2012 - Revisão 2ª Etapa - História Do Brasil - Indicativos de Resposta

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1 INDICATIVOS DE RESPOSTAS - REVISÃO DE HISTÓRIA DO BRASIL 11 3. (UFF 2005 2) ―Eu a Rainha faço saber aos que este Alvará virem: Que sendo-me presente o grande número de Fábricas, e Manufaturas, que de alguns anos a esta parte se tem difundido em diferentes capitanias do Brasil, com grave prejuízo da Cultura, e da Lavoura, e da exploração das Terras Mineiras daquele vasto Continente; porque havendo nele uma grande, e conhecida falta de População, é evidente, que quanto mais se multiplicar o número de Fabricantes, mais diminuirá o dos Cultivadores; e menos Braços haverá, que se possam empregar no descobrimento, e rompimento de uma grande parte daqueles extensos domínios, poderão prosperar, nem florescer por falta do benefício da Cultura, não obstante ser esta a essencialíssima Condição, com que foram dadas aos proprietários delas (...)‖. Alvará de 05 de janeiro de 1785, apud Mendes Jr & Maranhão. Brasil, texto e consulta. República Velha. São Paulo, Brasiliense, 1981. Com base no texto, analise as determinações do Alvará de 1785 em relação à liberdade de comércio e de produção manufatureira da colônia portuguesa no Brasil. Resposta: O candidato deverá responder que o alvará determinava a extinção das manufaturas, sob pena de multas e confisco, afirmando que elas desviavam a mão de obra da lavoura e das minas. O Alvará tinha clara intenção de impedir a concorrência das manufaturas coloniais em relação às portuguesas. Além disso, a proibição das manufaturas era uma forma de manter o poder dos mercadores metropolitanos, que compravam produtos em outras terras e os reexportavam para a colônia. O Alvará, sobretudo, veio a reafirmar a condição de Colônia do Brasil de fins do século XVIII. 12 01. (UFC 2007) Na manhã de 12 de agosto de 1798, um panfleto revolucionário afixado em vários lugares da cidade de Salvador dizia: ―Povo, o tempo é chegado para vós defendêreis a vossa Liberdade; o dia da nossa revolução, da nossa Liberdade e de nossa felicidade está para chegar, animai-vos que sereis felizes‖. PRIORE, Mary Del et al (Org.). Documentos de História do Brasil - de Cabral aos anos 90. São Paulo: Scipione, 1997, p. 38. A partir desse texto e de seus conhecimentos, responda às questões propostas. a) Que movimento produziu o panfleto citado? b) Cite três acontecimentos ocorridos no período, na esfera internacional, que podem ser relacionados a esse movimento. c) Cite dois objetivos do movimento ao qual o texto acima se refere. d) Apresente a relação entre a dureza das penas impostas aos principais acusados e a condição social da maioria dos participantes desse movimento. Resposta: Um dos movimentos de rebeldia mais expressivos ocorridos no Brasil Colonial, no contexto da chamada crise do antigo regime, foi o movimento emancipacionista ocorrido na Bahia no fim do século XVIII, conhecido como Conjuração Baiana ou Conjuração dos Alfaiates. Esse movimento estava relacionado às novas ideias e fatos ocorridos na esfera internacional, como a independência dos Estados Unidos, em 1776, e a Revolução Francesa, em 1789, embora refletisse muito da realidade local, sobretudo as difíceis condições de vida da população de Salvador. Notícias sobre a insurreição de escravos ocorrida a partir de 1791, em São Domingos, colônia francesa nas Antilhas, chegaram até aqui, e as elites coloniais passaram a temer ainda mais as rebeliões de negros. O movimento na Bahia, que não chegou a se concretizar, a não ser pelo lançamento de alguns panfletos e algumas articulações, defendia a proclamação da república, o fim da escravidão, o livre comércio (especialmente com a França), o aumento do salário dos militares e a punição de padres contrários à liberdade. Entre os participantes predominava a origem popular: muitos eram mulatos e negros (ligados a profissões urbanas como artesãos e soldados), e alguns, escravos. Entre eles destacaram-se vários alfaiates, daí o nome dado ao movimento. Quatro dos principais acusados foram enforcados e esquartejados. Outros sofreram penas de prisão ou banimento. A dureza das penas se explica pela intenção de dar uma punição exemplar, em virtude de a origem social dos acusados homens livres pobres, em sua maioria, e escravos estar associada ao temor das rebeliões de negros. 13 3. (UFBA 2008) Em 22 de janeiro de 2008, a cidade do Salvador comemorará os 200 anos da chegada da frota que conduzia parte da Corte Portuguesa que fugira para o Brasil, em consequência da invasão daquele país pelas tropas napoleônicas. Nos poucos dias em que permaneceu na Capitania da Bahia, o Príncipe D. João, regente da Coroa Portuguesa, tomou medidas econômicas e administrativas de grande interesse para o Brasil e para o próprio governo português. Com base nessas informações, identifique duas dessas medidas tomadas na Bahia.

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Algumas informações essenciais sobre a História do Brasil.

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INDICATIVOS DE RESPOSTAS - REVISÃO DE HISTÓRIA DO BRASIL 11 3. (UFF 2005 2) ―Eu a Rainha faço saber aos que este Alvará virem: Que sendo-me presente o grande

número de Fábricas, e Manufaturas, que de alguns anos a esta parte se tem difundido em diferentes capitanias do Brasil, com grave prejuízo da Cultura, e da Lavoura, e da exploração das Terras Mineiras daquele vasto Continente; porque havendo nele uma grande, e conhecida falta de População, é evidente, que quanto mais se multiplicar o número de Fabricantes, mais diminuirá o dos Cultivadores; e menos Braços haverá, que se possam empregar no descobrimento, e rompimento de uma grande parte daqueles extensos domínios, poderão prosperar, nem florescer por falta do benefício da Cultura, não obstante ser esta a essencialíssima Condição, com que foram dadas aos proprietários delas (...)‖.

Alvará de 05 de janeiro de 1785, apud Mendes Jr & Maranhão. Brasil, texto e consulta. República Velha. São Paulo, Brasiliense, 1981.

Com base no texto, analise as determinações do Alvará de 1785 em relação à liberdade de comércio e de produção manufatureira da colônia portuguesa no Brasil. Resposta:

O candidato deverá responder que o alvará determinava a extinção das manufaturas, sob pena de multas e confisco, afirmando que elas desviavam a mão de obra da lavoura e das minas. O Alvará tinha clara intenção de impedir a concorrência das manufaturas coloniais em relação às portuguesas. Além disso, a proibição das manufaturas era uma forma de manter o poder dos mercadores metropolitanos, que compravam produtos em outras terras e os reexportavam para a colônia. O Alvará, sobretudo, veio a reafirmar a condição de Colônia do Brasil de fins do século XVIII. 12 01. (UFC 2007) Na manhã de 12 de agosto de 1798, um panfleto revolucionário afixado em vários

lugares da cidade de Salvador dizia: ―Povo, o tempo é chegado para vós defendêreis a vossa Liberdade; o dia da nossa revolução, da

nossa Liberdade e de nossa felicidade está para chegar, animai-vos que sereis felizes‖. PRIORE, Mary Del et al (Org.). Documentos de História do Brasil - de Cabral aos anos 90.

São Paulo: Scipione, 1997, p. 38.

A partir desse texto e de seus conhecimentos, responda às questões propostas. a) Que movimento produziu o panfleto citado? b) Cite três acontecimentos ocorridos no período, na esfera internacional, que podem ser relacionados a

esse movimento. c) Cite dois objetivos do movimento ao qual o texto acima se refere. d) Apresente a relação entre a dureza das penas impostas aos principais acusados e a condição social da

maioria dos participantes desse movimento. Resposta:

Um dos movimentos de rebeldia mais expressivos ocorridos no Brasil Colonial, no contexto da chamada crise do antigo regime, foi o movimento emancipacionista ocorrido na Bahia no fim do século XVIII, conhecido como Conjuração Baiana ou Conjuração dos Alfaiates. Esse movimento estava relacionado às novas ideias e fatos ocorridos na esfera internacional, como a independência dos Estados Unidos, em 1776, e a Revolução Francesa, em 1789, embora refletisse muito da realidade local, sobretudo as difíceis condições de vida da população de Salvador. Notícias sobre a insurreição de escravos ocorrida a partir de 1791, em São Domingos, colônia francesa nas Antilhas, chegaram até aqui, e as elites coloniais passaram a temer ainda mais as rebeliões de negros. O movimento na Bahia, que não chegou a se concretizar, a não ser pelo lançamento de alguns panfletos e algumas articulações, defendia a proclamação da república, o fim da escravidão, o livre comércio (especialmente com a França), o aumento do salário dos militares e a punição de padres contrários à liberdade. Entre os participantes predominava a origem popular: muitos eram mulatos e negros (ligados a profissões urbanas como artesãos e soldados), e alguns, escravos. Entre eles destacaram-se vários alfaiates, daí o nome dado ao movimento. Quatro dos principais acusados foram enforcados e esquartejados. Outros sofreram penas de prisão ou banimento. A dureza das penas se explica pela intenção de dar uma punição exemplar, em virtude de a origem social dos acusados – homens livres pobres, em sua maioria, e escravos – estar associada ao temor das rebeliões de negros. 13 3. (UFBA 2008) Em 22 de janeiro de 2008, a cidade do Salvador comemorará os 200 anos da chegada

da frota que conduzia parte da Corte Portuguesa que fugira para o Brasil, em consequência da invasão daquele país pelas tropas napoleônicas. Nos poucos dias em que permaneceu na Capitania da Bahia, o Príncipe D. João, regente da Coroa Portuguesa, tomou medidas econômicas e administrativas de grande interesse para o Brasil e para o próprio governo português. Com base nessas informações, identifique duas dessas medidas tomadas na Bahia.

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Resposta: a) Abertura dos portos brasileiros às nações amigas — 28/01/1808: quebra do monopólio comercial

português sobre o Brasil Colônia. b) Fundação da Escola Médico-Cirúrgica — 18/02/1808: a Bahia como uma das referências da formação

profissional superior no campo da Medicina. c) Licença para a construção de uma fábrica de vidro na Bahia: — negação do Alvará de 1785 que proibia

indústrias no Brasil. 14 02. (UFC 2006 1) A vinda da família real para o Brasil, em 1808, alterou a vida e a dinâmica da colônia,

bem como da nobreza, ao transformar o Rio de Janeiro no centro de decisões do Império português. a) Qual o papel da França e da Inglaterra no contexto político internacional em que ocorreu a transferência

da família real para o Brasil? b) Identifique quem foi favorecido e quem foi prejudicado com a abertura dos portos, decretada por D.

João e explique por quê. Resposta:

A França, governada por Napoleão Bonaparte, tinha como único rival em força e poder a Inglaterra. O governante português foi pressionado pela França que exigia o fechamento dos portos aos navios ingleses e o confisco dos bens dos ingleses que vivessem em Portugal. Caso atendesse aos franceses, seria invadido pelos ingleses; se mantivesse a aliança com os ingleses, seria invadido pela França. Com a ajuda da Inglaterra, D. João decidiu transferir-se com a família real para o Brasil. A abertura dos portos beneficiou em primeiro lugar a Inglaterra que aqui pôde despejar inúmeros produtos manufaturados. Os proprietários rurais, produtores de bens destinados à exportação, ficaram livres dos entraves impostos pelo monopólio comercial da Metrópole. A burguesia colonialista portuguesa foi prejudicada, pois deixava de controlar exclusivamente o comércio. 30 5. (UFMG 2009) Ao longo do século XX, em contextos históricos distintos, houve duas grandes correntes

migratórias entre o Japão e o Brasil. Considerando essas informações e outros conhecimentos sobre o assunto,

a) IDENTIFIQUE cada uma dessas duas correntes migratórias e os respectivos períodos em que ocorreram.

