilberto Freyre, surge no contexto da sua

militância contra o integralismo.

Na década de 1910 surge, defendido principalmente pelo antropólogo João Batista de

Lacerda, o denominado “mito do embranquecimento”.

Segundo esse pensamento, “a mistura no Brasil se realizaria de forma tão acentuada que as diferenças

étnicas tenderiam a desaparecer em aproximadamente

um século”. Afirmava que o Brasil iria se uniformizar

etnicamente em um curto espaço de tempo.

Na década de 1930, O médico Nina publica o

livro Os Africanos no Brasil, “salienta na obra o

pessimismo com relação à mistura de grupos étnicos

no Brasil, afirmando que desse fato decorreria inclusive a tendência brasileira ao atraso econômico”.

Esta postura é seguida por autores como Euclides da

Cunha. (O Mito da Democracia Racial no Brasil. http://lllsociologialll.blogspot.com.br)

Segundo Petrônio Domingues, “Democracia

racial, a rigor, significa um sistema racial desprovido de qualquer barreira legal ou institucional para a

igualdade racial, e, em certa medida, um sistema

racial desprovido de qualquer manifestação de

preconceito ou discriminação.” (O mito da democracia racial e a mestiçagem no Brasil (1889-

1930).

Alguns teóricos “entendem a democracia racial como uma ideia, um ideário tipicamente brasileiro

ou ainda como um mito social que, de acordo

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com alguns, não deve ser descartado porque

carregaria em si a potencialidade de unir as pessoas e

de mobilizá-las em torno de um ideal nobre.” O termo denota a crença de que o Brasil escapou do racismo e

da discriminação racial vista em outros países.

Outros intelectuais criticam veementemente tal

conceito. Para estes, “a ideia da democracia racial dificulta o reconhecimento das discriminações reais

e contribui, em última análise, para retardar

mudanças estruturais necessárias.” Segundo o “discurso legal”, todos os cidadãos

negros poderia usufruir de uma igualdade de direitos e

oportunidades em relação aos brancos em todas as áreas da vida pública. No entanto, a própria

constituição de 1891, excluir da participação política,

os analfabetos, que em sua maioria eram negros. A cor

não deixou de ser um fator restritivo ao sucesso individual.

No discurso da elite, o fracasso negro na vida

passa a ser interpretado como uma consequência das suas próprias deficiências, pois, na “prática”, o sistema

oferecia igualdade de oportunidades a todos. A vítima

é a culpada – “A culpa não é dos brancos - é nossa”.

As deficiências

eram vista como legado da

escravidão. Nesta perspectiva, o negro

passaria a conceber a

liberdade como o oposto ao trabalho, à

responsabilidade e à

disciplina.

O racismo científico referendava as

deficiências como sendo

biológicas, naturais e não culturais. O mito da democracia racial gerava uma

sensação de alívio entre os brancos no seu conjunto,

a ponto de se sentirem eximidos de qualquer obrigação pelo drama da população negra. (Petrônio

Domingues. O mito da democracia racial e a

mestiçagem no Brasil (1889-1930).

O mito da democracia racial era uma distorção do padrão das relações raciais no Brasil, construído

para maquiar a opressiva realidade de desigualdade

entre negros e brancos. O mito da democracia racial se construiu e se

perpetuou graças a literatura produzida pelos viajantes

que visitaram o país; pela produção da elite intelectual e política; pela direção do movimento abolicionista

institucionalizado; pelo processo de mestiçagem.

Quando a imprensa procura negar o preconceito

racial, ela contribuía para desarticular a luta política

antirracista, pois não se combate o que não existe. O

que se fazia era forjar o fetiche da integração simbólica

do negro no seio da nacionalidade. O mito da democracia racial "fabricou" a figura

do "mulato" como uma categoria independente. Ele,

passava a ter maiores chances de ascensão e aceitação

social. Era saída encontrada pela ideologia da democracia racial para difundir a ilusão de que no

Brasil não existiam distinções de “raça”

No discurso, na construção do imaginário do brasileiro, “as incursões sexuais do português sobre a

escrava eram reconhecidas como prova da ausência de

preconceito do branco. A mestiçagem era representada como expressão do estreitamento nas relações

raciais.”

O mito da democracia racial, na prática, reforça

o "complexo de superioridade" no branco, ao mesmo tempo desenvolve no negro o "complexo de

inferioridade". Ou seja, transfere para o negro a culpa

por todas as mazelas que o afetavam. Os que conseguiam ascensão, negam suas

origens, tornavam-se "negro de alma branca”,

abandonando sua identificação com a luta do

seu grupo racial de origem.

Reforçava o mito da

democracia racial. A exceção vira regra.

Falta às pessoas a

consciência real do que é o racismo e de como este mito

cresce a cada dia

promovendo mais

desigualdades na nossa sociedade.

Nas décadas de 1960

e 1970, Florestan Fernandes, Roberto DaMatta e Fernando Henrique

Cardoso, “desenvolveram a chamada crítica ao mito

da democracia racial, apresentando como acrítica uma concepção antropológica que se recusava a tratar

cientificamente todos os conflitos inter-étnicos

existentes no passado brasileiro e no seu próprio

presente”. (O Mito da Democracia Racial no Brasil. http://lllsociologialll.blogspot.com.br).

O golpe militar de 1964, que destrói o pacto

populista, estremece também os elos do protesto negro com o sistema político. O movimento negro brasileiro,

influenciado, internacionalmente, pela negritude,

enfatizava as suas raízes africanas. A partir de 1968, os principais líderes negros brasileiros vão para o

exílio.

Na década de 1980, o “mito da democracia

racial” será denunciado sistematicamente como um

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dogma da “supremacia branca” no Brasil. O

movimento queria transformar a imagem do Brasil de

paraíso em inferno racial. (Democracia racial, Antônio Sérgio Alfredo Guimarães).

Com a redemocratização do país, grupos sociais

farão dos direitos civis, individuais e universais o

principal objetivo das lutas sociais. A partir da década de 1990, não é mais a

democracia que será adjetivada para explicar a

especificidade brasileira, mas o racismo.

5. Exercícios

1) Em relação ao sistema produtivo das cidades-estados gregas, podemos dizer que predominava:

a) O trabalho dos camponeses livres, rendeiros dependentes e artesãos urbanos.

b) O trabalho comunal nas aldeias agrícolas, sendo

a escravidão secundária. c) A escravidão, então convertida em um modo de

produção sistemático.

d) O trabalho livre junto às propriedades rurais e

pequenas unidades artesanais. e) A vassalagem originária dos comitatus

germânico e do colonato romano.

2) A escravidão foi conhecida pela maioria dos

povos e cultura do mundo. Originalmente

representou a necessidade do emprego de uma mão-de-obra complementar, que aumentasse a

produtividade do trabalho familiar e doméstico.

Gradativamente o escravo passou a ser

empregado em todos setores da economia.

Sobre a utilização da mão-de-obra escrava ao longo da

história, podemos afirmar que:

I. Os gregos e romanos utilizaram como mão-de-

obra escrava os prisioneiros de guerra e de

dívidas; II. O período medieval assistiu à redução

progressiva do número de escravos na Europa

cristã ocidental pela utilização da mão-de-obra servil;

III. A mão-de-obra africana utilizada na

colonização do Brasil foi justificada pela rentabilidade do tráfico negreiro;

IV. A mão-de-obra assalariada foi empregada em

toda a colonização da América, impedindo a

utilização da mão-de-obra escrava. É correto afirmar que estão corretas as afirmativas...

a) I, II e IV b) II, III e IV

c) I, II e III

d) I e II

e) Todas as alternativas

3) (FGV) Analise o gráfico abaixo:

O tráfico negreiro foi um dos mais importantes

elementos do domínio colonial entre os séculos XVI e

XVIII. A mão de obra escrava proveniente da África foi empregada nas principais atividades desenvolvidas

nas colônias americanas, por iniciativa dos Estados

europeus.

Considerando os dados fornecidos pelo gráfico, é

possível afirmar sobre a economia colonial nesse

período:

a) A utilização de escravos africanos na América

espanhola cresceu em escala progressiva e acompanhou o aumento da extração de prata e

ouro até o final do século XVIII.

b) A introdução de escravos africanos nas Antilhas

Francesas está associada à produção canavieira desenvolvida por holandeses após a sua expulsão

de Pernambuco na metade do século XVII.

c) Os governantes ingleses impediram o tráfico de escravos em suas colônias e estimularam, em

contrapartida, o desenvolvimento do povoamento

europeu nos territórios americanos sob o seu controle.

d) A utilização de escravos africanos no Brasil

ocorreu, apenas, com a descoberta de ouro e

pedras preciosas na região das Minas Gerais, no século XVIII.

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e) O número de escravos africanos trazido ao Brasil

foi sempre superior ao volume de escravos

destinados às demais áreas coloniais referidas no gráfico.

4) (UNESP) Sobre o emprego da mão de obra

escrava no Brasil colonial, é possível afirmar que

a) Apenas africanos foram escravizados, porque a

Igreja Católica impedia a escravização dos índios.

b) As chamadas “guerras justas” dos portugueses

contra tribos rebeldes legitimavam a escravização de índios.

c) Interesses ligados ao tráfico negreiro controlado

pelos holandeses forçavam a escravização do

africano. d) Os engenhos de açúcar do Nordeste brasileiro

empregavam exclusivamente indígenas

escravizados. e) Apenas indígenas eram escravizados nas áreas

em que a pecuária e o extrativismo

predominavam.

