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Ano XIII | 234 | Dezembro 2014 ISSN 2178-5781 Feijão com gostinho do Nordeste Caupi é cultivado em Jataí e produtor comemora lucro A união que faz a força Cooperativas agropecuárias auxiliam os produtores em Goiás Peru goiano nos 12 meses Produção da ave no estado dura o ano todo e exportação perde apenas para Paraná

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Ano XIII | 234 | Dezembro 2014

ISSN

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Feijão com gostinho do Nordeste Caupi é cultivado em Jataí e produtor comemora lucro

A união que faz a força

Cooperativas agropecuárias auxiliam os produtores em Goiás

Peru goiano nos 12 meses Produção da ave no estado dura o ano todo

e exportação perde apenas para Paraná

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Soluções para um Mundo em Crescimento

Unir e beneciar agricultores, comunidadecientíca e a sociedade com informação,treinamento e capacitação.

Esta é a melhor maneira para juntospraticarmos uma agricultura responsável,produtiva e segura.

Este é o ciclo da agricultura para a vida!

® TM * Marca registrada da The Dow Chemical Company ("Dow") ou uma companhia afiliada da Dow.

eccomais.com

BOAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS:O CICLO DA AGRICULTURA

PARA A VIDA

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PALAVRA DO PRESIDENTE

A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela

Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG com

distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assina-

dos são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

CONSELHO EDITORIAL

Bartolomeu Braz Pereira, Claudinei Rigonatto

e Eurípedes Bassamurfo da Costa.

Editora: Denise N. Oliveira (331/TO)

Reportagem: Catherine Moraes, Michelle Rabelo, Gil-

mara Roberto e Luiz Fernando Rodrigues (estagiário)

Fotografia: Larissa Melo e Fredox Carvalho

Revisão: Denise N.Oliveira

Diagramação: Rowan Marketing

Impressão: Gráfica Amazonas Tiragem: 12.500

Comercial: (62) 3096-2123

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DIRETORIA FAEGPresidente: José Mário Schreiner.

Vice-presidente: Leonardo Ribeiro.

Vice-presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira, Wanderley Rodrigues de Siqueira.

Vice-presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro de Góis.

Suplentes: Flávio Augusto Negrão de Moraes, Flávio Faedo, Vanderlan Moura, Ricardo Assis Peres, Adelcir Ferreira da

Silva, José Vitor Caixeta Ramo, Wagner Marchesi.

Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Estrogildo Ferreira dos Anjos, Eduardo de Souza Iwasse, Hélio dos Remédios dos

Santos, José Carlos de Oliveira.

Suplentes: Joaquim Vilela de Moraes, Dermison Ferreira da Silva, Oswaldo Augusto Curado Fleury Filho, Joaquim Saeta

Filho, Henrique Marques de Almeida.

Delegados Representantes: Walter Vieira de Rezende, Alécio Maróstica.

Suplentes: Antônio Roque da Silva Prates Filho, Vilmar Rodrigues da Rocha.

CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR

Presidente: José Mário Schreiner

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça.

Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago

de Castro Raynaud de Faria.

Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Elson Freitas e Sandra Maria Pereira do Carmo.

Suplentes: Rômulo Divino Gonzaga de Menezes, Marcos Antônio do Nascimento Guerra e Sandra Alves Lemes.

Conselho Consultivo: Arno Bruno Weis, Alcido Elenor Wander, Arquivaldo Bites Leão Leite, Juarez Patrício de Oliveira Júnior,

José Manoel Caixeta Haun e Glauce Mônica Vilela de Souza.

Suplentes: Cacildo Alves da Silva, Michela Okada Chaves, Luzia Carolina de Souza, Robson Maia Geraldine, Antônio Sêneca do

Nascimento e Marcelo Borges Amorim.

Superintendente: Eurípedes Bassamurfo Costa

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Goiânia - Goiás

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José Mário SchreinerPresidente do Sistema Faeg

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Soluções para um Mundo em Crescimento

Unir e beneciar agricultores, comunidadecientíca e a sociedade com informação,treinamento e capacitação.

Esta é a melhor maneira para juntospraticarmos uma agricultura responsável,produtiva e segura.

Este é o ciclo da agricultura para a vida!

® TM * Marca registrada da The Dow Chemical Company ("Dow") ou uma companhia afiliada da Dow.

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BOAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS:O CICLO DA AGRICULTURA

PARA A VIDA

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Anúncio - Revista Campo - 21 X 29 - Final 001 - 31.10.14.ai 1 31/10/14 16:58

Produtores que se organizam em cooperativas e associações estão entre os protagonistas das histórias de sucesso do setor agropecuário brasileiro. Com inteligência e capacidade de negociação, agropecuaristas organizados adquirem melhores condições de competitividade e produção. Essas são ações de auto-nomia e empreendedorismo que impactam diretamente nos resultados do setor agropecuário de Goiás e do Brasil.

As cooperativas agropecuárias lideram, em número, a quantidade de organi-zações registradas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) de Goiás e empregam cerca de 5 mil pessoas. São 82 entidades que oferecem aos cerca de 30 mil associados não apenas melhores condições de posicionamento no mercado. A organização se converte também em produtos agropecuários a preços acessíveis, assistência técnica especializada, capacitação de trabalhadores, condições facilitadas de compra e pagamento, armazéns para recolhimento da produção, entre outras facilidades.

São organizações como a Cooperativa de Agricultura Familiar de Itapuranga (Cooperafi) que iniciou as atividades em 1998, reunindo 22 produtores de leite e frutas e hoje já envolve mais de 120 famílias. Ou como a Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), que processa diariamente 5,5 mil toneladas de soja e leva o produto do nosso Estado para comerciali-zação no exterior e em estado como Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo.

Pequena, média ou grande, o papel de uma cooperativa é, antes de tudo, o de promover melhorias na qualidade de vida dos seus associados. O trabalho cooperativista sempre tem por base estratégias que buscam o desenvolvimento econômico sem perder de vista o bem estar social. Resultados como os verifi-cados em histórias como a dos produtores rurais Mozair, Zacarias, e Rozana, relatados nesta edição da Revista Campo.

Sabemos que em Goiás o setor cooperativista rural ainda tem muito que crescer. Principalmente se considerarmos o tamanho dos problemas que o setor agropecuário enfrenta. É preciso que produtores se unam para que possamos não só conseguir melhores condições de comercialização frente ao mercado, como principalmente exigir políticas públicas de atenção ao setor. O Brasil precisa do fortalecimento contínuo da atividade para que possamos nos posicionar definitivamente como o celeiro do mundo, responsável por atender a demanda mun-dial por alimentos.

Associar para fortalecer

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Caso de Sucesso

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Avaliação dos trabalhos: o momento de maior riqueza do Agrinho

Radiografia mostra uma educação de qualidade

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Prosa Presidente da Sicoob Credi-Rural, Antônio Chavaglia, fala sobre a participação da cooperativa nos lucros do produtor

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34Goianápolis ficou pequena para a história do apicultor Juarez Conceição da Silva após treinamento de Apicultura Básica e Avançada do Senar Goiás

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Um feijão com gostinho do Nordeste Produção de feijão caupi, como opção de rotação de cultura, no município de Jataí se destaca pela rentabilidade

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Produção de peru em Goiás é realizada o ano todo e exportação alcança 43 toneladasFoto: Fredox Carvalho

Ano XIII | 234 | Dezembro 2014

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Feijão com gostinho do Nordeste Caupi é cultivado em Jataí e produtor comemora lucro

A união que faz a força

Cooperativas agropecuárias auxiliam os produtores em Goiás

Peru goiano nos 12 meses Produção da ave no estado dura o ano todo

e exportação perde apenas para Paraná

Agenda Rural 06

Fique Sabendo 07

Delícias do Campo 33

Campo Aberto 38

Treinamentos e cursos do Senar 36

Produção da ave em Goiás corresponde a 19,43% do total produzido no Brasil

Peru não só no Natal 22

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18Biocombustíveis em pauta Seminário Canal Sucroeste reúne especialistas para falar sobre lucratividade a biomassa da cana

14A união que faz a forçaConheça histórias de cooperativas agropecuárias que fazem a tarefa de casa e auxiliam os produtores rurais em Goiás

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AGENDA RURAL

04 a 05 de dezembro 02 a 04 de dezembro Simpósio de Tecnologia

e Gastronomia da Cachaça Local: Escola de Gastronomia e Hotelaria

do Senac - João Pessoa/PB Horário: 8h às 18 horas

Informações: (83) 3961-3699

Simpósio Internacional – X Eugen Warming Lectures in Evolutionary Ecology

Local: Centro de Atividades Didáticas da UFMG – Belo Horizonte/MG

Horário: 8h às 17h30Informações: [email protected]

16 de dezembro Horário: 8h às 12h

Local: Espaço Oliveira’s Place

Informações: (62) 3096-2200

Premiação Agrinho 2014

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FIQUE SABENDO

Presidente da Faeg ministra palestra sobre demanda de alimentos

Para falar sobre o setor nacional de

alimentos, os mercados emergentes e

seus cenários atuais além dos impactos

das mudanças dos hábitos alimentares

no mercado oriental, o presidente da

Federação da Agricultura e Pecuária

de Goiás (Faeg), José Mário Schrei-

ner, ministrou palestra para alunos de

cursos técnicos do Serviço Nacional

de Aprendizagem Industrial (Senai).

