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MAYRA PANIAGO HISTÓRIA DO BRASIL TEORIA 196 QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS E VESTIBULARES GABARITADAS Teoria e Seleção das Questões: Prof.ª Mayra Paniago Organização e Diagramação: Mariane dos Reis 1ª Edição OUT 2012 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. É vedada a reprodução total ou parcial deste material, por qualquer meio ou pro- cesso. A violação de direitos autorais é punível como crime, com pena de prisão e multa (art. 184 e parágrafos do Código Penal), conjuntamente com busca e apreensão e indenizações diversas (arts. 101 a 110 da Lei nº 9.610, de 19/02/98 – Lei dos Direitos Autorais). www.apostilasvirtual.com.br [email protected] [email protected]

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MAYRA PANIAGO

HISTÓRIA DO BRASIL

TEORIA 196 QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS E VESTIBULARES

GABARITADAS

Teoria e Seleção das Questões: Prof.ª Mayra Paniago

Organização e Diagramação: Mariane dos Reis

1ª Edição OUT − 2012

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. É vedada a reprodução total ou parcial deste material, por qualquer meio ou pro-cesso. A violação de direitos autorais é punível como crime, com pena de prisão e multa (art. 184 e parágrafos do Código Penal), conjuntamente com busca e apreensão e indenizações diversas (arts. 101 a 110 da Lei nº 9.610, de 19/02/98 – Lei dos Direitos Autorais).

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SUMÁRIO 1. A SOCIEDADE COLONIAL: economia, cultura, trabalho escravo, os bandeirantes e os jesuítas ................ 05

Questões de Provas de Concursos e Vestibulares......................................................................................................... 14

2. A INDEPENDÊNCIA (CRISE DO SISTEMA COLONIAL) E O NASCIMENTO DO ESTADO BRASILEIRO. INDEPENDÊNCIA DA BAHIA. CONJURAÇÃO BAIANA .................................................................. 21 Questões de Provas de Concursos e Vestibulares......................................................................................................... 27

3. A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO MONÁRQUICO E PERÍODO IMPERIAL. SABINADA. REVOLTA DOS MALÊS............................................................................................................................................... 31 Questões de Provas de Concursos e Vestibulares......................................................................................................... 39

4. A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E ECONÔMICA DO ESTADO REPUBLICANO. A GUERRA DE CANUDOS. A PRIMEIRA GUERRA E SEUS EFEITOS NO BRASIL. O MOVIMENTO DE 1930 (A REVOLUÇÃO DE 30) ................................................................................................................................................ 47 Questões de Provas de Concursos e Vestibulares......................................................................................................... 55

5. O PERÍODO VARGAS − REPÚBLICA GETULISTA (1930 – 1947). A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL E SEUS EFEITOS NO BRASIL .......................................................................................................... 62 Questões de Provas de Concursos e Vestibulares......................................................................................................... 65

6. OS GOVERNOS DEMOCRÁTICOS ..................................................................................................... 70 Questões de Provas de Concursos e Vestibulares......................................................................................................... 75

7. DITADURA MILITAR (1964 – 1985). OS GOVERNOS MILITARES ........................................................ 79 Questões de Provas de Concursos e Vestibulares......................................................................................................... 82

8. NOVA REPÚBLICA (1985 AOS DIAS ATUAIS) .................................................................................... 88 Questões de Provas de Concursos e Vestibulares......................................................................................................... 94

GABARITOS ....................................................................................................................................... 99

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História do Brasil Teoria e Questões por Tópicos Prof.ª Mayra Paniago

HISTÓRIA DO BRASIL

1 A SOCIEDADE COLONIAL: economia, cultura, trabalho escravo, os bandeirantes e os jesuítas.

Introdução

O início da colonização do Brasil ocorreu como um desdobramento político e econômico das viagens marí-timas empreendidas pelos portugueses ao longo dos sé-culos Xv e XVI. Estas viagens foram intensamente moti-vadas pela busca de um novo caminho para as Índias. Este movimento se justificou em função da riqueza que representava o comércio oriental que, desde o final do século XIV estava controlado por comerciantes italianos, provenientes das cidades de Gênova e Veneza. Ainda é importante considerar a força do monopólio exercido pelos comerciantes da cidade de Constantinopla, que desde 1453 foi ocupada pelos turcos. A partir desta situ-ação, aqueles comerciantes ou cidadão qualquer que quisesse comprar tais mercadorias, o fazia mediante o pagamento de altos impostos, o que tornava muito caro o comércio de especiarias no continente europeu.

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Especiarias: mercadorias muito cobiçadas na Europa a partir

do século XIII. Constituíam de produtos orientais como temperos: cravo, canela, gengibre, noz-moscada, pimenta do reino, cominho. E produtos de uso pessoal como perfumes, seda, joias, além de merca-dorias para uso doméstico como tapetes, vasos de porcelana, dentre outros. O sucesso destas mercadorias de deveu ao fascínio exercido por elas em uma época em que a vida europeia era marcada pelos hábitos mais rústicos. O uso de especiarias passou a ser típico de alguns grupos sociais em ascensão como burgueses e a nobreza, in-teressada em demonstrar poder.

As viagens marítimas resultaram na chegada do eu-ropeu ao continente americano. Espanhóis colonizaram boa parte da America Latina, os ingleses colonizaram parte da América do Norte, juntamente com os france-ses e os portugueses, a partir de 1500 iniciaram o proces-so de colonização do Brasil.

Importante considerar que o continente americano já estava densamente povoado mesmo no século XIV, quando as primeiras expedições espanholas estiveram por aqui. As áreas da América do Norte eram povoadas pelos sioux, iroqueses, apaches, comanches, cree, es-quimós e outros. Na área de colonização América espa-nhola as populações maias, incas e astecas desenvolve-ram sociedades agrícolas muito avançadas com a for-mação de impérios bem estruturados. Na América do Sul, indígenas tupis, xavantes, guaranis, caraíbas, jê vivi-am como caçadores e coletores.

Colonização do Brasil

Os trinta primeiros anos (1500-1530) que se seguiram após a chegada dos portugueses foram marcados por certo descaso da Coroa em relação à terra descoberta. Isto ocorreu porque os primeiros europeus que chega-ram aqui não encontraram o que de fato pudesse justifi-

car a instalação de uma empresa colonial. Ou seja, a ausência de metais preciosos não motivou o começo da colonização do Brasil. Outro fator relevante foi o cresci-mento e lucratividade do comércio oriental.

Entre 1501 e 1502, o rei de Portugal enviou para cá algumas expedições de reconhecimento do litoral brasi-leiro. Estas expedições foram responsáveis pela denomi-nação de algumas localidades e acidentes geográficos como o Cabo de São Roque, Cabo Frio, São Vicente e outros. Estas expedições constataram a presença do pau-brasil, uma madeira da qual se extraía uma tinta verme-lha muito utilizada na Europa na manufatura têxtil, e que era exportada do Oriente.

Atividade de extração: o pau-brasil.

Durante mais de três décadas, os portugueses desen-volveram uma atividade extrativista ao longo do litoral brasileiro, desde o Cabo de São Roque, no atual estado do Rio Grande do Norte até o Cabo Frio, Rio de Janeiro. A atividade econômica era realizada mediante o estan-co, isto é, monopólio régio. O que significa dizer que a madeira pertencia à Coroa portuguesa que autorizava cidadãos portugueses a vir até aqui e fazer a retirada da madeira mediante o pagamento de um imposto: o quin-to. O primeiro carregamento de pau-brasil saído daqui foi feito por Fernão de Noronha, em 1503.

Mapa mostrando as áreas de extração de pau-brasil

A atividade de extração do pau-brasil não resultou

numa ocupação ou povoamento efetivo do litoral brasi-leiro. Por ser de caráter móvel, esta atividade econômi-ca prolongou-se no litoral com a fundação de feitorias, utilizadas para o armazenamento da madeira. Na me-dida me que esgotava-se a madeira em uma região, logo os colonizadores buscavam outra área deixando a

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História do Brasil Teoria e Questões por Tópicos Prof.ª Mayra Paniago anterior abandonada. O trabalho utilizado no corte e carregamento da madeira era feito mediante a explo-ração da mão de obra indígena, em um formato que denominou-se de escambo. Os índios trabalhavam sem o uso do dinheiro, recebendo objetos de pouco valor em troca do corte do pau-brasil.

Em virtude da falta de ocupação do território e em função da contestação da França ao Tratado de Torde-silhas, que não admitia a divisão do mundo somente en-tre portugueses e espanhóis, o período foi marcado pelo aparecimento de várias incursões de franceses ao longo do litoral brasileiro. Esta presença significou a realização do contrabando de pau-brasil, ameaçando a posse das terras brasileiras por parte dos franceses.

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Por conta disso, a ameaça de perda do território brasileiro e, em virtude da crise no comércio oriental, o rei de Portugal D. João III determina a colonização do Brasil. Era, portanto necessário fazer a terra produzir e, ao mesmo tempo, ocupá-la mediante a fundação de vilas e cidades para afastar a ameaça estrangeira.

A criação das Capitanias Hereditárias

Em 1530, o rei de Portugal envia ao Brasil uma expe-dição chefiada por Martin Afonso de Sousa com o obje-tivo de penetrar no território brasileiro a fim de conhecer melhor a terra. Por isso, em 1532 foi criado o regime de Capitanias Hereditárias, cuja experiência já havia ocor-rido desde a ocupação e colonização das ilhas de Ma-deira e Açores, no litoral africano.

A pretensão de D. João era colonizar o Brasil sem ter ônus nesta empreitada, visto que o estado português en-frentava uma forte crise econômica. O que significou uma terceirização do processo de colonização: os parti-culares assumiam a tarefa de colonizar as terras brasilei-ras. Dividiu-se o Brasil em catorze lotes lineares (sendo que São Vicente foi dividido em dois, o que resulta em quinze lotes ao todo), que iam do litoral até o meridiano de Tordesilhas.

