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Novembro 2011

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A I G R E J A E M A Ç Ã O

Editorial ............................ 3

Notícias do Mundo3 Notícias & Imagens10 Igreja de Um Dia

Visão Mundial8 Um Ano para Mudar o Mundo

P E R G U N T A S B Í B L I C A S

Dons de Cura .................26Por Ángel Manuel Rodríguez

E S T U D O B Í B L I C O

Lidando com a Preocupação e o Medo ..........................27Por Mark A. Finley

I N T E R C Â M B I O M U N D I A L

29 Cartas30 Lugar de Oração31 Intercâmbio de Ideias

O Lugar das Pessoas .............................32

A R T I G O D E C A P A

Profundo, Além da PelePor Chantal e Gerald Klingbeil ................................................... 16A história do Helderberg College contém lições para hoje.

A R T I G O E S P E C I A L

Tudo Pertence a Ele Por Penny Brink .................................. 11Mordomia é sacrifício ou filantropia?

D E V O C I O N A L

Pecado e Sacrifício Por Michael Mxolisi Sokupa ................. 14Negociando com Deus: nossos pecados por Sua graça.

C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

O Resto da Vida Por Lael Caesar .......................................... 20Nosso futuro não será melancolia e desgraça, mas glória e majestade.

D E S C O B R I N D O O E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

Atos dos Apóstolos Por Tim Poirier .................................... 22Curiosidade sobre o processo de edição do livro Atos dos Apóstolos, por Ellen White.

V I D A A D V E N T I S T A

Operação Chuva Global Por Janet Page ............................ 24O que acontece quando o povo de Deus ora?

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Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 7, nº 11, Novembro de 2011.

Tradução: Sonete Magalhães Costa

www.portuguese.adventistworld.org

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Pr. Ted N. C. Wilson, presidente da As-sociação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, sua esposa Nancy e outros líderes, uniram-se a mais de 800 alunos e funcio-nários do Union College, em Lincoln, Nebraska, EUA, para um dia que a escola dedica ao serviço comunitário.

“Agora entendo porque, todos os anos, o Projeto Impacto é um evento tão importante – os jovens ficam felizes ao participar”, disse o Pr. Wilson após o

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evento. “Todos participam – professo-res, funcionários, bem como os obreiros da União. Este é o tempo oportuno para servir ao Senhor; para as pessoas conhecerem o Union College e a Igreja Adventista do Sétimo Dia e para haver uma experiência de aproximação.

O Pr. Wilson disse que o evento li-derado por estudantes o impressionou: “Isso demonstra para os líderes e para a igreja que eles podem confiar aos

Pedras Vivas

Acordei com o suave tinido de um cinzel de metal batendo numa

pedra, e, concluí lentamente, que havia um espaço de sete segundos entre as batidas. Logo além das paredes do quarto de hóspedes onde eu estava hospedado, um alegre trabalhador acordara cedo naquela manhã queniana. A pedra vulcânica macia, que estava modelando habilmente com uma coleção de cinzéis, logo seria levada colina abaixo para levantar outra estrutura.

Sai do quarto para observá-lo mais de perto enquanto mexia no bloco quadrado de pedra vermelho-escura, com a facilidade de quem tem prática. Ele cantarolava pedaços de melodias enquanto trabalhava, e sorria para seus colegas. Uma por uma, uma hora por pedra, as peças da nova casa, tomavam forma.

Virei-me, fascinado, para observar o prédio no qual passara a noite. Por ter chegado quando já estava escuro e desejar ansiosamente por uma cama depois da longa viagem, não prestei atenção na estrutura. Mas, agora eu podia ver claramente: cada bloco – 1.080 deles, segundo a minha conta – também tinha sido modelada pelo mesmo método. Cada pedra era muito bem acabada e minha admiração ainda aumentou quando observei de perto e percebi que cada uma

se encaixava na pedra vizinha. Aquela casa havia sido construída vagarosamente, pacientemente, com métodos não mais vistos em minha cultura de produção em massa.

A extraordinária metáfora usada pelo apóstolo Pedro, veio rapidamente à minha mente: “Vocês também estão sendo utilizados como pedras vivas na edificação de uma casa espiritual para serem sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus, por meio de Jesus Cristo” (1Pe 2:5 NVI). A aula extra, observando a prática, era seme-lhantemente inconfundível: vai levar tempo, e modelagem, e acomodação, para me unir aos meus irmãos e irmãs e ser parte da casa espiritual na qual o Senhor possa habitar. Não posso insistir em manter minha individualidade intocável e afirmar ser parte de uma parede de apoio. Para ser encaixado em uma estrutura que glorifica a Deus, é necessário que me submeta ao vizinho e membro que está ao meu lado – e é para essa submissão e humildade que o evangelho me chama, continuamente.

O reino de Deus está sendo construído – às vezes devagar, mas sempre constante – à medida que somos moldados como pedras vivas pelo reavivador Espírito do Senhor. Ore, neste momento, para que a parte que Deus deseja que você seja útil em Sua igreja glorifique o Seu nome.

– Bill Knott

E D I T O R I A L

Casal Wilson reúne-se com Universitários no Dia de Serviço Comunitário

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CERCA DO PLAYGROUND : Ted N. C. Wilson, presidente da Associação Geral , ajuda a instalar uma cerca em um playground como parte do Projeto Impacto, evento comunitário existente há 30 anos, promovido pelo Union College, de propriedade da Igreja em Lincoln, Nebraska, EUA.

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N O T Í C I A S D O M U N D O

jovens a organização de eventos e não há necessidade de administrar tudo. O Senhor deu a eles tremendo intelecto e criatividade. Dê a eles os instrumentos e os deixe operar.”

Para os estudantes que participaram nos projetos de limpeza, jardinagem e pintura nas casas e instituições da cidade, o objetivo era simples: “Queremos ser as mãos e os pés de Jesus”, disse Ana Coridan, aluna do curso de enfermagem e coordenadora do Projeto Impacto 2011.

Participando do evento ao lado do Pr. Wilson estava Dean Hubbard, ex-presidente do Union College, responsável pela criação do dia do trabalho comunitário, em 1981.

Originalmente denominado “Projeto BRUSH” (Escova, em inglês, que é a sigla para Embelezando Residências Usando a Ajuda dos Alunos), o dia sem aulas foi criado para encorajar os alunos a sair do campus e ajudar a comunidade de Lincoln. Em dez anos, o Projeto BRUSH pintou mais de cem casas. Impulsionado pelo desejo de que o campus inteiro fizesse mais, o Projeto BRUSH se transformou em Projeto Impacto, um dia dedicado a ajudar mais de 50 agências dedicadas ao serviço comunitário em Lincoln, o ano todo.

“O Projeto Impacto faz com que deixemos de olhar para nós mesmos, por um dia”, diz Coridan. “É um dia inteiro para suprir as necessidades de outros.”

Todos os anos, mais de 80 por cento da família estudantil participa do Projeto Impacto, um evento planejado, coordenado e executado por alunos. Desde que foi criado, estima-se que 17.500 voluntários impactaram a cidade de Lincoln com mais de 111 mil horas de trabalho voluntário nos últimos 30 anos. Segundo pesquisas, esse é o projeto social realizado por alunos em atividade ininterrupta, mais

antigo e, com a maior porcentagem de participantes do campus em todos os Estados Unidos.– Ryan Teller, Diretor de Comunicação do Union College

Educador Jamaicano Dirige NCU

Trevor Gardner, educador nascido na Jamaica e atual presidente da Universidade do Sul do Caribe (USC), de propriedade da IASD, em Trinidade Tobago, foi nomeado presidente da Universidade do Norte do Caribe (UNC). Seu nome foi escolhido em recente reunião da mesa administrativa da universidade, em Mandeville, Jamaica.

O cargo de presidente da UNC ficou vago quando Hebert Thompson se aposentou, em junho de 2011.

Gardner assumirá oficialmente a função no dia 1 de janeiro de 2012, informaram os líderes da igreja.

Gardner não é desconhecido na

UNC, onde já atuou como vice-pre-sidente para assuntos acadêmicos, durante a transição de faculdade para universidade. Foi indicado para presidente da USC em 2004 e liderou a transição do Caribbean Union College para o status de universidade, em 2006. Sob sua liderança, a USC expe-rimentou um grande crescimento em número de matrículas, de 1.200 para 4.000 alunos.

Gardner disse que a UNC “criou para si mesma, ao longo dos anos, um caminho de valor inestimável para as pessoas de todo o mundo e, em particu-lar, para o povo da Bacia do Caribe. Na minha visão, esse legado continuará à medida que avançamos para o futuro.”

Gardner é doutor em administração educacional e tem mais de quarenta anos de experiência em colégios. Nos últimos dez anos tem se dedicado a instituições adventistas do sétimo dia de ensino, em nível universitário, no Caribe.

A UNC é de copropriedade e coadministrada pela União Jamaicana (JAMU) e pela União Missão Atlântica do Caribe, ambas da Igreja Adventista do Sétimo Dia.– Nigel Coke, Divisão Interamericana

Prisioneiro de Penitenciária Australiana evangeliza estudantes com Lições Adventistas.

Matthew J. Baronet, estudante, já havia muito tempo, dos cursos bíblicos da Igreja Adventista do Sétimo Dia, tornou-se um evangelista dentro de sua cela, enquanto cumpre pena no Centro Correcional Wolston, em Queensland, Austrália. Seu material: lições oferecidas pelo Centro Adventista Discovery, um ministério australiano da igreja na Divisão do Sul do Pacífico.

LÍDER UNIVERSITÁRIO: Trevor Gardner foi nomeado, recente-mente, presidente da Universidade do Norte do Caribe.

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Durante seis anos estudando por intermédio do Centro Discovery, Matthew inscreveu cerca de 150 alunos e conduziu grupos de estudo e oração. Mesmo estando atrás das grades, iniciou o ministério “JAILMAIL” (Correspon-dência da Prisão). Começando como um simples serviço de correspondência entre amigos, o ministério “JAILMAIL”, em suas primeiras onze semanas, espa-lhou-se por sete prisões em Queensland e outras em New South Wales.

“Na minha opinião, a prisão é um centro de treinamento de Deus e há muito trabalho a ser feito por trás desses muros com arame farpado”, disse Baronet. “A quantidade de dor, sofrimento, corações feridos e vidas arruinadas aqui, é um verdadeiro sinal da obra de Satanás. Tenho visto, em primeira mão, o poder do Senhor Jesus agindo neste meu novo lar.”

Baronet vê o ministério “JAILMAIL” como uma maneira de levar felicidade e apoio para a vida das pessoas tanto den-tro como fora da prisão. “O bom Deus está abençoando meu trabalho aqui na prisão e desenvolvi uma proximidade com a equipe do Discovery”, acrescenta. – Tammy Zyderveldt, Divisão do Sul do Pacífico

Judeus Adventistas Completam Uma Década na Argentina

Sábado, 27 de agosto de 2011, mar-cou um importante aniversário para a Comunidade Judaica Adventista de Buenos Aires, Argentina: o grupo cele-brou dez anos como congregação.

Cerca de cem pessoas comparece-ram aos eventos do final de semana quando o marco foi celebrado com gratidão a Deus pelo progresso.

Desde o início da Comunidade Judai-ca Adventista em Buenos Aires, os líderes trabalharam no preparo de um livro de oração que reflete a experiência religiosa dos judeus adventistas do sétimo dia. Coincidindo com o décimo aniversário, foi lançada a segunda edição do livro de oração, conhecido em hebraico como Siddur. Ele é acompanhado por três volumes de partituras, contendo cerca

de mil partituras para piano e violão. Os líderes da congregação anunciam que estão preparando uma versão em inglês.

O Pr. Armando Miranda, vice-presidente da igreja mundial, foi o responsável pela mensagem espiritual, comemorando o aniversário durante o culto de sábado. “Quando trabalhamos para Deus”, disse ele, “não podemos nos esquecer de que somos apenas criaturas que servem nosso Pai, e isso nos protege contra o desânimo.”

Além do Pr. Miranda, entre os con-vidados estavam o Pr. Reinaldo Siqueira, diretor das comunidades judaicas, representando a Divisão Sul Americana; Pr. Carlos Gill, presidente da União Argentina, Horácio Cayrus e David del Valle, também da União Argentina. O coral da Universidade Adventista del Plata, regido por Deny Luz, ofereceu a música especial na ocasião.– Cláudio Graf, Divisão Sul-Americana

HOMEM RENOVADO: Matthew J. Baronet, prisioneiro australiano, é um evangelista encarcerado, que ministra cursos bíblicos Adventistas do Sétimo Dia.

ORADOR CONVIDADO: Pastor Armando Miranda, vice-presidente geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, fala aos presentes na cerimônia de décimo aniversário da Comunidade Judaica Adventista, em Buenos Aires, Argentina.

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N O T Í C I A S D O M U N D O

Nossos irmãos adventistas do sétimo dia da Alemanha estão interessados na mensagem

adventista, envolvidos no evangelismo e querem informações sobre a expe-riência de reavivamento e reforma experimentada em muitas das nossas congregações ao redor do mundo.

Essa é a boa notícia, decorrente de recente viagem à Alemanha, que tive o privilégio de realizar em companhia de alguns membros da liderança da Associa-

ção, aproximadamente 53,5 milhões de pessoas, declara-se oficialmente cristã, mas grande parcela da população, inclusive muitos jovens, é secularizada. Na realidade, 80 por cento do povo do estado de Saxônia-Anhalt, no leste da Alemanha, onde Martinho Lutero nasceu, são registrados oficialmente como não pertencendo a nenhum grupo religioso.

É, de fato, um desafio testemunhar em tal clima cultural, mas as necessida-des do coração do povo permanecem as mesmas. Creio que os adventistas do sétimo dia na Alemanha e em qualquer lugar do mundo possuem uma men-sagem bíblica singular, que supre essas necessidades profundas tão comuns para tantos, nos dias de hoje.

Na Alemanha, na Europa, em sua parte do mundo e em todo o planeta, devemos exaltar a Cristo como a palavra viva em nossa vida e em nosso testemunho para os outros. Quando

Adventistas do Sétimo Dia e não em atividades ecumênicas.

Com forte ênfase na leitura da Bíblia, os líderes da Associação Geral relembraram aos membros da igreja na Alemanha, sobre sua dupla herança sin-gular: como Adventistas do Sétimo Dia que estimam a Bíblia e como alemães que estão circundados pela herança de Martinho Lutero e a Reforma Protes-tante. Foi emocionante visitar a igreja em Wittenberg, onde Martinho Lutero pregou suas 95 teses, assim como estar no lugar onde a justificação e a graça de Cristo se destacaram em oposição à falsidade da sabedoria humana e da salvação pelas obras.