5) (UFSC)

Os instrumentos são de vários tipos; alguns são vivos, outros inanimados; o capitão de um navio usa um

leme sem vida, mas um homem vivo como observador;

pois o trabalhador num ofício é, do ponto de vista do ofício, um de seus instrumentos. Assim, qualquer parte

da propriedade pode ser considerada um instrumento

destinado a tornar o homem capaz de viver; e sua

propriedade é a reunião desse tipo de instrumentos, incluindo os escravos; e um

escravo, sendo uma criatura viva, como qualquer

outro servo, é uma ferramenta equivalente às outras. Ele é em si uma ferramenta para manejar ferramentas

(Aristóteles (século IV a.C.). Política)

A escravidão era comum na Grécia Antiga. Em

Atenas, Corinto e Mileto, quase toda a vida econômica

dependia do trabalho escravo. Era frequente encontrar

o escravo trabalhando na agricultura, nas oficinas de artesanato, em serviços domésticos e nas minas. O

modo como os gregos encaravam a escravidão ficou

registrado em textos de filósofos da época, como o de Aristóteles, do qual podemos depreender que o

escravo era visto como um

(a) Ser vivo e humano, antes de tudo.

(b) Instrumento de trabalho vivo e uma propriedade.

(c) Cidadão com direitos, por ser uma criatura viva.

(d) Servo para qualquer trabalho, que não podia ser

vendido.

(e) Trabalhador assalariado, explorado como ferramenta viva de trabalho.

6) A escravidão foi característica básica das relações

de produção na Grécia. O trabalho escravo sustentou essa sociedade cuja elite desprezava o

trabalho manual.

Aristóteles, filósofo grego, faz várias considerações

sobre a situação do escravo na Grécia Antiga, nas

alternativas que se segue, com exceção de:

A) Os que nada tem a oferecer além do seu corpo

como força de trabalho estão condenados à

escravidão. B) A sujeição ao trabalho escravo é melhor do que

ficar abandonado.

C) A guerra e as conquistas são indispensáveis para a criação de uma sociedade escrava.

D) O uso dos escravos e dos homens é

aproximadamente o mesmo.

7) (UEPG) O escravismo antigo foi uma invenção

do mundo greco-romano que forneceu a base

última tanto das suas realizações como do seu eclipse.

Sobre esse sistema, assinale o que for correto.

1. Nas duas grandes épocas clássicas da

Antiguidade, a Grécia dos séculos V e IV a.C. e

Roma do século II a.C. ao II d.C., a escravatura foi massiva.

2. A liberdade e a escravatura helênicas eram

indivisíveis: cada uma delas era condição estrutural da outra.

3. As cidades-estados gregas tornaram a escravatura

pela primeira vez absoluta na forma e dominante na extensão, transformando-a de recurso

subsidiário em modo de produção sistemático.

4. Instituição solidamente enraizada na abolição:

mesmo nas grandes rebeliões de escravos, os revoltosos em geral almejavam a liberdade

individual e não a supressão do sistema.

5. A manumissão, concessão de liberdade ao escravo, foi uma prática generalizada na Roma

escravista.

[a] Se apenas 1 for incorreta;

[b] Se apenas 1 e 3 forem incorretas;

[c] Se apenas 3, 4 e 5 forem incorretas

[d] Se todas forem incorretas;

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[e] Se rodas forem corretas.

8) (ULBRA/RS) A escravidão e a servidão fazem parte de um divisor de águas para a diferenciação

de períodos históricos característicos da Europa.

Embora exista uma certa utilização equivocada,

envolvendo os conceitos, podemos dizer que em essência e em lógica de perpetuação dos sistemas

socioeconômicos:

[a] A escravidão possuía uma prática comum em

todas as regiões da Europa, da Ásia e da América

ligada ao feudalismo; [b] A servidão era componente fundamental para a

definição da ação dos pretores e do

desenvolvimento das áreas de plantation;

[c] A escravidão na idade média era fonte principal do abastecimento de mão-de-obra qualificada

para o comércio;

[d] A servidão vinculava o trabalhador à terra e determinava a abrangência do poder do senhor

feudal;

[e] A escravidão em Roma caracterizava-se unicamente pela exploração de negros vindos da

África que eram, diretamente, exportados para as

áreas de plantation na América.

9) (PUC-PR) Textos de todos os povos falam do

excesso e do peso do pagamento de tributos,

incluindo os camponeses ou servos de gleba medievais no Ocidente da Europa. Para estes, das

várias obrigações, cita-se o pagamento de tributo

em espécie e fornecimento de mão-de-obra

gratuita para reparo de pontes, estradas, canais, etc., respectivamente com os nomes de:

[a] Corveia – talha; [b] Talha – corveia;

[c] Taxa de casamento – mão morta.

[d] Censo – capitação; [e] Banalidades – talha;

10) (ESPM/SP) A sociedade feudal era

essencialmente agrária, sendo a terra principal fonte de riquezas. Além de criar o produto

necessário à própria subsistência e à de suas

famílias, os camponeses eram obrigados a realizar tarefas suplementares para o senhor.

Entre os tributos que os servos pagavam ao

senhor feudal estava a corveia, que consistia em:

[a] Trabalho gratuito nas terras do senhor, ou seja, no

manso senhorial, em alguns dias da semana;

[b] Porcentagem da produção da tenência, ou seja,

uma parte do que tivesse sido produzido no

manso servil. [c] Tributo cobrado pelo uso de instrumentos ou bens

do senhor, como o moinho, o forno, o celeiro, as

pontes;

[d] Imposto pago por cada membro da família servil, por cabeça;

[e] Imposto pago à Igreja, utilizado para a

manutenção da capela local;

11) (UFPEL) Ilustração do século XV que representa

os servos prestando serviços sob a fiscalização de um agente do senhor.

Durante o feudalismo europeu, este tipo de obrigação,

que era cumprida através de trabalho gratuito nas terras senhoriais, era denominada de

a) Talha.

b) Banalidades. c) Mão-morta.

d) Comitatus.

e) Corveia.

12) (GVRJ)

A palavra servo vem de servus (latim), que significa

“escravo”. No período medieval, esse termo adquiriu

um novo sentido, passando a designar a categoria

social dos homens não livres, ou seja, dependentes de um senhor. (...) A condição servil era marcada por um

conjunto de direitos senhoriais ou, do ponto de vista

dos servos, de obrigações servis. (Luiz Koshiba, História: origens, estruturas e

processos)

Assinale a alternativa que caracterize corretamente

uma dessas obrigações servis.

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a) Dízimo era um imposto pago por todos os servos

para o senhor feudal custear as despesas de proteção do feudo.

b) Talha era a cobrança pelo uso da terra e dos

equipamentos do feudo e não podia ser paga com

mercadorias e sim com moeda. c) Mão morta era um tributo anual e per capita, que

recaía apenas sobre o baixo clero, os vilões e os

cavaleiros. d) Corveia foi um tributo aplicado apenas no

período decadente do feudalismo e que recaía

sobre os servos mais velhos. e) Banalidades eram o pagamento de taxas pelo uso

das instalações pertencentes ao senhor feudal,

como o moinho e o forno.

13)

Os senhores poucos, os escravos muitos; os senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus, os

senhores banqueteando, os escravos perecendo à

fome...

Estas palavras, do padre Antônio Vieira, descrevem

bem a situação da sociedade colonial à época do

apogeu açucareiro. A respeito, considere as afirmativas:

I. Os senhores eram os donos dos engenhos e da riqueza neles gerada; logo, podiam comer bem

e vestir-se luxuosamente.

II. Os escravos eram uma propriedade dos

senhores, como qualquer outro objeto de sua lavoura e de seu engenho, não precisando de

roupas e comendo apenas o mínimo necessário.

III. A Igreja Católica, inclusive os padres da Companhia de Jesus, admitiu em geral a

escravidão africana, embora tenha combatido

com coragem e tenacidade a escravização do indígena.

IV. A minoria dos senhores de terras e escravos

temia as ações dos jesuítas, tal como haviam

feito os holandeses em Pernambuco, em prol da libertação dos escravos dos engenhos e

plantações.

Assinale:

a) Se somente as alternativas I e II estão corretas. b) Se somente as alternativas II e III estão corretas.

c) Se somente as alternativas I, II e II estão corretas.

d) Se somente as alternativas II, III e IV estão

corretas.

e) Se todas as alternativas estão corretas.

14) As leis portuguesas do século XVI são dúbias com relação aos indígenas, proíbem a

escravização do indígena, mas ao mesmo tempo

abrem essa possibilidade em caso de “guerra

justa”. Para os portugueses “guerra justa” significava:

a) A utilização da força para que esses povos pudessem participar do reino dos céus.

b) Aquela no qual o indígena tomava a iniciativa de

agressão contra o branco. c) O aprisionamento devido à necessidade vital de

mão-de-obra.

d) A ação missionária do jesuíta para ensinar os

valores da sociedade branca. e) O uso da violência na formação dos aldeamentos,

evitando a ação dos jesuítas.