Estes lotes foram entregues a doze donatários que eram escolhidos pelo próprio rei. Ao receber seu lote, o donatário recebia também um documento chamado Carta de Doação, onde passou-se ao capitão donatário a posse da terra autorizando o usufruto da riqueza que dela viesse. Outro documento recebido foi o Foral, nele estavam registrados os direitos e deveres dos donatários, estabelecendo inclusive os impostos que eles deveriam pagar à Coroa portuguesa.

Mapa com a divisão das terras brasileiras em Capitanias Hereditárias

Ao analisarmos os resultados práticos deste modelo político e administrativo podemos concluir que foi um verdadeiro fracasso. A tarefa de colonizar exigia vultosas quantias em dinheiro, o que não era para qualquer um. Por isso boa parte das Capitanias ficou abandonada. Entretanto, cinco lotes iniciaram a produção açucareira: as capitanias de Pernambuco, Baía do Todos os Santos, São Jorge dos Ilhéus, Porto Seguro e São Vicente. Outro elemento importante a considerar como dificuldade no funcionamento das Capitanias foi a descentralização po-lítica que vigorou durante o período. Havia uma enorme falta de comunicação entre elas e entre elas e o gover-no português. Era necessário centralizar os poderes na Colônia.

A instituição do Governo Geral

Diante dos problemas enfrentados com o funciona-mento das Capitanias Hereditárias, a Coroa portuguesa decidiu impor medidas mais austeras para efetivar a co-lonização do Brasil. Em 1548 foi criado o Governo-Geral. Sua função era exercer a centralização político adminis-trativa na colônia, sem acabar com as Capitanias Here-ditárias.

O primeiro governador geral foi Tomé de Sousa que chegou ao Brasil de posse de um documento real cha-mado Regimento de Tomé de Sousa. O documento de-finia as funções do sistema: organizar o povoamento do território, promovendo a ocupação das áreas, e institu-indo uma capital na colônia. A escolha da Capitania da Baía de Todos os Santos para ser a sede do governo co-lonial se deu por conta da posição estratégica desta capitania em relação ao litoral brasileiro. Ao observarmos um mapa concluímos que a cidade de Salvador, foi fun-dada numa área que possuía uma posição equidistante tanto ao norte quanto ao sul do Brasil. E isto favoreceu a centralização administrativa, um dos grandes pilares do governo-geral.

Com o governo-geral foram criados três cargos que auxiliaram diretamente o governador. Ao provedor-mor cabiam as funções de arrecadação de impostos em to-da colônia; o ouvidor-mor exercia a justiça; e o capitão-mor cuidava da defesa da colônia. Tomé de Sousa em-preendeu uma política de organização da colonização instituindo um bispado com a finalidade de evangelizar os índios. No entanto, o governador teve dificuldades em impor suas leis, uma vez que os donatários das capi-tanias mais prósperas. Mesmo sabendo que as leis esta-belecidas por Tomé de Sousa vinham diretamente do rei de Portugal, os donatários das capitanias de Pernambu-co, São Vicente, Porto Seguro, Ilhéus, Espírito Santo não quiseram obedecê-las.

Duarte da Costa (1553-1558) substituiu Tomé de Sou-sa e teve muitos problemas no Rio de Janeiro por causa das tentativas francesas de fundar uma colonização na região: a França Antártica. Duarte também se desen-tendeu com o bispo aqui no Brasil por conta da necessi-dade de escravização dos indígenas, prática rejeitada pela Igreja Católica.

Mem de Sá (1558-1572) resolveu o problema com os franceses expulsando-os do Rio de Janeiro, ação que resultou na criação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

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História do Brasil Teoria e Questões por Tópicos Prof.ª Mayra Paniago Durante o funcionamento do Governo –Geral – até

1580 – cada vila possuía uma Câmara Municipal da qual faziam parte os chamados homens bons. Denominação dada pelos próprios proprietários de terras e de escra-vos. Estas câmaras eram responsáveis pela aplicação das leis em nível local, o que resultou na formação de uma elite oligárquica que marcou toda a história do Bra-sil colônia, Império e até meados da época republicana.

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Entre 1571 até 1580 o Brasil teve os seguintes governadores gerais: Luís Fernandes de Vasconcelos, Lourenço da Veiga, D. Luís de Brito e Almeida e Antônio Salema. Os dois últimos governaram ao mesmo tempo, sendo que o primeiro administrou a parte norte da colônia (capital em Salvador) e o último, a área sul do Brasil (capi-tal no Rio de Janeiro).

A União Ibérica (1580-1640)

O período que seguiu ao Governo-Geral ficou co-nhecido como União Ibérica. Foi uma época em que o Brasil ficou submetido ao domínio da Espanha. Esta situ-ação um tanto quanto curiosa foi resultado de um grande problema dinástico em Portugal.

Em 1578 Portugal perde o seu rei, D. Sebastião, em uma batalha no norte da África, na região de Alcácer Quibir. Sem deixar sucessores diretos, o trono português é assumido pelo tio-avô de D. Sebastião, D. Fernando, que também era bispo. Em idade já avançada, D. Fernando morre pouco tempo de ter subido ao trono. Sem deixar herdeiros, o trono português passa a ser reivindicado pe-lo rei da Espanha, D. Felipe II. Felipe II era primo de D. Sebastião e seria o herdeiro mais próximo e apto a as-sumir o trono de Portugal. Com esta ascensão, Portugal passou a ser governado pelo rei da Espanha, havendo uma união das coroas ibéricas.

Esta época foi uma das mais prósperas para os es-panhóis por causa da imensidão do Império sob seu domínio. Aqui na América, com a União Ibérica, a con-sequência mais importante foi a inoperância do Tratado de Tordesilhas, já que eram terras que pertenciam ao mesmo rei. Ao longo desta época, vários movimentos de ultrapassagem do meridiano foram registrados na histó-ria do Brasil. Do ponto de vista administrativo, Portugal procurou garantir o controle da Colônia nas mãos de uma aristocracia portuguesa, o que foi feito com medi-ante o Juramento de Tomar, documento em que Felipe II reconhece a autonomia administrativa do Brasil a Portu-gal.

Economia colonial Atividade açucareira

Conhecida dos europeus desde o século XIII, o açú-car tornou-se o produto principal dentro do processo produtivo colonial. Era um produto bastante apreciado – e caro! – na Europa medieval, sendo vendido em pe-quenas quantidades. Era impensável a venda do açú-car como fazemos nos dias de hoje. As primeiras experi-ências portuguesas com o cultivo da cana de açúcar aconteceram nas ilhas do litoral africano: Madeira, Aço-res, Cabo Verde e São Tomé. Mas, em função da geo-grafia local, em especial o clima, ao ser introduzida no Brasil, por volta de 1530, a produção já entrava em de-cadência por lá.

Áreas no território colonial onde houve o desenvolvimento da economia açucareira.

A economia açucareira esteve assentada em qua-

tro pilares: monocultura, latifúndio, mão de obra escrava e a produção atendiam em especial o mercado exter-no. O que definiu estas características foi a colonização de exploração empreendida por Portugal nas terras bra-sileiras. O sistema colonial português inibiu as possibilida-des de desenvolvimento da colônia. Toda a produção econômica efetivada no Brasil estava destinada ao en-riquecimento da metrópole. O que não impediu que hou-vessem atividades econômicas destinadas a atender a demanda interna. Um elemento importante deste pro-cesso produtivo foi a exclusividade que o Estado portu-guês teve sobre a produção açucareira. Os senhores de engenho eram obrigados a vender sua produção ape-nas para comerciantes portugueses e, somente deveri-am comprar as manufaturas de que necessitavam nas mãos dos também comerciantes portugueses. Não havia liberdade comercial. Tudo isso significou que os senhores de engenho do Brasil não podiam fazer outra transação comercial que não fosse a partir das mãos dos portu-gueses. Estes comerciantes tanto definiam os preços do açúcar quanto os valores das manufaturas, e, não ape-nas os senhores, mas toda a população colonial era o-brigada a se submeter aos preços ditados por Portugal.

O engenho era a unidade produtora básica. Este nome é utilizado para designar não apenas o local onde se desenvolve a produção do açúcar, mas a fazenda açucareira também pode ser definida como um enge-nho. Veja na imagem que segue uma gravura que ilustra parte de uma área dentro de uma fazenda açucareira.

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História do Brasil Teoria e Questões por Tópicos Prof.ª Mayra Paniago O processo de agromanufatura açucareira era com-

plexo e exigia um volume grande de trabalhadores. Se-gue uma ilustração que mostra as etapas de beneficia-mento do açúcar.

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É importante ressaltar que o açúcar produzido no Brasil não era embranquecido ou refinado por aqui. Ele teria a aparência do açúcar que hoje chamamos de mascavo. Ao sair do Brasil nos navios portugueses, o açúcar era encaminhado, através de Portugal, para a Holanda. Lá ele era beneficiado. Isso quer dizer que Portugal não possuía tecnologia para o refino do açúcar, “alugando” alugando assim as usinas holandesas para este fim. Al-guns historiadores afirmam que somente em Amsterdã (capital da Holanda) havia mais de cinquenta refinarias do açúcar brasileiro.

Um engenho “real”

Engenho de “trapiche”

Pelo que vemos nas imagens, um engenho “real” era aquele que era movido à água, onde o fazendeiro aproveitava um córrego ou rio, riacho em sua fazenda para mover a moenda. Tal prática dispensava os traba-lhadores para outras atividades. Já o engenho de “tra-piche”, era aquele que utilizava uma “tração”, seja ela humana ou animal para fazer funcionar a moenda.

