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A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS • SETEMBRO DE 2013 Como a Justiça e a Misericórdia nos Libertam da Escravidão, p. 20 Como a Graça de Deus Realmente Funciona, p. 42 O Que Há de Tão Atraente no Grande e Espaçoso Edifício? p. 48 Filhos, Seu Exemplo Faz a Diferença, pp. 67, 71

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Liahona

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  • A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS LTIMOS DIAS SETEMBRO DE 2013

    Como a Justia e a Misericrdia nos Libertam da Escravido, p.20Como a Graa de Deus Realmente Funciona, p.42O Que H de To Atraente no Grande e Espaoso Edifcio? p.48Filhos, Seu Exemplo Faz a Diferena, pp. 67,71

  • Mas aquele

    que beber da

    gua que eu

    lhe der nunca

    ter sede,

    porque a gua

    que eu lhe der

    se far nele

    uma fonte de

    gua que salte

    para a vida

    eterna.Joo 4:14

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    S e t e m b r o d e 2 0 1 3 1

    SEES8 Caderno da Conferncia

    de Abril

    10 Nossa Crena: O Sacerdcio Deve Ser Usado Dignamente

    12 Nosso Lar, Nossa Famlia: O Senhor Nunca Gritou ComigoNome no divulgado

    14 Clssicos do Evangelho: O Que Jesus Significa para Ns Hoje?lder DavidB. Haight

    16 Notcias da Igreja38 Vozes da Igreja80 At Voltarmos a Nos Encontrar:

    A Reunio Sacramental InterminvelOkon Edet Effiong

    A Liahona, Setembro de 2013

    MENSAGENS4 Mensagem da Primeira

    Presidncia: Santos para Todas as EstaesPresidente DieterF. Uchtdorf

    7 Mensagem das Professoras Visitantes: Autossuficincia

    ARTIGOS18 Minhas Oraes de Gratido

    Christie SkrinakNossa famlia estava precisando desesperadamente de bnos. Como eu poderia ser grata em meio a tais provaes?

    20 A Justia e a Misericrdia de Deuslder JeffreyR. HollandSe conseguirmos nos arrepender de nossos pecados e formos caridosos com os pecados alheios, o Pai de todos ns, que vive, vai nos esten-der a mo para nos erguer.

    26 Misericrdia CristRandyL. DaybellEstes relatos das escrituras da vida do Salvador podem nos ensinar maneiras de sermos misericordiosos.

    30 Como Se Estabelece a Doutrina?LaRene Porter GauntUse este fluxograma para com-preender melhor o mtodo usado por Deus para revelar a doutrina aos profetas e apstolos.

    32 Os Rapazes de Hoje Precisam de Exemplos de RetidoHikari LoftusAps lidar com seus prprios problemas na juventude, Todd Sylvester procura ajudar os rapazes de hoje.

    36 Ainda uma ConvocaoRichard M. RomneyA Famlia: Proclamao ao Mundo como um estandarte da liberdade moderno, que propicia clareza e orientao s famlias. NA CAPA

    Primeira capa: A Ovelha Perdida, de Newell Covers Wyeth, reproduzido com permisso do Museu de Arte do Colby College. ltima capa: fotografia Thinkstock. Parte interna da primeira capa: fotografia de Chelsea Stark.

  • 42

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    2 A L i a h o n a

    42 Sua Graa BastaBrad WilcoxO milagre da graa de Cristo no s o de podermos regressar ao cu, mas tambm mudarmos a fim de nos sentirmos em casa l.

    J O V E N S A D U L T O S

    46 Passos para a Felicidadelder D.Todd ChristoffersonQuando compreendemos o prop-sito dos mandamentos, queremos mais deles e no menos.

    48 O Que H de To Atraente no Grande e Espaoso Edifcio?DennisC. GauntO grande e espaoso edifcio tem grande poder de seduo, ento como podemos evit-lo?

    52 Ser uma Luz para os Amigoslder Benjamn De HoyosA obra missionria comea com um bom exemplo.

    54 Direto ao Ponto56 Para o Vigor da Juventude:

    A Influncia da MsicaRosemaryM. WixomO que os camundongos podem nos ensinar sobre a escolha de msica saudvel?

    58 Uma Prece de Meu CoraoMa. ConsueloN.As palavras do Senhor me ajuda-ram a amar ainda mais a msica.

    59 Pster: Lance Seu Futuro60 Do Campo Missionrio:

    Por Finas ParedesMonica Garcia AdamsNo foi s Soledad que deu ouvidos a nossa mensagem. Juan tambm estava escutando do outro lado da parede.

    62 Aprender com os Profetas Vivoslder NeilL. AndersenEstas quatro perguntas podem

    ajud-lo a seguir o profeta.

    J O V E N S

    64 Escrever o CertoJan PinboroughA professora de Clara disse que o Pai Celestial, Jesus Cristo e o Esp-rito Santo eram todos uma nica pessoa. O que Clara poderia dizer?

    66 Msica: Meu Pastor Jesus CristoTammy Simister Robinson

    67 Exemplos FiisJeanA. StevensO exemplo destas crianas da Primria em Hong Kong ajudou os membros de sua ala a ter f para viver o evangelho.

    68 Na Trilha: O Templo de Nauvoo e a Cadeia de CarthageJennifer Maddy

    70 Testemunha Especial: Por que importante que tenhamos tanto a Bblia quanto o Livro de Mrmon?lder L.Tom Perry

    71 Escolhi o Que CertoEkeneB.Eu no queria beber vinho, mas o que aconteceria com minha famlia se eu no o fizesse?

    72 Nossa Pgina74 Trazer a Primria para Casa:

    Servirei a Deus com Todo Meu Corao, Poder, Mente e Fora

    76 Para as Criancinhas81 Retrato do Profeta:

    George Albert Smith

    C R I A N A S

    Veja se conse-gue encontrar a Liahona oculta nesta edio.

    Dica: Jesus visi-tou as pessoas na Amrica.

    CORREOPedimos desculpas pelo erro na seo Cartes de Escrituras, nas pginas 65-66, da edio de agosto. As escrituras do carto Quando me sinto feliz devem ser substitudas por Salmos 118:24; Joo 13:17; e Alma 26:35. As escrituras do carto Quando preciso de coragem devem ser substitudas por Daniel 6; 1 Nfi 3:7; e Alma 56:4448. As pginas corrigidas podem ser impressas a partir do site liahona.lds.org.

  • S e t e m b r o d e 2 0 1 3 3

    Ideias para a Noite Familiar

    EM SEU IDIOMAA revista A Liahona e outros materiais da Igreja esto disponveis em muitos idiomas em languages.LDS.org.

    TPICOS DESTA EDIOOs nmeros representam a primeira pgina de cada artigo.

    Adversidade, 4, 18, 48, 71Arbtrio, 48Arrependimento, 20Autossuficincia, 7Bblia, 70Boa Forma Fsica, 54Castidade, 54Dzimo, 67Doutrina, 30Educao, 59Escrituras, 40, 70Esprito Santo, 12, 41, 56,

    72, 80

    Exemplo, 32, 38, 40, 52, 67, 74

    Famlia, 12, 36F, 39, 72, 76Graa, 42Gratido, 18Histria da Igreja, 7, 68Jesus Cristo, 26, 66, 76Justia, 20Liberdade, 20Livro de Mrmon, 70Mandamentos, 46, 71Milagres, 76Misericrdia, 20, 26

    Mordomia, 80Msica, 56, 58Obra Missionria, 40, 52,

    54, 60Orao, 18, 58, 60, 72Palavra de Sabedoria, 71Profetas, 30, 62Revelao, 30, 62Sacerdcio, 10Sacramento, 80Servio, 74Smith, George Albert, 81Templo, 68Testemunho, 64

    O Que H de To Atraente no Grande e Espaoso Edifcio? pgina 48: Leia o artigo com sua famlia. Pergunte se eles j se sentiram envergonhados por viver os padres da Igreja. Voc pode falar de uma ocasio em que se sentiu assim e o que aprendeu. Discuta a diferena entre dizer que voc no pode e dizer que voc no quer fazer algo. Sua famlia pode seguir esta corrente de escrituras para saber mais sobre como o arbtrio se encaixa no plano de Deus: Moiss 4:14; 2Nfi 2:1416, 2227; Josu 24:15; Mosias 2:41; Doutrina e Convnios 82:10; 130:2021. Em seguida, vocs podem cantar Faze o Bem, Escolhendo o Que Certo (Hinos, n148) ou outro hino sobre boas escolhas.

    Escrever o Certo, pgina 64, e Escolhi o Que Certo, pgina 71: Conte como nessas histrias Clara e Ekene encontram maneiras de defender a verdade. Voc pode discutir o que significa servir de tes-temunhas de Deus (Mosias 18:9). Discuta com a famlia maneiras de prestar testemu-nho e elabore um plano para faz-lo esta semana. Como atividade, sua famlia pode ler ou reler histrias das escrituras em que algum tenha servido de testemunha de Deus. Depois desempenhem o papel dos personagens das histrias. Algumas ideias para as histrias incluem a de Daniel e seus amigos, que se recusaram a ingerir alimen-tos prejudiciais (Daniel 1); a de Estvo, que deu testemunho de Jesus Cristo (Atos 67); e a de Nfi, que incentivou seus irmos a buscar as placas (1Nfi 34).

    Esta edio contm atividades e artigos que podem ser usados na noite familiar. Seguem-se dois exemplos.