15) A organização do engenho exigia a utilização de

numerosos trabalhadores na produção açucareira,

estimulando a escravidão, já adotada por Portugal nas Ilhas Atlânticas, e que representava:

a) A efetivação do sistema capitalista na periferia do

sistema colonial, fundamental para a acumulação de riquezas.

b) Um grande retrocesso para Portugal, que desde o

Renascimento Humanista havia abolido a escravidão de seus territórios.

c) Uma contradição, pois nos países europeus

desenvolvia-se a mentalidade liberal,

antiescravista. d) Um choque com a Igreja Católica, contrária

qualquer forma de escravidão, por considerar que

todos são filhos de Deus. e) A retomada do escravismo antigo, tal como no

Império Romano, em que o escravo era utilizado

em atividades variadas.

16) (UFSC)

Os africanos foram trazidos do chamado continente negro para o Brasil em um fluxo de intensidade

variável. Os cálculos sobre o número de pessoas

transportadas como escravos variam muito. Estima-se que, entre 1550 e 1855, entraram pelos portos

brasileiros 4 milhões de escravos, na sua grande

maioria jovens do sexo masculino. (FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Ed.

da Universidade de São Paulo,1995. p. 51.)

Sobre a escravidão no Brasil, é correto afirmar que:

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1. Eram chamados quilombos os espaços

determinados para alojar os escravos destinados ao comércio e foram fundamentais na estrutura

produtiva dos engenhos de açúcar.

2. O dia da consciência negra celebra a assinatura da

Lei Áurea no século XIX, que proclamou a liberdade dos escravos.

3. Aos escravos só restava a rebeldia como forma de

reação, a qual se manifestava através do assassinato de feitores, das fugas e até do

suicídio. Não havia qualquer forma de

negociação com vistas a melhores condições de vida por parte dos negros.

4. O Quilombo dos Palmares, organizado no interior

do atual Estado de Alagoas, é considerado o mais

importante do período colonial e foi liderado por Zumbi.

5. No continente africano os vários povos estavam

divididos em etnias organizadas em tribos, clãs e reinos. Apesar desta divisão, a unidade desses

povos foi uma forma de resistirem à escravidão e

não serem transformados em mercadoria.

[A] Se apenas 3 e 4 forem corretas

[B] Se apenas 1 e 2 forem corretas;

[C] Se apenas 2 e 4 forem corretas

[D] Se apenas 4 e 5 forem corretas

[E] Se apenas 1 e 4 forem corretas

17) (PUC-RIO) Sobre as características da sociedade

escravista colonial da América portuguesa estão

corretas as afirmações abaixo, À EXCEÇÃO de

uma. Indique-a.

A) O início do processo de colonização na América

portuguesa foi marcado pela utilização dos índios - denominados “negros da terra” - como mão-de-

obra.

B) Na América portuguesa, ocorreu o predomínio da utilização da mão-de-obra escrava africana seja

em áreas ligadas à agro exportação, como o

nordeste açucareiro a partir do final do século

XVI, seja na região mineradora a partir do século XVIII.

C) A partir do século XVI, com a introdução da mão-

de-obra escrava africana, a escravidão indígena acabou por completo em todas as regiões da

América portuguesa.

D) Em algumas regiões da América portuguesa, os senhores permitiram que alguns de seus escravos

pudessem realizar uma lavoura de subsistência

dentro dos latifúndios agroexportadores, o que os

historiadores denominam de “brecha

camponesa”.

E) Nas cidades coloniais da América portuguesa, escravos e escravas trabalharam vendendo

mercadorias como doces, legumes e frutas, sendo

conhecidos como “escravos de ganho”.

18) (PUC-RIO)

Cartazes, como o acima, registram algumas das características da escravidão na sociedade brasileira,

durante o século XIX.

Com base nas informações contidas no documento e

no seu conhecimento acerca da escravidão, assinale a

única opção que NÃO apresenta uma característica correta.

A) Os escravos especializados em algum ofício

usufruíam de melhores condições de trabalho; viviam, nas cidades, como homens livres, e

evitavam fugas ou revoltas.

B) O costume de andar calçado era um símbolo de status social que permitia estabelecer critérios de

distinção entre trabalhadores libertos (forros) e

escravos.

C) A identificação do escravo como “crioulo” apontava para sua condição de nascido no Brasil,

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distinguindo-o, do “africano”, o recém-chegado,

trazido pelo tráfico.

D) As diferenças entre escravos e “forros”, isto é, cativos que haviam conseguido sua alforria, em

áreas urbanas, eram pouco expressivas em termos

de matizes raciais.

E) As fugas de escravos, a despeito de sua recorrência, eram compreendidas pelos

proprietários como a perda de um bem

constituído, o que justificava o pagamento de recompensa pela captura.

19) (FUVEST)

Trabalho escravo ou escravidão por dívida é uma

forma de escravidão que consiste na privação da

liberdade de uma pessoa (ou grupo), que fica obrigada a trabalhar para pagar uma dívida que o

empregador alega ter sido contraída no momento da

contratação. Essa forma de escravidão já existia no Brasil, quando era preponderante a escravidão de

negros africanos que os transformava legalmente em

propriedade dos seus senhores. As leis abolicionistas não se referiram à escravidão por dívida. Na

atualidade, pelo artigo 149 do Código Penal

Brasileiro, o conceito de redução de pessoas à

condição de escravos foi ampliado de modo a incluir também os casos de situação degradante e de

jornadas de trabalho excessivas.

(Adaptado de Neide Estergi. A luta contra o trabalho escravo, 2007.)

Com base no texto, considere as afirmações abaixo:

II. O escravo africano era propriedade de seus

senhores no período anterior à Abolição.

III. O trabalho escravo foi extinto, em todas as suas formas, com a Lei Áurea.

IV. A escravidão de negros africanos não é a única

modalidade de trabalho escravo na história do Brasil.

V. A privação da liberdade de uma pessoa, sob a

alegação de dívida contraída no momento do

contrato de trabalho, não é uma modalidade de escravidão.

VI. As jornadas excessivas e a situação degradante de

trabalho são consideradas formas de escravidão pela legislação brasileira atual.

São corretas apenas as afirmações:

A) I, II e IV

B) I, III e V

C) I, IV e V

D) II, III e IV

E) III, IV e V

20) (UDESC)

Em 17 de março de 1872 pelo menos duas dezenas de

escravos liderados pelo escravo chamado Bonifácio avançaram sobre José Moreira Veludo, proprietário

da Casa de Comissões (lojas de venda e compra de

escravos) em que se encontravam, e lhe meteram a lenha. Em depoimento à polícia, o escravo Gonçalo

assim justificou o ataque: Tendo ido anteontem para

a casa de Veludo para ser vendido foi convidado por Filomeno e outros para se associar com eles para

matarem Veludo para não irem para a fazenda de café

para onde tinham sido vendidos.

(Apud: CHALHOUB, Sidney, 1990, p. 30 31)

Com base no caso citado acima e considerando o fato

e a historiografia recente sobre os escravos e a escravidão no Brasil, é possível entender os escravos

e a forma como se relacionavam com a escravidão da

seguinte forma:

I. O escravo era uma coisa, ou seja, estava

sujeito ao poder e ao domínio de seu

proprietário. Privado de todo e qualquer direito, incapaz de agir com autonomia, o

escravo era politicamente inexpressivo,

expressando passivamente os significados sociais impostos pelo seu senhor.

II. Nem passivos e nem rebeldes valorosos e

indomáveis, estudos recentes informam que

os escravos eram capazes de se organizar e se contrapor por meio de brigas ou desordens

àquilo que não consideravam justo, mesmo

dentro do sistema escravista. III. Incidentes, como no texto acima, denotam

rebeldia e violência por parte dos escravos. O

ataque ao Senhor Veludo, além de relevar o banditismo e a delinquência dos escravos, só

permite uma única interpretação: barbárie

social.

IV. O tráfico interno no Brasil deslocava milhares de escravos de um lugar para outro. Na

iminência de serem subitamente arrancados

de seus locais de origem, da companhia de seus familiares e do trabalho com o qual

estavam acostumados, muitos reagiram

agredindo seus novos senhores, atacando os donos de Casas de Comissões, etc.

V. Pesquisas recentes sobre os escravos no Brasil

trazem uma série de exemplos, como o texto

citado acima, que se contrapõem e

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desconstroem mitos célebres da historiografia

tradicional: que os escravos eram apenas

peças econômicas, sem vontades que orientassem suas próprias ações.

Assinale a alternativa correta.

[a] Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.

[b] Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.

[c] Somente as afirmativas I, II, IV e V são verdadeiras.

[d] Somente as afirmativas II, IV e V são

verdadeiras. [e] Todas as afirmativas são verdadeiras.

21) (FUVEST) O Brasil ainda não conseguiu

extinguir o trabalho em condições de escravidão, pois ainda existem muitos trabalhadores nessa

situação.

Com relação a tal modalidade de exploração do ser

humano, analise as afirmações abaixo.

I. As relações entre os trabalhadores e seus

empregadores marcam-se pela informalidade e

pelas crescentes dívidas feitas pelos

trabalhadores nos armazéns dos empregadores, aumentando a dependência financeira para com

eles.

II. Geralmente, os trabalhadores são atraídos de regiões distantes do local de trabalho, com a

promessa de bons salários, mas as situações de

trabalho envolvem condições insalubres e

extenuantes. III. A persistência do trabalho escravo ou

semiescravo no Brasil, não obstante a legislação

que o proíbe, explicasse pela intensa competitividade do mercado globalizado.

