2011 Mapa da Violência - Jovens do Brasil/sumário executivo

of 38 /38
J ULIO J ACOBO W AISELFISZ M APA DA V IOLêNCIA 2011 O S J OVENS DO B RASIL S UMáRIO E XECUTIVO

Embed Size (px)

Transcript of 2011 Mapa da Violência - Jovens do Brasil/sumário executivo

  • 1. J u l i o J a c o b o Wa i s e l f i s zM apa da Violncia 2011o s J oVensdob rasils uMrio e xecutiVo

2. M apadaViolncia 2011o s J oVensdob rasilJ u l i o J a c o b o Wa i s e l f i s z s uMrio e xecutiVoAs tabelas contendo os dados de todos os 5.564 municpios brasileiros esto disponveis, junto com averso integral deste estudo, em www.mapadaviolencia.org.br 3. realizaoInstituto sangariproduo EditorialAutor: Julio Jacobo WaiselfiszAuxiliAr de PesquisA: tiago Branco WaiselfiszCoordenAo editoriAl: Elissa Khoury daherreviso: globaltec Artes grficas Ltda.CAPA: William YamamotoeditorAo: Fernando de Andrade, Marcos Cotrim, ricardo salamon e William YamamotoProjeto GrfiCo: Fernanda do ValEquipe Comunicao sangaridavid MoissAdriana FernandesLuciano MilhomemValmir ZambranoJuliana pisaneschiMara Villamarinoscar netoMarcello QueirozCntia silvaInstItuto sAngArIrua Estela Borges Morato, 336Vila siqueiraCEp 02722-000 so paulo-sptel.: 55 (11) 3474-7500Fax: 55 (11) 3474-7699www.institutosangari.org.brMInIstrIo dA JustIAEsplanada dos MinistriosBloco t 4o andarCEp 70064-900Braslia-dFwww.mj.gov.brwww.mapadaviolencia.org.br 4. M apa da V iolncia 2011: o s J oVens do b rasil s uMrio e xecutiVoM apa da Violncia 2011 o s J oVensdo b rasil Como a violncia tem levado morte os jovens brasileiros nas capitais, Unidades Federativas,grandes conglomerados urbanos e municpios? Contribuir para responder a essa pergunta umadas propostas do Mapa da Violncia 2011 Os Jovens do Brasil. Neste sumrio, encontram-se as principais concluses da anlise dos dados do Ministrio daSade referentes a mortes por causas violentas, como homicdios, acidentes de transporte e suic-dios, alm de notas sobre os principais conceitos e opes metodolgicas.n otasconceituais e tcnicasViolnciaH violncia quando, em uma situao de interao, um ou vrios atores agem de maneiradireta ou indireta, macia ou esparsa, causando danos a uma ou a mais pessoas em graus variveis,seja em sua integridade fsica, seja em sua integridade moral, em suas posses, ou em suas partici-paes simblicas e culturais. (MICHAUD, Y. A violncia. tica: So Paulo, 1989.)4 5. Mortes violentas como indicador Dois grupos de argumentos justificam a deciso de utilizar bitos violentos como indicadorgeral de violncia.Em primeiro lugar, a violncia, da forma anteriormente definida, cobre um espectro significa-tivamente mais amplo de comportamentos do que as mortes por violncia. Nem toda violncia,sequer a maior parte das violncias cotidianas, conduz necessariamente morte de algum dosprotagonistas implicados. Porm a morte revela, per se, a violncia levada a seu grau extremo. Damesma maneira que a virulncia de uma epidemia indicada, freqentemente, pela quantidade demortes que causou, tambm a intensidade nos diversos tipos de violncia guarda estreita relaocom o nmero de mortes que causa. Em segundo lugar, porque no existem muitas alternativas. O registro de queixas polciasobre diversas formas de violncia, como ficou evidenciado em pesquisa no Distrito Federal, temabrangncia extremamente limitada. Nos casos de violncia fsica, s 6,4% dos jovens denuncia-ram polcia; nos casos de assalto/furto, foram somente 4%; nos casos de violncia no trnsito,apenas 15%, evidenciou a pesquisa do DF. J no campo dos bitos, h o Sistema de Informaes sobre Mortalidade (SIM) que centraliza in-formaes sobre os bitos em todo o pas e cobre um universo abrangente das ocorrncias de morte ede suas causas. Dada a utilizao desse Sistema, entende-se, no Mapa, como morte violenta os bitosacontecidos por acidentes de transporte, por homicdios ou agresses fatais e por suicdios.Fenmeno social Um nmero determinado de mortes violentas acontece todos os anos, levemente maior ou menorque o nmero de mortes ocorridas no ano anterior. Sem muito esforo, a partir desses dados, pode-seprognosticar, com certa margem de erro, quantos jovens morrero no pas no prximo ano por causasviolentas. E so essas regularidades as que possibilitam inferir que, longe de ser resultado de decisesindividuais tomadas por indivduos isolados, se est perante fenmenos de natureza social, produto deconjuntos de determinantes que se originam na convivncia dos grupos e nas estruturas da sociedade.Ao longo do trabalho, indica-se que as diversas formas de violncia abordadas, longe de seremprodutos aleatrios de atores isolados, configuram tendncias que encontram sua explicao nassituaes sociais, polticas e econmicas que o pas atravessa.5 6. M apada V iolncia 2011: o s J oVens do b rasil s uMrio e xecutiVoJuventude No Mapa 2011, adotam-se as definies da Organizao Pan-Americana da Sade e da Organiza-o Mundial da Sade OPS/OMS, nas quais o conceito juventude resume uma categoria essencial-mente sociolgica, que indica o processo de preparao para o indivduo assumir o papel de adultona sociedade, tanto no plano familiar quanto no profissional, estendendo-se dos 15 aos 24 anos.Geopoltica dos dados O Mapa oferece os dados tanto nacionais quanto desagregados para as Grandes Regies, os 27Estados (DF includo), 10 regies metropolitanas (RM), 27 capitais e 5564 municpios.Nas anlises especficas relativas s regies metropolitanas do pas, foram estudadas as noveregies metropolitanas tradicionais Belm, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio deJaneiro, So Paulo, Curitiba e Porto Alegre criadas ao longo da dcada de 1970, acrescentando-se tambm a RM de Vitria que, apesar de ser bem mais recente, apresenta interesse especficoquando se trata de analisar a violncia letal no pas.Marco histrico da mortalidade juvenil Segundo as estimativas populacionais do IBGE, para o ano de 2008 o pas contava com umcontingente de 34,6 milhes de jovens na faixa dos 15 aos 24 anos de idade. Esse quantitativo re-presenta 18,3% do total dos 189,6 milhes de habitantes que a instituio projetava para o pas. Aproporo j foi maior. Em 1980, existia menor quantidade absoluta de jovens: 25,1 milhes, mas,no total dos 118,7 milhes de habitantes, eles representavam 21,1%. Diversos processos, ligados fundamentalmente urbanizao e modernizao da sociedadebrasileira, originariam quedas progressivas nas taxas de fertilidade, o que derivou no estreitamen-to da base da pirmide populacional do pas. Mas esse ritmo de crescimento no nmero absoluto de jovens de 25,1 milhes, em 1980, para34,6 milhes, em 2008 comeou a declinar progressivamente j em meados da dcada atual, emfuno das mudanas nas curvas demogrficas do pas. 6 7. A taxa global de mortalidade da populao brasileira caiu de 633 em 100 mil habitantes, em1980, para 568, em 2004, fato bem evidente no aumento da expectativa de vida da populao, umdos ndices cuja progressiva melhora possibilitou significativos avanos no ndice de Desenvol-vimento Humano IDH dos ltimos