Dentro da fazenda açucareira havia a casa grande – local de moradia do senhor de engenho e de sua fa-mília; a senzala – local onde moravam as crianças, os homens, mulheres africanos escravizados; casas dos tra-balhadores livres – feitores, capitães do mato; roça de subsistência – geralmente para produção de feijão, mi-lho, mandioca, hortaliças, e árvores frutíferas; área de pasto – destinada à criação de gado bovino.

A Pecuária

Esta atividade econômica foi uma das mais impor-tantes do período colonial, e até os dias atuais se pen-sarmos na dimensão da criação de gado bovino brasi-leiro frente aos mercados internacionais.

A pecuária inicialmente se constituiu como ativida-de econômica complementar à grande produção açu-careira. Em geral, todo fazenda açucareira contava com a criação de gado bovino que atendia a uma deman-da muito crescente. O gado era utilizado como transpor-te, alimento e tração. As primeiras cabeças de gado chegaram ao Brasil com Tomé de Sousa em fins da pri-meira metade do século XVI. No início da colonização, o gado era criado no próprio engenho, com a expansão dos rebanhos e da lavoura canavieira, tornou-se neces-sária a saída do gado de dentro das fazendas para o sertão. A partir da Bahia e de Pernambuco, o gado pe-netrava os sertões seguindo os caminhos dos rios (o Rio São Francisco é um exemplo muito importante na ex-pansão da pecuária) chegando até Minas Gerias, Ma-ranhão, Piauí. Isto quer dizer que a pecuária foi respon-sável direta pela expansão do território brasileiro para além dos limites do Tratado de Tordesilhas colaborando para a interiorização do processo colonizador.

Aqui, é importante considerar o papel exercido pela pecuária no nascimento de cidades como Feira de San-tana, interior do estado da Bahia. A fazenda denomina-da Sant’Anna dos Olhos D’Água, era local de paragem de boiadas que seguiam da capital _ Salvador – para vários lugares no interior brasileiro, ou no sentido inverso, do interior para a capital. Esta peculiaridade acabou por resultar no nascimento de uma cidade que se tornou o maior entroncamento rodoviário do nordeste e norte brasileiro na atualidade. Tudo isto por causa da sua his-tória ligada ao comércio de gado e de outros produtos advindos da rotatividade de pessoas na localidade. Isto, nos séculos XVIII e XIX.

Na região Sul da Colônia a criação de gado bovino era destinada à produção de charque – carne salgada que era comercializado nas áreas do sul ou da região sudeste.

A produção fumageira ou o tabaco

No começo da colonização do Brasil, a cultura do fumo era desenvolvida por uma espécie de agricultura familiar. De origem indígena o produto encontrou bons mercados na Europa a partir do século XVII. Seu cresci-mento ocorreu na Bahia, nas áreas próximas ao chama-

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História do Brasil Teoria e Questões por Tópicos Prof.ª Mayra Paniago do Recôncavo Baiano, Alagoas, Sergipe e Pernambuco. Muitas vezes o fumo era destinado à África para o es-cambo na aquisição de homens e mulheres do conti-nente para serem traficados na América.

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O Escravismo Colonial

Ao iniciar o projeto colonizador no Brasil o estado por-tuguês, em concordância com a Igreja Católica, procurou expandir a fé cristã. De certa forma a colonização se deu em um quadro missionário, ou seja, dentro dos interesses religiosos que envolviam a catequese das populações nativas. Muito significativa é a frequente discordância entre o Governo-Geral e os Jesuítas na primeira metade do século XVI.

Ao lado da necessidade de desenvolver a cateque-se estava a urgente demanda de trabalho na lavoura açucareira. Este “impasse” somente seria resolvido com a utilização do trabalho africano na modalidade de tra-balho escravo. No início o trabalho na lavoura de açú-car foi sustentado pelo indígena mas com a expansão cada vez maior da produção açucareira, foi necessário trazer para o Brasil outro trabalhador. Sem contar que o Tráfico Negreiro se constituiu em mais uma fonte de ren-da para o Estado português. Extremamente rentável, o tráfico alimentava uma rede de empresários que paga-vam altos impostos ao governo de Portugal.

Africanos sendo vendidos em portos no Brasil

A substituição do trabalho do indígena pelo traba-lho do africano esteve acompanhada de mudanças na legislação referentes à escravização indígena. Perce-bemos que houve uma relação de interesse, tanto por parte da Igreja quanto do Estado português na substitui-ção da mão de obra. À Igreja o contato com o indígena teve um caráter catequético, ao Estado o contato com o africano teve um caráter econômico. Importante considerar que, ao longo do século XV, os portugueses já tinham experiência no comércio regular de africanos.

Homens e mulheres que saíram da África e rumaram para o Brasil eram de diversas etnias das áreas atlânti-cas: bantos, iorubás, malês, ganeses, sudaneses. E ao longo de trezentos anos de escravidão no Brasil, mais de 5 milhões de africanos foram trazidos para cá nos porões dos Tumbeiros (navios que transportavam homens, mu-lheres e crianças em condições subumanas). O que o-correu foi uma verdadeira Diáspora africana (ou seja, uma intensa dispersão de populações inteiras provenien-tes da África para o Brasil).

Rotas do Tráfico Negreiro – África / Brasil

Ao contrário de outras experiências históricas escra-vistas (o caso da escravidão clássica ou antiga, realiza-da na Grécia ou na Roma antigas), o escravismo mo-derno colonial foi mercantil. Isto quer dizer que era abso-lutamente voltada para a maximização dos lucros para as potências europeias.

Economia mineradora

O século XVIII representou a época de maior extra-ção de ouro no Brasil o apogeu da atividade minerado-ra inaugurou uma nova forma de dependência brasileira à economia inglesa. Uma análise mais ingênua da histó-ria do Brasil nos permite fazer algumas perguntas: como foi possível ao Brasil estar dependente da Inglaterra se os seus laços econômicos eram com Portugal? Se a eco-nomia colonial deveria ser lucrativa para a metrópole, não seria Portugal o país mais rico neste contexto? Estes questionamentos serão respondidos à medida que for-mos aprofundando análise sobre a conjuntura mundial no século XVIII.

Mapa mostrando as áreas de exploração de ouro e diamantes, no Brasil Colonial.

No que diz respeito à colônia, a atividade minerado-ra resultou em mudanças significativas quando compa-radas à economia açucareira, não só do ponto de vista econômico, como também provocou a interiorização de populações que saíram do litoral para as regiões de Mato Grosso, Goiás e em especial para Minas Gerias e o deslocamento do eixo econômico do Nordeste para o centro sul.

As primeiras minas de ouro foram encontradas na região de Minas Gerias em fins do século XVII e a notícia se espalhou rapidamente provocando uma verdadeira corrida para esta região. Pessoas procedentes da região

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História do Brasil Teoria e Questões por Tópicos Prof.ª Mayra Paniago açucareira percorriam milhares de quilômetros pelo cha-mado caminho do Rio São Francisco, em busca de enri-quecimento rápido. Este caminho foi o mais percorrido no sentido nordeste – sudeste, tanto por pessoas como também pelo trânsito de boiadas que abasteciam a re-gião das minas. Em 1702 a Coroa portuguesa, tentando impedir o contrabando, decretou o fechamento desse caminho, exceto às boiadas. Neste contexto, até a po-pulação metropolitana migrou para a Colônia. Para evi-tar o despovoamento da metrópole, a Coroa portugue-sa adotou a exigência do porte de documentos mínimos (a partir de 1720), sem os quais as pessoas não poderiam sair de Portugal. Esse superpovoamento da região das minas provocou alguns problemas iniciais: o solo impró-prio dificultou a cultura de gêneros agrícolas para ali-mentar a população da região (fome endêmica de 1698 e 1700); o transporte de escravos para essa região agravou a necessidade de alimentos e resultou na es-cassez de mão de obra nas regiões nordestinas. Essa si-tuação levou a Coroa Portuguesa, pressionada pelos senhores de engenho, a adotar por volta de 1711 a pro-ibição de venda de escravos que trabalhavam nas regi-ões açucareiras. De qualquer forma, mesmo à contra gosto da metrópole, um comércio interno de escravos foi intensificado.

O êxito da atividade extrativa de ouro colaborou para a estagnação, ainda maior da região nordestina, isto porque além do desvio natural de mão de obra, o início da dinamização do comércio na região sudeste, e especialmente o Rio de Janeiro que abastecia o mer-cado mineiro, provocou uma crise profunda na região que já havia sido a maior fornecedora mundial de açú-car. A crise açucareira dos séculos XVII e XVIII era con-sequentemente a crise dos senhores de engenho.

A relação entre a crise econômica nordestina e o su-cesso da mineração está no fato de que a economia co-lonial oscilava de acordo com a demanda internacional.

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A extração do ouro

Quando comparada à agro manufatura do açúcar, a mineração não exigia grandes capitais. Seu baixo nível técnico levou ao rápido esgotamento das minas. Assim como a economia açucareira que precisou de grandes contingentes de trabalhadores, a mão de obra escrava, em função da exigência metropolitana, também foi utili-zada nas áreas de mineração.

Entre 1741 e 1761 a produção de ouro atingiu seu au-ge. Neste período existiam dois tipos de exploração das jazidas: a lavra e a faiscação.

A lavra era usada em jazidas importantes, em que trabalhavam inúmeros escravos (há notícias de que o número existente nas maiores minas era de cem traba-lhadores), os quais constituíam a mão de obra básica, embora houvesse trabalhadores assalariados. As lavras correspondem à época de auge da mineração, quan-do havia abundância de recursos e a produção alcan-çou alto nível.