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    SETEMBRO DE 2013 VOL. 66 N 9A LIAHONA 10789 059Revista Internacional em Portugus de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos ltimos DiasA Primeira Presidncia: Thomas S. Monson, Henry B. Eyring e Dieter F. UchtdorfQurum dos Doze Apstolos: Boyd K. Packer, L. Tom Perry, RussellM. Nelson, Dallin H. Oaks, M. Russell Ballard, Richard G. Scott, Robert D. Hales, Jeffrey R. Holland, David A. Bednar, Quentin L. Cook, D. Todd Christofferson e Neil L. AndersenEditor: Craig A. CardonConsultores: Shayne M. Bowen, Bradley D. Foster, Christoffel Golden Jr., Anthony D. PerkinsDiretor Administrativo: David T. WarnerDiretor de Apoio Famlia e aos Membros: Vincent A. VaughnDiretor das Revistas da Igreja: Allan R. LoyborgGerente de Relaes Comerciais: Garff CannonGerente Editorial: R. Val JohnsonGerentes Editoriais Assistentes: Ryan Carr, LaRene Porter GauntAssistente de Publicaes: Melissa ZentenoEquipe de Composio e Edio de Texto: Susan Barrett, David Dickson, David A. Edwards, Matthew D. Flitton, Mindy Raye Friedman, Lori Fuller, Garrett H. Garff, Jennifer Grace Jones, Hikari Loftus, Michael R. Morris, Richard M. Romney, PaulVanDenBerghe, Julia WoodburyDiretor Administrativo de Arte: J. Scott KnudsenDiretor de Arte: Tadd R. PetersonEquipe de Diagramao: Jeanette Andrews, Fay P. Andrus, C.Kimball Bott, Thomas Child, Nate Gines, Kerry Lynn C. Herrin, Colleen Hinckley, Eric P. Johnsen, Susan Lofgren, Scott M. Mooy, Brad TeareCoordenadora de Propriedade Intelectual: Collette Nebeker AuneGerente de Produo: Jane Ann PetersEquipe de Produo: Kevin C. Banks, Connie Bowthorpe Bridge, Julie Burdett, Bryan W. Gygi, Denise Kirby, Ginny J. Nilson, Gayle Tate RaffertyPr-Impresso: Jeff L. MartinDiretor de Impresso: Craig K. SedgwickDiretor de Distribuio: Stephen R. ChristiansenA Liahona:Diretor Responsvel: Andr Buono SilveiraProduo Grfica: Eleonora BahiaEditor: Luiz Alberto A. Silva (Reg. 17.605)Traduo: Edson LopesAssinaturas: Marco A. Vizaco 2013 Intellectual Reserve, Inc. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil.O texto e o material visual encontrados na revista A Liahona podem ser copiados para uso eventual, na Igreja ou no lar, no para uso comercial. O material visual no poder ser copiado se houver qualquer restrio indicada nos crditos constantes da obra. As perguntas sobre direitos autorais devem ser encaminhadas para Intellectual Property Office, 50 East North Temple Street, Salt Lake City, UT 84150, USA; e-mail: [email protected]: Est assentado no cadastro da DIVISO DE CENSURA DE DIVERSES PBLICAS, do D.P.F., sob n 1151-P209/73, de acordo com as normas em vigor.A Liahona, 1977 de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos ltimos Dias, acha-se registrada sob o nmero 93 do Livro B, n 1, de Matrculas e Oficinas Impressoras de Jornais e Peridicos, conforme o Decreto n 4857, de 9-11-1930. Impressa no Brasil por Prol Editora Grfica Avenida Papaiz, 581 Jardim das Naes Diadema CEP 09931-610 SP.ASSINATURAS: A assinatura dever ser feita pelo telefone 0800-891-4253 (ligao gratuita); pelo e-mail [email protected]; pelo fax 0800-161441 (ligao gratuita); ou correspondncia para a Caixa Postal 26023, CEP 05599-970 So Paulo SP.Preo da assinatura anual para o Brasil: R$ 5,00. Preo do exemplar avulso em nossas lojas: R$ 0,80. O preo da assinatura e do exemplar avulso enviado para o assinante no exterior o mesmo. A assinatura anual da revista em ingls tambm R$ 5,00. As mudanas de endereo devem ser comunicadas indicando-se o endereo antigo e o novo.NOTCIAS DO BRASIL: envie para [email protected] manuscritos e perguntas online para liahona.LDS.org; pelo correio, para: Liahona, Room 2420, 50 E. North Temple St., Salt Lake City, UT 84150-0024, USA; ou por e-mail, para: [email protected] Liahona, termo do Livro de Mrmon que significa bssola ou guia, publicada em albans, alemo, armnio, bislama, blgaro, cambojano, cebuano, chins, chins (simplificado), coreano, croata, dinamarqus, esloveno, espanhol, estoniano, fijiano, finlands, francs, grego, holands, hngaro, indonsio, ingls, islands, italiano, japons, leto, lituano, malgaxe, marshalls, mongol, noruegus, polons, portugus, quiribati, romeno, russo, samoano, sueco, tagalo, tailands, taitiano, tcheco, tongans, ucraniano, urdu e vietnamita. (A periodicidade varia de um idioma para outro.)

  • 4 A L i a h o n a

    Tenho lembranas de infncia de uma parte do mundo que poderia servir de carto postal para a mudana das estaes do ano. Cada ms que passava era belo e maravilhoso. Num dia de inverno perfeito, a neve imaculada cobria como um manto as montanhas e as ruas da cidade. A primavera trazia chuvas purificadoras e uma exploso verdejante de vida. Os cus indolentes de vero eram como uma linda tela azul que servia de pano de fundo para o sol brilhante. E o outono espetacular transformava a natureza em tons brilhantes de laranja, amarelo e vermelho. Quando criana, eu adorava cada estao e at hoje adoro o carter mpar e singular de cada uma delas.

    Em nossa vida, tambm temos estaes. Algumas so quentes e agradveis. Outras no. Alguns dias de nossa vida so to belos quanto as fotografias de um calend-rio. E h tambm dias e situaes que causam sofrimento e podem trazer nossa vida profundos sentimentos de desespero, ressentimento e amargura.

    Tenho certeza de que, em algum momento, todos ns j pensamos que seria timo fixar residncia num local em que houvesse apenas dias com clima perfeito, evitando assim as estaes intermedirias desagradveis.

    Mas isso no possvel nem desejvel.Ao fazer um retrospecto de minha prpria vida, fica

    evidente que muitos dos momentos de maior desenvolvi-mento pessoal ocorreram durante pocas inclementes.

    Nosso Pai Celestial onisciente sabia que, para cresce-rem e tornarem-se os seres que foram concebidos para tornar-se, Seus filhos precisariam passar por estaes de adversidade durante sua permanncia na mortalidade. Le, profeta do Livro de Mrmon, disse que sem oposio no haveria retido (2Nfi 2:11). Na verdade, a amargura da vida que nos permite reconhecer, contrastar e valorizar sua doura (ver D&C 29:39; Moiss 6:55).

    O Presidente Brigham Young expressou-o da seguinte forma: Todos os seres inteligentes que receberem coroas de glria, imortalidade e vida eterna devem passar por todas as provaes pelas quais os seres inteligentes tm de passar, a fim de que alcancem glria e exaltao. Todas as calamidades que puderem sobrevir aos seres mortais recairo () a fim de prepar-los para desfruta-rem da presena do Senhor. () Todas as provaes e experincias pelas quais vocs passarem so necessrias para sua salvao.1

    A questo no se vamos passar por estaes de adver-sidade, mas como vamos enfrentar as tempestades. Nossa grande oportunidade durante as estaes em constante mudana da vida apegar-nos palavra fiel de Deus, pois Seus conselhos foram concebidos no s para nos ajudar a resistir s tormentas da vida, mas tambm para nos guiar a fim de sairmos delas. Nosso Pai Celestial deu Sua pala-vra por intermdio de Seus profetas um conhecimento precioso concebido para nos ajudar a lidar com os desafios

    Presidente DieterF. UchtdorfSegundo Conselheiro na Primeira Presidncia

    M E N S A G E M D A P R I M E I R A P R E S I D N C I A

    Santos PARA TODAS AS ESTAES

  • S e t e m b r o d e 2 0 1 3 5

    ENSINAR USANDO ESTA MENSAGEM

    A Primeira Presidncia ensinou: Alguns dos maiores sermes so pregados atravs do cntico de hinos (Hinos, p.ix). Ao discutir essa mensagem, considere a possibilidade de cantar com as pessoas a quem voc ensina um des-tes hinos ou outra cano que fale sobre suportar as adversidades: Que Firme Alicerce (n 42); O Senhor Meu Pastor (n37); ou Trabalhemos Hoje

    (n141). Caso se sinta inspirado, fale de um perodo atormentado de sua vida

    que acabou por revelar-se uma bno.

    das estaes difceis e prosseguir em direo alegria indescritvel e luz brilhante da vida eterna. Uma parte importante de nossa experincia de vida o desenvolvimento da fora, coragem e integridade de apegar-nos verdade e retido a despeito dos problemas que venhamos a enfrentar.

    Aqueles que entraram nas guas do batismo e receberam o dom do Esprito Santo comearam a trilhar o caminho do discipulado e so insta-dos a seguir os passos de nosso Salvador com fidelidade e constncia.

    O Salvador ensinou que o sol se levanta sobre maus e bons, e a chuva [desce] sobre justos e injustos (Mateus 5:45). s vezes, no consegui-mos compreender por que coisas dif-ceis e mesmo injustas acontecem na vida. No entanto, como seguidores de Cristo, confiamos que se [buscarmos] diligentemente, [orarmos] sempre e [formos] crentes; () todas as coisas contribuiro para o [nosso] bem, se [andarmos] retamente (D&C 90:24; grifo do autor).

    Como membros de Sua Igreja, como santos, servimos com alegria e boa von-tade em todos os tempos e em todas as estaes. E ao fazermos isso, nosso corao se encher de f sagrada, espe-rana que cura e caridade celeste.

    Ainda assim, teremos de passar por todas as estaes tanto agradveis quanto dolorosas. Mas, seja qual for a estao, como seguidores de Jesus Cristo depositaremos nossa esperana Nele ao caminharmos em direo a Sua luz.

    Em suma, somos santos de Deus, determinados a aprender com Ele, a am-Lo e a amar o prximo. Somos peregrinos no caminho abenoado do discipulado e caminharemos firme-mente rumo a nossa meta celeste.

    Portanto, sejamos santos na pri-mavera, no vero, no outono e no inverno. Sejamos santos para todas as estaes.

    NOTA 1. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja:

    Brigham Young, 1997, pp. 261262.

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  • 6 A L i a h o n a

    Servir em Todas as Estaes

    O Presidente Uchtdorf ensinou que devemos [servir] com alegria e boa vontade em todos os tempos e em todas as estaes. Os desenhos abaixo mostram crianas usando objetos de diferentes esta-es para servir ao prximo. Combine o objeto da coluna direta com o desenho da coluna esquerda.

    Consegui Superar a TristezaJuan Zhu

    Quando um casal de amigos, o irmo Chen e sua esposa, foi batizado em nossa ala, fiquei exultante. Um ano aps o batismo, foram selados no templo, e seu filho que falecera antes de eles entrarem para a Igreja foi selado a eles. Foi maravilhoso ver a famlia Chen crescer no evangelho.

    Mas no ano seguinte o irmo Chen morreu num acidente de carro. Aps o acidente, a morte dele pare-cia no me sair da mente e sempre assombrava meus sonhos. Eu acordava chorando e perguntava repetida-mente: Por qu? Por que o Senhor permite que esse tipo de tragdia acontea? Por que algo assim tinha que acontecer com essa linda famlia? Certo dia, ao me debater com essas perguntas, peguei um manual da Igreja e li as seguintes palavras do Presidente SpencerW. Kimball (18951985):

    Se considerssemos a vida mortal a totalidade da existncia, ento as dores, tristezas, fracassos e morte precoce seriam uma calamidade. Mas se encararmos a vida como algo que comeou h muito no passado pr-mortal e vai prolongar-se por toda a eternidade, todas as coisas que nos acontecerem podero ser compreendidas com a perspectiva correta.()

    No deveramos ser expostos s tentaes para testarmos nossa fora, s enfermidades para aprender-mos pacincia, morte para sermos imortalizados e glorificados?1

    Naquele momento, decidi superar minha tristeza e voltar os olhos para o futuro prometido e possvel. Con-segui visualizar o irmo Chen novamente reunido com sua famlia e muito feliz. Aquela viso me trouxe paz. Sei que o Pai Celestial nos dar sabedoria e coragem para enfrentarmos as adversidades.O autor de Taiwan.

    NOTA 1. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: SpencerW. Kimball,

    2006, p. 16.

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    JOVENS CRIANAS

  • S e t e m b r o d e 2 0 1 3 7

    Autossuficincia

    Autossuficincia a capacidade, o compromisso e o esforo de satisfazer as necessidades espirituais e materiais da vida para si prprio e a famlia.1

    Ao aprendermos e aplicarmos os princpios da autossuficincia em nosso lar e nossa comunidade, tere-mos oportunidades de cuidar dos pobres e necessitados e de ajudar as pessoas a tornarem-se autossuficientes a fim de enfrentarem momentos de adversidade.

    Temos o privilgio e o dever de utilizar nosso arbtrio para tornar-nos espiritual e temporalmente autossu-ficientes. Ao falar de autossuficincia espiritual e nossa dependncia do Pai Celestial, o lder RobertD. Hales, do Qurum dos Doze Apstolos, ensinou: Tornamo-nos convertidos e espiritualmente autossuficientes quando cumprimos fervorosamente nossos convnios partilhando dig-namente o sacramento, sendo dignos de uma recomendao para o templo e sacrificando-nos a servio do prximo.2

    O lder Hales instou-nos a tor-nar-nos materialmente autossuficien-tes, o que inclui adquirir instruo superior ou formao profissional, aprender a trabalhar e viver dentro de seus recursos. Evitando dvidas

    e economizando agora, estaremos preparados para o servio de tempo integral na Igreja, nos anos vindouros. O propsito da autossuficincia tanto temporal quanto espiritual elevar-nos a uma posio melhor para que possamos erguer outros que passam necessidades.3

    Das EscriturasMateus 25:113; ITimteo 5:8; Alma 34:2728; Doutrina e Convnios 44:6; 58:2629; 88:118

    NOTAS 1. Ver Manual 2: Administrao da Igreja,

    2010, 6.1.1. 2. Robert D. Hales, Lembrar Quem Somos:

    O Sacramento, o Templo e o Sacrifcio no Servio, A Liahona, maio de 2012, p. 34.

