1Resumo História

download 1Resumo História

of 20

Transcript of 1Resumo História

  • 8/18/2019 1Resumo História

    1/20

    Portugal: a estagnação do mundo rural 

    Em 1945, Portugal era um dos países menos desenvolvidos da Europa. Mais de metadeda população trabalhava no setor primário, o ue revelava o atraso da e!onomia portuguesa, nomeadamente da agri!ultura.

    "pesar das !ampanhas de produção das d#!adas de 19$% e 194%, o país agrário!ontinuava um mundo sobrepovoado e pobre, !om índi!es de produtividade ue, emgeral, não atingiam seuer a metade da m#dia europeia. &s estudos apontavam !omoessen!ial o redimensionamento da produtividade, ue apresentava uma pro'undaassimetria (orte)*ul+ no sul do país onde predominavam os lati'-ndios, prevale!ia aes!assa me!ani/ação e o absentismo dos proprietários ue mantinham a produtividademuito bai0a no norte, !onstituído maioritariamente por /onas de peuena propriedade,!ontinuava a prati!ar)se uma agri!ultura tradi!ional, pou!o produtiva. Portugalimportava, por isso, grandes uantidades de produtos agrí!olas.

    " partir do iní!io da d#!ada de 195%, alguns !apitalistas e alguns responsáveisgovernamentais passaram a de'ender ue o !res!imento industrial deveria ser o

    verdadeiro motor de todo o sistema e!on2mi!o na!ional. "ssim, elaboraram)seplanos,ue tornaram !omo re'er3n!ia a e0ploração agrí!ola m#dia, 'ortemente me!ani/ada,!apa/ de assegurar um rendimento !on'ortável aos seus proprietários e, assim, !ontribuirtamb#m para a elevação do !onsumo de produtos industriais.

    al !omo á tinha a!onte!ido no passado, ergueu)se no !ontra estas novas medidas, a!errada oposição dos lati'undiários do *ul, ue utili/aram a sua grande in'lu3n!ia políti!aas inviabili/arem. 6esta 'orma, as alteraç7es na estrutura 'undiária a!abaram por nun!ase 'a/er e a politi!a agrária esgotou)se em subsídios e in!entivos ue pou!o e'eito tiverame bene'i!iaram os grandes proprietários do *ul e os grandes vinhateiros.

     (a d#!ada de 198%, uando o país enveredou de!ididamente pela via industriali/adora e

    !on!entração urbana, a agri!ultura viu)se relegada para o segundo plano. Esta d#!adasaldou)se por um de!r#s!imo brutal da ta0a de !res!imento do Produto "grí!ola (a!ional. E por um 30odo rural ma!iço, ue esva/iou as aldeias do interior.

    O surto industrial e urbano 

    " políti!a de autar!ia empreendida pelo Estado (ovo não atingiu os seus obe!tivos.Portugal !ontinuou dependente da importação de mat#rias)primas, energia, bens deeuipamento e outros produtos industriais, adubos e alimentos. uando os países uetradi!ionalmente nos 'orne!iam se envolveram na guerra, os abaste!imentos tornaram)se pre!ários e grassou a pen-ria e a !arestia. "ssim, em 1945, a :ei do ;omento e, o pa!to 'undador da &E?E, integrando)se nasestruturas de !ooperação previstas no Plano Marshall, e embora pou!o tenhamos bene'i!iado da auda ameri!ana, a parti!ipação na &E?E re'orçou a ne!essidade de um planeamento e!on2mi!o, !ondu/indo então @ elaboração dos Planos de ;omento, ue!ara!teri/aram a políti!a de desenvolvimento do Estado (ovo.

    & 1.º Plano de Fomento 195$)5> não reeitou a agri!ultura, embora tenha re!onhe!idoa importAn!ia da industriali/ação para a melhoria do nível de vida. & plano baseou)se

  • 8/18/2019 1Resumo História

    2/20

    ainda num !onunto de investimentos p-bli!os ue se distribuía por vários se!tores, !om prioridade para a !riação de in'raestruturas.

     (o 2.º Plano de Fomento 1959)84 alargou)se o montante investido e elegeu)se aind-stria trans'ormadora de base !omo se!tor a privilegiar siderurgia, re'inação de petr2leos, adubos, uími!os. Pela primeira ve/, a políti!a industriali/adora # assumida

    sem ambiguidades, subordinando)se a agri!ultura ue so'reria os e'eitos positivos daindustriali/ação.

