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FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ARQUITETURA Disciplina: História da Arte Profª Esp. Laile Almeria de Miranda Texto Sonia Leni Chamon ARTE PALEOCRISTÃ - ARTE BIZANTINA ARTE PALEOCRISTÃ Ao negarem-se a queimar incenso diante do busto do imperador em sinal de vassalagem, os primeiros cristãos passam a ser perseguidos e mortos pelos romanos (GOMBRICH,1983). Nestes primeiros tempos, os cristãos têm duplo objetivo: ensinar e propagar a fé cristã e, ao mesmo tempo, escapar das impiedosas perseguições. Os afrescos são o instrumento doutrinário e as catacumbas (cemitérios subterrâneos evitados pelos soldados romanos) são os locais para as pregações . Estes cristãos ainda viviam sob a influência artística romana, principalmente pela popular arte das pinturas. Os afrescos que acompanhavam os encontros religiosos seguiam as tradições pictóricas romanas, porém com uma nova temática - os símbolos cristãos. O bom pastor (8), o cordeiro, peixe, pássaro bicando frutos, banquetes fúnebres são símbolos encontrados nas catacumbas assim como passagens das escrituras. 1 Figura 8 O Bom Pastor afresco da Catacumba de São Calixto, cripta de Lucina (Séc. III/IV) , Roma.

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FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURACURSO DE ARQUITETURA

Disciplina: História da Arte Profª Esp. Laile Almeria de MirandaTexto Sonia Leni Chamon

ARTE PALEOCRISTÃ - ARTE BIZANTINA

ARTE PALEOCRISTÃ Ao negarem-se a queimar incenso diante do busto do imperador em sinal de vassalagem, os primeiros cristãos passam a ser perseguidos e mortos pelos romanos (GOMBRICH,1983). Nestes primeiros tempos, os cristãos têm duplo objetivo: ensinar e propagar a fé cristã e, ao mesmo tempo, escapar das impiedosas perseguições. Os afrescos são o instrumento doutrinário e as catacumbas (cemitérios subterrâneos evitados pelos soldados romanos) são os locais para as pregações .

Estes cristãos ainda viviam sob a influência artística romana, principalmente pela popular arte das pinturas. Os afrescos que acompanhavam os encontros religiosos seguiam as tradições pictóricas romanas, porém com uma nova temática - os símbolos cristãos. O bom pastor (8), o cordeiro, peixe, pássaro bicando frutos, banquetes fúnebres são símbolos encontrados nas catacumbas assim como passagens das escrituras.

No ano de 311 d.C., o Imperador Constantino oficializa o cristianismo como religião

oficial do Império Romano. Essa nova religião, de culto diferenciado, necessitava de

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Figura 8 O Bom Pastor afresco da Catacumba de São Calixto, cripta de Lucina (Séc. III/IV) , Roma.

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uma nova arquitetura. Inspiradas nas antigas basílicas romanas (ou adaptadas

diretamente sobre elas), foram construídas as primeiras igrejas cristãs. As basílicas

eram imensas construções imperiais que serviam de local de comércio ou de

audiências públicas e de justiça, tinham um formato retangular bastante comprido e um

estrado mais alto numa extremidade (GOMBRICH, 1983). É exatamente este o

formato básico sobre o qual se edificou a grande maioria das igrejas cristãs desde

então. Ao grande corredor central é dado o nome de nave, que normalmente é

acompanhado de dois mais estreitos laterais chamados alas divididos por arcos e

colunas. À frente encontra-se a abside, espaço semicircular do altar e telhado de duas

águas. Podemos observar estas características na Basílica de San Apollinare in Classe

(fig. 9 ). É o prenúncio da Idade Média com toda a força de sua espiritualidade.

A Arte Bizantina

Após a cisão do Império Romano, a região de Bizâncio, com capital em Constantinopla,

tornou-se um esplendoroso Império, com a manutenção de várias tradições clássicas de

representação e arquitetura, agora voltadas para o cristianismo. A religião oficial era

subordinada ao Imperador, e não ao Papa em Roma, a partir do reinado de Justiniano,

no séc. VI. Esta religião, chamada Ortodoxa a partir do séc. XI, tornou-se extremamente

rígida em relação à arte, principalmente quanto à representação religiosa: eram os

iconoclastas que, assim como impediam uma representação naturalista de Deus, Nossa

Senhora e apóstolos, renegavam violentamente as imagens ditas pagãs – esse foi o

principal motivo da destruição das esculturas gregas originais.

Artes Decorativas

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A arquitetura religiosa bizantina apresentou diversas contribuições, tanto no oriente, como no ocidente – pois foi muito forte a sua influência também na Itália..

O mosaico (fig 6) era muito utilizado, seus pequenos cubos de vidro, esmalte e metal

eram dispostos de forma a exaltar a glória e o poder divino e nunca a sua semelhança

com um homem comum.Cobriam imensas paredes e cúpulas, sempre com as

características de rigidez, frontalidade e ausência de perspectiva. As pinturas de

“ícones” também seguiam esta tradição, porém com a representação estática de Nossa

senhora com o Menino (fig. 7). De forte tradição russa, onde a Igreja Ortodoxa também

chegou, estas pinturas também seguem regras rígidas de cromatismos simbólicos

(dourados, vermelhos), perfil em três quartos da figura central, rico planejamento e

detalhes do trono.

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Figura 6 Justiniano e seu séquito (detalhe) (c.547 d.C). San Vitale (Ravena).

Figura 7 Madona Entronizada (c. 1280) provavelmente pintado em Constantinopla. (Washington D.C.) National Gallery of Art (Coleção Mellon)

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Para Saber mais... Visite os sites:

www.pompeiisites.org . Site oficial de Pompéia, onde você pode fazer visitas virtuais, conhecer a história das escavações, ver aspectos de todas a região (inclusive Herculano) e link para ver as lindas pinturas em afresco expostas no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles.

www.louvre.fr Para as civilizações clássicas, conheça boa parte do acervo do departamento (Collections & Départements): Antiquités grecques, étrusques e romaines: das maravilhosas Vênus de Milo e Vitória de Samotrácia, vá aos mosaicos e afrescos romanos, ou a sarcófagos do período arcaico.

Referências

GOMBRICH,E.H. A História da Arte .Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1983.

HAUSER. A. História Social da Literatura e da Arte. 2 vol. São Paulo: Mestre Jou, 1982

JANSON, H. W. História da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1992

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Fig. 9 Basílica de San Apollinare in Classe (533-549 d.C) , Ravena. (decorações posteriores)

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Koch, W. Estilos de arquitetura. São Paulo, Martins Fontes, 1998.

SUMMERSON, John. A Linguagem Clássica da Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

VITRUVIO. Da Arquitetura. São Paulo: Hucitec, 2002.

SUMMERSON, John. A Linguagem Clássica da Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

VITRUVIO. Da Arquitetura. São Paulo: Hucitec, 2002.

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