    3. RobertD. Hales, Lembrar Quem Somos, p. 34.

    4. Ver Filhas em Meu Reino: A Histria e o Trabalho da Sociedade de Socorro, 2011, p. 55.

    Estude este material em esprito de orao e, conforme julgar conveniente, discuta-o com as irms que voc visita. Use as perguntas para ajudar no fortalecimento das irms e para fazer com que a Sociedade de Socorro seja parte ativa de sua prpria vida. Acesse reliefsociety.LDS.org para mais informaes.

    De Nossa HistriaDepois que os santos dos

    ltimos dias se reuniram no Vale do Lago Salgado, que era um deserto isolado, o Presidente Brigham Young desejava que eles prosperassem e estabelecessem lares permanentes. Para isso os santos precisavam aprender tcnicas que lhes permitissem tornar-se autossuficientes. Nesse empenho, o Presidente Young tinha grande confiana na capaci-dade, nos talentos, na fidelidade e na disposio das mulheres e as incentivou em deveres temporais especficos. Embora os deveres especficos das irms da Socie-dade de Socorro sejam diferentes hoje, os princpios permanecem constantes:

    1. Aprendam a amar o traba-lho e a evitar a ociosidade.

    2. Adquiram um esprito de sacrifcio pessoal.

    3. Aceitem a responsabilidade pessoal pela fora espiri-tual, sade, educao, pelo emprego, pelas finanas, pela alimentao e por outras necessidades para sustento da vida.

    4. Orem pedindo f e coragem para enfrentar os desafios.

    5. Fortaleam outras pessoas que precisarem de auxlio.4

    F, Famlia, Auxlio

    ILUST

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    200

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    O Que Posso Fazer?1. Como estou ajudando as irms sob

    minha responsabilidade a encon-trar solues para suas necessida-des materiais e espirituais?

    2. Estou aumentando minha autossu-ficincia espiritual preparando-me para o sacramento e fazendo sacri-fcios para servir?

    M E N S A G E M D A S P R O F E S S O R A S V I S I T A N T E S

  • 8 A L i a h o n a

    CADERNO DA CONFERNCIA DE ABRIL DE 2013O que eu, o Senhor, disse est dito; (...) seja pela minha prpria voz ou pela voz de meus servos, o mesmo (D&C 1:38).

    Para recordar a conferncia geral de abril de 2013, voc pode usar estas pginas (e os Cadernos da Conferncia que vo ser publicados em edies futuras) para ajud-lo a estudar e a colocar em prtica os mais recentes ensinamentos dos profetas e apstolos vivos e de outros lderes da Igreja.

    Para ler, ver ou ouvir os discursos da conferncia geral, visite o site conference.LDS.org.

    Uma Luz na fricaPresidente DieterF. UchtdorfSegundo Conselheiro na Primeira Presidncia

    H alguns anos, minha mulher, Harriet, e eu tivemos uma experincia pessoal memorvel na qual vimos essa promessa ser cum-prida. Estvamos na frica Ocidental, uma bela parte do mundo em que a Igreja est crescendo e os santos dos ltimos dias so maravilhosos. No entanto, a frica Ocidental tambm enfrenta muitas dificuldades. Fiquei particularmente triste com a pobreza que vi. Nas cidades, h alto ndice de desemprego, e as famlias geralmente tm muita dificuldade em prover suas necessidades dirias e sua segurana. Partiu-me o corao saber que muitos de nossos preciosos membros da Igreja sofrem tantas privaes. Mas tambm fiquei sabendo que aqueles bons membros ajudam uns aos outros para aliviar suas pesadas cargas.

    Por fim, chegamos a uma de nos-sas capelas, prxima de uma grande cidade. Mas em vez de encontrar um povo atormentado e envolvido pelas

    H I S T R I A S D A C O N F E R N C I A

    trevas, descobrimos um povo feliz que irradiava luz! A felicidade que sen-tiam pelo evangelho era contagiante e elevou-nos o esprito. O amor que expressaram por ns fez-nos sentir muito humildes. O sorriso deles era genuno e envolvente.

    Lembro que me perguntei na poca se seria possvel haver um povo mais feliz na face da Terra. Mesmo estando cercados de dificuldades e provaes, aqueles santos queridos estavam cheios de luz!

    A reunio teve incio e comecei a falar. Mas pouco depois, acabou a luz do prdio e ficamos na mais completa escurido.

    Por algum tempo, eu mal podia enxergar as pessoas da congregao, mas via e sentia o sorriso brilhante

    e belo de nossos santos. Oh, como adorei estar com aquelas pessoas maravilhosas!

    A capela continuou na escuri-do, por isso sentei-me ao lado de minha mulher e esperei a luz voltar. Enquanto espervamos, algo extraor-dinrio aconteceu.

    Algumas pessoas comearam a cantar um dos hinos da Restaurao. Ento outras se uniram a elas. E mais outras. Em pouco tempo, um agrad-vel e vibrante coro de vozes enchia a capela.

    Aqueles membros da Igreja no precisavam de hinrios. Sabiam de cor a letra de cada hino que entoavam. E cantaram um hino aps o outro, com uma energia e esprito que me toca-ram a alma.

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  • S e t e m b r o d e 2 0 1 3 9

    Por fim, as luzes piscaram e volta-ram, inundando o salo de luz. Harriet e eu olhamos um para o outro, com o rosto banhado de lgrimas.

    Em meio total escurido, aqueles belos e maravilhosos santos encheram de luz aquele prdio da Igreja e nossa alma.

    Foi um momento profundamente tocante para ns um momento que Harriet e eu jamais esqueceremos.A Esperana da Luz de Deus, A Liahona, maio de 2013, p. 70.

    PERGUNTAS PARA REFLETIR Como voc pode abrir os

    olhos para a esperana da luz de Deus?

    Como seguir os passos de Jesus Cristo pode ajudar voc a caminhar em Sua luz?

    Que mudanas voc precisa fazer para sentir a luz do evangelho mais plenamente?

    Voc pode escrever seus pensamen-tos num dirio ou discuti-los com outras pessoas.

    Outros recursos sobre esse assunto: Prin-cpios do Evangelho, 2009, O Esprito Santo, pp. 3133; Tpicos do Evangelho no site LDS.org, Esperana, Esprito Santo; DieterF. Uchtdorf, O Poder Infi-nito da Esperana A Liahona, novem-bro de 2008, p. 21.

    PALAVRAS DOS PROFE-TAS SOBRE AS FRAQUEZAS HUMANASNesta Igreja, o que conhecemos sem-pre supera o que no conhecemos. E lembrem-se, neste mundo, todos temos que andar pela f.

    Por isso, sejam pacientes com as fraquezas humanas as suas prprias, bem como as daqueles que servem com vocs em uma Igreja que liderada por homens e mulheres voluntrios e mortais. Com exceo de Seu perfeito Filho Unignito, as pes-soas imperfeitas sempre foram tudo o que Deus teve para usar em Sua obra. Isso deve ser terrivelmente frustrante para Ele, mas Ele sabe lidar com isso. E devemos fazer o mesmo. (...) por-tanto sejamos pacientes, bondosos e estejamos prontos a perdoar.lder JeffreyR. Holland do Qurum dos Doze Apstolos, Eu Creio, Senhor, A Liahona, maio de 2013, p. 93.

    RESPOSTAS PARA VOC

    Em cada conferncia, profetas e apstolos do respostas inspiradas para as perguntas que os membros da Igreja possam ter. Use sua edio da conferncia ou visite o site con-ference.LDS.org para encontrar as respostas para estas perguntas:

    Como posso permanecer firme quando sou ridicularizado devido a minhas crenas? Ver RobertD. Hales, Permanecer Firmes em Lugares Sagrados, p. 48.

    O que posso fazer se algum a quem amo estiver fazendo escolhas erradas? Ver HenryB. Eyring, Vinde a Mim, p. 22; e RichardG. Scott, Para Ter Paz no Lar, p. 29.

    Por que o casamento entre um homem e uma mulher to importante? Ver DavidA. Bednar, Cremos em Ser Castos, 41; L.Whitney Clayton, Casamento: Observar e Aprender p. 83; e L.Tom Perry, A Obedincia Lei Liberdade, p. 86.

    Qual o propsito do sacer-dcio? Ver M.Russell Ballard, Esta Minha Obra e Minha Glria, p. 18.

    Por que precisamos de uma Igreja? Ver QuentinL. Cook, Paz de Conscincia: A Recompensa da Retido, p. 32; e D.Todd Christofferson, Redeno, p. 109.

    A SANTIDADE DO CASAMENTOO mandamento de multiplicar-nos e encher a Terra continua em vigor hoje em dia. Assim, o casamento entre um homem e uma mulher o meio autorizado pelo qual os espritos pr-mortais entram na mortalidade. A completa abstinncia sexual antes do casamento e a total fidelidade dentro do matrimnio protegem a santidade desse sagrado processo.lder DavidA. Bednar, do Qurum dos Doze Apstolos, Cremos em Ser Castos, A Liahona, maio de 2013, p. 42.

  • 10 A L i a h o n a

    os poderes do cu no podem ser controlados nem exercidos a no ser de acordo com os princpios da reti-do (D&C 121:36). Assim, h dife-rena entre a autoridade e o poder do sacerdcio. A autoridade do sacerd-cio, que a autorizao para agir em nome de Deus, (...) concedida pela imposio de mos. O poder do sacer-dcio somente advm quando aqueles que o exercem so dignos e agem de acordo com a vontade de Deus.1

    Como o sacerdcio o poder de Deus, Ele que define os padres de dignidade para seu uso e revela

    O Pai Celestial confere parte de Seu poder e Sua autoridade aos homens e rapazes dignos da Igreja. Essa autoridade delegada chama-se sacerdcio. Aqueles que possuem o sacerdcio esto autorizados a agir em nome do Senhor para liderar Sua Igreja, ensinar o evangelho, abenoar os doentes e realizar as ordenanas sagradas necessrias para a salvao.

    O sacerdcio deve ser usado dig-namente porque, como o Senhor revelou a Joseph Smith, os direitos do sacerdcio so inseparavelmente ligados com os poderes do cu e ()

    O SACERDCIO DEVE SER USADO DIGNAMENTE

    N O S S A C R E N A

    esses padres a Seus profetas e apstolos. Os portadores do sacer-dcio tornam-se dignos arrependen-do-se de seus pecados e vivendo em harmonia com o evangelho e os mandamentos de Jesus Cristo. A companhia do Esprito Santo na vida deles pode ajud-los a estar cientes de sua dignidade.

    Nossa conduta em pblico deve ser irrepreensvel. E nossa conduta em particular ainda mais importante. Deve ir alm dos padres

    mnimos estabelecidos pelo Senhor. No podemos deleitar-nos no pecado, muito menos tentar encobri-los. No podemos satisfazer nosso orgulho. No podemos

    Para mais informaes, ver Doutrina e Convnios 121:3446; ThomasS. Monson,

    O Poder do Sacerdcio, A Liahona, maio de 2011, p. 66.

    PROTEGER O SACERDCIO E VIVER DE MODO A SER DIGNO DELE

    participar da vaidade da ambio injusta. No podemos exercer controle, domnio ou coao sobre nossa esposa ou filhos ou sobre quaisquer outras pes-soas com qualquer grau de iniquidade.