O evento ocorreu dentro da progra-

mação da Feira de Fornecedores e

Atualização Tecnológica da Indústria

de Alimentação (Ffatia), realizada no

Centro de Convenções, em Goiânia.

Durante sua palestra, José Mário

falou sobre os desafios e as oportu-

nidades para Goiás dentro do setor

alimentício, da importância de uma

atuação institucional e da urgência de

profissionais que entendam o valor

de estratégias empreendedoras. Citou

também a mudança dos hábitos ali-

mentares que teve sua base substituí-

da e passou de cereais e vegetais para

proteína animal.

Quanto às oportunidades, ele ci-

tou a alteração do quadro econômico

mundial, que deve incluir o Brasil no

ranking dos maiores PIBs do mundo

– a expectativa é de que em 2050 o

país esteja em 5º lugar -, e a inclusão

de bilhões de consumidores que de-

vem surgir com o aumento na renda

da população. “Países desenvolvidos

ainda possuem alta renda per capita

direcionando os gastos em alimentos

mais processados”, completou.

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Pensando nas tremendas mo-

dificações pelas quais a pecuária

brasileira têm passado nos últimos

anos, a Scot Consultoria resolveu

reunir em um só evento, três gran-

des Encontros. O “Encontro de

Adubação de Pastagens”, o “En-

contro de Criadores” e o “Encontro

da Pecuária Leiteira”. Denominado

Encontros, o exemplar esta à venda.

A lista de autores inclui Moacyr

Corsi, da Esalq/USP, Arthur Chine-

lato, da Embrapa Sudeste e Adilson

Aguiar, da Faculdades Associadas de

Uberaba (Fazu) e Consultoria e Pla-

nejamento Pecuário (Consupec). Os

temas giram em torno de adubação

e manejo de pastagens, mercado do

boi gordo e reposição, índices zoo-

técnicos da cria, nutrição, gestão,

controle de custos, conjuntura polí-

tica e econômica da pecuária de cor-

te e de leite brasileira, entre outros.

Pecuária brasileira

PESQUISA

REGISTRO ARMAZÉM

Estudos visam impactos do cultivo de cana sobre recursos hídricosPesquisa liderada pela Empresa Brasileira de Pesqui-

sa Agropecuária busca quantif icar os volumes de água utilizados na produção de cana-de-açúcar, etanol e açúcar nos diferentes sistemas de cultivos irrigados no que se refere ao solo e clima caracter ísticos do Brasil. A pesquisa será feita em São Paulo, Pernambuco, Alago-as, Bahia, Sergipe, Piauí, Mato Grosso do Sul e Goiás, principais produtores do setor sucralcooleiro.

O objetivo da pesquisa é proporcionar melhorias de subsídios para as políticas ambientais e incentivar uma produção mais sustentável, tendo em vista os im-

pactos do cultivo da cana sobre bacias hidrográficas e recursos hídricos. Os resultados da pesquisa serão utilizados para a formação de bancos de dados e apli-cação de diferentes metodologias na quantif icação de água utilizada na produção de etanol. Outro ponto importante será o levantamento de dados específ icos para cada re-gião analisada, contribuindo para o aprofundamento de novos estudos sobre as di-ferentes áreas produtoras.

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Antônio Chavaglia é presidente da Comigo e do Sicoob Credi-Rural

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Cliente de banco, não. Sócio da instituição financeira

Acreditando no coopera-tivismo de crédito e na possibilidade de fazer

diferente na proteção dos asso-

ciados, Antônio Chavaglia presi-

de o Sistema de Cooperativas de

Crédito do Brasil (Sicoob) Crédi-

to Rural em Goiás, que hoje pres-

ta serviços a 5.587 associados.

Defensor de um sistema financei-

ro equilibrado e da divisão de gas-

tos e custos entre acionistas – ideia

base das cooperativas de crédito,

Chavaglia é o entrevistado deste

mês da Revista Campo. “No coo-

perativismo de crédito, todos têm

direito ao voto, todos participam da

gestão nas assembleias e no dia-a-

-dia. Então, isso é uma vantagem

que o cooperativismo emprega na

questão da gestão”, pontua duran-

te entrevista. Confira na íntegra:

Gilmara Roberto | [email protected]

Michelle Rabelo | [email protected]

Dezembro / 2014 CAMPO | 9www.senargo.org.br

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Revista Campo: Como foi a fun-

dação do Sicoob Crédito Rural?

Antônio Chavaglia: Fundamos

a cooperativa de crédito justamente

porque tínhamos visto organizações

funcionando em outras regiões, prin-

cipalmente no Paraná e no Rio Gran-

de do Sul. Nestes locais, haviam coo-

perativas de créditos um pouco mais

avançadas e prestando bons serviços

para os associados. A preocupação

era justamente em ter um sistema de

crédito próprio onde o produtor pu-

desse ter o domínio da gestão e um

pouco mais de participação no siste-

ma como um todo. Pelo conhecimen-

to que tenho, não só no Brasil, mas

no mundo inteiro, o cooperativismo

oferece uma proteção maior ao as-

sociado. A fundação do Sicoob

Credi-Rural foi em abril de 1989 e

começou com um trabalho difícil

depois de passarmos por algumas

crises, principalmente por questão

da fundação dos bancos. Depois

disso a coisa começou a evoluir.

Revista Campo: Quais são as

vantagens que o cliente da cooperativa

tem em relação ao cliente dos bancos?

Antônio Chavaglia: O cliente do

banco é um cliente como qualquer ou-

tro e o associado da cooperativa de

crédito é dono. Sendo assim, partici-

pa das discussões, das eleições da di-

retoria e de todas as decisões. Isso dá

uma segurança muito grande ao coo-

perado. Além disso, a segurança vem

do fato de que a cooperativa é acom-

panhada pelo Banco Central, que faz

todo o controle e fiscalização do sis-

tema de crédito. Por fim, nós também

temos a Sicoob Goiás Central e um

banco de cúpula, o Bancoob, insti-

tuição da qual a nossa cooperativa de

crédito - por ser a maior do Estado de

Goiás - tem o maior número de ações.

Revista Campo: O Sicoob conta

com 13 unidades no Sudoeste Goia-

no. Levantamentos apontam que o

sistema financeiro de cooperativas

de crédito ainda é pouco conhecido.

Existe um projeto ou um programa

para expandir?

Antônio Chavaglia: Para você ex-

pandir muito a cooperativa de crédito,

você precisa de capital. Não adianta

ir para um município onde o produtor

não queira investir dinheiro porque

sistema financeiro não funciona sem

capital. Sendo assim, vamos grada-

tivamente até as pessoas que estão

dispostas a desembolsar esse capital.

Não adianta fundar uma cooperativa

com 20 pessoas cujos capitais são pe-

quenos porque não vamos conseguir

pagar nem a centralização financeira.

O Sicoob tem criado mecanismos de

capitalização que tem dado certo e

que tem contribuído expressivamente

para a nossa sustentabilidade. Acre-

ditamos ele tem cumprido seu papel

dentro da sua capacidade de capital.

Não adianta dizer que vamos atender

as necessidades de todos se não te-

mos como suprir todas as demandas.

Revista Campo: Hoje, quem

pode estar associado ao Sicoob e o

que precisava fazer para se associar?

Antônio Chavaglia: Hoje não são

só associados e produtores, mas de 5

anos para cá tem sido feito a abertura

para a admissão de qualquer produ-

tor rural, micro, pequeno, e grandes

empresários, além de profissionais li-

berais. O associado pode fazer a pou-

pança para seus filhos desde a hora

em que eles nascem.

O cliente do banco

é um cliente como

qualquer outro

e o associado

da cooperativa

de crédito é

dono. Sendo

assim, participa

das discussões,

das eleições da

diretoria e de todas

as decisões

Para você

expandir muito

a cooperativa

de crédito, você

precisa de capital.

Não adianta ir

para um município

onde o produtor

não queira investir

dinheiro porque

sistema financeiro

não funciona

sem capital 10 | CAMPO Dezembro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

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MERCADO E PRODUTO

De acordo com a Orga-

nização das Nações

Unidas para Agri-

cultura e Alimentação (FAO/

ONU), a população mundial

deve chegar a nove bilhões

de pessoas em 2050. Esse

crescimento populacional vai

impor a necessidade de se

produzir mais alimentos ou

mesmo dobrar a atual pro-

dução. Ao mesmo tempo,

porém, barreiras são impos-

tas ao nos depararmos com

limitações do cenário do

agronegócio mundial, princi-

palmente pela exploração e

incorporação de novas áre-

as cultiváveis em função de

questões ambientais, e tam-

bém pela capacidade produ-

tiva ainda não totalmente ex-

plorada das terras cultivadas

atualmente. Assim, o foco no

aumento da produção com

sustentabilidade e o aumento

do uso de tecnologia será a

saída para os produtores.

Atualmente somente 28%

do território brasileiro é ex-

plorado com a produção de

alimentos, silvicultura e bio-

combustíveis. Nós ocupamos

as primeiras colocações no

ranking de produtores de

grãos e proteína animal, se

comparado com os principais

produtores mundiais. A cada

quatro grãos consumidos no

mundo, um é brasileiro e já

somos os primeiros em ex-

portação de produtos como o

café, açúcar, suco de laranja e

carne bovina. Para finalizar,

o Brasil é o segundo coloca-

do no ranking de importan-

tes culturas de cerais como a

soja e milho.