anos. Apesar desses ganhos gerais, a taxa de mortalidadejuvenil manteve-se praticamente inalterada ao longo do perodo e s teve leve aumento, passandode 128, em 1980, para 133 a cada 100 mil jovens, em 2008. Estudos histricos realizados em So Paulo e no Rio de Janeiro mostram que as epidemias edoenas infecciosas as principais causas de morte entre os jovens h cinco ou seis dcadas ,foram progressivamente substitudas pelas denominadas causas externas de mortalidade, prin-cipalmente acidentes de trnsito e homicdios.Na populao no-jovem, s 9,9% do total de bitos so atribuveis a causas externas. J entreos jovens, as causas externas so responsveis por 73,6% das mortes. Se, na populao no- jovems 1,8% dos bitos causado por homicdios, entre os jovens, os homicdios so responsveis por39,7% das mortes. Mas essas so as mdias nacionais. Em alguns estados, mais da metade dasmortes de jovens foi provocada por homicdio. Alm dessas mortes, acidentes de transporte soresponsveis por mais 19,3% dos bitos juvenis, e suicdios adicionam ainda 3,9%. Em conjunto,essas trs causas so responsveis por quase 2/3 (62,8%) das mortes dos jovens brasileiros.Homicdios no total da populaoNo perodo que compreende os anos de 1998 e 2008, o nmero total de homicdios registra-dos pelo SIM em todo o Brasil passou de 41.950 para 50.113, o que representa um incrementode 17,8%, levemente superior ao incremento populacional do perodo que, segundo estimativasoficiais, foi de 17,2%.7 8. M apada V iolncia 2011: o s J oVensdo b rasil s uMrio e xecutiVo Evoluo do Nmero de Homicdios. Brasil, 1998/2008. 52.00051.04350.113 50.000 49.145 49.695 48.374Nmero de Homicdios 48.000 47.943 47.57847.707 46.000 45.360 44.00042.914 42.000 41.950 40.000 1998 1999 2000 20012002 20032004 20052006 2007 2008 ANOFonte: SIM/SVS/MSNa dcada estudada todas as regies, salvo o Sudeste, evidenciam crescimento em seus quanti-tativos. E, em todas elas, o ritmo de crescimento foi significativamente elevado.Observando mais atentamente as Unidades Federadas, ficam evidentes modos de evoluoaltamente diferenciados, com extremos que vo do Maranho, Par ou Cear, onde os ndicesdecenais se elevam drasticamente, at uns poucos Estados, como So Paulo e Rio de Janeiro, cujosnmeros caram na dcada considerada. 8 9. Ordenamento das UF por Taxas de Homicdio (em 100 Mil) na Populao Total. 1998/2008.1998 2008 UF TAXAPOS. TAXAPOS.AlAGoAs21,81160,31esPrito sAnto 58,4 256,42PernAmbuCo 58,9 150,73PAr 13,31939,24AmAP38,7 634,45distrito federAl 37,4 834,16rio de jAneiro 55,3 334,07bAhiA9,7 2232,98PArAn 17,61432,69rondniA 38,3 732,110mAto Grosso36,3 931,811Gois13,41830,012mAto Grosso do sul 33,51029,513serGiPe10,42128,714PArAbA13,51627,315rorAimA50,6 425,416AmAzonAs 21,31224,817CeAr13,41724,018rio GrAnde do norte8,5 2423,219rio GrAnde do sul15,31521,820mArAnho 5,0 2719,721ACre 21,21319,622minAs GerAis 8,6 2319,523toCAntins12,32018,124so PAulo39,7 514,925sAntA CAtArinA 7,9 2513,026PiAu5,2 2612,427 Fonte: SIM/SVS/MS9 10. M apada V iolncia 2011: o s J oVensdo b rasil s uMrio e xecutiVoConsiderando exclusivamente as capitais, possvel verificar que a evoluo decenal de homicdiostomou rumos diferentes dos experimentados pelas UF, evidenciando que os plos dinmicos da violnciahomicida j no se concentram nas grandes capitais. Com 17.308 homicdios em 1998, o total nas capitaiscai para 16.774 em 2008, o que representa uma diminuio de 3,1% na dcada (contra 19,5% de aumentonas UF). Isso, per se, j indica uma mudana nos padres vigentes at incios da presente dcada, perodocaracterizado por forte concentrao de homicdios nas capitais e nas grandes metrpoles do pas.Nmero de Homicdios na Populao Total por Capital e Regio. Brasil, 1998/2008.CAPITAL/1998 1999 2000 2001 2002 2003 20042005 2006 2007 2008% REGIObelm341179332352420466403 628484496669 96,2boA vistA84 86 81 67 82 73 4956 55 66 65-22,6mACAP 125164131131135140127 135132123151 20,8mAnAus 498443464366395448410 484545563656 31,7PAlmAs 14 24 30 40 33 37 3927 30 30 34142,9Porto velho214172204229220181257 211261199178 -16,8rio brAnCo 96 44 92 1021201048773 11497 87-9,4NORTE 1.3721.1121.3341.2871.4051.4491.372 1.6141.6211.5741.84034,1ArACAju74 157184285258243229 202236199219 195,9fortAlezA418529604609707666654 808846991888 112,4joo PessoA220210226251263281272 318327387416 89,1mACei 255243360485511520559 620904917990 288,2nAtAl11066 74 113102171100 144162227248 125,5reCife1.5591.3681.3881.3971.3121.3361.352 1.3241.3741.3381.321-15,3sAlvAdor 3511823155305857307391.0621.1871.3571.771404,6so lus 135107144244194284307 294313391428 217,0teresinA 12097 159169206214198 232269230217 80,8NORDESTE3.2422.9593.4544.0834.1384.4454.410 5.0045.6186.0376.498100,4belo horizonte 530574779791979 1.3291.506 1.2931.1751.2011.01992,3rio de jAneiro3.4982.9983.3163.2743.7283.3503.174 2.5522.8462.2041.910-45,4so PAulo 6.0656.8906.7646.6695.5755.5914.275 3.0962.5561.9271.622-73,3vitriA287293231252240221253 263273242235 -18,1SUDESTE 10.380 10.755 11.090 10.986 10.522 10.491 9.208 7.2046.8505.5744.786-53,9CuritibA 352410416453530612693 778874827 1.032193,2floriAnPolis26 25 35 60 89 100109 97 79 81 91250,0Porto AleGre 410432534501560508566 573511688670 63,4SUL788867985 1.0141.1791.2201.368 1.4481.4641.5961.793127,5brAsliA 720723770774744856815 745769815873 21,3CAmPo GrAnde 231200261231239249221 214207251191 -17,3CuiAb 340311336379260253235 237221214233 -31,5GoiniA235318313327430429435 415444429560 138,3CENTRO-OESTE1.5261.5521.6801.7111.6731.7871.706 1.6111.6411.7091.85721,7BRASIL CAPITAIS 17.308 17.245 18.543 19.081 18.917 19.392 18.06416.881 17.194 16.490 16.774-3,1 Fonte: SIM/SVS/MS10 11. Ordenamento das Capitais por Taxas de Homicdio (em 100 Mil) na Populao Total.1998/2008.19982008CAPITALTAXA POS. TAXA POS.mACei33,3 14107,1 1reCife114,0 1 85,2 2vitriA 106,6 2 73,9 3sAlvAdor15,4 25 60,1 4joo PessoA 38,4 11 60,0 5CuritibA22,7 18 56,5 6belm 29,1 16 47,0 7Porto velho 70,3446,9 8Porto AleGre31,4 15 46,8 9GoiAniA 22,6 19 44,310so luis16,5 23 43,411CuiAb76,0342,8 12mACAP51,0842,1 13belo horizonte25,0 17 41,914ArACAju 16,8 22 40,815mAnAus40,7938,4 16fortAlezA 20,3 20 35,917brAsliA37,4 12 34,118nAtAl 16,2 24 31,119rio de jAneiro62,6531,0 20rio brAnCo38,4 10 28,921teresinA17,6 21 27,022CAmPo GrAnde36,4 13 25,623boA vistA 51,5724,9 24floriAnPolis9,3 2722,6 25PAlmAs12,7 26 18,526so PAulo 61,1614,8 27 Fonte: SIM/SVS/MS Ao se considerar conjuntamente as capitais e as RM, os homicdios cresceram em um ritmode 7,7% ao ano entre 1980 e 1996. O crescimento das metrpoles foi bem mais intenso que o dointerior dos Estados, cuja evoluo no perodo foi de 4,9% ao ano. Nessa fase, fica evidente que omotor da violncia homicida se encontrava centrado nas grandes capitais e RM do pas.11 12. M apada V iolncia 2011: o s J oVensdo b rasil s uMrio e xecutiVo Entre 1996 e 2003, que se poderia considerar como um perodo de transio, o ritmo de cresci- mento nas capitais e RM arrefece enormemente. A taxa anual dessa rea, que era de 7,7% ao ano no perodo anterior, cai para 2,6% ao