    Se fizermos qualquer dessas coisas, os poderes do cu se afastaro. O Esp-rito do Senhor Se ressentir. A prpria virtude do sacerdcio se anular. Sua autoridade se perder.()

    ()[O sacerdcio] serve como guia

    para dirigir nossa vida. Em sua pleni-tude, essa autoridade vai alm do vu da morte e chega s eternidades que esto por vir.

    No h nada que se compare ao sacerdcio em todo o mundo. Protejam-no, valorizem-no, amem-no e vivam de modo a serem dignos dele.

    Presidente GordonB. Hinckley (19102008), Dignidade Pessoal para Exercer o Sacerdcio, A Liahona, julho de 2002, p. 58.

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    NOTA 1. M. Russell Ballard, Esta Minha Obra e

    Minha Glria, A Liahona, maio de 2013, p. 18.

  • S e t e m b r o d e 2 0 1 3 11

    Tratem sua esposa, seus filhos e os outros com gentileza.

    Tomem o sacramento dignamente.

    Sirvam fielmente em seu chamado.

    Os portadores do sacerdcio ganham poder no sacerdcio por meio da f e obedincia:

    Exeram o sacerdcio quando forem chamados.

    Frequentem o templo.

  • 12 A L i a h o n a

    Quando nossos quatro filhos eram pequenos, eu e meu marido achvamos que se dssemos um bom exemplo e os crissemos no evan-gelho com muito amor e constncia, eles certamente no se desviariam do caminho correto.

    Em certo dia de vero, fomos obri-gados a rever esse conceito. Nosso filho mais velho, que tinha uns 14 anos, foi nadar com amigos. Quando cheguei piscina com meus filhos mais novos, tive a impresso de que ele estava com um cigarro nas mos. Preocupada, falei com ele a respeito depois. Ele simplesmente disse que eu me enganara. Infelizmente foi apenas o incio de uma sucesso de mentiras.

    Com o passar do tempo, ele se distanciou cada vez mais de ns. A comunicao era difcil, e ele se irri-tava com frequncia, sem nem mesmo ser provocado. Bebidas alcolicas, drogas, palavres e mentiras em srie somaram-se ao cigarro. E o compor-tamento dele em relao famlia tornou-se inadmissvel.

    Inicialmente tentamos restringir as atividades dele a fim de proteg-lo, mas isso s causou mais resistncia. A disciplina no surtiu efeito algum. Quando eu o repreendia e o desafiava a mudar, nossas conversas tendiam a tornar-se discusses entremeadas de gritos, o que acabou por nos distanciar ainda mais.

    O SENHOR NUNCA GRITOU COMIGONome no divulgado

    Os temores que eu e meu marido tnhamos em relao a nosso filho mais velho estavam nos afetando profundamente. Tentamos buscar orientao por meio da orao, mas eu me sentia impotente ao ver meu filho mais velho escolher um caminho to perigoso. Ao orarmos, sentimo-nos guiados a conceder mais espao a nosso filho em vez de control-lo com regras mais rgidas. Isso parecia extremamente contraproducente e

    N O S S O L A R , N O S S A F A M L I A

    Ao ver nosso filho mais velho cair nas armadilhas de Satans, eu me sentia impotente e muitas vezes deixava transpa-recer meus temores ficando com raiva. Eu precisava mudar a mim mesma em vez de tentar mudar meu filho.

    contraintuitivo, mas todas as nossas tentativas anteriores para mudar seu comportamento tinham falhado. Assim, optamos por puni-lo ou restringi-lo somente quando suas aes afetassem diretamente nossa vida familiar.

    Apesar de nosso empenho para seguir o conselho do Senhor, consta-tamos que a situao s piorou. Fiz de tudo para superar minhas dvidas e meu desnimo. Eu e meu marido

  • S e t e m b r o d e 2 0 1 3 13

    Ao pr em prtica os conselhos do Senhor, nossa famlia comeou a ter uma vida muito mais feliz. Meu marido e eu aprendemos a moldar nossa prpria vida e a vida da famlia em vez de tentar moldar a de nosso filho.

    Agora sei o que significa confiar meus filhos ao Senhor. Ele os conhece melhor do que eu. Aprendi a no me sentir responsvel por todas as deci-ses de meus filhos. Meu marido e eu descobrimos que a melhor ajuda que poderamos oferecer a nosso filho era recorrer ao Senhor e confiar em Sua vontade e Seus conselhos.

    tentamos ser constantes com a noite familiar e a orao familiar, mas eu ficava cheia de culpa ao pensar em todas as ocasies em que tnhamos fracassado e nos comportado equivo-cadamente com nosso filho. Eu cho-rava muito, dormia pouco e s vezes ficava to exausta fisicamente que mal conseguia realizar as atividades dirias.

    A vida familiar tal qual a conhec-ramos no passado praticamente no existia mais. As noites familiares no raro terminavam em caos e discus-ses. Eu perdia a pacincia principal-mente com as pessoas a quem mais amava e isso ficava patente com meus gritos.

    Eu e meu marido reconhecemos que no podamos permitir que nossa famlia desmoronasse por causa daquela situao. Decidimos conti-nuar a seguir os conselhos do Senhor e dos profetas, assim nos esforamos para realizar noites familiares espon-tneas e informais com os filhos que quisessem participar. Mas ainda assim eu no conseguia aceitar que nosso filho mais velho estivesse enredado nas armadilhas de Satans. Por meio da orao, do jejum e da esperana era tudo o que nos restava , depu-semos nosso fardo aos ps do Senhor e confiamos Nele.

    Os problemas pioraram. Num momento particularmente difcil, pedi uma bno do sacerdcio a meu marido. Eu esperava ouvir palavras de consolo e incentivo. No entanto, o Senhor conhecia minhas verdadeiras necessidades. Fui repreendida por causa de minhas discusses acalora-das com meu filho. O Senhor me aju-dou a perceber que Ele jamais gritara comigo mas eu gritava com meus filhos constantemente.

    Nessa bno, tambm fui acon-selhada a conversar com meu filho

    sobre minhas preocupaes em vez de chamar-lhe a ateno. Dei-me conta de que minha ira e minhas crticas na verdade tinham sido uma manifestao de meus receios em relao a ele. Eu o atacava constante-mente, e ele se defendia como podia. Pensei em maneiras de mudar meu comportamento.

    Nessa poca, eu estava servindo como professora do Instituto. No era difcil lidar com os jovens da Igreja com tranquilidade e considerao, pois eu no tinha de me debater com as emoes de me.

    Tentei olhar meu filho no com os olhos de uma me preocupada, mas como algum de fora. Essa estratgia, aliada a muito jejum e orao, me ajudou a controlar minhas emoes e ver meu filho que na ocasio j tinha quase 18 anos com novos olhos. Consegui novamente enxergar suas qualidades. Consegui exter-nar-lhe meus sentimentos e minhas preocupaes de modo sincero e sem ansiedade.

    Foi um divisor de guas em nosso relacionamento. Meu filho e eu con-versamos sobre vrios assuntos e con-segui fazer com que ele sentisse por si mesmo as consequncias de sua conduta. Meu marido e eu simples-mente o aconselhamos e orientamos sobre maneiras de resolver sozinho seus problemas.

    Pouco a pouco, ele comeou a aceitar nosso amor e apoio. Nossa interao com ele, aps cinco anos difceis, hoje se caracteriza princi-palmente pelo respeito. Em vrios aspectos, a vida dele ainda est deses-truturada, mas ele est empenhado em coloc-la em ordem. Aos poucos, ele est reconhecendo o que real-mente importa na vida e o que traz alegria duradoura.ILUS

    TRA

    ES

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    RECONHEA O QUE H DE BOM NOS OUTROSDirijo algumas palavras aos que amam um membro

    da famlia que no est fazendo boas escolhas. Isso pode ser um desafio a nossa pacincia e per-severana. Precisamos confiar no Senhor e no tempo Dele de que pode haver uma resposta positiva a nossas oraes e a nosso empenho de resgate. Faamos tudo o que pudermos para servir, abenoar e reconhecer submissamente a von-tade de Deus em todas as coisas. (...) Com f, podemos saber que aquele ente querido errante no est abandonado, mas est sob os cuidados de um amoroso Salvador.

    Reconhea o que h de bom nos outros, no as manchas. s vezes, as manchas precisam da devida ateno para ser limpas, mas sempre edifique sobre as virtudes da pessoa.lder Richard G. Scott, do Qurum dos Doze Apstolos, Para Ter Paz no Lar, A Liahona, maio de 2013, p. 29.

  • 14 A L i a h o n a

    O Jesus que conheo e no qual creio Jesus o Cristo, o Filho de Deus. Esse testemunho me foi revelado pela bno e influncia do Esprito Santo. Sei que Ele () o Criador do mundo e de tudo que nele h, que nosso Salvador, que ama a cada um de ns e que morreu na cruz por ns, que nos ensina a compaixo e o perdo, o amigo de todos, Aquele que cura os enfermos e concede a paz a todos os que Lhe derem ouvidos e Nele crerem.

    O homem moderno no deve dei-xar-se desencaminhar das verdades do passado e do presente verdades e experincias espirituais que ocorreram quando os profetas caminharam e conversaram com Jesus. O que Jesus significava para os apstolos da antigui-dade? O que Ele significava para Pedro?

    era Deus. () Todas as coisas foram feitas por ele. () Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas no a compreenderam ( Joo 1:1, 35).()

    Talvez transcenda nossa compreen-so perceber o que Jesus significou para Nfi quando o Cristo ressusci-tado apareceu no continente ocidental e disse: Eis que eu sou Jesus Cristo, cuja vinda ao mundo foi testificada pelos profetas.()

    Em seguida, Nfi escreveu: A mul-tido se adiantou e meteu as mos no seu lado e apalpou as marcas dos cra-vos em suas mos e seus ps (3Nfi 11:10, 15). () Eles tinham estado na presena Dele e podiam testificar.

    O que Jesus significava para o jovem Joseph Smith? A visita de Deus, o Pai, e Jesus Cristo ao menino profeta nos tempos modernos foi descrita em suas prprias palavras: Vi um pilar de luz acima de minha cabea, mais brilhante que o sol, que descia gradualmente sobre mim. () Quando a luz pousou sobre mim, vi dois Personagens cujo esplendor e glria desafiam qualquer descri-o, pairando no ar, acima de mim. Um deles falou-me, chamando-me pelo nome, e disse, apontando para o outro: Este Meu Filho Amado. Ouve-O! ( Joseph SmithHistria 1:1617).()

    O conhecimento espiritual e as experincias espirituais no devem

    O QUE JESUS SIGNIFICA PARA NS HOJE?

    lder DavidB. Haight (19062004)Do Qurum dos Doze Apstolos

    C L S S I C O S D O E V A N G E L H O

    Marcos, ao escrever sobre os acon-tecimentos da manh da Ressurreio, afirma que Maria Madalena e Maria, me de Tiago, foram instadas pelos [dois anjos] que encontraram ao entrarem no sepulcro: Mas ide, dizei a seus discpulos, e a Pedro (Marcos 16:7). Foram orientadas especifica-mente a informar Pedro. Pedro e Joo correram para o sepulcro. Pedro entrou, viu os lenis de linho cuida-dosamente dobrados e o leno que tinha sido colocado sobre Sua cabea. Pedro passou a ser uma testemunha pessoal daquele evento grandioso.

    No dia de Pentecostes, Pedro () pregou o glorioso evangelho e deu testemunho de Jesus de Nazar. As pessoas compungiram-se no cora-o e perguntaram: Que faremos, homens irmos? (Atos 2:37). E Pedro, com uma convico recm-desenvolvida, mas profunda, repli-cou: Arrependei-vos, e cada um de vs seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdo dos pecados; e recebereis o dom do Esprito Santo (Atos 2:38). Trs mil pessoas creram e foram batizadas. Sentiram o esp-rito e poder do apstolo snior de nosso Senhor. Poderia haver dvida sobre o que Jesus significava para Pedro?