    &s anos 8% trou0eram, por#m, alteraç7es signi'i!ativas @ políti!a e!on2mi!a portuguesa. (o de!urso do == Plano, Portugal integrou)se na e!onomia europeia e mundial+ tornou)seum dos países 'undadores da E;" ou "E?: B Associação Europeia de Comercio Livre, e mais tarde dois de!retos)lei ue aprovam o a!ordo do C=, a nomeação de Mar!elo ?aetano para o !argo de Presidente de ?onselhoinaugura, !om o 3.º Plano de Fomento 198>)$, uma orientação !ompletamente nova." implementação deste novo plano veio !on'irmar a interna!ionali/ação da e!onomia portuguesa, o desenvolvimento da ind-stria privada !omo se!tor dominante da e!onomiana!ional, o !res!imento do se!tor ter!iário e !onseuente in!remento urbano. 

     (o ue !on!erne @ interna!ionali/ação da e!onomia, assistiu)se ao 'omento dae0portação de produtos na!ionais, num uadro de a'irmação !ada ve/ mais !onsistente dalivre !on!orr3n!ia, e @ abertura do país aos investimentos estrangeiros, em espe!ialuando geradores de emprego e portadores de te!nologias avançadas.

    Esta políti!a !ondu/iu @ !onsolidação dos grandes grupos e!on2mi!o)'inan!eiros e aoa!elerar do !res!imento na!ional, ue atingiu, então, o seu pi!o. (o entanto, o país!ontinuou a sentir as e0ig3n!ias da guerra !olonial e o seu enorme atraso 'a!e @ Europadesenvolvida.

    Este surto industrial tradu/iu)se inevitavelmente no !res!imento no se!tor ter!iário e  progressiva urbanização do pas. Em 19%, 5F da população portuguesa vivia em!idades e !er!a de metade desta população urbana vivia em !idades !om mais de 1% %%%habitantes. Giveu)se em Portugal, no ter!eiro uartel do s#!ulo HH, o 'en2meno urbanoue !ara!teri/ou a Europa no s#!ulo anterior.

    ?om e'eito, sobretudo as !idades do litoral, onde se onde se !on!entravam as grandesindustrias e os serviços, viram a aumentar os seus e'e!tivos popula!ionais, !on!entradosnas áreas peri'#ri!as. I o tempo da 'ormação, em torno das grandes !idades, dosJdormit2riosK de populaç7es ue, diariamente, passaram a dirigir)se para os lo!ais detrabalho, tornando obsoleto o sistema de transportes p-bli!os.

    uer di/er ue, @ semelhança do ue o!orreu na Europa industriali/ada, tamb#m emPortugal se 'i/eram sentir os e'eitos da 'alta de estruturas habita!ionais, de transportes, desa-de, de edu!ação, de abaste!imento, tal !omo os mesmos problemas de degradação da

  • 8/18/2019 1Resumo História

    3/20

    ualidade de vida, de marginalidade e de !landestinidade a ue os poderes p-bli!ostiveram de passar a dar resposta.

    ! emigração portuguesa 

    ;en2meno persistente da hist2ria portuguesa, a emigração redu/iu)se drasti!amente nasd#!adas de 19$% e 194%, devido, primeiro, @ Drande 6epressão e, em seguida, @ *egundaDuerra Mundial.

    & !res!imento e!on2mi!o propor!ionado pela industriali/ação das d#!adas seguintes,embora signi'i!ativo, era insu'i!iente para ue Portugal re!uperasse do atraso ue oseparava dos países mais desenvolvidos.

    Esta situação de atraso a'e!tava sobretudo as populaç7es rurais, !uas !ondiç7es de vidaeram parti!ularmente di'í!eis+ a produtividade agrí!ola era bai0íssima. " pobre/a do!ampesinato deu origem a um e0!ep!ional movimento migrat2rio, uer para os prin!ipais!entros urbanos portugueses, uer para o estrangeiro, visto ue nesta #po!a, para al#m daatra!ção pelos altos salários do mundo industriali/ado, há ue ter em !onta os e'eitos daguerra !olonial a perspe!tiva do re!rutamento !ompulsivo para a guerra de L'ri!a 'oi um

    dos motivos ue tamb#m pesou na 'uga para o estrangeiro.;oi nos anos 198% ue as peri'erias de :isboa e do Porto !res!eram rápida edesordenadamente, e aueles ue migravam para estas !idades, nem sempre mudavam para melhor, muitos deles passavam a viver em bairros de lata ou bairros !landestinos.