Outro ponto alto foi visitar o Castelo de Wartburg, onde Lutero ficou escondido do perigo por cerca de dez meses. Ellen G. White, no livro O Grande Conflito (p. 169), declara que durante esse período, Deus também

Viagem à Alemanha Leva Líderes,Leigos e Pastores Adventistas a

Reavivamentoção Geral, como o Pr. Mike Ryan, Mark Finley, Williams Costa Junior. Minha esposa, Nancy, também esteve conosco.

Nessa viagem de dez dias, visitamos vários locais históricos associados à vida e obra do grande reformador protestan-te, Martinho Lutero. A obra de sua vida não foi apenas tornar a Bíblia acessível a todos os alemães, pois ele foi também, um tremendo precursor do nascimento e crescimento de nosso movimento Adventista do Sétimo Dia.

Nosso roteiro foi variado e compac-to: participamos de uma convocação especial, organizada pela Associação da Bavária, com cerca de 3.500 pessoas, em Augsburg. Também participamos da reunião ministerial em Darmstadt, organizada pelas Uniões do Sul e do Norte da Alemanha, com um grande número de pastores de todo o país. Fomos a Stimme der Hoffnung, ou Voz da Esperança, o centro de mídia da divisão,

Por Ted N. C. Wilson, presidente da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia

planejar futuros esforços evangelísticos e participar de entrevistas. Participamos ainda de um final de semana festivo na Friedensau University onde nos reu-nimos com alunos, professores ativos e aposentados e muitos membros da igreja. A grande convocação para todo o dia de sábado, organizada pela União do Norte da Alemanha, contou com a presença de cerca de 1.500 membros.

A Alemanha hoje é um paradoxo: estima-se que 65 por cento da popula-

compartilhamos as preciosas verdades bíblicas, conduzidos pelo Espírito Santo, encontramos muitos que estão interessados na verdade. Relacionamen-tos de amizade com pessoas de outra fé têm o seu lugar, mas não deve substituir o cerne da atividade cristã, que é levar as três mensagens angélicas para os que necessitam ouvi-la. Durante nossa viagem à Alemanha, foi enfatizada a necessidade de nos concentrarmos em determinadas verdades bíblicas dos

A Igreja em Ação

Concentrar-se noWilson dirige reuniões e segue

passos do Reformador Protestante, Martinho Lutero.

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estava protegendo Martinho Lutero do orgulho, porque muitas pessoas o esta-vam elogiando por sua forte liderança em desafiar as autoridades romanas.

Foi durante o período de 10 sema-nas em que esteve em Wartgurg, que Lutero traduziu o Novo Testamento do grego para o alemão, usando 16 dialetos, efetivamente unindo o idioma alemão. A grande contribuição de Johannes Gutenberg para a literatura, havia sido inventada há pouco mais de sessenta anos, e a nova tecnologia possibilitou a distribuição da Palavra de Deus em massa, colocando-a nas mãos das pessoas mais comuns. Para mim, foi uma experiência muito emocionante poder entrar na sala onde Martinho realizou as traduções.

Mesmo com essa rica e robusta herança do pensamento verdadeira-mente protestante, os adventistas do sétimo dia de hoje, na Alemanha, estão

encontrando dificuldade para manter os membros na igreja face às pressões do secularismo e ataques intelectuais em relação à veracidade das Escrituras. Os líderes da Associação Geral que me acompanharam incentivaram os membros de nossa igreja a manter constante a leitura da Bíblia, mesmo sob pressão do mundo acadêmico, e do alto criticismo que recomenda novos e mais subjetivos métodos de interpreta-ção que conflita com a abordagem da interpretação bíblica aceita pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, a qual, adota a linha interpretativa histórico-bíblica ou histórico-gramatical, que permite à Bíblia interpretar-se a si mesma.

Na ocasião, fiz um apelo pela uni-dade global da família da igreja: “Não temos a Igreja Adventista do Sétimo Dia alemã, ou a Igreja Adventista do Sétimo Dia brasileira ou a Igreja Adventista do Sétimo Dia filipina, mas o que temos é a

Igreja Adventista do Sétimo Dia na Ale-manha, no Brasil e nas Filipinas. Esta é uma família mundial, guiada por Deus.”

Durante uma das várias sessões de perguntas e respostas de que par-ticipamos na Alemanha, um membro perguntou em quantas das 28 crenças fundamentais a pessoa precisa crer para ser considerado um Adventista do Sétimo Dia. Tais perguntas, creio, são baseadas em premissas falsas. A questão não é qual crença fundamental pode ser descartada e qual deve ser mantida, mas de onde vieram nossas crenças funda-mentais? Elas não são uma coleção de declarações arbitrárias que devem ser respeitadas apenas por lealdade a uma igreja; elas são explanações compreensí-veis e simples de verdades encontradas em toda a Bíblia. Não há sequer uma parte dela ou de nossas crenças funda-mentais que não sejam importantes.

Durante toda nossa visita à Ale-manha, apelei aos que se encontram longe da igreja e de um relacionamento próximo com o Senhor, a renovar esse relacionamento com Deus e com a igreja, por meio do estudo da Bíblia, da oração e da leitura do Espírito de Profe-cia. Exortei aos que estão desanimados e amargos a procurar coragem na igreja e nas verdades de Deus, participando na missão evangelística da igreja, evangeli-zando o povo da Alemanha, pois Cristo está voltando.

Foi um privilégio visitar a Alemanha e encontrar um grande número de irmãos na fé. É gratificante saber que há tantos, tantos membros fiéis na igreja, que anseiam ver Jesus voltar, e creem que a Igreja Adventista do Sétimo Dia é a igreja remanescente de Deus, que desejam fazer parte da família mundial dos adventistas do sétimo dia, aceitam a Bíblia como a lemos, apreciam o Es-pírito de Profecia e estão participando da missão mundial do movimento adventista de proclamar as três mensa-gens angélicas. ■– com Mark A. Kellner, Editor de Notícias da Adventist World

Acima: “TOCADO POR DEUS”: Sob o cartaz escrito em alemão a mensagem “Tocados por Deus”, adventistas do sétimo dia se reuniram no centro de convenções, em Augsburg, Alemanha,

para ouvir o Pastor Ted N. C. Wilson, presidente da Associação Geral. Esquerda: FALANDO JUNTOS: Pastor Rainer Wanitschek, esquerda, presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia na Bavária, com Pastor Wilson na plataforma em Augsburg.

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Bill Knott, editor da Adventist World, encontrou-se, recentemente, com o Pastor Ted Wilson, presidente da Associação Geral, para falar sobre o aproveitamento dos dons dos milhões de jovens de nossa igreja.

Todo líder sonha com coisas que poderiam ajudar a realizar, enquanto estão servindo o povo de Deus. Tenho ouvido, várias vezes, o senhor falar de um sonho que soa um tanto ousado: a cultura do serviço entre os jovens da Igreja Adventista do Sétimo Dia. O que o senhor quer dizer com isso?Um dos ensinamentos mais claros do Novo Testamento é que Jesus dá dons a todos os que O seguem, por meio do batismo, os quais se tornam parte de Sua igreja fiel. É simples assim: se você se tornou parte do povo remanescente de Deus, o Espírito Santo lhe deu dons para serem usados em favor do resto da igreja. Essa superdotação não é restrita a certa idade ou nível educacional. Falando do grande reavivamento que Deus enviará ao Seu povo, o profeta Joel disse: “E, depois disso, derramarei do Meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão visões” (Jl 2:28 NVI).

A iniciativa do Reavivamento e Reforma mundial tem deixado claro que há milhares, na realidade, milhões de jovens adventistas, aos quais, Jesus entregou tremendos dons para ajudar Sua igreja a finalizar a obra. Gostaria que a Igreja Adventista do Sétimo Dia planejasse lançar mão dessa enorme criatividade e energia que Deus já colocou entre Seu povo, concedendo variados dons aos jovens fiéis.

Sei que o senhor conhece muito bem os programas já existentes na igreja, como o de Estudante Missionário, Força Tarefa, Serviço Voluntário Adventista, o Movimento Missionário

1000 e os Pioneiros de Missão Global. De que maneira o que o senhor está pensando vai além do que esses programas já estão fazendo?Esses programas têm sido uma bênção incalculável para a igreja e milhares de jovens têm prestado um serviço mara-vilhoso por meio deles. Eu sei o valor desses programas por experiência pró-pria: uma de nossas filhas passou um ano como estudante missionária. Uma enorme responsabilidade foi confiada a ela, ao ter que lecionar várias matérias

que não esperava, de modo que teve que ir fundo, desafiando a si mesma a crescer em suas habilidades. Aquele ano aprimorou bastante seu conhecimento, fazendo dela, após se formar na facul-dade, uma professora do ensino médio muito melhor. Por causa da história da nossa família, ela cresceu no campo missionário. Aquele ano, porém, refor-çou o espírito missionário e sua vida nunca mais será a mesma. Nossas três filhas já participaram de vários projetos missionários e amaram a experiência.

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Mudar Mundoo

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A experiência da minha filha se as-semelha à de milhares de outras pessoas que descobriram a verdadeira alegria de devolver à igreja que os moldou, alimentou espiritualmente e ensinou sobre Jesus. Doar nove a doze meses da sua juventude – quando já passou da adolescência, mas antes de formar uma família ou ganhar experiência profissio-nal – vai remodelar sua perspectiva do mundo. Eu afirmo que você nunca mais será o mesmo!

O senhor está descrevendo algo que, de algum modo, será obrigatório para todos os jovens?Não, uma igreja que, consistentemente, tem enfatizado a importância do poder da escolha nunca poderá ditar ao jovem o que deve fazer como parte do amadurecimento de sua fé. Mas a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem a obrigação de colocar em frente dos seus jovens, a visão estimulante de uma vida de consagração, discipulado e serviço. Sob a guia do Espírito Santo, ao ouvir um convite pessoal para o reavivamento e reforma, vão concluir que Deus os presenteou com dons e talentos e espera que sejam utilizados responsavelmente. Jesus não está pedindo que desistam dos sonhos que Ele lhes deu. Não, Ele pede que sonhem mais alto do que sim-plesmente alcançar uma boa formação educacional e formar uma família forte. Há um mundo a ganhar para Cristo e a igreja de Deus necessita de todos os dons que Ele colocou em cada jovem, para chegar às pessoas perdidas.

As melhores estimativas sugerem que talvez 25 mil jovens adventistas em todo mundo, atualmente, estão doando um ano de sua vida para ser-vir, como o senhor está descrevendo. Como atrair mais do que simplesmen-te os jovens altamente motivados, para que isso se torne a regra entre os outros? Como podemos criar uma

expectativa para que dois a três milhões de jovens construam sua vida ao redor dessa oportunidade?Certamente será necessário pensar cui-dadosamente num plano coordenado que virtualmente envolva todos os de-partamentos da igreja, as instituições de educação e o departamento de jovens. A maioria dos jovens adventistas do séti-mo dia é ensinada a perseguir um alvo: terminar o ensino médio, concluir uma faculdade no menor tempo possível e ingressar na vida profissional. Convidar os jovens a interromper essa marcha concentrada, significa ajudar a construir as estruturas em todos os níveis – inclusive em nossas escolas – que facilite e torne natural que os jovens escolham dedicar um ano ao serviço missionário antes de se formarem.

Temos que aproveitar todas as oportunidades e começar a falar sobre serviço – não apenas esperar pela se-mana de recrutamento missionário nos colégios. Temos que começar falando para as crianças, e manter esse objetivo enquanto crescem para que, um dia, elas queiram realizar o trabalho mais compensador que se possa imaginar – dedicar um ano de serviço para ajudar a espalhar as três mensagens angélicas em algum lugar do mundo.

Uma ideia assim, tão ampla, não pode depender apenas da Associação Geral, pode?Certamente que não! Precisamos construir uma cultura em milhares de congregações adventistas do sétimo dia locais, que ajudará a conscientizá-los sobre quanto irão ganhar – em todos os sentidos – desde apoiar os jovens que estão servindo, até enviar seus próprios jovens para servir por um ano. Temos que apelar a todas essas igrejas locais para que ajudem a financiar uma inicia-tiva tão grande: não existe um “superor-çamento” na Associação Geral, grande o suficiente para financiar tudo sozinha!

As igrejas locais estarão disponíveis para financiar seus jovens que queiram se comprometer a dedicar um ano de serviço – e vão querer receber em seus lares, outros jovens, de outros lugares, quando vierem para servir. Não há como melhor contribuir na construção do caráter e na maturidade espiritual de um jovem que você estima, do que ajudá-lo a assumir o compromisso de dedicar um ano de sua vida servindo a igreja de Deus.

O senhor está dizendo que o valor dessa ideia não é apenas a realização do trabalho missionário por esses jovens, mas o fortalecimento do caráter enquanto realizam o trabalho?Exatamente. Há, na realidade, dois grandes benefícios para a igreja, em uma ideia como essa. Primeiro, a igreja vai receber um tremendo empurrão, um tremendo avanço, quando animar milhares de seus jovens a dar estudos bíblicos, trabalhar como médicos missionários, pastores auxiliares, dirigir campanhas evangelísticas e servir outros jovens. A onda de talentos e criatividade resultante de um ano assim, exigirá que a igreja adote estruturas e diretrizes flexíveis para se acomodar aos dons dados por Deus aos nossos jovens.

O segundo benefício, que acontece ao jovem como pessoa, é provavelmen-te o impacto mais duradouro. Se você já ajudou um jovem a doar um ano de serviço para a igreja de Deus, você ajudou a lançá-lo numa vida de serviço para sempre, porque o serviço será seu estilo de vida. E Jesus nos diz que a vida de serviço é uma vida de alegria e felicidade duradoura. De modo semelhante, Deus não precisava de seres humanos para proclamar o evangelho de Jesus: os anjos poderiam tê-lo feito – até as pedras podem clamar! Mas Deus sabe que o serviço para os outros muda tudo em nós – nossos objetivos,

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Somente Deus

V I S Ã O M U N D I A L

nossos sonhos, como educamos nossos filhos, nosso sentimento em relação à igreja remanescente.