    Sempre me fortaleo com o fervor e a magnitude da convico de Joo. Nunca houve dvida alguma. Ele testificou: No princpio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo

    O lder DavidB. Haight foi ordenado apstolo em 8 de janeiro de 1976 e serviu nesse qurum at sua morte em 2004. Como Assistente do Conselho dos Doze, fez este discurso na confe-rncia geral em 6 de abril de 1974. Para o texto integral em ingls, con-sulte a revista Ensign de maio de 1974 em LDS.org.

  • S e t e m b r o d e 2 0 1 3 15

    recebem o perdo de seus pecados passados e a oportunidade de alcan-ar a exaltao. Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ningum vem ao Pai, seno por mim ( Joo 14:6). Seria a mente humana capaz de desen-volver um conceito mais nobre para o destino humano? Jesus Cristo a figura central.

    Para a pergunta O que Jesus signi-fica para o homem moderno?, testi-fico que Ele significa tudo.

    A pontuao, o uso das maisculas e as citaes foram padronizados.

    e no precisam desaparecer da mente do homem moderno, pois os testemunhos dos profetas antigos e modernos foram registrados para benefcio do prprio homem, e as pessoas que hoje creem do teste-munho dessas verdades. O homem moderno deve substituir as incertezas e as dvidas por um desejo de saber mais sobre Jesus.

    Temos a responsabilidade e a gloriosa oportunidade de prestar testemunho constante de Jesus, o Cristo. Devemos testificar ao mundo

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    a respeito de Sua Divindade, da realidade de Seu nascimento na carne com ascendncia tanto divina quanto mortal. Ele foi escolhido para cumprir a misso essencial da Restaurao e Redeno. E Ele fez isso foi cruci-ficado e ressuscitou dentre os mortos, possibilitando a todos os seres huma-nos ressuscitarem por meio dessa maravilhosa Expiao de Jesus, tanto santos quanto pecadores.

    Todos podem ingressar no cami-nho do progresso eterno. Todos os que O aceitam e se arrependem

    O homem moderno no deve deixar-se desencaminhar das verdades do passado e do presente verdades e experincias espirituais que ocorreram quando os profetas caminharam e conversaram com Jesus.

  • 16 A L i a h o n a

    NOTCIAS DA IGREJAAcesse news.lds.org para mais notcias e acontecimentos da Igreja.

    Novos Tpicos para as Professoras Visitantes a Partir de Outubro

    A partir de outubro de 2013, as Mensagens das Professoras Visitantes iro se concentrar na mis-so divina de Jesus Cristo e em Seus vrios papis e atributos.

    Como lemos em Filhas em Meu Reino: A Histria e o Trabalho da Sociedade de Socorro, Quando estava na Terra, Jesus Cristo nos mostrou como devemos viver.1 Ao estudar e se con-centrar nos papis e nos atributos do Salvador, as irms da Igreja aprendero a ser como Ele2 e podero conversar com as irms s quais servem sobre como os ensinamentos e o exemplo do Salvador podem influenciar a vida delas.

    O Senhor nos mostrou como minis-trar como zelar e fortalecer uns aos outros. Ele ministrava individualmente s pessoas, uma a uma.3 Servir como professora visitante a oportunidade

    que temos de seguir Seu exemplo.O Presidente Henry B. Eyring,

    primeiro conselheiro na Primeira Presidncia, testificou que o pro-grama de professoras visitantes faz parte do plano do Senhor para prover ajuda s pessoas do mundo inteiro. () Ele estabeleceu um padro.4 Como professoras visitan-tes, tambm recordamos o conselho do Presidente Thomas S. Monson: Somos as mos do Senhor aqui na Terra, com o encargo de servir e edi-ficar Seus filhos. Ele precisa de cada um de ns.5 NOTAS 1. Filhas em Meu Reino: A Histria e o

    Trabalho da Sociedade de Socorro (2011), p. 115.

    2. Ver Morni 7:48. 3. Ver Filhas em Meu Reino, p. 115; Manual 2:

    Administrao da Igreja, 9.5. 4. Filhas em Meu Reino, p. 113. 5. Filhas em Meu Reino, p. 113.

    Um Bilho de Registros Atualmente no FamilySearch

    R.Scott LloydChurch News

    Voluntrios em todo o mundo fazem coletivamente a indexa-o (digitalizao) da vasta coleo de registros genealgicos da Igreja e atingem um grande marco no dia 19 de abril de 2013. Nesse dia, eles alcanaram um bilho de registros disponveis para pesquisa inseridos no site da Igreja, o FamilySearch, em menos de sete anos.

    Os voluntrios vm extraindo e indexando registros de maneira orga-nizada desde 1978, no entanto, em setembro de 2006, o Departamento de Histria da Famlia deu incio a uma grande inovao, convidando todas as pessoas de todos os lugares para entrar no site e se cadastrar a fim de participar do projeto de indexao.

    Os documentos so extrados primeiramente de uma coleo de 2,4 milhes de rolos de microfilme que contm imagens fotogrficas de documentos histricos de 110 pases e principados, como explica o wiki de pesquisa do site FamilySearch. Os documentos incluem registros de censos, certides de nascimento e de bito, certides de casamento, registros militares e de propriedade e outros registros vitais mantidos pelo governo local, estadual e nacional.

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  • S e t e m b r o d e 2 0 1 3 17

    P A R A O S N O S S O S D I A S

    O lder Perry Aconselha os Formandos da Universidade a Manter a Vida Equilibrada

    O lder L. Tom Perry, do Qurum dos Doze Apstolos, falou em uma cerimnia de formatura na Univer-sidade Brigham Young, em Provo, Utah, EUA, em abril de 2013. Ele falou da necessidade de encontrar-mos equilbrio na vida e enfatizou a necessidade de reservarmos tempo para a famlia, tempo para o trabalho, tempo para o estudo, tempo para o servio, tempo para si mesmo e especialmente tempo para o evangelho de Jesus Cristo.

    Ele aconselhou os formandos a viverem previdentemente. Uma das lies mais importantes que vocs vo aprender ser sobre a segurana e a paz que vem do viver dentro de suas posses, disse ele.

    Ressaltou tambm a importncia de estabelecermos um lar centrali-zado em Cristo. A orao diria e o estudo dirio das escrituras devem ser parte do lar de cada santo dos ltimos dias, acrescentou. Tornem o evangelho de Jesus Cristo parte ativa de sua vida.

    O lder Nelson Visita a rea sia Norte

    De 23 de fevereiro a 3 de maro de 2013, o lder Russell M. Nelson, do Qurum dos Doze Apstolos, visitou a rea sia Norte. O lder Nelson disse que no importa aonde ele v no mundo, sua mensagem a mesma. Estamos aqui para ensinar e testificar do Senhor Jesus Cristo e de Seu evangelho restau-rado, falou aos membros daquela rea. Assim, nossa mensagem de paz e alegria, de fortalecimento das famlias, da unio de marido e mulher, dos filhos aos pais e das pessoas a seus antepassados () para que todos possam desfrutar da vida eterna na presena de Deus quando sua jornada na Terra tiver chegado ao fim.

    Alm da reunio com os lderes do sacerdcio, com os membros em toda a rea e com um distrito espe-cial para militares em Okinawa, o lder Nelson tambm se reuniu com oficiais do governo no Japo.

    A Conferncia Se Aproxima

    A conferncia geral se aproxima mais uma vez, a ocasio em que os lderes da Igreja comparti-lham com os membros a palavra do Senhor. Como o Senhor declarou: Seja pela minha prpria voz ou pela voz de meus servos, o mesmo (D&C 1:38). Veja uma experincia da conferncia geral de abril de 2013:

    Conferncia no Mar da GalileiaCerca de 60 alunos do Centro Jerusalm da

    Universidade Brigham Young para Estudos do Oriente Prximo reuniram-se s margens do Mar da Galileia em abril passado para assistir reunio da manh de sbado da conferncia geral. Uma transmisso da reu-nio ao vivo pela Internet foi projetada ao lado de um galpo que ficava a uma pequena distncia da gua. Os alunos estavam na Galileia como parte de uma viagem de dez dias pela regio. Eles reconheceram e apreciaram o significado do evento.

    Jennie Smithson, aluna do centro, disse que foi maravilhoso ser instruda pelo profeta e pelos aps-tolos dos ltimos dias enquanto imaginava os antigos apstolos sendo instrudos nestas mesmas margens pelo prprio Cristo.

    Vista do Centro Jerusalm BYU.

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  • 18 A L i a h o n a

    Minhas Oraes Durante um perodo de grandes dificuldades financeiras, parecia no haver fim para as necessidades pelas quais precisvamos orar. Ser que eu conseguiria concentrar minhas oraes unicamente na gratido?

    Gratidode

  • S e t e m b r o d e 2 0 1 3 19

    Christie Skrinak

    H vrios anos, meu marido e eu compramos uma casa que adorvamos e passamos muito tempo nas reformas. Dezoito meses depois, a economia entrou em profunda crise. Tivemos de gastar nossas suadas economias numa pesada hipoteca e tivemos uma srie de despesas imprevistas.

    Vivemos meses de enormes provaes e dificuldades financeiras. Certo ms foi particularmente difcil, com con-sertos na casa e no carro, despesas mdicas e reduo no salrio. Nossas economias se esvaram rapidamente.

    Lembro-me de ter orado e pedido repetidas vezes as coisas de que necessitvamos. Consumida pelo estresse, estava difcil cuidar adequadamente de nossos filhos e das necessidades da famlia, pois eu estava caindo em depres-so e desespero. Ainda assim, continuei a orar em busca de consolo, ciente de que aquela era a ncora que me impedi-ria de mergulhar ainda mais na escurido.

    Depois de passar meses orando para pedir ajuda, comecei a pensar em maneiras de orar com mais fervor. O Esprito trouxe-me mente o conselho dos lderes do sacerdcio e das escrituras que ensinam a importncia de expressar gratido ao Pai Celestial. Esses sussurros me ajudaram a perceber que eu precisava externar gratido mais profunda por minhas bnos e fazer menos pedi-dos ligados a minhas necessidades e as de minha famlia. Decidi que, durante uma semana, procuraria cessar minhas splicas dirias e expressar apenas gratido em minhas oraes.

    Foi difcil. Eu sentia que minha famlia tinha inmeras necessidades. Eu tinha a sensao de estar negligenciando minha famlia ao no pedir as bnos de que tanto preci-svamos. Como que o Senhor me abenoaria se eu no pedisse?

    Apesar da apreenso, resolvi fazer a experincia. Logo percebi que minhas oraes deixaram de ser splicas montonas. Readquiri a capacidade de reconhecer as necessidades alheias, enxergar alm de meus problemas e identificar as bnos que ainda desfrutava. Minha gratido estava me aproximando do Salvador e consolando-me de maneiras que teriam sido impossveis de outra forma.

    Uma escritura no me saa da mente: Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanh lanada no forno, no vos vestir muito mais a vs,

    homens de pouca f? (Mateus 6:30). medida que conti-nuei a orar, essa passagem me ajudou a desenvolver humil-dade. Por meio da gratido, eu estava aprendendo mais sobre a verdadeira humildade.

    No decorrer da semana, minhas oraes passaram de Agradeo-Te pela comida, pelas roupas e pelo teto para Agradeo-Te pela famlia que vens preservando e aben-oando, pela proteo que nos concedes continuamente. Agradeo-Te pelas provises com que continuars a agra-ciar-nos. Tambm me lembro de orar: Agradeo-Te por nossa dependncia de Ti, por Tua ateno para conosco e pelo caminho, seja ele qual for, que ests preparando para livrar-nos desta escravido. Em algum momento daquele processo, minhas oraes tornaram-se oraes no s de gratido, no s de humildade, mas tambm de f. Sem pedir bnos, eu estava expressando a f no fato de que o Senhor cuidaria de ns, e minha f estava crescendo exponencialmente.