Resposta: Migração japonesa para o Brasil, no início do século XX. Migração brasileira para o Japão, nos anos 80 do século XX. b) EXPLIQUE duas características do contexto econômico que incentivou cada uma dessas duas

correntes migratórias. Resposta: Contexto da primeira corrente:

- acelerada política de industrialização e urbanização resultantes da Revolução Meiji, que provocou a expulsão dos camponeses das áreas rurais. - necessidade de mão de obra no Brasil, nas atividades agrícolas, em especial na cafeicultura paulista.

Contexto da segunda corrente: - crise econômica dos anos 80 no Brasil – Década Perdida –, marcada pelo baixo crescimento econômico, inflação e desemprego.

- expansão econômica do Japão, responsável pela entrada de brasileiros em busca de emprego e de novas oportunidades. 31 5. (UFBA 2006) Os Movimentos Sociais constituíram um fenômeno presente em todos os momentos da

história da humanidade. Alguns desses movimentos influíram na Legislação, no Direito e na distribuição do Poder. Responda a questão a partir da leitura do texto a seguir.

O que se chama movimento social, nada mais é do que o aparecimento, no reino dos

acontecimentos, das forças sociais, umas submersas nas categorias da prática social e as outras frequentemente presas no silêncio e no proibido. Não é fácil para a História e para o sociólogo restituir a palavra dos que nunca a tiveram, dos que não gravaram inscrições, lembranças e manuscritos, daqueles cujos arautos foram enforcados, crucificados ou consumidos por privações sem que nenhum memorialista o relate. Daí o interesse dos mergulhos, hoje possíveis, na história dos colonizados, de suas recusas, de suas revoltas, de seus sonhos.

O movimento social se define pelo confronto de interesses opostos para controlar forças de desenvolvimento e do campo de experiência histórica de uma sociedade. Não é possível falar de um

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movimento social se não se pode, ao mesmo tempo, definir o contramovimento ao qual ele se opõe. O movimento operário só é um movimento social se, além das reivindicações contra as crises da organização social e das pressões para a negociação, ele coloca em causa a dominação da classe dirigente.

TOURAINE in: FORACCHI; MARTINS, 1980, p. 344-345; 356).

De acordo com o texto, os movimentos grevistas de operários de indústrias, ocorridos no Brasil, na segunda década do século XX, podem ser caracterizados como movimentos sociais. Apresente duas razões que justifiquem essa afirmação. Resposta: I. Características:

1. Busca do crescimento econômico do país através da redução da inflação. 2. Crescimento da indústria. 3. Ampliação do crédito para facilitar o consumo e assegurar a expansão industrial. 4. Penetração do capital estrangeiro na economia, sobretudo no setor automobilístico. 5. Ampliação do comércio exterior com o crescimento das exportações.

II. Efeitos: 1. Aumento da dependência econômica do país ao setor financeiro externo. 2. Concentração da renda (aumento do bolo) e ampliação da pobreza, aprofundando os desequilíbrios sociais (má divisão do bolo). 3. Abandono ou retardamento dos programas sociais do governo. 4. Obras faraônicas de eficácia duvidosa, dando a impressão de grandes empreendimentos públicos, dando ensejo ao enriquecimento de grupos econômicos nacionais.

32 5. (UFBA 2007) Considerando os conhecimentos sobre a Semana de Arte Moderna de 1922, no Brasil,

identifique dois temas discutidos nesse evento, relacionados com a proposta de redescoberta dos valores culturais brasileiros.

Resposta: 1. Revalorização das raízes culturais e da cultura nacional. 2. Revalorização das bases nacionais da cultura brasileira. 3. Rompimento com a dependência à cultura europeia. 4. Ênfase à cultura e à arte popular brasileira.

33 1. (UFBA 2011) Despojados de suas terras, inúmeros camponeses emigravam para a cidade, onde

seriam clientes das famílias ricas ou iriam engrossar a massa de desocupados, pobres e famintos. (COTRIM, 1994, p. 99)

O texto se refere a um fenômeno social que se construiu na antiga República Romana e cujo conceito — clientelismo — se estendeu a várias situações que relacionam poder e dependência, ao longo da história, inclusive na história do Brasil. Com base nessas considerações e nos conhecimentos sobre o assunto, indique um fator que favoreceu o florescimento do clientelismo na antiga República Romana e outro que favoreceu sua prática no Brasil.

Fatores referentes à Antiga República Romana: Resposta: - guerras de conquistas na República Romana, propiciando a entrada de grande número de escravos nas áreas rurais e urbanas, fazendo concorrência ao trabalho livre dos plebeus. Empobrecidos e arruinados, esses plebeus migram para as cidades, engrossando a população da plebe urbana, tornando-se clientes dos patrícios; - grande concentração de plebeus empobrecidos nas cidades romanas, no período republicano, levando-os a se colocarem sob a proteção dos patrícios, em troca da execução de determinadas obrigações. Tornavam-se, assim, seus clientes; - dificuldades econômicas enfrentadas pelos plebeus após as guerras de conquistas ocorridas no período republicano, levando-os a se colocarem como clientes dos patrícios, de quem recebiam proteção e auxílio para sua sobrevivência, em troca da execução de determinadas obrigações.

Fatores referentes ao Brasil: - Períodos colonial e monárquico: . Estruturação da sociedade patriarcal fundamentada na posse da terra e de escravos, na qual os parentes pobres, pequenos proprietários e prestadores de serviços dependiam da proteção dos grandes senhores, de quem se tornavam clientes, em troca de fidelidade e obrigações. - Período republicano:

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. Concentração do poder econômico nas mãos dos coronéis, que também assumiam grande poder político. Os que ficavam fora dessa esfera de poder, a exemplo dos componentes das classes desprivilegiadas, especialmente nas áreas rurais, dependiam de favores e proteção dos coronéis. Estes, por sua vez, exigiam fidelidade de voto e participação a seu lado nas disputas políticas ou de terras que aconteciam nessas áreas brasileiras. . Laços de dependência fortalecidos também mediante as relações de compadrio. 34 5. (UFBA 2011) Na história da República brasileira dois períodos foram marcados por governos militares

- 1891/1894 e 1964/1985 -, cujas ações no âmbito das organizações institucionais apresentaram características específicas.

A partir dessa afirmação, indique uma alteração sofrida pelas instituições políticas, em cada um desses períodos do governo militar: Alterações no primeiro período de governo militar (1891-1894): Modificações institucionais: - dissolução do Congresso pelo presidente Deodoro da Fonseca em 3 de novembro de 1891; - decretação do estado de sítio; - substituição do Presidente pelo Vice, Floriano Peixoto, sem a necessária convocação de novas eleições. Alterações no segundo período de governo militar (1964-1985): Resposta: Modificação institucional: - suspensão da Constituição de 1946; - aplicação de Atos Institucionais; - eleições indiretas dos executivos estaduais e de alguns executivos municipais; - eleições indiretas para a Presidência de República; - fechamento do Congresso em 1968; - instalação do bipartidarismo. 35 12. (UFGO 2005)

Ano Número de empresas

Capital (contos)

Produção (contos)

Força motriz

Número de operários

1907 3.258 653.555 731.292 109.284 149.018

1920 13.336 1.815.156 2.959.176 310.424 275.512 SILVA, Sérgio. Expansão cafeeira e origens da indústria no Brasil. São Paulo: Alfa-ômega, 1976. p. 73.

A tabela acima foi construída com base no censo industrial de 1907 e no recenseamento de 1920. Considerando os dados nela constantes, explique a relação existente entre a Primeira Guerra Mundial e o fenômeno observado na evolução do número de empresas e o de operários entre 1907 e 1920. Resposta: - Fenômeno observado: Industrialização - Relação da Industrialização com a Primeira Guerra Mundial:

. A Europa, envolvida na Primeira Guerra, reduz a oferta de produtos industrializados para o mercado brasileiro, o que favorece a industrialização do país. . Incentivo à migração de europeus para o Brasil, muitos como operários para a indústria. . Diminuição das importações brasileiras de produtos industrializados. . Estímulo à produção nacional de bens não duráveis como têxteis e alimentos, promovendo empregos urbanos.

38 5 (UFMG 2011) O Tenentismo surgiu na década de 1920. Desde o início, despontou para a história como

uma marco relevante para explicar a crise da Primeira República, a Revolução de 1930 [...], em especial a participação do Exército na política.

LANNA JÚNIOR, Mário C. Martins. Tenentismo e crises políticas na Primeira República. Apud FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucília de A. Neves. O Brasil Republicano. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.v.1., p.315.

a) identifique duas reivindicações do Movimento Tenentista. Resposta: - a reforma política, em particular com a adoção do voto secreto, dada a insatisfação dos tenentes com a política oligárquica considerada imoral e fraudulenta.

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- a adoção de um estado mais forte, com a presença mais efetiva dos militares na política brasileira. Reivindicação mais explícita na Revolta dos 18 do Forte da Copacabana, quando os rebeldes criticavam a presença de um civil no Ministério da Guerra. - a independência do Poder Judiciário, considerado pelos tenentes corruptível diante da influência da política oligárquica nos tempos do café com leite. - a deposição do presidente Artur Bernardes, representante do esquema oligárquico, considerado autoritário por governar boa parte de seu mandato sob estado de sítio. Reivindicação mais evidente na Coluna Prestes. b) cite e descreva duas ações empreendidas pelo Movimento Tenentista no Brasil. Resposta: - a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, de 1922. Havia certo ressentimento dos militares contra o então presidente Epitácio Pessoa devido à nomeação do civil Pandiá Calógeras para o Ministério da Guerra. As coisas pioraram quando a imprensa divulgou cartas supostamente escritas pelo candidato do governo, Artur Bernardes, contendo acusações ao Exército e ofensas ao Marechal Deodoro da Fonseca, presidente do Clube Militar. Tais ―cartas falsas‖, como ficaram conhecidas na história brasileira, a prisão do marechal pelo presidente, levaram os tenentes, em favor de Hermes da Fonseca, a se rebelar contra o governo, tomando o forte de Copacabana. Após tiroteios e bombardeios de canhões, e a marcha dos sobreviventes pela Avenida Atlântica, a rebelião foi estabilizada. - a Coluna Prestes, de 1924 a 1927. Considerado como o mais importante movimento tenentista brasileiro, foi uma expedição de jovens oficiais pelo interior do Brasil sob a liderança do tenente Luís Carlos Prestes. Buscavam apoio dos mais diversos grupos sociais para conseguirem instabilizar e derrubar o governo de Artur Bernardes, representante da fraudulenta e autoritária (devido ao constante estado de sítio) República Oligárquica. Na verdade, a Coluna pode ser vista como um desdobramento da Revolta Militar de São Paulo, que, liderada por Miguel Costa, defendia os mesmos propósitos. A Coluna se dissolveu na Bolívia, devido às dificuldades de sustentação, às ações repressivas do governo e à falta de adesão dos grupos sociais pretendidos. - A Revolução de 1930. Os tenentes, participantes das revoltas dos anos vinte, já haviam se fragmentado, seguindo projetos políticos e pessoais heterogêneos. Mas boa parte deles apoiou a Aliança Liberal e os revolucionários liderados por Getúlio Vargas, que haviam colocado em seu programa de campanha a anistia a esses rebelados. Atuando como ―milícias‖ no decorrer da Revolução, os tenentes contribuíram para a chegada de Vargas ao poder, recebendo em troca papéis políticos (como o de interventores em alguns estados) e militares no Governo Provisório. Os grupos militares que se formaram pós-revolução, como o Clube 3 de outubro e as Legiões Revolucionárias, apoiaram também o governo na Revolução de 1932. 39 06. (UFC 2006 1) A criação e a consolidação de uma política trabalhista, no governo de Getúlio Vargas

(1930-1945), estiveram diretamente ligadas ao crescimento da classe trabalhadora urbana, a partir das primeiras décadas do século XX.

a) Nesse contexto, como reagiram os industriais e comerciantes à implantação da legislação trabalhista? Qual o motivo dessa reação?

b) Identifique os grupos políticos que tiveram forte presença nos sindicatos, antes de 1930. Aponte a diferença entre os projetos políticos, presentes nos sindicatos, antes e depois da lei sindical, criada no governo Vargas.