Ilustração de uma lavra

Além das lavras, havia a pequena extração, ativi-dade móvel, sem ponto fixo de exploração, em que ca-da um trabalhava por si. Os instrumentos usados eram a bateia (espécie de peneira de madeira em forma de cone aberto), o carumbém (gamela para transportar minérios) e o almacafre (enxada empregada nas mi-nas). Uma parte dos faiscadores era composta de ho-mens livres; outra parte, de escravos, incumbidos por seus senhores de entregar certa quantidade em ouro, podendo guardar o excedente e, posteriormente, tal-vez, até comprar a sua liberdade.

O ouro podia se localizar na areia ou no cascalho dos rios. A faiscação cresceu à medida que se deu o esgotamento das minas. Os faiscadores nômades passa-ram a ocupar os lugares abandonados por antigos ex-ploradores (KOSHIBA e MANZI, 2002).

Assim que era descoberto o ouro, era imediatamen-te comunicado à autoridade, que intervinha na delimi-tação da área fazendo a divisão em datas (que eram propriedades com o tamanho aproximado de 2,20 m²). O descobridor da mina era o primeiro a receber e esco-lher a sua data, ao rei cabia outra e ao guarda-mor da Intendência outra. O restante era dividido mediante sor-teio entre os que haviam solicitado (por meio de uma petição) ao superintendente. O tamanho das datas va-riava de acordo com o número de escravos que o ex-plorador tinha. O minerador tinha um prazo de 40 dias para iniciar a exploração, do contrário perderia sua ter-ra.

Há registros de casos em que o proprietário vendia sua data ao comprovar a perda de escravos. Em outro momento, a aquisição de novos escravos, o minerador poderia candidatar-se ao sorteio de nova data.

A legislação na região mineradora era rígida. Existi-am muitas leis que regulavam a fiscalização e a co-brança de impostos na região das minas, nota-se um grande emaranhado de medidas e frequentes altera-ções que se explicam pela importância que a atividade mineradora possuía para a Coroa Portuguesa. Afinal, foi o ouro brasileiro que rendeu divisas ao reino lusitano e garantiu as importâncias necessárias ao seu comércio, e que inclusive permitiu que a sua balança de comércio se equilibrasse em raros momentos.

Neste caso, era preciso garantir a total lucratividade da extração do ouro, enrijecendo a cobrança de impos-tos e a fiscalização.

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História do Brasil Teoria e Questões por Tópicos Prof.ª Mayra Paniago Desde o século XVII, quando foi criado o Código Mi-

neiro, Portugal já garantia a cobrança do quinto sobre o rendimento das minas. Na medida em que as descober-tas se intensificaram novas formas de tributação foram sendo adotadas. A principal delas foi a criação das Ca-sas de Fundição, onde o quinto era arrecadado, o ouro, fundido e timbrado, sendo as barras marcadas com o selo real. Tal medida tinha como objetivo legalizar a cir-culação do metal e impedir o contrabando nas estra-das. Para esta fiscalização alfandegária nas estradas, criaram-se os Registros.

Lingotes de ouro “quintado”

Em 1713, a Coroa portuguesa fixou a produção em torno de 30 arrobas anuais de ouro, em cada cidade na região nas Minas Gerais. No ano de 1715, foi estabeleci-do o pagamento de 10 oitavos de ouro por bateia (cer-ca de 3,58 g) ou por escravo (imposto também conhe-cido por Capitação. Em 1718, em virtude dos desconten-tamentos das populações locais, o volume das arrobas anuais caiu para 25 quilos, medida que sobe para 37 em 1720. Em 1722 foram criadas Casas de Fundição nas ci-dades de Vila Rica, Sabará, são João Del Rei e Vila do Príncipe. Por volta do ano de 1724 as arrobas anuais so-bem para 52 quilos de ouro por localidade e, em 1735 a capitação subiu para 17g por escravo maior de 14 anos. Em 1736 os estabelecimento comerciais pagavam entre 8 a 24 oitavas de ouro anuais. O que chegou a render aos cofres portugueses 113 arrobas por ano. Em 1750 foi o ano em que as arrobas anuais chegaram ao máximo: 100 arrobas por cada localidade!

Nesta última cobrança, quando o total de arrobas não era atingido, era facultado ao Estado português fa-zer uma cobrança forçada, mais conhecida como der-rama. Nela, os bens de qualquer colono poderiam ser confiscados até que todo o total arrecadado na região fosse alcançado. Quando o tempo foi passando, as mi-nas foram de esgotando. Neste caso, pode-se imaginar os abusos e violências cometidos em nome da arreca-dação de ouro. Alguns historiadores chegam a afirmar que, a partir de 1760, o quinto não atingiu as 100 arrobas anuais, sendo verificadas invasões a domicílio, a pontos comerciais realizadas sob ordens da Coroa.

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Escravos eram treinados, desde meninos, para engolirem as pepi-tas, exercitando-se com feijões e grãos de milho. Os suspeitos eram forçados a tomar purgante de pimenta malagueta para expelir os objetos de crime de lesa-majestade... Os dedos dos pés, as unhas e as narinas também eram utilizado s para ludibriar o fisco. As procis-sões dos santos do “pau-oco” tinham alguma eficácia: dentro das imagens, muita riqueza!”

(ALENCAR, Chico. História da sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1996, p.62)

Sociedade mineradora – Na região das gerais, a so-ciedade tendeu a ser muito diferente da sociedade a-çucareira nordestina. Esta última caracterizou-se pela rigidez na estratificação social, marcada pelo binômio SENHOR DE ENGENHO e TRABALHADOR ESCRAVIZADO (um falso binômio porque a sociedade nordestina estru-turou-se muito além destas duas camadas sociais. Havia uma camada intermediária relativamente definida, com a presença de profissionais liberais, comerciantes, fun-cionários públicos e padres, dentre outros). A urbaniza-ção e o crescimento da atividade comercial e artesanal contribuíram para a estruturação de uma sociedade mais diversificada e menos rígida. Existem dados que mostram com abundância a presença de artesãos nas cidades de Vila Rica, São João Del Rei e Sabará. Além do mais, os trabalhadores escravizados, ainda que raramente, tiveram a possibilidade de juntar ouro e comprar a carta de alforria. Mesmo assim a opressão era grande. A vida útil de um trabalhador de mina de ouro variava entre dois a cinco anos!

É importante salientar também que a sociedade mi-neradora possuía uma estrutura mais flexível e dela nas-ceu a sistematização de ideias que questionavam o sis-tema colonial português. Neste sentido não podemos perder de vista uma grande contradição do Sistema Co-lonial que acabou selando o seu final: a metrópole exi-gia da Colônia o cumprimento da sua função histórica, por isso entende-se pela obrigação do exclusivo metro-politano, em que a Colônia precisava abastecer a me-trópole e servir de mercado consumidor de produtos manufaturados europeus. Foram exatamente estas exi-gências que tornou insustentável a vida dos colonos, que começaram a falar pela independência.

As consequências da mineração. Muitos resultados podem ser arrolados. Alguns já sinalizamos ao longo da discussão:

a interiorização de populações vindas de re-giões, o impulso dado a urbanização e ao cres-cimento do comércio, assim como a diversifica-ção das categorias sociais nesta região (con-forme veremos adiante), consequentemente di-versificação das novas exigências na econo-mia na região mineira.

o desenvolvimento do setor agrícola ligado à subsistência, ainda que a região tivesse solo paupérrimo.

o deslocamento geográfico da importância econômica do Nordeste para o Sudeste. Pro-va disso foi a transferência da capital da Co-lônia de Salvador para a cidade do Rio de Janeiro em 1763.

o impulso comercial ocorrido com a abertura de novos núcleos urbanos.

Em relação a esta última consequência, para Portu-gal este impulso representou uma relativa independên-cia dos comerciantes brasileiros às manufaturas inglesas “empurradas” no mercado colonial. O que não deveria ocorrer. A existência de fábricas e teares amedrontava a Coroa portuguesa. Em 1785, D. Maria I, rainha de Por-tugal, assinou um Alvará que proibia a existência de má-quinas, exceto aquelas que teciam as grossas roupas dos escravos.

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Os motivos eram claros: o desenvolvimento manufa-tureiro no Brasil não interessava a Portugal, já que as á-reas coloniais existiam para enriquecer a metrópole e não a si mesmas. Outro motivo é que, diante do que constava no Tratado de Methuen (1703), acordo assina-do entre Portugal e Inglaterra, tratado também conhe-cido pelo apelido panos e vinhos, os portugueses deve-riam comprar todas as manufaturas que precisassem dos comerciantes ingleses.

A crise da mineração - Por volta de 1770 a extração de ouro e diamantes no Brasil caiu de forma vertiginosa, caracterizando como efêmera a riqueza da minas na Colônia. Existem várias explicações para este declínio. É ponto pacífico entre os historiadores os motivos de or-dem geográfica na localização das minas no Brasil. Se-gundo especialistas, as jazidas de ouro localizadas aqui eram de formação geológica recente, ou seja, superfi-ciais. Isto provocou o esgotamento rápido das minas que, somado à falta de recursos técnicos avançados para explorar os locais mais rochosos, levou a uma que-da brusca na exploração do ouro.

Além das questões técnicas, a inoperância do siste-ma administrativo e a corrupção dos funcionários leva-ram a acentuada crise mineradora. Inoperância no sen-tido de que a Coroa portuguesa não se importava com as técnicas, quer dizer, o importante era o pagamento dos impostos, nada mais. A falta de relações mais próxi-mas entre mineradores e poderes públicos, a não ser por intermédio dos castigos e punições para os conflitos, di-ficultou as possíveis buscas de soluções para a queda de arrecadação dos impostos. Não havia uma preocupa-ção em incrementar as técnicas de extração do ouro porque para Portugal não havia uma crise mineradora, mas aumento do contrabando nas regiões mineiras. Sendo assim, enquanto a extração / arrecadação caíam, crescia a opressão metropolitana e o descontentamento dos moradores frente a esta conjuntura extenuante de Por-tugal.