    Durante aquelas oraes, meus pensamentos no raro se voltavam para os sacrifcios dos primeiros santos, e eu me perguntava o que eu estava disposta a sacrificar. Mais alguns dias se passaram, e pusemos nossa casa amada venda. O mercado imobilirio estava em profunda crise, mas, para nossa surpresa, fomos abenoados com a venda de nossa casa. Embora tenha sido uma perda significativa como prevramos , nossa famlia passou a estar em condies de recomear a vida sobre bases materiais mais slidas.

    Ainda assim, a venda da casa em tempos to difceis no o milagre que considero mais relevante em tudo o que aconteceu. O milagre foi a f que desenvolvi e a compreenso que adquiri. O Presidente JamesE. Faust (19202007), Segundo Conselheiro na Primeira Presidn-cia, afirmou que a gratido um princpio de salvao.1 Acho que, em parte, vivenciei isso quando voltei o cora-o e minhas oraes para o Pai Celestial e recebi con-solo, paz e orientao. Meu recm-adquirido testemunho da gratido o de que ela inspira a humildade, a humil-dade estimula a f, e a f traz milagres. A autora mora em Nevada, EUA.

    NOTA 1. Ver JamesE. Faust, A Gratido Um Princpio Salvador, A Liahona,

    julho de 1990, p. 94.FOTO

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    lder JeffreyR. HollandDo Qurum dos Doze Apstolos

    Sei que estaremos com o Salvador de novo, que, se formos fiis a Ele, ficaremos livres sem correntes nem grilhes e que reconheceremos nas marcas de Sua carne parte de Seu cativeiro, Sua priso e Seu sacrifcio mortal por ns.

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    A quela era uma cerimnia de forma-tura atpica, diferente de qualquer outra de que eu j participara. Havia 44 formandos, todos do sexo masculino. No estavam usando as becas acadmicas tradi-cionais nem as faixas e os cape-los. Cada homem usava camisa de brim azul-clara e cala jeans azul-escura.

    A cerimnia no foi realizada numa casa de campo, num est-dio nem mesmo num belo audi-trio. Aconteceu numa modesta capela interdenominacional na Priso Estadual de Utah. A turma de formandos conclura com sucesso um ano de estudo da Bblia um curso patrocinado pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos ltimos Dias, mas aberto a todos os interessados.

    A orao de abertura foi proferida por um rapaz que mais parecia um menino. Ele estava morrendo de medo, mas orou de corao. Ele j estava preso havia dez anos por assalto a mo armada e sua pena era de priso perptua. A orao de encerramento

    Misericrdia de Deusfoi feita por um homem de 45 a 50 anos de idade e que poderia muito bem ser o tio de algum. Ele cumpria pena de priso perptua por assassinato.

    Um rapaz que j fora solto voltara para receber seu certificado e incen-tivar os colegas. Ele disse: Pes-soal, a perspectiva na priso pssima. Fica muito melhor no lado de fora. Tentem lembrar-se disso. Em seguida, virou-se para as visitas, os amigos e familia-res que tinham comparecido, e disse: Vocs so uma luz num local escuro. Se no fosse por um amor como o seu, no con-

    seguiramos sair de onde estamos agora para onde precisamos estar.

    Ao fim da solenidade, o preso que servia de mestre de cerimnias disse, com a voz embargada e os olhos rasos dgua: Este o ponto alto de nosso ano. melhor que o Natal. melhor do que o feriado de Ao de Graas. melhor at que o Dia das Mes. melhor porque estamos iluminados, e assim estamos o mais perto possvel da liberdade.

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    Ento, ironicamente, foi reconfortante per-ceber que meu primeiro pensamento que Deus justo no era to doloroso quanto parecia. Por mais assustador que seja lembrar que todos j pecamos, por mais amedron-tador que seja pensar num Deus justo, para mim seria infinitamente mais apavorante lidar com um Deus injusto.

    Um princpio bsico da doutrina da Igreja o de que precisamos saber que Deus justo a fim de seguirmos em frente. Um dos atributos de Deus a justia, e no teramos a f necessria devido ao medo para viver em retido, amar melhor ou arrepender-nos mais prontamente se por algum motivo achssemos que no contaramos com a justia, se de alguma forma achssemos que Deus fosse mudar de ideia e resolver aplicar outro conjunto de regras.1 Por sabermos que Deus justo e que deixaria de ser Deus se no o fosse, temos f para seguir em frente, sabendo que no seremos vtimas de capri-chos, veleidades, mudanas de humor ou piadas de mau gosto. Essa garantia muito alentadora.

    A Misericrdia de DeusFoi ento que me veio outro pensamento.

    Senti enorme gratido por saber que, por ser quem , Deus tambm tem de ser misericor-dioso. Em Alma 42, depois de concluir com Corinton que Deus tinha de ser justo, Alma declarou que esse mesmo Deus teria de ser tambm misericordioso e que a misericrdia resgataria os penitentes. Esse pensamento me veio de modo diferente naquele momento porque eu acabara de estar na penitenciria. Este pensamento me deu incentivo: a mise-ricrdia pode reclamar o penitente. Conclu que, se aqueles homens precisaram ir para a cadeia para tirar proveito do dom da mise-ricrdia e se l encontraram o evangelho de Jesus Cristo ou as escrituras ou a Expiao

    Logo depois, os portes se fecharam atrs de mim e minha esposa. Voltamos para casa naquela noite e confesso que o sono demo-rou a chegar. Aquela experincia pessoal deixara marcas profundas. Naquela madru-gada, tive sentimentos, pensamentos e ideias ligadas priso e liberdade (e sua relao com a iluminao e o amor) que eu nunca tivera antes.

    A Justia de DeusUma impresso que tive naquela noite

    a de que Deus justo. Alma disse: Acaso supes que a misericrdia possa roubar a justia? Afirmo-te que no; de modo algum. Se assim fosse, Deus deixaria de ser Deus (Alma 42:25). O Apstolo Paulo disse aos glatas: No erreis: Deus no se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso tambm ceifar (Glatas 6:7).

    Um dos pensamentos que tive em seguida foi o de que Paulo realmente quis dizer que colhemos o que planta-mos. Veio-me mente mais uma vez que, se semearmos cardos, no devemos ter a mnima pretenso de colher morangos. Se semearmos dio, no devemos ter a menor esperana de receber amor em abundncia. Recebemos de volta o mesmo tipo de coisa que plantamos.

    Em seguida, outro pensamento me veio ao recordar aqueles homens vestidos de azul: uma coisa colher o que plantamos, mas colhemos tambm, de alguma forma, sempre em maior quantidade. Semeamos um pouco de cardos e colhemos cardos em grande quantidade anos e anos de cardos, com arbustos e galhos grandes. Nunca vamos nos livrar deles a menos que os cortemos. Se semearmos um pouco de dio, em pouco tempo colheremos muito dio um dio ardente, inflamado, agressivo e, por fim, beli-coso e perverso.

    Dirijamo-nos ento ao local da penitn-cia junto ao bispo ou ao Senhor ou s pessoas a quem ofen-demos ou que nos ofenderam.

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    , ento a deteno deles valeu a pena.Dirijamo-nos ento ao local da penitn-

    cia junto ao bispo ou ao Senhor ou s pessoas a quem ofendemos ou que nos ofenderam. Temos nossos prprios pequenos presdios, creio eu, a nossa volta. Se precisar-mos ir at l para nos tornarmos verdadeira-mente penitentes e podermos reivindicar o dom de misericrdia, ento temos de faz-lo.

    Sei que no fcil voltar atrs, desfazer os erros e recomear, mas creio de todo o corao que mais fcil e certamente mais gratificante comear de novo do que con-tinuar e tentar acreditar que a justia no cobrar seu preo.

    Um estudioso britnico de que gosto muito disse: A meu ver, nem todos os que escolhem caminhos errados perecem, mas, para serem resgatados, precisam ser coloca-dos de volta no caminho certo. Uma soma [matemtica] [errada] pode ser corrigida: mas s se voltarmos at encontrar o erro e [depois] retrabalharmos da em diante,

    Se semearmos cardos, no devemos ter a mnima pretenso de colher moran-gos. Se semearmos dio, no devemos ter a menor esperana de receber amor em abundncia. Recebemos de volta o mesmo tipo de coisa que plantamos.

    nunca simplesmente indo em frente. O mal pode ser desfeito, mas no pode tornar-se algo bom. O tempo no o cura. O encanto precisa ser quebrado.2

    Portanto, Deus justo, a misericrdia reclama o penitente (Alma 42:23), e o mal pode ser desfeito.

    A Necessidade do ArrependimentoO pensamento final e culminante que

    me ocorreu ajudou-me a entender algo que eu talvez nunca tivesse compreendido literalmente. Foi por isso que, em cada gerao, a cada dispensao, o Senhor disse o que disse bem cedo nas doutrinas desta dispensao: No pregues coisa alguma a esta gerao, a no ser arrependimento; guarda meus mandamentos (D&C 6:9). Esse pensamento e esse versculo se torna-ram muito positivos, teis e tocantes para mim. Eu soube, como jamais compreendera antes, que no h outro caminho alm do arrependimento.

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    (ver D&C 130:18), que teremos mais van-tagens no mundo vindouro se adquirirmos mais conhecimento (ver D&C 130:19), que seremos salvos em funo do que tivermos aprendido,3 que a luz e a verdade rejeitam o maligno (ver D&C 93:37), que a glria de Deus inteligncia (ver D&C 93:36) e assim por diante. Em certo momento do incio desta dispensao, toda a Igreja, coletiva-mente, ficou sob condenao. O Senhor disse na seo 84 de Doutrina e Convnios:

    E agora vos dou o mandamento de que vos acauteleis, de que deis ouvidos diligente-mente s palavras de vida eterna.

    Porque vivereis de toda palavra que sai da boca de Deus.

    Porque a palavra do Senhor verdade; e tudo que verdade luz; e tudo que luz Esprito, sim, o Esprito de Jesus Cristo (ver-sculos 4345; grifo do autor).

    O incio de nossa chegada final presena do Senhor Jesus Cristo, que para onde a seo 84 nos leva, a palavra.

    Se vs estiverdes em mim, e as minhas

    Sei que no fcil voltar atrs, desfazer os erros e recomear, mas creio de todo o corao que mais fcil e certamente mais gratificante comear de novo do que continuar e tentar acreditar que a justia no cobrar seu preo.

    Se voc for como os outros mortais, voc tem coisas das quais precisa se libertar, algumas correntes e alguns grilhes dos quais precisa se desven-cilhar, assim como alguns pecados dos quais precisa se arrepender. Permitam-me citar um nico exemplo: a escravido da ignorncia.

    A meu ver, o primeiro e maior cativeiro de nossa vida simplesmente no saber o suficiente. Bem no incio de nossa vida j aprendemos certos clichs. Dois deles so Os ignorantes so mais felizes e O que os olhos no veem o corao no sente. Permitam-me afirmar categoricamente que nada mais prejudicial do que a ignorncia. Creio que seremos considerados culpados do cativeiro resultante e que cumpriremos algum tipo de pena nesta vida ou na prxima por aquilo que deixarmos de aprender.

    Nos princpios de nossa f, aprendemos que no podemos ser salvos em ignorncia (ver D&C 131:6), que o que aprendermos nesta vida ressurgir conosco na ressurreio

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    palavras estiverem em vs, declarou o Senhor em Seu ministrio, pedireis tudo o que quiserdes, e vos ser feito ( Joo 15:7; grifo do autor).