Resposta: A princípio a legislação foi combatida pelas associações de industriais e comerciantes, pois eram contrários à concessão de direitos aos trabalhadores, tais como as férias, descanso semanal remunerado, jornada de 8 horas de trabalho. Muitos foram os casos de não cumprimento das leis, levando os trabalhadores a recorrer à Justiça do Trabalho. A origem da organização sindical está ligada à formação da classe trabalhadora urbana. O sindicato era um espaço assistencialista e também político. Através dele os trabalhadores buscavam se organizar a fim de lutar por melhores condições de vida e de trabalho. Os socialistas, os anarquistas e, a partir da década de 1920, os comunistas tinham grande espaço nos sindicatos. A partir de Vargas, o sindicato transforma-se numa base de poder do governo. O rígido controle do Estado esvazia o sindicato de seu antigo conteúdo político e o transforma num espaço de disciplinarização do trabalhador. A direção do sindicato fica nas mãos dos chamados pelegos, que buscam manter a coesão dos trabalhadores em torno do governo. 40 08. (UFC 2006 2) A iniciativa de instalação da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda,

constituiu um marco do projeto econômico do governo do Presidente Getúlio Vargas. a) Apresente dois objetivos do governo que motivaram a proposta de criação da Companhia

Siderúrgica Nacional. b) A política econômica conduzida pelo governo Vargas pode ser considerada como pautada pelos

princípios do liberalismo que foram propagados nas primeiras décadas do século XX? Apresente dois argumentos que justifiquem sua resposta.

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Resposta: A criação da Companhia Siderúrgica Nacional de Volta Redonda visava o desenvolvimento da

indústria de base no país para, assim, viabilizar a ampliação da industrialização. O país passou a produzir chapa de ferro, folha de flandres e chapa de aço, produtos necessários para o funcionamento de outras indústrias, como fábricas de vidro, geladeiras e eletrodomésticos em geral.

O governo Vargas se caracterizou pela intervenção do Estado na vida econômica do país, distanciando-se, dessa forma, dos princípios do liberalismo (livre-concorrência, iniciativa privada). O Estado passou a assumir a responsabilidade da condução da vida econômica e buscou estar presente no comando como mediador dos setores-chave da economia e entre trabalhadores e empresários. O controle, pelo Estado, dos principais fatores do processo de industrialização e a interferência no mercado financeiro e de negócios não garantiram a independência econômica do país, pois, ao promover as atividades econômicas, buscou apoio junto a grupos privados ou oficiais estrangeiros. 41 06. (UFC 2010) Leia o texto abaixo e responda as questões a seguir.

―Inicialmente sintonizado com a Itália de Mussolini, a Espanha de Franco e Portugal de Salazar, o governo Vargas inflectiu para a direita. Com a Segunda Guerra, desenhando-se a vitória dos aliados, volta-se, pressionado, para uma aliança contra as potências do eixo‖.

MOTA, Carlos Guilherme. O Brasil do Estado Novo (1937-1945): matrizes político ideológicas. São Paulo: Fundação Memorial da América Latina, 2009, p. 08.

a) Indique duas razões para o Governo Vargas colocar-se, posteriormente, contra as potências do Eixo. b) Cite três medidas tomadas pelo Governo Vargas para garantir, no período em questão, a centralização

do poder e o controle do país. c) Apresente o período em que o texto acima insere-se, indicando três questões fundamentais para a

sua desarticulação. Resposta:

No período situado entre a Revolução de 1930 e o Estado Novo, o Brasil viveu um momento de grande instabilidade político-institucional. O regime instaurado por Getúlio Vargas governou em estado de emergência durante sete anos e concentrou todos os poderes do Estado.

Deixaram de existir o Senado e a Câmara dos Deputados. Os governos dos estados ficaram subordinados ao Poder Central, desprovidos de qualquer autonomia. A oposição foi perseguida e presa; o rádio e a imprensa foram submetidos à censura. Ambíguo na sua política externa, por necessitar urgentemente reequipar as Forças Armadas, assinou um contrato com a Alemanha e outro contrato de empréstimos com bancos norte-americanos para a construção da siderúrgica de Volta Redonda. Porém, em 1942, o torpedeamento de dois navios brasileiros nas costas dos Estados Unidos e mais um nas Antilhas e, meses depois, o fato de mais seis navios terem sido afundados pelas forças do Eixo provocaram comoção nacional. Por outro lado, as sucessivas derrotas dos países do Eixo bem como o afastamento do governo de um grupo de oficiais germanófilos liderados pelo General Góes Monteiro obrigaram Getúlio a decidir-se pelos aliados. Assim, o contexto sugerido pelo fragmento do texto de Carlos Guilherme Mota remete ao Estado Novo, período situado entre 1937 e 1945, momento em que Getulio Vargas governou o Brasil com plenos poderes. Dentre os elementos que, de modo geral, concorreram para a desarticulação do Estado Novo, podemos citar: a organização do movimento estudantil, a rearticulação do Partido Comunista bem como a articulação de novos partidos, como a UDN, as manifestações populares exigindo a volta da redemocratização do país e a indefinição quanto ao futuro econômico do país, após a Segunda Guerra. 42 3. (UFF 2011) Durante boa parte do século XIX, as interpretações mais globalizantes sobre o Brasil

estiveram obstaculizadas, esbarrando nas condições da sociedade então vigente, cujo traço dominante era a escravidão. Entretanto, a partir da década de 1930, a universidade começa a adquirir importância, influindo nas formas de interpretar o país e dando margem ao surgimento não de ensaios, mas de analises monográficas preocupadas em construir grandes explicações do Brasil. Exemplos disso são as obras Casa Grande e Senzala de Gilberto Freyre (1933); Raízes do Brasil de Sergio Buarque de Holanda (1936) e Formação do Brasil Contemporâneo de Caio Prado Jr. (1942).

a) Explique o porquê do surgimento, neste período, de obras voltadas à construção de grandes interpretações sobre a formação social do Brasil.

Resposta: O candidato poderá referir-se, além de outros fatores, não apenas à influencia exercida pelo

surgimento da universidade no país - que fomentou reflexões mais profundas sobre as origens da situação do Brasil naqueles anos – como também ao passado colonial brasileiro que ensejava, nos autores das obras mencionadas, a busca da construção de uma sociedade mais autônoma, nacional e menos dependente do exterior. Poderá referir-se, ainda, às transformações sociopolíticas decorrentes da ―revolução‖ de 1930, que também interferiram nessas reflexões, já que o país atravessava um contexto de séria crise econômica, política e social, que incentivava reavaliações sobre o passado do Brasil. Afinal, além

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de ter conduzido, via um golpe apoiado por militares e civis, novos grupos ao poder central, em detrimento da grande burguesia cafeeira paulista, o regime inaugurado pelo movimento de 1930 apontava para processos que estimularam novas interpretações do Brasil, tais como a progressiva centralização política que passou a ocorrer, diferentemente do extremado federalismo da Primeira República; a participação significativa de militares nesse processo, movidos por severas criticas à ―falta de pureza‖ e mesmo desvirtuamento da República até 1930; as críticas elaboradas pelos novos grupos levados ao poder pela ―revolução‖ à corrupção e instabilidade política vigentes na República Velha; sua desconfiança com relação ao excesso de autonomia regional até então existente no país; dentre outros. Poderá ainda mencionar o desenvolvimento urbano-industrial do país durante a Primeira República, que fez surgir novos atores sociais - como a classe operaria e um expressivo empresariado industrial - alterando o perfil da sociedade brasileira até então. Outro fator explicativo que pode ser apontado é o surgimento do Modernismo na década de 1920 e como ele influiu junto a esses autores. Diante de transformações como essas, boa parte dos intérpretes do Brasil citados no texto acima, dedicaram-se a investigar as origens ou raízes dessas mudanças, produzindo suas grandes explicações do país. b) Analise as razões do impacto provocado pela publicação de Casa Grande e Senzala de Gilberto Freyre. Resposta: Dentre os fatores que explicam o impacto causado pela obra de Freyre desde sua publicação, podem ser mencionados, dentre outros aspectos, o fato do autor basear sua explicação do Brasil em fatores fortemente raciais, centrados, por exemplo, na miscigenação, porém dotada de caráter positivo e não negativo, como o fizeram autores anteriores a ele; a influência da Antropologia cultural norte-americana em sua obra, que fez com que o autor agregasse à categoria ―raça‖ a categoria de ―cultura‖ como elemento central de sua interpretação do Brasil, impactando uma sociedade onde o preconceito racial predominava; a ênfase atribuída por Freyre à família patriarcal como cerne de sua interpretação do país, já que teria sido ela – e não o indivíduo – a unidade da colonização brasileira, diferentemente do ocorrido na colonização da América Inglesa; o fato de Freyre atribuir a unidade do Brasil e a existência de uma cultura brasileira especifica ao patriarcalismo, existente de norte a sul do país; o fato do autor atribuir às duas maneiras de ser do brasileiro – a branca e a preta, o ex-senhor e o ex-escravo – como não antagônicas, mas sim complementares e enriquecedoras da cultura brasileira; o fato de considerar a plasticidade social do português um ponto positivo da colonização do Brasil, cuja sociedade tornou-se mais apta à mobilidade e à miscigenação positiva; o fato de Freyre não enxergar no passado colonial do Brasil um obstáculo a ser superado, sendo por ele valorizado positivamente; o fato do autor, ter chamado atenção para a contribuição do escravo sobre aquilo que o brasileiro tem de mais íntimo, contribuindo para tentar abrandar o racismo de seus leitores; dentre outros fatores. 43 12. (UFGO 2010 2) Observe a imagem.

ALÔ, AMIGOS, 1943. Disponível em:

<edicaoextrablog.blogspot.com/2010_01_01 archive.html>. Acesso em: mar. 2010.

A imagem refere-se a uma cena de Alô, Amigos, filme lançado por Walt Disney, em 1943. Nessa cena, Zé Carioca apresenta o Rio de Janeiro para o Pato Donald, ao som da música ―Aquarela do Brasil‖, uma composição de Ary Barroso. Na cena, o encontro entre os dois personagens simboliza a aproximação entre Brasil e Estados Unidos, nos anos de 1940. Diante do exposto, explique: a) o principal interesse que orientou a aproximação entre Brasil e Estados Unidos; Resposta:

Apesar de os Estados Unidos há muito tempo considerarem as Américas sua área de influência política e cultural, no contexto da década de 1940, o principal interesse que orientou a aproximação entre Brasil e EUA foi a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, determinada, especialmente, após a entrada dos Estados Unidos no conflito, em 1941, e o afundamento de navios brasileiros, em 1942. Antes mesmo do envio da FEB (Força Expedicionária Brasileira) à Itália, o Brasil contribuía com os Aliados, comercializando matérias-primas (borracha, minérios de ferro) e cedendo bases militares (em Natal, Belém, Salvador e Recife, dentre outras).