Quão próximo estamos dessa iniciativa se tornar uma realidade na Igreja Adventista do Sétimo Dia mundial?Espero que não mais de um ano. O Departamento da Secretaria da igreja, na Associação Geral e em todos os outros níveis – terá que trabalhar de perto com o Departamento do Ministé-rio Jovem e de Educação, para planejar um programa simples e claro de modo a desafiar a imaginação desses milhares de jovens aos quais Deus tem chamado para servi-Lo. As congregações terão que mudar e se adaptar para que uma iniciativa como essa funcione. As bên-çãos que receberão, porém, serão muito maiores do que a própria necessidade. Nossos colégios e universidades serão incendiados pelo fogo do reavivamento e reforma, quando os jovens voltarem do seu ano de serviço em alguma outra comunidade e perguntar: “O que Deus quer que aconteça aqui?”

Deus está fazendo o Seu trabalho: Seu Espírito está movendo corações, convocando energias, distribuindo dons, equipando os jovens. Agora é o tempo de Sua igreja realizar o seu tra-balho e aproveitar o tremendo potencial que Deus colocou entre nós. ■

Ted N. C. Wilson, é presidente da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia em Silver

Spring, Maryland - EUA.

“Ninguém conseguia plantar café na encosta desta montanha; ninguém.”E descendo a colina? Nada contra.Aqui em cima? Não ouse tentar! “O vento é tão forte que derruba as flores das

plantas, assim, não nascem os grãos! Só Deus pode fazer nascer café aqui! Solo Dios!”Foi por isso que todos chamavam a esse lugar: Solo Dios (“Somente Deus”).Um jovem fazendeiro, adventista do sétimo dia, ouviu essas palavras desanima-

doras, mas veio assim mesmo. Ele subiu a colina, construiu uma casa e começou uma plantação na ventosa encosta. Mas, em lugar de plantar café, plantou frutas cítricas e pimentões. E Solo Dios se tornou uma comunidade de sucesso, com uma congregação crescente que se transformou em duas igrejas.

A primeira igreja era de chão batido, paredes de barro, janelas de embalagem plástica de refrigerante e uma linda vista. A segunda tinha paredes de varas, um piso lamacento, alguns bancos, uma vista maravilhosa e a água sempre pingando de um buraco no telhado. Já estava na hora de ter uma nova igreja.

Essa necessidade fez com que os adolescentes do programa Maranatha’s Ultimate Workout subissem a estreita trilha de terra, até o topo dessa montanha Chiapas, no México, prontos para construir a terceira igreja, um “Centro de Adoração de Um Dia”, na encosta da colina, com chão de concreto, vigas e telhado de aço e paredes de blocos de concreto.

Os adolescentes não apenas construíram a igreja, mas brincaram com as crianças; dividiram centenas de quilos de arroz, feijão e mangas; dirigiram uma brilhante Escola Cristã de Férias e canta-ram desde o nascer do sol até as estrelas aparecerem.

Solo Dios é um lugar de sorrisos felizes e de alegre adoração. “Somente Deus poderia construir uma igreja lá em cima!”

E Ele fez um belo trabalho!

A Igreja de Um Dia é um programa de colabora-ção entre a Igreja Adventista do Sétimo Dia, Adventist-laymen’s Services e Industries (ASI)[Federação de Empresários Adventistas] e Maranatha Volunteers International. Estas histórias che-gam até você, todos os meses, por meio de Dick Duerksen, o “Contador de Histórias” da Maranatha.

A Igreja em Ação

Igreja de Um Dia

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O Tempo em VanuatuJill e Alastair Macgillivray, missio-

nários voluntários há muito tempo, são bons mordomos dos dons de Deus. Em Vanuatu, ilha do Sul do Pacífico, eles estão devolvendo, ao compartilhar as ha-bilidades e talentos que Deus lhes con-cedeu, suprindo as necessidades básicas de Ni Vanuatu. Estão comprometidos a levar o amor de Deus a outros.

A economia de Vanuatu é baseada no turismo, porém, pouco dessa riqueza chega à maioria da população local.

A R T I G O E S P E C I A L

Tudo Pertence aEleMordomia:

comprometimento total

Por Penny Brink

Deus confia a nós, abundantes dons e bênçãos. Quando devolvemos a Ele nosso tempo, talentos e tesouros,

significa que compreendemos que tudo o que temos, é doado por Deus, como presente. Ao nos aproximarmos do Sá-bado da Mordomia, dia 3 de dezembro de 2011, leia duas histórias inspiradoras sobre mordomos que entenderam, muito bem, esse conceito.

F O T O S E N V I A D A S P O R J I L L E A L A S T A I R M A C G I L L I V R A

Acima: VISITA DA FAMÍLIA: Sacrificando sua “aposentadoria” para viver e trabalhar em Vanuatu,

Jill e Alastair Macgillivray desfrutam de um raro momento

com os netos, que os visitam.Direita: QUASE PRONTO: Alunos do Instituto Listair,

em Vanuatu, consertam barco de grande porte.

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Há muitos problemas sociais e práticas religiosas hoje, que demonstram a falta de uma educação cristã. A fome física é rara, pois há abundância de frutas, mas Ni Vanuatu sofre com a fome de habilidades úteis. No Instituto Listair, os alunos dos Macgillivray, se formam com maior perspectiva para a vida e melhor equipados para cuidar da família. E o melhor de tudo é que muitos se uniram à família de Deus, em Listair.

O pai de Alastair levou sua família da Escócia para a Austrália, nos anos 1950, numa tentativa de guardar o sábado e permanecer empregado. O sotaque escocês de Alastair e seu sorriso compassivo, não são, contudo, suas únicas características distintivas. Ele é um grande artesão, com habilidades em quase todas as áreas do trabalho artesa-nal, e muito perfeccionista.

Jill descobriu que viveu seus sonhos de infância, inspirados pelas cartas missionárias que ouvia na escola sabatina quando era pequena, e dos livros da biblioteca da igreja, dirigida por sua mãe.

A fidelidade de gerações passadas in-fluenciaram suas escolhas. Jill e Alastair estudaram no Avondale College, mas só se conheceram quando lecionavam no Carmel College, no oeste da Austrália. Esse casal poderia ter escolhido cami-nhos diferentes, mas responderam ao chamado de dedicar a vida à missão e ao trabalho voluntário. Eles se casaram em maio de 1972 e no ano seguinte, estavam no oeste de Samoa.

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A R T I G O E S P E C I A L

Durante os onze anos que lecionaram em Samoa e Tonga, Jill e Alastair trouxe-ram ao mundo quatro de seus seis filhos. Após alguns anos, de volta à Austrália por necessidades médicas na família doze anos atrás, outra vez se sentiram chamados para o campo missionário. Dessa vez, a divisão os chamou para a Aore Academy, em Vanuatu. Quando o pai de Alastair faleceu, ele pegou o dinheiro de sua herança para comprar máquinas e começou o treinamento.

A escola e sua indústria de móveis construiu uma boa reputação na comunidade e os alunos conseguiam os melhores empregos. Mais tarde, os Mcgillivray sentiram que precisavam ensinar outras habilidades. Os planos de ter uma escola dedicada com a infraestru-tura disponível na Ilha Santo, Vanuatu, foram realizados quando o Instituto Listair abriu suas portas em 2002.

Hoje, os estudantes de Listair fazem cursos, com créditos, em construção de móveis, prédios e barcos. No futuro, serão acrescentados cursos de mecânica, fiação elétrica de casas, encanamento e costura. Os alunos que se destacarem em Listair, possivelmente se tornarão os futuros instrutores do instituto. Nelson, um aluno, diz: “Lá em casa, eu não era

bom em nada útil. Agora, quero termi-nar o curso e me tornar professor para ajudar outros jovens.”

O melhor de tudo é que Jill e Alastair fazem isso com “nada”! “Deus sabe do que precisamos”, diz Jill, “e Ele provê!” Outro dia, por exemplo, quando ela precisava de repolho para o jantar, Deus enviou! A única estratégia de levantamento de recursos de Listair, é o relacionamento de seus líderes com o Provedor.

Como as pessoas devolvem o dízimo, quando não ganham nada? “Devolve-mos de qualquer coisa que recebemos”, diz Jill referindo-se à venda dos móveis e Alastair amplia essa prática fundamental à mordomia: “Pertencemos a Deus, tudo pertence a Deus: nosso tempo, recursos, energia e talentos. É melhor devolver-mos tudo a Ele.”

A melhor recompensa é o período vespertino em Listair. Jill e Alastair atualizam o trabalho administrativo enquanto os alunos completam sua lição de casa, na mesma sala. Nessa atmosfera de proximidade, os alunos se sentem à vontade para fazer perguntas importantes sobre a vida e a vida eterna. “Eles são nossa família!” diz Jill. “Temos saudades de nossos netos que estão

crescendo longe de nós, mas teremos a eternidade para compensar isso tudo”, ela acredita piamente.

Alastair, confiantemente confirma que “sentimos que deveríamos aceitar o que o Senhor nos colocou às mãos para fazer.”

Aos sábados, eles se sentam, lado a lado, nos bancos improvisados enquan-to corações agradecidos dão glórias a Deus. Outra aluna, chamada Moli, diz: “Aprendi mais do que uma profissão em Listair; aprendi sobre Jesus, meu Redentor.”

A Fazenda do Senhor Imagine um cercado, cheio de gado.

O grande rebanho, levanta poeira ao passar pelo canal apertado. Um homem, com uma longa vara na mão, está de pé, ao lado.

Essa é uma fazenda em Botswana, onde um grupo de homens e uma mulher observam atenciosamente en-quanto um deles conta: “1, 2, 3, 4 , 5, 6, 7, 8, 9, 10”. A vara cai, simbolicamente, separando o animal que é o dízimo de Deus. Ele é marcado e colocado em um curral separado. Essa atividade continua, ritmicamente, durante toda à tarde, porque essa é a estação, e

“A mordomia cristã é o maravilhoso meio pelo qual Deus expande nossa fé nEle, ao testarmos Suas promessas em nosso viver diário. O Espírito Santo nos ajuda a compreender a como usar nosso tempo, talentos e recursos na missão profética da igreja. Ao agirmos assim, aprendemos a depender totalmente do Senhor e a ver Suas bênçãos se expandindo diante de nossos olhos. Que privilégio é confiar implicitamente nas promessas de Deus e no Seu poder, enquanto vemos o amadurecimento de nossa vida cristã, em antecipação da breve vinda de Cristo, quando os resultados da mordomia cristã se realizarão completamente.” – Ted N. C. Wilson, presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

“A mordomia é como nós. Tanto como indivíduos ou como comunidade de fé, administramos todos os recursos a nós doados por Deus. Das finanças ao tempo, talentos, saúde, o ambiente e nossa responsabilidade social – o modo como usamos nossos recursos reflete nosso comprometimento espiritual e nossa responsabilidade para com a igreja.” – Kirsten Oster-Lundqvist, pastora da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Newbold, Inglaterra.

“A mordomia é uma entrega total que resulta do reconheci-mento de Deus como Criador e Sustentador. Ser um mordomo é dedicar tudo o que é nosso – tempo, talentos e recursos – para cumprir a vontade de Deus.” – Kleber Faye, aluno do quarto ano de teologia, SALT-IAENE, Pernambuco, Brasil.

“A maneira em que se pode alcançar a verdadeira felicidade é buscar o bem alheio.” – Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia, p. 24, 25.

Mordomia?O que é

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“Mum” Kegalale Gasennelwe, médica, está devolvendo seu dízimo!

Animais vivos são comumente devolvidos como dízimo, especialmente na África, onde o gado reúne tanto do simbolismo da vida útil diária. “Usamos o gado para pagar ‘Lobola’ para o casamento, arar a terra, puxar os carros, carregar lenha para o fogo e material para construção e decoração”, explica Gasennelwe. “Eles fornecem o leite, alimento, roupa e cobertores. O gado é a base de riqueza e status da família.”

Continuar dizimando sua fazenda de gado durante sua aposentadoria, não é o único modo de Gasennelwe devol-ver algo para o Senhor. Ela viveu uma vida de doação. Na verdade, desde que estudava enfermagem e mais tarde, em cargos de liderança na nação, muito de tudo que conquistou foi para benefício dos outros.

Esse parece ser o padrão daqueles que doam. Doando, constroem confian-ça, a confiança constrói generosidade e uma vida em prol dos outros. Gasennelwe sempre envolveu seus filhos e netos nessa atividade de separação do dízimo, esperando que seja continuada pela fa-mília, como um legado de generosidade.

Esse legado foi iniciado pelo pai de Gasennelwe, que priorizava o cuidados dos menos afortunados. Ele nunca frequentou a escola, mas lia sua Bíblia

duas vezes ao dia. Sua interpretação, em sua forma simples, era que a nossa missão, dada por Cristo, é cuidar dos órfãos e das viúvas. Gasennelwe se lem-bra de sua mãe fazendo comida para as crianças da comunidade local, deixando exemplo semelhante. De fato, nas tradi-ções antigas de Botswana, se seu vizinho está com dificuldade para cuidar de sua família, você é obrigado a ajudá-lo, emprestando do seu gado. O chefe pode até ir à sua casa para conferir se você está cumprindo seu dever.

As influências da infância e de sua cultura têm mantido Gasennelwe cons-tantemente alerta sobre as necessidades das pessoas ao seu redor. Ela é a “Mum” de muitos dos jovens dali, e isso lhe dá grande satisfação. Ela vai regularmente às aldeias vizinhas com o evangelista adventista, ajudando onde há necessi-dade. A ocasião especial de cada ano é a festa, com muita comida, que ela oferece às crianças da comunidade, que a amam por isso!

Profissionalmente, nos ministérios de educação e saúde do governo de Botswana, Gasennelwe tem uma reputação com a qual se alegra. Ela con-fidencia: “Gosto muito de estar numa posição em que posso ter certeza de que o dinheiro chega diretamente às pessoas a quem estava destinado a ajudar!”

As coisas nem sempre foram fáceis.

Gasennelwe passou pela perda de seu esposo e, mais tarde, do seu único filho. “Deve haver um propósito”, ela insiste, “e, em lugar de fazer perguntas para as quais nunca teremos respostas, creio que Deus está no controle.”

Gesennelwe crê que o Senhor cumpre Suas promessas (Ml 3:10). “Ele cumpre”, afirma, “Ele cumpre”. “Essas vacas nem sempre foram nossas”, explica. “Começamos dizimando os cabritos, de um subsídio recebido do governo! Meu esposo ouviu dizer que o pastor local estava precisando de ajuda, e ele sentiu que era importante dizimar. Agora, tudo nesta fazenda pertence a Deus, não apenas as vacas. Tudo!”

“O dízimo está ligado ao cuidado com os outros,” adiciona Gasennelwe. “Se você não pode dar a Deus, não pode dar aos outros, e se você não pode dar aos outros, não pode dar a Deus.”