ano, enquanto a do interior cresce a um ritmo mais elevado, su- bindo para 6,5% ao ano. Na ltima fase, que vai de 2003 at 2008, as capitais e regies metropolitanas apresentam saldos negativos (-2,8% ao ano), enquanto o interior continua a crescer, mas com um ritmo bem menor: 3% ao ano. Ainda assim, v-se que entre quedas nas capitais e RM e aumentos no interior, a diferena de ritmos de crescimento entre ambas as reas ainda de 5,8% ao ano.As taxas do Brasil na dcada analisada permaneceram praticamente estagnadas (crescimento de 1,9% entre 1998 e 2008). Capitais e RM evidenciam fortes quedas (-17,7 e -24,6% respectivamente). Em contrapartida, o interior dos Estados cresce 38,6% entre ambas as datas. Esse diferencial de rit- mos, com regies metropolitanas e capitais estagnando ou caindo, enquanto o interior continua crescendo, o que se denomina, j desde os trabalhos de 2002, Interiorizao da Violncia. Crescimento % Anual do Nmero de Homicdios por rea Geogrfica e Perodos. Brasil, 1980/2008. rea1980/1996 1996/2003 2003/2008brAsil6,6%4,0%-0,4%CAPitAis+rm 7,7%2,6%-2,8%interior4,9%6,5%3,0%Fonte: SVS/MS Evoluo das Taxas de Homicdio na Populao Total Segundo rea Geogrfica. Brasil, 1998/2008. rea19981999 2000 2001 20022003 2004 2005 2006 20072008 %brAsil25,9 26,2 26,7 27,828,5 28,9 27,0 25,8 26,3 25,2 26,41,9CAPitAis45,3 44,6 45,8 46,545,5 46,1 42,4 38,5 38,7 36,6 37,3-17,7rm49,1 49,5 48,9 49,348,9 49,1 44,9 40,7 39,9 36,6 37,0-24,6interior14,0 14,3 15,1 16,317,6 17,9 17,2 17,4 18,2 18,5 19,438,6Fonte: SIM/SVS/MS12 13. Essa interiorizao no significa que as taxas do interior sejam maiores que as dos grandesconglomerados urbanos. Significa, simplesmente, que o Interior assume a responsabilidade pelocrescimento das taxas de homicdios e j no mais as capitais ou as metrpoles. Cabe destacar ainda: No ano de 2008, em 2.283 dos 5.564 municpios do pas, isto , 41% das localidades, no se registrou nenhum homicdio. Em 1.296 municpios, isto , 23,3% do total, no se registraram homicdios nos trs ltimos anos disponveis (2006, 2007 e 2008). Ainda no ano de 2008, dos 50.113 homicdios registrados no pas, 41.764, isto , 83,3%, aconteceram em 10% dos municpios.Homicdios na populao jovem Se a magnitude de homicdios correspondentes ao conjunto da populao j pode ser consi-derada muito elevada, a relativa ao grupo jovem adquire carter de epidemia. Os 34,6 milhes dejovens que o IBGE estima que existiam no Brasil em 2008, representavam 18,3% do total da popu-lao. Mas os 18.321 homicdios que o DATASUS registra para esse ano duplicam exatamente essaproporo: 36,6%, indicando que a vitimizao juvenil alcana propores muito srias. na faixa jovem, dos 15 aos 24 anos, que os homicdios atingem sua mxima expresso, prin-cipalmente na faixa dos 20 aos 24 anos de idade, com taxas em torno de 63 homicdios por 100mil jovens. As taxas mais elevadas, acima de 60 homicdios em 100 mil jovens, encontram-se dos19 aos 23 anos de idade. Levando em conta o tamanho da populao, a taxa de homicdios entre os jovens passou de30 (em 100 mil jovens), em 1980, para 52,9 no ano de 2008. J a taxa na populao no-jovempermaneceu praticamente constante ao longo dos 28 anos considerados, evidenciando, inclusive,uma leve queda: passou de 21,2 em 100 mil para 20,5 no final do perodo. Isso evidencia, de formaclara, que os avanos da violncia homicida no Brasil das ltimas dcadas tiveram como motor ex-clusivo e excludente a morte de jovens. No restante da populao, os ndices at caram levemente.13 14. M apa da V iolncia 2011: o s J oVens do b rasil s uMrio e xecutiVoEvoluo das Taxas de Homicdio Jovem (15 a 24 anos) e No Jovem. Brasil, 1980/2008.Gr co 3.10.2. Evoluo das Taxas de Homicdio Jovem (15 a 24 anos) e No Jovem. Brasil, 1980/2008. Taxa No Jovem Taxa Jovem 60Taxa de homicdio (em 100 mil)51,452,9 50 38,8 40 30,0 30 21,220,520,5 20 18,1 10 01980 1990 20002008Fonte: SIM/SVS/MS As tabelas seguintes permitem verificar que, tambm nos homicdios juvenis, a situao dosEstados muito heterognea.14 15. Nmero de Homicdios na Populao de 15 a 24 anos por UF e Regio. Brasil, 1998/2008. UF/REGIO 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008% ACre 51 14 50 50 68 56 51 42 61 37 44-13,7 AmAP71 90 81 90 94 10491 95 90 86 9432,4 AmAzonAs 256241249201218255211245299290319 24,6 PAr 297195289361423521546733746830 1.086265,7 rondniA 145113139150174151184158163134137 -5,5 rorAimA45 53 53 40 51 33 33 22 35 35 15-66,7 toCAntins40 48 62 60 57 61 65 57 78 61 83107,5 NORTE905754923952 1.0851.1811.1811.3521.4721.4731.77896,5 AlAGoAs174196279336386431456491694763772 343,7 bAhiA452331464591685874854 1.1071.2911.4052.004343,4 CeAr311347432442480495551614647735776 149,5 mArAnho 74 70 133208194259252322337394455 514,9 PArAbA149137212198231216232271296318368 147,0 PernAmbuCo1.8081.6401.7451.9381.7591.8081.7431.8101.8071.8321.776-1,8 PiAu54 52 89 94 126113134147168126125 131,5 rio GrAnde do norte89 57 76 99 99 137116165147211281 215,7 serGiPe53 112152195212180147156219188185 249,1 NORDESTE3.1642.9423.5824.1014.1724.5134.4855.0835.6065.9726.742113,1 esPrito sAnto 596573533558681639645645671684754 26,5 minAs GerAis 451520776872 1.1201.5501.7431.7151.6351.6071.477227,5 rio de jAneiro2.7532.7102.8172.7463.1842.9832.8122.7042.6522.3101.933-29,8 so PAulo 5.3786.1336.4306.2425.9915.7074.2953.0362.6211.8461.747-67,5 SUDESTE 9.1789.93610.556 10.418 10.976 10.879 9.4958.1007.5796.4475.911-35,6 PArAn 511546615690849947 1.1441.2021.2041.2611.388171,6 rio GrAnde do sul463511533604664626716697641751737 59,2 sAntA CAtArinA 10797 105139177218201220230229276 157,9 SUL 1.0811.1541.2531.4331.6901.7912.0612.1192.0752.2412.401122,1 distrito federAl 330332341369356407374331303342366 10,9 Gois195257355396438440529532534520613 214,4 mAto Grosso230218278289280276252269298249267 16,1 mAto Grosso do sul 201172213177210244222208206231243 20,9 CENTRO-OESTE 956979 1.1871.2311.2841.3671.3771.3401.3411.3421.48955,8 BRASIL15.284 15.765 17.501 18.135 19.207 19.731 18.599 17.994 18.073 17.475 18.321 19,9Fonte: SIM/SVS/MS 15 16. M apa da V iolncia 2011: o s J oVensdo b rasil s uMrio e xecutiVoOrdenamento das UF por Taxas de Homicdio (em 100 Mil). 15 a 24 anos de idade.1998/2008. 