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b) com base na imagem como o personagem Zé Carioca expressa uma visão sobre a cultura brasileira no período. Resposta:

Os elementos simbólicos utilizados por Walt Disney indicam uma imagem sobre a cultura brasileira, afirmada pela ―Política da Boa Vizinhança‖, que contribuía para a ―americanização do Brasil‖. Ass im, no caso de Zé Carioca, personagem criado por Walt Disney, ocorre a associação entre as características do personagem e as do ―povo brasileiro‖ como sinônimo de ―carioca‖ (natural da cidade do Rio de Janeiro). Nesse sentido, o papagaio falante, imagem estereotipada do brasileiro, representava a malandragem, a alegria e a boemia, características associadas também à cidade, cuja vida urbana evocava o prazer (a cachaça, a praia e o carnaval). Critério de correção - Atendeu plenamente ao que foi solicitado a resposta do candidato que: 1) no item ―a‖, mencionou a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial (com o afundamento de navios), explorando uma relação anterior entre esses países, mediada pelo interesse no comércio e na construção das bases militares; 2) no item ―b‖, expôs a ocorrência da ―Política de Boa Vizinhança‖ (ou aludiu ao processo de americanização ou, ainda, ao american way of life) e relacionou a imagem de Zé Carioca à malandragem, à boêmia, à alegria, esclarecendo que essa imagem é um estereótipo que, à época, se afirma sobre a cultura brasileira.

44 15. (UFGO 2005) Na história política brasileira, no período de 1937 a 1945, houve o exercício do autoritarismo no poder. No entanto, entre 1945 e 1964, assiste-se à emergência de partidos políticos que garantiram o exercício democrático na escolha de representantes do povo nos poderes executivo e legislativo. No que se refere ao processo de alternância de poder na era Vargas e a composição dos partidos políticos, analise

a) a escolha dos governos estaduais durante a ditadura de Vargas; Resposta: Na era Vargas, os governadores ou interventores estaduais eram nomeados pelo presidente da República.

b) a base de apoio dos partidos PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) e o PSD (Partido Social Democrático), que atuaram no Brasil durante o período de 1945 a 1964. Resposta:

A base de apoio do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro): burocracia sindical ligada ao trabalhismo tributário de Vargas; camadas populares urbanas.

A base de apoio do PSD (Partido Social Democrático): oligarquias rurais; banqueiros e industriais habituados à negociação com o governo central. 45 2. (UFBA 2012 disc) Tendo como foco o caráter dependente da economia brasileira, resultante do seu

processo histórico, apresente uma informação relativa a essa dependência:

a) Na República Velha (1889-1930); Resposta: - Especialização na produção monocultural de gêneros agrícolas e produtos primários; as especializações regionais: café, açúcar, cacau, borracha, algodão. - Controle da comercialização dos gêneros de exportação por firmas estrangeiras; - Empréstimos tomados a instituições financeiras estrangeiras, sobretudo europeias (Inglaterra, França, Alemanha, Holanda) e norte-americanas. - Importação de produtos industrializados (bens de consumo);

b) No Período Desenvolvimentista (década de 1950). Resposta: - Internacionalização da economia – abertura ao capital estrangeiro; - Investimentos do capital estrangeiro somados aos fracos capitais nacionais na produção de bens de consumo duráveis (eletrônicos, eletrodomésticos, automobilísticos); - Aliança da burguesia nacional aos grupos econômicos externos; - Pouco controle na remessa dos lucros das empresas estrangeiras para o exterior; - Ampliação da dívida externa brasileira. 46 3. (PUC RJ 2008 3) ―Aqui estão os meus amigos trabalhadores, vencendo uma campanha de terror

ideológico e sabotagem, cuidadosamente organizada para impedir ou perturbar a realização deste memorável encontro entre o povo e seu presidente, na presença das mais significativas organizações operárias e lideranças populares deste país. (...) O caminho das reformas é o caminho do progresso pela paz social. Reformar é solucionar pacificamente as contradições de uma ordem econômica e jurídica superada pelas realidades do tempo em que vivemos. (...) Sei das reações que nos esperam, mas estou tranquilo, acima de tudo porque sei que o povo brasileiro já está amadurecido (...) e não faltará com seu apoio às medidas de sentido popular e nacionalista‖.

Discurso do Presidente João Goulart no Comício da Central do Brasil, Rio de Janeiro, 13 de março de 1964.

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O governo de João Goulart (1961-1964) demarcou um momento de mudanças na história brasileira

contemporânea. O discurso acima, pronunciado no polêmico Comício da Central do Brasil, apresenta

algumas das ideias e propostas desse governante, alvos de intensa crítica por parte dos grupos de

oposição. Tendo-o como referência:

a) Caracterize duas propostas do programa político de Goulart.

Resposta:

O candidato poderia identificar:

- a defesa da implementação das Reformas de Base (Agrária, Administrativa, Universitária, Tributária).

Destacou-se, pela polêmica então causada, o debate parlamentar sobre o projeto de Reforma Agrária

proposto pelo governo e a adoção de algumas medidas associadas ao referido projeto;

- a aplicação de medidas econômicas de orientação nacionalista, como a lei de controle sobre a remessa de

lucros, e a criação da Eletrobrás;

- a decretação de anistia para marinheiros e sargentos envolvidos nas revoltas e sublevações então

promovidas, em 1963 e 1964;

- a orientação trabalhista valorizadora da aproximação e do diálogo entre lideranças sindicais e o governo

federal.

b) Identifique dois grupos opositores à implementação desse programa.

Resposta:

Entre os grupos opositores ao governo de João Goulart, o candidato poderia identificar:

- Segmentos do alto escalão das Forças Armadas, com destaque para facções da cúpula dirigente do

Exército;

- Facções da burguesia industrial e comercial, contrárias às medidas de natureza nacionalista;

- Lideranças político-partidárias contrárias ao trabalhismo, ao varguismo e ao nacionalismo, destacando-se

grupos da UDN e do PSD;

- Setores da classe média urbana, descontentes com a escalada inflacionária.

47 2. (PUC RJ 2011 1) As leis que compõem a legislação trabalhista, no Brasil, foram implementadas ao

longo do século XX, em contextos políticos específicos:

* Contexto A – instituição da Jornada de Trabalho de 8 horas diárias e 48 horas semanais (1932);

regulamentação do trabalho feminino e infantil (1932).

* Contexto B – estabelecimento do Décimo Terceiro Salário (1962); criação do Estatuto do Trabalhador

Rural (1963).

a) Apresente DUAS características do Contexto A relacionadas diretamente à criação de leis trabalhistas.

Resposta:

O Contexto A relaciona-se ao momento imediatamente posterior à Revolução de 1930. A Aliança

Liberal que assumiu o governo com Getúlio Vargas, na presidência, propunha a implantação de leis sociais

trabalhistas como forma de regulamentar o mercado de trabalho e as relações entre empresários e

trabalhadores urbanos. Essa perspectiva respondia às tensões derivadas do crescimento do movimento

operário na Primeira República. Imediatamente após a Revolução foi criado o Ministério do Trabalho, da

Indústria e do Comércio, organismo do primeiro escalão governamental, para regulamentar e fiscalizar as

relações de trabalho. Nesse contexto, foi decretada uma nova legislação sindical, em 1931, sob a gestão do

ministro Lindolpho Collor. A nova lei tinha como objetivo geral fazer com que as organizações sindicais de

empresários e trabalhadores se tornassem órgãos de colaboração do Estado, colocando em prática um

modelo sindical corporativista.

b) Identifique UMA semelhança e UMA diferença entre o Contexto A e o Contexto B, em relação à

política trabalhista.

Resposta:

O Contexto A relaciona-se ao Governo Vargas, em momento imediatamente posterior à Revolução

de 1930; o Contexto B relaciona-se ao Governo João Goulart.

Semelhança – os dois governos deram ênfase aos direitos sociais trabalhistas.

Diferenças – a legislação trabalhista, no Contexto A, atingiu exclusivamente os trabalhadores urbanos e no

contexto B ampliou o leque para os trabalhadores rurais; no Contexto A, a legislação foi decretada pelo

Poder Executivo, já que o Congresso não estava em atividade, e no Contexto B, a legislação foi debatida e

aprovada pelo Congresso Nacional.

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48 3. (PUC RJ 2011 2) ―Após a Segunda Guerra Mundial, o otimismo e a esperança implicaram profundas alterações na vida da população em todo o mundo. No Brasil, isso permitiu a uma parcela da população - os setores médios dos centros urbanos - consumir novos e mais produtos. A vontade do novo trazia embutido, em várias áreas da cultura, o desejo de transformar a realidade de um país subdesenvolvido, de retirá-lo do atraso, de construir uma nação realmente independente. O entusiasmo pela possibilidade de construir algo novo implicou o surgimento e o impulso a vários movimentos no campo artístico.‖

Adaptado de Mônica Almeida Kornis, “Sociedade e cultura nos anos 1950”, http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/artigos/Sociedade/Anos1950

a) Identifique DOIS fatores responsáveis pelo clima de otimismo e esperança que marcou o contexto brasileiro após o fim da Segunda Grande Guerra. Resposta:

Entre os fatores responsáveis pelos sentimentos de otimismo e esperança que marcaram o contexto brasileiro após o fim da Segunda Grande Guerra, podemos destacar: - a democratização política, com o fim do Estado Novo e a promulgação da Constituição de 1946; - a perspectiva de desenvolvimento econômico, retomando o crescimento industrial da década de 1930; - a euforia decorrente da participação brasileira na Guerra ao lado dos países aliados vitoriosos; - a aceleração do crescimento urbano e processos correlatos, como a maior alfabetização e o intenso movimento associativista. b) Caracterize UM movimento cultural, ocorrido no Brasil nas décadas de 1950 e 1960, que refletia o ―entusiasmo pela possibilidade de construir algo novo‖. Resposta:

Entre os movimentos culturais, destacam-se: - o Cinema Novo, que ambicionou, através de uma abordagem humanista, representar a realidade nacional e a cultura popular; - a Bossa Nova, movimento que pretendeu revitalizar a música brasileira, tanto retomando canções populares nacionais como trazendo uma nova forma de interpretação em tom intimista e um novo ritmo; - o Tropicalismo, movimento que surgiu sob a influência das correntes artísticas de vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira; - o Centro Popular de Cultura, vinculado à União Nacional de Estudantes (UNE), promotor de teatro e arte popular, além de entusiasta dos movimentos de alfabetização de base. 49 7. (UFF 2005 2) ―Do ponto de vista econômico, stricto sensu, o golpe de 1964 não correspondeu a

nenhum marco no sentido da definição de um novo modelo de acumulação. Pelo contrário, seu papel foi apenas o de garantir a consolidação definitiva do modelo implantado nos anos 50, aprimorando-o. Uma vez ―limpa a casa‖, em pleno auge da recessão econômica, a política econômica do novo governo obedeceu a dois imperativos: (a) recriar condições para financiar as inversões necessárias à retomada da expansão capitalista; e (b) fornecer as bases institucionais do processo de concentração oligopolista a qual, até o momento, vinha se dando caoticamente‖.

MENDONÇA, Sonia Regina de. Estado e Economia no Brasil: Opções de Desenvolvimento. Rio de Janeiro, Graal, 2003.

Com base no texto acima, a) indique duas medidas de política econômica, praticadas pelo governo militar pós-64, responsáveis pela recriação das condições de financiamento da expansão capitalista no Brasil; Resposta:

Dentre as medidas solicitadas o candidato poderá mencionar DUAS dentre as seguintes opções: 1- arrocho salarial contra a classe trabalhadora; 2- política salarial seletiva quanto aos aumentos concedidos; 3 – aumento dos preços dos bens e serviços produzidos pelas empresas públicas (energia, telefonia, etc); 4 – concessão de créditos industriais baratos para as grandes empresas industriais; 5 – instituição do crédito ao consumidor; 6 – fortalecimento e expansão do mercado financeiro; 7 – contratação de empréstimos externos, pelo governo, para investimento industrial; 8 – endividamento externo do estado para repassar divisas às empresas multinacionais, facilitando a remessa de seus lucros; 9 – aumento da taxa de exploração do operariado; 10 – emissão intensa de títulos da dívida pública no mercado financeiro; 11 – o garroteamento da pequena e média empresa pelo Estado, dentre outras. b) explique por que o golpe de 64 não representou mudança estrutural no modelo de desenvolvimento, vigente desde a segunda metade da década de 50. Resposta:

Já com relação ao fato de o golpe de 64 não representar mudanças no modelo econômico, a principal razão consiste no fato de que o governo militar manteve as características do modelo de desenvolvimento anterior, implantado na gestão JK, a saber: o desenvolvimento econômico (ou capitalista) baseado na abertura da economia brasileira aos capitais estrangeiros (aplicados no setor industrial de bens

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de consumo duráveis), com o apoio do capital estatal (investido do setor produtivo de bens de capital) e do capital nacional (aplicado na indústria de bens de consumo correntes). Também há continuidade no sentido de que todas as medidas adotadas pelo novo regime visaram a dois objetivos: 1- preservar o endividamento externo do país de modo a repassar capitais para os investimentos privados estrangeiros e nacionais; 2- assegurar condições internas para o aumento do consumo dos bens produzidos pelas indústrias multinacionais instaladas no país, sobretudo a de automóveis e eletrodomésticos. 50 5. (UFF 2007) Ligado à União Nacional dos Estudantes, o Centro Popular de Cultura produziu, em 1961,

um clássico do teatro brasileiro: Eles não usam black-tie, escrito e dirigido por Gianfrancesco Guarnieri, recentemente falecido. A peça era uma aguda e sensível análise sobre a vida do operariado brasileiro e era um exemplo de um teatro engajado, preocupado em fazer uma reflexão sobre as dificuldades e mazelas do povo brasileiro.