     (o entanto, o maior destino da população rural portuguesa seria, por#m, a emigração paraos países desenvolvidos. Embora a emigração 'osse uma !onstante de longa data naso!iedade portuguesa, so'reu, a partir da d#!ada de 8%, um dramáti!o aumento. & destino prin!ipal deste novo surto migrat2rio 'oi sobretudo a ;rança, seguido em menor es!ala pela "m#ri!a do (orte e do *ul. & Crasil ue at# @ d#!ada de 5% era o prin!ipal destino, perde gradualmente o seu poder de atra!ção.

    Metade desta emigração 'e/)se !landestinamente. " legislação portuguesa subordinava odireito de emigrar, !olo!ando)lhe restriç7es, !omo a e0ig3n!ia de um !erti'i!ado dehabilitaç7es mínimas a todos os ue tivessem mais de 14 anos. ?om o de'lagrar da guerra!olonial, untou)se a estes reuisitos a e0ig3n!ia do serviço militar !umprido, obrigação aue muitos se pretendiam e0imir. *air a saltoN, !omo então se di/ia, tornou)se a opçãode muitos portugueses.

     (ão obstante esta políti!a restritiva, o Estado pro!urou salvaguardar os interesses dosnossos emigrantes, !elebrando, no iní!io da d#!ada de 198%, a!ordos !om os prin!ipais países de a!olhimento. Estes a!ordos permitiram ao país, re!eber um montante muito!onsiderável de divisas+ as remessas dos emigrantes.

    Em !onseu3n!ia deste surto emigrat2rio, a população estagnou. ?ertas regi7es, emespe!ial no interior, uase se despovoaram. & resultado deste abandono dos !ampos 'oi adiminuição da produção agrí!ola e o aumento da importação de bens alimentares. "pesarde tudo, a emigração trou0e tamb#m bene'í!ios ao país. "s remessas em divisasestrangeiras !ontribuíram, untamente !om as re!eitas do turismo, para atenuar odeseuilíbrio das !ontas !om o e0terior.

    O "omento econ#mico nas col#nias 

  • 8/18/2019 1Resumo História

    4/20

     (o p2s)guerra o 'omento e!on2mi!o das !ol2nias passou tamb#m a !onstituir uma preo!upação do Doverno. ?om e'eito, nos iní!ios dos anos 5%, o !on!eito de provín!iaultramarina não se !oadunava !om as 'ormas tipi!amente !oloniais de e0ploração dosterrit2rios a'ri!anos. & entendimento das !ol2nias !omo e0tens7es naturais do territ2riometropolitano tinha, 'orçosamente, de levar o Doverno de *ala/ar a autori/ar a instalação

    das primeiras ind-strias !omo alternativa e!on2mi!a @ e0ploração do trabalho negro nasgrandes 'a/endas agrí!olas. Oavia ne!essidade de demonstrar @ !omunidade interna!ionalue o Doverno ?entral se empenhava no 'omento e!on2mi!o das suas Jprovín!iasultramarinasK !omo 'orma de legitimar este novo !on!eito de !ol2nias. "!res!ia ue aindustriali/ação dos territ2rios ultramarinos era !ada ve/ mais entendida !omo um 'a!tordeterminante do desenvolvimento da e!onomia metropolitana.

    &s su!essivos planos de 'omento previam, tamb#m, para os territ2rios a'ri!anos, emespe!ial para "ngola e Moçambiue, medidas impulsionadoras do seu desenvolvimento!omo as implementadas na metr2pole.

    :ogo em 195$, "ngola e Moçambiue 'oram !ontempladas !om avultados investimentos para a !riação de in'raestruturas, sobretudo ligadas aos transportes, @ produção de energiae de !imento para a !onstrução urbana. " moderni/ação do se!tor agrí!ola, tendo em vistaa grande produção de produtos tropi!ais e a e0tra!ção de mat#rias)primas do ri!o subsoloangolano, tendo em vista o mer!ado interna!ional ue 'oram tamb#m preo!upaç7es do =Plano de ;omento.