Está correto o que se afirmar em:

[a] I, somente.

[b] II, somente.

[c] I e II, somente. [d] II e III, somente.

[e] I, II e III.

22) A escravidão negra no Brasil teve várias facetas.

Dentre as assertivas a seguir, qual não pode ser

considerada uma marca do escravismo brasileiro?

A) A vida nos engenhos era dura e penosa. Por isso, a

expectativa de vida dos escravos era muito

pequena.

B) Todos os escravos se reconheciam como iguais e

lutaram juntos pelo fim da infame escravidão.

C) O processo de derrocada da escravidão foi lento e gradual, durando, legalmente falando, quase

quarenta anos (1850-1888).

D) Era relativamente comum ao “preto forro”, caso

tivesse algum pecúlio, adquirir um escravo. E) Os escravos que conseguiam, ao longo de muitos

anos de trabalho duro, juntar algum cabedal

compravam a sua liberdade.

23) (UFPB 2008) O texto, a seguir, retrata uma das

mais tristes páginas da história do Brasil: a escravidão.

“O bojo dos navios da danação e da morte era o

ventre da besta mercantilista: uma máquina de moer carne humana, funcionando incessantemente para

alimentar as plantações e os engenhos, as minas e as

mesas, a casa e a cama dos senhores – e, mais do que tudo, os cofres dos traficantes de homens.”

(Fonte: BUENO, Eduardo. Brasil: uma história: a in-

crível saga de um país. São Paulo: Ática, 2003. p. 112).

Sobre a escravidão como atividade econômica no

Brasil Colônia, é correto afirmar:

A) As pressões inglesas, para que o tráfico de

escravos continuasse, aumentaram após 1850. Porém, no Brasil, com a Lei Eusébio de

Queiróz, ocorreu o fim do tráfico intercontinental

e, praticamente, desapareceu o tráfico interno

entre as regiões. B) A mão-de-obra escrava no Brasil, diferente de

outros lugares, não era permitida em atividades

econômicas complementares. Por isso, destinaram-se escravos exclusivamente às

plantações de cana-de-açúcar, às minas e à

produção do café. C) A compra e posse de escravos, durante todo o

período em que perdurou a escravidão, só foi

permitida para quem pudesse manter um número

de, pelo menos, 30 cativos. Essa proibição justificava-se, devido aos altos custos para se ter

escravos.

D) Muitos cativos, no início da escravidão, conseguiam a liberdade, após adquirirem a carta

de alforria. Isso explica o grande número de ex-

escravos que, na Paraíba, conseguiram tornar-se grandes proprietários de terras.

E) Os escravos, amontoados e em condições

desumanas, eram transportados da África para o

Brasil, nos porões dos navios negreiros, como

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forma de diminuição de custos. Com isso, muitos

cativos morriam antes de chegarem ao destino.

24) (UFSC)

A Anti-Slavery Internacional, organização não-

governamental que atua no combate à escravidão no mundo contemporâneo, considerava que cerca de 25

milhões de pessoas eram vítimas do trabalho escravo

em 2003. Dentre essas pessoas haveria trabalho infantil, exploração sexual e trabalhadores

escravizados por dívida. Nesse mesmo ano, conforme

a Comissão Pastoral da Terra (CPT), aproximadamente 25 mil pessoas estariam vivendo

nessas condições no Brasil.

CATELLI JUNIOR, Roberto. História – Texto e

Contexto. São Paulo: Editora Scipione, 2007. p. 268.

Sobre o tema escravidão, é CORRETO afirmar que:

1. A partir de 1888, com a Lei Áurea, foram criadas

condições especiais para que os libertos

pudessem ingressar no mercado de trabalho, especialmente no meio rural com a distribuição

de terra a ex-escravos.

2. Dada à tradição de liberdade, a população

indígena no Brasil nunca pode ser submetida à escravidão, optando-se, então, pela compra de

negros da África.

3. No Brasil do século XXI ainda existem pessoas que vivem em condições de escravidão, tanto em

grandes fazendas quanto no meio urbano.

4. Em função das políticas de inclusão adotadas no

Brasil nos últimos anos, as diferenças salariais desapareceram quando comparados os salários

entre brancos e negros.

5. Conflitos entre as várias tribos no continente africano fizeram com que negros escravizassem

outros negros, vendendo-os como mercadorias.

[a] Se apenas 3 e 4 forem corretas

[b] Se apenas 1 e 2 forem corretas;

[c] Se apenas 2 e 4 forem corretas

[d] Se apenas 3 e 5 forem corretas [e] Se apenas 1 e 4 forem corretas

25) A Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, provocou

inúmeras mudanças, não somente na forma de

produzir mercadorias como também nas relações de trabalho. Milhares de trabalhadores foram

submetidos a até 16 horas de trabalho por dia,

baixos salários e péssimas condições de vida.

Para contrapor a esta situação, eles resistiram de todas

as formas e um destes “movimentos” ficou conhecido

como “ludismo”.

Assinale a alternativa correta, que define este

movimento.

[a] Era uma organização clandestina que tinha como

objetivo assassinar patrões e altos funcionários do

governo. [b] Era um sindicato que tinha como proposta

conscientizar a burguesia e o governo sobre a

miséria da classe operária. [c] Era um grupo formado, em sua maioria, por

artesãos que quebravam as máquinas porque

acreditavam que elas os estavam substituindo.

[d] Era uma associação que visava formar e educar os futuros trabalhadores, tornando os mais

competitivos no mercado de trabalho.

[e] Era um partido operário que defendia a supressão do capitalismo, substituindo-o por uma sociedade

igualitária.

26) (UDESC) As questões abaixo referem-se aos

movimentos operários, no contexto da Revolução

Industrial do século XIX.

I. Ao longo do século XIX a consolidação do

capitalismo tornaria as condições de vida e de

trabalho do nascente proletariado extremamente precárias.

II. O ludismo traduz as primeiras manifestações de

resistência da nascente classe operária que

ocupou os últimos anos do século XVIII e os primeiros do século XIX.

III. Em meados do século XIX a greve geral dos

trabalhadores na Europa, organizada pelo sindicato que representava a classe operária,

provocou importantes mudanças na legislação

trabalhista da época. IV. O movimento cartista, movimento operário que

surgiu na primeira metade do século XIX, não se

constituiu um fato isolado, pois foi precedido de

greves, motins, insurreições e outras manifestações da classe operária.

V. Na segunda metade do século XIX, e

principalmente com a formação das associações internacionais dos trabalhadores, percebeu-se

uma estreita relação entre o marxismo e o

movimento operário europeu.

Assinale a alternativa correta.

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[a] Somente as afirmativas I, II, III e IV são

verdadeiras.

[b] Somente as afirmativas I, II, IV e V são verdadeiras.

[c] Somente as afirmativas IV e V são verdadeiras.

[d] Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.

[e] Todas as afirmativas são verdadeiras

27) (UNIMONTES/MG)

Afinal, nem todos os homens se renderam diante das

forças irresistíveis do novo mundo fabril, e a

experiência do movimento de quebradores de máquinas demonstra uma inequívoca capacidade dos

trabalhadores para desencadear uma luta aberta

contra o sistema de fábrica. (...) Se, por um lado, esse

movimento de resistência visava investir contra as novas relações hierárquicas e autoritárias

introduzidas no interior do processo de trabalho

fabril, e nessa medida a destruição das máquinas funcionava como mecanismo de pressão contra a nova

direção organizativa das empresas, de outro lado,

inúmeras atividades de destruição carregavam implicitamente uma profunda hostilidade contra as

novas máquinas e contra o marco organizador da

produção que essa tecnologia impunha.”

(DE DECCA, Edgar. O nascimento das fábricas. 3.ed. São Paulo: Brasiliense, 1985, p.30–31. Citado

por FARIA, Ricardo de Moura. História. Belo

Horizonte: Lê, 1993, vol. 3, p. 157)

O texto acima se refere à/ao(s)

[a] Movimento conhecido como Ludismo que, segundo o autor, caracterizou-se pela

ingenuidade dos trabalhadores que enxergavam,

nas novas máquinas, o inimigo a ser enfrentado. [b] Cartismo e às Trade-Unions, estratégias de luta

que representam, conforme interpretação do

autor, as correntes políticas do movimento de destruição das máquinas.

[c] Primórdios da organização e resistência dos

trabalhadores à nova ordem social, marcada pelo

uso das máquinas na rotina de trabalho, configurando a chamada Revolução Industrial.

[d] Influência anarquista junto aos operários fabris,

aspecto evidenciado na recusa da ação parlamentar e na opção por uma luta direta contra

as máquinas e seus proprietários.

28) A entrada de imigrantes europeus no Brasil

integrou uma política chamada de engenharia

social. Sobre isso é correto dizer que:

a) Tentando copiar a sociedade europeia, os

intelectuais brasileiros visavam ao

embranquecimento do povo brasileiro através do processo de imigração.

b) A engenharia social fez parte da política de

aumentar o processo de miscigenação do Brasil,

valorizando a identidade afrodescendente da população.

c) A engenharia social foi uma estratégia de copiar

a sociedade africana como o modelo ideal de civilização para a sociedade brasileira.

d) O objetivo de muitos intelectuais era de romper

com o estereótipo de que no Brasil só havia escravos, índios e mulatos.

29) (UFPA) Observe a figura abaixo.