19982008 UF TAXA POS.TAXAPOS.AlAGoAs 30,613 125,31esPrito sAnto 102,2 3 120,02PernAmbuCo 115,7 1 106,13distrito federAl75,6 6 77,2 4rio de jAneiro 110,7 2 76,9 5PArAn28,514 73,3 6AmAP 75,5 7 72,5 7PAr24,116 71,3 8bAhiA 16,522 70,7 9Gois 19,619 57,710mAto Grosso do sul50,8 9 55,911PArAbA 21,918 49,812serGiPe 14,923 47,213mAto Grosso 46,910 47,014AmAzonAs46,411 46,015rio GrAnde do norte 17,020 46,016CeAr 22,517 45,517rondniA53,7 8 45,518minAs GerAis13,424 41,619rio GrAnde do sul 26,915 40,420mArAnho6,6 27 33,621toCAntins 16,921 31,722ACre45,312 31,723sAntA CAtArinA11,325 25,424so PAulo 79,2 5 25,325PiAu 9,4 26 19,526rorAimA 82,5 4 18,127 Fonte: SIM/SVS/MS 16 17. A prxima tabela a seguir permite verificar que a queda de 1,9% nos homicdios juvenis da d- cada foi muito semelhante da populao total: 3,1%, embora levemente menor. Assim, a brecha j histrica da vitimizao juvenil do pas, longe de encurtar, continua aumentando.Nmero de Homicdios na Faixa de 15 a 24 Anos por Capital e Regio. Brasil, 1998/2008.CAPITAL/REGIO 19981999200020012002200320042005200620072008 % belm14781 152 176 183 223 174 268 210214 28795,2 boA vistA34 3741294225271525 2415 -55,9 mACAP 57 7664706980696769 596412,3 mAnAus 242 217 209 160 168 209 172 205 244237 266 9,9 PAlmAs545 121111171211810 100,0 Porto velho82 4882788572 1137395 8065 -20,7 rio brAnCo 45 1145495642412649 2229 -35,6 NORTE612 474 598 574 614 662 613 666 703 644 736 20,3 ArACAju27 5684 123 11695876598 6978 188,9 fortAlezA162 184 237 240 261 231 239 336 374435 403 148,8 joo PessoA88 88 111 105 114 107 120 127 131157 16992,0 mACei 91113 163 228 229 246 290 299 430413 444 387,9 nAtAl45 2523524876448167100 113 151,1 reCife 716 595 643 628 563 603 660 625 635635 595 -16,9 sAlvAdor 17294 150 234 284 353 346 460 531616 862 401,2 so lus 46 3559 10269 113 125 121 142168 176 282,6 teresinA 46 447172 1018591 112 131 928073,9 NORDESTE1.393 1.234 1.541 1.784 1.785 1.909 2.002 2.226 2.539 2.685 2.920 109,6 belo horizonte 186 241 353 334 442 603 721 581 544574 477 156,5 rio de jAneiro1.352 1.137 1.342 1.261 1.508 1.354 1.264 1.041 1.092 811 675 -50,1 so PAulo 2.335 2.666 2.797 2.707 2.339 2.349 1.695 1.082801556 423 -81,9 vitriA110 14297 114 122 115 104 111 115 9898 -10,9 SUDESTE 3.983 4.186 4.589 4.416 4.411 4.421 3.784 2.815 2.552 2.039 1.673 -58,0 CuritibA 122 152 171 181 239 262 307 342 383368 428 250,8 floriAnPolis14 10 9253856535740 4549 250,0 Porto AleGre 156 176 217 176 224 199 236 235 190271 21940,4 SUL292 338 397 382 501 517 596 634 613 684 696138,4 brAsliA 330 332 341 369 356 407 374 331 303342 36610,9 CAmPo GrAnde 81 80 1078680 10292857310584 3,7 CuiAb 133 110 140 153 121 11695 100 115 8780 -39,8 GoiniA79122 128 124 179 180 172 178 181169 215 172,2 CENTRO-OESTE 623 644 716 732 736 805 733 694 672 703 745 19,6 BRASIL6.903 6.876 7.841 7.888 8.047 8.314 7.728 7.035 7.079 6.755 6.770-1,9Fonte: SIM/SVS/MS 17 18. M apa da V iolncia 2011: o s J oVensdo b rasil s uMrio e xecutiVoOrdenamento das Capitais por Taxas de Homicdio (em 100 Mil). 15 a 24 Anos de Idade.1998/2008.19982008 CAPITAIS TAXAPOS.TAXAPOS.mACei 54,315 251,41reCife 255,71 211,32vitriA202,82 181,93sAlvAdor 33,621 158,44CuritibA 39,418 135,15joo PessoA72,812 124,26belo horizonte 42,917 116,37belm53,816 105,98Porto AleGre 67,613 96,0 9GoiniA34,420 95,110mACAP 100,07 85,211so lus 23,426 83,712Porto velho125,85 83,013fortAlezA38,019 81,614mAnAus 84,9 9 78,215brAsliA 75,611 77,216ArACAju27,224 76,917CuiAb 135,44 76,618nAtAl32,022 73,219rio de jAneiro 141,13 72,820floriAnPolis25,225 70,421CAmPo GrAnde 63,714 60,622teresinA 29,723 47,923rio brAnCo 80,610 47,724boA vistA94,7 8 29,425PAlmAs 18,827 25,426so PAulo122,36 23,427 Fonte: SIM/SVS/MS18 19. Nmero de Homicdios na Populao Total, por Regio Metropolitana. Brasil, 1998/2008. RM19981999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008% belm 403212339398491558584837834803 1.166189,3 belo horizonte870899 1.2541.4161.7902.3862.7562.4742.3062.2252.016131,7 CuritibA554658694770839 1.0421.1631.3131.3811.3291.649197,7 fortAlezA 493658781759860849875992 1.0901.2671.232149,9 Porto AleGre812820 1.0021.0061.0781.0951.1381.1511.1031.3641.48582,9 reCife 2.7882.5682.5772.8772.5342.6662.5912.6322.6662.6802.553-8,4 rio de jAneiro 6.4646.0866.0745.9806.8766.4756.0655.6105.7734.8554.165-35,6 sAlvAdor441209359605703958982 1.3721.5761.7872.360435,1 so PAulo10.122 11.499 11.321 11.214 9.8559.5177.3785.6135.0283.8123.625-64,2 vitriA1.2731.1711.0591.0741.2161.2001.2411.1641.2911.3291.334 4,8 totAl rm 24.220 24.780 25.460 26.099 26.242 26.746 24.773 23.158 23.048 21.451 21.585 -10,9Fonte: SIM/SVS/MS Homicdios segundo cor/raaEfetivamente, de 2002 a 2008, para a Populao Total: O nmero de vtimas brancas caiu de 18.852 para 14.650, o que representa uma significativadiferena negativa, da ordem de 22,3%. J entre os negros, o nmero de vtimas de homicdio aumentou de 26.915 para 32.349, oque equivale a um crescimento de 20,2%. Com isso, a brecha que j existia em 2002 cresceumais ainda e de forma drstica, como teremos oportunidade de ver a seguir.A regio que se destaca por seus altos ndices de vitimizao a Nordeste, onde Estados, como Paraba, apresentam uma ngreme escalada desde 2002 para, em 2008, ostentar uma taxa de v- timas negras 12 vezes maior, proporcionalmente, ao das vtimas brancas. Todavia, o Estado de Alagoas no fica muito atrs (ndice 11 vezes maior), sendo forte tambm na Bahia, no Cear, em Pernambuco e no Rio Grande do Norte.A tabela seguinte relaciona o nmero de homicdios com a populao de cada UF, alm de calcular os ndices de Vitimizao Negra que resultam da relao entre as taxas de brancos e de negros. Que diz esse ndice? Em que proporo, mais negros do que brancos morrem vtimas de 19 20. M apada V iolncia 2011: o s J oVens dob rasil s uMrio e xecutiVohomicdio. Se o ndice zero, morre a mesma proporo de negros e brancos. Se o ndice nega-tivo, morrem proporcionalmente mais brancos que negros. Se positivo, morrem mais negros quebrancos. Assim, um ndice nacional de 67,1 como mostra a tabela a seguir para o ano de 2005,indica que, nesse ano, morrem proporcionalmente 67,1% mais negros do que brancos.Taxas de Homicdio e ndices de Vitimizao por Raa/Cor na Populao Total. Brasil, 2002/2008. Taxas de HOmIcdIO (em 100 mIL)VITImIzaOUF/reGIO BrancOsneGrOs2002 2005 200820022005 2008 200220052008ACre 40,5 15,713,335,316,3 13,9 -12,93,4 4,0AmAzonAs 8,38,7 4,3 27,420,2 29,5 229,8 138,9 290,2AmAP12,8 16,04,5 45,637,6 38,4 257,4 168,6 211,2PAr 11,2 10,813,431,531,6 44,9 181,5 186,3 293,0rondniA 55,2 28,024,560,740,9 33,69,9 23,432,3rorAimA43,7 13,816,141,024,5 23,2 -6,1 24,451,1toCAntins13,4 13,713,314,816,5 18,9 10,5 20,540,7nOrTe17,8 13,612,932,127,9 36,1 79,9 80,2 169,6AlAGoAs11,9 6,7 5,3 32,738,9 70,1 175,1 271,3 974,8bAhiA4,55,7 10,812,520,7 35,7 175,2 334,0 439,8CeAr5,05,2 6,8 13,914,3 24,6 179,8 182,4 344,5mArAnho 6,07,6 8,6 10,716,1 22,9 78,9142,1 187,3PArAbA3,33,3 3,3 16,325,7 39,1 388,6 678,1 1083,0PernAmbuCo 16,9 13,912,771,464,9 72,2 321,5 301,7 428,8PiAu5,96,9 7,2 10,713,3 13,4 81,9109,090,8rio GrAnde do norte5,36,3 8,6 13,214,0 28,5 150,9 144,0 313,4serGiPe14,3 13,212,327,225,1 30,1 89,6 83,2 134,6nOrdesTe 8,27,79,023,426,3 37,8 185,7 227,3 375,2esPrito sAnto 19,2 18,617,547,549,9 64,7 147,2 162,7 253,5minAs GerAis 9,412,511,621,427,2 24,4 127,9 156,7 101,9rio de jAneiro 31,5 28,520,166,063,8 47,7 109,8 112,196,9so PAulo30,3 18,613,656,029,8 17,0 85,1 37,018,1sUdesTe26,0 19,214,650,537,7 28,6 94,3 71,173,0PArAn 23,9 30,335,017,524,1 24,4 -26,9 -25,8 -34,7rio GrAnde do sul17,4 17,621,122,324,5 23,3 28,0 39,312,5sAntA CAtArinA 8,78,9 12,514,413,5 13,8 65,2 53,814,7sUL17,7 19,923,918,722,8 22,65,7 16,1-6,4distrito federAl 10,8 9,8 10,253,148,2 52,1 390,8 355,2 425,1Gois16,9 15,617,022,129,8 37,2 30,5 83,5 129,2mAto Grosso do sul 26,6 19,921,933,631,4 