Neste cenário alguns pon-

tos podem colocar o Brasil

na frente dos demais países

produtores de alimentos. Ele

possui clima tropical, es-

tações climáticas distintas,

terras com topografia ade-

quada e tecnologias que as

tornam extremamente pro-

dutivas, e principalmente,

produtores eficientes, que

sabem fazer a tarefa de casa.

A nossa terra ainda possui,

na pior das hipóteses, 94 mi-

lhões de hectares que podem

ser explorados, diferente-

mente dos demais países do

mundo que possuem quase

todas suas áreas cultiváveis

já exploradas.

Sendo assim, não foi sur-

presa o setor do agronegócio

ter sido o maior responsável

pelo crescimento da econo-

mia brasileira. Atualmente o

Brasil vem se destacando e

está na vitrine dos grandes

investidores e países como

Rússia, - que até o momento

já investiu cerca de seis bi-

lhões na economia brasilei-

ra - , China e Europa, estão

com os olhos voltados para o

lado de cá.

Fazendo jus à fama, produ-

tores brasileiros usam a tec-

nologia - como a utilização

sementes melhoradas e trans-

gênicas, agricultura de preci-

são e maquinários modernos

- junto a uma produção com

sustentabilidade e inovações

que vão do preparo do solo a

colheita. Além disso, a assis-

tência técnica vem contribuir

para um aumento de produti-

vidade que enche os olhos de

qualquer concorrente.

Aliado a tantas ferramen-

tas importantes, também

estão contribuindo para esse

aumento da produção, traba-

lhos como o realizado pelo

Serviço Nacional de Apren-

dizagem Rural (Senar) Goiás,

que em seus 20 anos de exis-

tência já atendeu milhares de

produtores e trabalhadores

rurais com seus cursos, trei-

namentos e inúmeros progra-

mas voltados a transferências

de conhecimento e assistên-

cia técnica. As combinações

de todos estes fatores farão

com que o Brasil se torne

de verdade, o maior celeiro

mundial, passando a fren-

te de países desenvolvidos

como os Estados Unidos.

Brasil na vitrine dos grandesDirceu Borges | [email protected]

Dirceu Borges

é zootecnista e supervisor

regional do Senar Goiás

Laris

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AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL

ARENÓPOLIS

INDIARA

SANTO ANTÔNIO DO DESCOBERTO

Em 29 de setembro, foi realizada em parceria entre o Sindicato Rural de Arenópolis e a Secretaria Municipal de Educação, o desenvolvimento do Programa Agrinho em Arenópolis. Estiveram presentes no evento o presidente do Sindicato Rural, Flávio Júnior Vilela e a secretária de Educação, Maria Aparecida, além de alunos e colaboradores da Escola Municipal Cirandinha. O objetivo das entidades foi promover, através do programa, a revitalização de uma região da cidade que era abandonada, destacando o plantio de plantas medicinais para as futuras gerações de Arenópolis.

Entre os dias 6 e 9 de outubro, foi realizado, na sede do Sindicato Rural de Indiara, o Treinamento de Bordados de Fitas, mobilizado por Thersy Oliveira e instruído por Marilene Chamon. Durante o treinamento, as participantes foram orientadas quanto ao corte do tecido, definição dos riscos, confecção e acabamento da amostra. Ao todo, 12 pessoas participaram do treinamento.

O Sindicato Rural de Santo Antônio do Descoberto realizou, entre os dias 10 e 11 de outubro, seu primeiro curso de Construção de Cerca Elétrica. Estiveram presente durante o encerramento o presidente do Sindicato Rural, Aleandro Olivio Caldato, o supervisor regional, Dirceu Borges, e o instrutor do curso, Luis Ernesto. Ao todo, seis participantes saíram capacitados.

Agrinho

Bordado

Cerca Elétrica

PIRANHAS

Entre os dias 5 e 7 de junho, o Sindicato Rural de Piranhas promoveu o curso de Derivados do Leite. O curso foi realizado no Centro Educacional Profissional (CEP) de Piranhas e foi instruído por Antônio de Pádua Freire. Ao todo, 14 participantes aprenderam noções sobre produção, acondicionamento e preservação de produtos a partir do leite.

Derivados do Leite

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PIRANHAS

Entre os dias 18 e 20 de agosto, o Sindicato Rural de Piranhas promoveu o curso de Construção de Pomar, realizado no Sítio São João Batista, propriedade de Ana Rosa. O evento foi instruído por Fernando Domingos do Carmo e qualificou 13 participantes. Os interessados tiveram a oportunidade de aprender sobre adubação em cobertura e irrigação, plantio de mudas, controle de pragas e colheita, conservação e aproveitamento das frutas.

Construção de Pomar

Sind

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PIRANHAS

O Sindicato Rural de Piranhas promoveu entre os dias

10 a 12 de julho o curso de Processamento de Peixes. O

evento foi realizado na Fazenda Bananal, propriedade de

Umbilino Vilela (mais conhecido por Tuca), e qualificou

13 participantes. Na ocasião, o curso foi ministrado

pela instrutora Sílvia Vieira da Silva que transmitiu aos

interessados noções sobre conservação e qualidade da

carne, modo de preparo e métodos de embalagem e

conservação de peixes.

Sind

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RIO VERDE

Um dia para ninguém colocar defeito, assim foi marcada a nona festa em homenagem ao dia das crianças do Centro de Equoterapia Primeiro Sorriso do Sindicato Rural de Rio Verde, que aconteceu no dia 9 de outubro, na Fazenda Talhado Rio Doce. O evento reuniu mais de 500 pessoas, entre professores, voluntários, praticantes do Centro de Equoterapia e estudantes do Centro Especial Dunga e Bom Pastor.

Neste ano, a festa contou com atividades físicas, brincadeiras recreativas e músicas, além da colaboração de dois educadores físicos que programaram diferentes atrações. O professor Roberto Cabral, que já havia trabalhado com portadores de necessidades especiais, se sentiu lisonjeado em ter sido convidado para colaborar com o festejo. “Para mim não tem nada que pague isso, pois essas crianças são sinceras, alegres e o retorno que eu encontro aqui é muito grande”, contou Cabral.

O coordenador do Centro de Equoterapia Primeiro Sorriso, Alvanir Vilela Rezende Júnior, se sente afortunado em realizar festas que levam alegria às crianças especiais. Para o presidente do Sindicato Rural, Walter Baylão Júnior, são os pequenos gestos que tornam as coisas belas. “Nós, que estamos sempre na fazenda, muitas vezes não enxergamos o que ela tem para nos oferecer e essas crianças acabam abrindo nossos olhos. Sinto feliz em mais um ano poder participar”, conclui Baylão.

Sind

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rdeProcessamento de Peixes

Dia das Crianças

Dezembro / 2014 CAMPO | 13www.senargo.org.br

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Com forte papel socioeco-

nômico, as cooperativas

agropecuárias auxiliam

produtores rurais goianos em ati-

vidades que vão desde escoamen-

to e comercialização da produção

até a inserção de novas tecnologias

nas propriedades. Em Goiás, exis-

tem 82 cooperativas agropecuárias,

um número considerado tímido.

Para representantes, os maiores

desafios são mudar o espírito

de união nos cooperados e man-

ter-se competitivo no segmento.

“Cooperativismo em si é a união

de pessoas naquilo que não con-

seguem desempenhar sozinhas,

realizando projetos comuns para

contribuir para a melhoria da renda

do produtor”, resume o presiden-

te da Cooperativa Agroindustrial

dos Produtores Rurais do Sudoes-

te Goiano (Comigo), Antônio Cha-

vaglia. Na prática, as cooperativas

contribuem em vários processos que

garantam o objetivo final do pro-

dutor rural: lucro com a produção.

Uma das principais funções das

cooperativas é abraçar a responsa-

bilidade de escoar e comercializar

a produção de seus associados.

Ao se cooperar a uma entidade,

os produtores tiram de suas cos-

tas a necessidade de correr atrás

de compradores e bons preços,

já que na prática as cooperativas

tendem a praticar preços justos.

Com a força da produção de 6,3

mil cooperados, a Comigo esma-

ga diariamente 5,5 mil toneladas

de soja. As matérias-primas têm

valor agregado na fabricação de

EM BUSCA DE COMPETITIVIDADE

Entidades auxiliam desde o escoamento até comercialização

Karina Ribeiro | [email protected]

Especial para Revista Campo

Cooperativa: braço comercial do produtor

14 | CAMPO Dezembro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 15: 2014 12 dezembro

Shutt

er

óleo de soja, farelo e ração, cujos

pólos de comercialização vão além

das fronteiras goianas, atendendo

o mercado de Minas Gerais, São

Paulo, Distrito Federal, Tocantins,

Mato Grosso, Mato Grosso do Sul

e até o exterior. “Vendemos óleo de

soja para alguns Estados do Nor-

deste e exportamos, eventualmen-

te, farelo de soja”, diz Chavaglia.