O “ludismo”, um movimento social ocorrido na Inglaterra da época da Revolução Industrial, pode ser

corretamente descrito como uma manifestação de:

[a] Trabalhadores livres desempregados que desejavam acabar com as indústrias e voltar para

o campo, visando tornarem-se pequenos

agricultores. [b] Jovens artistas e pintores que, com a invenção das

máquinas de pintura de tecido, foram demitidos

das modernas indústrias de tecelagem inglesas. [c] Operários grevistas que se opunham ao

desenvolvimento tecnológico ou industrial,

atacando as indústrias e fazendo greves por

aumento de salário. [d] Operários grevistas que se opunham ao

desenvolvimento tecnológico ou industrial,

atacando as indústrias e fazendo greves por aumento de salário.

[e] Donos de pequenas tecelagens que percebiam,

nas grandes fábricas e em suas modernas

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máquinas, o fim de seu pequeno negócio, já que

a nova tecnologia barateava o processo produtivo

30) (UDESC) Assinale a alternativa incorreta, sobre

o processo de imigração no Brasil, nos séculos

XIX e XX.

A) Pressionados pelos vários relatos de maus tratos

sofridos pelos imigrantes no território brasileiro,

governos europeus, como o italiano e o espanhol - no início do século XX -, restringiriam a

emigração para o Brasil.

B) Depois de 1822 o novo governo imperial procurou trazer imigrantes europeus para

colonizar o vasto território brasileiro. A

imigração de alemães, suíços e de outros

germânicos dominaria a primeira metade do século XIX.

C) A partir, mais ou menos, de 1880, o problema da

mão-de-obra para manter as lavouras de café, base da economia nacional, provocaria uma

explosão da imigração no Brasil.

D) Dentro da questão da imigração, também havia outras motivações claramente racistas:

"branquear o Brasil", para "civilizá-lo".

E) O processo de imigração no Brasil foi bastante

uniforme, principalmente se compararmos os imigrantes instalados em Santa Catarina com

aqueles instalados em São Paulo, no final do

século XIX.

31) (UNISA)

A história da imigração para as zonas cafeeiras de São Paulo começa no Segundo Reinado, mas tem

maior impacto nos anos posteriores à proclamação da

República. O incentivo à vinda de imigrantes passou por alguns ensaios e erros. Em 1847, Nicolau de

Campos Vergueiro, antigo regente do Império e

fazendeiro, cuja fortuna provinha em boa parte do comércio de importação de escravos, tentou uma

primeira experiência.

BORIS, Fausto. História do Brasil.

Essa primeira experiência foi o “sistema de parceria”

que não prosperou. Como razão para o fracasso desse

sistema pode-se destacar:

a) Os colonos imigrantes não se adaptaram ao

trabalho nas lavouras de café, que exigia alto nível técnico;

b) A impossibilidade de convivência, em uma

mesma fazenda, de colonos imigrantes com

escravos negros;

c) Os colonos imigrantes não se adaptaram às novas

condições de vida e ao clima do Brasil, preferindo

retornar ao país de origem; d) Não era de interesse do governo imperial

incentivar a vinda de imigrantes, devido ao alto

custo da viagem;

e) Os colonos imigrantes foram forçados a enfrentar um regime de semiescravidão, devido às

condições contratuais firmadas com os

fazendeiros.

32) (UFPE) As razões que fizeram com que no Brasil

colonial e mesmo durante o império a escravidão africana predominasse em lugar da escravidão

dos povos indígenas podem ser atribuídas a (à):

[a] Setores da Igreja e da Coroa que se opunham à escravização indígena; fugas, epidemias e

legislação antiescravista indígena que a tornaram

menos atraente e lucrativa. [b] Religião dos povos indígenas, que proibia o

trabalho escravo. Preferiam morrer a ter que se se

submeterem às agruras da escravidão que lhes era imposta nos engenhos de açúcar ou mesmo em

outros trabalhos.

[c] Reação dos povos indígenas, que, por serem

bastante organizados e unidos, toda vez que se tentou capturá-los, eles encontravam alguma

forma de escapar ao cerco dos portugueses.

[d] Ausência de comunicação entre os portugueses e os povos indígenas e à dificuldade de acesso ao

interior do continente, face ao pouco

conhecimento que se tinha do território e das

línguas indígenas. [e] Um enorme preconceito que existia do europeu

em relação ao indígena, e não em relação ao

africano, o que dificultava enormemente o aproveitamento do indígena em qualquer

atividade.

33) Leia a letra da música abaixo:

Todo Camburão Tem Um Pouco De Navio Negreiro

Marcelo Yuka e O Rappa Tudo começou quando a gente conversava

Naquela esquina alí

De frente àquela praça Veio os homens

E nos pararam

Documento por favor Então a gente apresentou

Mas eles não paravam

Qual é negão? qual é negão?

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O que que tá pegando?

Qual é negão? qual é negão?

É mole de ver Que em qualquer dura

O tempo passa mais lento pro negão

Quem segurava com força a chibata

Agora usa farda Engatilha a macaca

Escolhe sempre o primeiro

Negro pra passar na revista Pra passar na revista

Todo camburão tem um pouco de navio negreiro

Todo camburão tem um pouco de navio negreiro É mole de ver

Que para o negro

Mesmo a aids possui hierarquia

Na África a doença corre solta E a imprensa mundial

Dispensa poucas linhas

Comparado, comparado Ao que faz com qualquer

Figurinha do cinema

Comparado, comparado Ao que faz com qualquer

Figurinha do cinema

Ou das colunas sociais

Todo camburão tem um pouco de navio negreiro Todo camburão tem um pouco de navio negreiro

A letra acima retrata a permanência do preconceito sofrido pelos negros africanos em decorrência de mais

de trezentos anos de escravidão em terras brasileiras.

A partir da letra da música e de seus conhecimentos

sobre a escravização no Brasil, indique a alternativa incorreta.

[a] O fim da escravidão no Brasil não foi acompanhado de medidas para inserir os

africanos escravizados na sociedade, já que não

eles tiveram acesso a terra e, quanto à adoção do trabalho assalariado, foi dado um estímulo maior

aos imigrantes europeus.

[b] Os africanos exerciam uma série de atividades,

dentre as quais podem ser destacadas as domésticas, quando trabalhavam nas casas, e

também quando eram escravos de ganho,

administrando pequenos comércios, praticando o artesanato ou prestando pequenos serviços para

seus senhores.

[c] Após a Independência do Brasil, em 1822, houve uma intensa campanha pelo fim da escravidão do

Brasil, organizada principalmente por

abolicionistas que se adiantaram às pressões dos

ingleses pelo fim do Tráfico no Atlântico. Em

razão da ação dos abolicionistas, a Lei Eusébio de

Queirós foi promulgada em 1850.

[d] Um dos principais exemplos da permanência do preconceito contra os negros no Brasil após o fim

da escravidão pode ser encontrado na violência

policial, que durante todo o século XX incidiu

muito mais nos descendentes de africanos que sobre a população branca.

34) Analise a ilustração abaixo:

Quadro do pintor J. B. Debret. Disponível em

http://www.reporterbrasil.org.br/exibe. php?id=1346. Acesso em 10/11/2010.

Com base na imagem apresentada e nos

conhecimentos acerca do período escravocrata no Brasil, é possível concluir que:

[a] Após a promulgação da Lei Áurea, os escravos foram inseridos como mão de obra fundamental

nas plantações de cana-de- açúcar, de tabaco e de

algodão. [b] O Ceará foi a primeira província do Brasil a abolir

a escravidão. Este ato serviu como exemplo para

as demais províncias, já que o Ceará era a

província com maior número de escravos. [c] Em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, os

escravos obtiveram a liberdade total no Brasil.

Esta lei, assinada pela Princesa Isabel, abolia de vez a escravidão no Brasil e previa políticas

públicas para a inserção dos negros como

cidadãos plenos à sociedade brasileira.

[d] O governo brasileiro sempre adotou ações eficazes para coibir o tráfico transatlântico de

escravos.

[e] O fim da escravidão legal no Brasil não foi acompanhado de políticas públicas e mudanças

estruturais para a inclusão dos trabalhadores

recém-libertos.

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35) Leia abaixo um trecho de uma entrevista de

Abdias do Nascimento, escritor, político e

militante do movimento negro:

“Os cultos afro-brasileiros eram uma questão de

polícia. Dava cadeia. Até hoje, nos museus da polícia

do Rio de Janeiro ou da Bahia, podemos encontrar artefatos cultuais retidos. São peças que provavam a

suposta delinquência ou anormalidade mental da

comunidade negra. Na Bahia, o Instituto Nina Rodrigues mostra exatamente isso: que o negro era

um camarada doente da cabeça por ter sua própria

crença, seus próprios valores, sua liturgia e seu culto. Eles não podiam aceitar isso.”

Retirado do Portal Afro:

<http://www.portalafro.com.br/entrevistas/abdias/inte

rnet/abdias.htm> acessado em 25/09/2013.

A partir do trecho acima citado, é possível afirmar

que:

[a] Apesar da escravidão a que estavam sujeitos, os

africanos sempre tiveram autonomia para praticar seus cultos religiosos.

[b] Ao chegarem ao Brasil e passarem a conviver

com os europeus, os africanos escravizados

foram paulatinamente perdendo seus traços culturais originais, adotando ao final

integralmente a cultura europeia.