Produção algodoeira

O algodão teve o Maranhão e o Grão-Pará como áreas de produção mais antigas no Brasil. Com ele eram feitos tecidos, apesar da proibição metropolitana, e em alguns casos os seus novelos serviam de moedas. Ceará, Pernambuco, rio de Janeiro, São Vicente e Goiás foram outras áreas onde o seu plantio ocorreu. A partir da se-gunda metade do século XVIII houve uma grande ex-pansão na produção algodoeira, especialmente a pro-dução maranhense. Grande compradora de algodão – matéria prima importante na Revolução Industrial – a In-glaterra deixou, a partir da Guerra de Independência dos EUA, de se abastecer com o produto das fazendas do sul daquele país, passando a comprar o algodão brasileiro para alimentar suas fábricas têxteis.

A atuação dos jesúitas

Desde o início das grandes navegações portugue-sas, ainda no século XV, havia um claro interesse da I-greja Católica na expansão do cristianismo. Prática justi-ficada pelo fracasso militar e religioso do movimento das Cruzadas em direção ao Oriente, em um confronto dire-to entre cristãos e muçulmanos. Ao iniciar o processo de colonização das terras brasileiras, por volta de 1530 com

a instituição das Capitanias Hereditárias, a Igreja Católi-ca viu nesta empreitada, uma oportunidade de expan-dir a fé católica. Neste contexto histórico europeu, esta-va acontecendo a Reforma Protestante e a divulgação dos ideais luteranos, calvinistas amedrontavam a Igreja Católica. Como resposta ao movimento protestantista, a Igreja Católica reagiu de forma bastante direta. A cria-ção da Companhia de Jesus marcou o começo de um longo processo de evangelização / divulgação do cato-licismo no Brasil. Foi por isso que, ao desembarcar no Bra-sil, o primeiro governador-geral Tomé de Sousa se fez acompanhar pelo jesuíta Manoel da Nóbrega.

Em 1551 foi criado o primeiro bispado no Brasil. Mais tarde, já com o governador Duarte da Costa, chega à Colônia José de Anchieta. A colonização então assumiu um caráter missionário. Foi por conta deste objetivo reli-gioso que nesta época aconteceram os primeiros atritos entre jesuítas e colonizadores em relação à utilização ou não dos indígenas como trabalhador principal nas terras coloniais.

Além das preocupações referentes à evangelização da população indígenas, cabia aos jesuítas cuidar da educação formal na Colônia. A fundação de colégios ou escolas jesuíticas serviu para educar os filhos da aris-tocracia brasileira.

Invasões holandesas

A partir da instituição da União Ibérica a história do Brasil Colônia modificou-se de forma bastante significati-va. Mesmo preservando aos portugueses o domínio so-bre o Brasil, o novo contexto de união das coroas ibéri-cas acabou por resultar num envolvimento de Portugal e, inclusive do Brasil, nos conflitos internacionais espa-nhóis. Até o final do século XVI a Espanha era uma po-tência econômica e marítima, situação que levou ao início de rivalidades entre a Espanha e a Inglaterra, a Es-panha e a França e, por fim conflitos intensos entre a Es-panha e a Holanda. Este último trouxe conseqüências importantes para a História do Brasil que foi o início do domínio holandês sobre o nordeste açucareiro brasileiro.

Ao subir ao trono espanhol no final do século XVI, Fe-lipe II tornou-se também rei dos Países Baixos por conta de sua herança paterna. No entanto as divergências re-ligiosas entre os dois locais – Espanha católica e Holanda protestante – levaram a um conflito político que teve como resultado direto a independência da região ho-landesa em relação à Espanha. Em represália ao ato de liberdade, o rei da Espanha embargou o comércio dos holandeses com o açúcar brasileiro. E, como sabemos, os holandeses tinham uma participação bastante impor-tante no comércio do açúcar brasileiro: o refino, trans-porte e distribuição do produto na Europa eram feitos por comerciantes holandeses.

O afastamento dos holandeses do negócio açuca-reiro levou-os a criar companhias de comércio que ti-nham como objetivo ampliar a atividade comercial em vários lugares no mundo. Em 1621, foi criada a Compa-nhia das Índias Ocidentais, cujo objetivo maior era rom-per o embargo espanhol ao comércio açucareiro.

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A primeira investida holandesa em território brasileiro ocorreu em 1624, na cidade de Salvador. A justificativa para a ocupação desta área estava no fato de ser a cidade sede do Governo-Geral e um grande centro e-conômico colonial. Iniciativa frustrada por causa da amplitude da defesa na capital da Colônia, apesar de ter ocorrido uma breve vitória na região.

Em 1630, os holandeses voltaram ao Brasil. Desta vez o alvo foi a Capitania de Pernambuco, que era a maior área de produção açucareira de todo o Império Portu-guês.

Vitoriosa na investida, os holandeses, sob o coman-do do Conde Maurício de Nassau, permaneceram por lá até 1654.

A administração holandesa em Pernambuco mos-trou muito eficiente do ponto de vista dos objetivos tra-çados pelos invasores na época. Ao chegarem na regi-ão os holandeses encontraram muitos problemas: enge-nhos abandonados e a produção açucareira em franca decadência por conta das dificuldades comerciais en-frentadas pelos senhores de engenho em função da U-nião Ibérica e o envolvimento dos espanhóis em vários conflitos internacionais. Esta conjuntura desorganizou a produção e o comércio açucareiro por causa do afas-tamento dos holandeses desta atividade econômica. No entanto, a política da Companhia das Índias e a administração nassoviana reergueram a atividade açu-careira novamente.

Dentre as medidas de caráter político, administrativo e econômico empreendida pelos holandeses em Per-nambuco destaca-se:

Liberação de empréstimos a prazos longos e juros baixos aos senhores de engenho, com a finalidade de ajudá-los na reorganização da produção açucareira;

Política religiosa de tolerância e liberdade, com a permissão do livre culto católico e protestan-te. O objetivo era evitar que houvesse conflitos entre os senhores de engenho portugueses descendentes católicos e administradores ho-landeses protestantes;

Reestruturação urbana da cidade de Olinda, com a pavimentação de ruas e avenidas, bem como a construção de vias de saneamento básico na região;

Urbanização da Vila de Maurícia, que mais tarde tornaria a cidade de Recife;

Controle das áreas fornecedoras de mão de obra no continente africano, a fim de dar con-tinuidade ao tráfico negreiro para a região nor-destina de domínio holandês.

O fim do domínio holandês começou a ocorrer de-pois de 1640, quando os portugueses fizeram a Restau-ração do trono, colocando ponto final na União Ibérica. Com o fim do domínio espanhol sobre Portugal, era do interesse deles regularizar a situação da Colônia em re-lação à Metrópole. Além disso, o envolvimento da Ho-landa com os conflitos europeus afetou suas finanças, fazendo com que a política econômica que, inicialmen-te era condescendente em relação aos senhores de engenho, mudasse por conta da crise. Tal atitude, so-mada à demissão de Nassau, provocou revoltas entre os

senhores de engenho, o que levou à Insurreição Per-nambucana (1645-1654).

O movimento anterior levou à expulsão dos holan-deses do nordeste brasileiro. Com a ausência destes, houve o início da decadência açucareira no Brasil. Já os holandeses, com toda a experiência adquirida por aqui, começaram a desenvolver a produção do açúcar nas Antilhas, acabando com o monopólio que o Brasil exer-cia até então com a produção e comercialização açu-careira.

As Entradas e Bandeiras

Os primeiros movimentos de interiorização do territó-rio brasileiro ocorreram com as chamadas Entradas e Bandeiras¸ em pleno século XVII. Estas expedições parti-ram inicialmente da Capitania de São Vicente em virtu-de da decadência da produção açucareira neste sécu-lo.

Apesar do sucesso inicial do açúcar em São Vicente, com o passar do tempo seu plantio entrou em deca-dência no local por causa, dentre outros fatores, da sua posição geográfica em relação ao nordeste. A distância resultou em dificuldades de comunicação com a me-trópole, fato que resultou numa profunda crise econô-mica na região. Por isso algumas expedições saíram em direção ao interior da capitania com o objetivo de en-contrar ouro. Foi o que denominou-se de bandeirismo de caça ao ouro.

Outro fator que possibilitou a interiorização foi a bus-ca de mão de obra indígena para solucionar o proble-ma de escassez de trabalhadores escravos nas áreas ao sul da Capitania da Baía de Todos os Santos. Essa escas-sez foi provocada pelo monopólio holandês em áreas do litoral africano, canalizando o tráfico negreiro para Pernambuco. Este bandeirismo de caça ao índio tam-bém pode ser chamado de bandeirismo de preação.

Os dois movimentos resultaram em um importante processo de expansão do território brasileiro, ultrapas-sando os limites declarados do Tratado de Tordesilhas. A atuação dos bandeirantes levou ao ataque destes ho-mens a muitas missões jesuíticas, em função da mão de obra já disciplinada pela catequese.

O sertanismo de contrato foi outro tipo de movimen-to bandeirante, mas voltado para a captura de africa-nos fugitivos ou aquilombados. Muitos senhores de en-genho no nordeste tiveram prejuízos com a fuga de tra-balhadores gerada pela desorganização instalada na região em função das guerras contra os holandeses. Isto fez com que alguns proprietários recorressem aos serta-nistas. A destruição do Quilombo de Palmares, instalado no atual estado de Alagoas, na época Capitania de Pernambuco, ocorreu por intermédio da atuação de um bandeirante chamado Domingos Jorge Velho.

Importante ressaltar a importância das Entradas e Bandeiras para o crescimento do território brasileiro sem perder de vista que tais expedições atuaram de forma muito violenta no ataque a aldeamentos indígenas e quilombos.