Esses movimentos comerciais

só são possíveis graças à união da

produção dos cooperados. Os resul-

tados dessas transações são rever-

tidos para os cooperados por meio

da distribuição de sobras, em geral

ocorrida no fim de cada ano, ou no

sistema de cota capital. Por isso a

importância da atuação direta de

cada produtor rural do desempenho

e desenvolvimento das cooperati-

vas. “O ideal é que o dono da co-

operativa seja o cooperado. As de-

cisões da cooperativa são tomadas

em assembleias gerais e vão dar o

rumo de cada uma”, afirma o presi-

dente da Organização das Coopera-

tivas Brasileiras no Estado de Goiás

(OCB-GO), Haroldo Max de Sousa.

A participação efetiva também diz

respeito no momento de aquisição

de insumos e produtos agropecu-

ários. A maioria das cooperativas

mantém lojas de vendas de pro-

dutos agropecuários e, segundo

representantes, alguns coopera-

dos deixam de adquirir produtos

nesses pontos de venda em fun-

ção de uma diferença mínima de

valor. “É preciso entender que ele

é um dos donos do negócio”, diz

Chavaglia, ao informar que essa

é uma das dif iculdades do setor.

Por outro lado, essa facilidade

de compra de insumos com preços

mais baratos foi o objetivo inicial

da criação, há três anos, Coopera-

tiva de Suinocultores e Avicultores

do Estado de Goiás (Coopersag).

“Além da necessidade da aquisi-

ção de matérias-primas, as primei-

ras granjas da região foram mon-

tadas no ano 2000 e geram hoje

muita despesa com manutenção.

Resolvemos sanar esse proble-

ma”, afirma o conselheiro f iscal

da Coopersag, Sílvio Wegener.

Hoje são mais de 300 itens à dis-

posição na loja localizada em Rio

Verde, Sudoeste do Estado. Den-

tre os produtos disponíveis estão

materiais de limpeza, de manuten-

ção, elétricos, além de bebedouros

e comedouros para suínos. Nesse

meio tempo, a Coopersag já atua na

comercialização de cama de frango

dos avicultores da região. O volume

comercializado pela cooperativa em

2014 deve atingir 30 mil toneladas, o

dobro do registrado no ano passado.

Assistência Técnica

Além da seara da comercializa-

ção, a maioria das cooperativas

mantém uma equipe de técnicos,

veterinários e agrônomos para

dar suporte aos cooperados. Essa

assistência técnica é considera-

da uma via de mão dupla, já que

ao melhorar a produtividade do

produtor rural a cooperativa cap-

Dezembro / 2014 CAMPO | 15www.senargo.org.br

Page 16: 2014 12 dezembro

ta maior volume de produção e

garante melhor comercialização.

Essa iniciativa vai ao encon-

tro de um dos grandes gargalos

do setor lácteo. A produção lei-

teira está presente em todos os

municípios goianos e carece de

mão de obra especializada para

aumentar a produção e melhorar

a renda do produtor. Para o pre-

sidente da Cooperativa Mista dos

Produtores de Leite de Morrinhos

(Complem), Joaquim Guilherme

Barbosa de Souza, a assistência

técnica beneficia, sobretudo, o

pequeno produtor leiteiro. “Mui-

tas vezes ele não consegue pagar

um profissional sozinho”, diz.

Além da assistência técnica, a

Complem oferece o crédito para

aquisição de insumos e garantia

de comercialização. “Esse tripé é

fundamental para a atividade do

produtor”, diz. De quebra, a coo-

perativa aluga equipamentos para

o desempenho da atividade do as-

sociado como distribuidor de cas-

calho, furador de cerca e prepara-

ção de silagem. “Muitas vezes são

equipamentos caros que ele vai

utilizar poucas vezes ao ano”, diz.

Mais perto da tecnologia

Chavaglia lembra que a coope-

rativa tem o papel de estreitar a

distância entre o emprego de no-

vas tecnologias e o produtor rural.

Ele ressalta que a Comigo investe

em laboratórios de análise de solo,

agricultura de precisão, além de

ficar atento às necessidades de au-

mentar o quadro de funcionários

de acordo com a demanda. “Temos

que ficar atentos às demandas de

cada região. É importante perceber

os rumos de cada município’, diz.

O vice-presidente da Federação

da Agricultura e Pecuária do Esta-

do de Goiás (Faeg) e presidente da

Aprosoja Goiás, Bartolomeu Braz,

ressalta que as cooperativas bus-

cam atender algumas mazelas do

Estado. Como exemplo, cita a de-

ficiência de armazéns e a má qua-

lidade da distribuição de energia

elétrica em Goiás. “As cooperati-

vas agr ícolas possuem armazéns

para estocar os grãos e as de leite

geradores e tanques para expansão

da atividade. Esse investimento

acaba aumentando os custos e di-

minuindo a competitividade”, diz.

Quantidade

Representantes das cooperativas

admitem que é pouco o número

de cooperativas agropecuárias em

Goiás, 82 conforme dados da OCB-

-GO. Eles justif icam a baixa quanti-

dade pela falta de aptidão dos pro-

dutores locais e até dif iculdade de

gestão. Mas Haroldo Max afirma

que a instituição oferece assesso-

ria aos produtores que tiverem in-

teresse em criar uma cooperativa.

“Oferecemos assessoria que vai

desde a formação filosófica, for-

mação do estatuto até contábil”, diz.

Fred

ox C

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lho

Sílvio afirma que Coopersag já atua na comercialização, por exemplo, de cama de frango

Fred

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lho

Antônio Chavaglia explica que na prática, as cooperativas contribuem em processos que garantam objetivo final do produtor

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Fred

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lho

Para Joaquim Guilherme, a assistência técnica beneficia, sobretudo, o pequeno produtor leiteiro

Haroldo Max explica justificam a baixa quantidade pela falta de aptidão dos produtores locais e até dificuldade de gestão

Divu

lgaç

ão O

CB/S

ESCO

OP-

GO

Dezembro / 2014 CAMPO | 17www.senargo.org.br

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CANAL SUCROESTE

Seminário Canal Sucroeste discute lucratividade da biomassa e crise no setor

Catherine Moraes | [email protected]

Biocombustíveis:La

rissa

Mel

lo

Permeando entre a lucratividade da

biomassa da cana e a necessida-

de de pesquisas no setor sucroe-

nergético, o Canal - Jornal da Bioenergia

realizou, pelo terceiro ano consecutivo,

o Seminário Canal Sucroeste. O evento

integrou a programação da Feira de For-

necedores e Atualização Tecnológica da

Indústria de Alimentação (Ffatia) e con-

tou com mediação de Bartolomeu Braz,

vice-presidente institucional da Faeg e

produtor de cana-de-açúcar.

Os palestrantes presentes foram:

Fernando Cullen Sampaio, engenheiro

químico e diretor técnico da FCS Enge-

nharia; José Paulo Stupiello, presidente

da Sociedade dos Técnicos Açucareiros

e Alcooleiros do Brasil (STAB); Henri-

que Berbert de Amorim, diretor ope-

racional da empresa de tecnologia do

setor sucroalcooleiro e bebidas destila-

das Fermentec e o presidente do Fórum

Nacional Sucroenergético e Presidente-

-Executivo do Sindicato da Indústria

de Fabricação de Etanol do Estado de

Goiás e o Sindicato da Indústria de Fa-

bricação de Açúcar do Estado de Goiás

(Sifaeg/Sifaçúcar), André Rocha.

Pela manhã, Fernando Cullen minis-

trou palestra com o tema: “Aproveita-

mento energético da Biomassa Dispo-

nível da cana-de-açúcar” e falou sobre

a necessidade de o setor se reinventar

diante da crise enfrentada no país. “A

cana é riquíssima e nem sempre apro-

veitamos sua totalidade. A biomassa é

um sonho do mundo todo. Já tivemos

mais água e hoje percebemos que a si-

tuação não é a mesma de antigamente.

Temos um potencial energético enor-

me e o aproveitamento da cana é um

bom investimento”, completou.

Cullen falou sobre as formas de uso

da palha da cana-de-açúcar como for-

ma de aumentar o ganho e diminuir

a perda. “Lembro-me de usinas com

pátios cheios de palha, doando para

quem quisesse levar. Dependendo da

produtividade e do clima, é possível

Fernando Cullen palestrou sobre aproveitamento da palha da cana-de-açúcar

18 | CAMPO Dezembro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

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Laris

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ello

recolher de 6 a 7 toneladas de palha

por hectare. A energia elétrica passou

a ser um produto e, mais que nunca,

a biomassa está valorizada”, afirmou.

Faltam variedades, união

e investimentos

Para José Paulo Stupiello, presidente

da Stab, falta investimento em pesquisa

e percepção de que gastos podem ser, na

verdade, investimento. “41% da produção

nacional está concentrada em duas va-

riedades que foram desenvolvidas há 30

anos. Temos quatro instituições fazendo

melhoramento no país e em 30 anos só

temos duas variedades. Isto é um pro-

blema muito sério. Variedade é um fator

fundamental para alta eficiência”, pontua.

Bartolomeu Braz, que representou a

Federação citou ainda a necessidade

de investimento em mão de obra qua-

lificada e, para isso, falou dos cursos e

treinamentos disponibilizados, de for-

ma gratuita, pelo Serviço Nacional de

Aprendizagem Rural em Goiás (Senar

Goiás). Ele citou também, a Agricultu-

ra de Precisão como exemplo de tecno-

logia no campo.