Com base nessa afirmativa: a) exemplifique a atuação da UNE na defesa da democracia no Brasil, no período imediatamente posterior ao Golpe de 1964; Resposta:

O candidato poderá destacar o papel da UNE na organização da Passeata dos Cem Mil, contra o regime militar, ocorrida em 21 de junho de 1968. Poderá ainda ressaltar a importância da UNE na defesa pela restauração da democracia. b) discuta a relação entre nacionalismo e cultura popular presente nos princípios e nas ações desenvolvidas pelo Centro Popular de Cultura. Resposta:

O candidato deverá responder que, nos anos 1960, o Centro Popular de Cultura compartilhava a crença numa ideologia nacionalista. Atores, dramaturgos, diretores, produtores ligados ao Centro Popular de Cultura procuraram politizar e popularizar o teatro brasileiro. A conscientização das classes populares, através da linguagem teatral, era um dos objetivos buscados por dramaturgos como Oduvaldo Vianna Filho e Gianfrancesco Guarnieri. Por conta disso, havia a expectativa de que era possível recuperar as tradições e lutas dos trabalhadores brasileiros, configurando-as como uma identidade nacional, a ser resgatada, preservada e divulgada. O candidato poderá também destacar que a ―cultura popular‖, vista como uma das alternativas para a transformação da realidade brasileira era pensada a partir da arregimentação dos intelectuais e da conscientização dos populares. Em outras palavras, os artistas e intelectuais do Centro Popular de Cultura acreditavam que a cultura popular seria capaz de promover intensas transformações na estrutura econômica e nas relações de poder no país. Por esta razão, o CPC era visto como promotor desta mesma cultura, pensada como nacional. 51 4. (UFF 2010) Em 1967, o então ministro do Planejamento Roberto Campos afirmou, com relação à

chamada ―desnacionalização temporária‖ da economia brasileira, que ―a escolha é entre mantermos um nacionalismo míope ou absorvermos maciçamente capitais e técnicas estrangeiras. Esta última é a melhor‖.

CAMPOS, Roberto. Do outro lado da cerca. Rio de Janeiro: IBGE, 1967, p. 65.

Com base nessa afirmativa: a) indique uma das contradições que levaram ao golpe de 1964 e mencione o presidente da República do qual Roberto Campos foi ministro; Resposta: O candidato poderá indicar uma dentre as seguintes opções: forte migração campo-cidade; as reformas de base anunciadas pelo presidente João Goulart; a alta inflacionária que corroia os salários dos trabalhadores urbanos; a discussão sobre uma reforma agrária distributivista que ameaçava grandes proprietários de terra; o Plebiscito em prol do retorno do Presidencialismo que ameaçava setores conservadores; o Plano Trienal que visava à retomada do desenvolvimento sem a inflação; a forte mobilização dos trabalhadores urbanos em prol de aumentos salariais; a proposta de Reforma eleitoral que poderia alterar o equilíbrio político até então favorável às forças conservadoras e de direita. O presidente do qual Roberto Campos foi ministro foi o general Humberto de Alencar Castelo Branco. b) explique a relação entre o golpe civil-militar de 1964 e o aprofundamento da desnacionalização da economia brasileira. Resposta: O candidato deverá remeter à crise econômica e social de 1962-64, por sua vez herança do ―modelo‖

econômico implantado sob a gestão de Juscelino Kubitschek de Oliveira, sob cuja gestão optou-se pela

implantação, no Brasil, da indústria de bens de consumo duráveis – automóveis e eletrodomésticos,

sobretudo – de propriedade do capital estrangeiro. Deverá mencionar, ainda, que este modelo permaneceu

em vigor mesmo após o final do mandato daquele presidente e também sob os presidentes Jânio Quadros e

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João Goulart. A manutenção desse modelo gerou uma contradição grave: a economia brasileira de fato

passou a contar com um ―tripé‖ industrial afirmado – composto pelo setor de bens de consumo correntes a

cargo de capitais nacionais, o setor de bens de produção estatal e o um setor de bens de consumo duráveis

estrangeiro – porém as empresas multinacionais vendiam sua produção para o mercado interno brasileiro e,

ao mesmo tempo, precisavam remeter os lucros para suas matrizes europeias e norte-americanas, o que se

era difícil num contexto marcado por altas taxas de inflação. A solução para gerar divisas que facilitassem

essa remessa dos capitais forâneos aqui investidos, as classes trabalhadoras deveriam ser penalizadas,

minimizando-se seus salários e maximizando os lucros empresariais, bem como os impostos do estado.

Entretanto, diante da forte mobilização popular que acompanhou a gestão do presidente João Goulart

tornava a alternativa de difícil realização. Foi para viabilizar essa alternativa que se urdiu o golpe civil-militar

de 1964, pois, num regime autoritário, os protestos e mobilizações populares seriam mais facilmente

controlados – mesmo que através da violência militar – tornado possível a implementação da ―escolha‖ por

mais investimentos estrangeiros que, doravante, teriam a remessa de seus lucros facilitada, inclusive,

através de novos empréstimos externos contraídos pelo Brasil.

O candidato também poderá colocar que o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG) Castelo Branco

foi o instrumento formal que viabilizou essa alternativa, uma vez que ele implementou: a) uma nova Lei

Salarial que penalizou os baixos salários e beneficiou os ganhos mais altos; b) a criação de novos tributos

como o IPI (Imposto sobre a Produção Industrial) e ICM (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias) que

penalizaram as industrias autenticamente nacionais disponibilizando mais mercado interno para as

multinacionais; c) a unificação da Previdência Social (INPS) que gerou uma massa de recursos a serem

utilizados pelo Estado para beneficiar suas empresas, assim como ao grande capital privado nacional

e estrangeiro.

52 5. (UFF 2008) Em dezembro de 2008, serão transcorridos quarenta anos da edição do Ato Institucional

Nº 5 (AI-5) pelo governo civil-militar instalado após o golpe de 1964. A partir dele, o novo regime

aperfeiçoaria suas técnicas de repressão e censura a qualquer manifestação de oposição à

ditadura militar.

A partir da afirmativa:

a) indique duas manifestações posteriores a 1964 — sejam de cunho político, artístico ou cultural — de

questionamento ao regime militar;

Resposta:

O candidato poderá indicar DUAS dentre as seguintes opções: - organização de ações armadas pela ALN e a VPR; - guerrilha de Caparaó; - a guerrilha do Araguaia; - o Tropicalismo; - o Teatro de Arena; - o Cinema Novo; - o grupo Opinião; - a atuação da Revista Civilização Brasileira; - o ascenso do movimento estudantil comandado pela UNE, etc.

b) analise os impactos do AI-5 no que se refere ao avanço da repressão e da censura no país.

Resposta:

O candidato deverá destacar que o caráter antidemocrático da ditadura civil-militar implantada em

1964 foi agravado em extremo pelo AI-5 uma vez que, com este, os setores militares mais direitistas

(conhecidos como ―linha dura‖) oficializaram uma espécie de terrorismo de Estado, que deixou de lado

qualquer tipo de pruridos liberais, até meados dos anos 1970. Com isso agravou-se enormemente o caráter

ditatorial do governo, pois o AI-5 colocou em recesso tanto o Congresso Nacional, quanto as Assembleias

Legislativas estaduais, dando ao governo plenos poderes para cassar mandatos eletivos, suspender direitos

políticos dos cidadãos, demitir ou aposentar juízes e demais funcionários públicos e suspender o habeas

corpus em crimes contra a segurança nacional. Além disso, a partir do AI-5 o governo passou a poder

legislar por decreto e a julgar crimes políticos em tribunais militares. Tudo isso em nome da segurança

nacional, tida como indispensável ao desenvolvimento econômico que geraria, mais tarde, o ―milagre‖

brasileiro. Sob o manto do AI-5 generalizou-se, nos porões do regime, o uso da tortura, do assassinato e

demais abusos de autoridade. Assim, com o AI-5 foram cassados, torturados e forçados ao exílio vários

estudantes, intelectuais e políticos, sendo instituída a censura nos meios de comunicação, reprimindo a

efervescência cultural e política do período.

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53 12. (UFGO 2010 1) Analise a imagem a seguir.

HENFIL. Diretas Já!. São Paulo: Record. 1984. Disponível em: <flick.com/photos/fotosdocalc/3632225649/>. Acesso em: out. 2009.

Essa imagem alude a um importante acontecimento político da história do Brasil contemporâneo. Tomando como referência os elementos presentes no cartum, a) identifique e explique as principais características desse acontecimento; Resposta: O cartum refere-se à campanha das Diretas Já. Com base na sua análise, pode-se identificar como características desse acontecimento: - a ampla participação popular, associada ao fortalecimento dos movimentos sociais (trabalhadores, estudantes, artistas), representada, no cartum, pela multidão portando cartazes de cunho popular. - o pluripartidarismo, cujo marco foi a reestruturação político-partidária iniciada em 1979, que ampliou as alianças para a redemocratização do país; representado, no cartum, pela lembrança de Teotônio Vilela e pelas siglas que, implicitamente, satirizam os partidos políticos. b) qual o desfecho desse acontecimento e como o cartunista o interpreta? Resposta:

A campanha pelas Diretas Já teve como desfecho a derrota do movimento popular em virtude da rejeição, no Congresso Nacional, dos termos contidos na ―Emenda Dante de Oliveira‖, estabelecendo-se a eleição indireta para o cargo de presidente e vice no Brasil. No cartum, o artista expressa a frustração popular diante da declaração irônica do militar com o megafone. A frase proferida por esse personagem indica a impossibilidade do exercício pleno da democracia à época, uma vez que o ―povo era ilegal‖ e ―devia voltar para casa‖.

Critério de correção - Atendeu plenamente ao que foi solicitado o candidato que: 1) no item A, identificou e explicou as características do Movimento Diretas Já, no caso, a participação popular e o pluripartidarismo. Para o caso da participação popular, é importante indicar os distintos setores sociais presentes nas manifestações, o seu caráter pacífico e o fortalecimento dos movimentos sociais conforme avançava o desejo pela redemocratização; 2) no item B, apontou o desfecho do movimento que foi sua derrota, explicando esse desfecho, o que exigia mencionar a rejeição da Emenda Dante Oliveira e a manutenção do voto indireto para a eleição presidencial. A questão exigia ainda relacionar esse desfecho ao expresso por Henfil por meio do cartum. 54 5. (UFF 2006) Escrevendo sobre a transição democrática brasileira e a emergência da Nova República

em 1985, Boris Fausto afirma que ―O fato de que tenha havido um aparente acordo geral pela democracia, por parte de quase todos os atores políticos, facilitou a continuidade de práticas contrárias a uma verdadeira democracia. Desse modo, o fim do autoritarismo levou o país a uma ―situação democrática‖ mais do que a um regime democrático consolidado. A consolidação foi uma das tarefas centrais do governo e da sociedade nos anos posteriores a 1988‖.

FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. São Paulo: Edusp/ Imprensa Oficial do Estado, 2002.

Com base na leitura do texto, analise duas contradições presentes no processo da transição ―democrática‖ no Brasil. Resposta:

Dentre as contradições, o candidato poderá apontar: a) o fato de que a transição, por ter sido iniciada pelos próprios presidentes militares – em particular pelo presidente Ernesto Geisel – consistiu num processo,a princípio, controlado pelos próprios militares que, em função das disputas internas na corporação entre os setores mais ―liberais‖ e a chamada ―linha dura‖, imprimiram como sua marca um caráter lento, gradual e seguro, ―fechado‖, portanto, às reivindicações de caráter popular; b) o fato de que a transição brasileira,apesar de não provocar grandes abalos sociais, revelando o continuísmo de certos grupos no poder, também não contemplou os reais problemas socioeconômicos do país, os quais transcendiam, em muito, a mera garantia de direitos políticos à população, dentre eles a redistribuição da renda, o fim da desigualdade de oportunidades a todos, a redefinição do modelo econômico recessivo, então praticado desde a crise do ―milagre‖ etc.; c) outra contradição residiu no fato de que a transição, por ser ―pactuada‖, resultou na permanência de práticas políticas tradicionais tais como a corrupção e o clientelismo, que impediram a consolidação de um regime efetivamente democrático; d) o fato de a campanha das ―Diretas Já!‖. (em torno da votação da Emenda Dante de Oliveira, que restabeleceria eleições diretas para presidente da República ) ter sido substituída pela campanha pró-eleição de Tancredo Neves, pelo voto indireto no Congresso (o mesmo que não aprovara as eleições diretas), já revelaria um

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novo arranjo político, do qual foram excluídos atores sociais antes presentes,sobretudo aqueles comprometidos com as causas populares, como o PT, por exemplo, grande mobilizador das ―Diretas Já!‖; e) o fato de que a transição, por consistir numa resposta do regime militar às pressões dos setores dominantes, prejudicados pela crise econômica marcada pela inflação e estagnação, contou com um caráter altamente conservador e antipopular no tocante às políticas econômicas. Tais políticas foram praticadas após a posse do primeiro presidente civil (José Sarney), cujos ―planos‖ econômicos – Cruzado, Bresser e Verão – via de regra, penalizaram os trabalhadores mediante congelamento dos salários e não dos preços – com exceção do Plano Cruzado, em sua fase inicial; f) o fato de que a transição e a Nova República, sendo expedientes políticos que, em certa medida, desviavam as atenções da grave crise econômica do país - sem atacar de frente seus reais motivos - levaram ao agravamento da própria espiral inflacionária. Isso porque as políticas econômicas do período basearam-se em aumentos de tarifas públicas e impostos, além da ampliação vertiginosa da dívida interna brasileira; g) o fato de que o sistema eleitoral, nascido com a Nova República e a Constituição de 1988 – estabelecendo eleições em dois turnos, por exemplo –, padeceu de limitações que impediriam a realização de disputas eleitorais representativas da vontade da maioria da população, favoreceu a vitória de candidatos da elite; h) o fato de que a política econômica do ―feijão com arroz‖ (do então ministro Maílson da Nóbrega, 1988) – destinada a promover o ―controle‖ da inflação em torno de 15% ao mês, (mediante redução de déficits públicos via corte de incentivos fiscais – com a recuperação de algumas prerrogativas econômicas para o Congresso, após a aprovação da nova Constituição de 1988,) levou a uma crise de ―ingovernabilidade‖, que cedo comprometia o caráter ―democrático‖ da Nova República, dentre outras contradições. 55 6. (UFBA 2009) Em relação a atitudes preconceituosas e discriminatórias contra as chamadas ―minorias‖

étnicas, de gênero, portadores de necessidades especiais, entre outras, aponte duas medidas tomadas, no Brasil, para combater essas atitudes.

Resposta: * Para negros e índios:

- Ações afirmativas e políticas de combate à pobreza e de inclusão social; complexidade na política de definição das reservas indígenas. - Reconhecimento de expressões culturais afro-indígenas como componentes do patrimônio cultural nacional. - Publicação das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008.

* Para deficientes físicos: - Cotas no mercado de trabalho. - Adaptação de vias públicas, prédios e transportes. - Políticas educacionais de inclusão social.

* Para homossexuais: - Liberdade para passeatas e campanhas de liberalização de casamentos e heranças.

* Para crianças e adolescentes: - Estatuto do menor e do adolescente.

* Para a mulher: - Aprovação da Lei Maria da Penha.

56 8. (UFF 2005 2) O ano de 1985 foi o marco inaugural da chamada Nova República no Brasil. Representou o retorno do Poder Executivo às mãos de civis, após 21 anos de ditadura militar. Essa transição democrática, entretanto, não foi simples, revelando rupturas e também continuidades. Indique dois aspectos de ruptura e dois de continuidade, inerentes à Nova República brasileira. Resposta:

Dentre os aspectos de Ruptura, o candidato poderá mencionar dois dos seguintes: 1- fim do regime político autoritário ou de exceção; 2- ampliação do processo político-representativo, com aprovação de eleição direta para presidente da República, prevista para 1990; 3 – retorno do pluripartidarismo político-eleitoral; 4- aprovação da realização de uma nova Assembleia Nacional Constituinte; 5- fim da nomeação direta, por parte do Executivo, dos prefeitos de cidades consideradas como ―áreas de segurança nacional‖ etc.

Dentre os aspectos de continuidade, o candidato poderá mencionar dois dos seguintes: 1- o fato de a transição ter sido conduzida ―pelo alto‖ e não fruto de movimentos populares intensos e organizados; 2- o enraizado clientelismo político e o consequente empreguismo; 3- manutenção dos militares em cargos chaves do Estado brasileiro; 4- manutenção do Serviço Nacional de Informações (SNI);

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5- a manutenção das elites tradicionais e de políticos do partido de apoio ao regime militar (ARENA) junto ao Estado e à Assembleia Nacional Constituinte; 6- a forte crise econômica do Estado brasileiro, que impediu transformações mais democráticas e políticas econômicas capazes de distribuir melhor a renda da população brasileira; 7- ausência de instituições do Estado, confiáveis e abertas aos cidadãos; 8- impossibilidade de modernização do Estado, dentre outras.

57 5. (UFF 2009) ―No ano de 1994, durante a gestão do presidente Itamar Franco, de quem FHC era

ministro da Fazenda, veio a público o Plano Real, que teve, de fato, efeitos imediatos em conter a inflação e estabilizar os preços. Este êxito baseou-se em dois pontos-chave. Por um lado, o plano uniformizou todos os reajustes de preços, câmbio e salários, mediante a aplicação de um novo índice, a Unidade Real de Valor (URV). Por outro, criou uma nova moeda para o país, o Real, que foi artificialmente equiparada ao dólar, criando a paridade cambial. Isso significava dizer que, em todas as operações comerciais com o Exterior, um Real equivaleria a US$ 1‖.

(Sonia R. de Mendonça. A Industrialização Brasileira). Com base no trecho acima: a) explique o mecanismo que sustentou a ―paridade cambial‖ e o que garantiu a estabilidade dos preços no país, avaliando o desdobramento imediato de ambos para a economia brasileira; Resposta:

O candidato deverá explicar que a paridade cambial foi mantida artificialmente à custa das reservas cambiais do governo, sangradas para sustentar uma moeda a uma taxa de câmbio muito acima de seu valor efetivo, ampliando potencialmente a capacidade de endividamento externo do país. Quanto à estabilidade dos preços, foi obtida, sobretudo a partir da redução das tarifas aduaneiras sobre vários produtos importados, o que ampliou significativamente o grau de abertura de nosso mercado interno para mercadorias e capitais estrangeiros. Como desdobramento imediato dessas medidas, ocorreu um brutal aumento das importações brasileiras, já que o câmbio alto/moeda valorizada barateava os produtos estrangeiros, provocando uma ―onda‖ de importações – cujo emblema foi a multiplicação das lojas de importados a R$ 1,99 – bem como um choque de preços junto às atividades agrícolas e industriais, obrigadas a baixarem ainda mais seus preços para tentar enfrentar a concorrência estrangeira. O candidato também poderá mencionar que isso afetou negativamente as taxas de crescimento do PIB brasileiro.

b) analise duas linhas mestras da política econômica praticada pela primeira gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso. Resposta:

Dentre as linhas mestras da política econômica da gestão FHC, o candidato poderá se reportar, dentre outras: a) ao fato de o Real valorizado facilitar a entrada em massa de capitais estrangeiros no país, o que seria exibido como sintoma de ―modernização‖ e de ―recuperação‖ da economia quando, na verdade, estava-se incentivando a desnacionalização da economia nacional; b) à desindustrialização da economia brasileira que se estava promovendo, uma vez que, com a moeda artificialmente valorizada, os empresários não somente não conseguiam enfrentar a concorrência dos baixos preços de produtos estrangeiros, como também, por consequência, diminuíram seus investimentos na produção, provocando uma onda de falências onde apenas sobreviveram os empresários industriais que conseguiram tornar-se competitivos, ou seja, capazes de adotar novos métodos de reorganização produtiva com tecnologias sofisticadas poupadoras de mão de obra e, ainda assim, o único setor industrial que cresceu entre 1989 e 1998 foi o de bens de consumo duráveis; c) à desnacionalização da economia também no tocante à invasão de capitais estrangeiros junto aos poucos ramos industriais que contavam com algum dinamismo no país, como plásticos, metalurgia e materiais elétricos e eletrônicos, mediante estratégias como a fusão e aquisição de empresas pelo capital externo; d) ao programa de privatizações das empresas públicas, sobretudo de estatais do ramo das telecomunicações, portos, ferrovias, siderurgia, etc., visando, de um lado, que o Estado angariasse capitais para o pagamento da dívida externa do país e, de outro, que se diminuíssem os gastos públicos com empresas que eram definidas como ―pouco lucrativas‖, o que contribuiu ainda mais para desnacionalizar a economia brasileira.

58 4. (UFBA 2011) O processo eleitoral vigora no Brasil desde o primeiro século de sua história, tendo sofrido modificações, em razão das próprias conjunturas em que ocorreram.

Com base nessa afirmação, indique uma característica do processo eleitoral, nos períodos: Eleições no Período Colonial: Resposta: - eleições elitistas, baseadas na participação exclusiva dos ―homens bons‖: eleitores e elegíveis, grandes proprietários e grandes comerciantes; - eleições para as Câmaras Municipais.

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Eleições no Período Monárquico: Resposta: - eleições censitárias: eleitorado selecionado a partir de bens ou de renda; - cidadania restrita, dependendo da renda; - eleitorado dividido entre eleitores de primeiro e segundo graus, selecionados a partir dos bens ou da renda; - elegíveis também selecionados a partir dos bens: deputados e senadores. - senado vitalício escolhido em lista tríplice pelo Imperador. Eleições na República Velha (1889-1930): Resposta: - eleições diretas: voto aberto, restrito a homens maiores de 18 anos e alfabetizados; - voto controlado pela força dos ―coronéis‖; eleições a bico de pena; eleições do clavinote; - eleições sujeitas à CVP (Comissão de Verificação de Poderes) estabelecida pela Política dos Governadores; - aniquilação das oposições.

Eleições na Fase do Populismo (1945-1964): Resposta: - eleições diretas: voto universal, com exceção dos analfabetos e soldados; - voto feminino; - voto secreto e livre; - atuação do pluripartidarismo. 59 5. (UFBA 2011) Na história da República brasileira dois períodos foram marcados por governos militares

- 1891/1894 e 1964/1985 -, cujas ações no âmbito das organizações institucionais apresentaram características específicas.