30,5 26,3 43,443,4mAto Grosso31,2 25,120,139,736,0 38,8 27,2 34,774,3cenTrO-OesTe 20,6 17,217,433,734,8 39,3 63,3 85,7 127,8BrasIL 20,6 17,115,930,031,0 33,6 45,8 67,1 103,4Fonte: SIM/SVS/MS, IBGE. 20 21. Os dados evidenciam que a vitimizao negra entre os jovens acontece de forma semelhante,seguindo os mesmos padres que no restante da populao, mas ainda com maior intensidade. O nmero de homicdios de jovens brancos caiu significativamente no perodo 2002/2008, passando de 6.592 para 4.582, o que representa uma queda de 30% nesses seis anos. J entre os jovens negros, os homicdios passaram de 11.308 para 12.749, o que representa um incremento de 13%. Com isso, a brecha de mortalidade entre brancos e negros cresceu 43% num breve lapso de tempo. Da mesma forma, se as taxas brancas caram 23,3% (de 39,3 para 30,2) as taxas negras cres- ceram 13,2% no perodo. Com esse diferencial de evoluo entre brancos e negros, a brecha histrica de vitimizao negra se incentiva drasticamente no qinqnio:- Em 2002, morriam proporcionalmente 45,8% mais negros do que brancos.- Se esse j um dado grave, em 2005, esse indicador sobe mais ainda: vai para 77,8%.- E, em 2008, o ndice atinge 127,6%. Nota-se, por esses dados, que, para cada branco assassinado em 2008, morreram, proporcio-nalmente, mais de 2 negros nas mesmas circunstncias. Pelo balano histrico dos ltimos anos, atendncia desses nveis pesados de vitimizao crescer ainda mais.Homicdios segundo o sexo Ao longo dos diversos mapas que vm sendo elaborados desde 1998, emerge uma constante: aelevada proporo de mortes masculinas nos diversos captulos da violncia letal do pas, princi-palmente quando a causa so os homicdios. Assim, por exemplo, nos ltimos dados disponveis,os de 2008, pertenciam ao sexo masculino: 92,0% das vtimas de homicdio; 81,6% das mortes por acidentes de transporte; 79,1% dos suicidas. Entre os jovens, a situao no muito diferente. Tambm acima de 90% de mortes masculinas,a variabilidade muito reduzida: vai de 88,5% em Tocantins a 97,7% no Amap.21 22. M apa da V iolncia 2011: o s J oVensdob rasil s uMrio e xecutiVoHomicdios na Populao de 15 a 24 anos por sexo e UF. Brasil, 2008.UF/ nmerO %reGIOmasc.Fem.masc. Fem. ACre 334 89,2 10,8 AmAzonAs 274 1694,5 5,5 AmAP842 97,7 2,3 PAr 796 3495,9 4,1 rondniA 127 7 94,8 5,2 rorAimA341 97,1 2,9 toCAntins547 88,5 11,5 nOrTe 1.4027195,2 4,8 AlAGoAs728 3595,4 4,6 bAhiA 1.3297694,6 5,4 CeAr700 3595,2 4,8 mArAnho 371 2394,2 5,8 PArAbA297 2193,4 6,6 PernAmbuCo1.7429095,1 4,9 PiAu118 8 93,7 6,3 rio GrAnde do norte197 1493,4 6,6 serGiPe178 1094,7 5,3 nOrdesTe5.660 31294,8 5,2 esPrito sAnto 638 4693,3 6,7 minAs GerAis1.495 11293,0 7,0 rio de jAneiro2.207 10395,5 4,5 so PAulo 1.678 16890,9 9,1 sUdesTe 6.018 42993,3 6,7 PArAn1.1768593,3 6,7 rio GrAnde do sul704 4793,7 6,3 sAntA CAtArinA 206 2290,4 9,6 sUL 2.086 15493,1 6,9 distrito federAl 323 1994,4 5,6 Gois482 3892,7 7,3 mAto Grosso do sul 213 1892,2 7,8 mAto Grosso224 2590,0 10,0 cenTrO-OesTe1.242 10092,5 7,5 BrasIL16.4081.06693,9 6,1 Fonte: SIM/DATASUS22 23. Essas taxas de homicdio enormemente dspares entre ambos os sexos est originando fortedesequilbrio demogrfico na distribuio por sexos da populao, principalmente a partir dos20 anos de idade. S por homicdios, sem contar ainda acidentes de transporte, h, anualmente, aperda de um contingente de quase de 40 mil homens, o que desequilibra a composio sexual dapopulao adulta, como ficou evidente nas diversas pesquisas divulgadas pelo IBGE.Comparaes com outros pases Apesar de no ser totalmente correto, nas ltimas dcadas, o termo violncia, na AmricaLatina, virou sinnimo de trfico, com seu aparelho criminal infiltrado nas diversas instncias dasociedade, e seus assentamentos territoriais, nas zonas mais pobres das cidades. Os dados pesquisados indicam, por um lado, quedas significativas nos elevados ndices daColmbia a partir do ano de 2002 e, tambm, declnio ou estagnao no Brasil a partir de 2003.Paralelamente, os ndices de El Salvador e Guatemala crescem de forma drstica, aproximada-mente, na mesma poca, a partir de mecanismos de violncia ligados, principalmente, a ganguesjuvenis. Com isso, se no Sul do continente se observa um arrefecimento, o crescimento dos ndicesna Amrica Central faz com que pases dessa regio ultrapassem os nveis de violncia homicidatanto do Brasil quanto da Colmbia, fato indito nas ltimas dcadas.Ordenamento dos 10 primeiros pases segundo Taxas de Homicdio Total e JovemAno: ltimo Disponvel.populao total populao JoVeM pasano taxa posiopasanotaxaposio el sAlvAdor 200657,3 1 el sAlvAdor 2006 105,6 1 ColmbiA200642,8 2 ilhAs virGens (eeuu.) 200586,2 2 venezuelA 200736,4 3 venezuelA 200780,4 3 GuAtemAlA 200634,5 4 ColmbiA200666,1 4 ilhAs virGens (eeuu.) 200531,9 5 GuAtemAlA 200660,6 5 brAsil200826,4 6 brAsil200852,9 6 rssiA200620,2 7 Porto riCo200546,7 7 Porto riCo200519,5 8 bAhAmAs 200531,8 8 bAhAmAs 200518,5 9 belize200424,4 9 GuiAnA200517,9 10PAnAm200624,4 1023 24. M apa daV iolncia 2011: o s J oVensdob rasil s uMrio e xecutiVo Posio de outros pases segundo Taxas de Homicdio Total e Jovem Ano: ltimo Disponvel. populao totalpopulao JoVeM pas anotaxa posio pas anotaxa posiodinAmArCA 20060,780 suA 20070,7 72frAnA20070,683 reino unido 20070,7 73suA 20070,684 ArmniA 20060,6 74AlemAnhA20060,685 frAnA20070,6 75ustriA 20080,686 PolniA 20080,5 76jAPo 20080,488 AlemAnhA20060,5 77reino unido 20070,489 inGlAterrA e GAles20070,4 78CinGAPurA 20060,390 norueGA 20070,3 81inGlAterrA e GAles20070,294 jAPo 20080,3 82eGito 20080,196 eGito 20080,1 85Mortes por acidentes de transporte Na dcada analisada, o nmero de bitos por acidentes de transporte passou de 30.994 em 1998para 39.211 em 2008, o que representa um aumento de 20,8% levemente superior ao incrementopopulacional do pas, que foi de 17,2% no mesmo perodo. Pode-se verificar a existncia de uma inflexo na evoluo da mortalidade por acidentes detransporte, que permite caracterizar 3 grandes perodos relacionados com o Cdigo de 1997. No primeiro perodo, que vem, inclusive, desde antes de 1994 e vai at 1997, observam-sefortes aumentos, ano a ano (salvo no ano da promulgao da nova lei), no nmero de bitos. Nosegundo perodo, que se inicia em 1997 (com a nova Lei), e vai at o ano 2000, observa-se que osnmeros caem, principalmente em 1998, quando a queda em relao a 1997 foi superior a 13%.Nos anos subseqentes, as quedas foram bem moderadas, da ordem de 2% ao ano. Mas, a partir de2000, possvel observar novos e marcados incrementos, da ordem de 4,8% ao ano, fazendo comque, j em 2004, os quantitativos retornassem ao patamar de 1997, para depois continuar crescen-do de forma contnua e sistemtica. Com independncia dos ciclos e do novo Cdigo, com diversas oscilaes, o perodo que com-preende 1998 a 2008 evidencia ainda preocupantes aumentos no nmero de bitos por acidentesde transporte: 26,5% para a populao total e 32,4% para a populao jovem. 