Isso é generosidade, e é isso que a mantém sorrindo! ■

Penny Brink diretora assistente de mordomia da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo

Dia, em Silver Springs, Maryland, Estados Unidos.

Esquerda: GADO DEDICADO: O gado do Senhor é contado e marcado, como um tipo de dízimo na fazenda de Kegalale Gasennelwe, em Botswana.

Direita: NA FAZENDA: Kegalale Gasennelwe, muito conhecida em Botswana por sua capacidade e trabalho para o governo, na área de educação e saúde, é também a “Mum” para muitos jovens da região. Aqui, Gasennelwe conversa com Kago Rammidi, secretário da Associação Botswana do Sul.

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Estava visitando meu primo na região de New Cross Roads, Cidade do Cabo. De repente, ouvi o que, a princípio, soou como o som alto de um radio à distância.

Comecei prestar atenção e percebi que não era o único a ouvir a música e o barulho das pessoas ao fundo; outros na sala também estavam ouvindo. A cantoria foi ficando cada vez mais alta e, enquanto ouvia, reconheci a canção que geralmente é cantada quando os rapazes voltam da escola de iniciação. Um grupo de jovens estava voltando para casa após várias semanas de iniciação na floresta. No ambiente rural onde esses rituais se originaram, há sempre espaço suficiente. O perímetro sagrado do curral, o pátio e outros prédios para cozinhar, dormir, armazenar ou, simplesmente, para conviver, é bem espaçoso.

Mesmo assim, as pessoas em New Cross Roads vivem bem amontoadas. Eles não têm espaço para um curral, não se im-portam com as regras de construção da prefeitura local. Essas circunstâncias forçam o povo a viajar longas distâncias, até sua aldeia nativa, para realizar esses rituais. Algumas famílias,

contra pecado por meio do sistema sacrifical. No entanto, após o sacrifício de Jesus, o sistema sacrifical como solução para o pecado, tornou-se inválido. O livro de Hebreus foi escrito para os judeus e judeus cristãos da diáspora, como leitores primários. Eles estavam espalhados e preocupados por estar longe do templo. Eles não podiam participar dos rituais diários do templo. Alguns não tinham condições, inclusive, de viajar uma vez ao ano para participar da festa da páscoa, que era uma das principais festas judaicas. O autor relembra esses cristãos que aceitaram a Cristo que, agora, tinham acesso ao santuário celestial por meio de Cristo, onde quer que estivessem.

entretanto, já perderam a propriedade de seu terreno original, mas ainda continuam realizando esses ritos de passagem na cidade. Muitos constroem um curral provisório, com a finalidade específica de abater suas vítimas sacrificais, e para reconstruir o cenário original.

Remédio contra o Pecado Quando Adão e Eva pecaram no Jardim do Éden, um

cordeiro foi sacrificado para os vestir.1 Por meio desse ato, Deus, pela primeira vez, introduziu a ideia de sacrifício. Ele instituiu o sacrifício como remédio contra o pecado. Hebreus 9:1-9 descreve o tabernáculo terrestre e o modo como agir

PecadoSacrifício

Problema e RemédioPor Michael Mxolisi Sokupa

N I N A A L D I N T H U N E

D E V O C I O N A L

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Temporal Versus PermanenteUma coisa que aprendi quando fiz o curso de primeiros

socorros, foi o que fazer no caso de picada de cobra. Enquanto se espera pelo antídoto (que é o remédio contra o veneno da cobra), deve-se evitar que o veneno se espalhe para o resto do corpo. Se a cobra pica uma perna, deve-se tentar manter essa perna o mais imóvel possível e abaixo do nível do coração, para minimizar o retorno sanguíneo para o coração e outros órgãos. A cobra deve ser identificada para que o antídoto apropriado seja encontrado. Nessa situação, tempo é muito importante, pois não se pode esperar por horas ou dias para encontrar ajuda médica.

Quando a humanidade caiu em pecado, o plano de primeiros socorros iniciado por Deus, foi o sistema sacrifical. Ele não foi criado para durar para sempre, pois essa não deveria ser a solução permanente para o problema do pecado. Portanto, “quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da lei, a fim de redimir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl 4:4-5).2

O Santuário TerrestreNo santuário terrestre eram tratadas várias categorias de

pecado. Se um sacerdote, líder, pessoa ou toda comunidade pecassem não intencionalmente, havia a prescrição de uma oferta que deveria ser oferecida quando se conscientizassem do pecado que haviam cometido (Lv 4:1-3, 13, 22, 27). Outras categorias de pecado eram trazidas ao santuário para a puri-ficação do indivíduo ou grupo, inclusive o pecado da omissão (Lv 5:1, 5, 6) e rituais de impureza física (Nm 19:13-20). Uma vez ao ano dois bodes eram levados ao santuário, e após sorteio, um deveria ser sacrificado pelo pecado (o bode do Senhor); então, o sacerdote colocava as mãos sobre a cabeça do bode vivo (Azazel), responsabilizando-o assim, por todos os pecados e rebeliões de Israel e o enviava ao deserto, onde morria (Lv 16:7, 9, 21). Assim, o santuário era purificado da contaminação de todos os pecados confessados e não confessados. O propósito do Dia da Expiação não era oferecer perdão para os rebeldes que ignoravam os recursos à dispo-sição. Ao contrário, mostrava o plano de Deus para limpar o santuário de toda maldade e rebelião e apontar para a melhor solução. Era esperada a lealdade de todos quantos estavam em aliança com Deus, ao aceitar os recursos oferecidos por Ele.

O Santuário Celestial

O sacrifício de Cristo introduz uma nova ordem. Veja o que o autor de Hebreus fala sobre o assunto: “Quanto mais, então, o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno Se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa cons-ciência de atos que levam à morte, de modo que sirvamos ao Deus vivo!” (Hb 9:14). É necessário sacrifício para obter perdão, é o que lemos um pouco mais adiante, no mesmo capítulo. “De fato, segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue, e sem derramamento de sangue

não há perdão” (verso 22). Quando uma pessoa é levada a um hospital, após ser picada por cobra, são removidos todos os curativos e a equipe dos primeiros socorros sai para dar lugar ao médico. Seria um suicídio se a vítima preferisse que os paramédicos continuassem com o que estavam fazendo. Agora o médico está ali e promete resolver o problema permanentemente. “Portanto, irmãos, temos plena confiança ao entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que Ele nos abriu por meio do véu, isto é, do Seu corpo. Temos, pois, um grande sacerdote sobre a Casa de Deus. Sendo assim, aproximemo-nos de Deus com um coração sincero e com plena convicção de fé, tendo os corações aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada e tendo os nossos corpos lavados com água pura” (Hb 10:19-22). Deus requer lealdade somente a Ele.

Não há Lugar para Lealdade Dividida A promessa de Deus em Hebreus 10:17 é significativa: “Dos

seus pecados e iniquidades não Me lembrarei mais”. Quando nossos pecados são perdoados, são cumpridos os requisitos da lei de Deus. Podemos reivindicar a justiça de Cristo como nossa. Portanto, “não há mais necessidade de sacrifício pelo pecado” (verso 18). Nossa lealdade a Cristo não acomoda remanescentes na antiga ordem. Recentemente, participei da expulsão de um espírito maligno. Quando entrei na sala onde a vítima possessa era segurada por dois homens fortes com o pastor ao seu lado, ela reagiu convulsivamente. Oramos até que ela se acalmou. Chegamos a um ponto onde tínhamos de estar certos de que ela estava consciente e, pedimos para que orasse pedindo o poder do nome de Jesus em sua vida. Ao fazer isso, ela estava reivindicando sua lealdade a Deus e denunciando o espírito maligno que estava tomando posse de sua vida. Paulo, em Efésios, admoesta à comunidade de crentes a “despir-se” do velho homem e “revestir-se do novo homem” (Ef 4:22-24). Quando Deus nos transforma, da Sua maneira, não há espaço para lealdades divididas.

Deus quer que nós O levemos a sério. Ele oferece a única solução permanente para o problema do pecado. Satanás também está interessado em nossa lealdade. Ele não se importa de dividir essa lealdade com Deus. No entanto, ou nosso Deus é o Senhor de tudo ou não é Senhor de nada. Ele requer completa lealdade ao plano que Ele criou desde a fundação do mundo. ■

1 Conforme Gênises 3:12 Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional

Michael Mxolisi Sokupa é professor de Novo Testamento no Helderberg College, África do Sul. É casado com Zanele e tem três filhos.

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A África do Sul do Apartheid Para qualquer pessoa nascida na África do Sul, depois da

II Guerra Mundial, o apartheid era o envolvente paradigma da vida, que visava separar completamente as diferentes raças e mantê-las separadas. O apartheid teve seu início, oficial-mente, em 1948, quando o Partido Nacional venceu uma campanha eleitoral decisiva na África do Sul e começou a reforçar uma política de “separação”, ou apartheid, cuja ênfase era a ideologia de supremacia branca. Essa política acabou, oficialmente, em 1994, seguida por eleições multirraciais.

A segregação racial certamente não foi uma nova invenção sul africana. Ela era uma característica proeminente mesmo antes do período colonial e foi uma realidade em muitas partes do mundo. O apartheid, entretanto, como política oficial e base de governo de uma nação, foi algo novo. A legislação classificou a população em quatro grupos raciais: “nativos” ou “negros”, “brancos”, “mestiços” e “asiáticos” ou “índios”. As áreas residenciais, escolas, assistência médica, praias e outros

Então, para onde vamos?Parecia uma pergunta muito simples para um

grupo de universitários que procurava algo para fazer fora do campus; algo estranho em 1989. O Helderberg College, localizado na linda província do Cabo, África do Sul, está abrigado na encosta das Montanhas Helderberg e oferece uma vista do Oceano Índico, de tirar o fôlego. Assim, uma viagem até a praia ou uma caminhada até a Reserva Natural de Helderberg, seria a escolha natural para uma atividade de sábado à tarde.

No entanto, tivemos um problema: éramos um grupo misto de estudantes, de maioria branca, com alguns mestiços, um negro e um índio. Embora o apartheid estivesse em seu leito de morte, algumas coisas demoram a morrer. As placas na Praia Strand proclamavam: “Somente Brancos”.

F O T O S P O R E D W A R D A . A P P O L L I S

C O R T E S I A D O H E L D E R B E R G C O L L E G E

PeleAlém Lições a serem aprendidas de um colégio em transformação

Por Chantal e Gerald Klingbeil

A R T I G O D E C A PA

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Profundo,da

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1960, Alwyn du Preez, o primeiro aluno não branco a ser admi-tido em Helderberg College, era proibido de morar no campus e não podia usar nenhuma das instalações do colégio, além da sala de aula e a biblioteca. Não foi permitido, também, que participasse da cerimônia de formatura ou de ter sua fotografia incluída entre as dos outros formandos de sua classe.

Muitos membros e administradores provavelmente criam que as rigorosas leis do apartheid não lhes davam outra escolha se quisessem a escola funcionando na África do Sul. Nunca, porém, testaram quão longe Helderberg College poderia chegar, legalmente, no modelo de irmandade cristã.

O fato de que poderia ter havido mais escolhas de serem líderes e não seguidores, foi demonstrado no surpreendente inter-câmbio entre o Helderberg College e as autoridades educacionais do governo. Em 1971, Robert Hall, aluno negro de Zimbábue, país vizinho, foi autorizado a concluir seus estudos em Helderberg College, sob as mesmas condições de Preez. Quando ele solicitou permissão especial para ser admitido no dormitório, o colégio recebeu uma surpreendente resposta positiva, junto com a explica-ção de que “não era, e nunca havia sido a política governamental, interferir na formação de ministros de nenhuma denominação.”2

A essa altura, estavam acontecendo tremendas mudanças sociais na África do Sul.

Manifestações e motins sacudiram os alicerces do sistema do apartheid. Essas mudanças sociais e o declínio da situação eco-nômica afetaram o Helderberg College, e a partir de 1972, houve várias tentativas de integrar alunos negros no curso de teologia. Os primeiros alunos negros foram admitidos em 1974. Eles também não puderam morar no internato, e ficaram restritos à biblioteca e às salas de aula, mas puderam participar da formatura.

Durante os anos 1970 e 1980, o apartheid foi reinventando a si mesmo por causa do aumento das pressões internas e internacionais, assim como as dificuldades econômicas. Foi criado, em 1983, um parlamento que permitia representação negra e asiática, e a tão detestada lei do Passe, foi abolida em 1986. Esse foi também o período de maior violência política.

Mudança Real Em fevereiro de 1990, o presidente sul africano F. W. de

Klerk, anunciou a libertação de Nelson Mandela da prisão e começou o lento processo de desmantelamento do sistema oficial do apartheid. No dia 27 de abril de 1994, foram realizadas na África do Sul, as primeiras eleições inclusivas, quando foi permitido a todas as raças, votar.

serviços públicos, eram segregados. Começando em 1970, os negros foram privados de sua cidadania e se tornaram legal-mente cidadãos de uma das dez nações de raiz tribal. O movi-mento da população negra era limitado, pois era exigido um passe especial para procurar emprego nas cidades. Isso signifi-cava que, muitas vezes, as famílias eram separadas quando os pais partiam para trabalhar na cidade e esposas e filhos tinham que viver em sua terra natal por causa dos códigos residenciais.

Helderberg College Durante o ApartheidAlgo tão abrangente como o apartheid não poderia

deixar de causar um impacto sobre a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Durante a década de 1890, quando a igreja começou sua missão na África do Sul, extraoficialmente, a sociedade já estava dividida em linhas raciais.

Apesar do contexto social, os pioneiros adventistas e professores pareciam ter uma visão mais aberta do que a sociedade em geral. Registros mostram que pelo menos um aluno negro e vários mestiços foram admitidos no Claremont Union College, uma das duas instituições

educacionais percursoras do Helderberg College, fundado em 1892. Após essa escola ter sido transferida para uma área mais rural e trocado o nome para Spion Kop College, os alunos também aprendiam o zulu, um dos dois idiomas nativos mais importantes falados na África do Sul. Os professores obvia-mente estavam de olho na missão.1

Provou-se que o Spion Kop College era muito rural e formou apenas 32 alunos. Era necessário um novo lar para a educação adventista na África do Sul, e em 1928, o Helderberg College abriu suas portas no campus onde está hoje, situado num lugar ideal.

O colégio tinha um novo lar e um novo hino. O hino começava com a frase “Salve Helderberg, a Luz da África.” Tanto professores como alunos tomaram aquela tarefa a sério. Antes de estourar a II Grande Guerra, os ex-alunos do Helderberg serviram em toda a África.

