2009-1 ERIVANDA SILVA DE OLIVEIRA - MONOGRAFIA
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIENCIAS AGRARIAS
CURSO DE AGRONOMIA
ERIVANDA SILVA DE OLIVEIRA
EXTRATOS E ÓLEOS ESSENCIAIS VEGETAIS, MICRORGANISMO S
ANTAGONISTAS, INDUTORES DE RESISTÊNCIA E PRODUTOS
ANTISSÉPTICOS NO CONTROLE DA ANTRACNOSE EM BANANA
FORTALEZA 2009
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ERIVANDA SILVA DE OLIVEIRA
EXTRATOS E ÓLEOS ESSENCIAIS VEGETAIS, MICRORGANISMO S
ANTAGONISTAS, INDUTORES DE RESISTÊNCIA E PRODUTOS
ANTISSÉPTICOS NO CONTROLE DA ANTRACNOSE EM BANANA
Monografia submetida à Coordenação do Curso de Graduação em Agronomia da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Engenheira Agrônoma. Orientadora técnica e pedagógica: Profª. Maria Nenmaura Gomes Pessoa Orientador técnico: Dr. Francisco Marto Pinto Viana
FORTALEZA 2009
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ERIVANDA SILVA DE OLIVEIRA
O45e Oliveira, Erivanda Silva de Extratos e óleos essenciais vegetais, microorganismos antagonistas, indutores de resistência e produtos antissépticos no controle da antracnose em banana / Erivanda Silva de Oliveira, 2009.
50 f. ;il. color. enc.
Orientadora: Ph. D. Maria Nenmaura Gomes Pessoa Co-orientador: Prof. Dr. Francisco Marto Pinto Viana Área de concentração: Fitopatologia
Monografia (graduação) - Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias. Depto. de Fitotecnia, Fortaleza, 2009.
1. Colletotricum musae 2. Atividade fungitóxica 3. Antagonimo 4. testes in vitro e vivo 5. Pós-colheita I. Pessoa, Maria Nenmara Gomes (orient.) II. Viana, Francisco Marto Pinto (co-orient.) III. Universidade Federal do Ceará – Graduação em Agronomia IV. Título
CDD 631
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EXTRATOS E ÓLEOS ESSENCIAIS VEGETAIS, MICRORGANISM OS
ANTAGONISTAS, INDUTORES DE RESISTÊNCIA E PRODUTOS
ANTISSÉPTICOS NO CONTROLE DA ANTRACNOSE EM BANANA
Monografia submetida à Coordenação do Curso de Graduação em Agronomia da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Engenheira Agrônoma.
Aprovada em 17/06/ 2009
BANCA EXAMINADORA
____________________________________ Profa Maria Nenmaura Gomes Pessoa (Orientadora Técnica e Pedagógica)
Universidade Federal do Ceará - UFC
____________________________________ Dr. Marlon Vagner Valentim Martins (membro)
Embrapa Agroindústria Tropical
____________________________________ Prof. Dr. Francisco Valter Viera (membro)
Universidade Federal do Ceará - UFC
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Aos meus queridos pais Maria Idelzuite e José Uchôa
Ao meu amado esposo Paulo César
Aos meus queridos irmãos
AGRADECIMENTOS À professora Maria Nenmaura Gomes Pessoa pela orientação e conhecimentos
compartilhados, ajudando-me como profissional e como pessoa.
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Ao Dr. Francisco Marto Pinto Viana (Embrapa Agroindústria Tropical), pela
orientação e auxílio na realização dessa pesquisa, e na obtenção dos produtos comerciais para
os testes in vivo.
Ao pesquisador Dr. Marlon Vagner Valentim Martins (Embrapa Agroindústria
Tropical), pela correção e valiosas sugestões.
Ao professor Dr. Francisco Valter Vieira pela correção e valiosas sugestões.
Aos colegas de pesquisa do Laboratório de Micologia e Patologia de Sementes
(LAMPS), por toda ajuda e colaboração para o desenvolvimento deste trabalho: Ingrid
Bernardo e Israel Andrade.
Ao Laboratório de Biotecnologia e Síntese Orgânica (Dept° de Química Orgânica)
da UFC pela utilização de equipamentos usados na rotoevaporação.
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RESUMO
Dentre as doenças de pós-colheita em banana, a antracnose (Colletotrichum musae), destaca-se entre os mais importantes fatores limitantes da produção no mundo. Com objetivo de controlar esse patógeno, avaliou-se a atividade fungitóxica dos extratos e óleos essenciais de Lippia sidoides Cham., Caryophillus aromaticus L. e Eucalyptus citriodora Hook.; dos antagonistas Trichoderma sp., levedura IA8, e um isolado de Bacilus subtilis; dos indutores de resistência Bion®, fosfito e ácido salicílico e dos produtos antissépticos hipoclorito de sódio (NaCLO), dióxido de cloro e sorbato de potássio, através de ensaios in vitro e in vivo. Os testes in vitro foram conduzidos em meio BDA, nas concentrações de 5, 10, 15, 20, 25, 30 mL de cada extrato; 0, 25, 50 e 100 µL de cada óleo; 0,05 g, 0,3 g e 300 µL dos indutores Bion®, ácido salicílico e fosfito repectivamente, 0,1 g, 25 mL e 100 µL dos anti-sépticos sorbato de potássio, NaCLO e ClO2 respectivamente. A atividade antagônica foi determinada pelo método de culturas pareadas para Trichoderma sp. e pelo método do funil para a levedura IA8, ambos cultivados em placas de Petri contendo meio BDA. B. subtilis (já formulado) foi testado na proporção de 100 µL/100 mL de BDA. Placas contendo apenas meio BDA ou o fungicida carbendazim (10 µL/100 mL), foram usadas para efeitos comparativos. Todos os tratamentos foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado com cinco repetições cada, incubadas a 28 ± 2o C e fotoperíodo de 12 h durante sete dias. As médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade. Nos testes in vivo foram usados frutos de banana “Prata” com dois orifícios cada, onde foram depositados 20 µL de cada tratamento. Doze horas após incubação, os frutos foram inoculados com 20 µL da suspensão de esporos de C. musae (2,7 x 104 conídios/mL) e distribuídos em bandejas plásticas (5 frutos/bandeja/tratamento) em delineamento inteiramente casualizado, cada orifício representando uma repetição. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade. Os resultados obtidos para os testes in vitro mostraram que os extratos e óleos essenciais de L. sidoides e C. aromaticus, em todas as concentrações testadas, assim como o ácido salicílico e o hipoclorito de sódio foram tão efetivos quanto o controle químico, em inibir o crescimento do patógeno em 100 %. O fosfito e os antagonistas Trichoderma sp. e B. subtilis também exerceram excelente atividade fungitóxica com reduções de 91,8; 84,0 e 74,0 % respectivamente. Nos testes in vivo apenas Trichoderma sp e NaCLO apresentaram reduções significativas (acima de 50 %) no desenvolvimento de lesões nos frutos de banana. Palavras-chave: Colletotricum musae, atividade fungitóxica, antagonismo, testes in vitro e vivo, pós-colheita.
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ABSTRACT
Banana postharvest diseases, like anthracnose (Colletotrichum musae) are among the most important factors in banana production worldwide. With objective of controlling that pathogen, it was screened the fungitoxic activity of extracts and essential oils of Lippia sidoides Cham. Caryophillus aromaticus L. and Eucalyptus citriodora Hook.; the antagonists Trichoderma sp, yeast IA8, and an strain of Bacillus subtilis; resistance elicitors- Bion®, phosphite and salicylic acid and the antiseptic products - sodium hypochlorite, chlorine dioxide and potassium sorbate, through in vitro and in vivo essays. The in vitro tests were conducted on PDA medium, in the concentrations of 5, 10, 15, 20, 25, 30 mL /extract; 0, 25, 50 and 100 µL/oil; 0,05 g, 0,3 g and 300 µL of the inductors Bion®, salicylic acid and phosphite, respectively, 0,1 g, 25 mL and 100 µL of each antiseptic – potassium sorbate, sodium hypochlorite and ClO2, respectively. The antagonistic activity was conducted using the dual cultures method for Trichoderma sp. and the glass funnel method for the yeast IA8, both cultivated on Petri dishes containing PDA. B. subtilis (commercial formula) was tested at 100 µL/100 mL of PDA. Petri dishes containing only PDA. or the fungicide carbendazim (100 ppm of active ingredient), were used as controls. In vivo tests were used fruits of banana “Prata” with two holes each, where 20 µL of each treatment were deposited. Twelve hours after incubation, the fruits were inoculated with 20 µL of the suspension of spores of C. musae (2,7 x 104 conidia/mL) and distributed in plastic trays (5 fruits/ tray /treatment). All in vitro and in vivo treatments were distributed in randomized design with five repetitions each, incubated at room conditions for seven days. The data were submitted to the variance analysis and the averages were compared by the Tukey (P=0,05). Results obtained for in vitro tests showed that the extracts and essential oils of L. sidoides and C.aromaticus, in all tested concentrations, as well as the salicylic acid and the sodium hypochlorite were as effective as the chemical control, to inhibit the growth of the pathogen in 100%. Phosphite and the antagonists Trichoderma sp. and B.subtilis also demonstrated an excellent fungitoxic activity with reductions of 91,8; 84,0 and 74,0 %, respectively. In vivo studies indicated that Trichoderma sp. and sodium hypochlorite, were the most efficient to control anthracnose, providing about 50 % of reduction on fruit disease incidence, with higher levels in postharvest treatments.
Keywords: Colletotrichum musae, fungitoxic activity, antagonism, tests in vitro and vivo, post-harvest.