24 25. Na populao total, a regio Nordeste a que ostenta os maiores ndices de crescimento, comum aumento de 56,1% entre 1998 e 2008 causados, fundamentalmente, pelo significativo cresci-mento dos quantitativos nos estados do Maranho, da Paraba, de Piau e de Sergipe. Tambm asregies Norte (crescimento de 51,7%) e Centro-Oeste (49,4%) acompanharam de perto o cresci-mento nordestino. Em outro extremo, a regio Sudeste a que apresenta o melhor saldo, com um crescimento noperodo decenal de 8,4% devido, principalmente, s quedas absolutas de 9,8% observadas no Riode Janeiro e a quase estagnao (crescimento de 2,5%) observada em So Paulo.Se no pas como um todo, entre 1998 e 2008, houve um aumento absoluto de 26,5% no nmerode bitos por acidentes de transporte, nas capitais dos Estados o incremento foi praticamente ine-xistente, apenas 3,2%, pelo que o nmero de vtimas de 2008 foi bem semelhante ao encontrado10 anos atrs, pese ao aumento da populao e do parque automotriz. As mortes por acidente de transporte, quando considerada a idade do acidentado, crescem deforma rpida a partir dos 13 anos de idade, atingem sua mxima expresso aos 22 anos (838 vti-mas em 1998 e 1.204 em 2008) e declinam progressivamente a partir dessa idade. Nmero de bitos em Acidentes de Transporte por Idade Simples. Brasil, 1998/2008. 1400 20= 1204 1200 1000Nmero de bitos20= 838 800 600 400 200 1998 2008 00 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 IdadeFonte: SIM/SVS/MS25 26. M apada V iolncia 2011: o s J oVens do b rasil s uMrio e xecutiVo Outra questo que o mesmo grfico aponta visualmente que, entre 1998 e 2008, se registrasignificativo aumento no nmero de vtimas na faixa dos 18 aos 30 anos de idade, bem superiorao observado nas faixas restantes. Dos 19 aos 30 anos de idade, observa-se nmero de vtimas bem maior e tambm crescimentodecenal muito elevado, da ordem de 40%. A partir dos 30 anos, o crescimento decenal fica bemmais moderado, voltando a subir a partir dos 40 anos, com um pico de crescimento bem elevado(54,3%) na faixa dos 70 e mais anos de idade. Tanto nos bitos por acidentes de transporte como no caso dos homicdios, pode-se observaruma forte prevalncia de mortes masculinas. Provavelmente, devido maior presena no trnsitode motoristas e/ou ocupantes de veculos do sexo masculino 81,6% dos bitos por acidentes detransporte na populao total so homens. Entre os jovens, essa proporo pouco maior 83%. Comparando essas taxas com os Ma-pas anteriores, possvel verificar um leve aumento da mortalidade masculina nos acidentes detransporte. Em 1998, essa participao masculina foi de 79,5% na populao total e de 80,4% napopulao jovem. Observando as regies e os Estados, nota-se que o panorama muito homogneo, sem gran-des variaes. As anlises realizadas na populao total e entre os jovens permitiram verificar que as diferen-as em relao aos meses do ano so praticamente inexistentes. A tabela a seguir detalha a porcentagem de bitos por acidentes de transporte acontecidos emcada dia da semana de 2008. Assim, por exemplo, nas segundas-feiras do ano, aconteceram 12,3%do total de homicdios entre jovens, 13,2% do total de homicdios entre os no-jovens e 13% dototal de homicdios do ano. Pode-se ver, nessa tabela, que o incremento dos homicdios nos finaisde semana, principalmente aos domingos, significativamente maior entre os jovens.26 27. Distribuio em % dos bitos nos Dias da Semana. Populao Total e Jovem. Brasil, 2008.DIA DA SEMANA JOVEM nO JOVem TOTALSEGUNDA 12,3%13,2%13%TERA 10,7%11,9% 11,6%QUARTA10,3%12,1% 11,7%QUINTA10,8%12,1% 11,8%SEXTA 11,6%13,5% 13,1%SBADO19,3%17,6% 17,9%DOMINGO 25,1%19,7% 20,9%TOTAL 100% 100%100%Fonte: SIM/SVS/MS Em uma comparao internacional, na prxima tabela a seguir, possvel observar que, entre os99 pases considerados no estudo, o Brasil ocupa a 10 posio quanto a taxas de bito por acidentesde transporte na populao total, e a 14 posio quanto a taxas referidas populao jovem.27 28. M apa da V iolncia 2011: o s J oVens dob rasil s uMrio e xecutiVo Ordenamento dos Pases Segundo Taxas de bito por Acidentes de Transporte.Ano: ltimo Disponvel.populao totalpopulao JoVeMpas ano taxa posio pasanotaxaposiovenezuelA200728,9 1bermudAs200661,5 1el sAlvAdor200627,3 2ArubA 200642,7 2rssiA 200626,8 3venezuelA 200737,6 3CAzAquisto200823,6 4belize200434,8 4sAn mArino 200523,5 5GuAdAluPe 200631,8 5belize 200422,9 6dominiCA200630,9 6bAhAmAs200522,2 7blGiCA 200429,0 7bermudAs 200621,1 8tAilndiA 200627,6 8uCrniA200820,8 9eeuu200526,7 9brAsil 200820,7 10 mAlsiA 200626,7 10GuiAnA 200520,5 11 CroCiA 200826,2 11bielorrssiA 200719,8 12 uCrniA 200826,1 12quirGuisto200819,5 13 mArtiniCA 200625,9 13equAdor200618,2 14 brAsil200825,7 14lituniA 200817,9 15 ChiPre200725,6 15romniA200817,8 16 GrCiA200825,2 16letniA200817,3 17 CAzAquisto 200825,1 17GuAdAluPe200616,8 18 bAhAmAs 200523,9 18reP .dA CoreiA 200616,3 19 bielorrssiA200722,7 19eeuu 200516,1 20 letniA 200822,5 20reP. dA moldviA 200816,0 21 GuiAnA200522,4 21tAilndiA200616,0 22 lituniA200822,3 22CroCiA200815,9 23 bulGriA200821,6 23CostA riCA 200615,9 24 PArAGuAi200621,3 24surinAme 200515,9 25 eslovniA 200821,2 25PolniA200815,8 26 Porto riCo200520,9 26PAnAm 200615,4 27 PolniA 200820,8 27GrCiA 200815,3 28 ilhAs CAymAn200419,5 28ColmbiA 200615,3 29 el sAlvAdor 200619,5 29ArubA200615,2 30 KuwAit200819,4 30mAurCio 200814,5 31 estniA 200818,5 31mArtiniCA200614,5 32 romniA 200818,5 32PArAGuAi 200614,5 33 irlAndA do norte200718,4 33Chile200514,4 34 reP. dA moldviA200817,8 34bulGriA 200814,3 35 novA zelndiA 200617,7 35eslovquiA 200514,2 36 esPAnhA 200517,7 36mxiCo 200714,0 37 reunio 200617,5 37reP. dominiCAnA200413,6 38 itliA200717,5 38PortuGAl 200513,3 39 equAdor 200617,3 39hunGriA200812,9 40 surinAme200517,2 40friCA do sul200712,8 41 mxiCo200716,7 41ChiPre 200712,6 42 CAnAd200416,7 42GrAnAdA200512,4 43 GuiAnA frAnCesA 200616,7 43estniA200812,4 44 reP. dominiCAnA 200416,6 44srviA 200812,4 45 PAnAm200616,4 45eslovniA200812,3 47 luxemburGo200616,2 47Porto riCo 200512,2 48 reP. CheCA200816,0 48blGiCA200411,6 49 quirGuisto 200815,9 49AlbniA200411,3 50 ColmbiA200615,7 50esPAnhA200511,3 51 CostA riCA200615,3 51continua 28 29. populao total populao JoVeMpas anotaxa posio pasanotaxaposioreP. CheCA 200811,252 eslovquiA200515,2 52novA zelndiA200610,853 ustriA 200814,6 53ArGentinA200710,854 srviA200814,2 54seyChelles 200510,755 AustrliA 200614,0 55uruGuAi200410,556 frAnA200713,9 56GuiAnA frAnCesA200610,057 dinAmArCA 200613,4 57itliA 20079,8 58 mAurCio200813,4 58irlAndA do norte 20079,8 59 ArGentinA 200713,3 59niCArGuA20059,7 60 ilhAs virGens-eeuu200513,3 60reunio20069,6 61 rssiA200613,0 61eGito20089,5 62 hunGriA 200812,7 62CAnAd 20049,5 63 AlemAnhA200612,3 63ilhAs CAymAn 20049,3 64 Chile 200512,0 64uzbequisto20059,1 65 friCA do sul 200711,7 65CubA 20078,8 66 finlndiA 200811,7 66luxemburGo 20068,5 67 uruGuAi 200411,3 67dominiCA 20068,3 68 irlAndA 200810,7 68so Cristvo e nevis20068,3 69 reino unido 200710,6 69ustriA20088,1 70 niCArGuA 200510,5 70mAlsiA20068,0 71 inGlAterrA e GAles200710,1 71finlndiA20087,6 72 esCCiA 20089,872AustrliA20067,5 73 eGito 