“O problema do brasileiro é que ele

só vê os gastos, não pensa que é investi-

mento. Quem não capacita a equipe fica

para traz. É preciso que o setor tenha este

olhar”, acrescentou Stupiello.

Diminuição da safra

André Rocha ressaltou três pontos prin-

cipais: açúcar, etanol e bioeletricidade.

Segundo ele, no que se refere à alimenta-

ção, a população mundial vem crescendo

e o consumo também, o que faz com que

a venda de produtos doces ou o próprio

açúcar não seja comprometido. Apesar

disso, antecipou que, para o próximo ano,

a expectativa é de diminuição de safra.

Amostragens

Henrique Berbert de Amorim Neto,

por sua vez, apresentou as “Perdas na in-

dústria de produção de açúcar e etanol”,

expondo estudos de casos a respeito de

perdas de produto durante o processo de

beneficiamento da cana-de-açúcar. “O

trabalho de comunicação é importante

para a conscientização dos colaboradores

dentro da usina. Já o investimento com

amostragens e capacitação são muito

baratos”, afirma, ressaltando que, depen-

dendo da usina, esse processo é pago em

um mês de trabalho.

Realização

O seminário é uma realização do Ca-

nal – Jornal da Bioenergia em parceria

com o Grupo de Estudos de Maximiza-

ção da Eficiência Agroindustrial (Gemea)

e a Reed Alcântara Machado Ltda. Além

desses, o Sifaeg/Sifaçúcar apoiam institu-

cionalmente o evento.

Bartolomeu e Stupiello falam sobre capacitação e investimento em pesquisa

desafios e oportunidades

Dezembro / 2014 CAMPO | 19www.senargo.org.br

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AGRINHO

Radiografia mostra uma educação de qualidade

Michelle Rabelo | [email protected]

O momento de maior riqueza do Agrinho

Fred

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lho

O trabalho anual realizado pelo

Agrinho foi mensurado por

um grupo de professores que

se reuniu durante todo o mês de outu-

bro. Assim a coordenadora do progra-

ma sintetiza os 30 dias em que educa-

dores avaliaram os projetos inscritos e,

consequentemente, o nível dos alunos

e dos professores da rede pública de

ensino em Goiás. “É nesse momento

que a gente conhece o resultado do

trabalho feito ao longo do ano, desde

a mobilização, passando pela formação

dos professores e da multiplicação do

método, até as orientações para a pro-

dução dos trabalhos. É o momento de

maior riqueza do Agrinho. E eu posso

dizer que o que vimos foi muito bom”,

destaca, emocionada, a coordenadora

do programa Maria Luiza Bretas.

Maria Luiza se refere aos projetos

inscritos no concurso que acontece

anualmente e que premia os melhores

trabalhos, produzidos por estudantes

e professores, de quatro categorias:

Desenho, Redação, Experiência Peda-

gógica e Escola Agrinho. Este ano o

tema do concurso foi “Saber e atu-

ar para melhorar o mundo: Esporte,

Lazer, Cidadania e Meio Ambiente”.

Os vencedores serão conhecidos no

dia 16 de dezembro, durante cerimô-

nia na Oliveira’s Place, em Goiânia.

No total, 21 pessoas foram recrutadas

via edital e formaram-se então quatro

grupos, sendo três com cinco integrantes

Professores passaram 30 dias avaliando os mais de 8 mil trabalhos enviados

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O momento de maior riqueza do Agrinho

Fred

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e um com seis. Os professores ficaram

responsáveis por avaliar os trabalhos. Os

grupos menores avaliaram as categorias

Desenhos, Escola Agrinho e Experiência

Pedagógica. Já o grupo maior ficou res-

ponsável por ler e avaliar as redações.

Ao todo, 8.148 trabalhos foram inscri-

tos. Destes, 1.776 foram desclassificados

e só 6.372 passaram pelas mãos dos

avaliadores. A coordenadora do pro-

grama garante que a qualidade e o res-

peito aos critérios de análise surpreen-

deram os avaliadores. Maria Luiza faz

questão de ratificar a importância dos

critérios. “Este ano observamos que

os trabalhos estão mais estruturados,

mais pertinentes ao tema, mais criati-

vos... ou seja, a qualidade foi superior

ao ano passado”, afirma.

Em consonância com o depoimento

de Maria Luiza e depois de 30 dias, a

opinião dos avaliadores é unânime: o

Agrinho é um programa de educação

ambiental que não é só de educação

ambiental. Eles avaliam que por trás da

iniciativa do Serviço Nacional de Apren-

dizagem Rural (Senar) Goiás existe uma

lição de cidadania que culmina em uma

mudança de atitude no dia a dia.

A coordenadora explica ainda que o

processo de avaliação serve para que

o Senar Goiás perceba as mudanças

que aconteceram com as crianças, que

conseguem expressar sentimentos por

meio dos trabalhos; com os professo-

res, que enfrentam obstáculos diários

para desenvolver os projetos e com a

escola que é protagonista da dura rea-

lidade da educação pública.

Maria do Disterro fala sobre outra visão do Agrinho, conquistada quando se tornou avaliadora dos trabalhos

Bicampeã do lado de cá

Ganhadora da categoria Experiên-

cia Pedagógica do Agrinho por duas

vezes (e com dois carros 0 Km na ga-

ragem), este ano a professora Maria

do Disterro mudou de lado. Na edição

de 2014 ela participou do grupo que

julgou os projetos da categoria Esco-

la Agrinho. “Tem muita coisa que eu

não percebia quando estava do lado

de lá. Hoje, como avaliadora perce-

bo como os critérios são respeitados

e como o nível da avaliação é alto.

Além disso, percebo falhas por parte

dos professores que muitas vezes não

conhecem o regulamento”, destaca.

Antes de avaliar os trabalhos, ela

passou por cerca de 50 municípios

ministrando palestras de como mon-

tar e escrever os trabalhos. A inten-

ção foi mostrar aos professores que

é possível produzir um projeto de

qualidade, mesmo com a pobreza de

recursos de muitas escolas goianas.

Para a coordenadora do Agrinho,

Maria Luiza Bretas, Disterro levou

para o grupo avaliador um olhar dife-

renciado. “Ela mostra a importância

de maximizar o trabalho e mini-

mizar as dificuldades

Dezembro / 2014 CAMPO | 21www.senargo.org.br

Page 22: 2014 12 dezembro

AVICULTURA

Peru nos 12 meses do anoGoiás produz mais de 70 toneladas/ano e responde por 19,42% da produção nacional

Catherine Moraes | [email protected]

Com uma produção que ultrapas-

sa 70 toneladas/ano de carne de

peru, Goiás é responsável por

19,42% da produção nacional da ave du-

rante os 12 meses do ano, segundo da-

dos da Associação Brasileira de Proteína

Animal (ABPA). E para quem pensa em

peru apenas na ceia de natal, aí é que se

engana. Diferente dos perus que vão pra

mesa, mais produzidos no Sul do país, os

nossos não pesam apenas 6 kg, chegam

a 20 kg por unidade. Apesar da rentabi-

lidade e da produção crescente, os pro-

dutores goianos esbarram em problemas

que vão desde a má situação de estradas

vicinais até o alto custo com geradores

devido às frequentes quedas de energia

elétrica no estado.

Atualmente toda a produção de pe-

rus de Goiás ocorre de forma integrada

com a BRF, empresa que surgiu através

da fusão de ações da Sadia S.A. ao ca-

pital social da Perdigão S.A. Hoje, uma

das unidades está instalada em Minei-

ros, região Sudoeste do estado. Dessa

forma, os produtores integrados são

membros da Associação de Avicultores

Integrados da Perdigão (Avip) que hoje

conta com 118 produtores.

A produção é divida em etapas

que vão desde o ovo, passa pela ini-

ciação e chegam à fase de termina-

ção. Para a fêmea, a média de tempo

para a terminação é de 67 dias com

peso de 13 kg. Já para o macho, o

prazo é um pouco maior, chegando

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22 | CAMPO Dezembro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 23: 2014 12 dezembro

a 100 dias, mas com peso entre 18 e

20 kg. As informações são da Avip.

Responsável pela parte dos ovos, o pro-

dutor Aurélio Guerra trabalha com perus

há seis anos e afirma que esta fase neces-

sita de uma gestão cuidadosa. Ele, que

também atua com engorda de frango e

plantio de grãos, conta que, em Mineiros,

possui dois braços direitos: um gerente

de produção e um gerente de administra-

ção. Além deles, mais de 50 funcionários

auxiliam no processo produtivo.

Entre os principais desafios, Aurélio

cita a parte sanitária além de temperatu-

ra e ventilação ideal. “Os cuidados de um

peru são bem diferentes que de um fran-

go, por exemplo. Não dá para comparar.

Hoje recebemos a ave com um dia de

vida e ela fica até seis meses. Após esse

período é feita a transferência e a ave vai

para a produção. A ave fica seis meses

produzindo e a média é de 105 ovos por

ave. Após isso, vão para a incubadora.

Temos 12 mil aves e, cada uma produz,

em média, 105 ovos. Isso equivale a 1

milhão e 200 mil ovos em seis meses. O

tempo médio de vida é de 10 meses e,

depois disso, a ave é abatida”, completa.