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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 9 2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................... 10 2.1 Importância da cultura da banana.............................................................................. 10
2.2 Características gerais do Colletotrichum musae e sua importância........................... 10 2.3 Utilização de extratos e óleos essenciais de plantas medicinais no controle de fitopatógenos.........................................................................................................
12
2.3.1 Alecrim pimenta ( Lippia sidoides cham.).............................................................. 13 2.3.2 Cravo-da-índia (Caryophyllus aromaticus)............................................................ 13
2.3.3 Eucalipto (Eucalyptus citriodora)........................................................................... 14 2.4. Usos de micorganismos antagonistas no controle de fitopatógenos......................... 14
2.5 Usos de Indutores de resistência no controle de fitopatógenos................................. 17
2.6 Usos de Anti-sépticos no controle de fitopatógenos.................................................. 18
3. MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................... 19 3.1 Obtenção do isolado de Colletotrichum musae......................................................... 19
3.2 Estudos realizados “in vitro”.................................................................................... 19
3.2.1 Atividade de extratos e óleos essenciais vegetais sobre C. musae......................... 19
3.2.2 Atividade de microrganismos antagonistas sobre C. musae................................... 20
3.2.2.1 Avaliação da atividade antagônica de Trichoderma sp. sobre C. musae............. 20
3.2.2.2 Avaliação da atividade antagônica de levedura IA8 e B. subtilis sobre C. musae...............................................................................................................
21
3.2.3 Atividade de indutores de resistência sobre C. musae............................................ 21
3.2.4 Atividade de substâncias antissépticas sobre C. musae.......................................... 22
3.2.5 Análises estatísticas................................................................................................ 22
3.3 Estudos realizados “in vivo”...................................................................................... 22
3.3.1 Atividade de extratos e óleos essenciais vegetais, microrganismos antagonistas, indutores de resistência, substâncias antissépticas sobre C. musae........................
22
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................. 25 4.1 Estudos realizados ‘in vitro’...................................................................................... 25
4.1.1 Atividade de extratos vegetais e óleos essenciais vegetais sobre C. musae........... 25
4.1.2 Atividade de microrganismos antagonistas sobre C. musae................................... 28
4.1.3 Atividade de indutores de resistência sobre C. musae............................................ 30
4.1.4 Atividade de produtos antissépticas sobre C. musae.............................................. 31
4.2. Atividade realizados ‘in vivo’................................................................................... 32
4.2.1 Atividade de extratos e óleos essenciais vegetais no controle C. musae................ 32
4.2.2 Atividade de microrganismos antagonistas sobre C. musae................................... 34
4.2.3 Atividade de indutores de resistência sobre C. musae............................................ 35
4.2.4 Atividade de substâncias antissépticas sobre C. musae.......................................... 37
5. CONCLUSÕES........................................................................................................... 40 6. REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS........................................................................... 41
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1. INTRODUÇÃO
A banana (Musa spp.) é uma das frutas mais consumidas no mundo, sendo explorada
na maioria dos países tropicais. Atualmente, o Brasil se destaca como segundo maior produtor
mundial da fruta, com uma área plantada que supera os 500 mil hectares (AGRONEGÓCIO,
2009). A produção está distribuída por todo o território nacional, sendo a região Nordeste a
maior produtora (34%), dos quais o Ceará participa com uma área de 42.767 ha., ocupando a
sétima posição no cenário nacional. É uma fruta consumida em quase sua totalidade na forma in
natura, o que faz dela parte integrante da alimentação da população de baixa renda, não só pelo
seu alto valor nutritivo, como também por seu custo relativamente baixo.
Apesar da importância a banana, como a maioria das culturas plantadas em
grandes áreas, está sujeita a vários problemas fitossanitários, dentre os quais se destaca a
antracnose, doença causada pelo fungo Colletotrichum musae, de ocorrência em pós-colheita,
com ampla distribuição geográfica, onde a bananeira é cultivada (WARDLAW, 1972).
Economicamente, o patógeno é muito importante por causar prejuízos e perdas em nível de
campo, principalmente para as frutas destinadas à exportação, sendo fator limitante da
qualidade, prejudicando a comercialização do fruto (JEFFRIES et al., 1990). Os frutos com
sintomas de antracnose têm o seu amadurecimento acelerado apresentando um aspecto
indesejável para o consumo e são descartados para a exportação.
Para o controle de doenças em frutos de pós-colheita as medidas de controle são
constituídas principalmente de fungicidas. Apesar da eficiência comprovada e facilidade de
aplicação, o uso contínuo destes produtos pode resultar no aparecimento de problemas
ambientais, causarem danos ao homem e animais, além de induzir o aparecimento de
resistência em agentes fitopatogênicos. Com isso a conscientização pública sobre o uso
indiscriminado e incorreto de agrotóxicos no ambiente rural e urbano, o alto custo, o efeito
deletério sobre os organismos e restrições impostas pelo mercado consumidor, sobretudo para
exportação, tem motivado a busca por novas medidas de proteção de plantas contra as
doenças.
Portanto o presente trabalho objetivou-se avaliar a eficiência do emprego de
extratos e óleos essenciais vegetais, microrganismos antagonistas, indutores de resistência e
substâncias antissépticas no controle alternativo da podridão pós-colheita, ocasionada por C.
musae em frutos de banana.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Importância da Cultura da Banana
A bananeira (Musa spp.) pertence à família botânica Musaceae e é originária do
Extremo Oriente. É uma planta tipicamente tropical, exige calor constante, precipitações bem
distribuídas e elevada umidade para o seu bom desenvolvimento e produção. É uma fruta mais
consumida no Mundo, particularmente no Brasil, sendo um alimento energético, rico em
carboidratos, sais minerais, vitaminas A e C, contém pouca proteína e gordura (NASCENTE
et al. 2005). Ao longo dos anos, a cultura da banana tem apresentado grande importância para
a agricultura cearense, devido ao expressivo valor da produção em relação às demais culturas
agrícolas locais.
Um dos maiores entraves ao cultivo da bananeira durante todo o ciclo vegetativo e
produtivo são as doenças, as quais podem ser ocasionadas por fungos, bactérias, vírus e
nematóides. As perdas de pós-colheita em função do aparecimento de podridões,
normalmente oriundas do campo, encontram-se entre os principais problemas enfrentados
pelos produtores de banana, destacando-se a antracnose, causada por Colletotrichum musae
(Berck. & Curtis) Arx., como a de maior expressão econômica em todas as regiões produtoras
do mundo (CORDEIRO; KIMATI, 1997; CORDEIRO; MACIEL, 2000; VENTURA; HINZ,
2002). Segundo estes autores, o patógeno pode infectar os frutos ainda verdes, antes da
colheita, permanecendo latente ou quiescente até o início da maturação, manifestando-se
durante o período de transporte, armazenamento e maturação dos frutos.
Em geral, os agentes causadores de podridões em pós-colheita apresentam uma
característica comum, que é a capacidade de se estabelecerem no fruto imaturo e
permanecerem em estado latente, sem o aparecimento de sintomas, até que haja condições
para que o processo de infecção tenha lugar (NERY-SILVA, 2001).
2.2 Características gerais do Colletotrichum musae e sua importância
Colletotrichum musae (Teleomorfo: Glomerella musarum Petch) é um patógeno
comum de frutos de banana (Musa spp.), causando antracnose, com ampla distribuição
geográfica, onde a bananeira é cultivada (WARDLAW, 1972). Economicamente, o patógeno
é muito importante por causar prejuízos em pós-colheita e, também, perdas ao nível de campo
sendo fator limitante da qualidade prejudicando a comercialização do fruto (COUTO E
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MENEZES, 2004). Possui acérvulo circular, conidióforos simples, alongados, estando
presentes setas lingas, septados e pigmentados. Seus conídios são hialinos, unicelulares, ovais
a oblongos ou falcados, cuja massa de conídios é de coloração rósea.
Em condições favoráveis, os conídios de C. musae germinam na superfície em
frutos imaturos, produzindo um tubo germinativo, na extremidade do qual se forma o
apressório, considerado um órgão de adesão (GOOS & TSCHIRSCH, 1962). Esse órgão
capacita o patógeno a sobreviver em condições adversas do ambiente, antes da penetração no
tecido do hospedeiro.
Vários fatores contribuem diretamente para a germinação e esporulação dos
conídios de C. musae, como o pH, a luminosidade, temperatura e umidade. O patógeno é
favorecido por condições de alta umidade e temperatura. A umidade é de grande importância
para esporulação, como também para liberação e disseminação dos esporos (Berk & Curt)
Arx. Para Goos & Tschirsch, (1962), o pH 6,0 é considerado ótimo para a germinação de
conídios de C. musae, a luminosidade máxima obtida em 8 h, associada ao período de
exposição, exercem influência na taxa de germinação de conídios, sendo a umidade relativa
de 98-100 % importante nesse processo fisiológico. Com relação à temperatura ótima para
crescimento micelial, esporulação e germinação de conídios de C. musae, Goos & Tschirsch
(1962) citaram a faixa de 27-30 º C, enquanto Cox & Irwin (1988) de 26-28 ºC. Os conídios
de C. musae são disseminados por respingos de chuva e os ascósporos pelo vento, não tendo
contudo se determinado, sua importância no desenvolvimento epidemiológico da doença.
Frutos com antracnose formam lesões escuras e deprimidas. Com o progresso da
doença, estas lesões aumentam de tamanho e podem coalescer. Esta doença manifesta-se sob
duas formas distintas, conforme o modo de infecção: infecção latente (fruto verde) e infecção
não latente (fruto maduro), (DEL PONTE, 2009).
Devido à freqüência com que aparece e as perdas provocadas sobre os frutos
verdes (durante o transporte e armazenamento) ou em frutos maduros, a antracnose destaca-se
entre as doenças que mais afetam a cultura. Frutos infectados pelo fungo têm o seu
amadurecimento acelerado e, mesmo que a polpa não seja atingida, torna-se de aspecto
indesejável para o consumo, tornando-se os frutos com sintomas inviáveis para a exportação
(DEL PONTE, 2009).