[c] Mesmo com todo o tipo de repressão a que estavam sujeitos, os africanos escravizados ainda

buscaram manter vivas suas tradições culturais

religiosas.

[d] Nina Rodrigues e seus seguidores estavam certos ao afirmarem que os africanos eram degenerados

por não aceitarem a cultura europeia como

superior às suas.

36) O ‘13 de Maio’ foi o coroamento da primeira

mobilização nacional da opinião pública,

mobilização a que aderiram escravos, libertos,

estudantes, jornalistas, advogados, intelectuais, empregados públicos, setores do operariado. Como

tal, sua importância não pode ser ignorada. Mas,

como vimos, em termos dos resultados, a abolição aboliu muito pouco. A distância que separava o ex-

escravo da condição de cidadão era enorme, como

continua enorme até hoje a distância que separa a população negra da mesma condição.

JOSÉ MURILO DE CARVALHO. A abolição

aboliu o quê? Folha de S. Paulo, 13 de maio de

1988.

Sobre a abolição da escravidão no Brasil, assinale a

alternativa correta.

a) Nos anos 1880, o abolicionismo representava um

amplo movimento social, com clubes, jornais e

comícios, onde atuavam lideranças políticas, jornalistas e advogados. Muitos negros e

mestiços, como Francisco de Paula Brito, Luiz

Gama, André Rebouças e José do Patrocínio, faziam parte da elite intelectual e das lutas

abolicionistas.

b) Pouco tempo após a abolição, a mentalidade escravista e os preconceitos raciais foram se

dissolvendo no Brasil. O país se tornou um dos

grandes exemplos de democracia racial com o

estabelecimento da igualdade social entre brancos, negros e índios.

c) A Lei Áurea foi aprovada pela princesa Isabel e

previa medidas de reparação aos ex-escravos, como acesso à posse da terra e aos demais bens

de produção.

d) A abolição da escravidão foi obra exclusiva da elite branca que, pressionada pela Inglaterra,

visava implantar o trabalho assalariado,

garantindo, assim, um mercado consumidor para

os produtos industrializados. A população negra, reprimida e submissa, não teve influência na

conquista de sua liberdade.

e) A elite brasileira estava tão arraigada ao trabalho escravo, que o considerava indispensável à

prosperidade econômica do país. Praticamente

não houve contestação à escravidão no Brasil

durante o século XIX.

37) (...) “O Treze de Maio redimiu 700 mil escravos, que

representavam, a essa altura, um número pequeno no

total da população estimada em 15 milhões de pessoas. Como se vê, a libertação tardou demais, e

representava o fim do último apoio da Monarquia: os

fazendeiros cariocas da região do Vale do Paraíba, as

quais se divorciavam do seu antigo aliado.” (Schwarcz, Lilia Moritz. As barbas do Imperador –

D. Pedro II um monarca nos trópicos. São Paulo:

Companhia das Letras, 1998)

Com o crescimento do movimento abolicionista, o

Império Brasileiro foi colocado em xeque. Sobre a conjuntura histórica em que foi abolida a escravidão,

é correto afirmar sobre a condição do negro na

sociedade:

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22

[A] Os problemas ligados à escravidão se

atenuaram, quando o crescimento das revoltas

dos ex-escravos suprimiu os conflitos com as elites rurais.

[B] As sociedades libertadoras alcançaram o seu

objetivo principal que era de promover a

integração do ex-escravo na sociedade. [C] O fim da escravidão possibilitou ao negro

liberto o livre acesso à terra, garantindo à

sociedade brasileira a implementação de uma dinâmica mobilidade social.

[D] O negro livre permaneceu à margem do

universo cultural estabelecido por uma sociedade regida pelo branco e continuou

sujeito ao preconceito e novos mecanismos de

controle social durante muito tempo.

[E] O debate sobre a abolição trouxe à tona os problemas com a Igreja Católica, que acabou

impondo aos fiéis uma estratégia radical de

controle dos recém-libertos. 38) Considere as seguintes afirmativas sobre

semelhanças e diferenças da escravidão na Antiguidade e na Idade Moderna.

I. Tanto na Antiguidade como na Idade Moderna, a escravidão era uma forma de trabalho

compulsório; o proprietário de um escravo

podia dele dispor como se fosse um objeto que poderia ser comprado, vendido e mesmo

destruído. Foi uma forma de trabalho

largamente utilizada para tarefas pesadas e para

os trabalhos que, de uma maneira geral, os homens livres se recusavam a realizar.

II. Tanto na Antiguidade como na Idade Moderna,

foi comum a escravidão por dívidas e a submissão de povos derrotados em guerra.

III. Na Idade Moderna, a escravidão esteve

associada aos desdobramentos das Grandes

Navegações, que levaram à ocupação e à valorização econômica de terras recém

descobertas. Em muitas dessas áreas, os nativos

foram submetidos à escravidão, e as populações negras da África entraram nesse circuito.

Das afirmativas acima, pode-se dizer que

a) Apenas I está correta.

b) Apenas II está correta.

c) I e III estão corretas. d) II e III estão corretas.

e) I, II e III estão corretas.

39) As civilizações da antiguidade clássica – Grécia

e Roma – desenvolveram uma estrutura

socioeconômica alicerçada no escravismo. Sobre essa temática, pode-se afirmar que

I. A escravidão foi indispensável para a

manutenção do ideal democrático em Atenas, uma vez que os cidadãos ficavam desincumbidos

dos trabalhos manuais e das tarefas ligadas à

sobrevivência. II. A escravidão foi abolida em Atenas quando

Péricles estabeleceu o direito político a todos os

cidadãos, reconhecendo, dessa forma, a igualdade jurídica e social da população da Grécia.

III. Os escravos romanos, por terem pequenas

propriedades e direitos políticos, conviveram

pacificamente com os cidadãos romanos, como forma de evitar conflitos e a perda de direitos.

IV. Os escravos romanos, que se multiplicavam com

o expansionismo de Roma, estavam submetidos à autoridade de seu senhor, e sua condição

obedecia mais ao direito privado do que ao direito

público.

É correto apenas o que se apresenta em

(A) I e II. (B) I e IV.

(C) II e III.

(D) II e IV.

(E) III e IV.

40) (UNESP) Entre as formas de resistência negra à

escravidão, durante o período colonial brasileiro,

podemos citar

(A) A organização de quilombos, nos quais, sob

supervisão de autoridades brancas, os negros

podiam viver livremente. (B) As sabotagens realizadas nas plantações de café,

com a introdução de pragas oriundas da África.

(C) A preservação de crenças e rituais religiosos de origem africana, que eram condenados pela Igreja

Católica.

(D) As revoltas e fugas em massa dos engenhos, seguidas de embarques clandestinos em navios

que rumavam para a África.

(E) A adoção da fé católica pelos negros, que lhes

proporcionava imediata alforria concedida pela Igreja.

41) Leia este trecho

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23

“A nação brasileira é resultado de um projeto político

esboçado no Império, que consolidou a integridade

territorial e alimento o sentimento de identidade entre os brasileiros. Mas é fato que indígenas, brancos e

negros continuam se inserindo de forma diferenciada

na sociedade nacional.

A valorização da mestiçagem conferiu uma carteira de identidade para a imensa parcela da população

que tinha nas veias o “sangue negro”. O problema é

que essa carteira vaio embalada na teoria da democracia racial.”

Fonte: Conexões: estudos de geografia geral e do

Brasil: volume único/Lygia Terra, Regina Araújo, Raul Borges Guimarães. – 1.ed. – São Paulo:

Moderna, 2008, páginas 354/355

Após a leitura do trecho, analise as afirmativas em relação a situação da população negra no Brasil.

I – O negro, antes da abolição, era visto apenas como mão-de-obra, sem direitos políticos, desconsiderado

como cidadão.

II – O fim da escravidão tornou o negro cidadão, mas a exclusão social impediu o exercício de sua cidadania.

III – A taxa de analfabetismo da população branca era

de 9,3%, enquanto entre os negros e pardos era de

22%. IV - A discriminação racial no mercado de trabalho

tem diminuído ao longo do tempo, porque os negros

têm tido mais acesso à escola ou mesmo à universidade.

São corretas as afirmativas:

[a] Apenas I e IV são corretas;

[b] Apenas I, II e IV são corretas;

[c] Apenas I, II e III são corretas; [d] Apenas II e III são corretas;

[e] Apenas I, II, III e IV são corretas;

42) (UFPI)

"... todos os brasileiros, e sobretudo os brancos, não

percebem suficientemente que é tempo de se fechar a porta aos debates políticos (...). Se se continua a falar

dos direitos dos homens, da igualdade, terminar-se-á

por pronunciar a palavra fatal: liberdade, palavra terrível e que tem muito mais força num País de

escravos que em qualquer outra parte ..."

(MOTA, Carlos Guilherme (org.). "1822: dimensões". São Paulo: Perspectiva, 1972. p. 482.)

O texto acima, escrito provavelmente por volta de

1823/1824, é parte de uma carta sobre a independência

do Brasil, enviada por um observador europeu a D.

João VI. Leia com atenção o texto e, a seguir, assinale

a alternativa que expressa a configuração social do processo brasileiro de independência.

[a] A democracia racial, decorrente de uma intensa

miscigenação durante o período colonial, contribuiu para conciliar, logo nos primeiros anos

do Império, os interesses dos distintos grupos

sociais. [b] A "solução monárquica", através da qual a jovem

nação optava por afastar-se de seus vizinhos

americanos e adotar modelos políticos europeus, foi historicamente necessária como instrumento

de conciliação das raças no Brasil.