Com a aplicação de sanções internacionais sobre a África do Sul, Helderberg College já não podia treinar missionários e enviá-los para todo continente africano. Sem o foco da missão, movimentos na sociedade sutilmente se tornaram a regra governamental do colégio. Em lugar de ser luz para a África, a escola serviu apenas uma pequena comunidade branca de sul africanos, adventista do sétimo dia. Num retrospecto, tornou-se evidente a profundidade com que os princípios do apartheid se entranharam no coração e na mente dos membros. Nos anos

Da esquerda para direita: COMO ERA ANTES: Claremont Union College, em 1917, foi o precursor do Helderberg College. FORMANDOS DE 2010: Posam para foto em grupo antes de partirem da escola para servir o nome de Cristo. ÍCONE DO CAMPUS: A igreja do Helderberg College é familiar à paisagem do campus.

Pele

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Em meio a tremendas mudanças, em 1991, o Departa-mento de Teologia do Bethel College (colégio adventista para negros) foi fechado, e todos os estudantes de teologia foram transferidos para Helderberg College.

A memória das longas filas de pessoas que pacientemente esperavam para votar pela primeira vez, em 1994, naquela primeira eleição inclusiva de todas as raças, ainda está vívida. Desde então, o país e a Igreja Adventista do Sétimo Dia fizeram grande progresso, tentando transformar realidades políticas, sociais e econômicas estabelecidas há muito tempo.

A transformação também mudou o Helderberg College. A integração de um corpo de professores etnicamente diverso se tornou uma grande prioridade. Em 2005, Gerald du Preez tornou-se o primeiro diretor negro da faculdade, seguido pela indicação de Tankiso Letseli, em 2010, como o primeiro negro a ser presidente do Helderberg College. Quando Letseli recebeu o chamado para ser o novo presidente da União Sul Africana, no princípio de 2011, Paul Shongwe tornou-se o segundo presidente negro do Helderberg College.

Cerca de dezessete anos após a primeira eleição histórica, o colégio continua seu processo de transformação. Hoje, possui um corpo docente internacional e diverso, nas três faculdades (artes, administração e teologia). Um dos desafios que o colégio ainda enfrenta é a questão da propriedade. Ele está tentando resolver a questão da aceitação de seus diversos constituintes e da comunidade, por meio de uma nova e dinâmica gama de cursos acadêmicos, oferecidos para suprir a necessidade. À medida que o corpo de alunos reflete mais de perto a demo-grafia do país, aumenta o número de matrículas.

Além de oferecer ensino de qualidade, o Helderberg College serve como um dinâmico modelo de reunião de instituições que se desenvolveram separadamente. Embora seja verdade que a mentalidade e as atitudes implantadas ao longo de gera-ções, não são transformadas da noite para o dia, o Helderberg College está treinando jovens adventistas do sétimo dia a olhar

além da cor da pele e da raça das pessoas. O colégio não está se esforçando para ser um caldeirão cultural. Ao contrário, ele se vê, tanto professores como alunos, como um viajante em jornada para descobertas que se estendem para além do aspec-to acadêmico. Uma parte da educação adventista é aprender a ver e apreciar as diferenças culturais. Isso também envolve a autodescoberta, uma vez que cada pessoa tem a oportunidade de apreciar melhor seus aspectos positivos e de tornar-se cons-cientes de seus próprios problemas culturais. Acima de tudo, isso envolve a descoberta do poder do amor de Deus que pode unir a todos em um único objetivo e missão.

Lições a Serem AprendidasNão é apenas na África do Sul que as mudanças estão

ocorrendo. A mudança é uma realidade em todo o mundo. O que as instituições adventistas do sétimo dia podem fazer ao se encontrarem nesse mar de mudanças sociais? O que podemos aprender da jornada do Helderberg College?

1. Primeiro, Leia as Instruções: Muitas pessoas não leem instruções. Pensam que sabem o suficiente o que o produto é capaz de fazer e simplesmente se lançam na montagem. Frequentemente são forçados a apanhar a página de instrução na lata de lixo. Às vezes é tarde demais para reparos.

Certa vez, Jesus contou uma história parecida. Não era sobre instruções, mas sobre fundamentos. Lembra-se do homem que construiu sua casa sobre a areia (Mt 7:24-27)? Infelizmente, nós também nos unimos à equipe da construção sobre a areia quando nosso entusiasmo abandona a silenciosa e essencial tarefa de descobrir as diretrizes que Deus deixou para nossas instituições e empresas. Precisamos de uma teologia sólida e visão clara antes de nos lançar na construção ou na administração de um restaurante vegetariano, um centro comunitário, uma editora, um grupo de jovens, o ensino fundamental, uma clínica ou universidades.

Se no caso do Helderberg College, a liderança e os leigos

Da esquerda para direita: CORPO ESTUDANTIL: Alunos do Claremont College, em 1917. SR. PRESIDENTE: Paul Shongwe, presidente do Helderberg College, é o segundo negro a ocupar esse cargo. SERVINDO A COMUNIDADE: Alunos do Helderberg College visitam a comunidade como parte do Projeto Transformando MFuleni.

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poderiam estar melhor fundamentados para tomar decisões durante o tempo do apartheid, se tivessem questionado as tendências sociais então vigentes e pesquisado a Palavra de Deus e as deta-lhadas orientações do Espírito de Profecia em busca de conselho; se não estivermos ativamente bus-cando encontrar a vontade de Deus, naturalmente seguiremos o fluxo. A ideologia atualmente aceita pela sociedade se tornará nossa norma de ação.

2. Seja proativo—não reativo: Se quisermos ser proativos, precisamos ter uma clara compreensão da vontade de Deus para nossa vida. De fato, Jesus nos lembra de que fomos chamados para ser “o sal da terra” (Mt 5:13).

A Igreja Adventista do Sétimo Dia na África do Sul já estava estruturalmente dividida por raças, bem antes da formalização do apartheid, em 1948, e espelhava, em grande medida, as atitudes da sociedade daquele momento.

Letseli, coloca desta forma: “Não espere que o ambiente dite as regras, pois você será atropelado pelos eventos. Lidere na direção da transformação. O mundo está mudando. Creio que nossa educação deve nos preparar para ser agentes de mudança em lugar de simplesmente respondermos a ela. As pessoas devem ser capazes de aprender conosco ao observar nosso modelo de trabalho.”

3. Nunca se esqueça de nossa missão: Ser uma instituição adventista do sétimo dia em certos climas políticos pode ser um ato delicado de equilíbrio. Às vezes são necessários muito tato e acomodação para evitar que o trabalho seja fechado por se assumir uma posição controversa. Por outro lado, não queremos acabar pregando um evangelho diferente por medo de repercussões políticas e sociais.

A influência da liderança não pode ser superestimada. Philip Wessels, pioneiro adventista do sétimo dia sul africano, escreveu para Ellen White em 1893. “Há uma linha de discrimi-nação racial bem distinta na sociedade aqui. Da minha parte, não me importo. Estendo a mão e cumprimento as pessoas de cor, e coisas assim. Nossa associação com eles, porém, vai inter-ferir em nossa influência com os que não estão acostumados a essas coisas... Para termos qualquer influência sobre a alta classe de pessoas, devemos respeitar essas diferenças.”3

Wessels decidiu que, em vez de tomar uma posição de igualdade racial, assumiria, pelo menos externamente, os padrões culturais vigentes, para poder alcançar uma certa fatia da sociedade com o evangelho. Infelizmente, essa linha de liderança tornou-se a norma da Igreja Adventista na África do Sul.

Nunca devemos nos esquecer de que nossa missão é alcançar a todos. Isso significará caminhar na linha tênue entre alienar diferentes grupos ou entidades políticas. Em alguns casos, o nosso silêncio, não falando contra algumas práticas culturais aceitas, pode significar falar a seu favor.

A Transformação Acontece no Coração Os Adventistas do Sétimo Dia creem que a transformação

está intimamente relacionada à conversão. O injusto é decla-rado justo. O pecador se torna filho de Deus. O perdido é encontrado. Esse é um processo do coração. Não é apenas uma mudança de atitude porque nossa mente deve ser renovada. Sistemas políticos vêm e vão. Os princípios da sociedade estão sempre mudando. O egoísmo, o preconceito racial, o orgulho, o abuso, a inveja e a ganância simplesmente irão encontrar uma nova forma de expressão, e mais politicamente correta, à medida que o clima social sofre mudanças. Transformação sob a direção do Espírito Santo não é um processo que acontece pela força, ameaça ou coerção. Gerald du Preez nos lembra que: “Temos que nos conscientizar de que quando percebemos alguma mudança em cada um de nós, foi neces-sário algum tempo para que isso acontecesse. Outros tiveram que ser pacientes conosco até chegarmos aonde estamos agora. Temos que estender essa mesma paciência a outros.”

Na cerimônia de formatura de 2007, a transformação foi evidente no Helderberg College. Alwyn du Preez e Robert Hall, que nunca puderam se formar oficialmente, desfilaram pela passarela no Anderson Hall e receberam seus diplomas sob ovação, em pé, cerca de 40 anos após terem completado seu curso. Um erro foi corrigido publicamente. A transforma-ção se tornou tangível e criou uma nova comunidade.

Paul Shongwe, atual presidente do Helderberg College, usa a interessante metáfora: “Quanto mais perto chegamos de Deus, melhor nos relacionaremos uns com os outros… Deus torna-Se o centro”. A transformação bíblica certamente é centrada em Deus e envolve mudança de mentalidade. Ezequiel sumariza o assunto poderosamente: “Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne” (Ez 36:26 NVI). ■

1 O resumo da história do início do Helderberg College pode ser encontrado na Enciclopédia Adventista do Sétimo Dia, D. E. Neufeld, ed., (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1996), v. 10, p. 686-688.2 I. F. du Preez e Roy H. du Pre, A Century of Good Hope: A History of the Good Hope Conference, Its Educational Institutions and Early Workers, 1893-1993 (East London: Wetern Research Group/Southern History Associaton, 1994), p. 109-113. Fomos beneficiados com a leitura de Jeff Crocombe, “The Seventh-day Adventist Church in Southern Africa — Race Relations and Apartheid” (trabalho apresentado na reunião da Associação dos Historiadores Adventistas do Sétimo Dia, Oakwood College, 2007).3 Phillip Wessels para Ellen G. White, 14 de janeiro de 1893.

Chantal e Gerald Klingbeil escreve de Silver Spring, Maryland, EUA, onde Gerald é editor associado da Adventist

World e Chantal ministra a educação escolar de suas três filhas, em casa. Helderberg College tem um lugar especial no coração deles, pois foi onde se conheceram e se casaram. Ainda se lembram de ter votado naquela primeira eleição inclusiva, em 1994.

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O mundo se recusou acabar no dia 21 de maio de 2011, às 18 horas — não aconteceu o que

estava previsto, deixando bastante espaço para novas previsões e novos ofensores.

Os Adventistas do Sétimo Dia, ensi-nados e moldados pelos acontecimentos de 1830-1860, e que não esquecem o modo como o Senhor tem dirigido nossa história, ainda têm algo a ensi-nar, especificamente, a nossos irmãos cristãos. A verdade sobre o último “Mayday” (dia de maio) é que ainda não temos planos para nosso futuro.

Os eventos são triviais, importantes ou essenciais. As abstrações triviais da vida (sabores de sorvete e estilos de chaveiros) e suas urgências (horário de ônibus, preparação final do casamento ou o desespero de comprar presentes para pessoas de quem nos esquecemos, mas que se lembraram de nós no Natal), podem realmente ser importantes. Entretanto, além da trivialidade e até da tirania do urgente, há o indispensável. É nisso que Jesus quer que nos concen-tremos quando nos aconselha a pensar no significado de perder a alma (Mt 16:16; Mc 8:36). O cristianismo não é um conto de fadas esquecido. Ele requer estudo de mercado futuro, planejamento do futuro e garantia do presente.

Conselho para o Tempo do FimTragicamente, porém, alguns cristãos

inteligentes reduzem o essencial ao trivial. Já lemos o conselho de Jesus sobre estarmos preparados, mas o reduzimos a diversão acadêmica com grandes e pequenos números. Respondendo aos discípulos sobre sua querida Jerusalém, Jesus disse algo sobre como as pessoas, em 2011, poderiam assegurar seu futuro. Porque, para Ele, segurança no futuro sempre foi algo importante. Repetidamente, Ele prometeu um futuro maravilhoso e, ainda hoje, todos os que O aceitam, receberão “vida eterna” (Jo 3:16), “o reino do céus” (Mt 5:10), “cem vezes mais” – com perseguição – “e na era futura, a vida eterna” (Mc 10:30).

De todos os sinais que Jesus pre-disse que aconteceriam no final, a fim de nos prepararmos, o que mais ocupa nossa mente é o de que haveria sinais nos céus, tragédias na terra, falsidade religiosa e pessoas apavoradas, como provas que Sua vinda está próxima (Mt 24:5-14; Lc 21:25, 26). Alguns insistem que, de acordo com essas predições, os desastres naturais da terra estão aumentando em número à medida que nos aproximamos do tempo do fim. Entretanto, outros não admitem nenhum modelo ou motivo que possa ser en-contrado na loucura dos elementos que impulsionam nossa vida e nosso mundo.

Ao julgar tudo isso, o propósito de Jesus ao dar Seu conselho sobre o futuro, não era conduzir Seus filhos a joguinhos de adição e subtração, contando os terremotos por números, intensidade e localização, para provar que tivemos dez bem fortes hoje, versus nove e meio amanhã! Os vinte mil japoneses mortos no tsunami, vencem as trezentas vítimas do tufão do Tennessee. Essa estranha disputa cristã sobre o significado, número e intensidade dos tsunamis, furações e bombardeios,

também podem levar, ou a se basear na ideia sobre o que Deus ou os cristãos ganham com a disputa entre a violência dos desastres antigos e modernos, ou entre a crueldade dos antigos assírios e os modernos Saddams, Hitlers e Stalins. É improvável, porém, que fosse a intenção de Jesus que esses jogos de cálculos fossem parte de nossos planos para o futuro. Ou que o estudo da Bíblia e a leitura dos jornais devam nos inspirar a uma argumentação sobre quantos morrem ou quantos realmente devem morrer; quanta fome, pedofilia ou criminalidade é necessária antes que Jesus volte.