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2.3 Utilização de extratos e óleos essenciais de plantas medicinais no controle de
fitopatógenos
O uso de produtos químicos, como medida de controle de fitopatógenos vem, há
muitas décadas, sendo adotado na agricultura convencional quase que exclusivamente com
aplicação continuada e em larga escala. Apesar dos bons resultados em curto prazo, deve-se
considerar que em longo prazo eles se tornam prejudiciais tanto para o ambiente quanto para
os seres humanos (ZADOKS, 1992), além de induzirem o surgimento de patógenos
resistentes.
Diante deste problema, uma estratégia atual da agricultura vem sendo buscar
métodos alternativos para o controle de doenças e pragas, considerando o aspecto econômico,
ambiental e a própria saúde humana, que possam substituir com segurança os pesticidas,
inseticidas e fungicidas (AMORIM, 2003).
Atualmente, uma das alternativas pesquisadas envolve o uso de extratos vegetais
e óleos essenciais, buscando explorar suas propriedades fungitóxicas. A literatura tem
registrado a eficiência de extratos, obtidos de uma gama de espécies botânicas, em promover
a inibição do desenvolvimento de vários patógenos de natureza fúngica (WILSON et al.,
1997; KURITA et al., 1981).
Segundo Coutinho et al., (1999) a utilização de produtos naturais extraídos de
vegetais tem a vantagem de redução de custos de produção e ausência de impacto ambiental
causado pelos agroquímicos.
As plantas medicinais possuem compostos secundários, compostos não-vitais às
plantas, mas com função de proteção contra pragas e doenças e atração de polinizadores, que
tanto podem ter ação fungitóxica como eliciadora, ativando mecanismos de defesa nas
plantas, como sua ação fungitóxica direta, inibindo o crescimento micelial e a germinação de
esporos, quanto pela indução de fitoalexinas (STANGARLIN et al., 1999).
Os compostos secundários presentes no extrato bruto ou óleo essencial de plantas
medicinais podem representar importante função na interação planta-patógeno, participando
das respostas de defesa da planta em um patossistema natural ou em outros patossistemas.
Esses compostos estão distribuídos em um grande número de famílias botânicas, com muitos
deles apresentando propriedades antifúngicas, como é o caso dos alcalóides (STANGARLIN
et al., 1999).
Em virtude da grande diversidade e riqueza química das plantas medicinais cujos
princípios ativos têm demonstrado excelente atividade bactericida e fungicida, elas tem sido
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consideradas fontes potenciais de moléculas que podem ser empregadas na defesa de plantas
contra fitopatógenos. Por, esta razão a atividade fungicida de extratos vegetais e óleos
essenciais extraídos de plantas medicinais tem sido alvo de estudo de diversos pesquisadores.
Dentre estas o alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.) o Cravo-da-índia (Caryophyllus
aromaticus) e o Eucalipto (Eucalyptus citriodora) vem sendo bastante utilizadas.
2.3.1 Alecrim pimenta (Lippia sidoides Cham.)
Lippia sidoides (Verbenaceae), popularmente conhecida como alecrim-pimenta,
é um arbusto, encontrado no sertão nordestino, principalmente nos estados do Ceará e Rio
Grande do Norte. A exemplo de outras plantas do gênero, L. sidoides é uma planta aromática,
de uso medicinal popular, principalmente como antisséptico1,2. Suas folhas apresentam forte
cheiro picante e as flores são pequenas, esbranquiçadas, ambas constituem a parte medicinal
desta planta. Seu óleo essencial possui elevado valor comercial, pois contém timol ou uma
mistura de timol e carvacrol, dois terpenos fenólicos com fortíssima propriedade
antimicrobiana e antisséptica (MATOS, 2000). Seus constituintes químicos lhe conferem forte
ação anti-séptica contra fungos e bactérias (BARRACA, 1999).
Pessoa et al. (1996), obtiveram excelentes resultados no controle de fungos do
gênero Fusarium, Colletotrichum e Macrophomina, quando utilizaram a tintura de alecrim
pimenta, a qual reduziu o diâmetro das colônias em até 97 %, na diluição de 10 mL.
O extrato bruto de alecrim pimenta a 20 % foi testado por Costa et al.(2002) em
experimento realizado “in vitro” observando uma redução de 95 % do crescimento micelial de
Colletotrichum gloeosporioides nas diluições de 15 e 20 mL.
2.3.2 Cravo-da-índia (Caryophyllus aromaticus)
O cravo-da-índia é a gema floral seca sendo usado principalmente como
condimento na culinária, devido ao seu marcante aroma e sabor, conferido por um composto
fenólico volátil, o eugenol. Nas folhas ele chega a representar aproximadamente 95% do óleo
extraído (RAINA et al. 2001) e no cravo também é o principal componente do óleo, variando
de 70 a 85 % (BROWN & MORRA 1995, BROWN et al. 1991, ORTIZ 1992).
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A ação fungicida a diferentes concentrações(25,50 e 75 %) do cravo-da-índiasobre
Cladosporium sphaerospermum, foi comprovada por Pinto et al(2008), inibindo o
crescimento deste fungo mesmo na concentração mais baixa.
Belém (1997) observou que o óleo essencial e o extrato etanólico de cravo da
Índia (Caryophyllus aromaticus L.), promoveram eficiência inibindo a germinação de
conídios e crescimento micelial dos fungos Aspergillus flavus, Aspergillus niger e Penicillium
sp.
2.3.3 Eucalipto (Eucalyptus citriodora)
O eucalipto (Eucalyptus citriodora Hooker M.), atualmente designado Corymbia
citriodora (Hook.) K.D. Hill e L.A.S. (Johnson), possui, na sua composição química,
compostos secundários como o citronelol (aproximadamente 85 %), geraniol, isopulegol, a e b
pineno, cineol, guaiol, estragol, gelemento, nopineno, canfeno, mirceno e bcimeno (COSTA,
1986). O entendimento das propriedades antimicrobianas e/ ou elicitoras dos compostos
secundários presentes nessa planta podem contribuir para a aquisição de novas técnicas de
controle de doenças de plantas.
Os óleos essenciais de Eucalyptus urophylla S.T. Blake, E. citriodora e E.
camaldulensis Dehn, segundo Salgado et al. (2003), apresentaram diferentes potenciais
fungitóxicos sobre os fungos Fusarium oxysporum Schlecht, Botrytis cinerea Pers. e
Bipolaris sorokiniana Sacc., sendo o E. urophylla o óleo com maior ação fungitóxica, cuja
ação foi atribuída à presença do composto globulol, não detectado nos demais óleos.
2.4 Uso de microrganismos antagonistas no controle de fitopatógenos
O uso de agentes antagonistas aos fitopatógenos, como fungos, bactérias e
leveduras é outra forma de controle alternativo de doenças de plantas. Muitos destes
organismos possuem um vasto potencial para o controle de doenças, através da redução da
população ou da atividade de um patógeno para limites compatíveis com a produtividade da
cultura.
O controle biológico de podridões de pós-colheita de frutos constitui um domínio
de aplicação particularmente interessante, uma vez que atenderia ao mesmo tempo as
exigências econômicas, ecológicas e toxicológicas ligadas à produção agrícola (JIJAKLI &
LEPOIVRE, 1998). Este método é considerado como o mais preocupado com o meio
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ambiente e saúde do consumidor e atende adequadamente aos interesses da fruticultura no
tocante ao sistema de Produção Integrada de Frutas (PIF) e ao desenvolvimento sustentável da
agricultura.
Dentre os antagonistas mais estudados encontra-se o fungo Trichoderma spp. que
se destaca entre os mais promissores agentes biocontroladores de fungos habitantes do solo e
até mesmo da parte aérea, quando aplicado em pulverizações (TRONSMO & DENNIS, 1977;
GULLINO & GARIBALDI, 1983 e BASTOS, 1988).
Para Melo (1996) este fungo é considerado um importante saprófita habitante do
solo, possuindo várias espécies antagônicas a outros fungos e bactérias, incluindo patógenos
de plantas, principalmente aqueles com estruturas de resistência, difíceis de serem atacadas
por microrganismos e fungicidas.
Segundo Elad et al. (1980), espécies deste fungo capazes de parasitar outros
organismos, são eficientes agentes no controle de doenças, o que é atribuído à sua forte
habilidade competitiva, atividade hiperparasitária, produção de antibióticos e capacidade
lítica.
No que se refere a antagonistas bacterianos, Bacillus subtilis Ehrenberg, é o que
mais se destaca no controle de doenças do filoplano e em pós-colheita (PUSEY et al., 1986,
FERREIRA et al., 1991, KALITA et al., 1996, SONODA & GUO, 1996). Este gênero está
incluído entre as bactérias antagonistas com elevado potencial de supressão a fitopatógenos.
Alguns isolados já demonstraram atividades de biocontrole através de avaliações in vitro e in
vivo, apresentando eficiente colonização do rizoplano ou atividade de saprogênese na
rizosfera.
Bettiol (1988) em trabalho de seleção de microrganismos antagônicos a
Pyricularia oryzae, verificou que B. subtilis foi o mais eficiente em inibir o crescimento
micelial do patógeno, constatando também que o antagonista apresenta boas características
para uso como agente de controle biológico, pois, além de rápido desenvolvimento, tanto em
meio de cultura como na natureza, produzem endósporo e antibióticos, crescem em larga faixa
de temperatura e adaptam-se a várias condições ambientais.