[c] O "haitianismo", temor da elite branca brasileira

de que se repetisse no Brasil uma revolução negra, tal qual ocorrera no Haiti, limitou as bases

sociais da independência e justificou

manifestações como essa da carta transcrita. [d] Em razão de temores como aquele expresso na

carta citada, a independência fez-se acompanhar

de um processo crescente de enfraquecimento da escravidão. Os mesmos grupos que lideraram o

processo de independência liderariam, anos

depois, a abolição da escravatura.

[e] O temor expresso na carta é infundado, pois além de contar com um número pequeno de escravos à

época da independência, as relações entre os

escravos e seus senhores, no Brasil, sempre foram cordiais, decorrendo justamente disso a noção de

"democracia racial".

43) (UEMA)

Costumo dizer que nenhuma nação passa

impunemente por quase quatro séculos de escravidão. E se o modo de produção escravista perdurou no

Brasil até o final do século XIX, não há possibilidade

de as marcas se apagarem com facilidade. As marcas materiais e as simbólicas. As duas imbricadas. A

cultura da Casa Grande sobrevive solidamente na

sociedade brasileira, por menos que o queiramos. O

preconceito e a discriminação contra os negros são heranças presentes da escravidão. Claro que temos

avançado. Há hoje um forte movimento negro no País.

Há mais consciência da sociedade brasileira contra o racismo. Mas, ainda temos uma longa estrada pela

frente.

Carta Capital. Seção: Diálogos. Disponível em: Acesso em: 08 maio 2008.

Indique a alternativa que interpreta corretamente o

texto acima.

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24

a) A situação do(a) negro(a) no Brasil mudou

radicalmente na atualidade pois não existe mais o racismo.

b) As relações raciais no Brasil são fruto da situação

histórica de formação desigual dessa sociedade.

c) A desigualdade entre as classes sociais no Brasil se sobrepõe às diferenças raciais, pois o país é

racionalmente democrático.

d) A sociedade brasileira é exemplo de democracia racial, pois no Brasil o racismo é combatido.

e) O movimento negro propõe a superação da

desigualdade social em detrimento da igualdade racial.

44) (UNIOESTE)

“Na segunda metade do século XX, a tendência à

superação das ideias racistas permitiu que diferentes

povos e culturas fossem percebidos a partir de suas especificidades. Grupos de negros pressionaram pela

adoção de medidas legais que garantissem a eles

igualdade de condições e combatessem a segregação racial. Chegamos então ao ponto em que nos

encontramos, tendo que tirar o atraso de décadas de

descaso por assuntos referentes à África”.

Marina de Mello e Souza. A descoberta da África. RHBN, ano 4, n. 38, novembro de 2008, p.72-75.

A partir deste texto e do conhecimento da sociologia a respeito da questão racial em nosso país, é possível

afirma que

a) autores como Gilberto Freyre, Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Darcy

Ribeiro, entre outros tantos autores, são

importantes por chamarem a atenção do país para o papel dos negros na construção do Brasil e da

brasilidade, e as formas de exclusão explícitas e

implícitas que sofreram. b) apesar de relevante a luta contra o preconceito

racial, o estudo da África só diria respeito ao

conhecimento do passado, do período do

Descobrimento do Brasil até a abolição da escravidão entre nós.

c) estudar a África só nos indicaria a captura e a

escravidão de diferentes povos africanos, tendo em vista que raça e o racismo são categorias

ideológicas as quais servem para encobrir as

fortes tensões sociais existentes entre a imensa classe de pobres e o seu oposto a dos ricos.

d) a autora quer dizer que devemos hoje operar cada

vez mais com categorias tais como a

especificidade da raça negra, da raça branca, da

raça amarela e outras mais.

e) nenhuma das alternativas está correta.

45) (PITÁGORAS) Uma das demandas de

movimentos contemporâneos por igualdade de

direitos é a superação de preconceitos inscritos em expressões de fala do nosso cotidiano.

Assinale, dentre as frases a seguir, aquela que NÃO expressa a naturalização de preconceitos ou

subordinação de pessoas de acordo com sua cor/raça,

gênero ou classe.

a) "Mulher no volante, perigo constante".

b) "O homem veio do macaco".

c) "Bom dia para todos e para todas". d) "A mulher foi feita a partir da costela do homem".

e) "Aquele lugar só é frequentado por gente 'feia'".

46) (PITÁGORAS) Leia o texto e identifique a

alternativa que melhor responde à questão que o

segue:

Um Brasil de cotas raciais?

[...]

“A maneira mais efetiva de reduzir as desigualdades sociais é pela generalização da educação basica de

qualidade e pela abertura de bons postos de trabalho.

Cotas raciais, mesmo se eficazmente implementadas, promoverão somente a ascensão social de um

reduzido número de pessoas, não alterando os fatores

mais profundos que determinam as iniquidades

sociais. [...]

Que Brasil queremos? Um país no qual as escolas

eduquem as crianças pobres, independentemente da cor ou raça, dando-lhes oportunidade de ascensão

social e econômica; no qual as universidades se

preocupem em usar bem os recursos e formar bem os alunos. No caso do ensino superior, o melhor caminho

é aumentar o número de vagas nas instituições

públicas, ampliar os cursos noturnos, difundir os

cursos de pré-vestibular para alunos carentes, implantar campus em áreas mais pobres, entre outras

medidas. Devemos almejar um Brasil no qual ninguém

seja discriminado, de forma positiva ou negativa, pelo cor ou raça: que se valorize a diversidade como um

processo vivaz que deve permanecer livre de normas

impostas pelo Estado a indivíduos que não necessariamente querem se definir segundo critérios

raciais”

(publicado em 14 de abril de 2006 no Correio

Braziliense, de autoria de Marcos Chor Maio e

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25

Ricardo Ventura Santos – reproduzido na página 291

do livro Divisões perigosas, de Peter Fry e outros,

editora Civilização brasileira, 2007).

Segundo a perspectiva dos autores, QUAL seria o

provável efeito da utilização de cotas raciais para o

enfrentamento das desigualdades sociais?

a) O rebaixamento da qualidade do ensino superior, assim como a racialização das identidades

sociais.

b) A superação das desigualdades raciais, tal qual o abandono gradual de práticas de preconceito

racial.

c) A continuidade das desigualdades sociais, apesar

da diminuição das tensões racial-identitárias. d) A superação das desigualdades raciais, assim

como um aumento na escolaridade média do

brasileiro. e) A continuidade das desigualdades sociais, bem

como a fixação arbitrária de identidades raciais.

47) (UEM) Leia o texto a seguir e assinale o que for

correto sobre o tema da diversidade étnica.

“[...] Na verdade, raça, no Brasil jamais foi um termo neutro; ao contrário, associou-se com frequência a

uma imagem particular do país. Muitas vezes, na

vertente mais negativa de finais do século XIX, a mestiçagem existente no país parecia atestar a

falência da nação [...]”

(SCHWARCZ, Lilia Moritz. Nem preto nem branco,

muito pelo contrário: cor e raça na intimidade. In: NOVAIS, Fernando & SCHWARCZ, Lilia

Moritz (orgs.) História da Vida Privada no Brasil.

Contrastes da intimidade contemporânea,. São Paulo: Companhia dasLetras, 1998, p. 177).

1. Vigorou no Brasil, do século XIX, uma visão elitista que privilegiava a cor branca e via na

mistura de raças a causa de seu atraso.

2. Os termos raça e etnia se equivalem. Ambos

fazem referência à composição de grupos de pessoas com características fisiológicas e

biológicas comuns.

3. Os estudos centrados na noção de raça classificam a humanidade por meio da seleção

natural e da organização genética.

4. Por ser o Brasil o país com o maior número de negros e afrodescendentes depois do continente

africano, não é pertinente discutir no Brasil o

racismo.

5. Nas décadas seguintes à abolição da escravatura,

a integração dos negros à sociedade brasileira foi

marcada pela adoção de mecanismos de inclusão que resultaram, recentemente, na implantação das

chamadas políticas de ação afirmativa.

[A] Se apenas 1 e 3 forem corretas; [B] Se apenas 2 e 4 forem corretas;

[C] Se apenas 4 e 5 forem corretas

[D] Se todas forem corretas; [E] Se todas forem incorretas

48) (UNICENTRO)

“Quando se menciona o trabalho escravo no Brasil,

a primeira lembrança é a da escravidão negra.

Realmente, foi ela a mais marcante, a mais longa e terrível; mas o trabalho escravo se inicia no Brasil

com a escravidão indígena”

(Tomazi, Nelson Dácio (coordenador). Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 2000, p.62).

Considerando a realidade estabelecida pela implantação do trabalho escravo dos negros africanos

trazidos ao Brasil, assinale a alternativa incorreta.

a) As condições de vida dos escravos africanos eram terríveis, razão pela qual a média de vida útil

deles não ultrapassava os quinze anos.

b) Os negros africanos reagiram à escravidão das mais diversas formas: através das fugas, dos

quilombos, da luta armada, da preservação dos

cultos religiosos, da dança, da música.

c) O negro é parte integrante da história brasileira, apesar dos muitos preconceitos que ainda

persistem contra eles.

d) O Brasil figura entre os primeiros países latino-americanos a declarar por meio de muitas leis, até

a promulgação da lei áurea, a libertação de seus

escravos. e) O fim do tráfico de escravos, no Brasil, ocorre em

meados do século XIX, quando começam

algumas experiências com a mão de obra

assalariada de estrangeiros.