Centrados em JesusAs palavras de Jesus, ao contrário,

apontam para a miséria que há entre e dentro de nós como prova inequívoca de nossa desesperada situação humana. Elas oferecem evidências convincentes da finitude patética da humanidade e da natureza sem Deus. Jesus sugere que devemos abraçar Sua singularidade como a única esperança para a humani-dade. Pois Ele é o único que realmente pode assegurar nosso futuro. Somos

OResto

daVidaN Ú M E R O 2 5

Planejando para o verdadeiro futuro

Por Lael Caesar

C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

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finitos. Ele é infinito. Somos insignifi-cantes; Ele é impressionante. Estamos desesperados; Ele é nosso socorro em meio aos problemas. Não somos nada; Ele é tudo. Ele nos diz: “Meus filhos, deixe-me garantir seu futuro”. Tudo o que você vê ao redor, não apenas no ano de 2011, mas sempre, não apenas sempre, mas, mais do que nunca, com o passar do tempo e com o cumprimento do tempo das profecias, quando você vê a confusão na natureza, o pânico das nações diante todas as coisas que ainda virão: físicas, políticas, religiosas, militares, econômicas – “Quando começarem a acontecer estas coisas, levantem-se e ergam a cabeça, porque estará próxima a redenção de vocês” (Lc 21:28). Portanto, servos de Deus, a trombeta tocai, breve Jesus voltará! Esse é nosso futuro; essa é nossa esperança; esse é nosso melhor investimento; essa é a nossa segurança.

Foi isso que Jesus inspirou Paulo e João a dizerem, séculos antes do cumprimento da profecia dos 2300 dias de Daniel (1Ts 4:13-18; Ap 22:6-10). O

cumprimento profético não faz com que, de repente, desviemos os olhos de nós mesmos para olharmos para Jesus. Ao contrário, a predição das profecias demonstram aos observadores honestos a absoluta confiabilidade da Palavra de Deus cujas mãos mantêm o tempo e as estações, cujos olhos veem o fim desde o princípio, cujo coração se importa infinitamente com o meu passado, nosso presente e com o futuro de todos. É esperado que estejamos olhando, não para nós mesmos. “Eu Sou o seu futuro”, diz Ele. “Seu coração não deve se preocupar enquanto outros cedem ao temor; creia em Deus, creia que Sou de confiança. Assegure seu futuro agora, durante o ‘dia da salvação’ (2Cr 6:2). Somente Eu, nem ninguém ou algo, pode oferecer salvação (Is 43:11). Eu estou voltando para recebê-lo para Mim, para que estejamos sempre juntos!”

Todas as análise dos sermões de Jesus em Mateus 24 e Lucas 21 sobre o tempo do fim, reconhecem essa relação entre Suas predições de desastres natu-rais, econômicos, políticos e espirituais

e o evento culminante de Sua segunda vinda. Jesus não recomenda triviali-dades numéricas sobre as tragédias do passado ou as recentes como um passatempo inteligente para as tardes chuvosas de sábado. Ao contrário, Aquele que lança nossos pecados e nosso passado no fundo do mar, quer assegurar nosso futuro. Ele adverte que todos devem assegurar o seu, in-vestindo nEle o hoje, o amanhã e para sempre. Isso é muito mais produtivo e significativo do que nos preocuparmos com quantos morreram ou não como resultado da última loucura de Satanás. É muito mais essencial para o resto de nossa vida. ■

Lael Caesar é editor associado que recente-mente se uniu à família editorial da Adventist

World, depois de servir como professor de religião na Andrews University, por mais de 15 anos.

VidaO desejo de Jesus é que abracemos Sua singularidade como única esperança para a humanidade.

A Segunda Vinda de Cristo é a bendita esperança da igreja, o grande ponto culminante do evangelho. A vinda do Salvador será literal, pessoal, visível e universal. Quando Ele voltar, os justos falecidos serão ressuscitados e, juntamente com os justos que estiverem vivos, serão glorificados e levados para o Céu, mas os ímpios irão morrer. O cumprimento quase completo da maioria dos aspectos da profecia, a condição atual do mundo e indicam que a vinda de Cristo é iminente. O tempo exato desse acontecimento não foi revelado, e somos portanto exortados a estar preparados em todo o tempo (Tt 2:13; Hb 9:28; Jo 14:1-3; At 1:9-11; Mt 24:14; Ap 1:7; Mt 24:43, 44; 1Ts 4:13-18; 1Co 15:51; 2Ts 1:7-10; 2:8; Ap 14:14-20; 19:11-21; Mt 24; Mc 13; Lc 21; 2Tm 3:1-5; 1Ts 5:1-6). – Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, Nº 25

Segunda Vindac r i s tode

A

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Envio-lhe este livro, na esperança de que seu conteúdo, fruto de trabalho incansável, possa infundir-lhe coragem para prosseguir até o fim do conflito”, escreveu Ellen

White quando celebrou seu octogésimo quarto aniversário enviando exemplares autografados do seu recém publicado livro, Atos dos Apóstolos, a vários amigos e colegas de trabalho.

Suprindo uma NecessidadePor mais de uma década Ellen White desejou revisar seu

livro esgotado, “Paulo, o Apóstolo da Fé”, impresso às pressas em 1883. A história dos Atos dos Apóstolos nos leva àquele livro de 334 páginas e sua história.

A lição da Escola Sabatina em 1881 e 1882 teve como tema a vida de Cristo; programado para o segundo trimestre estava

Apóstolosdos

Presente de 100 anos

P A T R I M Ô N I O L I T E R Á R I O D E E L L E N G . W H I T E

Acima: PRESENTE DE ANIVERSÁRIO: Cópia da carta que Ellen White enviou a seu filho instruindo-o a presentear seu último livro a amigos e colegas de trabalho. Abaixo: Todos os livros foram autografados.

D E S C O B R I N D O O E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

Atos

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o livro de Atos e o ministério de Paulo. Os líderes da igreja sugeriram o conhecido comentário de W. J. Conybeare e J. S. Howson como auxiliar de estudo para os membros. A própria Ellen White havia usado o trabalho deles em seus primeiros escritos sobre os apóstolos e depois de pensar muito no assunto, recomendou a obra nos Signs of the Times: “Considero The Life of St.Paul (A Vida de S. Paulo), de Conybeare e How-son, um livro de grande mérito e um dos raros livros úteis ao estudante sincero da história do Novo Testamento.”1

Logo, porém, como recordou mais tarde W. C. White, filho de Ellen White, “os professores da escola sabatina e membros leigos, reclamaram que essa obra [de 764 páginas] era muito volumosa e muito pesada, e que os escritos da Sra. White, em sua simplicidade, eram muito mais úteis para a maioria do nosso povo; e era urgente que ela publicasse um livro para ser utilizado como auxiliar da lição.”2

Ellen White e sua equipe trabalharam rapidamente para reunir o que ela já havia escrito do livro, ao qual se adicionou extenso material.3 Em junho de 1883 o livro Paulo, o Apóstolo da Fé já havia sido impresso e vários exemplares estavam sendo enviados, atendendo aos pedidos para as reuniões campais. Segundo W. C. White, foram impressas duas edições de cinco mil volumes cada, antes do livro esgotar, em meados da década de 1890. Quando Ellen White foi consultada sobre a reimpressão da obra, recusou a sugestão, expressando o desejo de expandir seu conteúdo em uma edição revisada.4

As intenções de Ellen White, entretanto, foram adiadas até completar outras obras como: O Desejado de Todas as Nações (1898), Parábolas de Jesus (1900), Educação (1903) e A Ciência do Bom Viver (1905), entre outros trabalhos. Somente no final de 1910, ela conseguiu dedicar atenção mais concentrada ao trabalho de revisão dos manuscritos.

Curiosamente, assim como a lição da Escola Sabatina, em 1883, motivou a impressão do seu primeiro livro sobre a vida de Paulo, foi o estudo sobre o livro de Atos, nas lições de 1911, que apressou concluir sua edição revisada.

W. C. White escreveu que a equipe de Ellen White levou cinco meses pesquisando o que ela havia escrito anterior-mente sobre a vida e ensinos dos apóstolos, organizando em capítulos. “Dia a dia” os manuscritos eram entregues a Sra. White, para leitura, “e ela fazia suas anotações livremente, reforçando e adicionando palavras, frases e sentenças para que suas declarações se tornassem mais contundentes”. Ele observou: “Minha mãe sempre nos instruía a respeito de pontos importantes sobre os quais sabia ter escrito e declarou que desejava que tomássemos um cuidado muito especial ao procurá-los entre seus escritos.”5

Conclusão da ObraConsciente de que o livro não seria concluído a tempo

para o início das lições, a equipe de Ellen White enviou

artigos sobre o assunto à revista da igreja, extraídos do “trabalho em curso”.

Escrevendo ao filho W. C. White, em fevereiro de 1911, Ellen White fala do impacto espiritual, que ela esperava, seu livro causasse nos leitores:

“Desde que você partiu, tenho estado completamente ocupada na preparação do assunto sobre a ‘Vida de Paulo’. Estamos tentando reunir evidências bíblicas da verdade, e isso, cremos, será apreciado por nosso povo. Estou ansiosa para colocar nesse livro muito material que servirá de ajuda especial para os nossos obreiros que talvez passem por experiências similares às que passou a igreja cristã primitiva. Na história dos Atos dos Apóstolos há muita coisa que, se empregada na vida cotidiana, inspirará nossos irmãos e irmãs que desejam buscar uma vida espiritual mais elevada, sábia, com mais poder, para cooperar com a inteligência divina na salvação das pessoas.”6

A correspondência durante o ano de 1911 revela contínuo progresso nos manuscritos e o entusiasmo de Ellen White ao se aproximar da sua conclusão. “Recentemente tenho estado muito ocupada no trabalho de conclusão do meu livro Atos dos Apóstolos”, escreveu ela à sua neta Mabel, em setembro. “Penso que minha parte nesse trabalho está quase terminada.”7 No dia 6 de outubro, ela escreveu ao Pastor Haskell: “Meu livro Atos dos Apóstolos foi para o prelo”8 e seis semanas mais tarde, o primeiro exemplar impresso estava em suas mãos.

A narrativa sobre o povo de Deus, no primeiro século, pode nos inspirar a imitar sua coragem e confiança na fidelidade do Senhor à medida que aumentam os eventos turbulentos em nosso planeta. O presente de aniversário de Ellen White para a igreja – O livro Atos dos Apóstolos completou cem anos de idade este ano, mas a história do que o Espírito Santo pode fazer por intermédio de corações totalmente submissos continua se renovando todos os dias. ■

1 Signs of the Times, 22 de fevereiro de 1883, p. 96.2 W. C. White, “Brief Statements Regarding the Writings of Ellen G. White,” p. 9, 10. 3 Cerca de um terço do material pré-existente foi elaborado a partir do livro Spirit of Prophecy, de Ellen White, v. 3, publicado em 1878 (paralelo à sua série A Redenção, números 7, 8).4 W. C. White para F. M. Wilcox, 1 de abril de 1917. Alguns acusaram, falsamente, que o livro não havia sido republicado para evitar processo legal dos editores da obra de Conybeare e Howson, uma vez que Ellen White teria usado essa obra conhecida ao preparar seu manuscrito. Os editores do livro, entretanto, negaram ter conhecimento de tal objeção – e até mesmo da possiblidade de processo legal – uma vez que a edição por eles publicada não tinha registro de copyrighs.5 W. C. White para L. R. Conradi, 8 de dezembro de 1911. Para maiores informações sobre a preparação do livro, veja Arthur L. White, Ellen G. White: The Later Elmshaven Years, 1905-1915, p. 340-344. 6 Ellen G. White carta 4, 1911 (para W. C. White, 15 de fevereiro de 1911).7 Ellen G. White carta 72, 1911 (para Mabel Workman, 18 de setembro de 1911).8 Ellen G. White carta 80, 1911 (para S. N. Haskell, 6 de outubro de 1911).

Tim Poirier é vice-diretor do Patrimônio Literário de Ellen White, na sede mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Silver Springs, Maryland, EUA.

Apóstolos

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O título do sermão: “Por que não Estamos Prontos para o Pentecostes”.

Essa é uma repreensão perfeita para os membros de igreja, espiritualmente indolentes! pensou Atonte Myers, esposa do pastor Ivor Myers. Mas, enquanto ouvia o sermão, Atonte começou a reco-nhecer que sua vida também precisava de um reavivamento. Ela ficou con-vencida de seus pecados, e se levantou, junto com muitos outros membros da igreja naquele dia, quando seu esposo

pessoas que passavam na rua, simples-mente entraram, enquanto outras se sentiam impressionadas a voltar para a igreja, após muitos anos! Ficamos muito felizes e sabíamos que Deus estava respondendo a nossas orações.”

Essa experiência deu aos Myers uma ideia: E se outras igrejas na região se unissem a eles e orassem por dez dias? E se a associação se unisse a eles? Ou toda a igreja mundial? O Pastor Myers rapi-damente recebeu o apoio de Jerry Page, então presidente da Associação Califórnia

O p e r a ç ã o

apelou à congregação para se compro-meter a orar pelo derramamento do Espírito Santo nos próximos dez dias. Não eram dez dias de pregação, mas de oração, juntos, implorando a Deus pela bênção do Espírito Santo.

Todas as noites, mais de setenta mem-bros da igreja de Myers, na Califórnia, oraram por assuntos específicos, como o verdadeiro arrependimento, perdão, testemunho e problemas de família.

“Oramos com pequenas frases em lugar de várias pessoas orando longas orações”, diz Antonte. “Assim, o tempo passou rapidamente e todos se concen-traram na oração.”

A Santa Ceia, realizada no final da noite, trouxe reconciliação e a tão neces-sária cura para nossa igreja”, continua ela. “Pessoas que não se falavam há anos, es-tavam chorando, abraçando-se e pedindo desculpas por seu rancor e amargura.

“No sábado seguinte, a igreja estava lotada!” acrescenta ela. “Algumas

Central, e assim nasceu o movimento de oração conhecido por Operation Global Rain (OGR) [Operação Chuva Global].

Viabilizando o Reavivamento Ninguém esperava pelo que aconte-

ceu a seguir. A ideia se espalhou rapida-mente e logo, mais de 1.800 igrejas em 80 países se inscreveram para participar no primeiro OGR mundial, realizado em janeiro de 2007. Logo após, os testemunhos chegaram em quantidade, falando das igrejas reavivadas, vidas convertidas, renovada paixão pelo evan-gelismo e relacionamentos recuperados.

“O Senhor me mostrou que somente por meio de corações humildes, verdadeiro arrependimento e oração em conjunto, como os apóstolos fizeram, experimentaremos o reavivamento e derramamento do Espírito Santo necessários para que a mensagem seja levada a todo o mundo”, disse Atonte.