Os mecanismos básicos de antagonismo associados às bactérias, sugerido por
Blakeman & Brodie (1976) e Weller (1988), citados por Pessoa (1993), podem incluir
antibiose, através da produção de antibióticos, bacteriocinas, metabólitos ácidos ou tóxicos
prejudiciais ao patógeno; competição trófica por nutrientes e/ou disputa por nichos ou sítios
ecológicos de sobrevivência e penetração do patógeno no hospedeiro ou, ainda, pela ativação
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de mecanismos de resistência que ativem a produção de substâncias inibidoras á penetração e
colonização.
Diversas espécies de Bacillus são citadas como produtoras de antibióticos
podendo secretar metabólitos comercialmente importantes como enzimas aminolíticas e
enzimas proteolíticas (BETTIOL e GHINI, 1995), revelando-se promissores para o emprego
de estratégias no controle biológico de doenças.
A produção de antibióticos é característica de algumas leveduras que são efetivos
agentes de biocontrole, e pode ser mostrado tanto in vitro como in vivo. O potencial
antagônico das leveduras foi verificado pela primeira vez nos anos 80, apresentando redução
do crescimento e esporulação de alguns fitopatógenos (PUNJA; UTKHEDE, 2003). Para
Wilhite e Straney (1996), o papel de antibióticos no controle de doenças de plantas vem se
tornando promissor, o que pode levar a produção de isolados antagonistas mutantes com
posterior avaliação de sua eficácia. Os autores relatam ainda que em alguns casos a
supressividade da doença está diretamente relacionada com o tempo e quantidade de
antibióticos produzidos.
A atividade antagônica de leveduras a Lasiodiplodia theobromae foi demonstrada
por Michereff et al. (1997), em que Candida maritima, isolada de manga, demonstrou alta
eficiência in vitro na inibição da germinação de esporos do patógeno, se constituindo também
num potencial promissor no controle de doenças de frutos em pós-colheita. Saligkarias et al.
(2002) obtiveram excelentes resultados no controle de Botrytis cinerea em plantas de tomate
ao utilizarem a espécie Candida guilliermondii, aplicado simultaneamente com o patógeno,
com um percentual de redução da incidência da doença de 61% para o isolado 101 e 32,2%
para o isolado US 7. Os autores observaram ainda que quando os isolados de C.
guilliermondii eram aplicados 24 horas antes da inoculação do patógeno, a incidência da
doença foi reduzida mais ainda, com 83 % de redução para o isolado 101 e 62 % para o
isolado US 7.
Dentre as leveduras destacam-se as espécies dos gêneros Saccharomyces e
Candida por apresentarem o fator “Killer”, possuindo a capacidade de inibir o crescimento de
vários microrganismos (COELHO et al., 2003).
Para Mercier e Wilson (1995) e Chand-Goyal & Spotts (1996) o tratamento de
frutos com leveduras antagonistas é uma alternativa promissora para o controle de patógenos
de ferimentos durante o armazenamento. Entretanto, os relatos sobre o emprego de leveduras
no controle da podridão pós-colheita (C. musae) em banana são escassos.
18
2.5 Usos de Indutores de resistência no controle de fitopatógenos
O emprego de produtos ativadores de mecanismos de defesa das plantas
(“resistência adquirida”) é uma abordagem que vem sendo recentemente avaliada para o
controle de fitopatógenos. Esse tipo de resistência seria sistêmica, duradoura e de amplo
espectro (LOPES, 2001) e envolve a ativação de mecanismos de defesa latentes existentes nas
plantas (HAMMERSCHMIDT & DANN, 1997). Esta ativação pode ser obtida pelo
tratamento com agentes bióticos (como microrganismos viáveis ou inativados) ou abióticos.
Moléculas de origem biótica ou abiótica capazes de ativar/induzir qualquer
resposta de defesa nas plantas são chamadas de eliciadores (SMITH, 1996), podendo, neste
caso, atuarem como indutores de resistência.
A resistência induzida em plantas pode ser ativada por uma série de substâncias,
entre as quais, o ácido salicílico e seus análogos (GOZZO, 2003). O ácido salicílico (AS) foi o
primeiro composto derivado de plantas demonstrado como indutor de resistência sistêmica
adquirida (RSA). Posteriormente, um análogo de AS, ácido 2,6 dicloroisonicotínico (INA) foi
o primeiro composto sintético a ativar RSA (KESSMAN et al., 1994; OOSTENDORP et al.,
2001). Recentemente, outro análogo do AS, éster S-metil do ácido benzo-(1,2,3)-thiadiazole-
7-carbotióico (BTH), comportou-se como ativador potente de RSA, possibilitando a proteção
em condições de campo, contra um amplo espectro de doenças em diversas plantas (CASTRO
et al., 2000; PEREZ et al., 2003; CIA, 2005; TÖFOLI & DOMINGUES, 2005).
O produto comercial Bion® (acibenzolar-S-metil do grupo químico
benzotiadiazol –BTH) tem sido avaliado para o controle de doenças bacterianas, inclusive
para a mancha-bacteriana do tomateiro, com resultados experimentais promissores de ensaios
em condições de casa-de-vegetação (SILVA et al., 2000; OBRADOVIC et al., 2005).
Além do acibenzolar-S-metil (ASM), outros produtos como fosfito e silicatos têm
sido testados na indução de defesa de plantas a patógenos. Smillie et al. (1989) sugerem que
plantas tratadas com fosfito seriam capazes de produzir compostos antimicrobianos de forma
mais efetiva que as não tratadas. Jackson et al. (2000) mostraram que, dependendo da
concentração, o fosfito pode induzir resistência em eucalipto contra Phytophthora cinnamomi
Rands.
19
2.6 Uso de Antissépticos no controle de fitopatógenos
Numerosas técnicas têm sido divisadas para prevenir a contaminação, dispersão e
os danos provocados por patógenos de pós-colheita. Métodos descritos por Hauser (1986)
incluem agentes físicos como calor, luz ultravioleta e agentes químicos como os desinfetantes.
Desinfetantes são substâncias químicas que matam ou retardam o crescimento de
microrganismos e que atualmente têm recebido muito atenção pelo fato de apresentarem
efeito no controle de doenças pós-colheita, sem risco à saúde humana. O cloro, na forma de
hipoclorito é um dos microbicidas amplamente utilizado como desinfetante e sanitizante.
Porém, seu uso está diminuindo devido ao potencial perigo que os produtos das reações de
cloração (trihalometanos) podem causar à saúde humana, além da rápida perda da ação
fungistática na presença de substâncias orgânicas que modificam o pH da solução (TERAO,
2007).
Alternativas para o uso do hipoclorito vêm sendo estudadas, entre as quais, o
dióxido de cloro (ClO2). Este produto é aprovado pela Food and Drug Administration (FDA,
CFR 173.300/ CFR 1781010) para uso na potalização da água e na lavagem de frutas e
hortaliças reconhecidas como um sanitizante seguro, mais estável e não corrosivo (MARI et
al., 1999).
Existem na literatura diversas citações de uso de dióxido de cloro no controle de
diversos patógenos em pós-colheita, tais como Botrytis cinerea, Mucor piriformis e
Penicillium expansum (SPOTTS & PETERS, 1980); bem como no controle de bactérias e
fungos em diversas frutas, como pêra, pêssego e ervilhas (WELCH & FOLINAZZO, 1959;
SPOTTS & PETERS, 1980; SOZZI & GORINI, 1982; ROBERTS & REYMOND, 1994).
Segundo Franco e Bettiol, (2000) o emprego do sorbato de potássio no controle de
bolor verde em pós-colheita de citros (Penicillium digitatum), apresentou uma redução de
67,6 % quando aplicado em frutos de laranja 'Pêra'.
20
3. MATERIAL E MÉTODOS
Os ensaios visando à seleção de métodos alternativos para o controle da
antracnose (Colletotrichum musae) em frutos de banana foram conduzidos no Laboratório de
Micologia e Patologia de Sementes do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal
do Ceará, durante os meses de agosto de 2008 a maio de 2009, tendo-se avaliado a atividade
fungitóxica de extratos e óleos essenciais vegetais, microrganismos antagonistas indutores
comerciais e substâncias antisséptica.
3.1 Obtenção do isolado de Colletotrichum musae
O isolado de C. musae foi obtido a partir de frutos de banana adquiridos em
supermercados de Fortaleza, os quais foram selecionados por exibirem manchas escuras e
pontuações alaranjadas, sintomas típicos da antracnose.
O isolamento do fungo foi efetuado pela transferência da massa de conídios
presentes nos frutos infectados, para placas de Petri de 9 cm de diâmetro contendo ágar - água
+ tetraciclina (50 µg.mL-1), que depois foram vedadas com parafilme e incubadas em sala de
crescimento a 28 oC ± 2 oC e fotoperíodo de 12 h. Após três dias, discos de meio ágar - água
contendo estruturas do patógeno, foram transferidos para o centro de novas placas contendo
BDA (200 g de batata, 17 g de Agar e 20 g de dextrose em 1000 mL de água destilada) e
novamente incubadas, nas condições acima descritas, durante sete dias. Após este período
análises efetuadas sob microscópio ótico e com auxílio de bibliografia especializada,
confirmaram a presença de Colletotrichum musae.
3.2 Estudos realizados ‘in vitro’ .
3.2.1 Atividade de extratos e óleos essenciais vegetais sobre C. musae.
Os extratos hiroalcóolicos (EHAs) foram preparados a partir de espécies vegetais:
folhas e galhos secos de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.); folhas frescas de eucalipto
(Eucalyptus citriodora Hook) e botões florais secos de cravo-da-índia (Caryophillus
aromaticus L.) obtidos, respectivamente, junto ao Laboratório de Fitoterápicos de Horizonte-
CE; Campus do Pici da UFC e Mercado São Sebastião em Fortaleza-CE.