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A sociedade colonial

Na área nordestina de produção açucareira a estra-tificação social era fortemente hierarquizada. O mundo rural se organizou com base sobre um estrito patriarca-lismo.

O patriarca, na liderança dos dois núcleos, cuidava dos negó-cios, mantinha a linhagem e a honra familiar, procurando exercer sua autoridade sobre a mulher, os filhos e demais dependentes sob sua influência. Com freqüência, o filho mais velho herdava o patri-mônio (primogenitura), enquanto seus irmãos eram encaminhados aos estudos para se tornar bacharéis em Direito, médicos ou padres. Ligados ainda à família patriarcal ou sob sua influência, por razões econômicas, políticas ou laços de compadrio, estavam os vizinhos: sitiantes, lavradores, gente que mantinha laços de dependência e solidariedade para com o chefe da família. BRAICK, Patrícia Ramos e MOTA, Myriam Becho. História; das cavernas ao terceiro milênio. Da conquista da América ao século XIX. São Paulo: Moderna, 2005, p. 146.

Nesta área açucareira, a relação entre os indivíduos pertencentes a etnias diferentes era baseada em forte preconceito dos europeus sobre os africanos e seus des-cendentes. Inclusive as mulheres africanas eram assedi-adas sexualmente pelos seus senhores, prestando-lhes favores sexuais. Destas relações fora do casamento nas-

ciam crianças mestiças que, dificilmente eram reconhe-cidas pelo lado europeu do relacionamento. São estes indivíduos que farão, durante o período em que vigorou a escravidão no Brasil, o papel de feitores ou capitão do mato.

No âmbito urbano, até mesmo em cidades do nor-deste como Salvador ou Olinda, trabalhadores escravi-zados ou escravizadas executavam trabalhos mais leves do que seus companheiros do mundo rural. Inclusive a vida útil de um trabalhadora do eito era de, em média de 10 ou até 15 anos de trabalho. Na cidades, muitos trabalhadores chegavam a envelhecer exercendo ofí-cios de vendedores ambulantes, prostitutas, amas de lei-te, dentre outros. Nos engenhos muito trabalhados eram executados por africanos desde os trabalhos braçais até trabalhos domésticos.

Nas regiões das minas de extração de ouro e dia-mante, a mobilidade era maior, chegando inclusive a situações em que alguns trabalhadores escravizados conseguiam comprar suas cartas de alforria. No entanto, a vida útil de um trabalhador na mineração dificilmente ultrapassava a 07 anos. A invalidez chegava bem cedo.

QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS E VESTIBULARES

1. [Soldado-(T1)-PM-BA/2009-FCC].(Q.32) Analise o texto.

Não era possível explorar a colônia sem, de certo modo, desenvolvê-la; ainda que esse "desenvolvimento" se fizesse nas linhas de uma economia dependente, não podia deixar de envolver um aumento necessário de população na colônia, e uma complexidade crescente da sociedade colonial – o que começava a abrir a pos-sibilidade de pouco a pouco se manifestar oposição de interesses entre os colonos e a metrópole. Nesse sentido, o perigo secessionista é inerente ao processo de coloni-zação, e com ele se defrontaram todas as metrópoles. Mas, num segundo plano e, dadas as peculiaridades de relação colônia-metrópole, no caso Brasil-Portugal, o simples crescimento demográfico da colônia já se apre-sentava como algo ameaçador: quando a descoberta dos metais nobres e o início da mineração provocaram um forte movimento populacional para as Minas Gerais, atemorizam-se os dirigentes metropolitanos.

(Fernando A. Novais. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial. São Paulo: Hucitec, 1981. p. 142)

Uma análise do texto permite afirmar que, no processo de colonização do Brasil, a) Portugal, para explorar a colônia, teve que estabele-cer as bases do desenvolvimento que, contraditoriamen-te, acabou despertando ideais de libertação na colônia. b) Portugal, por medo da ameaça dos invasores, deu autonomia às capitanias hereditárias para desenvolve-rem uma economia diversificada na colônia. c) a Coroa portuguesa, ao permitir, desde o início, a cri-ação de indústrias na colônia, possibilitou o surgimento de grupos políticos interessados na acumulação de rique-zas.

d) a Coroa portuguesa, para impedir a divisão da colô-nia, estimulou o crescimento da população com o obje-tivo de assegurar a posse do território americano. e) a Metrópole portuguesa, com o intuito de promover o desenvolvimento autônomo da colônia, criou um sistema de controle e de fiscalização nas regiões mineradoras. 2. [Guarda Municipal-(CA01)-(T1)-SEAD-Pref. Munic. Salva-dor-BA/-2008-FCC].(Q.31) O cultivo de cana-de-açúcar foi implantada no Brasil colônia, pois a) o açúcar era um produto muito rentável para o co-mércio europeu, sua técnica de cultivo já era conheci-da dos portugueses e propiciava uma solução para a necessidade de ocupação e povoamento do território. b) os jesuítas, nas missões, introduziram com sucesso esse cultivo, que se adaptou bem ao clima quente, úmido e ao solo de massapé do litoral nordestino, tornando-se muito lucrativo para a exportação. c) a coroa portuguesa firmou vantajosos acordos finan-ceiros com mercadores holandeses, que centralizaram, de forma eficiente, o controle da produção e da distri-buição comercial. d) o pau-brasil e o ouro encontrados inicialmente foram explorados de forma predatória e se esgotaram, haven-do a necessidade da introdução de um cultivo perma-nente, em larga escala. e) os bandeirantes passaram a aprisionar índios e a ne-gociar a compra de escravos com comerciantes respon-sáveis pelo tráfico negreiro, fornecendo mão-de-obra ex-cedente que foi aproveitada em plantações de cana.

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3. [Serv. Aux. Voluntário-(Pr. Obj.)-(NF)-PM-SP/2012-VUNESP].(Q.39) Observe a imagem.

A ilustração de Jean-Baptiste Debret pode ser associada, no Brasil colonial, a) ao fim da escravidão. b) à produção de açúcar. c) ao crescimento urbano. d) à extração de ouro. e) ao trabalho assalariado. 4. [Soldado-(P1)-(NM)-PM-AM/2011-ISAE].(Q.47) A União Ibérica, que durou exatos 60 anos (1580/1640), provocou profundas transformações no Brasil. Assinale a afirmativa que apresenta uma dessas modificações. a) marcou o início do processo de expansão do território ao desobedecer os limites impostos pelo Tratado de Tor-desilhas. b) iniciou a abertura comercial para os países europeus ao permitir a livre circulação de seus navios pelos portos brasileiros. c) reconheceu a autonomia política da região produto-ra de açúcar ao reconhecer o seu controle pelos holan-deses. d) admitiu a presença de colonos espanhóis na área de influência portuguesa o que impediu a expansão da cri-ação de gado para o interior. 5. [Soldado-(P1)-(NM)-PM-AM/2011-ISAE].(Q.54) A atividade econômica que possibilitou a presença portuguesa no vale amazônico no século XVII foi: a) a agricultura comercial da cana-de-açúcar com ba-se no trabalho escravo. b) a produção das “drogas do sertão” graças ao conhe-cimento e ao trabalho de índios catequizados. c) o extrativismo mineral devido à chegada de imigran-tes portugueses após a expulsão dos jesuítas. d) a agricultura de subsistência nos solos férteis das terras firmes segundo as práticas do encoivaramento.

6. [Oficial-(NM)-PM-PA/2010-Fadesp].(Q.33) “Sem coloni-zação não há uma boa conquista, e se a terra não é conquistada, as pessoas não serão convertidas”. Era as-sim que Francisco Lopes Gomara, autor da História geral das Índias, ou da América espanhola, referia-se ao pro-cesso de ocupação hispânica na América. Sobre essa direta ligação entre colonização e conversão, é correto afirmar que, na América Espanhola, a) a colonização significava catequese de povos indíge-nas e africanos originários da América, e esta cristianização ensinava aos indígenas como ser dóceis no trabalho. b) a catequese era, simultaneamente, um mecanismo civi-lizatório (cristianizador) e também colonizatório, na medida em que recolocava os povos indígenas no mundo his-pânico dos céus (da Igreja) e da terra (do Estado). c) catequizar e colonizar eram práticas similares no mundo espanhol da América porque ambas eram feitas pelos governadores e seus discípulos, os padres jesuítas, emis-sários do Estado hispânico na América e eternos aliados do monarca. d) colonizar significava catequizar os povos da América, já que, quando estes se tornavam católicos, perdiam o direito a suas terras, entregando-as aos europeus, seus catequizadores, por meio de bulas e tratados como o de Tordesilhas. 7. [Oficial-(NS)-PM-AP/2010-UNIFAP].(Q.36) “(...) tanto que se viu a abundância do ouro que se tirava e a largueza com que se pagava tudo o que lá ia, logo se fizeram es-talagens e logo começaram os mercadores a mandar às minas o melhor que chega nos navios do Reino e de outras partes, assim de mantimentos, como de regalo [alegria] e de pomposo para se vestirem. (...) E a este respeito, de todas as partes do Brasil se começou a en-viar tudo o que dá a terra, com lucro não somente grande mas excessivo. Daqui se seguiu mandarem às minas gerais as boiadas de Paranaguá e às do rio das Velhas as boiadas dos campos da Bahia. (...)”.

(Texto adaptado de ANTONIL, A. J. Cultura e opulência do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1982, p.169- 170)

De acordo com o texto acima, pode-se entender sobre o período de desenvolvimento da mineração no Brasil colônia que a) o comércio nas minas era tão ativo que até mesmo as boiadas eram enviadas de outras regiões para ser vendidas. b) muitas pessoas deixaram suas terras para tentar a sor-te nos caminhos não muito difíceis das minas de ouro. c) os mercadores passaram a montar comércio voltado apenas para mantimentos e vestimentas, mercadorias exportadas das minas para todas as partes do Brasil. d) apesar da larga extração do minério de ouro, os lu-cros com esse comércio não eram tão expressivos. e) a sociedade mineira produzia “tudo o que a terra podia dá”, por isso as atividades comerciais não se interligaram nesse período.