A partir de então, todos os meses de

janeiro, centenas de igrejas pelo mundo estão participando desse programa de oração.

OGR e o Reavivamento e Reforma

Como parte da iniciativa de Reaviva-mento e Reforma da Associação Geral, a Comissão Executiva da igreja mundial, no Concílio Anual de 2010, realizado em Silver Spring, Maryland, Estados Unidos, votou realizar os dez dias de oração da OGR, um evento anual e global, no mês de janeiro. O próximo OGR mundial está marcado para os dias 4 a14 de janeiro de 2012, e se concentrará em reuniões diárias de oração. No último dia, sábado, haverá uma celebração especial.

A Pacific Press Association publicou um livro de Mark Finley intitulado 10 Days in the Upper Room (Dez Dias no Cenáculo) para ser utilizado como material.

As igrejas, pequenos grupos ou pes-soas interessadas em fazer parte da OGR

GlobalChuva Por Janet Page

D A V I D S H E R W I N

V I D A A D V E N T I S T A

A iniciativa da oração invade o mundo

24 Adventist World | Novembro 2011

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2012 devem acessar www.revivalandre-formation.org e clicar em “Operation Global Rain” para se inscrever. Folhetos diários estarão disponíveis na página da Internet, para que os membros locais, líderes de oração e pastores possam lide-rar efetivamente os momentos de oração em grupo. Cada grupo é incentivado a separar uma hora, diariamente, para orar em conjunto. Cada pessoa pode orar sozinha ou com alguns amigos se não estiver próxima de alguma igreja que esteja participando. Os participantes devem manter em mente as palavras de Jesus, em Atos 1:8: “E recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas.”

Durante a hora de oração de cada dia, sugerimos orações de pequenas sentenças para que cada pessoa possa orar mais de uma vez. Isso ajuda a manter a atenção e evita orações potencialmente enfadonhas. Ellen White diz: “Longas e mecânicas [...] orações. Fatigam os anjos e as pessoas que as escutam. Nossas orações devem ser breves e diretas. Que as longas e enfado-nhas petições fiquem para nosso aposento particular, [...] Deixem que o Espírito de Deus entre ao coração, e Ele expelirá dali toda árida formalidade.”¹

O período de oração deve ser funda-mentado na Palavra de Deus. Pode ser iniciado com louvor, orando com um salmo ou outra passagem bíblica sobre louvor. Depois, oramos pela salvação

■ Peça a Deus que prepare seu coração para essa experiência de dez dias.

■ Peça a duas ou mais pessoas que orem com você durante os dez dias, ou sugira ao pastor que esse seja um evento para toda a igreja.

■ Escolha um horário que seja conveniente para orar em conjunto. Separe uma hora, todos os dias, para orar juntos, se possível.

■ Comece e termine seu período de oração em grupo com louvor e ação de graças. Escolha um salmo pertinente para fazer parte da oração.

■ Ore com frases pequenas para que cada pessoa possa orar

individual, que nos ajuda a clamar pelas promessas como Jeremias 24:7.

“Nossas orações devem ser saturadas da Palavra de Deus”, diz Page, atualmente secretário da Associação Ministerial da AG. “Queremos estar certos de que esta-mos orando segundo a Sua vontade”.

E acrescenta: “Esperamos e oramos a fim de que cada igreja, grupo, pequeno grupo e indivíduo se una num esforço conjunto para orar pelo Espírito Santo. Sabemos que somente por meio do derramamento, presença e poder do Espírito Santo, seremos capacitados para levar ao mundo o amor de Jesus para que Ele venha logo.”

Ellen White enfatiza a mesma necessidade: “Uma cadeia de oração de crentes sinceros deve cercar o mundo. Oremos todos com humildade. Alguns vizinhos devem reunir-se para orar pelo Espírito Santo. Que aqueles que não podem sair de casa se reúnam com seus filhos e aprendam a orar juntos. Podem reivindicar a promessa do Salvador: “Onde se acham dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles” (Mt 18:20).²

Toda Oração é Importante O presidente da igreja mundial, Pr.

Ted N. C. Wilson, liderando a iniciativa mundial de Reavivamento e Reforma, descreve um céu que “está ansiosamente esperando que o povo de Deus desperte

e busque as bênçãos do Espírito de Deus. A Sua promessa, ‘Pedi e ser-lhe-á dado’, é certa. Ele responderá às orações pelo der-ramamento do Seu Espírito. A obra de Deus não será finalizada somente porque houve muito esforço ou porque foram empregados métodos diferentes. É o poder do Espírito de Deus, trabalhando na vida do Seu povo, que efetivamente iluminará o mundo com a glória de Deus, para que Jesus possa retornar.”

Necessitamos de todas as orações, de todos os membros da igreja, para esse importante trabalho. Cada oração sin-cera pelo Espírito Santo será respondida com poder porque Deus não está espe-rando que a situação do mundo piore, mas que Seu povo, unido, O busque.

Para unir-se a outros na busca pelo Espírito de Deus em sua vida durante os dez dias de oração, de 4 a 14 de janeiro de 2012, acesse www.revivalandreformation.org e click em “Operation Global Rain.” ■

1 Ellen G. White, Testemunho para Igreja, v. 4, p. 71.2 Ellen G. White, Advent Review and Sabbath Herald, 3 de janeiro de 1907.

Janet Page é secretária associada responsável por programas de oração, famílias e esposas dos

pastores da Associação Ministerial na Associação Geral.

1ODias de Oração

Sugestões para os POR JANET PAGE

mais de uma vez e para permitir que o Espírito Santo o impressione, enquanto você ora.

■ Torne seu tempo mais poderoso, gastando-o em oração, em lugar de em discussão.

■ Separe tempo a sós com Deus, além do período de oração em grupo.

■ Considere algum tipo de jejum, como, por exemplo, de TV, de música secular, de filmes, de Internet, ou sobremesas. Use o tempo extra para orar e ler sua Bíblia.

■ Fale com seu pastor sobre promover os dez dias de oração em sua igreja, apresentando testemunhos de como Deus tem agi-do por meio da oração em conjunto. Nos dois sábados durante os dez dias, planeje um programa tendo como tema, a oração.

■ Peça a Deus que lhe mostre cinco pessoas por quem orar nos dez dias.

■ Para mais ideias, acesse www.revivalandreformation.org.

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P E R G U N TA : Os adventistas creem no dom da cura?

Sim, cremos! Segundo as Escrituras, Deus pode ouvir nossas orações e curar aqueles por quem oramos (Tg 5:13-15). Alguns têm dificuldade de compreender a

natureza desse dom, por duas razões, pelo menos: Primeira, pode parecer que hoje, a manifestação desse dom não seja tão comum quanto nos tempos apostólicos; segunda, nossa percepção foi manchada pelo que vemos entre as igrejas cristãs carismáticas. Alguns tendem a crer que esse dom deveria se manifestar entre nós do mesmo modo como é manifesto entre essas comu-nidades cristãs.

1. É um Dom de Deus: Um fenômeno interessante nas Escrituras em relação aos milagres e curas é que há muito poucos descritos ali! A história registrada na Bíblia cobre um período de vários milhares de anos. Examine-a como um todo, e logo con-cluirá que os milagres e curas não eram tão comuns quanto pensamos. Se você contar, verá não apenas que o núme-ro deles é limitado, mas que também tendem a ocorrer em sequência em determinadas conjunturas históricas. Por exemplo, um número significativo de milagres aconteceu durante o êxodo do Egito. Aquele foi um momento de crise quando Deus teve que manifestar o Seu poder para mostrar que Ele era o Deus verdadeiro. Acon-teceu um número incomum de milagres durante o ministério de Elias e Eliseu. Aquela também foi uma época de grande apostasia em Israel e Deus estava demonstrando que Ele era o verdadeiro Deus de Israel.

Testemunhamos outra grande manifestação de milagres de curas durante o ministério de Cristo e dos apóstolos. Aquela demonstração singular do poder divino tinha vários propósitos. O principal era validar a missão divina e a autenticidade da obra de Jesus. Mas, por toda a história bíblica, também encontramos manifestações esporádicas do dom da cura. Em outras palavras, o dom era permanente entre o povo de Deus, mas Deus escolhia quando esse dom devia ser manifestado de maneira mais poderosa ou intensa. Isso acontecia em momentos de crise, quando Deus estava

revelando que Ele estava ativo no ministério de Seu povo, dando-lhe credibilidade e assistindo os que estavam em dúvida.

2. Experiência Presente e Futura do Dom: O dom ainda está em Sua igreja; mas o Senhor escolhe quando e como deve manifestá-lo. Os milagres de cura acontecem entre o povo remanescente de Deus, em todo mundo, como resposta às orações fervorosas de pastores e membros. Isso ocorre espo-radicamente, isolados uns dos outros, por meio da silenciosa presença do Espírito entre nós. O Senhor provavelmente escolheu que fosse assim porque no final do conflito cósmico,

as forças do mal usarão os milagres para validar seus atos como vindos de Deus

(Ap 13:13; 16:14). Nossa segurança não está em milagres e nas curas, mas nos ensinamentos das Escrituras.

Ao nos aproximarmos do final do conflito cósmico, a apostasia e a confusão atingi-rão dimensões globais e Deus manifestará o poder do Espí-rito gloriosamente. Ele inten-sificará a manifestação de Seu Espírito entre nós e a profecia de Joel finalmente se cumprirá (Jl 2:28-32). Deus confirmará a mensagem e a missão do Seu povo remanescente por meio das Escrituras e por meio de magnífica demonstração do poder do Espírito.

3. A Cura e a Medicina: Hoje, experimentamos o dom da cura por meio dos serviços médicos, sim, serviços médicos. Jesus combatia os poderes do mal por meio de suas curas, e hoje, Ele pode fazer a mesma coisa por meio daqueles que encontram maneiras de prevenir, tratar e curar doenças. Os que estão envolvidos na obra médico-missionária e em pesquisas, estão participando do conflito cósmico em nível celular e o Senhor lhes dá sabedoria para que O ajudem a levar cura a um mundo em perigo e em sofrimento. A sabedoria concedida pelo Senhor é Seu dom para Sua igreja a fim de beneficiar a humanidade. Portanto, a obra médico-missionária, realizada por pessoas consagradas ao Senhor que se dedicam a dar-Lhe glória somente, é a verdadeira manifestação do dom da cura de nosso soberano Senhor, que transpõe os limites da igreja. ■

Ángel Manuel Rodríguez aposentou-se recentemente como diretor do Instituto de Pesquisas Bíblicas da Associação Geral.

P E R G U N T A S B Í B L I C A S

PorÁngel Manuel Rodríguez

Donsde Cura

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E S T U D O B Í B L I C O

Muitos cristãos são atormentados pela preocupação. O medo piora o cenário projetado na tela da mente. A preocupação e o medo são inimigos da fé e roubam a alegria da vida cristã. A esperança desaparece como uma sombra e o pessimismo sombrio dos pensamentos tomam conta da vida temerosa. Será que Deus tem solução para mentes preocupadas e corações temerosos? Certamente que sim. Primeiro, admitamos que todos nos preocupamos. A preocupação é parte do mundo caído. Preocupamo-nos com nossa saúde, nossos filhos, e nossas finanças. Quando, porém, concentramos nossa atenção na preocupação e no medo, eles se tornam forças negativas em nossa vida, e nos consomem. Neste estudo bíblico, aprenderemos como concentrar nossa atenção na realidade do amor e do cuidado de Deus e da Sua presença em nossa vida.

1. Compare a reação de Jesus com a de Seus discípulos durante a tempestade no Mar da Galileia. Por que os discípulos estavam com tanto medo? Por que Jesus estava tão calmo?“Levantou-se um forte vendaval, e as ondas se lançavam sobre o barco, de forma que este ia se enchendo de água. Jesus estava na popa, dormindo com a cabeça sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e clamaram: ‘Mestre, não Te importas que morramos?’ Ele se levantou, repreendeu o vento e disse ao mar: ‘Aquiete-se! Acalme-se!’ O vento se aquietou, e fez-se completa bonança. Então perguntou aos seus discípulos: ‘Por que vocês estão com tanto medo? Ainda não têm fé?’” (Mc 4:37-40).

Onde estava a atenção dos discípulos?

O que enchia a mente de Jesus?

2. Quando os problemas, preocupações e medo nos atormentam, que convite recebemos do Senhor? “Lancem sobre Ele toda a sua ansiedade, porque Ele tem cuidado de vocês” (1Pe 5:7).

toda a sua sobre Ele.

O original grego para “lancem” realmente significa jogar todo nosso peso sobre alguma coisa. Essas palavras devem ser traduzidas, “joguem todo o peso de todas as suas preocu-pações e ansiedades sobre Jesus. Ele é totalmente capaz de cuidar delas.”

3. Qual é o resultado de lançar toda a nossa preocupação sobre Jesus, confiando que Ele é totalmente capaz de cuidar delas?“Tu, Senhor, guardarás em perfeita paz aquele cujo propósito está firme, porque em ti confia. Confiem para sempre no Senhor, pois o Senhor, somente o Senhor, é a Rocha eternal” (Is 26:3, 4).

Recebemos paz.

Lidandocom o

Preocupaçãoe oMedoPor Mark A. Finley

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4. Necessariamente, não podemos controlar todos os pensamentos que cruzam nossa mente. Qual é o conselho de Jesus quando uma preocupação nos ataca?“Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescenta-das. Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal” (Mt 6:33, 34).

Essa é uma questão de prioridade; temos que concentrar nossa atenção em Jesus. Ele nos ama. Ele cuida de nós. Ela deseja que tenhamos uma vida feliz e abundante. Os problemas virão, mas Ele é completamente capaz de resolvê-los. Vamos enfrentar nossos desafios hoje, por meio de Sua força e estaremos equipados para lidar com tudo o que a vida nos trouxer amanhã.

5. Onde encontramos forças para enfrentar nossos mais profundos temores?“No amor não há medo; ao contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor. Nós amamos porque Ele nos amou primeiro” (1Jo 4:18, 19).

O perfeito lança fora .

É no amor de Deus que encontramos forças para enfrentar nossos medos e preocupações. Reconhecer que Ele nos ama e descansar nesse amor nos liberta dos efeitos paralisantes e angustiantes do medo.

6. De onde vem o medo? É Deus o originador do medo, preocupação e ansiedade?“Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio” (2Tm 1:7).

O medo e a preocupação não vem de Deus. A preocupação, às vezes, resulta das circunstâncias da vida, além de nosso controle. Outras vezes, pode ser uma emoção que nós mesmos cultivamos por anos. É claro que Satanás está por trás de todas as emoções negativas, procurando roubar de nós a vida de verdadeira alegria. O poder de Deus é suficiente para nos dar uma mente saudável, livre do tormento da preocupação.