    A Importncia da LiberdadeSe tivssemos de escolher um tema para

    nossa existncia a existncia que conhe-cemos agora, no nosso passado na pr-mortalidade nem o que est frente , esse tema certamente teria algo a ver com a busca da verdadeira liberdade. Sabemos que, em grande parte, o Conselho no Cu dedicou-se a ensinar-nos a progredir em direo liber-dade plena. O caminho do Pai foi o do arb-trio e da escolha a liberdade de errar, mas, em ltima anlise, a liberdade de ter sucesso. O mximo de salvaguardas possvel e todos os poderes do universo foram mobilizados para garantir nossa liberdade de exercer o arbtrio e regressar a nosso lar celestial. Essas salvaguardas incluem a plenitude das verda-des do evangelho e a Expiao do Salvador Jesus Cristo.

    Estamos efetivamente no cativeiro e na priso quando no somos livres. Quase senti vontade de ter sido preso em algum momento de minha vida para tornar essa afirmao ainda mais contundente. Quisera eu falar como Pedro ou Paulo e ver os anjos surpreen-der os guardas e abrir os portes da priso (ver Atos 12:511; ver tambm 16:2526); ou como Alma e Amuleque e ver as paredes da priso rurem (ver Alma 14:2329); ou como Joseph Smith, que escreveu os trechos talvez mais sublimes das escrituras de nossa dispen-sao quando estava preso numa cela imunda, escura e triste (ver D&C 121123). Agradea-mos a Deus por vivermos na poca em que vivemos, quando o Presidente e profeta de nossa Igreja no precisa viver sob ameaa de priso e quando no somos pelo menos poltica e fisicamente reduzidos ao cativeiro

    ou escravido. Mas h outros tipos de gri-lhes e outros tipos de prises em nossa vida que precisamos destruir. Precisamos fazer tudo o que viemos fazer.

    Creio de todo o corao que, se conse-guirmos nos arrepender de nossos pecados, se conseguirmos ser caridosos com os peca-dos alheios, se conseguirmos nos animar em relao a nossas circunstncias e nos propu-sermos a fazer algo a esse respeito, o Pai de todos ns, que vive, estender a mo e, con-forme dizem as escrituras, [nos sustentar] como sobre asas de guias (D&C 124:18).

    J fui sustentado sobre asas de guia. Sei de todo o corao que Deus vive e que Jesus o Cristo. Sei que Jesus dirige esta Igreja, que a Sua Igreja, que Ele a pedra angular sobre a qual foi lanado o alicerce dos apstolos e profetas vivos. Sei que estaremos com o Salvador de novo, que se formos fiis a Ele ficaremos livres sem correntes nem grilhes e que reconhece-remos nas marcas de Sua carne parte de Seu cativeiro, Sua priso e Seu sacrifcio mortal por ns. Sei que precisamos nos arrepender de nossos pecados e que Deus tem de ser justo, mas muito me deleito nas escrituras e nas palavras dos profetas vivos que ensinam que, onde sobeja o pecado, a graa pode ser muito mais abundante, e que a miseri-crdia reclama o penitente. Extrado do discurso Borne Upon Eagles Wings [Sustenta-dos sobre Asas de guia], proferido num sero na Universi-dade Brigham Young, em 2 de junhode 1974. Para o texto integral em ingls, entre no site speeches.byu.edu.

    Para saber mais sobre esse assunto, ver D. Todd Christofferson, Redeno, A Liahona, maio de 2013, p. 109; e Craig A. Cardon, O Salvador Quer Perdoar, A Liahona, maio de 2013, p. 15.

    Joseph Smith escre-veu os trechos talvez mais sublimes das escrituras de nossa dispensao quando estava preso numa cela imunda, escura e triste.

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    NOTAS 1. Ver Lectures on Faith, 1985, pp. 5054. 2. C.S. Lewis, The Great Divorce, 1946, p. viii. 3. Ver Ensinamentos dos Presidentes da Igreja:

    Joseph Smith, 2007, p. 278.

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    RandyL. Daybell

    Quando perderam 116 pginas da traduo do Livro de Mrmon, o Profeta Joseph Smith e Martin Harris foram severamente repreendidos pelo Senhor (ver D&C 3:68, 1213). Joseph perdeu o privilgio de traduzir por um tempo e ficou muito pesaroso devido a sua desobedincia.1 Depois de humilhar-se e pedir per-do ao Senhor, Joseph recebeu do Salvador a seguinte garantia: Lembra-te () de que Deus misericordioso () e s ainda escolhido; e s chamado obra outra vez (D&C 3:10).

    O Presidente DieterF. Uchtdorf, Segundo Conselheiro na Primeira Presidncia, ensinou: Cristo o nosso exem-plo. Em Seus ensinamentos e em Sua vida, Ele mostrou-nos o caminho. Ele amou os inquos e os perdoou, assim como aos vis e queles que procuraram feri-Lo e mago-Lo.2

    As escrituras mostram que a misericrdia uma das qualidades sublimes do Salvador. Jesus ensinou: Bem-aventurados os misericordiosos (Mateus 5:7) e: Sede, pois, misericordiosos, como tambm vosso Pai miseri-cordioso (Lucas 6:36).3 A misericrdia definida como compaixo e inclui sentimentos e atos de solidariedade, bondade, perdo e amor. Nossa capacidade de miseri-crdia costuma aflorar quando tomamos conscincia das circunstncias incomuns e angustiantes dos outros. Jesus Cristo demonstrou uma capacidade infinita de misericrdia. Ele era incapaz de encarar os homens sem sentir dor por sua confuso, perplexidade e infelicidade. () Sempre que Ele via homens desfalecendo e sendo dispersos como ovelhas sem pastor, Seu corao se enchia de compaixo por eles.4

    Os seguintes princpios tirados de relatos do Novo Tes-tamento ilustram como o Salvador ofereceu misericrdia e

    Misericrdia CristO ministrio mortal do Salvador nos oferece exemplos

    prticos de como podemos ser misericordiosos.

    como podemos fazer a escolha de ser misericordiosos uns com os outros.

    Jesus mostrou misericrdia no culpando os outros.Na ltima Ceia, horas antes da traio, Judas Iscariotes

    participou da refeio da Pscoa com os demais disc-pulos. Quando Jesus anunciou: Um de vs me h de trair, os discpulos, incluindo Judas, perguntaram-Lhe: Porventura sou eu? (Mateus 26:2122). Jesus respondeu a Judas: O que fazes, faze-o depressa ( Joo 13:27). Em seguida, na entrada do Jardim do Getsmani, Jesus e Judas tornaram a encontrar-se. Judas disse: Eu te sado, Rabi e cumprimentou o Salvador com um beijo (Mateus 26:49), ao que Jesus perguntou: Com um beijo trais o Filho do homem? (Lucas 22:48). A resposta de Jesus, embora no aliviasse Judas das consequncias de seus atos, no ps a culpa em cima dele, mas na verdade fez apelo noo de certo e errado de Judas.

    Depois de sofrer nas mos dos soldados romanos horas de deteno, espancamento, aoites, marchas pela cidade e de ter que carregar uma cruz e ser pregado nela, Jesus olhou misericordiosamente Seus algozes e suplicou: Pai, perdoa-lhes, porque no sabem o que fazem (Lucas 23:34).

    Jesus mostrou misericrdia ao escolher amar em vez de condenar.

    No incio de Seu ministrio, Jesus parou para descan-sar e se refrescar num poo em Samaria durante uma

    Sempre que [o Salvador] via homens desfalecendo e sendo dispersos como ovelhas sem pastor, Seu corao se enchia de compaixo por eles.

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    de Suas viagens. Uma mulher veio ao poo tirar gua, e o Salvador iniciou uma conversa com ela. Ela ficou sur-presa quando Ele lhe dirigiu a palavra porque os judeus no se [comunicavam] com os samaritanos. Mas Ele ignorou as tradies que a desvalorizavam aos olhos dos outros. Ele ensinou a ela sobre a gua viva do evangelho e testificou: Eu () sou [o Messias], eu que falo contigo (ver Joo 4:339).

    Nos dias finais de Seu ministrio na Pereia, Jesus passou pela cidade de Jeric a caminho de Jerusalm. Zaqueu, um homem rico e de baixa estatura, subiu numa rvore para conseguir ver o Salvador passar. Jesus o viu e convidou-Se para a casa de Zaqueu. Alguns discpulos de Jesus recla-maram ao verem isso, dizendo que Jesus entrara para ser hspede de um homem pecador. Mas Jesus enxergou a bondade que havia em Zaqueu e disse: Hoje veio a salva-o a esta casa, pois tambm este filho de Abrao (ver Lucas 19:110).

    Jesus mostrou misericrdia dando s pessoas muitas oportunidades de se arrependerem e de serem perdoadas.

    No incio de Seu ministrio, Jesus voltou sinagoga de sua cidade natal, Nazar, que frequentara tantas vezes. Leu para as pessoas reunidas no sbado uma profecia de Isaas sobre o Messias. Em seguida, testificou inequi-vocamente para eles que era o Messias. As pessoas na sinagoga se encheram de ira por causa de Suas palavras e o expulsaram da cidade e o levaram at ao cume do monte () para dali o precipitarem (ver Lucas 4:1630). Os amigos que Jesus tivera ao longo de toda a vida tinham se tornado Seus inimigos. Algum tempo depois, Jesus voltou a Nazar e ensinou as pessoas. E embora elas tivessem de novo se sentido ofendidas por Ele, Ele tentara duas vezes ajud-las a compreender (ver Mateus 13:5457).

    Os lderes dos judeus eram os piores inimigos do Salvador. Eles procuraram mat-Lo porque Ele ameaava suas tradies. No entanto, Jesus instou-os repetidas vezes a se arrepender e a se reconciliar com a verdade. As escrituras registram pelo menos dez grandes ser-mes de Jesus dirigidos especificamente a esses lderes, nos quais identificou seus pecados e os conclamou ao arrependimento.

    Jesus mostrou misericrdia evitando o ressentimento.Jerusalm foi o local em que Jesus veio a sofrer e mor-

    rer. Ele poderia ter ficado zangado e ressentido com a cidade e seus habitantes, mas na verdade expressou vrias vezes tristeza devido iniquidade deles e recusa de arrependimento.

    Dias antes de Sua Crucificao, Jesus entrou em Jerusa-lm montado num jumento. Uma multido de seguidores se regozijou, estendendo suas vestes no cho na frente Dele e louvando a Deus (ver Lucas 19:2838). Mas Jesus sabia que a lealdade do povo de Jerusalm no ia durar. Ao olhar a cidade durante Sua ltima semana, o Salva-dor chorou, dizendo: Jerusalm, Jerusalm, que matas os profetas, e apedrejas os que te so enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos () e tu no quiseste! (Mateus 23:37; ver tambm Lucas 19:4144).

    Poucos dias depois, as multides se voltaram contra Jesus e clamaram por Sua execuo. Quando o Salvador foi levado para ser crucificado, seguia-o grande multido de povo e de mulheres, as quais () o lamentavam.

    Jesus, porm, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalm, no choreis por mim; chorai antes por vs mes-mas, e por vossos filhos (Lucas 23:2728). Apesar de Sua humilhao pblica e do sofrimento pessoal intenso que padeceu nas mos do povo em Jerusalm, o Salvador no guardou mgoas deles e expressou tristeza por recusarem o arrependimento.

