20070825 conversando-sobre-a-depressao

24
Conversando sobre a Depressão Luciana Porto C. da Nóbrega Psiquiatra

Transcript of 20070825 conversando-sobre-a-depressao

Page 1: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

Conversando sobre a Depressão

Luciana Porto C. da Nóbrega

Psiquiatra

Page 2: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

O que é depressão?

Depressão é uma doença do humor caracterizada por um conjunto de sintomas variados

Sentimentos de tristeza são comuns em situações de perdas, fracassos e conflitos interpessoais (ex. luto) x reação desprorporcional com comprometimento funcional

Depressão pode ser uma manifestação de doenças físicas ou uso de medicações

Page 3: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

Sintomas da depressão:

Tristeza prolongada, “sensação de vazio” e ataques de choro sem explicação;

Dormir muito pouco ou dormir demasiado; Perda de apetite e de peso ou aumento de apetite e de

peso; Perda de interesse ou prazer em atividades que antes

eram prazerosas; Inquietação ou irritabilidade; Lentificação;

Page 4: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

Sintomas da depressão

Sintomas físicos persistentes que não respondem ao tratamento (como dor de cabeça, dor crônica, prisão de ventre e outras alterações digestivas);

Dificuldade em concentar-se, recordar ou tomar decisões;

Fadiga ou perda de energia; Sentimentos de culpa, de desesperança ou inutilidade; Pensamentos recorrentes sobre morte e suicídio.

Fonte: INEF – Instituto de Estudos e Orientação da Família

Page 5: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

No idoso ...

Humor ansioso ou irritado Queixas físicas diversas com exames

clínico/laboratoriais normais Queixas de memória com bons resultados nos testes

cognitivos Apetite reduzido com perda de peso na ausência de

doença física

Page 6: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

No idoso ...

Insônia inicial e principalmente despertar precoce (< 5 horas/noite)

Idéias de baixa auto-estima, menos valia Atos auto-lesivos, desesperança e ideação suicida Crenças irreais de perseguição, doença grave ou

falência dos órgãos internos

Page 7: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

Outras condições que cursam com sintomas depressivos: Luto Ajustamento Depressão bipolar Distimia Distúrbio misto de ansiedade e depressão Transtorno disfórico pré-menstrual

Page 8: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

É comum as pessoas ficarem deprimidas?

Maioria não procura atendimento médico, ½ em atendimento clínico não especializado; ¼ em psicoterapia, ¼ com psiquiatra

A depressão é pouco diagnosticada pelo médico não psiquiatra (30 a 50%)

Transtorno freqüente 3 a 11% da população geral 20% dos idosos 33% pós IAM e 47% nos pcts. com câncer

Page 9: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

É comum as pessoas ficarem deprimidas?

Duas x mais freqüente em mulheres (15 a 25%) Incapacitante: 4ª causa de afastamento do trabalho

(em 2020 será 2ª causa) Crônico e recorrente:

80% apresentarão um segundo episódio, em média 4 12% não remitem

Page 10: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

Quando buscar ajuda?

Se houver suspeita Teste de duas questões

Durante o último mês você se sentiu incomodado por estar para baixo, deprimido ou sem esperança?

Durante o último mês você se sentiu incomodado por ter pouco interesse ou prazer para fazer as coisas?

Page 11: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

O que causa depressão?

Muitas causas podem estar envolvidas: Biológicas – excesso ou falta de algumas substâncias no

cérebro, os “neurotransmissores” Genéticas – herança familiar multifatorial Medicamentos – alguns medicamentos como

antihipertensivos, cimetidina, indometacina, etc. Doenças clínicas: IAM, câncer, transtornos hormonais, etc. Psicológicas: cognição negativa, perdas precoces, situações de

vida.

Page 12: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

Tratamento

Medicamentos antidepressivos Psicoterapia ECT

Page 13: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

Tratamento:Fases

Objetivo: prevenção de recorrências

Duração: indefinida

Manutenção

Objetivo: prevenção de recaídas e recuperação do funcionamento psicossocial

Duração: em média, de 4 a 9 meses

Continuação

Objetivo: remissão dos sintomas e melhora do funcionamento psicossocial

Duração: em geral, de 6 a 8 semanas

Aguda

Page 14: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

Tratamento:Fases

Page 15: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

Tratamento:Adesão

Atitudes e crenças Deve-se tomar o antidepressivo só até melhorar Antidepressivos podem mudar a personalidade Meu médico me forçou a tomar o antidepressivo Pode-se tomar menos pílulas nos dias em que você se sente

melhor Minha depressão desapareceria mesmo sem tratamento Pode-se tomar pílulas extras nos dias em que você se sente

pior

Page 16: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

Tratamento:Adesão

Causas de abandono do tratamento antidepressivo Sentem-se melhor Efeitos adversos Medo de ficar dependente Sentimento de desconforto Falta de eficácia “Tenho que me curar sozinho”

Page 17: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

Tratamento:Adesão

Informações que influenciam positivamente a adesão: Medicamentos demoram de duas a quatro semanas para

fazer efeito Não parar sem antes falar com o médico Realizar atividades de laser

Page 18: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

Suicídio

14 – 15% dos pacientes deprimidos tentam (11% com êxito) Não considerar como tentativas de chamar a atenção 15 – 22% apresentam nova tentativa no ano seguinte; 10% se

suicidam em 10 anos Fatores de risco: M, > 45 anos, separado ou divorciado, classes

sócioeconômicas extremas, morar em área urbana, desempregado ou aposentado, ser ateu, e ter poucos contatos sociais; doenças crônicas

Personalidade impulsiva, uso de álcool e drogas.

Page 19: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

SuicídioPerguntando sobre ideação suicida

Sente que a vida perdeu o sentido? Tem esperança de que as coisas vão melhorar? Pensou que seria melhor morrer? Pensamentos de por fim à própria vida? São idéias passageiras ou persistentes? Pensou em como se mataria? Já tentou, ou chegou a fazer algum preparativo? Tem conseguido resistir a esses pensamentos? É capaz de se proteger e retornar para a próxima consulta? Tem esperança de ser ajudado?

Page 20: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

Circunstâncias que sugerem risco de suicídio:

Comunicação prévia de que iria se matar Mensagem ou carta de adeus Providências finais (ex. conta bancária) antes do ato Planejamento detalhado Precauções para que o ato não fosse descoberto Ausência de pessoas por perto que pudessem socorrer Não procurou ajuda logo após a tentativa de suicídio Método violento, ou uso de drogas mais perigosas Crença de que o ato seria irreversível e letal Afirmação clara de que queria morrer Arrependimento por ter sobrevivido

Page 21: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

Concluindo ...

Transtorno mental mais comum na população Recorrente e com risco de cronificação Recuperação plena se tratado adequadamente

Page 22: 20070825 conversando-sobre-a-depressao
Page 23: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

Referências

Fleck MPA et al. Diretrizes da Associação Médica Brasileira para o tratamento da depressão. Revista Brasileira de Psiquiatria 2003;25(2):114-22

Shua-Haim JR et al. Depression in Elderly. Hospital Medicine 1997;33(7):45-58Louzã MR et al. Psiquiatria Básica. Artes Médicas. Porto Alegre, 1995.Moreno DH e Soares MB. Diagnósticos & Tratamento: Elementos de Apoio -

Depressão. Editora Lemos. São Paulo, 2003.Botega NJ. Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência.

Editora Artmed. Porto Alegre, 2002.

Page 24: 20070825 conversando-sobre-a-depressao

Contato

www.hoje.org.br