7. Como o apóstolo Paulo descreve o alvo de Deus para cada cristão fiel?“Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nEle, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo” (Rm 15:13).

Deus quer que nossa vida seja cheia de , e

.

A Bíblia menciona a esperança uma dúzia de vezes. Deus deseja que sejamos cheios de esperança, não de medo. Seu objetivo são vidas de alegria e paz. Por que não entregar a Ele nossas preocupações e medos, orando essa simples oração:

“Querido Pai, confesso que, às vezes, me concentro mais no problema do que na solu-ção. Às vezes fico sobrecarregado com as preocupações e medos. Neste momento,

escolho lançar todas as minhas preocupações sobre o Senhor. Creio que o Senhor é totalmente capaz para cuidar delas. Pela fé, recebo a paz, a alegria e a esperança que o Senhor me dá agora. Em nome de Jesus, amém.”

*Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.

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C A R T A S

Deus Protege Seu PovoFiquei muito impressionado com o artigo de capa intitulado “O Milagre de Hiroshima”, por Ryoko Suzuki (agosto 2011).

Ele menciona que nenhum membro adventista foi morto ou ferido no bombardeio de Hiroshima, durante a II Guerra Mundial. Isso demonstra que Deus é capaz de proteger Seu povo em tempos de tribulação, como disse Davi no Salmo 91:4-7.

Ele promete sempre nos proteger contanto que sejamos fieis. Alguns de nós sofre de descrença (falta de fé), mas sei que Ele pode completar o que nos falta, se tão somente crermos nEle.

Simpe JaoLaveen, Arizona, Estados Unidos

Redescobrindo o Verdadeiro CultoGostaria de expressar minha gratidão à Adventist World e ao presidente da Associação Geral, Pr. Ted N. C. Wilson, pela entrevista concedida a Bill Knott intitulada “Redescobrindo o Verdadeiro Culto” (Agosto 2011).

A bela explanação dada por Wilson sobre o tema do verdadeiro culto – e também a sua ênfase sobre a impor-tância do reavivamento e reforma – é animadora. Foi muito oportuno para o nosso tempo, quando vemos tanta concessão com as coisas do mundo, quando tantos parecem ser cheios de si, egoístas, orgulhosos e desprezam a ver-dade. Alegra-me saber que é objetivo do presidente alertar sobre a importância desse assunto para a igreja hoje.

Certamente necessitamos do derramamento do Espírito Santo para

nos reformar e reviver! Quão urgente é que fixemos os olhos em Cristo, pensemos de maneira otimista e não deixemos que o mundo, ao nosso redor, nos molde pelos seus padrões! É alto tempo de cada um de nós, como seguidores de Cristo, sair do meio da multidão e ser um exemplo, como Daniel e seus amigos.

Muito obrigado pelo artigo e por permitir ao mundo conhecer o valor e a importância do “verdadeiro culto”.

Litton Prosad MowalieDhaka, Bangladesh

A entrevista de Bill Knott com Ted Wilson e as respostas dele foram opor-tunas e apropriadas para as necessidades da igreja atual. De fato, parece mais providencial do que coincidência que a lição da Escola Sabatina esteja abor-dando o tema da adoração. A concisa análise de Wilson sobre a adoração no contexto das três mensagens angélicas necessita de mais ênfase em nossa igreja. Essas mensagens especiais de Apocalipse 14 são, acima de tudo, um chamado aos verdadeiros adoradores de Deus, seguido pelo chamado a abandonar os falsos sistemas de adoração do mundo, e, finalmente, um chamado a se unir aos verdadeiros adoradores que “guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus.”

Em todos os nossos esforços evangelísticos, precisamos dar forte ênfase na centralidade do chamado à verdadeira adoração que permeia todo o livro de Apocalipse e liga todas as demais implicações proféticas desse livro, ao seu tema central. Isso é espe-cialmente importante, tendo em vista as tendências seculares contemporâneas de “adorar” os astros do esporte, dos filmes, etc., sem mencionar cargo, prestígio e dinheiro.

Chris EderesingheOriginalmente de Sri Lanka

Cinco, Dois e Um, são Iguais Fui tocado pelo artigo de Richard A. Sabuin, “Cinco, Dois e Um, são Iguais”(agosto de 2011). Isso mostra que, como cristãos, não deveríamos competir ou lutar por igualdade, ao contrário, devemos fixar os olhos em Deus, que vê a todos igualmente. Se, como igreja, pudermos desenvolver tal espírito, estaremos sempre contentes com a maneira como Deus escolhe usar a cada um de nós. O inimigo está sempre pronto e desejando espalhar o rebanho de Deus, para então, devorar-nos. Permaneçamos unidos em espírito, enquanto esperamos pelo Seu advento.

Tovimbanashe SayiSilang, Cavite, Filipinas

Não deveríamos competir ou lutar por igualdade, pelo contrário, devemos fixar os olhos em Deus, que vê a todos igualmente.

– Tovimbanashe Sayi Silang, Cavite, Filipinas

Intercâmbio Mundial

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C A R T A S

Alegria ou Desespero O artigo de Jung Park, “Alegria ou Desespero?”(agosto de 2011), deu-me forças para vencer o desespero que tenho sentido.

Sim, ele é real. Não podemos fugir das aflições. Queiramos ou não, elas virão. Somos, porém, abençoados porque temos o poder e a capacidade de escolha. As forças negativas podem nos constranger – e, como cristãos maduros não permitir ir muito fundo – e podem nos fazer dobrar e até cair. A notícia, entretanto, é boa! Podemos crescer em Cristo. Nele, nossa atenção é desviada para uma atmosfera de crescimento e confiança. Se nos demo-rarmos nos problemas, eles destruirão nossa relação com o Senhor e nossa ligação com Ele não será fortalecida. Em nossas lutas pessoais e íntimas, contudo, podemos obter a bem aventurada espe-rança e pedir Seu toque perceptível, por Seu poder e escolha nossa.

Sim, situações difíceis virão ao nosso

encontro, mas Deus tem um propósito a cumprir para que Sua missão seja realizada em nós.

Estrella JordanGenebra, Suíça

O Trabalho da ADRASeu artigo de notícia sobre o trabalho da ADRA no Haiti (abril 2011) foi um forte estímulo para nós em Aru, onde também sofremos

calamidades (guerra e seus efeitos).Temos novos e ativos membros

na igreja, mas o povo ainda adora os espíritos de seus ancestrais e outros. A ADRA, como fez no Haiti, pode fazer muito pelo povo de Aru.

Jules Kiza Ibona Aru, Distrito de Ituri, República Democrática do Congo

Siga a Bíblia Sou tremendamente grato pela Adventist World de julho de 2010. Li, entre outros, os artigos “Siga a Bíblia” e “Deixe-se Moldar pela Palavra”, que realmente me ins-pirou em minha vida cristã. Agradeço a Deus pelo maravilhoso trabalho que vocês estão realizando em Sua obra.

Wamangoli DicksonKiboga District, Uganda

Sei que Deus opera maravilhas. Por favor, ore para que eu não desanime e creia que Deus me ajudará a matricular no curso de teologia.

Creio que, em nome de Jesus, o problema em meu casamento será resolvido pacificamente. Meus irmãos e irmãs em Cristo, conto com suas orações. Muito obrigado!

Asa, Quênia

Por favor, ore por nossa escola e pelas matrículas. Sei que estamos passando por uma crise financeira e que os pais realmente estão sentindo seus efeitos. Nossa escola tem capacidade para uma

média de 80 a 85 alunos; até agora só temos 25 matriculados.

Veronica, Estados Unidos

Peço que, por favor, ore por mim. Sou mãe de “primeira viagem”, e, às vezes, sinto medo. Oro por sabedoria para educar meu filho.

Janine, África do Sul

Por gentileza, ore para que eu não peque na minha vida diária. Realmente, gostaria de representar a Deus aonde quer que vá e em tudo que faça. Ore, também, pelos membros “perdidos” da minha família que não vão mais à

igreja. E, finalmente, por favor, ore para que Deus abra sua janela de bênçãos sobre mim e me capacite a pagar todos os meus débitos porque, às vezes, sinto que eles me separam de Deus.

Syalvia, Malásia

L U G A R D E O R A Ç Ã O

Cartas para o Editor – Envie para: [email protected] cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com 250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.

Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA.

Intercâmbio Mundial

30 Adventist World | Novembro 2011

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I N T E R C Â M B I O D E I D E I A S

Você encontrará, nesta edição da Adventist World, um artigo especial sobre mordomia (“Devolvendo Tudo”, por

Penny Brink). Abaixo, algumas palavras de incentivo sobre o assunto, por Robert Lemon, tesoureiro da Associação Geral.

“A fidelidade dos filhos de Deus em seus dízimos e ofertas, mesmo em tempos de dificuldade econômica, confirma a fé. Espera-se que o dízimo diminua na mesma proporção em que os rendimentos dos membros dimi-

nuem durante uma crise econômica, mas já está provado que esse não é o caso. Alguns dos que são tão cuidadosos na questão do dízimo, em tempos difíceis, como durante os tempos de bonança econômica, concluem que todas as bênçãos, inclusive a bênção do emprego, é bênção do Senhor, e procuram fazer o que é correto. As bênçãos prometidas em Malaquias 3:10 se aplicam tanto aos bons tempos como aos tempos de dificuldade econômica.”

O que você acha? Gostaríamos de ouvir sua opinião sobre esse assunto. Envie-nos suas cartas, comentários ou pequenas histórias para O Lugar das Pessoas, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600, EUA; fax: 301-680-6638; e-mail: [email protected]. Máximo de 300 palavras por texto enviado. Por favor, inclua seu nome e local de onde está escrevendo.

Mesmo antes de começar a primeira série, Bernard, agora com sete anos de idade, havia escolhido a igreja da qual faria parte. Bernard ficou in-

teressado nas atividades da igreja em fevereiro de 2010, durante uma campanha evangelística na Clínica Geja, perto de Sanyati, Zimbábue. Quando sua nova professo-ra perguntou sobre sua igreja, ele respondeu que era a Igreja Adventista do Sétimo Dia de Katsime.

Bernard se arruma sozinho e, convicto, disse aos pais que gosta de ir à igreja aos sábados pela manhã. Seu pai, não cristão, permite de boa vontade que seu caçula, de sete anos, frequente a igreja e solicita à esposa que prepare a roupa do garoto. Assim que começou a ir à igreja, um amigo passou a acompanhá-lo.

A mãe do garoto frequenta a Igreja Católica, mas pelo grande desejo de seu filho de frequentar a igreja adventista, ela também permite que ele vá todos os sábados. Recentemente, ela pediu aos membros da Igreja Adventista que orassem por eles. Oramos para que, pelo poder de Deus e pela ação do Espírito Santo os pais se unam ao filho e, finalmente, tornem-se membros da Igreja Adventista.

–Juta Makanda, Sanyati, Zimbábue

Fiel a todo o tempo

Um garoto resolve ir à igreja.

AB

EL

L

UT

HU

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P A K O E . M O K G W A N E , B O T S W A N A

O Início de Uma História

EditorAdventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.

Editor AdministrativoBill Knott

Editor AssociadoClaude Richli

Gerente Internacional de PublicaçãoChun, Pyung Duk

Comissão EditorialTed N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley; Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan; Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian, acessor legal.

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Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638

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Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos Estados Unidos.

Vol. 7, No. 11

“Eis que cedo venho…”Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.

Novembro 2011 | Adventist World 31

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RESPOSTA: Em Aore, Vanuatu, alunos do Instituto Listair tomam um momento das aulas para posar com o co-fundador e diretor Alastair Macgillivray. Para saber mais sobre esse ministério, leia as páginas de 11 a 13.

Q U E L U G A R É E S T E ?

O Lugar das

PESS AS

F R A S E D O M Ê S

“O amor verdadeiro acontece quando o casal é unido, não companheiro. É mais fácil que os companheiros se separem quando muda a estação, como faz a maioria dos animais, do que os que são unidos, pois estão envolvidos espiritual, mental, física e socialmente; portanto, ligados um ao outro, resistem à separação.”– Isaac Milioti Daka, “médico evangelista”, durante reunião, em 2010, em Chipata, Zâmbia.

V I D A A D V E N T I S T ANa semana passada “San”, o re-

cém-eleito diácono-chefe de nossa igreja local, telefonou para o pastor e disse: “Pastor, estou me apresen-tando, mesmo estando morto!”

O pastor coçou a cabeça e perguntou: “O que? Do que você está falando?”

San respondeu: “Pastor, me diga: Eu estou vivo ou morto?”

“É claro que você está vivo, e muito vivo. O que está acontecendo?

San respondeu: “Foi o senhor

quem enviou, ontem, o anúncio sobre a comissão da igreja, recém-eleita?

“Sim, foi.”“Segundo o seu anúncio, eu

estou morto.”O pastor levou um susto. Após

pedir desculpas, rapidamente foi conferir a mensagem que enviara. Para seu horror, descobriu que havia cometido um erro ao digitar uma palavra. Em lugar de escrever “Head Deacon” (Diácono-Chefe) ao lado do nome do membro da

igreja, escreveu “Dead Deacon” (Diácono Morto).

San estava grato que sua experiência de quase-morte fora curta, pois o pastor o trouxe de volta à vida no dia seguinte, quando enviou outra mensagem com a versão correta dos mem-bros da nova comissão da igreja. Os membros suspiraram alivia-dos. San, agora, vive sua segunda vida, com nova perspectiva. – G. T. Ng, Silver Spring, Maryland, Estados Unidos

C A I X A D E E N T R A D ASou aluna do último ano do ensino médio da

Ouachita Hills Academy, em Amity, Arkansas. Recentemente, enquanto assistia ao culto matutino, o pregador disse: “Deus cria do nada, assim, precisamos nos tornar nada antes que Ele possa fazer algo de nós.”

Essa palavras realmente tocaram meu coração. É verdade! Nós, cristãos adventistas do sétimo dia, temos uma mensagem a compartilhar, mas antes de sermos úteis para Deus, devemos esvaziar nosso coração do egoísmo, morrer para o “velho homem” pecador e permitir que Cristo crie dentro de nós, um novo coração. Que Deus abençoe todos, ao nos esforçarmos para levar Jesus a todos ao nosso redor!– Ariel Hempel, Arkansas, Estados Unidos

F O T O E N V I A D A P O R J I L L E A L A S T A I R M A C G I L L I V R A Y .