21
Amostras de cada espécie vegetal foram pesadas, na proporção de 300, 195 e 1000
g para alecrim pimenta, cravo e eucalipto respectivamente, depois de trituradas em
liquidificador industrial, imersas em 1000 mL de uma solução hidroalcóolica (1:1 água e
etanol) onde foram deixadas por três dias consecutivos à temperatura ambiente (28 ± 2o C).
Após esse período os homogenatos foram coados através de peneira, acondicionados em
frascos erlenmeyers e armazenados sob refrigeração a 5 ºC até a montagem do experimento.
Por ocasião dos testes os extratos foram previamente rotoevaporados para
eliminação do solvente (etanol) e então incorporados em BDA + Tetraciclina (50µg.mL-1).
nas concentrações de 5, 10, 15, 20, 25 e 30 % (p/v), e distribuídos em placas de Petri (20
mL/placa). Após solidificação um disco (5 mm de diâmetro) de micélio com 7 dias de cultivo
foi repicado para o centro das placas, as quais foram vedadas com parafilme e incubadas a 28
± 2o C e fotoperíodo de 12 h durante sete dias. Placas de Petri, contendo apenas meio BDA
ou o fungicida carbendazin (100 mL p.c./100 L de H2O) foram utilizadas como testemunhas
absoluta e relativa, respectivamente.
Os óleos essenciais de alecrim pimenta, cravo-da-índia e eucalipto foram
adquiridos no comércio local nas casas do ramo e empregados nas concentrações de 0, 25, 50
e 100 µL/100 mL de BDA + T.
3.2.2 Atividade de microrganismos antagonistas sobre C. musae.
Nos ensaios de controle biológico foram empregados três antagonistas,
representados por um isolado de Trichoderma sp.(TF1) e um isolado de levedura (IA8)
pertencentes a coleção do Laboratório de Micologia e Patologia de Sementes do CCA UFC, e
um isolado de Bacillus subtilis cedido pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária
(EMBRAPA).
3.2.2.1 Avaliação da atividade antagônica de Trichoderma sp. sobre C. musae.
O teste foi efetuado pelo método de culturas pareadas (PESSOA, 1986) que
consistiu na utilização de discos de ágar de 5 mm de diâmetro, removidos das margens das
colônias de ambos os fungos (Trichoderma sp. e C. musae) com 7 dias de idade, para placas
de Petri contendo meio BDA, posicionados em lados opostos a 7 cm entre si. Placas
inoculadas somente com discos de C. musae ou Trichoderma, pareadas com disco de ágar
foram empregadas como testemunha. As placas assim preparadas foram incubadas a 28 ± 2 ºC
22
e fotoperíodo de 12 h durante 7 dias. Decorrido este tempo efetuou-se a avaliação através da
medição (em cm) do crescimento linear das colônias de ambos os fungos, observando-se a
formação de zona de demarcação entre as colônias, além da sobreposição do antagonista
sobre o patógeno e a presença ou ausência de zona de demarcação.
3.2.2.2 Avaliação da atividade antagônica da levedura IA8 e Bacillus subtilis sobre C. musae
As colônias utilizadas para preparo da suspensão da levedura antagonista foram
cultivadas em meio YW a 28 ± 2 °C e fotoperíodo de 12 h, repicadas 3 vezes consecutivas, a
intervalos de 24 h. A partir da ultima repicagem obteve-se a suspensão de células, pela adição
de 10 mL de solução salina esterilizada à superfície do meio, efetuando-se a raspagem com
auxílio da alça de Drigalski. Após duas diluições consecutivas, obtidas pela transferência de 1
mL da suspensão original para tubos de ensaio contendo 9 mL de solução salina, obteve-se a
concentração final usada no ensaio.
Nesse estudo, empregou-se o método do funil (PESSOA, 1993), utilizando-se um
funil de vidro, com abertura de 7 cm de diâmetro, o qual teve sua parte mais larga imersa na
suspensão da levedura e em seguida, a suspensão retida nos bordos da boca do funil era
transferida para placas de Petri com 9 cm de diâmetro, contendo meio BDA. A cada imersão
do funil na suspensão antagonista, o mesmo era desinfestado com álcool e então flambado.
O isolado de B. subtilis foi adquirido já formulado e pronto para aplicação tendo
sido empregado na dose de 1 mL/L de H2O, para o teste in vitro, utilizou-se (100 µL/100 mL
de BDA).
As placas da levedura e B. subtilis foram incubadas em sala de crescimento com
temperatura de 28 °C ± 2 °C e fotoperíodo de 12 horas. No centro dessas placas, procedeu-se
a deposição de um disco de ágar de 5 mm de diâmetro contendo estruturas de C. musae,
obtidos de colônias com 7 dias de idade, no caso da levedura a inoculação procedeu-se após
24 h. Como testemunhas utilizaram-se placas de Petri contendo meio BDA, sendo as
suspensões da levedura e B. subtilis substituídos por solução salina esterilizada. As placas
assim preparadas foram incubadas a 28 ± 2 ºC e fotoperíodo de 12 h durante 7 dias.
3.2.3 Atividade de indutores de resistência sobre C. musae.
Os indutores de resistência, o produto comercial Bion® (acibenzolar-S-metil do
grupo químico benzotiadiazol –BTH), fosfito e ácido salicílico utilizados nos testes foram
23
cedidos pela Embrapa Agroindústria Tropical. Esses produtos foram acondicionados em
recipientes de vidro devidamente vedados e armazenados em um local seco até a realização
dos ensaios. As doses empregadas para o Bion®, o fosfito e ácido salicílico foram de 0,05
g/100 mL, 300 µL/100 mL e 0,3 g/100 mL ao meio de BDA + T, respectivamente.
3.2.4 Atividade de substâncias antissépticas sobre C. musae.
Dois antissépticos, dióxido de cloro (ClO2) e sorbato de potássio (C6H7O2K)
foram cedidos pela Embrapa Agroindústria Tropical, o hipoclorito de sódio (NaClO), produto
disponível no estoque do LAMPS. As doses empregadas foram de 100 µL/100 mL , 0,1 g/100
mL e 25 mL/100 mL ao meio BDA + T, respectivamente.
3.2.5 Análises estatísticas
A atividade fungitóxica dos extratos e óleos vegetais, microrganismos
antagonistas, indutores de resistência e substâncias antissépticas foram determinados por meio
da medição do diâmetro das colônias do patógeno, em cada tratamento, 7 dias após instalação
do experimento, sendo o percentual de inibição calculado através da seguinte fórmula:
% INIBIÇÃO = Crescimento da testemunha − Crescimento do tratamento x 100
Crescimento da testemunha
O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, com
cinco repetições por tratamento. Cada unidade experimental foi representada por uma placa. Os
dados foram submetidos à análise de variância e as médias (diâmetro das colônias)
comparadas pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
3.3 Estudos realizados ‘in vivo’
3.3.1 Atividade de extratos e óleos essenciais vegetais, microrganismos antagonistas,
indutores de resistência e substâncias antissépticas sobre C. musae.
A avaliação da atividade dos extratos vegetais, óleos essenciais, antagonistas,
indutores de resistência e substâncias anti-sépticas contra C. musae foi realizada em frutos de
24
banana “Prata” colhidos no estádio de pré-maturação, com a casca verde amarelada,
provenientes do Sítio Barreiras, Missão Velha-CE. Os frutos foram desinfestados com NaClO
(0,5 % v/v do produto comercial/30 segundos) e lavados com água destilada esterilizada por
duas vezes consecutivas. Após secagem, dois orifícios de 5 mm de diâmetro por 2 mm de
profundidade, eqüidistantes de 5 cm, realizados com auxilio de um furador de rolha, foram
efetuados em um dos lados de cada fruto. Cada orifício foi adicionado 20 µL de cada
tratamento/concentração indicado na Tabela 1.
Tabela 1: Tratamentos e respectivas concentrações utilizadas nos testes in vivo.
Tratamento Concentração utilizada
Extratos
Alecrim pimenta Extrato bruto puro
Cravo-da-índia Extrato bruto puro
Eucalipto Extrato bruto puro
Óleos essenciais
Alecrim-pimenta 100 µL/100 mL de H2O*
Cravo-da-índia 100 µL/100 mL de H2O
Eucalipto 100 µL/100 mL de H2O
Indutores de resistência
Bion 0,05 g/100 mL de H2O
Fosfito 300 µL/100 mL de H2O
Acido salicílico 0,3 g/100 mL de H2O
Antagonistas
Bacilus subtilis 100 µL/100 mL de H2O
Trichoderma sp. 108 esporos/mL
Levedura IA8 107 ufc/mL
Anti-sépticos
Hipoclorito de sódio 25 ml/100 ml de H2O
Dióxido de cloro 100 µL/100 ml de H2O
Sorbato de potássio 0,1 g/100 ml de H2O
*H2O destilada e esterilizada em todos os casos.
25
Frutos tratados com igual volume de água destilada esterilizada e do fungicida
carbendazin, na dose de 10 µL/100 mL de H2O foram utilizados como testemunhas absoluta e
relativa, respectivamente. Os frutos foram distribuídos em bandejas plásticas (5
frutos/bandeja) sobre uma camada de papel de filtro (3 folhas) umedecidos com 100 mL de
água destilada esterilizada, e incubados à 28 ± 2 oC no escuro.
Doze horas após incubação, os frutos foram inoculados com 20 µL de uma
suspensão de C. musae (2,7 x 104 conídios/mL), preparada a partir de colônias de sete dias de
idade, cultivadas em BDA, e novamente incubados nas mesmas condições por mais sete dias.
A avaliação foi efetuada pela mensuração do diâmetro das lesões desenvolvidas em cada fruto
e os resultados, expressos em percentagem em relação à testemunha de acordo com a fórmula:
Dt – Dy P = __________________ x 100
Dt Onde Dt é o diâmetro médio da lesão do tratamento testemunha e Dy é o diâmetro médio
obtido de cada tratamento.