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8. [História-(Verão)-(1ªetapa)-(CG)-(PA)-UFMS/2008].(Q.18) Esse produto tão caro ao mundo contemporâneo, o açú-car, foi fundamental para o desenvolvimento da América portuguesa, a partir do século XVI. É nesse período que ele começa a se transformar, de especiaria cara e rara, num bem de consumo cada vez mais presente e requisitado no mundo. Esse processo foi tão importante que o engenho, como unidade produtiva do açúcar, é considerado o grande modelo da análise da colonização do Brasil. Dos engenhos saíam os açúcares mascavos e semirefinados, [...] e as aguardentes de cana – a nossa famosa cachaça. A produção e a comercialização desses produtos foram vitais tanto para consolidar o império mercantil português no Atlântico, quanto para a expansão colonial e a forma-ção de grupos de poder e prestígio na colônia Mais ainda, sua unidade produtiva – latifundiária, exportadora e escra-vista – formou a base da economia e da sociedade colo-nial brasileira [...] cujos ecos ainda ressoam na sociedade brasileira contemporânea.

(MOURA, Ana Maria da Silva- “Doce, amargo açúcar. Revista Nossa História, ano 3, nº 29, março de 2006, pp. 64 e 68).

A cana-de-açúcar tornou-se um dos produtos de maior destaque no agronegócio nacional. O Brasil é o maior pro-dutor mundial e o mais importante produtor de açúcar e álcool. Em dez anos, as exportações de açúcar aumenta-ram duas vezes e meia, atingindo 4 bilhões de dólares em 2005. A produção brasileira de cana-de-açúcar na safra 2006/2007 é estimada em 469,8 bilhões de toneladas, alta de 8,9% em relação à safra anterior. Os principais estados produtores são São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Alagoas. A produção de açúcar deve crescer 10% em relação à úl-tima safra. No caso do álcool, cuja produção aumentou 16% em dez anos, o momento mundial é propício. Com a aceleração da busca por combustíveis que substituam o petróleo, o uso do álcool cresce especialmente impulsio-nado pelo desenvolvimento de motores multicombustíveis. Hoje o país tem cerca de 300 usinas sucroalcooleiras e ou-tras 90 estão em fase de projeto ou construção.

(Almanaque Abril Atualidades Vestibular, nº 5, 1º semestre de 2007, p. 101).

Com base nas informações contidas nos textos acima e nos seus conhecimentos sobre o assunto, assinale a alterna-tiva INCORRETA. a) Do mesmo modo que, a partir do século XVI, a expan-são da área agrícola atingiu a Mata Atlântica, tida como um obstáculo ao plantio da cana-de-açúcar, o crescimen-to do agronegócio de açúcar e álcool de cana tem, nos últimos anos, buscado novas áreas de plantio ao longo do Cerrado e da região Amazônica, transformando-se numa das principais causas de desmatamento e queimadas do que restam das matas virgens brasileiras. b) Se a lavoura canavieira deu o tom da colonização e das relações entre os colonos e as populações nativas, al-terando profundamente suas organizações de trabalho, formas de ocupação de espaço e possibilidades de sobre-vivência, a atual expansão do agronegócio sucroalcoolei-ro, baseada na grande propriedade monocultora alta-mente mecanizada, tem pressionado o êxodo rural, causa do inchaço das periferias das grandes cidades, de tensões e conflitos rurais e urbanos. c) Em relação ao que se verificou durante todo o período colonial, um dos fatores mais importantes da atual expan-

são da área de plantio da cana-de-açúcar no Brasil re-side na completa mudança da estrutura social e eco-nômica do campo brasileiro, caracterizada pelo aumen-to quantitativo e qualitativo da pequena propriedade rural e pela intensa utilização de mão-de-obra altamente quali-ficada e bem remunerada. d) Entre os problemas a serem enfrentados pelo Brasil no atual processo de expansão das áreas plantadas com cana-de-açúcar, está o da expansão da monocultura, desvantajosa sob vários aspectos, entre eles o econômi-co, uma vez que a queda do preço do produto pode ameaçar toda a cadeia produtiva regional, além de co-locar em risco, a exemplo do que ocorreu em Pernam-buco e na Bahia durante os séculos XVII e XVIII, a própria produção de alimentos. e) Embora gere riquezas ao país, a atual fase de expan-são do agronegócio de açúcar e álcool mantém pro-blemas ainda não resolvidos no campo brasileiro, como a concentração de renda e de terras nas mãos de pou-cos, além de precárias condições de trabalho caracteri-zadas por exaustivas jornadas mal remuneradas e pela presença de trabalho escravo. 9. [História-(Pr. Obj.)-(TA)-(T)-UFGD/2012].(Q.32) Assinale a alternativa correta acerca das relações entre nativos e europeus no que diz respeito à exploração do Novo Mundo: a) A consolidação de novas relações de dominação não se deu por meio do aproveitamento de formas de traba-lho compulsórios já existentes no Novo Mundo. b) Portugueses e espanhóis construíram acerca da Amé-rica visões que destacavam a fertilidade e riqueza da terra e a inocência dos povos nativos. c) Conflitos e epidemias ocorreram. No entanto, não ex-plicam a redução demográfica das populações indíge-nas. d) A catequização das populações indígenas, baseada na ideia da tolerância religiosa, facilitou a solidificação dos valores europeus, o que explica o caráter benigno dessa exploração. e) A construção de acordos bélicos entre nativos e euro-peus, possibilitados pelas rivalidades internas, contribuiu para a conquista do Novo Mundo, excetuando-se o Bra-sil, onde não existiam rivalidades entre populações indí-genas. 10. [História-(CG)-(PA)-(M)-UFGD/2010].(Q.29) Leia o tex-to a seguir.

“Evidenciando a íntima relação entre Estado e eco-nomia, o mercantilismo caracterizou-se por ser uma política de controle e incentivo, por meio do qual o Estado buscava garantir o seu desenvolvimento co-mercial e financeiro, fortalecendo ao mesmo tempo o próprio poder”

(VICENTINO, Cláudio. História Geral. São Paulo: Scipione, 1997. p. 175)

A colonização do Brasil deu-se em meio à política mer-cantilista posta em prática por Portugal. Considerando as características do mercantilismo, e associando-as à colonização do Brasil é correto afirmar que

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História do Brasil Teoria e Questões por Tópicos Prof.ª Mayra Paniago a) Portugal, desde o início da colonização do Brasil, des-preocupou-se do ideal metalista, motivo pelo qual optou pela exploração do pau-brasil e da cana-de-açúcar, produtos mais lucrativos nos séculos XVII e XVIII do que os metais preciosos. b) A forma como acontecia o comércio entre a metró-pole e o Brasil impossibilitava a Portugal equilibrar sua balança comercial, pois o comércio estava organizado de forma a enriquecer a colônia. A opção pelo povoa-mento, a partir de 1534, evidencia esse fato. c) O colonialismo foi, para Portugal, a maneira encon-trada para assegurar sua balança comercial favorável. O monopólio estatal garantiria a lucratividade da em-presa colonial. d) O industrialismo foi presença marcante na relação entre Portugal e a colônia. O estímulo às manufaturas foi facilitado pela implementação do metalismo em terras brasileiras. e) O Brasil pôde usufruir desde o início da colonização da política portuguesa de equilíbrio da balança comer-cial em virtude da grande quantidade de metais precio-sos de que dispunha. Com isso conseguiu barganhar o comércio de forma diferenciada com a metrópole.

11. [História-(Verão)-(CG)-(PA)-(T)-UFGD/2007].(Q.12) A escravidão era praticada em sociedades da Grécia An-tiga e no Império Romano. No contexto histórico da co-lonização das Américas, ela ganhou características que, moldaram profundamente a história do continente ame-ricano desde a chegada dos europeus. No correr dos séculos XVI ao XIX, essa relação social passou por diver-sas modificações. No plano das concepções ideológi-cas, é possível destacar o seguinte:

a) a Igreja, desde a colonização, colocou-se contra a escravidão africana, enfrentando assim a ira dos nego-ciantes negreiros; b) no caso do Brasil, a Igreja e a Coroa incentivaram a utilização do trabalho escravo africano, buscando ga-rantir o controle territorial; c) a Coroa e a Igreja não se opuseram à escravização do negro, encampando inclusive a compreensão de que a escravidão já existia na África e a vinda dos cativos para o “mundo cristão” era uma forma de inseri-los no contexto de uma verdadeira religião; d) no século XIX surgiram teorias que procuravam com-provar a inexistência de distinções biológicas ou culturais entre seres humanos; e) no Brasil a chegada, no século XIX, de grandes levas de europeus e asiáticos contribuiu para alavancar a cam-panha abolicionista, destacando-se, especialmente, os conflitos ocorridos nos principais núcleos urbanos.