    Jesus mostrou misericrdia ajudando os necessitados.Durante uma de Suas viagens, Jesus aproximou-se da

    cidade de Naim, onde viu que levavam um defunto, filho nico de sua me, que era viva (Lucas 7:12). O lder JamesE. Talmage (18621933), do Qurum dos Doze Apstolos, descreve o milagre que se seguiu em seu livro Jesus, o Cristo: Nosso Senhor olhou compadecido para a me em prantos, agora despojada do marido e do filho; e, sentindo em Si prprio a dor daquela perda, disse mansa-mente: No chores. Ele tocou a maca [e] (), dirigindo-se ao morto, disse: Jovem, a ti te digo: Levanta-te. E o morto ouviu a voz daquele que Senhor de todos, e imediata-mente se sentou e falou. Jesus, bondosamente, restituiu o jovem sua me.5

    Jesus realizou inmeros outros milagres para as pessoas em momentos de necessidade. Curou um leproso, acalmou

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    o mar e levantou dos mortos a filha de Jairo. Curou um paraltico no tanque de Betesda, curou um surdo com problema na fala e limpou dez leprosos. Todos estavam em situao desesperadora.

    O Salvador marcou o caminho a seguir. Podemos nos empenhar para ser misericordiosos no culpando os outros, decidindo amar em vez de condenar, dando s pessoas muitas oportunidades de arrepender-se, evitando o ressentimento e ajudando os necessitados. Quanto mais reconhecermos e lembrarmos as muitas misericrdias con-cedidas a ns por meio de Jesus Cristo, mais aprenderemos a conceder misericrdia aos outros.

    O Presidente Uchtdorf aconselhou-nos: J existem pesar e tristeza suficientes nesta vida sem precisarmos acrescentar a isso teimosia, amargura e ressentimentos. () Devemos livrar-nos dos ressentimentos. () Este o cami-nho do Senhor.6

    Quando o Senhor ressuscitado visitou os nefitas nas Amricas, ensinou o povo. E quando chegou a hora de ir embora, Jesus olhou novamente para a multido que o

    cercava e viu que estavam em lgrimas.()E ele disse-lhes: Eis que minhas entranhas esto cheias

    de compaixo por vs.Tendes enfermos entre vs? () Trazei-os aqui e eu os

    curarei, porque tenho compaixo de vs; minhas entra-nhas esto cheias de misericrdia (3Nfi 17:57; grifo do autor). Sua misericrdia infinita. Ele nos abenoar com o dom divino da misericrdia se nos achegarmos a Ele (ver Morni 10:32). O autor mora em Nova York, EUA.

    Para saber mais sobre esse assunto, ver Dallin H. Oaks, Segui-dores de Cristo, A Liahona, maio de 2013, p. 96.

    ILUST

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    Jesus realizou inmeros milagres para as pessoas em momentos de necessidade. Curou um leproso, acalmou o mar e levantou dos mortos a filha de Jairo.

    NOTAS 1. Ver Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2011,

    pp. 6971. 2. DieterF. Uchtdorf, Os Misericordiosos Obtero Misericrdia,

    A Liahona, maio de 2012, p. 70. 3. A palavra grega usada em Mateus 5:7 elemn, que significa

    compassivo. A palavra grega utilizada em Lucas 6:36 oiktirmn, que tambm significa compassivo.

    4. Charles Edward Jefferson, The Character of Jesus, 1908, p. 154. 5. JamesE. Talmage, Jesus, o Cristo, 1971, pp. 244245. 6. DieterF. Uchtdorf, Os Misericordiosos Obtero Misericrdia, p. 70.

  • 30 A L i a h o n a

    Como Se Estabelece

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    A Primeira Presidncia O Qurum dos Doze Apstolos

    LaRene Porter GauntRevistas da Igreja

    Na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos ltimos Dias, cremos em tudo o que Deus revelou, em tudo o que Ele revela agora e cremos que Ele ainda revelar muitas coisas grandiosas e importantes relati-vas ao Reino de Deus (Regras de F 1:9).

    Acerca da relao entre revelao e dou-trina, o lder D.Todd Christofferson, do Qurum dos Doze Apstolos, disse: Atual-mente na Igreja, tal como no passado, o estabelecimento da doutrina de Cristo ou a correo dos desvios doutrinrios uma questo de revelao divina concedida aos que o Senhor investiu com autoridade apostlica.1

    Assim como a revelao o meio pelo qual a doutrina transmitida aos profetas, videntes e reveladores, cada um de ns

    A doutrina chega a ns hoje como acontecia antigamente por meio da revelao divina aos profetas.

    tambm pode receber nossa prpria confir-mao da veracidade das doutrinas do evan-gelho de Jesus Cristo. Essa revelao pessoal vem por meio da orao, do estudo das escrituras e do testemunho do Esprito Santo. Mostramos que aceitamos a doutrina de Jesus Cristo arrependendo-nos, sendo batizados, recebendo o dom do Esprito Santo e conti-nuando a seguir as leis e a guardar os conv-nios do evangelho por toda a nossa vida.

    O fluxograma a seguir, baseado no dis-curso do lder Christofferson proferido na conferncia geral de abril de 2012, mostra como se estabelece a doutrina.2

    NOTAS 1. D.Todd Christofferson, A Doutrina de Cristo,

    A Liahona, maio de 2012, p. 86. 2. Ver D.Todd Christofferson, A Doutrina de Cristo,

    p. 86.

    a Doutrina?

  • S e t e m b r o d e 2 0 1 3 31

    Como Se Estabelece

    MENSAGEIROOs mensageiros Moiss, Elias e Elias, o profeta, apareceram a Joseph Smith e Oliver Cowdery; e cada um desses profetas con-feriu as chaves de sua respectiva dispensao ao Profeta (ver D&C 110:1116).

    SUA PRPRIA VOZO Senhor falou com Nfi e deu-lhe o man-damento de construir um navio para levar sua famlia para as Amricas (ver 1Nfi 17:78).

    A VOZ DO ESPRITO SANTOEsse tipo de revela-o comunicada de Esprito a esprito. Os apstolos do Novo Testamento recebe-ram uma confirmao por meio do Esprito Santo de que no deveriam exigir que os novos conversos guar-dassem a lei de Moiss (ver Atos 15:529).

    O PRESIDENTE DA IGREJA INDIVIDUALMENTEO profeta e presidente da Igreja pode receber reve-lao individualmente que se torna doutrina quando apoiada pela voz unida da Primeira Presidncia e do Qurum dos Doze Apstolos (ver Atos 10; Declarao Oficial 2).

    PROFETAS ATUANDO EM CONSELHOOs discpulos que estavam nas Amricas oraram para saber que nome dar Igreja. Cristo apareceu para eles e respondeu: Portanto tudo quanto fizerdes, vs o fareis em meu nome; por conseguinte chamareis a igreja pelo meu nome (3Nfi 27:7).

    SUA PRPRIA PESSOADeus apareceu a Moiss e mostrou-lhe a obra de Suas mos (ver Moiss 1:19; ver tambm Joseph SmithHistria 1:1520).

    A REVELAO PODE VIR POR MEIO DE

    A REVELAO DA DOUTRINA VEM DE JESUS CRISTO

    A REVELAO PODE VIR A

    Quando a revelao constitui doutrina para a Igreja inteira, ela vem somente pela Primeira Presidncia e pelo Qurum dos Doze Apstolos (ver Ams 3:7; D&C 1:38; 28:2).

  • Os exemplos de retido podem

    abenoar imensamente

    os adolescentes durante

    uma das fases mais

    crticas de sua vida.

  • S e t e m b r o d e 2 0 1 3 33

    Exemplos de Retido

    Hikari LoftusRevistas da Igreja

    No Ensino Mdio, Todd Sylvester tinha duas metas: tornar-se um grande astro do basquete e ser conhecido como o maior festeiro da escola.

    Aos 14 anos, Todd comeou a beber e a usar drogas. Ele no era membro da Igreja, e seus pais no diziam nem sim nem no em relao a seu comportamento, como ele des-creve. Ao longo dos anos, sua dependncia de drogas e bebidas alcolicas arruinou sua outrora promissora carreira no basquete e o levou beira do suicdio.

    Infelizmente, alguns elementos da hist-ria de Todd podem ser encontrados na vida de muitos rapazes de hoje, mesmo entre os membros da Igreja. Contudo, Todd no tinha algo que os rapazes da Igreja tm: exem-plos de retido. Os lderes adultos da Igreja podem ser uma grande bno para os ado-lescentes durante uma das fases mais crticas de sua vida. Devido ao que vivenciou, Todd, que se filiou Igreja aos 22 anos de idade, procura agora ser um exemplo positivo para os jovens de sua ala.

    A mudana de vida do irmo Sylvester aconteceu quando, em seus momentos mais sombrios, ele proferiu uma simples orao: Deus, preciso de ajuda. Um ms e meio depois, um amigo de longa data, que era

    membro da Igreja, ligou para ele e disse: Todd, senti-me inspirado a dizer-lhe que precisamos de voc do nosso lado. () Voc vai ajudar muitas pessoas, principalmente os jovens e as crianas.

    Alguns anos mais tarde, depois de seu batismo e de seu casamento no templo, o irmo Sylvester foi chamado para servir no programa dos Rapazes um chamado que o levaria a 14 anos de servio para os rapazes.

    Usando seu passado como motivao para ajudar esses jovens aos quais ele fora chamado para servir, o irmo Sylvester encontrou um meio de identificar-se com as dificuldades pelas quais ele via os rapazes passar. Acho que a maioria dos jovens tem medo de falar a respeito disso quando esto passando por dificuldades, observa ele. Mas eu contava minha histria para aqueles jovens todos os anos. Acho que graas a isso eles se sentiam vontade para vir-me dizer: Estou tendo problemas com pornografia ou bebidas alcolicas, ou pensamentos suici-das. O irmo Sylvester podia dar-lhes apoio enquanto trabalhavam em seu arrependi-mento, que inclua conversas com o bispo.

    Os lderes que ouvem e oferecem apoio e amor aos jovens nesses momentos crticos ILUS

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    OS RAPAZES DE HOJE PRECISAM DE

  • 34 A L i a h o n a

    podem criar um forte vnculo que ajuda a moldar a identi-dade de um jovem. Mat Duerden, um professor assistente na Universidade Brigham Young, que fez doutorado em desenvolvimento juvenil, diz: A adolescncia [quando as pessoas] desenvolvem um senso de identidade pessoal: valores, crenas, papis, etc. um processo de desco-berta. Parte desse processo receber feedback dos colegas ou pais ou outros adultos, e isso pode exercer um efeito considervel se for de um adulto que seja respeitado e valorizado.

    O irmo Duerden prossegue, dizendo: Os mais eficazes papis orientadores so edificados pelo respeito mtuo e pelo sentimento por parte do jovem de que h algum que realmente se importa com ele, seja qual for seu modo de se vestir ou falar.

    A maioria dos rapazes anseia por ter um bom relacio-namento com o pai, salienta o irmo Sylvester. Se no o tm, a segunda melhor coisa que um jovem pode ter um homem adulto com quem possa conversar e trocar ideias, sem ser julgado, ridicularizado ou criticado por

    causa de seu problema. No era minha inteno substituir o pai deles, mas eu queria estar por perto para que pudes-sem conversar comigo de modo sadio.

    Embora os lderes adultos da Igreja possam desempe-nhar um papel crtico para ajudar a orientar um adoles-cente, os profetas e apstolos disseram que o principal exemplo para os jovens so seus pais. O lder M.Russell Ballard, do Qurum dos Doze Apstolos, por exemplo, disse: Pais, vocs so o principal modelo de hombridade para seus filhos. Vocs so os conselheiros mais impor-tantes e, acreditem se quiserem, vocs so seus heris de vrias maneiras. As suas palavras e o seu exemplo exer-cem uma grande influncia sobre eles (Pais e Filhos: Um Relacionamento Extraordinrio, A Liahona, novem-bro de 2009, p. 47).

    Nenhum dos fortes vnculos que o irmo Sylvester criou com os rapazes foi imediato. Ele teve que desenvolver esse

    vnculo ao longo de anos de servio. Dos 20 rapazes que ele ensinou, 17 serviram misso. Pelo menos cinco del