O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, com
cinco repetições por tratamento. Cada unidade experimental foi composta por cinco frutos com
dois ferimentos cada. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias
(diâmetro das colônias) comparadas pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
26
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Estudos realizados ‘in vitro’
4.1.1 Atividade de extratos e óleos essenciais vegetais sobre C. musae
Os resultados da avaliação in vitro dos extratos e óleos essenciais vegetais sobre
a percentagem de inibição do crescimento micelial de C. musae são apresentados nas Figuras
1 e 2 respectivamente. Os dados obtidos para os extratos revelaram que alecrim-pimenta e
cravo-da-índia foram os produtos mais efetivos, inibindo em 100 % o crescimento micelial do
patógeno em todas as concentrações testadas (5, 10, 15, 20, 25 e 30 %), não diferindo
significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
As médias apresentadas na Figura 1 para os extratos de eucalipto indicam uma
variação quanto a sua atividade fungitóxica, verificando-se diferenças estatisticamente
significativas ao nível de 5 % de probabilidade pelo teste de Tuckey. Verifica-se que as
concentrações deste extrato sobre a inibição do crescimento micelial ao incremento das
concentrações.
Figura 1: Concentrações mais eficazes dos extratos de alecrim pimenta, cravo-da-índia e eucalipto na
inibição de C. musae. Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
A redução do crescimento micelial de patógenos, utilizando extratos de alecrim-
pimenta foi constatada por diversos pesquisadores ao estudarem vários patossistemas:
Extratos vegetais
100b100b100b100b100b100b 100b
0a
89,2c74,3c
69,5c
51,6c
36,8c
97,3c
0
20
40
60
80
100
120
teste
mun
ha 5 10 15 20 25 30
fungic
ida
Concentrações (%)
Per
cent
ual d
e in
ibiç
ão (%
)
Alecrim pimenta
Cravo-da-índia
Eucalipto
27
Segundo Matos (1998), alecrim-pimenta possui diversos princípios ativos entre eles o timol e
o cravacrol que são responsáveis por sua ação antimicrobiana. Esta ação foi evidenciada
anteriormente em estudos realizados por MOTA et al. (2003), testando o efeito desta espécie
no controle de L. theobromae. Os autores conseguiram uma inibição do crescimento micelial
em 100 % testando extratos e óleo essencial obtidos de folhas de L. sidoides.
Almeida & Porto (1998), estudando o efeito antifúngico dos óleos essenciais de L.
sidoides, Cymbopogon winteriano Mentha arvensis e Ocimum gratissimum, contra L.
theobromae e concluíram que Lippia sidoides foi o que apresentou melhores resultados, a
partir de 300 ppm, inibindo totalmente o crescimento micelial desse patógeno.
Na forma de extrato e óleo de cravo-da-índia, segundo relato de diversos
pesquisadores (NUNES, 2001; PEREIRA, 2001; AMARAL et al. 2005) apresentam grande
eficiência como agente antimicrobiano, fato atribuído ao eugenol e cariofileno, principais
constituintes dessa espécie. Esses resultados são confirmados por Costa et al. 2006 que ao
avaliarem o efeito de diferentes concentrações do extrato sobre o crescimento micelial de C.
gloeosporioides, P. periillum e S. roefsii, demonstraram a total inibição desses fungos quando
utilizado a 2000 e 3000 ppm.
Esses resultados divergem dos obtidos por Silva (2008) ao avaliarem a ação
fungitóxica do óleo essencial do cravo-da-índia guando incorporado ao BDA, sobre o
desenvolvimento do fungo C. gloeosporioides “ in vitro”, e aplicado sobre o fruto de mamão
não diferiu significamente da testemunha em nenhuma das condições avaliadas.
Tais resultados obtidos no presente estudo Fiori et al. (2000) utilizando 20 % a 40
% do extrato bruto de E. citriodora na inibição do crescimento micelial de Didymella
bryoniae comprovaram a ação fungitóxica dessa espécie.
De acordo com Rodrigues et al. (2006), o eucalipto possui, na sua composição
química, diversos compostos secundários como o citronelol (aproximadamente 85 %)
geraniol, isopulegol, pineno, cineol, guaiol, estragol, g-elemento, nopineno, canfeno, mirceno
e b-cimeno aos quais se atribuem diferentes potenciais fungitóxicos sobre os fungos Fusarium
oxysporum Schlecht, Botrytis cinerea Pers. e Bipolaris sorokiniana Sacc., sendo o E.
urophylla o óleo com maior ação fungitóxica, cuja ação foi atribuída à presença do composto
globulol, não- detectado nos demais óleos.
Os resultados da análise de variância para o crescimento micelial de C. musae em
diluições dos óleos essenciais estão contidos na Figura 2.
28
Figura 2: Efeito dos óleos de alecrim pimenta (AL), cravo-da-índia (CR) e eucalipto (EU) no controle de C. musae.
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
Comparando-se as médias desta figura, verifica-se que os óleos de alecrim
pimenta e cravo, tiveram comportamento semelhante aos extratos proporcionando inibição do
crescimento do patógeno não diferindo estatisticamente entre si nem do tratamento químico,
ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. Quanto ao óleo de eucalipto não diferiu
da testemunha em nenhuma das concentrações testadas.
A eficiência do alecrim-pimenta através da adição de frações da tintura ou do óleo
essencial in vitro no controle dos fungos de campo e armazenamento (Macrophomina
phaseolina, Fusarium oxysporum, Colletotrichum gloeosporioides, Rhizopus sp.), foi
demonstrada por PESSOA et al. (1996), obtendo significativa ação inibitória desses
patógenos, marcadamente para fração de 10mL/100mL (10%) em relação à testemunha. De
acordo com os mesmos autores, o óleo essencial dessa espécie tem demonstrado uma
significativa atividade antimicrobiana (bactericida, bacteriostática, fungicida e fungistática).
O óleo essencial de alecrim-pimenta tem como principal componente o timol
(60%), composto de ação bactericida e antimicótica, destacando-se contra espécies de
Penicillium (GOODMAN E GILMAN, 1978).
Amaral (2005) avaliando a ação antifúngica do óleo de cravo nas concentrações
de 0,025 %, 0,05%, 0,1 e 0,5 %, em amostras de sementes de soja, feijão, arroz e milho,
obteve completa inibição da microflora fúngica a partir de 0,025 %, exceto para amostras de
arroz, cuja concentração mínima inibitória foi de 0,05%. Observou ainda que sementes
Óleos Vegetais
95,8b 100b 100b98,6b 100b 100b 100b
0a 1,2a 3,8a 1,2a0
20
40
60
80
100
120
test. 25 50 100 Fun.
Concentrações (uL)
Per
cent
ual d
e in
ibiç
ão (%
)
AL
CR
EU
29
tratadas com óleo de cravo, quando reinoculadas em meio de cultura isento deste agente
inibidor, os contaminantes não retomaram seu crescimento, sendo indicativo de que o óleo
apresentou ação fungicida mesmo em baixas concentrações e apresenta um efeito residual.
Com relação ao óleo de eucalipto os resultados obtidos diferem dos alcançados
por Bonaldo et al. (1998) que ao avaliarem o efeito fungitóxico do óleo essencial de eucalipto
(Eucalyptus citriodora) sobre o crescimento micelial de Rhizoctonia solani, Sclerotium
rolfsii, Phytophthora spp., Alternaria alternata e Colletotrichum graminicola verificaram que
todas as concentrações testadas foram capazes de inibir completamente o crescimento micelial
desses fungos, com exceção de R. solani cuja inibição ocorreu apenas para alíquotas maiores
que 20 µL.
4.1.2 Atividade de microrganismos antagonistas sobre C. musae.
Os resultados obtidos neste experimento (Figura 3) revelam diferenças
significativas entre os antagonistas testados quanto à capacidade para inibir o crescimento
micelial de C. musae quando comparado à testemunha.
Figura 3: Efeito de antagonistas Levedura IA8 (L), Trichoderma sp. (Tr) e B. subtilis (Bs) na inibição de C. musae. Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
Trichoderma sp. e B. subtilis apresentaram os melhores resultados com índices
de inibição de 84 % e 74 % respectivamente, não diferindo significamente entre si pelo teste
Tukey a 5 % de probabilidade. Os resultados obtidos para o efeito da levedura IA8 foram
menos efetivos, com reduções de apenas 10,2 % no crescimento micelial do patógeno. Esta
0a
100d
10,2b
84c74c
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,0080,00
90,00
100,00
Per
cent
ual d
e in
ibiç
ão (%
)
Test. Fung. L Tr Bs
Microrganismos Antagonistas
30
por sua vez mostrou-se superior a testemunha da qual diferiu estatisticamente pelo teste de ao
nível de 5 % de probabilidade pelo teste de Tukey.
Observações efetuadas para o isolado Trichoderma sp., indicaram que este
apresentou um crescimento contínuo sobre o meio de cultura, recobrindo toda a colônia do
patógeno que, após contato com este antagonista, cessou o seu crescimento, o que pode ser
observado pela zona de demarcação na área de encontro dos dois organismos. Esta zona,
contudo, desaparecia gradativamente á medida que Trichoderma sp. crescia sobre a área
colonizada por C. musae.
Pessoa (1986) utilizando 22 isolados de Trichoderma no combate a
Macrophomina phaseolina (Tass.) Goid obteve resultados satisfatórios na inibição deste
fungo, visto que todos os isolados apresentaram poder de paralisação do crescimento do
patógeno quando em contato com o antagonista. Segundo o autor a ausência de sobrevivência
do patógeno em testes realizados em diferentes intervalos de tempo após o pareamento com
Trichoderma sp. revelaram sua eficiente capacidade fungicida.