    "sso!iado a este 'omento e!on2mi!o esteve o lançamento de proe!tos de !oloni/açãointensiva !om população bran!a, sobretudo ap2s o iní!io da guerra. " !onsolidação da presença portuguesa em áreas onde era pou!o notada a in'lu3n!ia bran!a era tamb#m uma'orma de eviden!iar a parti!ularidade das relaç7es de Portugal !om as suas !ol2nias e, por outro lado, !onstituía uma 'orma de atrair as populaç7es lo!ais para o lado portugu3se suster o avanço dos guerrilheiros.

    & 'omento e!on2mi!o das !ol2nias intensi'i!ou)se, !om e'eito, em !onseu3n!ia dae!losão da guerra na seu3n!ia do lançamento da ideia de *ala/ar em !onstruir umEspaço E!on2mi!o Portugu3s EEP. I no Ambito deste obe!tivo ue se assiste @ bene'i!iação de vias de !omuni!ação, @ !onstrução de es!olas, hospitais e, sobretudo, aolançamento de obras grandiosas.

    ! radicalização das oposiç$es 

    Em Maio de 1945, grandes mani'estaç7es !elebraram, nas ruas da !apital, a derrota da"lemanha. "s demo!ra!ias, aliadas @ nião *ovi#ti!a, tinham ven!ido a guerra emostrado assim, a sua superioridade 'a!e aos regimes repressivos de direita. *ala/ar, tiroudeste 'a!to, a ideia de ue o seu regime deveria demo!rati/ar)se ou !orria o ris!o de !air.

    I neste !onte0to ue, o Doverno toma a ini!iativa de ante!ipar a revisão !onstitu!ional?onstituição de 19$$ ue !onsagra a ideologia do Estado (ovo, dissolver a "ssembleia (a!ional e !onvo!ar eleiç7es ante!ipadas, ue *ala/ar anun!ia tão livres !omo na livre=nglaterraN.

    m !lima de optimismo instala)se entre aueles ue viam !om maus olhos o Estado (ovo nas!e a M6 Movimento de nidade 6emo!ráti!a, ue !ongregou a 'orça daoposição. & impa!to deste movimento dá iní!io @ !hamada oposição demo!ráti!a.

    & M6 'ormula algumas e0ig3n!ias, tais !omo+ o adiamento das eleiç7es, a

  • 8/18/2019 1Resumo História

    5/20

    re'ormulação dos !adernos eleitorais, a impres!indível liberdade de e0pressão, de reuniãoe de in'ormação. (enhuma das reivindi!aç7es do Movimento 'oi satis'eita, pelo ue oa!to eleitoral não passou de uma 'arsa. "s listas de adesão ao M6, ue o Dovernoreuereu a 'im de e0aminar a autenti!idade das assinaturasN, 'orne!eram @ polí!ia políti!a as in'ormaç7es ne!essárias para uma repressão e'i!a/, tendo muitos aderentes ao

    M6 sido interrogados, presos e despedidos do seu trabalho.Em 1949, a oposição volta a ter uma nova oportunidade de mobili/ação, desta ve/ emtorno da !andidatura de (orton de Matos @s eleiç7es presiden!iais, sendo a primeira ve/ue um !andidato da oposição !on!orria @ Presid3n!ia. " sua !on!orr3n!ia entusiasmou o país, da mesma 'orma ue o desiludiu !om a sua desist3n!ia, en'raue!endo assim aoposição demo!ráti!a.

    & Doverno pensou ter !ontrolado a situação at# ue, em 195>, a !andidatura deOumberto 6elgado a novas eleiç7es presiden!iais desen!adeou um aut3nti!o terramoto políti!o. ?onhe!ido !omo o «General Sem Medo», anun!iou o seu prop2sito de nãodesistir das eleiç7es e anun!iou a sua intenção de demitir *ala/ar+ ?ontra a sua!ampanha, o Doverno tentou de todas as 'ormas limitar os seus movimentos, a!usando)ode provo!ar agitação so!ialN.