20089,773frAnA 20077,5 74 AlbniA 20049,774AlemAnhA 20066,5 75 suCiA20079,575irlAndA20086,4 76 reP. dA 20069,176isrAel 20076,1 77 isrAel20079,077dinAmArCA20066,0 78 suA 20078,778jAPo20086,0 79 CubA20078,179norueGA20075,8 80 CinGAPurA 20068,080esCCiA20085,6 81 norueGA 20077,881reino unido20075,6 82 AntGuA e bArbudA 20067,582ArmniA20065,5 83 holAndA 20086,883suA20075,5 84 islndiA20086,484suCiA 20075,5 85 ArmniA 20065,985inGlAterrA e GAles 20075,4 86 uzbequisto 20055,686islndiA 20085,0 87 jAPo 20085,387mAltA20084,6 88 mAltA 20085,288ilhAs virGens-eeuu 20054,6 89 GrAnAdA 20054,789tAjiquisto20054,5 90 tAjiquisto 20052,690holAndA20084,4 91 GuAtemAlA 20062,291CinGAPurA20064,3 92 rAe de honG KonG20071,892GuAtemAlA20063,0 93 mAldivAs20051,393rAe de honG KonG 20072,4 94 AzerbAijo20070,994AntGuA e bArbudA20061,2 95 rodriGues 20080,095AzerbAijo 20071,0 96 s.Cristvo e nevis 20060,095mAldivAs 20050,3 97 sAn mArino20050,095rodriGues20080,0 98 seyChelles20050,095st.Pierre e miquelon 20060,0 98 st.Pierre e miquelon20060,095KuwAit 2008 s/dPortuGAl2005 s/d Fontes: Mortalidade: Whosis Mortality Databases (Brasil: SIM/SVS/MS). Populao: Whosis, Census Bureau, ONU Population Division.29 30. M apada V iolncia 2011: o s J oVens do b rasil s uMrio e xecutiVo Contrariamente ao que foi detectado no caso dos homicdios, nos bitos por acidentes detransporte praticamente inexiste um quadro significativo de vitimizao juvenil. Efetivamente, astaxas de vitimizao de 15,1% para as UF, de 14,3% para as capitais e de 19,6% para as regies me-tropolitanas podem ser consideradas baixas, colocando as vtimas jovens em um patamar prximoao das vtimas no-jovens. Tambm no parece ser um fenmeno tpico das grandes metrpoles. As taxas das UF encon-tram-se bem prximas s das capitais e das RM. Se os ndices globais do pas apontam a inexistncia de diferenas marcadas de vitimizao ju-venil, as taxas apresentam uma elevada variabilidade entre as regies e as UF do pas, o que indicaa presena de problemas focalizados em algumas regies ou Estados.Suicdios Entre os anos 1998 e 2008, o total de suicdios no pas passou de 6.985 para 9.328, o que repre-senta aumento de 33,5%. Esse aumento foi superior ao da populao do pas no mesmo perodo,que foi de 17,8%; ao dos homicdios, que cresceram 19,5%; e ao dos bitos por acidentes de trans-porte, 26,5%. Destaca-se o Nordeste de forma preocupante, cujos suicdios passaram de 1.049 para 2.109 mais que duplicaram no perodo, ao crescer 109%. Entre os jovens, o aumento foi bem menor:22,6%, passando de 1.454 para 1.783 suicdios entre 1998 e 2008. Regionalmente, o crescimento foisemelhante ao da populao total, mas com situaes estaduais muito diferenciadas. Considerando a populao, o pas passou de 4,2 a 4,9 suicidas em 100 mil habitantes e de4,4 para 5,1 suicidas em 100 mil jovens na dcada analisada. A maior concentrao de suicdiosencontra-se na regio Sul, especialmente no Rio Grande do Sul, e na regio Centro-Oeste, princi-palmente no estado de Mato Grosso do Sul.30 31. Taxas de Suicdio (em 100 Mil). Faixa Etria: Populao Total. Local: UFs e Regies. Brasil, 1998/2008.% UF/REGIO 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 200898/08 ACre3,01,34,85,23,74,3 4,22,83,65,14,961,7 AmAzonAs3,02,02,73,22,73,0 3,22,83,05,84,446,7 AmAP 3,02,43,46,06,86,5 6,96,74,14,15,170,0 PAr3,11,61,92,32,22,1 2,02,42,22,53,0-4,4 rondniA4,84,55,75,33,13,6 4,34,24,22,65,1 6,0 rorAimA 6,78,66,85,05,55,6 7,16,98,4 10,47,512,1 toCAntins 2,92,93,13,54,15,9 5,15,25,36,56,6126,2 NORTE 3,32,32,93,3 2,93,13,23,23,23,54,123,9 AlAGoAs 2,82,42,53,42,92,3 3,22,63,23,53,419,9 bAhiA 1,11,21,51,81,72,2 1,92,62,83,02,6138,2 CeAr 3,74,23,75,06,05,4 5,86,76,06,36,473,3 mArAnho1,21,21,21,82,01,5 1,61,82,52,52,8131,3 PArAbA 1,51,71,01,32,22,3 2,62,93,63,74,2177,9 PernAmbuCo3,63,43,53,43,23,6 3,53,73,54,44,215,4 PiAu 2,51,82,74,04,44,8 5,55,16,07,07,1184,6 rio GrAnde do norte 2,53,13,14,03,75,1 4,05,34,84,34,789,3 serGiPe 2,02,22,84,04,54,6 4,24,33,85,05,5172,6 NORDESTE2,32,32,43,0 3,23,33,33,73,84,24,180,1 esPrito sAnto4,23,13,53,73,94,7 4,54,94,63,94,3 2,7 minAs GerAis3,42,83,34,44,35,1 4,85,15,25,25,355,6 rio de jAneiro2,72,22,73,23,22,4 2,62,82,62,22,2-19,7 so PAulo 4,94,33,84,44,14,0 3,94,04,24,14,5-7,7 SUDESTE 4,03,53,54,1 3,94,03,94,14,24,04,2 5,9 PArAn7,16,36,16,95,96,0 6,76,65,76,05,7-20,3 rio GrAnde do sul 10,9 10,8 10,0 10,1 9,99,8 9,99,9 10,59,9 10,7-1,7 sAntA CAtArinA7,87,38,08,47,87,3 7,47,76,57,58,1 3,6 SUL 8,88,48,18,5 8,07,88,18,27,87,98,2 -7,0 distrito federAl5,04,24,44,25,14,2 4,74,85,45,05,2 3,2 Gois 4,05,46,56,37,16,1 6,15,74,84,96,255,7 mAto Grosso do sul5,67,18,26,67,88,7 8,88,58,57,97,839,3 mAto Grosso 5,55,15,65,75,96,0 6,05,45,95,36,212,7 CENTRO-OESTE4,85,46,25,9 6,66,26,35,95,85,56,331,1 BRASIL4,23,94,04,5 4,44,44,54,64,64,74,917,1Fonte: SIM/DATASUS31 32. M apada V iolncia 2011: o s J oVensdob rasil s uMrio e xecutiVoTaxas de Suicdio (em 100 Mil). Faixa Etria: 15 a 24 Anos. Local: UFs e Regies. Brasil, 1998/2008.% UF/REGIO1998 1999 2000 2001 2002 200320042005 2006 2007 2008 98/08 ACre 2,62,59,79,46,25,3 8,1 3,54,97,62,910,7 AmAzonAs 6,32,84,56,25,54,9 3,6 5,15,09,28,534,9 AmAP3,16,99,414,3 13,8 14,212,911,7 8,47,511,6 274,2 PAr 5,42,73,03,64,03,5 3,3 3,32,92,94,8-11,3 rondniA 7,85,97,17,34,95,2 6,3 6,43,53,28,0 2,2 rorAimA12,4 22,3 11,4 11,0 14,7 6,5 15,110,9 18,0 18,9 16,9 36,3 toCAntins4,33,36,03,93,56,4 5,9 6,26,29,48,086,7 NORTE5,73,74,85,45,14,8 4,8 4,84,45,76,717,7 AlAGoAs3,13,32,35,44,72,4 3,2 3,14,63,54,751,9 bAhiA1,21,31,31,61,91,8 1,8 2,42,52,62,064,8 CeAr4,24,54,65,66,47,1 6,7 7,46,66,96,553,6 mArAnho 1,01,61,73,12,92,1 2,0 1,83,02,94,1313,4 PArAbA1,72,31,11,52,22,7 1,6 2,63,73,93,9130,9 PernAmbuCo 3,54,03,54,03,75,1 3,7 4,14,44,45,043,4 PiAu2,51,32,64,65,56,3 7,8 6,55,17,48,7248,9 rio GrAnde do norte2,03,22,63,64,33,7 3,3 4,85,14,14,7137,1 serGiPe2,52,94,52,64,35,2 3,2 4,14,97,44,683,8 NORDESTE 2,32,62,53,33,63,8 3,4 3,94,14,34,492,2 esPrito sAnto 4,43,21,74,53,84,1 4,3 3,03,62,92,7-38,5 minAs GerAis 3,73,63,24,54,74,8 5,1 4,35,24,95,342,2 rio de jAneiro 1,82,22,02,92,92,2 2,2 2,61,92,01,5-16,0 so PAulo5,34,43,64,64,14,4 3,8 4,04,54,04,4-17,7 SUDESTE4,23,73,14,24,04,1 3,8 3,84,23,84,0 -4,9 PArAn 8,37,47,58,06,36,7 8,2 7,66,26,46,6-21,1 rio GrAnde do sul9,39,38,57,97,87,9 8,7 8,48,56,38,9-4,5 sAntA CAtArinA 6,25,76,47,47,15,4 5,9 6,45,96,76,911,3 SUL8,27,87,67,87,16,9 7,9 7,67,06,47,5 -8,3 distrito federAl 6,95,65,26,86,03,9 4,6 4,37,07,27,0 0,9 Gois4,65,47,36,17,16,6 7,2 7,25,75,35,928,8 mAto Grosso do sul 7,310,6 13,8 12,4 12,7 13,714,613,1 13,6 12,9 14,3 95,9 mAto Grosso5,45,98,06,56,68,8 8,0 5,45,15,17,844,4 CENTRO-OESTE 5,66,48,27,47,77,8 8,1 7,37,26,98,042,0 BRASIL 4,44,14,14,84,74,7 4,7 4,74,84,75,117,0Fonte: SIM/DATASUS 32 33. Nas capitais, o crescimento dos suicdios no perodo 1998/2008 foi bem menor do que nosEstados como um todo: 33,5% para os Estados e 11,0% para as capitais. Na populao jovem, essadiferena maior ainda: 22,6% de aumento nos Estados e 8,4% de queda nas