Lima & Pessoa (2000) estudaram a eficiência do controle biológico de Fusarium
moniliforme "in vitro" através de 4 isolados de Trichoderma e 4 bacterianos, observando
percentuais de inibição de crescimento micelial de 49,41 e 27,83%, para um isolado de
Trichoderma e um de bactéria, respectivamente.
A inibição de fungos fitopatogênicos por antagonistas bacterianos tem sido
demonstrada por diversos autores (LUZ, 1993b; PESSOA, 1993; WELLER, 1988).
A aplicação de B. subitilis em frutos de pêssego, nectarina, damasco e ameixa
inoculados com M. laxa, (WILSON & PUSEY, 1984) mostrou que houve um significativo
controle da podridão parda.
Os mecanismos básicos de antagonismo associado as bactérias sugeridos por
Weller (1988) incluem antibiose, através da produção de antibióticos, bacteriocinas e
metabólicos tóxicos prejudiciais aos patógenos e competição por nutrientes. Segundo este
autor Bacillus subtilis está incluída entre as bactérias antagonistas com elevado potencial de
supressão a fitopatógenos sendo considerada potente produtora de antibióticos.
Mahadtanapuk et al. (2007) testando a ação de três espécies dos bacilos (B.
licheniformis, B. amyloliquefaciens e B. subtilis) sobre a germinação de C. musae, nas
concentrações de 1x108, 2x108, 3x108 e 4x108 (ufc/mL) comprovou que para as
concentrações a partir de 2x108 ufc/mL, todas as três espécies apresentaram um absoluto
efeito inibitório (100 %) sobre a germinação de conídios em comparação ao controle (2
%).
31
O estudo de leveduras tem sido relatado por diversos autores. Segundo Castoria et
al. (1997), algumas leveduras têm a capacidade de despolimerizar a parede celular de alguns
fungos fitopatogênicos. Essa atividade esta relacionada com a produção e liberação de
enzimas, destacando-se a β-1,3-glucanase. Os autores ainda afirmam que a competição por
nutrientes também é um tipo de atividade antagônica a esses fungos, onde os mesmos
observaram atividade de C. laurentii e Rhodotorula glutinis contra Penicillium expansum e
Botrytis cinerea. Para Saligkarias et al. (2002) esse fato é atribuído a grande habilidade que
essas leveduras têm em se proliferarem rapidamente, competindo assim por espaço e
nutriente.
Embora os mecanismos de ação dos antagonistas aqui avaliados não tenha sido
determinado na presente pesquisa, supõe-se que substâncias micostáticas ou fungicidas
difundíveis no meio possam estar envolvidas no processo de inibição, tendo em vista a
redução significativa do crescimento C. musae na presença dos mesmos.
4.1.3 Atividade de indutores de resistência sobre C. musae.
Os efeitos dos indutores de resistência sobre C. musae estão apresentados na
Figura 4. Produtos comerciais fosfito e ácido salicílico foram os mais efetivos na inibição do
patógeno com percentual de inibição de 91,8 % e 100 % diferindo significativamente da
testemunha ao nível de 5 % de probabilidade. O resultado para Bion®, embora considerado
de baixa eficiência mostrou-se superior a testemunha com 30 % de inibição.
Figura 4: Efeito dos indutores de resistência Bion®, fosfito e ácido salicílico no controle de C.musae.
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
0a
100d
30b
91,8c100d
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,0080,00
90,00
100,00
Per
cent
ual d
e in
ibiç
ão (%
)
Test. Fung. Bion Fosfito Ac.Salicilico
Indutores de Resistência
32
Enquanto trabalhos sobre a aplicação destes indutores em testes in vitro são
praticamente inexistentes. Lopes (2008) ao avaliar a ação fungitóxica “in vitro” de diversos
fosfitos (“Fitofós-Mg”, “Phytogard Zn”, “Phytogard K” e “Phytogard Ca” a 50, 100 e 200 %
da dose recomendada pelo fabricante observou que estes mostram-se eficientes na redução do
crescimento micelial e na produção de conídios de C. gloreosporioides em todas as doses
testadas.
A ação fungitóxica dos indutores de resistência demonstrado no presente estudo é
um dado inovador uma vez que estes produtos são utilizados estritamente em plantas visando
à indução de mecanismos presentes no hospedeiro.
4.1.4 Atividade de produtos antissépticos sobre C. musae.
O efeito de substâncias antissépticos no controle C. musae pode ser observada na
Figura 5. Constatou-se que houve diferenças significativas entre as substâncias testadas em
comparação com a testemunha padrão. O hipoclorito de sódio destacou-se das demais
substâncias montrando-se tão eficiente quanto ao fungicida com 100% de inibição do
patógeno do qual não diferiram significamente. O sorbato de potássio não foi tão eficiente
quanto o NaClO, mas diferiu significamente da testemunha em 65,8 %.
Figura 5: Efeito das substâncias anti-sépticas hipoclorito de sódio, dióxido de cloro e sorbato de potássio no controle de C. musae. Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
0a
100d 100d
21,4b
65,8c
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,0080,00
90,00
100,00
Per
cent
ual d
e in
ibiç
ão (%
)
Test. Fung. NaClO D. deCloro
S.Potássio
Anti-sépticos
33
Trabalhos sobre a aplicação destas substâncias em testes in vitro são também
praticamente inexistentes, conforme citado no item anterior, podendo ser considerado
substâncias inovadoras no controle de patógenos.
4.2 Estudos realizados ‘in vivo’.
4.2.1 Atividade de extratos e óleos essenciais vegetais no controle C. musae
Os resultados para o efeito dos extratos vegetais sobre a inibção dos diâmetros das
colônias podem ser observados na Figura 6. O extrato de cravo-da-índia embora com
percentagem de inibição do crescimento micelial pequena destacou-se dos demais extratos
diferindo tanto da testemunha, sendo, contudo inferior ao tratamento químico, guando
comparado pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
Figura 6: Efeito dos extratos de alecrim pimenta (AL), cravo-da-índia (CR) e eucalipto (EU) no controle de C. musae. Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
Silva (2007) avaliando a incidência do Mal-do-Panamá, em testes in vivo com
extrato aquoso de cravo-da-índia, comprovou que esse extrato apresentou-se como o mais
efetivo com índice da doença de 17,25 %.
Testes de eucalipto realizado por Rodrigues (2006) comprovou que esse o extrato
bruto aquoso apresentou atividade antifúngica sobre o fungo Helminthosporium sp., tanto in
0a
100d
8,7b
33,3c
9,3b
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,0080,00
90,00
100,00
Per
cent
ual d
e in
ibiç
ão (%
)
Test. Fung. AL CR EU
Extratos vegetais
34
vitro como in vivo. Quando aplicado preventivamente, em concentrações acima de 5%, nas
fibras de bananeira, o produto proporcionou controle total do patógeno.
Os resultados referentes aos óleos essenciais no controle do C. musae podem ser
observados na Figura 7. Alecrim pimenta e eucalipto foram os mais promissores, com
inibição de 30 % e 26 % respectivamente, não diferindo significamente entre si. Embora
superiores a testemunha são considerados insatisfatórios, quando comparados ao controle
químico.
Com relação ao óleo de cravo-da-índia o completo escurecimento dos frutos
testados na maioria das repetições, concluindo-se que este óleo apresentou uma atividade
fitotóxica. Tal fato pode ser atribuído a concentração dos princípios ativos ou inadequação do
presente estudo.
Figura 7: Efeito dos óleos de alecrim pimenta (AL), cravo-da-índia (CR) e eucalipto (EU) no controle de C. musae. Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
Bastos (2004) ao avaliar o controle de C. musae em pós-colheita de banana
constatou 100 % de inibição pela aplicação de Piper aduncum nas concentrações de 100
µg/ml e 150 µg/ml, respectivamente. O efeito do óleo no controle da podridão de frutos foi
evidenciado através da redução da incidência e severidade da doença, em comparação com a
testemunha.
Trabalhos com óleo de cravo e eucalipto sobre a incidência do Mal-do-Panamá
em testes in vivo, apresentaram redução do índice da doença de 95,75 % e 79 %,
respectivamente (SILVA, 2007).
0a
100d
30b
0c
26b
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,0080,00
90,00
100,00
Per
cent
ual d
e in
ibiç
ão (%
)
Test. Fung. AL CR EU
Óleos Vegetais
35
4.2.2 Atividade de microrganismos antagonistas sobre C. musae.
O efeito dos microrganismos sobre C musae pode ser observado na Figura 8. Dos
microrganismos testados o Trichoderma sp. mostrou-se mais eficaz, com 56 % de inibição do
patógeno, diferindo tanto dos demais microrganismos como da testemunha sendo contudo
inferior ao fungicida, ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
Figura 8: Efeito de microrganismos antagonistas Levedura IA8(L), Trichoderma sp. (TR) e B. subtilis (Bs) no controle de C. musae. Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
A ação antagonista de Trichoderma tem sido demonstrada por diversos autores.
Tronsmo & Dennis (1983) obtiveram redução de podridões causadas por Botrytis cinerea em
pré e pós-colheita de morango com pulverizações de Trichoderma a partir do primeiro
estádio floral, em intervalos de 14 dias. O antagonista proporcionou um bom controle mesmo
quando comparado ao tratamento com diclorofuanida.
O antagonismo de Trichoderma sp. a Alternaria foi também observado por
(PEIXOTO, 1992), pelo método da cultura pareada, e por (BLAKEMAN et al., 1992), que
obtiveram controle de Alternaria linicola, in vivo, em sementes de linhaça.
A utilização de Trichoderma sp pode se tornar uma alternativa para o controle de
fitopatógenos, visto que sua ação antifúngica in vitro sobre C. musae é demonstrada nesse
trabalho.