    ?on!luídas as eleiç7es presiden!iais, o resultado revelou mais uma vit2ria esmagadora do!andidato do regime, "m#ri!o omás, mas desta ve/, a !redibilidade do Doverno 'i!ouindelevelmente abalada. *ala/ar teve !ons!i3n!ia de ue outro terramoto políti!o podiaa!onte!er e ue !omeçava a ser di'í!il para o regime !ontinuar a enganar a opinião p-bli!a e subtrair)se @s opress7es da !omunidade interna!ional. Por isso, *ala/arintrodu/iu mais uma alteração @ ?onstituição, segundo a ual era anulada eleição porsu'rágio dire!to do Presidente da

  • 8/18/2019 1Resumo História

    6/20

     primeira vaga de des!oloni/aç7es tiveram importantes reper!uss7es na políti!a !olonialdo Estado (ovo.

    ?om e'eito, a partir do momento em ue a &( re!onhe!e o direito @ autodeterminaçãodos povos e em ue as grandes pot3n!ias !oloniais !omeçam a nego!iar a independ3n!iadas suas possess7es ultramarinas, torna)se di'í!il para o Doverno portugu3s manter a

     políti!a !olonial instituída !om a publi!ação do Acto Colonial , em 19$%." simples mística imperial  !omeçava a revelar)se ultrapassada para e0pli!ar as posiç7es!oloniais do Estado (ovo. *ala/ar teve de pro!urar soluç7es para a'irmar a vo!ação!olonial de Portugal e para re!usar ualuer !ed3n!ia @s !res!entes press7esinterna!ionais.

    "s soluç7es implementadas passaram pela adaptação aos novos tempos. (uma 1.Q 'ase,apostou)se em duas vertentes !omplementares+ uma ideol2gi!a e outra urídi!a.

    Em termos ideol2gi!os, era a mística do império, inspirada na teoria do so!i2logoDilberto ;reire, designada !omo teoria luso)tropi!alismo, ue serviu para retirar o!ará!ter opressivo nas !ol2nias. Esta teoria garantia ainda o não interesse e!on2mi!o dos

    Portugueses sobre as !ol2nias, e ue a presença destes em L'ri!a era uma mani'estaçãode e0tensão, a outros !ontinentes, da hist2ri!a missão !ivili/adora de Portugal, e0pli!ada, por e0emplo, pela 'alta de !ontestação @ presença portuguesa.

    Em termos urídi!os, pro!ede)se @ revisão !onstitu!ional de 1951, em pleno pro!essointerna!ional de des!oloni/ação, *ala/ar revoga o Acto Colonial  e insere o estatuto de!ol2nias por ele abrangido na ?onstituição. odo o territ2rio portugu3s 'i!ava abrangido pela mesma lei 'undamental. Para melhor !on!reti/ar esta integração, desapare!e o!on!eito de !ol2nia ue # substituído pelo de provín!ia, desapare!endo o !on!eito de=mp#rio Portugu3s, ue # substituído pelo !on!eito de ltramar Portugu3s.

    Embora e0ternamente a manutenção do !olonialismo portugu3s !edo 'osse posta em

    !ausa, a nível interno, a presença portuguesa em L'ri!a uase não so'reu !ontestação at#ao iní!io da guerra !olonial.

    ! (Primavera *arcelista+ 

    Em, 198>, perante a intensi'i!ação da oposição interna e das den-n!ias interna!ionais do!olonialismo portugu3s, o a'astamento de *ala/ar por doença, pare!ia 'inalmente abrir as portas do regime @ liberali/ação demo!ráti!a.

    " presid3n!ia do ?onselho de Ministros 'oi entregue a Mar!ello ?aetano ue subordinoua sua a!ção políti!a a um prin!ípio original de renovação na !ontinuidade. Pretendia onovo governante !on!iliar os interesses políti!os dos se!tores !onservadores !om as!res!entes e0ig3n!ias de demo!rati/ação do regime. ?ontinuidade para uns, renovação

     para outros. (uma primeira 'ase da sua a!ção governativa, empreendeu alguma dinAmi!a re'ormistaao regime+ permitindo o regresso de alguns e0ilados, !omo o Cispo do Porto e Mário*oares abrandando a repressão poli!ial e a !ensura !on!edendo alguma abertura @ nião (a!ional rebapti/ada, na d#!ada de 19%, "!ção (a!ional Popular B "(P mudando onome @ P=6E para 6ire!ção)Deral de *egurança ) 6D* !on!edendo o direito ao voto damulher al'abeti/ada legali/ando movimentos políti!os opositores ao regime permitindoa !onsulta dos !adernos eleitorais e 'is!ali/ação das mesas de voto e propor!ionando a

  • 8/18/2019 1Resumo História

    7/20

    re'orma demo!ráti!a do ensino.