capitais. Tambm senota que nas capitais o total de suicdios cresceu bem mais do que na faixa jovem (11% de cresci-mento na populao total e queda de 8,4% nos jovens).Em todos os anos analisados, o suicdio praticamente inexiste at os 10 anos. A partir dessa idade,inicia-se uma forte escalada, para chegar sua mxima expresso entre os 20 e os 27 anos de idade. Apartir desse pico, comea um suave declnio, caindo progressivamente o nmero absoluto com a idade.No ano de 2008, surpreende um brusco incremento em idades avanadas, acima dos 80 anos de idade. possvel observar aqui, da mesma forma que nos acidentes de transporte e nos homicdios,que a mortalidade por suicdios notadamente masculina. Uma elevada proporo de homens:79,1% dos suicidas nas UF e 74% nas capitais pertencem ao sexo masculino. J entre os jovens, essaproporo masculina semelhante: 77,8% nas UF e 83,7% nas capitais. Essas propores vm semantendo mais ou menos constantes ao longo do tempo. Observa-se tambm nesse caso que o suicdio de brancos cresceu 8,6% entre 2002 e 2008, en-quanto o de negros aumentou 51,3%. Os jovens brancos apresentam a mesma taxa de suicdios queos brancos na populao total (4,8 em 100 mil), mas os suicdios entre os jovens negros (4 em 100mil) so maiores que na populao total de negros (3,3 em 100 mil). Assim, a taxa entre os jovensbrancos 17,3% maior do que entre os jovens negros. Entre os jovens, o suicdio de brancos at cai levemente, -2,8%, enquanto entre negros o suic-dio cresce 29,4%. Conforme dados da Fundao Nacional do ndio (FUNAI), existem aproximadamente 400 milndios residindo em aldeias no Brasil, correspondendo a 0,25% da populao brasileira. Segundoa mesma instituio, a populao indgena no Brasil maior, pois esses nmeros no incluem osndios que residem em locais fora de aldeias estima-se que esses somam cerca de 100 mil.No ano de 2008, foram registrados pelo SIM exatamente 100 suicdios indgenas. Isso j daria umataxa nacional de 20 suicdios a cada 100 mil ndios, isto , quatro vezes acima da mdia nacional (4,9 sui-cdios em 100 mil). Mas a distribuio geogrfica extremamente desigual. Segundo a mesma fonte, s12 das 27 UF registraram suicdios indgenas em 2009. Dentre eles, com mais de 1 suicdio, destacam-se: Mato Grosso do Sul ...........54 Amazonas ...........................27 Roraima ............................... 9 So Paulo ............................. 233 34. M apa da V iolncia 2011: o s J oVens do b rasil s uMrio e xecutiVoComparado com a centena de pases arrolados, para os quais h dados disponveis, provenien-tes da Organizao Mundial da Sade, o Brasil apresenta taxas de suicdios relativamente baixas,tanto na sua populao total quanto entre seus jovens. Mas, na populao total, ocupa a posio73 e na populao jovem, a posio 60. Os dados arrolados permitem verificar que das trs causas de mortalidade violenta trabalhadasno estudo, os suicdios so os que mais cresceram na dcada: 17% tanto para a populao totalquanto para a jovem. Tambm fica evidente que o nvel de suicdios do Brasil, em termos internacionais, pode serconsiderado relativamente baixo. Efetivamente, com sua taxa total de 4,9 suicdios em 100 milhabitantes, ocupa a posio 73 entre os 100 pases pesquisados. J entre nos jovens, uma taxa bemprxima 5,1 suicdios para cada 100 mil jovens levam o Brasil a uma posio intermediria:60. Isso aponta que os suicdios juvenis so menos freqentes, no mundo, que os suicdios adul-tos, acontecendo o contrrio no pas.34 35. Ordenamento das UFs por Taxas de Suicdio (em 100 Mil) na Populao Totale na Populao Jovem. Brasil, 1998/2008. POPULaO TOTaLPOPULaO JOVem1998 200819982008UF UF TaxaPOs. Taxa POs.TaxaPOs. Taxa POs.rio GrAnde do sul10,91 10,7 1 rorAimA 12,4 1 16,9 1sAntA CAtArinA7,8 2 8,12mAto Grosso do sul7,35 14,3 2mAto Grosso do sul5,6 5 7,83AmAP 3,1 18 11,63rorAimA 6,7 4 7,54rio GrAnde do sul 9,328,9 4PiAu 2,522 7,15PiAu 2,5 218,7 5toCAntins 2,919 6,66AmAzonAs6,378,5 6CeAr 3,712 6,47toCAntins 4,3 148,0 7Gois 4,011 6,28rondniA7,848,0 8mAto Grosso 5,5 6 6,29mAto Grosso 5,4 107,8 9PArAn7,1 3 5,7 10distrito federAl6,967,010serGiPe 2,024 5,5 11sAntA CAtArinA6,286,911minAs GerAis3,414 5,3 12PArAn8,336,612distrito federAl5,0 7 5,2 13CeAr 4,2 156,513AmAP 3,018 5,1 14Gois 4,6 125,914rondniA4,8 9 5,1 15minAs GerAis3,7 165,315ACre3,016 4,9 16PernAmbuCo3,5 175,016rio GrAnde do norte 2,523 4,7 17PAr5,494,817so PAulo 4,9 8 4,5 18rio GrAnde do norte 2,0 234,718AmAzonAs3,017 4,4 19AlAGoAs 3,1 194,719esPrito sAnto4,210 4,3 20serGiPe 2,5 224,620PArAbA 1,525 4,2 21so PAulo 5,3 114,421PernAmbuCo3,613 4,2 22mArAnho1,0 274,122AlAGoAs 2,820 3,4 23PArAbA 1,7 253,923PAr3,115 3,0 24ACre2,6 202,924mArAnho1,226 2,8 25esPrito sAnto4,4 132,725bAhiA 1,127 2,6 26bAhiA 1,2 262,026rio de jAneiro2,721 2,2 27rio de jAneiro1,8 241,527Fonte: SIM/SVS/MS 35 36. M apa da V iolncia 2011: o s J oVensdo b rasil s uMrio e xecutiVoOrdenamento das Capitais por Taxas de Suicdio (em 100 Mil) na Populao Total e na Populao Jovem. Capitais, 1998/2008.POPULaO TOTaL POPULaO JOVem199820081998 2008 caPITaLcaPITaL Taxa POs. Taxa POs.Taxa POs. Taxa POs.rio brAnCo 5,01427,21boA vistA19,7115,7 1teresinA6,08 9,62teresinA 5,71514,42Porto AleGre 11,81 8,53Porto velho8,9 612,8 3GoiniA 4,9 158,1 4mACAP 5,21612,04ArACAju 3,6 188,0 5PAlmAs 7,4 810,2 5PAlmAs2,7 237,1 6mAnAus 10,84 9,7 6fortAlezA 3,6 196,8 7vitriA7,010 9,3 7Porto velho 4,8 166,6 8floriAnPolis6,512 8,6 8floriAnPolis 9,12 6,29GoiniA6,911 8,4 9reCife6,07 5,9 10Porto AleGre 12,23 7,510boA vistA 8,74 5,7 11brAsliA 7,6 7 7,011mAnAus5,4 105,312ArACAju3,023 6,912joo PessoA 3,1 205,213CuiAb 2,025 6,713brAsliA5,1 125,214so lus 2,024 6,714vitriA 5,4 115,015mACei 3,122 6,215CuiAb2,0 264,816fortAlezA5,117 6,116so PAulo 5,69 4,7 17CAmPo GrAnde 3,920 5,817CAmPo GrAnde5,1 134,718CuritibA 9,2 5 5,718mACei4,1 174,719belo horizonte 7,0 9 5,619CuritibA6,85 4,6 20reCife 6,114 5,320mACAP2,8 224,521so PAulo6,413 4,921belo horizonte6,26 4,3 22belm13,72 4,122so lus2,5 244,223joo PessoA4,119 2,923belm 8,93 2,5 24nAtAl4,918 1,924rio de jAneiro2,3 252,325rio de jAneiro 1,126 1,025nAtAl 2,9 211,526rio brAnCo 3,721 0,026sAlvAdor0,4 270,427sAlvAdor 0,427 0,027Fonte: SIM/SVS/MS36 37. M apa da V iolncia 2011: o s J oVensdo b rasil s uMrio e xecutiVo Conselho AdministrAtivo Presidente Ben sangari SecretrioJohn George de Carle Gottheiner Conselho ConsultivoCarlos Brito CruzCludio moura Castro Fredric litto John PenickJorge Klor dAlva Jos eli da veigaraquel teixeira CorPo diretivo Vice-PresidenteJorge Werthein Diretora Executiva Bianca Penna moreira rinzlerDiretor de PesquisaJulio Jacobo Waiselfisz 37 38. InstItuto sAngArIMInIstrIo dA JustIA rua Estela Borges Morato, 336 Esplanada dos Ministrios Vila siqueira Bloco t 4o andar CEp 02722-000 so paulo-sp CEp 70064-900 tel: 55 (11) 3474-7500 Braslia-dF Fax: 55 (11) 3474-7699 www.mj.gov.brwww.institutosangari.org.brAs tabelas contendo os dados de todos os 5.564 municpios brasileiros esto disponveis, junto com a verso integral deste estudo, em www.mapadaviolencia.org.br38