A partir dessa afirmação, indique uma alteração sofrida pelas instituições políticas, em cada um desses períodos do governo militar: Alterações no primeiro período de governo militar (1891-1894): Resposta: Modificações institucionais: - dissolução do Congresso pelo presidente Deodoro da Fonseca em 3 de novembro de 1891; - decretação do estado de sítio; - substituição do Presidente pelo Vice, Floriano Peixoto, sem a necessária convocação de novas eleições. Alterações no segundo período de governo militar (1964-1985): Resposta: Modificação institucional: - suspensão da Constituição de 1946; - aplicação de Atos Institucionais; - eleições indiretas dos executivos estaduais e de alguns executivos municipais; - eleições indiretas para a Presidência de República; - fechamento do Congresso em 1968; - instalação do bipartidarismo. 60 11. (UFGO 2010 2) Analise as imagens.

Disponível em: <www.guilhermefonseca.wordpress.com>. Acesso em:

abr. 2010.

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ISTOÉ, São Paulo, 24 mar. 2010, n. 2106, p. 40.

Os slogans, presentes nas duas imagens, indicam diferenças substantivas envolvendo o debate acerca da exploração do petróleo. Com base na análise das imagens e considerando os distintos contextos, explique os projetos e os conflitos políticos relacionados à exploração do petróleo, a) no período de 1940 a 1950; Resposta: No período de 1940 a 1950, o projeto de criação da Petrobrás como detentora do monopólio da exploração do petróleo no Brasil dividiu as elites políticas, estabelecendo um conflito entre elas. Os nacionalistas apoiavam o projeto monopolista (O petróleo é nosso), enquanto os defensores da iniciativa privada, os chamados ―entreguistas‖, duvidavam da eficácia do monopólio. b) na atualidade, levando em conta as discussões ocorridas entre os anos de 2009 e 2010. Resposta: Desde 2009, a proposta de exploração do petróleo no pré-sal exigiu a criação de um novo modelo de exploração e divisão das riquezas, pois a Petrobras já não tem o monopólio da exploração e distribuição do petróleo. A questão da distribuição dos lucros (royalties) motivou uma emenda parlamentar que pretende distribuir igualmente os lucros entre todos os estados, retirando dos estados produtores as vantagens antes auferidas. Nesse conflito contemporâneo, está em jogo a questão federativa: se o petróleo é nosso tem de ser dividido igualmente; entretanto, deve-se considerar que a própria Constituição protege os interesses dos estados produtores. Daí a polêmica e a reação do Rio de Janeiro, que acusa a emenda de covardia. Critério de correção - Atendeu plenamente ao que foi solicitado a resposta do candidato que: 1) no item ―a‖, construiu a relação entre a criação da Petrobras e monopólio da exploração de petróleo, identificando o conflito entre os grupos, nacionalistas e entreguistas, que esteve associado ao modo como a concessão de monopólio seria interpretada (para os nacionalistas, devia-se apoiar o monopólio; para os entreguistas, tal concessão não funcionaria); 2) no item ―b‖, relacionou a exploração do petróleo no pré-sal ao estabelecimento de um novo modelo de exploração e divisão de riquezas, indicando os grupos em conflito, ou seja, era necessário explicar a divergência entre estados produtores (dentre os quais se encontra o Rio de Janeiro, como se pode deduzir da imagem) e a União. 61 5. (UFJF 2011) As imagens abaixo simbolizam dois momentos da República Brasileira.

Embora os indicadores de ambos os períodos revelem crescimento da economia, em vários aspectos os dois governos são distintos. Observe as imagens e, em seguida, responda ao que se pede. a) A que governo refere-se cada uma das imagens e qual é a principal diferença entre eles do ponto de vista político? Resposta: General Médici e Lula. A principal diferença é que o primeiro era uma ditadura e o segundo uma democracia b) Analise as duas conjunturas, ressaltando dois aspectos relevantes de natureza socioeconômica que permitem afirmar que elas são distintas. Primeiro aspecto: Resposta:

Governo Médici: o crescimento econômico se deu com base, inclusive, na retração dos salários. No governo Lula houve crescimento econômico e elevação salarial.

Segundo aspecto: Resposta:

Governo Médici: altas taxas de inflação. Governo Lula: inflação sob controle.

SÉRIE CASA 1. (FGV RJ 2012) Leia o relato abaixo, produzido no século XVI, e responda às questões propostas.

―Imediatamente depois de morto o prisioneiro, as outras mulheres, sobretudo as velhas, que são mais gulosas de carne humana e anseiam pela morte dos prisioneiros, chegam com água fervendo, esfregam e escaldam o corpo a fim de arrancar-lhe a epiderme (...). Logo depois o dono da vítima e

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alguns ajudantes abrem o corpo e o espostejam com tal rapidez que não faria melhor um carniceiro de nossa terra ao esquartejar um carneiro. E então, incrível crueldade, assim como os nossos caçadores jogam a carniça aos cães para torná-los mais ferozes, esses selvagens pegam os filhos uns após outros e lhes esfregam o corpo, os braços e as pernas com o sangue inimigo a fim de torná-los mais valentes.‖

Jean de Léry. Viagem à Terra do Brasil. São Paulo: Martins, 1941 p. 180.

A) Explique o significado das práticas antropofágicas, como a descrita no texto acima, no contexto cultural de alguns povos nativos da América. Resposta: Aquilo que foi entendido como selvageria pelos europeus, eram práticas culturais de cunho religioso, por meio das quais, acreditavam os índios, que a coragem, bravura e valentia do adversário abatido seriam passadas aos seus captores com a ingestão de sua carne. B) Associe as práticas antropofágicas e as justificativas europeias para a conquista e a dominação do continente americano. Resposta: Vendo os índios como seres atrasados, subumanos, praticantes de tais abominações como a antropofagia, precisavam ser resgatados por meio da conquista e das subsequentes domesticação e humanização, proporcionadas pela catequese e por demais práticas de aculturação. 2. (FGV RJ)

O mapa acima nos permite observar a intensidade e as direções do tráfico intercontinental de escravos africanos entre os séculos XVI e XIX. (A) IDENTIFIQUE um efeito do tráfico negreiro nas sociedades americanas. Resposta:

Como efeito do tráfico negreiro intercontinental para as sociedades americanas o candidato deveria identificar os impactos sociais, demográficos e culturais causados pela imigração forçada de números expressivos de grupos africanos então submetidos à condição de escravos. O candidato deveria destacar entre os impactos causados pelo tráfico, os processos de miscigenação e aculturação, formadores de muitos dos particularismos das diversas sociedades coloniais do ―novo mundo‖, valorizando, em particular, as exclusões e hierarquias sociais associadas ao uso predominante do escravo africano em determinadas regiões, como o Caribe, o sul dos EUA e áreas litorâneas do Brasil. (B) IDENTIFIQUE um efeito do tráfico negreiro nas sociedades africanas. Resposta:

Como efeito do tráfico negreiro intercontinental para as sociedades africanas o candidato deveria identificar alguns dos impactos do apresamento e comércio de escravos para a organização política e socioeconômica de tribos e reinos então existentes. Entre esses impactos, o candidato poderia destacar: o aumento de guerras intertribais, a dissolução e a reorganização de grupos étnicos, a sangria demográfica de determinadas regiões causada não só pela migração forçada, mas também por guerras e conflitos potencializados pelos interesses dos envolvidos com os negócios negreiros.

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(C) Nas lavouras canavieiras situadas no Recôncavo baiano e no litoral de Pernambuco, ao longo da segunda metade do século XVI, a mão de obra indígena foi sendo substituída pela do escravo africano. EXPLIQUE um fator responsável por essa transformação. Resposta:

Entre os fatores que interferiram no uso predominante da mão de obra do escravo africano nas regiões discriminadas, o candidato poderia identificar: - A diminuição da oferta de mão de obra dos indígenas locais, causada pela alta mortalidade dessas populações frente a algumas das consequências do processo de conquista e colonização, tais como: a proliferação de doenças, a diminuição da oferta de gêneros alimentícios e o incremento de guerras intertribais. - A expansão da lavoura canavieira e a exigência crescente do fornecimento de mão de obra, associado ao incremento das atividades mercantis no eixo comercial do Atlântico sul, envolvendo interesses que, cada vez mais, articularam investimentos e negócios tanto em regiões do litoral das terras do Brasil, quanto em regiões do continente africano. Entre tais negócios, o tráfico de escravos tornou-se uma empresa altamente lucrativa, transformando-se, gradualmente, em um comércio intercontinental, com poder de pressão para estimular o uso da mão de obra do escravo africano em diversas regiões coloniais. 3. (FGV RJ) O texto a seguir reproduz parte do pronunciamento de Pereira do Carmo, deputado português

que atuou nas Cortes de Lisboa, entre 1821-22, então reunidas após a Revolução do Porto (1820): "A comissão encarregada deste projeto, seguindo os bons e antigos costumes lusos, acordou em dividir e equilibrar os três poderes, para evitar o despotismo, que resulta da sua acumulação; e em ordenar outras cautelas, que nos ponham a coberto das tentativas do poder arbitrário: porque, Senhores, devemos assentar por uma vez que toda Nação que desperdiça as ocasiões de se resgatar merece perpetuamente ser escrava."

(Apud Iara Liz C. Souza. Pátria Coroada. O Brasil como corpo político autônomo. 1780-1831, p. 84)

(A) A partir das ideias do texto, IDENTIFIQUE uma das propostas políticas dos revoltosos da cidade do Porto. Resposta:

Tomando como referência o testemunho de época, o candidato deveria identificar: - a crítica ao despotismo monárquico; - a defesa da divisão dos poderes de Estado; - a defesa da soberania nacional frente à soberania do monarca.

O candidato também poderia identificar como proposições dos revoltosos da cidade do Porto: - a defesa da monarquia constitucional; - a defesa do retorno de D. João VI e de sua Corte para Lisboa.

(B) EXPLIQUE a relação entre a Revolução do Porto e a declaração de independência política de colonos do Brasil, em 1822. Resposta:

Buscando relacionar a Revolução do Porto à declaração de independência de colonos do Brasil, em 1822, o candidato deveria caracterizar algumas das propostas que vieram a ser encaminhadas pelas Cortes constituintes de Lisboa com relação à administração das províncias que compunham o Reino do Brasil, tais como: a perda do poder decisório do governo do Rio de Janeiro sobre outros governos provinciais e a exigência do retorno de D. Pedro, príncipe-regente, para Lisboa. A declaração de independência de 1822 foi promovida por grupos cujas vidas estavam enraizadas na praça do Rio de Janeiro e nas regiões a ela interligadas, configurando-se como uma reação às decisões das Cortes de Lisboa, então entendidas como prejudiciais a seus interesses políticos e econômicos, sendo, por fim, qualificadas como medidas recolonizadoras, ao tentarem anular e/ou modificar reformas promovidas por D. João, durante a permanência do governo português na cidade do Rio de Janeiro, entre 1808 e 1821. 4. (UFGO 2012) Leia a composição a seguir.

Mulher Você vai fritar Um montão de torresmo pra acompanhar Arroz branco, farofa e a malagueta A laranja-bahia ou da seleta Jogue o paio, a carne seca Toucinho no caldeirão E vamos botar água no feijão.

BUARQUE, Chico. Feijoada completa. Álbum Feijoada Completa, 1978. Disponível em: <www.letras.com.br/chico_buarque/feijoada-completa>. Acesso em: 11 mar. 2012.

