2. Fenomenologia Do Ato Humano

23
A Ética e os Atos Humanos

description

Ética Fenomenologia

Transcript of 2. Fenomenologia Do Ato Humano

  • A tica e os Atos Humanos

  • Uma distino fundamental:

    atos humanos

    (fazer)

    e

    atos do homem (acontecer)

    *

  • Na tica se distinguem:

    Atos do Homem

    Realizam-se sem domnio racional e voluntrio. Por exemplo, a circulao do sangue, a digesto, etc.

    Atos Humanos

    aes, externas ou internas, que o homem realiza com conhecimento (advertncia do que faz, deliberao) e vontade livre (porque quer, faz uma coisa ou a omite; faz uma coisa ou outra)

  • Atos humanos so...

    o homem dono de tal modo que pode fazer ou omitir, Pode faz-los de um modo ou de outro.So as aes livres, ou seja, aquelas que procedem da deliberao racional e da vontade, quer seja imediatamente (amor, desejo, dio, etc.) ou atravs de outras potncias (falar, trabalhar, etc.).

    *

  • Atos do homem...

    o homem no possui domnio direto (desenvolvimento fsico, circulao do sangue, digesto etc.).

    *

  • Fazer e acontecer...

    Para facilitar a compreenso os verbos fazer e acontecer.

    Um ato humano - o homem tem conscincia de ser ele mesmo o autor, a causa desse acontecimento pessoal: a ao humana est unida vivncia de ser eu o agente ativo e responsvel, a verdadeira causa do que fao.

    Um ato do homem - o sujeito tem, pelo contrrio, a conscincia de que algo acontece com ele, como se o seu ser fosse um cenrio no qual algo acontece, sem sua participao pessoal ativa.

    *

  • Conduta humana

    S com relao aos atos humanos falamos propriamente de conduta humana, porque com eles o homem conduz a si mesmo para seus objetivos, servindo-se para isso de seu conhecimento da realidade e do ambiente em que vive.

    *

  • Autodeciso

    As aes humanas dependem inteiramente desse centro de autodeciso que chamamos de pessoa. S elas podem ser postas em relao ao modo de ser moral da pessoa (ethos). S elas implicam responsabilidade moral; j que o sujeito pessoal pode responder (dar razo) quelas aes. autor dessas aes.

    *

  • Podemos concluir dizendo que...

    ...as aes da pessoa humana so objeto material da tica enquanto que so livres, isto , enquanto so a atuao da deliberao racional e da vontade.

    *


  • O objeto formal da tica

    b. A moralidade dos atos humanos

    Os atos humanos sob o ponto de vista de sua retido moral ou moralidade.

    O objeto formal da tica consiste na qualificao dos atos humanos enquanto bons ou maus.

    A bondade ou maldade das aes humanas enquanto tais se chama genericamente moralidade.

    *

  • O Objeto da tica: os atos humanos

    A Psicologia e a Filosofia Natural tambm estudam o ser humano, mas em termos especulativos.

    A tica estud-lo- em termos prticos:

    qual a finalidade da vida humana?

    Em que consistem a perfeio e a felicidade?

    Como atingi-las?

    *


  • 1) Fatores que influenciam na realizao de um ato humano

    a) A violncia coao externa

    Se somos forados, com violncia no somos responsveis. No realizados livremente.Ato imoral de quem coage.
  • b) Paixes movimentos do apetite sensitivo que se comove espontaneamente diante do bem ou do mal.

    Por exemplo: a percepo de algum bem provoca a paixo do amor. Se no se tem esse bem, nasce o desejo; se se tem, nasce a alegria. Quando se capta um mal, surge o dio; quando o mal nos atinge, nasce a averso ou fuga; se o mal est presente, surge a tristeza. Tambm paixo a esperana, ou percepo de um bem ausente, difcil, mas possvel; se o bem impossvel, nasce a desesperana.
  • A vontade livre pode dominar as paixes,

    salvo quando elas suprimem um dos elementos imprescindveis do ato humano:

    o conhecimento e a vontade livre.

    Fazer as coisas com paixo , em principio, bom:

    tudo depende da moralidade do ato.

    Por exemplo, fazer um ato bem superando a desesperana duplamente meritrio.

    tambm bom ter grandes desejos de aes honestas.

  • c) Medo: paixo produzida pela ameaa de um mal iminente e dificilmente supervel.

    Para que impea o ato humano deve ser intenso, forte. Normalmente no tira a voluntariedade do ato e pode aumentar o seu valor tico. Por exemplo, o medo ante as conseqncias desagradveis de uma ao boa tem que ser superado, incrementando-se assim o valor moral da conduta.
  • A ignorncia ausncia de conhecimento. Diferente do erro (conhecimento falso).

    a) Invencvel: completa - no pode ser superada.

    b)Vencvel: pode-se venc-la, mas no se quer.

    Por exemplo, no quero procurar saber de quem este relgio, para poder apropriar-me dele com tranqilidade. Culpa; pode agrav-la.
  • Lembrar que a primeira exigncia tica o dever de conhecer a lei moral. Conhecimento que deve desenvolver-se ao longo da vida humana e com especial referncia ao trabalho. A tica profissional: aplicao dos princpios ticos gerais num ambiente determinado: o mundo da economia, do ensino, da medicina, do jurdico, do poltico.

  • 2) Determinao da moralidade dos atos humanos

    Como se sabe que um ato bom ou mau?

  • Considerar o seu objeto,

    as circunstncias e

    a finalidade

  • A realidade perseguida pelo ato.

    Ex.: o objeto do roubo? Tomar posse de algo que pertence a outra pessoa e, assim, no cumprir um princpio da lei moral.

    O objeto mau; portanto, o ato tambm . Qual o objeto da ajuda a algum que est em perigo? Evitar que perca a sua vida, que um bem; logo esse ato bom.

    Objeto

  • os diversos fatores ou modificaes que afetam o ato humano. Concretamente : quem age, onde, com que meios, por qu, como, quando. H circunstncias que atenuam, agravam ou que convertem o ato em outro distinto.

    Por exemplo, agir sob o impulso de uma paixo pode conforme os casos atenuar ou agravar a culpabilidade.

    Circunstncias

  • A inteno que move o agente a realizar o ato. Pode coincidir ou no com o objeto da ao. No lcito roubar com a boa inteno (ou finalidade) de repartir o dinheiro entre os pobres. E se algum realiza uma ao boa por exemplo, ajudar o prximo, com a inteno de ser bem considerado por causa disso, est comportando-se mal, ainda que a ao realizada seja boa.

    Finalidade

  • Para que um ato seja bom tambm devem ser bons o objeto, as circunstncias e o fim. Um ato mau, se mau qualquer dos trs elementos: o objeto, as circunstncias ou o fim.