Lutando contra as perdas

Atuante como iniciador, o produtor

Sandro Morrone explica que, com um dia

de vida, o peru pesa apenas 60 gramas.

Com muito frio, eles tendem a se unir

e, se não há alguém atento a isso, eles

acabam morrendo esmagados, um pelo

outro. “Nos primeiros dias a mão de obra

precisa ser muito boa. Isso porque os

perus se embolam muito e precisam da

temperatura a 32ºC. Eles se unem para

se esquentarem e os que ficam por baixo

morrem. No começo, perdemos muitos

animais”, comenta.

Laris

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Shutter

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Aurélio Guerra é responsável pela parte dos ovos e afirma que os cuidados com peru são singulares

Iniciador, Sandro Marrone explica que o peru chega à granja pesando 60 gramas

Nos primeiros dias

de vida os perus

sentem frio e se

agrupam podendo

morrer esmagados.

Precisamos ser

cuidadososProdutor iniciador

Sandro Marrone

Dezembro / 2014 CAMPO | 23www.senargo.org.br

Page 24: 2014 12 dezembro

Morrone possui aproximadamente

23 mil animais por barracão e 5% é

a média de perda. Acima disso, é co-

brado pela empresa e, abaixo, garan-

te uma bonificação. “Já conseguimos

chegar a 2%, 3%”, se alegra. O pro-

dutor diz que geralmente a mão de

obra se resume a dois funcionários por

barracão. Em Mineiros trabalha junto

com um casal e afirma que nos primei-

ros dias a mulher é mais qualificada e

valiosa pela forma cuidadosa com que

lida com os animais. “Nos primeiros

dias eles requerem mais cuidados. De-

pois de 20 dias, chegando aos 30, fica

mais fácil o manejo”.

O avicultor possui dois barracões,

que lhe garantem cerca de 46 mil pe-

rus em fase inicial. “Eles chegam aqui

com uma média de 60 gramas e saem

com 1,100 kg; 1,200 kg”, finaliza.

Núcleos de terminação:

a fase da engorda

Produtor da terminação, Suair Pe-

reira está à frente da presidência da

associação há pouco mais de um ano

e meio e conta que já trabalhou com

todo o ciclo do peru e de frango em

cinco anos de experiência. Ele recebe

o animal do iniciador e cuida da parte

final até o abate. Com três aviários que

formam um núcleo, o avicultor conse-

gue mil fêmeas a cada 67 dias e 4.500

machos a cada 110 dias. Em duas pro-

priedades, ele possui sete núcleos.

Problemas vão de logística a energia elétricaPresidente da Associação de Avicultores Integrados

da Perdigão (Avip), Suair Pereira afirma que, entre os

problemas enfrentados pelo setor está a falta constante

de energia elétrica, problema enfrentado pelos produto-

res goianos há mais de uma década, conforme publica-

do pela Revista Campo em janeiro passado.

Ele explica que, como a produção é integrada, a BRF

repassa uma planilha de custos e paga por uma média de

quedas de energia por ano. Como as quedas são frequen-

tes, muitas vezes o produtor precisa tirar do bolso para

pagar o gerador. “A energia falta muito e nossos aparelhos

queimam. As propriedades possuem gerador, mas a em-

presa paga por uma média de quedas que geralmente é

superada. A Celg deixa muito a desejar”, se indigna.

Outra situação pontuada é a logística/transporte. Se-

gundo Suair, as estradas vicinais são ruins, e a perda em

reais por atraso no abate é grande. “Se o peru demora

a chegar ao destino final perde peso e nós perdemos”,

explica. Para Marrone, outro problema que preocupa é

a escassez de mão de obra. “A associação faz treina-

mento integrado duas vezes por ano, mas, hoje, a mão

de obra está pouco disputada”, conclui.

“A energia falta muito e

nossos aparelhos queimam.

As propriedades possuem

gerador, mas a empresa paga

por uma média de quedas

que geralmente é superada”,

presidente da Avip, Suair Pereira

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24 | CAMPO Dezembro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 25: 2014 12 dezembro

Peru brasileiro no exterior

Entre os anos de 2000 e 2013, a participação

brasileira na produção mundial de peru aumen-

tou de 2,7% para 9,6%. Desta forma, aumentamos

também em exportação e hoje, o país é o segundo

maior exportador da carne, com 161 mil tonela-

dass/ano, perdendo apenas para os Estados Uni-

dos, que exporta mais de 338 mil toneladas/ano.

Deste total, o Paraná é responsável por 44 mil

toneladas e Goiás ocupa a segunda posição com

mais de 43 mil toneladas. Na sequência está San-

ta Catarina (31 mil), Minas Gerais (24 mil) e Rio

Grande do Sul (17 mil).

As exportações brasileiras alcançaram mais de 104

países desde 2009 e o destaque está nos Países Bai-

xos, que comprou mais de 35% da produção no ano de

2009 e mais de 49% no primeiro semestre deste ano

conforme levantamento do Ministério do Desenvolvi-

mento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Apenas

em 2013 a venda garantiu ao Brasil mais de 225.403,6

mil dólares. No mesmo ano, a África do Sul ocupou a

terceira posição de compra ($ 30.446,3).

Quando a análise é feita por região, nós temos o Oriente

Médio como maior receptor de perus inteiros, África com

cortes e União Europeia com produtos industrializados.

Exportações de peru em 2013 (kg)

Inteiro

496.305

Cortes

91.560.846

Industrializados

68.901.085

Total

160.958.236

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Page 26: 2014 12 dezembro

Oriente Médio União Europeia América África Ásia Europa Extra-UE Oceania Total

Inteiro336.018 120.220 3.896 0 36.171 0 0 496.305

Cortes3.425.384 9.343.010 8.506.455 60.433.130 819.015 9.033.852 0 91.560.846

Industrializados11.378 66.693.011 1.328.260 868.436 0 0 0 68.901.085

Total3.772.780 76.156.241 9.838.611 61.301.566 855.186 9.033.852 0 160.958.236

Destino das exportações de peru brasileiro em 2013 (kg)

Total EUA UE-27 Brasil Canadá Rússia Outros

5.261 2.623 1.985 364 165 100 24

Produção mundial de carne de peru em 2013 (mil ton)

A avicultura representa 1,5% do PIB nacional e emprega 3,6 milhões de trabalhadores (Ubabef, 2014)

Cada ave produz, em média, 105 ovos

Um macho chega a 20 kg

Produção brasileira de carne de peru (toneladas)

2010 – 337.0002011 – 305.2932012 – 442.2082013 – 363.528

Produção brasileira de carne de peru

in natura

79%

industrializados

21%

Fonte: MDIC/Sexex

Fonte: USDA/UBABAEF

26 | CAMPO Dezembro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 27: 2014 12 dezembro

COOPERATIVISMO

Através de parcerias, cooperativa de Itapuranga se destaca ao proporcionar assistência aos produtores rurais

Luiz Fernando Lemes | [email protected]

O desenvolvimento da agricultura familiar

Em 1998, eram 22 famílias

cooperadas. Hoje, são mais

de 120. Os números tradu-

zem o sucesso alcançado pela Co-

operativa de Agricultura Familiar

de Itapuranga (Cooperafi) em levar

conhecimento e assistência para a

produção, industrialização e comer-

cialização de leite, frutas e polpas

de frutas. Neste último, a produção

mensal ultrapassa três toneladas,

destacando os de abacaxi, acerola,

morango, uva e tamarindo, a maio-

ria destinada às merendas escolares

do Estado de Goiás.

Entre os principais objetivos da

Cooperafi destaca-se a capacitação

profissional de jovens e adultos que

trabalham na agricultura familiar de

Itapuranga. Para alcançar tal meta, a

cooperativa promove inúmeras par-

cerias, entre as quais inclui o Sin-

dicato Rural de Itaberaí, que leva

capacitação ao campo por meio de

cursos e treinamentos do Serviço

Nacional de Aprendizagem Rural

(Senar) Goiás.

Laris

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elo

Após acompanhamento da Cooperafi e participação em cursos, produção de Zacarias teve aumento significativo

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Segundo a coordenadora do Pro-

jeto Fruticultura Sustentável do

Cerrado, Juliana Moreira Rodri-

gues, a busca de parcerias com

outras instituições, como o Senar,

contribuem para suprir demandas

que surgem durante a produção

dos cooperados. “Essas entidades

parceiras contribuem para a capa-

citação e atualização dos produ-

tores. Procuramos trazer cursos

para a cadeia produtiva, princi-

palmente relacionados às áreas

de frutas e hortaliças”, explica.

Horticultura

O produtor rural Mozair de Borba,

49, foi um dos beneficiados com as

parcerias entre o Senar e a Cooperafi.

Devido à grande quantidade de cur-

sos realizados, o produtor se lembra

apenas do último curso que fez. “Fiz

um ontem (14 de outubro) de Hor-

ticultura. Mas são tantos que nem

me recordo quais foram as outras.

Sei que foram importantes para o

meu aprendizado”, comenta Mozair.

Mozair produz chuchu, abobrinha,

alface, tomate, batata, entre outras

variedades e conta com a ajuda de

um funcionário na produção. Boa

parte do que produz tem como des-

tino a feira de Itapuranga, onde tem

uma boa clientela. O produtor afir-

ma que trabalha com hortas desde

1985, mas aperfeiçoou seu método de

produção com o tempo. “No início a

gente fazia tudo errado, mas com as

instruções e os cursos conseguimos

melhorar muito. Temos mais escla-

recimento e estamos conseguindo

vender para mais pessoas”, afirma.

