(2) Principais Conceitos Da pia Breve

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    Principais Conceitos da Psicoterapia Breve

    Experincia Emocional Corretiva

    A Experincia Emocional Corretiva uma experincia global,completa, que envolve aspectos cognitivos, emocionais, volitivos emotores.

    "...no se deve considerar essa experincia como puramenteemocional ou como um insight intelectual, para no se afirmar umapossibilidade fenomenolgica, que seria a do fracionamento doindivduo, j que o modo como ele se relaciona com o mundo

    sempre de uma forma global. A EEC uma experincia completa,tanto cognitiva, como emocional, volitiva e motora". (Lemgruber, V.,1997b,pg 11)

    A Experincia Emocional Corretiva visa a possibilitar que os conflitosantigos, no resolvidos, surjam na relao transferencial que seestabelece no tratamento, permitindo que a diferena entre asreaes atuais do terapeuta e as reaes das figuras parentais narelao primitiva seja o fator preponderante para produzir asmudanas. Em outras palavras, a atitude do terapeuta, mais

    adequada e mais compreensiva, possibilitando ao pacienterevivenciar, dentro do ambiente seguro do relacionamentoteraputico e em circunstncias favorveis, situaes emocionaisdifceis do passado, resulta numa experincia emocional que corrige aexperincia primitiva.

    "... reexperimentar o passado no resolvido, mas com a possibilidadede um novo final a chave do resultado teraputico, acontecendo nasituao transferencial ou em sua vida cotidiana, possibilitando a

    integrao dos novos padres de comportamento em suapersonalidade". (Alexander apud Lowenkron, 1993,pg.39)

    Aliana Teraputica

    Sobre o conceito de Aliana Teraputica, no temos a pretenso defazer mais que tecer algumas consideraes gerais, j que se trata deum tema objeto de vasta literatura a respeito. Cordioli ( 1993) definea Aliana Teraputica como " a capacidade de o paciente estabelecer

    uma ligao de trabalho com o terapeuta". Freud (1913) destacouque " o primeiro objetivo da terapia ligar o paciente ao terapeuta".

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    (apud Cordioli, op.cit.). Para Greenson, a origem da Aliana Teraputica estaria na motivao e na disposio racional dopaciente em colaborar e na sua capacidade de participar ativamentedo tratamento.

    Diversos outros autores se estendem sobre o tema, estabelecendoconsideraes sobre aliana de trabalho, transferncia,contratransferncia, relao real, todos conceitos ligados ao deAliana Teraputica, que no nos cabe aqui aprofundar. Preferimosapresentar sua relao mais ntima com a Psicoterapia Breve,mostrando que, pelas prprias caractersticas da tcnica, ela favoreceo estabelecimento de uma boa Aliana Teraputica.

    Inicialmente, a fase de avaliao, quando se pretende obter dados dopaciente para o estabelecimento de um diagnstico e a formulaodo planejamento teraputico, exige uma participao ativa doterapeuta que permite ao paciente ser acolhido, compreendido eaceito. Na formulao do contrato teraputico, quando so discutidoscom o paciente o foco a ser trabalhado e os objetivos do tratamento,ele colocado numa posio participativa e menos indefesa. E, porltimo, j que a tcnica indicada para pacientes com alta motivaopara o tratamento, boa estrutura de ego e capacidade de estabelecerrelaes significativas, os pacientes que preenchem os critrios deseleo para a Psicoterapia Breve so os que tm as condies

    bsicas para o desenvolvimento de uma boa Aliana Teraputica..

    Foco

    Outro conceito importante para a Psicoterapia Breve o de Foco, quefoi definido por Malan "como o ponto de convergncia das atenesdo terapeuta" ( apud Lemgruber,V., 1997b,pg 22), ou seja, o temacentral sobre o qual deve-se concentrar o trabalho teraputico.

    Para Sifneos (1989) deve-se " selecionar um foco teraputicoque cristalize os conflitos psicolgicos especficos subjacentes aoproblema psicolgico do paciente, a ser resolvido durante apsicoterapia". (op.cit., pg.60)

    Os recursos tcnicos utilizados pelo terapeuta para manter otrabalho teraputico direcionado para o foco so a interpretao, aateno e a negligncia seletivas. Isso significa dizer que interpretado o material do paciente sempre em relao ao conflitofocal, buscando sempre as relaes do material apresentado comesse conflito e evitando qualquer outro material que no estejarelacionado com isso, que o terapeuta direciona todo um esforo para

    o foco a ser trabalhado. Esse foco deve ser estabelecido no incio daterapia, depois de discutido e acertado com o paciente.

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    T. French chamou de "conflito focal o conflito mais superficial eatual em contraste com o conflito nuclear, que seria mais profundo ecom origem na infncia" (apud Lemgruber, 1997b, pg. 22).

    Efeito Carambola

    Cabe ressaltar o conceito de "efeito carambola", introduzido porLemgruber, V. (1995), como "o mecanismo de potencializao dosganhos teraputicos por meio da tcnica focal" ( op. cit, pg 23). Se oconflito nuclear estiver contido no conflito focal, este, ao serresolvido, permitir uma repercusso no conflito primrio quepossibilitar mudanas mais profundas. O efeito carambola omecanismo que possibilita a irradiao dos resultados obtidos atravs

    da psicoterapia focal permitindo a sua potencializao para outrasreas. O termo "Efeito Carambola" foi inspirado, segundo sua autoraLemgruber, V., no movimento que ocorre no jogo de bilhar quandouma tacada bem direcionada acerta uma bola que em consequnciaatinge outras, provocando o seu deslocamento sem que tenham sidotocadas diretamente pelo taco. Em outras palavras, o foco bemdirecionado representa essa bola inicial, que bem trabalhadoterapeuticamente potencializa, como consequncia, resultados emoutras reas.

    Atividade e Planejamento

    No que se refere Atividade e ao Planejamento, componentesbsicos dessa tcnica, podemos ressaltar o alto nvel de atividade doterapeuta e a sua posio face a face com o paciente, impedindo,assim, o desenvolvimento da neurose de transferncia e propiciando

    o mximo possvel a ocorrncia de Experincia Emocional Corretiva.O Planejamento deve ser flexvel permitindo-se adequ-lo dinmicado tratamento.

    Nanci Rodrigues Pacheco