49) (UFU) O movimento negro no Brasil, embora

exista de fato desde a Colônia, teve seus avanços reais constituídos em políticas públicas a partir

dos anos 1990.

Sobre as bandeiras, ações afirmativas e conquistas

deste movimento, é incorreto afirmar que:

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a) tornaram possível a obrigatoriedade do ensino da

história e da cultura afro-brasileira nas escolas de

ensino fundamental e médio. b) pretendem contribuir para diminuir a distância

socioeconômica entre negros e brancos no Brasil

e um dos mecanismos para que isso ocorra é a

instituição de cotas para negros na universidade.

c) relacionam-se a um movimento de políticas de

identidade étnico-racial que denuncia a

democracia racial brasileira como um mito. d) pretendem indenizar economicamente os

descendentes de escravos negros no Brasil.

50) (PUCMG) No PNAD (Pesquisa Nacional de Análise por Domicílio) do IBGE, realizada em 1976, foram

registradas 136 cores que os brasileiros atribuíram a si mesmos numa verdadeira “aquarela do Brasil”, algumas apresentadas a seguir.

Observando o quadro de cores e considerando seus conhecimentos históricos, assinale a afirmar CORRETA.

[a] A percepção de um senso comum sobre cor reforça a noção da miscigenação entre os grupos, voltada para um aspirado branqueamento.

[b] A indefinição de cor indica que o brasileiro não carrega a cor como um elemento de identidade étnica

ou categoria social. [c] O uso de expressões como pálida e retinta indica os extremos demonstrando uma ausência de preconceito em

relação à cor.

[d] Laranja, lilás, vermelha e verde, que aparecem na listagem, registram o desconhecimento da população

com relação às cores.

51) (UENP) Do ponto de vista sociológico, no Brasil

se constituiu sobre o mito da democracia racial principalmente depois da publicação de Casa

grande e senzala de Gilberto Freyre (2003). De

acordo com Florestan Fernandes (1965) o ideal de miscigenação fora difundido como mecanismo de

absorção do mestiço não para a ascensão social

do negro, mas para a hegemonia da classe

dominante. O mito da democracia racial assentou-se sobre dois fundamentos: 1) o mito do

bom senhor; 2) o mito do escravo submisso.

Analise as afirmações:

I. A crença no bom senhor exalta a vulgaridade

das elites modernas, como diria Contardo Calligaris, e juntamente com uma espécie de

pseudocordialidade seriam responsáveis pela

manutenção e o aprofundamento das diferenças sociais.

II. O mito do escravo submisso fez com que a

sociedade de um modo geral não encarasse de frente a violência da escravidão, fez com que os

ouvidos se ensurdecessem aos clamores do

movimento negro, por direitos e por justiça.

III. As proposições legislativas sobre a inclusão de negros vão desde o Projeto de Lei que reserva

aos negros um percentual fixo de cargos da

administração publica, aos que instituem cotas para negros nas universidades publicas e nos

meios de comunicação.

Assinale a alternativa correta:

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a) todas as afirmações são verdadeiras.

b) apenas a afirmação II e verdadeira.

c) as afirmações I e III são verdadeiras. d) as afirmações I e II são falsas.

e) todas as afirmações são falsas.

INSTRUÇÃO: O texto a seguir é referência para a questão de número 52.

No romance de Monteiro Lobato O Presidente Negro (1926), livro de ficção sobre os EUA, o

personagem principal vê o futuro, o século XXI, ano

de 2228, através de um porviroscópio, e tece algumas considerações sobre o estágio do choque das “raças”

naquele contexto.

[...] Até essa época a população negra

representava um sexto da população total do país. A predominância do branco era pois esmagadora e de

molde a não arrastar o americano a ver no negro um

perigo sério. Mas com o proibicionismo coincidiu o surto

das ideias eugenísticas de Francis Galton. As elites

pensantes convenceram-se de que a restrição da natalidade se impunha por 1001 razões, resumíveis no

velho truísmo: qualidade vale mais que quantidade.

[...] Os brancos entraram a primar em qualidade,

enquanto os negros persistiam em avultar em quantidade. [...] Mais tarde, quando a eugenia venceu

em toda a linha e se criou o Ministério da Seleção

Artificial, o surto negro já era imenso. [...] (Felizmente), muito cedo chegou o americano à

conclusão de que os males do mundo vinham dos três

pesos mortos que sobrecarregam a sociedade – o

vadio, o doente e o pobre. Em vez de combater esses pesos mortos por meio do castigo, do remédio e da

esmola, como se faz hoje, adotou solução mais

inteligente: suprimi-los. A eugenia deu cabo do primeiro, a higiene do segundo e a eficiência do

último.

(LOBATO, M. O Presidente Negro. São Paulo: Globo, 2008, p.97 e p.117, grifos do autor)

52) (UEL) Assinale a alternativa que contém a figura

que representa o ideal de branqueamento no Brasil do final do século XIX.

a)

Augustus Earle. Negros lutando. C. 1824, aquarela sb/papel 16,5 X

25 cm. b)

José Maria de Medeiros. Iracema, 1884, óleo sb/tela 168 X 255 cm.

c)

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Modesto Brocos. A redenção de Can, 1895, óleo sb/tela 199 X 166 cm.

d)

Jean Baptiste Debret. O Jantar, 1835, litografia.

e)

Senhora na liteira com dois escravos. Fotógrafo não identificado.

Acervo Instituto Moreira Salles.

NOTA: Imagens extraídas de: ALMEIDA, H. B.; SZWAKO, J. E. Diferenças, Igualdade. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2009, pp. 73, 76, 78, 86, 95.

53) Analise:

O perfil racial da Fundação Unipalmares é único na

América do Sul e há poucas como ela no mundo. O projeto excita e atrai muita gente, como Jairo Abud,

professor titular da Fundação Getulio Vargas, que se

apresentou à Unipalmares no início de 2005. A diretora, acanhada, disse que não teria como pagá-lo.

Ele respondeu: "Não estou perguntando quanto ou

como a senhora vai me pagar, estou dizendo que vou

dar aula aqui". Inevitável provocar a diretora sobre o tema da democracia racial: "Minhas opiniões sobre

isso se aprofundaram. Hoje eu posso falar a partir de

um conhecimento empírico. Eu discordava da democracia racial de Gilberto Freyre, sacava as

dificuldades do negro. A importância disto aqui é que

nossos alunos têm uma melhoria macro: observo

mudanças no modo de eles falarem, de se comportar,

a postura, as roupas, o padrão de consumo. Eles

começam a ler e selecionar o que leem. Não importa o que aconteça daqui pra frente, nós já conseguimos

fazer nosso aluno entender que aqui ele pode, e

alguém da família dele pode também. Olha, estou

vivendo a democracia racial pela primeira vez". ZIBORDI, 2007, p. 8.

A questão racial no Brasil tem suas origens históricas na escravidão e na situação do negro após a Abolição.

Ações políticas, como a da Unipalmares, representam,

no contexto da sociedade brasileira:

[A] uma comprovação da existência da democracia

racial no país, fruto da miscigenação étnica que

deu origem ao povo brasileiro. [B] uma política de ação afirmativa, que, por meio de

mecanismos compensatórios, busca corrigir uma

injustiça social no país. [C] o reforço do preconceito racial, pois prova a

incapacidade intelectual dos negros para

ingressarem na universidade sem mecanismos facilitadores.

[D] a tese de que a diferenciação ocorre por critérios

sociais e não de cor, na medida em que não

existem manifestações de racismo na sociedade brasileira.

[E] um retrocesso, ao permitir o ingresso na

universidade de pessoas desqualificadas, utilizando-se apenas do critério racial e nenhum

mecanismo de aferição de conhecimento.

54) Há muita polêmica em torno do mito da democracia racial no Brasil. Dentre os diversos

argumentos utilizados sobre tal questão, assinale

a alternativa INCORRETA.

A) O preconceito racial como característica do

sistema de classes expressaria as desigualdades decorrentes do escravismo assim como do

patrimonialismo brasileiro.

B) O aspecto mítico da democracia racial relacionar-

se-ia à construção cultural de um conjunto de valores que tem efeito concreto para os

indivíduos.

C) A conjuntura do Estado Novo e uma ideologia de integração produziriam a consolidação da nação.

D) No pós-guerra, a inclusão de todos os

trabalhadores do meio urbano garantiria a participação no sistema político de grupos

étnicos-raciais, justificando a democracia racial.

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E) No pós-guerra, apenas aos trabalhadores rurais

era garantida a participação no sistema político.

Gabaritos

1. C

2. C

3. B

4. B

5. B

6. A

7. E

8. D

9. B

10. A

11. E

12. E

13. E

14. B

15. A

16. A

17. C

18. A

19. B

20. D

21. C

22. B

23. E

24. D

25. C

26. E

27. A

28. A

29. B

30. E

31. E

32. A

33. C

34. E

35. C

36. A

37. D

38. C

39. B

40. C

41. D

42. C

43. B

44. D

45. C

46. E

47. A

48. D

49. D

50. A

51. A

52. C

53. B

54. E