    ;oi neste !lima de mudança, ue 'i!ou !onhe!ido !omo Primavera Mar!elistaN, ue se prepararam as eleiç7es legislativas de 1989, onde a oposição pura e simplesmente nãoelegeu ualuer deputado. "s eleiç7es a!abaram por !onstituir mais uma 'raude. ""ssembleia (a!ional !ontinuava dominada pelos eleitos na lista do regime, in!luindo

    apenas uma ala liberal de ovens deputados !ua vo/ era aba'ada pelas 'orças!onservadoras.

    "!abadas as esperanças de uma real demo!rati/ação do regime, Mar!ello ?aetano viu)sesem o apoio dos liberais, e alvo da hostilidade dos n-!leos mais !onservadores, ueimputavam @ políti!a liberali/adora a onda de instabilidade ue, entretanto, tinhaassolado o País. 6esta 'orma, Mar!ello ?aetano !omeça a dar sinais de esue!er aevolução e privilegia a !ontinuidade+ o movimento de !ontestação estudantil #repreendido pelo regime intensi'i!a)se a !ensura e repressão poli!ial nova vaga de pris7es alguns opositores, !omo Mário *oares, são novamente remetidos a e0ílio"m#ri!o omás anos e !onotado !om a ala ultra)!onservadora # re!ondu/idonovamente ao !argo de presidente da

  • 8/18/2019 1Resumo História

    8/20

    !omo as estaç7es de rádio e da

  • 8/18/2019 1Resumo História

    9/20

    ! revisão constitucional de 1052 e o signi"icado internacional da revoluçãoportuguesa 

    *eis anos ap2s a entrada em vigor, 'oi e'e!tuada a primeira revisão constitucional. "s prin!ipais alteraç7es o!orreram na organi/ação do poder políti!o, uma ve/ ue se!onservaram as disposiç7es de !ará!ter e!on2mi!o na!ionali/aç7es, interven!ionismo do

    Estado, plani'i!ação, re'orma agrária.;oi abolido o ?onselho da

  • 8/18/2019 1Resumo História

    10/20

    2.1. I*O@I)?I*>BO >?OBC*I?O 'O PC6;>! ! 10

    ?OO'>B!'!) >?OBC*I?!) > '>*ODFI?!)

    ! estagnação do mundo rural:) & país agrário !ontinuava um mundo sobrepovoado e pobre) Vndi!es de produtividade não atingiam se uer metade da m#dia europeia) 6eseuilíbrios na estrutura 'undiária norte)mini'-ndio e sul)lati'-ndios) entativas de re'orma tiveram a oposição dos lati'undiários do *ul) =nvestimento redu/ido p-bli!o e privado) ;ra!a me!ani/ação) "lteraç7es na estrutura 'undiária a!abaram por nun!a se 'a/er ) Políti!a agrária esgotou)se em subsídios e in!entivos ue pou!o e'eito tiveram) Cene'í!io para os grandes proprietários do *ul e os grandes vinhateiros) (a d#!ada de 8% o país enveredou pela via industriali/adora e a agri!ultura 'oi relegada

     para SW plano) 6e!r#s!imo brutal da ta0a de !res!imento do Produto "grí!ola (a!ional) X0odo rural ma!iço>*I!EO)

  • 8/18/2019 1Resumo História

    11/20

    ) Envelhe!imento da população)

  • 8/18/2019 1Resumo História

    12/20

    ) E0pansão urbana !are!e da !onstrução das in'ra)estruturas ne!essárias) ?onstruç7es !landestinas, bairros)de)lata, degradação das !ondiç7es de vida!riminalidade, prostituição) :ongas esperas pelos meios de transportes e viagens em !ondiç7es de sobrelotação) & !res!imento urbano teve tamb#m e'eitos positivos !omo a e0pansão do se!tor dos

    serviços e um maior a!esso ao ensino e aos meios de !omuni!ação intervenção so!ial e políti!a& 'omento e!on2mi!o nas !ol2nias) "t# aos anos 4% B !olonialismo típi!o produção de produtos primários edesen!oraamento ao desenvolvimento industrial) P2s)guerra+) ) > O )O@>))!