CooperafiFundada em 6 de setembro de

1998, a cooperativa dedica-se

principalmente à produção de lei-

te e à comercialização de polpas

de frutas. A cooperativa ganhou

ainda mais destaque em 2007,

quando começou a ser patrocina-

da pelo Programa de Desenvolvi-

mento e Cidadania da Petrobras,

at ravés do Projeto Fruticultura

Sustentável no Cerrado Goiano.

A coordenadora Juliana Rodri-

gues af irma que o atual objetivo

da Cooperaf i é alcançar outros

nichos de mercados, aumentando

a produção e a comercialização

dos associados. “A nossa meta

é atingir outros potenciais mer-

cados. Trabalhamos com grande

quantidade de polpas de frutas e

podemos alcançar outros grupos

também”, projeta Juliana.

Mozair de Borba foi um dos produtores beneficiados com as parcerias entre Senar e Cooperafi

Laris

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Laris

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Mozair ainda faz questão de res-

saltar que as parcerias entre a Coo-

perafi e outras entidades são funda-

mentais para o desenvolvimento dos

pequenos produtores. “Através dos

cursos fazemos da maneira correta.

Olho para traz e vejo que muita coisa

melhorou na produção”, comenta.

Fruticultura

Outro caso de sucesso em Itapu-

ranga trata-se dos produtores José

Eduardo Ribeiro, 51, conhecido

como Zacarias, e Rozana Aparecida

Sousa Ribeiro, 44. Em 2010, o ca-

sal decidiu viver em um pedaço de

terra na fazenda do pai de Rozana,

mas sofreu no início com as dif icul-

dades de quem foi morar somente

com a “cara e a coragem” no campo.

Em uma terra com quatro alquei-

res, a produtora afirma que sofria

quando ouvia que as condições do

terreno não proporcionariam faci-

lidades para produção. Entretanto,

viu a oportunidade de mudança ao

fazer parte de associações e da Co-

operafi, ressaltando que aproveitou

todas as oportunidades que recebia.

“Depois que começamos a fazer par-

te da cooperativa, nós ganhávamos

tudo para produzir e juntávamos o lu-

cro para investir ainda mais na terra,

principalmente com irrigação e com

o aumento da potência da bomba”.

O esforço de Rozana e Zacarias não

foi em vão e, após cultivar abacaxi,

mandioca e banana, o casal possui

uma produção de 2.500 pés de ma-

mão e quase 800 pés de maracujá.

A produtora também afirma que

não perdia os cursos e treinamentos

oferecidos pelo Senar. Conhecimen-

tos sobre administração, plantação

de maracujá, melancia, banana, en-

tre outros foram essenciais para a

melhoria de vida do casal. “Se não

fosse toda essa ajuda, não ter íamos

a estrutura que temos. Vinha ins-

trutores e agrônomos aqui em casa

e apontavam onde poderíamos

melhor na produção”, conta emo-

cionada. Os produtores conseguem

entregar suas produções ao Progra-

ma Nacional de Alimentação Esco-

lar (PNAE), ao Programa Aquisição

de Alimentos da Agricultura Fami-

liar (PAA), na região e no Ceasa de

Goiânia, além de supermercados

e na feira popular de Itapuranga.

Juliana (centro) e o casal Zacarias e Rozana: cooperativa teve papel importante para crescimento da produção dos trabalhadores rurais

Dezembro / 2014 CAMPO | 29www.senargo.org.br

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GOSTINHO DO NORDESTE

Na contramão do mercado goiano, produtor de feijão caupi se destacaGrão é vendido para o Nordeste

Michelle Rabelo | [email protected]

Feijão caupi, feijão-de-corda ou feijão macassar. O nome não importa e o que vale

mesmo é o sucesso que ele faz no prato de quem experimenta esse grão mais clarinho e com formato arredondado e que t raz o gostinho do nordeste. No interior do estado, Joel Ragagnin prova que o sucesso saiu do prato e chegou às cifras que representam os lucros. Ele produz

feijão caupi, como opção de rota-ção de cultura, no município de Jataí, vende o produto para outros estados e garante que a rentabi-lidade faz o cult ivo valer à pena.

O nordeste lidera a lista de com-pradores do feijão de Ragagnin, que também vende os cerealistas de São Paulo – por causa da co-munidade nordestina que vive na capital. Ele explica que não f ica

responsável pela parte do escoa-mento da produção. “Eu só pro-duzo. Este ano vendi a saca de 60 quilos por R$ 50,00. Em 2013 consegui R$ 40,00 por unidade. Tudo depende da oferta. É ela quem regula o mercado e no ano passado a região Nordeste pro-duziu mais do que o esperado”. Ao todo, no ano passado foram comercializadas aproximada-

Laris

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mente 18 mil sacas do grão. Em 2014 o número subiu para 22 mil.

Joel, que também feijão plan-ta carioca, explica que a escolha pelo caupi veio por causa da falta de opção de culturas de rotação na agricultura. “Já tenho uma es-t rutura agr ícola montada e expe-riência no cult ivo de feijão. Além disso, já f iz meus contatos com compradores”. O produtor planta

milho, milheto, soja e possui uma área de integração lavoura pecuá-ria. Ao todo, são 2.700 hectares, dos quais 1.100 são destinados para o cult ivo do caupi, cuja safra inicia-se na segunda quinzena de fevereiro e vai até o f inal de março.

DesafiosPara Joel um dos maiores desafios

de se produzir este tipo de feijão é

encontrar mercado consumidor já que o grão é basicamente consumi-do no nordeste. Além disso, como o clico do cultivo é curto, é preciso contar com o clima e fazer uma figa para que São Pedro mande as chu-vas no período de enchimento dos grãos. Para finalizar a lista de entra-ves, Ragagnin é a busca incansável pela qualidade do feijão, que “tem que estar sempre branquinho”.

Dezembro / 2014 CAMPO | 31www.senargo.org.br

Mesmo com baixo consumo, feijão caupi é comercializado nas feiras de Goiânia

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32 | CAMPO Dezembro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Fred

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arva

lho

Caracterizam o feijão caupi a

alta produtividade, riqueza em

proteínas, ferro e zinco, ciclo cur-

to e baixa exigência hídrica e rus-

t icidade para se desenvolver em

solos de baixa fert ilidade. Além

disso, o feijão também é utiliza-

do como forragem verde, feno,

ensilagem, farinha para alimenta-

ção animal e, ainda, como adu-

bação verde e proteção do solo.

Para dentro e fora do BrasilO caupi é cult ivado com destaque

nos estados do Ceará, Bahia, Piauí e

Pará. Nas duas regiões, a produção

é consumida internamente, sendo

base da alimentação das famílias.

Em 2013, o Brasil exportou 24 mil

toneladas de feijão caupi, num to-

tal de US$ 16,5 milhões, segundo

o Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior. Os

maiores compradores foram Índia

e o Egito. Mas o braço exporta-

dor brasileiro alcançou também os

Emirados Árabes, Arábia Saudita,

Irã e Indonésia. Na Europa, Por-

tugal concentra as importações.

Ragagnin produz feijão caupi, como opção de rotação de cultura

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DELÍCIAS DO CAMPO

Rosa de Calabresa

* Enviada pelo instrutor do Sistema Faeg/Senar e tecnólogo em Gastronomia, Cristiano Ferreira da Silveira.

Envie sua sugestão de receita para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200

INGREDIENTES:

2 copos de leite (temperatura ambiente)1 copo de água (temperatura ambiente)2 envelopes de fermento seco para pão½ copo de açúcar2 colheres de sopa cheia de margarina2 ovos½ copo de óleo1 colher de sopa de sal1 kg de farinha de trigo ou até dar o ponto

RECHEIO: Linguiça calabresa, sem a película, fatiada bem fina.

PREPARO:

1º passo Em uma bacia, coloque o leite com água, fermento, açúcar, margarina, ovos, óleo, mexa e coloque a farinha de trigo e o sal até o ponto de enrolar.

2º passoDeixe a massa crescer 40 minutos (no mínimo).

3º passoModele a rosa, inserindo a calabresa e fazendo círculo com a massa. Espere dobrar de volume.

4º passoLeve para assar em forno médio pré-aquecido (150ºC a 180ºC), por 40 minutos ou até dourar.

Cristi

ano

Ferr

eira

da

Silv

eira

www.senargo.org.br Dezembro / 2014 CAMPO | 33

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CASO DE SUCESSO Fr

edox

Car

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O desejo de Juarez em produzir e comercializar mel se consolidou após treinamentos no setor apícola Luiz Fernando Lemes | [email protected]

Sonho cada vez mais próximo de se tornar realidade

Juarez encontrou meios para aperfeiçoar a produção de mel em sua propriedade

34 | CAMPO Dezembro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

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O que era apenas um sonho dis-tante, está se tornando realida-de. Após fazer o treinamento de

Apicultura Básica e Avançada em 2013 através do Serviço Nacional de Aprendi-zagem Rural (Senar) Goiás, Juarez Con-ceição da Silva, 39, conseguiu aperfeiçoar ainda mais a sua produção de mel na cida-de de Goianápolis. Agora, o que era ape-nas uma atividade complementar, começa a ser vista como uma opção prioritária.