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A composição recorre à receita da feijoada. Considerada um prato típico da culinária brasileira, a feijoada expressa um processo de miscigenação cultural que remete ao período colonial. Considerando-se o exposto, a) identifique um ingrediente presente na composição e explique como se deu sua difusão na cultura alimentar, no Brasil Colonial. Resposta: Dentre os vários ingredientes presentes na composição, difundidos no Brasil Colonial durante o processo de colonização, destacam-se (o candidato deve indicar – e explicar a difusão – um ingrediente): • o torresmo, a carne seca e o paio: esses produtos foram trazidos para o Brasil com a migração portuguesa e foram disseminados por várias regiões do Brasil, principalmente no Sul e Nordeste, por se adaptarem à necessidade de preservação dos alimentos por longos períodos; • a laranja e o arroz: esses produtos foram disseminados no Brasil pela colonização portuguesa por meio do comércio com o Oriente, especialmente Índia e China, de onde foi trazida, por exemplo, a laranja; • a pimenta e a mandioca: a pimenta malagueta era original das regiões tropicais da América e fazia parte da culinária indígena. A mandioca, produto da dieta indígena, foi incorporada no regime alimentar da população colonial, sendo consumida sob a forma de farofa; • o feijão: embora exista uma variedade europeia desse produto, o feijão disseminado no Brasil é de origem americana, tendo sido incorporado à culinária colonial em função da facilidade de acesso.

b) Explique por que a receita da feijoada expressa o processo de miscigenação cultural. Resposta:

A receita da feijoada mistura vários ingredientes, oriundos de diversas culturas. No contexto do mundo colonial, diante das condições impostas pelo cativeiro, os escravos incorporavam ao seu regime os alimentos que estavam à disposição. Essa incorporação revela o contato e a fusão de diferentes culturas, tendo como eixo a cultura escrava – exemplificada na culinária. Nesse sentido, a ―feijoada completa‖ não é apenas um prato típico da cultura brasileira, mas expressa também a vitalidade da miscigenação étnica e cultural do Brasil, desde o período colonial. Registre-se também que a técnica de mistura de alimentos já se encontrava disseminada na Europa, em pratos como o cassoulet francês, o cocido espanhol e a escudella da Catalunha que, por sua vez, se remete à olla podrida medieval. Como lembra Câmara Cascudo, ―O que chamamos 'feijoada' é uma solução europeia elaborada no Brasil. Técnica portuguesa com material brasileiro‖.

5. (FGV RJ) A todo o povo do Brasil! Aos aliancistas de todo o Brasil!

5 de julho de 1922 e 5 de julho de 1924. Troam os canhões de Copacabana. (...) Levantam-se, com Joaquim Távora, os soldados de São Paulo. (...) A marcha da coluna pelo interior de todo o país, despertando a população dos mais ínvios sertões para a luta contra os tiranos que vão vendendo o Brasil ao capital estrangeiro. Quanta energia! Quanta bravura!

A Aliança Nacional Libertadora [ANL] é hoje constituída pela massa de milhões que continua as lutas de ontem. Somos herdeiros das melhores tradições revolucionárias do nosso povo e é recordando a memória de nossos heróis que marchamos para a luta e pela vitória. (...)

A ideia de assalto ao poder amadurece na consciência das grandes massas. Cabe aos chefes organizá-las e dirigi-las (...). Brasileiros! (...) Todos à luta para a libertação nacional do Brasil! Abaixo o fascismo! Abaixo o governo odioso de Vargas! Por um governo popular nacional revolucionário! Todo o poder à Aliança Nacional Libertadora!

(Manifesto da Aliança Nacional Libertadora de autoria de Luiz Carlos Prestes. 05/07/1935)

O documento acima expressa o clima de polarização política que marcou o Brasil e o mundo na década de 1930. À época, as esquerdas socialista e comunista e a direita fascista estiveram frente a frente em uma dura disputa ideológica, mobilizando multidões em defesa de suas propostas. (A) IDENTIFIQUE duas proposições defendidas pelos movimentos fascistas europeus na década de 1930. Resposta:

O candidato deverá identificar duas proposições fascistas, tais como: a defesa da nação contra o inimigo externo; a defesa do Estado como condutor da ordem social; o combate ao bolchevismo e à democracia liberal.

(B) O manifesto da ANL registra a importância das lutas levadas adiante pelo movimento tenentista, na década de 1920. EXPLIQUE uma reivindicação tenentista. Resposta:

O candidato deverá explicar uma reivindicação tenentista, tais como: o combate ao sistema oligárquico; a luta pela regeneração da República; a defesa do nacionalismo, do voto secreto e de uma maior independência do Poder Judiciário.

(C) Luiz Carlos Prestes, em seu manifesto, defende a deflagração de uma insurreição popular contra o governo. CARACTERIZE uma consequência direta dessa estratégia para as ações do governo Vargas. Resposta:

O candidato deverá apontar como consequência direta da ação insurrecional dos comunistas a adoção de uma política repressiva por parte do governo Vargas que teve como desfecho a instituição do Estado Novo, em novembro de 1937.

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6. (UFGO 2011) Leia os textos a seguir. Parece útil, até necessário, que se edifique uma nova capital do Império no interior do Brasil para

assento da corte, da assembleia legislativa e dos tribunais superiores, que a Constituição determinar. Essa capital poderá chamar-se Petrópole ou Brasília.

BONIFÁCIO, José. Memória. Rio de Janeiro. 8 de junho de 1823.

O senhor disse que, se eleito, irá cumprir rigorosamente a Constituição. Desejo saber, então, se

pretende pôr em prática o dispositivo da Constituição que determina, nas suas disposições transitórias, a mudança da Capital Federal para o Planalto Central.

Pergunta de Antônio Soares Carvalho ao candidato à Presidência, Juscelino Kubitschek, em Comício em Jataí em 4 de abril de 1955.

FILHO, Ivan Alves. Brasil, 500 anos em documento. Rio de Janeiro: Mauad, 1990. p. 160. [Adaptado]

A mudança da capital para o interior foi um tema presente nas reflexões de parte da elite imperial, que se apresentou tanto no discurso de José Bonifácio quanto nos textos constitucionais republicanos, conforme a alusão do cidadão jataiense Antônio Soares Carvalho. Nesse sentido, explique a relação entre:

a) a proposta de mudança da capital, defendida por Bonifácio, e o projeto político do Império; Resposta:

Em 1823, José Bonifácio apresenta à Constituinte uma memória, em que defende a mudança da capital para o interior, o que comprova a sua aspiração por um projeto unitário. Nesse sentido, a relação entre o projeto de Bonifácio e o do Império contemplaria a unidade territorial, que foi colocada em andamento no Primeiro Reinado (1822-1831). Por um lado, a mudança da capital reforçaria as propostas de unidade sob a liderança de D. Pedro I. Por outro lado, dificultaria as possibilidades de invasão externa, em um contexto de ameaças decorrentes da reação da antiga metrópole ao processo de independência, e poderia promover, consequentemente, a ocupação do interior.

b) o projeto político de Juscelino Kubitschek e a mudança da capital, na década de 1960. Resposta:

A relação entre o projeto político de Juscelino Kubitschek e a mudança da capital, na década de 1960, decorre do papel de metassíntese ocupado pela construção da nova capital em meio a um planejamento econômico voltado para construção de uma infraestrutura necessária para o desenvolvimento industrial (energia, transporte, saneamento). Brasília, como metassíntese, permitiria a integração nacional a partir de um projeto nacional-desenvolvimentista. 7. 4. (FGV RJ 2012) Analise atentamente a tabela e responda às questões propostas.

Ano Inflação (%) Presidente da República

1979 77 João B. Figueiredo

1980 95 João B. Figueiredo

1981 91 João B. Figueiredo

1982 98 João B. Figueiredo

1983 179 João B. Figueiredo

1984 209 João B. Figueiredo

1985 239 José Sarney

1986 59 José Sarney

1987 395 José Sarney

1988 993 José Sarney

1989 1.862 José Sarney

1990 1.585 Fernando Collor de Mello

1991 476 Fernando Collor de Mello

1992 1.149 Fernando Collor de Mello

1993 2.489 Itamar Franco

MAINWARING, S.P. Sistemas partidários em novas democracias: o caso do Brasil. Porto Alegre/Rio de Janeiro: Mercado Aberto/FGV, p. 129.

A) Identifique e explique as informações da tabela acerca da economia e da política brasileiras nos períodos compreendidos pelos anos: - 1985 a 1987

Page 22: 2012 - Revisão 2ª Etapa - História Do Brasil - Indicativos de Resposta

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Resposta: Corresponde à fase inicial do governo Sarney, na qual, diante dos gravíssimos problemas econômicos, foram tentados os choques heterodoxos, como os Planos Cruzado I e II e o o Plano Bresser. - 1989 a 1991 Resposta: O fracasso dos choques heterodoxos, agravou a crise, que já era desastrosa. Mesmo assim ainda foram tentados o Plano Verão e o Plano Collor. B) Nesse mesmo intervalo, importantes acontecimentos políticos devem ser considerados. Identifique e explique o contexto político brasileiro em - 1982 Resposta: A esmagadora vitória eleitoral das oposições, justamente no ano em que o povo brasileiro recuperava o direito de escolher pelo voto direto os governadores dos estados da federação bem como os prefeitos das capitais estaduais e das cidades consideradas estratégicas. - 1989 Resposta: A recuperação do direito de, após um jejum de quase 30 anos, de escolher nas urnas o presidente da República. Nessa eleição, que empolgou multidões, no segundo turno, Collor venceu Lula. - 1992 Resposta: Não sendo capaz de resolver os graves problemas econômicos e sociais que assolavam a sociedade brasileira, e ainda, sendo condenado da acusação de corrupção pelas conclusões de uma CPI, Collor, para fugir às rigorosas punições consequentes ao impeachment, renunciou ao cargo de presidente da República. 8. (UFGO 2011) Leia o documento a seguir.

[…] Liberdade completa ninguém desfruta: começamos oprimidos pela sintaxe e acabamos às voltas com a Delegacia de Ordem Política e Social, mas, nos estreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei, ainda nos podemos mexer. […] Não caluniemos o nosso pequenino fascismo tupinambá; se o fizermos, perderemos qualquer vestígio de autoridade e, quando formos verazes, ninguém nos dará crédito. De fato ele não nos impediu de escrever. Apenas nos suprimiu o desejo de entregar-nos a esse exercício.

RAMOS, Graciliano. Memórias do cárcere. Rio, São Paulo: Record, v. I, 1977. p. 34.

Em Memórias do cárcere, Graciliano Ramos narra sua experiência na prisão para onde foi levado em 1936. Considerando a leitura do documento, explique: a) o contexto político que possibilitou a prisão de cidadãos, sem nenhum processo jurídico. Resposta:

O acirramento do conflito entre integralistas e aliancistas (ANL) motivou a aprovação da lei de segurança nacional, em abril 1935, transferindo para uma legislação especial os crimes contra a segurança do Estado. Com o golpe comunista, em novembro de 1935, foi decretado estado de sítio em todo país. No ano de 1936, houve a transformação do estado de sítio em estado de guerra por noventa dias. Em meio à suspensão das garantias constitucionais, cidadãos, considerados oposicionistas, foram presos. Graciliano Ramos, em virtude de uma delação de seu envolvimento com os comunistas, foi preso e transferido para o presídio no Rio de Janeiro. b) de que forma o regime político, implantado em 1937, utilizaria os meios de comunicação para assegurar o controle político. Resposta:

Com a decretação do Estado Novo (1937-1945), houve o fechamento do regime, sob a liderança de Getúlio Vargas. Com o intento de controlar a opinião pública, consolidando a censura às manifestações artísticas e políticas, criou-se o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), ainda em 1937. Nesse departamento, a utilização dos meios de comunicação para estabelecer uma imagem positiva do regime foi considerada estratégia fundamental. A ênfase nacionalista estava presente nas propagandas criadas e controladas pelo DIP. Com o objetivo de destacar a figura do presidente e construir uma relação entre a população e o seu líder, criou-se, por exemplo, A voz do Brasil, um programa de rádio que divulgava as realizações do governo e no qual o presidente podia ―conversar com os cidadãos‖.