  • 8/18/2019 1Resumo História

    13/20

    [ "diamento das eleiç7es por seis meses para se instituírem os partidos políti!os[

  • 8/18/2019 1Resumo História

    14/20

    legais passando a designar)se JProvín!ias ltramarinasK !om euival3n!ia urídi!a aualuer provín!ia do !ontinente, Portugal estendia)se Jdo Minho a imorK) & J=mp#rio Portugu3sK desapare!era, substituído pelo Jltramar Portugu3sK) " manutenção do !olonialismo portugu3s e0ternamente # posta em !ausa, masinternamente isso s2 a!onte!e !om o iní!io da guerra !olonial

    ) Mesmo os membros da oposição, e0!epto o Partido ?omunista na !landestinidade,de'endem a integridade do territ2rio portugu3s) ?om o iní!io da luta armada em "ngola, em 1981, surgem duas teses divergentes+a integra!ionista manter os territ2rios a todo o !ustoa 'ederalista progressiva autonomia das !ol2nias e a !onstituição de uma 'ederação deEstados ue salvaguardassem os interesses dos portugueses) 1981 ) JDolpe de Cotelho Moni/K ministro da de'esa. "s altas patentes das ;orças"rmadas, !om o apoio do e0)presidente da

  • 8/18/2019 1Resumo História

    15/20

    ) Portugal !onsiderava ue as disposiç7es da ?arta relativas @ administração deJterrit2rios não)aut2nomosK não lhe podia ser apli!ada pois as provín!ias ultramarinas eram parteintegrante do territ2rio portugu3s) " "ssembleia Deral !on!lui ue os territ2rios sob administração portuguesa eram

    !ol2nias) "provação da ) *ubstituição de *ala/ar in!apa!itado, por Mar!ello ?aetano políti!o maisliberal) :inhas orientadoras do seu governo+ !ontinuar a obra de *ala/ar, @ ual prestahomenagem, sem por isso pres!indir da ne!essária renovação políti!a B Jevoluir na!ontinuidadeK !on!edendo aos portugueses Ja liberdade possívelK) *inais de abertura+ regresso do e0ílio de algumas personalidades !omo o Cispo do Portoe Mário *oares, modera a a!tuação da polí!ia políti!a B 6D*, ordena o abrandamento da!ensura B E0ame Pr#vio, abre a nião (a!ional a sensibilidades políti!as mais liberais B"(P "!ção (a!ional Popular) (este !lima de mudança ue 'i!ou !onhe!ido !omo JPrimavera Mar!elistaK preparam)se as eleiç7es legislativas de 1989

  • 8/18/2019 1Resumo História

    16/20

    ) (o entanto a demo!rati/ação do regime não se veri'i!a+ Mar!ello ?aetano # !riti!ado pelos liberais por !onsiderarem insu'i!ientes as re'ormas e pelos !onservadores uea!usavam a sua políti!a liberali/adora responsável pela instabilidade)

  • 8/18/2019 1Resumo História

    17/20

    !argos) (o Movimento das ;orças "rmadas B M;" B a!reditavam na urg3n!ia de um golpemilitar ue restaurando as liberdades !ívi!as permitisse a tão deseada solução para o problema !olonial) entativa 'alhada em Março

    ►M;" B &peração J;im)

  • 8/18/2019 1Resumo História

    18/20

    ) Dovernos su!essivos seis governos provis2rios) &posição entre as 'a!ç7es moderada e e0tremista do M;" B tentativas de golpes deEstado)

  • 8/18/2019 1Resumo História

    19/20

    ▪ 

  • 8/18/2019 1Resumo História

    20/20

    ) 1Q revisão !onstitu!ional em 19>S) Em termos e!on2mi!os manteve inalterados os artigos ue proibiam retro!essos nasna!ionali/aç7es e na re'orma agrária e manteve os prin!ípios so!iali/antes embora maissuavi/ados) "lteraç7es de maior vulto ao nível das instituiç7es políti!as+▪

     ;oi abolido o ?onselho da