Juarez sempre teve vontade e interes-se em produzir mel, mas o rendimento no início da produção era insatisfatório, como classifica o próprio produtor. “Eu coletava as abelhas nas matas e as co-locava nas caixas, mas não rendia mui-ta coisa”, afirma. Após fazer o curso, ministrado pelo instrutor Júlio Elvio, o produtor passou a aproveitar melhor a cera e aumentou a produção. “Só neste ano consegui coletar 350 litros de mel e boa parte disso se deve ao melhor apro-veitamento que estou fazendo dos ele-mentos da produção”, comenta Juarez.

Atualmente, o produtor possui entre 50 e 80 colmeias divididas em três pro-priedades. Para cuidar de todas, Juarez conta com a ajuda de mais três pesso-as na produção: a esposa e as duas fi-lhas. Já pensando no futuro, o apicultor afirma que comprou as colmeias para manter a produção, mas analisa a pos-sibilidade de fabricar as próprias caixas. “Já comecei a fazer as colmeias aqui em casa mesmo. No futuro, penso em fazer todas e deixar de comprar”, diz.

ProfissionalizaçãoDurante o treinamento de Apicul-

tura Básica, Juarez aprendeu sobre a confecção de estrutura de apiário para manejo do sistema apícola. Além dis-so, conheceu métodos de preparo e de colocação de arame e cera, compreen-deu algumas técnicas de manejo de fu-maça, captura e extração de cera. Foi através deste último método que o api-cultor conseguiu aproveitar ainda mais a produção. “Antes eu jogava toda a cera fora, mas aprendi que é possível reaproveitar através dos cursos que fiz”, afirma o produtor.

Já no treinamento de Apicultu-ra Avançada, o apicultor aprendeu questões referentes à extração do mel e a produzir produtos apícolas. Entre os objetivos do curso destacam-se o fornecimento de conhecimento para manejo do apiário e na confecção de produtos provenientes do sistema de apicultura. Atualmente, ele trabalha com mel in natura e afirma que a procura entre os amigos e a comuni-dade é grande.

Em sua chácara, o produtor tra-balha com produção leiteira, mas, já com vistas no futuro, pretende li-dar apenas com mel. “Sempre tive vontade de mexer com isso. Antes já tentava, mas sem nenhum tipo de co-nhecimento. Agora, pretendo explo-rar ainda mais este meio através dos estudos para, daqui em diante, mexer apenas com o mel”, projeta Juarez.

Os interessados em cursos e treinamentos do Senar, em Goiás, no município de Goianápolis devem entrar em contato com o Sindicato Rural de Anápolis pelo telefone (62) 3311-5055.

Dezembro / 2014 CAMPO | 35www.senargo.org.br

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EM DEZEMBRO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU

337 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 92 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*

4.230 PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

36 125 08 01 08 10 121 28 28 08 04 10 42 0

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

extrativismo

Em

agroindústria

na área de

aquicultura

na área de

pecuária

Em

atividades

relativas à

prestação

de serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

CURSOS E TREINAMENTOSSh

utter

Luiz Fernando Rodrigues | [email protected]

Qualificação de profissionais fomenta indústrias de perus

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EM DEZEMBRO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU

337 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 92 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*

4.230 PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

36 125 08 01 08 10 121 28 28 08 04 10 42 0

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

extrativismo

Em

agroindústria

na área de

aquicultura

na área de

pecuária

Em

atividades

relativas à

prestação

de serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

Para outras informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo

Senar Goiás entre em contato pelo telefone (62) 3412-2700 ou pelo

site www.senargo.org.br

Seja no Natal ou em Ação de Gra-ças, um dos principais pratos esco-lhidos pelas famílias é o tradicional peru, justamente por ser mais encor-pado e por alimentar mais gente que uma galinha. Além disso, o Brasil é um dos maiores produtores e expor-tadores da ave, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da União Euro-peia. Entretanto, a produção de pe-rus exige dedicação e manejos indis-pensáveis para garantir a qualidade do animal. Visando essa demanda, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás oferece aos pro-dutores rurais e demais interessados o curso de Sistema Terminador de Pe-rus, com carga horária de 32 horas.

Assim como na produção de fran-gos, os perus necessitam de mais cuidados durante os três primeiros meses. Para isso, o curso oferece conhecimentos aprofundados sobre biossegurança, controle de roedo-res, alojamento de perus e manejo de água, ração e ambiente para que as aves cresçam até se tornarem mais resistentes.

O curso é destinado a produtores, trabalhadores rurais e pessoas que

tenham interesse de atuar na área, desde que tenham condições físicas e mentais para o exercício da ocupação, seja alfabetizado, tenha 18 anos e que não seja claustrofóbico e nem tenha problemas cardíacos. Além da capaci-tação citada acima, os alunos apren-dem durante o curso alguns métodos de regulagem de equipamentos, lim-peza dos silos, lavagem e desinfecção das instalações e equipamentos.

O curso foi criado em 2009 e, des-de então, capacitou 46 participantes. Destes, alguns conseguiram empre-gos em indústrias do ramo alimentí-cio e outros passaram a desenvolver atividades de maneira autônoma. A coordenadora do curso, Samantha Andrade, ressalta que algumas em-presas solicitam os certificados do Senar como prova de capacitação do profissional. “Isso possibilita a inser-ção de quem necessita no mercado de trabalho. É uma capacitação para as pessoas conseguirem um emprego e esse é um dos nossos objetivos”, explica. Para conseguir o certificado de conclusão do curso, o aluno deve obter, no mínimo, 80% de frequência e apresentar uma média satisfatória.

* Cursos promovidos entre os dias 26 de outubro a 25 de novembro

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Tecnologia: forte aliada no campo

CAMPO ABERTO

Criar, plantar e produzir. Esse era o dia-a-

-dia do produtor rural. Mas agora, com o

avanço da tecnologia e um acesso mais

fácil à internet, os pecuaristas têm a tecnologia

como forte aliada no campo. O Serviço Nacio-

nal de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás saiu

na frente e inovou ofertando por meio da meto-

dologia de Educação à Distância (EaD) quatro

macro programas gratuitos virtuais com temas

relacionados ao meio rural: Minha Empresa Rural

- compreende 12 cursos; Jovem Empresário Rural

- compreende dois cursos; Agricultura de Preci-

são - compreende sete cursos; Gestão de Riscos

em Saúde e Segurança do Trabalho Rural - com-

preende quatro cursos.

A entidade aceitou o desafio e, de modo a alcan-

çar o ensino e formação profissional para o maior

número de alunos dispersos geograficamente no

Estado de Goiás, vem cumprindo sua missão, que

é realizar a Formação Profissional Rural e Promo-

ção Social de quem vive no meio rural, resultando

em profissionalização, qualidade de vida, exercício

de cidadania e desenvolvimento sustentável.

Além de auxiliar em uma questão relevante,

que é a sucessão familiar, a EaD ajudará o jovem

a ser um empreendedor rural e a se fixar no cam-

po. Isso porque com o deslocamento dos alunos

para estudar na capital, muitos não voltavam para

seus locais de origem, impossibilitando o desen-

volvimento regional.

Antes existia uma grande dificuldade com as

distâncias, isso dificultava para o produtor, tra-

balhador rural e seus filhos, que não podiam sair

das propriedades por muitos dias para fazerem

cursos. Com a EaD, essas barreiras não existem

mais e todos eles podem ter acesso ao conteúdo

oferecido pelo Senar Goiás.

O perfil do público-alvo é constituído por estu-

dantes maiores de 15 anos, trabalhadores rurais

e seus familiares, produtores rurais e seus fami-

liares, empreendedores do agronegócio goiano,

beneficiários dos programas federais de emprego

e renda, e/ou qualquer pessoa envolvida direta ou

indiretamente ao meio rural.

Porque fazer os cursos da EaD Senar Goi-

ás? Os cursos foram elaborados com o formato

ideal para o público-alvo do Senar Goiás, pois

trazem de forma direta soluções para o campo

feitas com foco na região e realidade de Goiás.

Além disso, os cursos chegam com informações

de fácil entendimento de forma dinâmica e com

ilustrações, vídeos e narrações que facilitam o

acesso de quem não tem muita intimidade com

computadores. Todos os nossos cursos emitem

certificados e o aluno tem a liberdade de esco-

lher o curso ideal para sua realidade não estando

nenhum dos cursos amarrado a outros não exis-

tindo pré-requisitos.

Os interessados nos programas de capacitação

online podem se inscrever na página: http://ead.

senargo.org.br ou ligarem no número 0800 642

7070, de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas

onde o aluno contará com o apoio de monitores e

tutores que farão do ambiente de estudo um local

agradável e interativo em que o aluno acreditará

não estar estudando sozinho.

Stella Menezes

é médica veterinária

e técnica adjunta do

Senar Goiás.

Fred

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lho

Stella Menezes | [email protected]

38 | CAMPO Dezembro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

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Produtor rural: o campeão da economia brasileira

O país inteiro tira o chapéu para o setor que mais cresceu e gerou riqueza, emprego e renda em 2014.

Que o próximo ano seja de conquistas ainda maiores.

Faeg – (62) 3096-2200www.sistemafaeg.com.br