Os resultados obtidos para levedura e B. subtilis foram considerados de baixa
eficiência não diferindo significamente entre si. A utilização de leveduras e bactérias no
controle de podridões pós-colheita tem sido estudada por vários pesquisadores
0a
100d
6b
56c
8b
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,0080,00
90,00
100,00
Per
cent
ual d
e in
ibiç
ão (%
)
Test. Fung. L Tr Bs
Microrganismos
36
(JANISIEWICZ E ROITMAN, 1988; MCLAUGHLIN et al., 1990, 1992; MELO et al., 1995;
PUSEY E WILSON, 1984; SANHUEZA, 1998).
No experimento in vivo, em estufa, após a análise estatística para dados não
paramétricos, foi constatado que o tratamento utilizando a levedura (112) inoculada 24 horas
após a inoculação do fungo e o tratamento com a levedura (112) inoculada 24 horas antes do
fungo apresentaram os melhores resultados, refletindo na menor curva de evolução da
antracnose em sorgo durante as 6 semanas de avaliações, não diferindo estatisticamente entre
si (RAMPAZZO, 2008).
Muitos trabalhos ressaltam o grande potencial de espécies de Bacillus no controle
de patógenos do solo. Melo et al. (1995) constataram que a linhagem OG de B. subtilis
isolada do rizoplano de feijoeiro, no município de Guaíra (SP), foi um potente antagonista
contra alguns patógenos de raízes de feijão, como F. solani f. sp. phaseoli Kendrick &
Snyder, Rhizoctonia solani e Sclerotium rolfsii.
4.2.3 Atividade de indutores de resistência sobre C. musae.
O controle de C. musae com indutores de resistência, estão indicados na Figura 9.
Esses indutores não diferiram estatisticamente entre si pelo teste de Tukey á 5 % de
probabilidade, dentre eles o fosfito apresentou-se mais eficaz com percentual de inibição de
28 %.
Figura 9: Efeito dos indutores de resistência Bion®, fosfito e ácido salicílico no controle de C. musae. Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
0a
100d
15,3b
28c22bc
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,0080,00
90,00
100,00
Per
cent
ual d
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ibiç
ão (%
)
Test. Fung. Bion Fosfito Ac.Salicilico
Indutores de Resistência
37
A utilização de indutores abióticos como o ácido ß-aminobutírico (BABA), ácido
jasmônico, metil jasmonato, e o Acibenzolar-S-metil (ASM) tem sido eficiente em
potencializar ou manter a resistência natural dos produtos colhidos (OLIVEIRA et al., 2004).
Frutas de mamoeiro tratadas em pré e pós-colheita com ASM apresentaram maior deposição
de lignina e maior atividade de PR-proteínas (DANTAS et al, 2004).
Aplicação em pré-colheita de Bion®, em melões induziu resistência sistêmica na
folhagem e assim diminuiu o inóculo de patógenos disponíveis para infectar os frutos
(HUANG et al., 2000).
Segundo Cia (2005), a aplicação em pré-colheita de Bion®, principalmente em
mistura com azoxistrobina, é eficiente na proteção dos frutos de mamoeiro em pós-colheita
contra antracnose, reduzindo a incidência e a severidade da doença.
Vários estudos têm demonstrado a utilização do produto fosfito no controle de
fitopatógenos em frutos. Sonego et al. (2003) em experimentos no controle do míldio da
videira os resultados mostraram que os produtos à base de fosfitos de potássio apresentam alta
eficácia no controle do míldio, tanto na folha como no cacho, sendo equivalentes aos
tratamentos utilizados como padrão cymoxanil + maneb e metalaxil + mancozeb,
constituindo-se, desta forma, em boa alternativa para o controle da doença. Em alguns países,
produtos derivados do ácido fosforoso são utilizados como adubo foliar e para o controle de
algumas doenças da videira, em especial o míldio (WICKS et al., 1991), e também para o
controle de outras espécies de Oomycetos.
Para Reuveni (1997), os fosfitos abrem novas possibilidades de controle do míldio
por terem boa biocompatibilidade com outros fungicidas, por sua rápida absorção pelos
tecidos da planta, por seu efeito nutricional e por sua segurança ambiental. Na França,
produtos derivados do ácido fosforoso são utilizados como bioestimulantes das defesas
naturais da videira e de forma complementar ao controle de doenças fúngicas (SOYEZ, 2002).
Em estudos com o produto ácido salicílico os autores (DANN & DEVERALL
1995 e COSTA et al. 2000) comprovaram que a maior indução de resistência sistêmica, com a
maior atividade da beta-1,3-glucanase ou da quitinase após tratamentos com C.
lindemuthianum e ácido salicílico pela redução da severidade em todas as cultivares avaliadas.
38
4.2.4 Atividade de substâncias antissépticas sobre C. musae.
Os resultados obtidos para as substâncias antissépticas no controle de C. musae,
estão apresentados na figura 10. Neste teste podem-se observar diferenças estatisticamente
entre essas substâncias quanto à capacidade para inibir o crescimento micelial do patógeno.
Entres elas, o NaCLO foi o que proporcionou maior ação antifúngica inibindo em 54 % o
crescimento do patógeno, sendo superior as demais substâncias e à testemunha mas menos
efetivo que o controle químico, a 5% de probabilidade.
Figura 10: Efeito das substâncias antissépticas hipoclorito de sódio, dióxido de cloro e sorbato de potássio no controle de C. musae. Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
Segundo Boshoff et al. (1995) o tratamento dos frutos, por imersão, com
desinfetantes a base de amônia quaternária e cloro reduziram a antracnose e em certas
instâncias as podridões pedunculares, em frutos do abacateiro.
O hipoclorito de sódio (2 % PV) é considerado um agente eficiente no controle de
fungos e bactérias em explantes de bananeira; embora, ajustes nas concentrações e tempos de
imersão dos explantes devam ser realizados (NIETSCHE et al, 2006).
No estudo da refrigeração associada à sanitização no controle integrado da
podridão em melão, o dióxido de cloro contribuiu de maneira eficiente no controle de
Fusarium pallidoroseum, reduzindo em 54% a incidência e severidade da doença, quando
associado à refrigeração (TERÃO, 2007).
0a
100d
54c
4b7,3b
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,0080,00
90,00
100,00
Per
cent
ual d
e in
ibiç
ão (%
)
Test. Fung. NaClO D. deCloro
S.Potássio
Anti-sépticos
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Segundo Mari et al. (1999), a completa inibição de conídios de Monilinia laxa, “in
vitro”, foi observada quando em contato com o dióxido de cloro, durante um minuto, na
concentração de 50 µg. mL-1. Em outro teste, “in vivo”, os conídios de M. laxa foram
mergulhados durante vinte minutos numa solução de 10 µg. mL-1 de dióxido de cloro e depois
inoculados em ameixas e nectarinas com ferimentos, e nenhuma fruta inoculada desenvolveu
podridão parda.
Trabalhos in vivo com sorbato de potássio visando o controle de Penicillium em
pós-colheita em citros demonstraram que na concentração de 10.000 g.mL-1 reduziu em 51 %
a incidência da doença (FRANCO, 2000).
A baixa eficiência dos tratamentos in vivo pode ser atribuída à infecção quiescente
dos frutos, inadequação das concentrações e volatilidade dos compostos com atividade
fungitóxica.
De acordo com Siveira et al. (2005) as tentativas de controle de doenças pós-
colheita em frutas, sem o conhecimento suficiente sobre os patógenos, pode levar a pouca ou
nenhuma redução do problema havendo, portanto, a necessidade de estudos epidemiológicos
envolvendo estas doenças que permitam maior entendimento dos patossistemas, bem como
fornecer subsídios importantes para o desenvolvimento de estratégias de manejo. Também
Silva (2008) sugere que muitos dos problemas pós-colheita originam-se em pré-colheita,
determinando o insucesso dos tratamentos aplicados no estágio de pós-colheita. Tais
considerações justificam a baixa eficiência da maioria dos tratamentos nos testes ‘in vivo’, no
controle da antracnose em frutos de banana. Uma vez que o C. musae agente causal da doença
pode infectar os frutos em etapas anteriores do cultivo, instalando-se ainda no campo, camada
subcuticular, concordante com relato de Moraes et al. (2006) sob a forma de infecção
quiecente.
É de vital importância o direcionamento de estudos que tenham como finalidade o
desenvolvimento de medidas de controle que minimizem o uso de agrotóxicos, adequando-se
às normas de controle ambiental, qualidade do produto e qualificação dos trabalhadores
envolvidos na cadeia produtiva. O uso in vivo de extratos e óleos essenciais, antagonistas,
indutores de resistência e substâncias anti-sépticas, embora não apresentando resultados
consistentes no controle do desenvolvimento de lesões de C. musae sobre frutos de banana,
também não promoveu sintomas de fitotoxicidade nos frutos. Com base nisso sugere-se a
avaliação de novas técnicas, épocas, doses e intervalos de aplicação na busca por alternativas
não poluentes, atóxicas ou não residuais para tratamento da antracnose sobre frutos de banana
em pré-colheita, o que possibilitará a identificação de um método seguro e eficaz no controle
40
do patógeno. Somente com a adoção dessas medidas, que devem iniciar no campo e se
estender até ao consumidor final, será possível atingir os parâmetros de qualidade exigidos
pelo mercado.
41
5. CONCLUSÕES
♦ Nos testes in vitro os extratos e óleos essenciais vegetais de alecrim pimenta e cravo-da-
índia, fosfito, ácido salicílico e o hipoclorito de sódio são os mais efetivos, reduzindo em 100
% o crescimento de C. musae não diferindo significativamente do controle químico.
♦ Nos testes in vivo apenas o Trichoderma sp. e NaClO são considerados os mais promissores
no controle de C. musae com percentagens de inibição superiores a 50 %.
42
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