12. (Oficial da PM-MS/2008-Fund. Escola Gov.).(Q.51) O plantio de cana-de-açúcar estendeu-se das capitanias de São Vicente a Pernambuco e a produção de açúcar tornou-se a riqueza da colônia brasileira. No entanto, a produção do Rio de Janeiro, na região de Campos, ti-nha outra finalidade, que era produzir:

a) açúcar para ser comercializado pelos holandeses na Europa. b) açúcar cristal, exclusivamente para a nobreza fixada na capital. c) grande quantidade de açúcar de baixa qualidade pa-ra comprar escravos nas Antilhas.

d) a cachaça e o açúcar que sustentavam as tropas nos caminhos das Minas Gerais.

e) a cachaça, utilizada como moeda de troca no comér-cio de escravos com Angola. 13. (UFMG) A respeito da economia e da sociedade no Brasil Colônia, é correto afirmar que: a) no nordeste, a atividade pecuária ficou vinculada ao engenho, utilizando trabalho escravo negro e pouco con-tribuindo para a colonização do sertão; b) na região das Minas, o surgimento de irmandades ou confrarias, que em geral se organizavam de acordo com linhas raciais definidas, estimulou a arte sacra barroca; c) com o desenvolvimento da economia açucareira, as relações sociais foram adquirindo caráter aberto, favore-cendo a mobilidade social de mestiços e homens bran-cos pobres; d) as missões religiosas formadas pelos jesuítas visavam, através da catequese, preparar os indígenas para vive-rem integrados à sociedade dos brancos como mão-de-obra escrava. 14. (Mackenzie-SP) A divisão do Brasil em capitanias he-reditárias não seria apenas a primeira tentativa oficial de colonização portuguesa na América, mas também a primeira vez que europeus transportaram um modelo ci-vilizatório para o Novo Mundo. A esse respeito é correto afirmar que: a) o modelo implantado era totalmente desconhecido dos portugueses e cada donataria tinha reduzidas dimensões. b) representava uma experiência feudal em terras america-nas, sem nenhum componente econômico mercantilista. c) atraiu sobretudo a alta nobreza pelas possibilidades de lucros rápidos. d) a coroa com sérias dívidas transferia, para os particu-lares, as despesas da colonização, temendo perder a co-lônia para os estrangeiros que ameaçavam nosso litoral. e) o sistema de capitanias fracassou e não deixou como conseqüências a questão fundiária e a estrutura social excludente. 15. (UERJ)

Situação 1

“Vieira Protetor dos Índios” – 1746

Situação 2

“O novo ministro da Justiça, José Gregori, fez uma crítica velada às organizações não-governamentais ao afirmar que é melhor conversar com índio do que com branco amigo de índio. [contínua o ministro:] O índio não tem posição ideológica, é a posição de quem tem necessidades concretas, nãointuídas por um europeu que tem ar-condicionado ou (que fica) ao lado da lareira em um país alpino.”

Adaptado da Folha de São Paulo, 17/04/2000.

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As duas situações acima configuram a relação dos indí-genas com os brancos, em tempos históricos diferentes. Em relação às sociedades indígenas, as duas situações retratadas têm como elemento comum: a) influências religiosas ditadas pelos europeus; b) valores culturais impostos por agentes sociais externos; c) atitudes políticas sugeridas por organizações de defe-sa do índio; d) preconceitos raciais assimilados pelas autoridades go-vernamentais. 16. (UFES) O processo de expansão da conquista territo-rial que culminou com a incorporação da Amazônia ao domínio português esteve vinculado a diferentes situações. Não faz parte desse contexto o(a): a) iniciativa de colonos que se aventuravam na coleta de recursos naturais da região, como as “drogas do ser-tão”, ou formavam as “tropas de resgate”; b) implantação da grande lavoura canavieira com base no latifúndio e no trabalho escravo negro, voltada para o mercado externo; c) conflito entre colonos e missionários, que tinham, a res-peito da população indígena, interesses diversificados; d) prática de uma política oficial adotada pela Coroa, que incentivava o movimento expansionista e fazia reali-zar expedições para o reconhecimento da área; e) ação das Ordens Religiosas que buscavam os indíge-nas para nucleá-los e catequizá-los, estabelecendo mis-sões ou aldeamentos. 17. (UFRN) No período colonial, a vida socioeconômica do Brasil agrário baseava-se na grande propriedade ru-ral. Pode-se afirmar que essa propriedade: a) proporcionava, a qualquer investidor, rápido enrique-cimento e ascensão, garantidos pela fácil mobilidade social. b) era herdada pelo filho primogênito, que, obrigado pelo Foral e pela Carta de Doação, deveria responsabilizar-se pelo sustento dos familiares. c) gerava riquezas e prestígio social, garantindo, também, ao proprietário, condições, de angariar os votos dos seus familiares e dependentes. d) fornecia alimentação, moradia e proteção à família senhorial, que incluía aparentados e agregados, todos sob a autoridade do proprietário. 18. (UFMG) Leia estes trechos de documentos relaciona-dos ao Brasil Colonial, atentando para os processos histó-ricos a que se referem: I. ... a grande constância de outros, desprezando as in-clemências do tempo, desatendendo ao trabalho das marchas, vencendo os descômodos da vida, e perden-do o temor aos assaltos, continuavam a cortar bosques, a abrir caminhos, a penetrar sertões, a combater com o gentio bárbaro, fazendo a muitos e algumas mulheres prisioneiros... II. ... quem vir na escuridão da noite aquelas fornalhas tremendas, perpetuamente ardentes; as labaredas que estão saindo a borbotões de cada uma pelas duas bo-cas, ou ventas, por onde respiram o incêndio; os etíopes, ou cíclopes, banhados em suor tão negros como robus-

tos que subministram a grossa e dura matéria ao fogo (...) não poderá duvidar, ainda que tenha visto Etnas e Vesúvios, que é uma semelhança de inferno. III. Ali ignora-se o uso da verruma, o método de conhe-cer o interior e as diversas camadas de terras: as ciên-cias naturais, a mineralogia, a química, o conhecimento da mecânica, das leis do movimento e da gravidade dos corpos, tudo está ali muito na sua infância; das má-quinas hidráulicas apenas se conhece ainda muito im-perfeita, a que, pela sua figura e construção, chamam rosário... IV. ...o conde enriqueceu e ornou com edifícios vilas e cidades. Construiu pontes e palácios para utilidade e beleza. Erigiu, em parte por sua munificência, um templo para a piedade e para o serviço divino. Teve consigo e favoreceu, na paz e na guerra, os mais eminentes artis-tas (...) para que eles mostrassem, vencidos, (...) os luga-res, as terras e as cidades que ele próprio vencesse. Os trechos I, II, III e IV fazem referência, respectivamente, a) à ação dos quilombolas, aos motins coloniais, às ati-vidades agrícolas indígenas e à construção da cidade de Salvador; b) à pecuária, ao batuque dos negros, à arte naval por-tuguesa e à transferência da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro; c) ao bandeirantismo, aos engenhos de açúcar, às téc-nicas de mineração e à presença holandesa no nordes-te açucareiro; d) ao tráfico negreiro, aos rituais indígenas, às moendas de açúcar e à urbanização das vilas das Minas Gerais. 19. (U.E. Maringá-PR) Sobre a atuação da Igreja durante o período colonial da história do Brasil, assinale o que for correto. 01. O padroado, ou seja, o direito de receber os dízimos devidos à Igreja, a obrigação de pagar os salários e nomear os prelados, havia sido concedido pelo Papa aos reis de Portugal. Essa concessão tornava o rei o patrono das mis-sões e demais instituições da Igreja e estabelecia uma estreita vinculação entre o poder espiritual e o poder secu-lar no Brasil colonial. 02. Embora os portugueses tenham realizado as “gran-des navegações” em busca de riquezas, o ideal da cru-zada também estava presente nos homens que cruza-vam o Oceano. Assim sendo, a expansão da fé cami-nhava junto com a busca de riquezas. 04. Os primeiros jesuítas, membros da principal ordem re-ligiosa que participou da colonização, chegaram ao Brasil já no século XVI (1549), junto com o Governador Geral. 08. Os interesses dos jesuítas que organizaram as missões se chocavam com as pretensões dos colonizadores eu-ropeus. As disputas entre jesuítas e colonos pelo controle dos índios “pacificados” se estenderam até a expulsão dos membros da Companhia de Jesus dos territórios por-tugueses em 1759. 16. Além da conversão e do pastoreio das almas, a Igre-ja realizava o registro civil e era responsável por momen-tos de diversão da população, pois a vida social da Co-lônia girava em torno das festividades religiosas. Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.

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GABARITOS (196 QUESTÕES)

1 A SOCIEDADE COLONIAL: economia, cultura, trabalho escravo, os bandeirantes e os jesuítas.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 A A B A B B A C B C C E B D B B D C 31 A D 19 B A 25 26 27 28 29 30 31 32 33 D D A C B 31 A A A

2 A INDEPENDÊNCIA (CRISE DO SISTEMA COLONIAL) E O NASCIMENTO DO ES-TADO BRASILEIRO. INDEPENDÊNCIA DA BAHIA. CONJURAÇÃO BAIANA.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 A B E C D A E F F V V F C C E V V F F C D D A C C C 55

3 A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO MONÁRQUICO E PERÍODO IMPERIAL. SABINA-DA. REVOLTA DOS MALÊS.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 D A D C B D A D B A C D E D E E A A D C C D D D 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 B A C D D B A D E B D

4 A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E ECONÔMICA DO ESTADO REPUBLICANO.

A GUERRA DE CANUDOS. A PRIMEIRA GUERRA E SEUS EFEITOS NO BRASIL. O MOVIMENTO DE 1930 (A REVOLUÇÃO DE 30)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

C B A A B A B D B C E A V V F F V F A A E A V V F

V F B A B B

23 24 25 26 27 28 29 30 31 C D D D C C E D C

5 O PERÍODO VARGAS − REPÚBLICA GETULISTA (1930 – 1947). A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL E SEUS EFEITOS NO BRASIL.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 D B C D B A B F V V V F C D A A E B C A B A E D

6 OS GOVERNOS DEMOCRÁTICOS

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 A C B C A A C A A E C D B A B D E

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7 DITADURA MILITAR (1964 – 1985). OS GOVERNOS MILITARES

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 D C D C B D D B A C B A A D B E C A D D

8 NOVA REPÚBLICA (1985 AOS DIAS ATUAIS)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 C D C D B B B C A E C E E C C A C 04 04 05